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UND1 USO DO SOLO

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CONTROLE DA 
POLUIÇÃO 
Ronei Tiago Stein
Aspectos gerais e 
usos do solo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Determinar os aspectos gerais do solo.
 Identi� car os diferentes tipos de solo.
 Planejar o uso adequado do solo.
Introdução
Os solos são formados basicamente pelo intemperismo das rochas, sendo 
que existem alguns fatores que interferem nesse processo, como o clima, 
o tempo, o relevo e a presença de organismos. Logo, existem diferentes 
tipos de solos, sendo que, no Brasil, eles são classificados segundo o
Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS).
Para cada tipo de solo, existem diferenças na quantidade de minerais, 
matéria orgânica, porosidade, entre outros, sendo estes fatores funda-
mentais no planejamento adequado para cada tipo de solo. Solos mais 
porosos absorvem maior quantidade de água, diferentemente dos solos 
mais argilosos. Em relação às ferramentas que podem ser utilizadas para o 
planejamento dos solos, podem-se citar o Plano Diretor (principalmente 
em áreas urbanas) e o cultivo de práticas diretas e a adoção de plantio 
de alimentos orgânicos (em áreas agrícolas).
Solos: aspectos gerais
O solo pode ser defi nido com um material solto e macio que recobre a super-
fície da Terra. Entretanto, ele apresenta enormes variações, tanto em relação 
à espessura como em relação às suas características, como cor, quantidade e 
organização das partículas de que são compostos, como, por exemplo, areia, 
silte, argila, entre outros. O solo é composto basicamente de minerais prove-
U3_C11_Controle da poluição.indd 183 07/07/2017 11:12:24
nientes da degradação das rochas e de material orgânico de origem vegetal e/
ou animal. O processo de origem dos solos é chamado de pedogê nese.
Todo processo de formação do solo começa com a desagregação e a de-
composição de rochas. Em contato com a atmosfera, as rochas têm sua com-
posição química e suas características físicas alteradas pela ação do calor do 
sol, da água das chuvas, dos ventos e de outros fatores ambientais. Dizemos, 
em outras palavras, que as rochas sofrem intemperismos físicos e químicos.
Com a ação dos intemperismos, as rochas são reduzidas a pequenos frag-
mentos, formando um material solto que pode servir de habitat para micror-
ganismos, plantas e pequenos animais. Então, esses seres vivos, à medida que 
completam seu ciclo de vida, vão sendo decompostos, dando origem ao húmus, 
camada de matéria orgânica do solo.
Simultaneamente, os minerais mais vulneráveis ao intemperismo se trans-
formam em argila, que pode ser conduzida de uma região para outra pelas 
águas das chuvas infiltradas naquela porção de terra.
Assim, a ação de uma série de processos químicos, físicos e biológicos 
começa a dar forma ao solo, que se organiza numa sequência de camadas de 
diferentes aspectos e composições. Essas camadas sobrepostas recebem o nome 
de horizontes do solo, e o conjunto de horizontes, por sua vez, dão origem 
ao perfil do solo. Quando o solo é bem desenvolvido, seu perfil apresenta, 
pelo menos, 4 tipos diferentes de horizontes.
O intemperismo, também conhecido como meteorização, é o nome atri-
buído ao processo de transformação e desgaste das rochas e dos solos. Esta 
transformação pode ocorrer por processos químicos (decomposição), físicos 
(desagregação) e biológicos. Sua dinâmica acontece pela ação dos chamados 
agentes exógenos ou externos de transformação de relevo, como, por exemplo, 
a água, o vento, a temperatura e os próprios seres vivos (Figura 1).
 Controle da poluição 184
U3_C11_Controle da poluição.indd 184 07/07/2017 11:12:24
Figura 1. Exemplo de intemperismo em rochas.
Fonte: Darren J. Bradley/Shutterstock.com. 
No entanto, é importante não confundir intemperismo com erosão. O 
intemperismo é o processo de transformação das rochas em sedimentos. Já 
a erosão se refere ao conjunto de etapas que reúne ao desgaste, o transporte 
e a deposição de material sedimentar. Em outras palavras, a erosão é o pro-
cesso de transporte das partículas de rochas decompostas ou desagregadas 
pelo intemperismo. Logo, os dois fenômenos estão ligados diretamente e 
contribuem para a transformação do relevo. 
Segundo Coelho et al. (2017), os solos apresentam basicamente cinco papéis 
ou funções básicas no ambiente: 
1. O solo sustenta o crescimento das plantas, principalmente fornecendo
suporte mecânico, água e nutrientes para as raízes, que posteriormente
distribuem para a planta inteira e são essenciais para sua existência.
As características dos solos podem determinar os tipos de vegetação
que neles se desenvolvem, sua produtividade e, de maneira indireta,
determinam o número e tipos de animais (incluindo pessoas) que po-
dem ser sustentados por essa vegetação. A Figura 2 apresenta uma
comparação de uma (a) vegetação densa (devido à fertilidade do solo)
e uma (b) vegetação mais escassa, (devido à falta de nutrientes e água
presente no solo).
185Aspectos gerais e usos do solo
U3_C11_Controle da poluição.indd 185 07/07/2017 11:12:24
Figura 2. Dois tipos de vegetação – devido à presença de água e nutrientes presentes 
no solo.
Fonte: (a) Aleksey Stemmer/Shutterstock.com; (b) InnaVar/Shutterstock.com.
2. As características dos solos determinam o destino da água na super-
fície da Terra, essencial para a sobrevivência. A perda de água, sua
utilização, contaminação e purificação são todas afetadas pelo solo. Se
pensarmos que grande parte da água doce existente no planeta (rios,
lagos e aquíferos) ou já escorreu na superfície do solo ou viajou através
dele, percebemos a importância dos solos na distribuição, manutenção
e qualidade da água dos nossos reservatórios e para a manutenção da
vida na Terra.
3. O solo desempenha um papel essencial na reciclagem de nutrientes
e no destino que se dá aos corpos de animais (incluindo o homem) e
restos de plantas que morreram na superfície da Terra. Se esses corpos
e resíduos não tivessem sido assimilados pelo solo, reincorporados e
convertidos em matéria orgânica ou húmus do solo (reciclagem), plantas
e animais teriam esgotado seus alimentos anos atrás.
4. O solo é o habitat de muitos organismos. Um punhado de solo pode
conter bilhões de organismos vivos e mortos que influenciam as carac-
terísticas do solo, como a porosidade, que é responsável pelo movimento
e manutenção de água e ar no solo.
5. Os solos não fornecem apenas o material (tijolos, madeira) para a cons-
trução de nossas casas e edifícios; proporcionam também a fundação,
a base para todas as estradas, aeroportos, casas e edifícios erguidos
pelo homem.
A unidade básica do solo é chamada de pedon (do grego, significando “solo/
terra”), a qual vai da superfície ao material de origem (rocha), de acordo com 
Santos e Zaroni (2017). A face do pedon é chamada de perfil de solo, que, 
 Controle da poluição 186
U3_C11_Controle da poluição.indd 186 07/07/2017 11:12:25
segundo Coelho et al. (2017), con tém camadas aproximadamente paralelas à 
superfície do terreno, as quais são denominadas de horizontes (Figura 3). O 
solo é composto por diferentes hori zontes (O, A, B e C), que podem variar 
quanto a cor, espessura, tipo de estrutura, textura, entre outras características.
Os horizontes do solo podem apresentar cor e espessura bastante variadas, ou até 
mesmo estar ausentes em determinados solos. 
Figura 3. Exemplo dos perfis do solo com seus diferentes horizontes.
Fonte: Designua/Shutterstock.com
187Aspectos gerais e usos do solo
U3_C11_Controle da poluição.indd 187 07/07/2017 11:12:25
A descrição de cada camada é descrita de acordo com Coelho et al. (2017):
 Horizonte O: é composto por matéria orgânica devido à presença de
vegetação e animais.
 Horizonte A: é o horizonte mais superficial do solo. Geralmente apre-
senta coloração mais escura devido à presença de matéria orgânica
bastante decomposta, resultando em colorações pretas ou amar ronzadas.
 Horizonte B: localizado abaixo do horizonte A,geralmente de coloração
amarelada ou avermelhada, cuja cor é mais in fluenciada pelas partí-
culas minerais do solo, uma vez que apresenta muito menos partículas
orgânicas em relação ao horizonte A. Geralmente o horizonte B tem
maior quantidade de argila, bem como apresenta estrutura de tama nho
maior em relação aos horizontes A e C.
 Horizonte C: aparece abaixo do horizonte B, estando mais próximo
da rocha e, por isso, geralmente apresenta fragmentos de rocha na sua
massa. Sua coloração é bastante variada.
 Horizonte R: é composto pela rocha-mãe, também conhecida como
rocha matriz.
Coelho et al. (2017) descrevem que, em média, o solo da Região Amazônica apresenta 
horizonte A de aproximadamente 20 cm; horizonte B de dezenas de metros de pro-
fundidade; e horizonte C e rocha matriz geralmente a profundida des abaixo de 10 
metros de profundidade, a partir da superfície do solo. 
Fatores que interferem na formação dos solos
Existem alguns fatores que interferem na formação dos solos: o clima, o 
material de origem, os organismos, o relevo e o tempo, os quais são descritos 
a seguir, de acordo com Lima, Lima e Melo (2007).
 Clima: exerce influência sobre a formação dos solos (intemperismo)
principalmente devido às precipitações (chuvas) e à variação de tem-
peratura. Por exemplo, em regiões de clima quente e úmido, a ação
 Controle da poluição 188
U3_C11_Controle da poluição.indd 188 07/07/2017 11:12:25
dos intemperismos é mais intensa e rápida, pois temperaturas mais 
elevadas aceleram a velocidade das reações químicas (que provocam a 
decomposição das rochas). A umidade reage com os minerais presente 
nas rochas, resultando em ácidos, que provocam a corrosão das rochas.
 Material de origem: a rocha que dá origem ao solo é chamada de rocha 
matriz, ou seja, o material de origem é a matéria-prima a partir da qual
os solos se desenvolvem, podendo ser de natureza mineral (rochas ou
sedimentos) ou orgânica (resíduos vegetais). Dependendo do tipo de
material de origem, os solos podem ser arenosos, argilosos, férteis ou
pobres. Cabe ressaltar que uma mesma rocha pode originar solos muito
diferentes, pois depende da variação dos demais fatores de formação.
 Relevo: o formato desigual do relevo favorece a distribuição irregular
da água das chuvas, do calor e da luz. Dependendo do tipo de relevo
(plano, inclinado ou abaciado), a água da chuva pode entrar no solo
(infiltração), escoar pela superfície (ocasionando erosão) ou se acumular
(formando banhados).
 Presença de organismos: os organismos que vivem no solo, como
vegetais, minhocas, insetos, fungos, bactérias, entre outros, exercem
grande influência na formação dos solos, pois, além de seus corpos
serem fonte de matéria orgânica, atuam também na transformação dos
constituintes orgânicos e minerais. A vegetação exerce influência na
formação do solo pelo fornecimento de matéria orgânica, na proteção
contra a erosão pela ação das raízes fixadas no solo, assim como as
folhas evitam o impacto direto da chuva. Ao se decompor, a matéria
orgânica libera ácidos que também participam na transformação dos
constituintes minerais do solo.
 Tempo: para a formação do solo, é necessário determinado tempo para
atuação dos processos que levam à sua formação. O tempo que um solo
leva para se formar depende do tipo de rocha, do clima e do relevo. Solos
desenvolvidos a partir de rochas mais fáceis de ser intemperizadas se
formam mais rapidamente, em comparação com aqueles cujo material
de origem é uma rocha de difícil alteração.
Os solos desempenham um papel fundamental na sobrevivência de diversos 
povos no planeta. Trata-se de um importantíssimo recurso natural que pode 
ser explorado de diversas formas e que, por isso, deve ser preservado.
189Aspectos gerais e usos do solo
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Tipos de solos
De acordo com Santos e Daibert (2014), os solos podem ser divididos em dois 
grandes grupos: 
 Os transportados, também conhecidos como sedimentares.
 Os não transportados, também conhecidos como residuais.
Os solos sedimentares ou transportados, segundo Santos e Daibert (2014), 
sofrem o intemperismo em um determinado local e depois são transportados 
por agentes geológicos, como, por exemplo, o mar, rio, vento, gelo, gravidade, 
entre outros, sendo depositados em forma de sedimentos em distâncias va-
riadas. Na composição desse tipo de solo, há grande quantidade de matéria 
orgânica, sendo que não há uma ligação com a rocha original. Em geral, os 
solos sedimentares são depositados com menor consolidação que os residuais, 
apresentando maior heterogeneidade e profundidade variável, sendo estes 
solos menos resistentes e com maior permeabilidade. Como exemplos de 
solos transportados, podem-se citar: os solos de aluvião, solos orgânicos, 
solos coluviais e solos eólicos.
 Solos de aluvião: depósitos de sedimentos clássicos (areia, cascalho e/
ou lama). São transportados e arrastados pela água. Sua constituição
depende da velocidade das águas no momento de deposição, sendo
encontrado material mais grosseiro próximo às cabeceiras, enquanto
o material mais fino (argila) é carregado a maiores distâncias. Esses
solos apresentam baixa resistência, elevada compressibilidade e são
suscetíveis à erosão.
 Solos orgânicos: mistura do material transportado com quantidades
variáveis de matéria orgânica decomposta. Formados em áreas de topo-
grafia bem caracterizada (bacias e depressões continentais, nas baixadas
marginais dos rios e litorâneas). Normalmente são identificados pela
cor escura, cheiro forte e granulometria fina. Esse tipo de solo possui
alta compressibilidade e baixíssima resistência. Provavelmente esse é
o pior tipo de solo para os propósitos do engenheiro geotécnico.
 Solos coluviais (ou depósito de tá lus): o transporte se deve exclusiva-
mente à gravidade, e o solo formado possui grande heterogeneidade.
São de ocorrência localizada, geralmente ao pé́ de elevações e encostas, 
provenientes de antigos escorregamentos. Apresentam boa resistência,
 Controle da poluição 190
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porém elevada permeabilidade. Colú vio é um material predominante-
mente fino, e tá lus é predominantemente grosseiro.
 Solos eólicos: são formados pela ação dos ventos, e os grãos dos solos
possuem forma arredondada. É o mais seletivo tipo de transporte de
partículas de solo. Não são muito comuns no Brasil, destacando-se
somente os depósitos ao longo do litoral.
Já o solo residual, de acordo com Santos e Daibert (2014), é resultado da 
decomposição da rocha matriz e não ocorre transporte do mesmo, havendo 
preservação da estrutura da rocha matriz da qual se originou. O solo residual é 
mais homogêneo, mais resistente e mais impermeável. Para ocorrer a formação 
do solo residual, é necessário que a velocidade de decomposição da rocha seja 
maior do que a velocidade de remoção por agentes externos. Regiões tropicais 
favorecem a degradação da rocha mais rapidamente. Diante desse contexto, 
sua ocorrência é mais comum no Brasil. O solo residual pode apresentar 
diferentes classificações:
 Solo residual maduro: é um solo mais homogêneo e não apresenta
nenhuma relação com a rocha- mãe.
 Solo residual jovem: apresenta boa quantidade de material, podendo
ser classificado como pedregulho (o qual apresenta diâmetro maior
que 4,8 mm). São bastante irregulares quanto a resistência, coloração,
permeabilidade e compressibilidade (a intensidade do processo de
alteração não é igual em todos os pontos).
 Solo saprolí tico: guarda características da rocha e apresenta basi-
camente os mesmos minerais, porém sua resistência já se encontra
bastante reduzida. Pode ser caracterizado como uma matriz de solo
que envolve grandes pedaços de rocha altamente alterada. Apresenta
pequena resistência ao manuseio.
 Solo de alteração de rocha: ainda preserva parte de sua estrutura e de
seus minerais, porém com dureza inferior à da rocha matriz, em geralmuito fraturada, permitindo grande fluxo de água nas descontinuidades.
Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS)
Conforme já mencionado, os solos são formados devido à decomposição das 
rochas. Como existem diferentes tipos de rochas (ígneas, magmáticas e sedi-
mentares) na crosta terrestre, existem diferentes tipos de solos. Coelho et al. 
(2017) comentam que existem diferentes sistemas de classifi cação de solos no 
191Aspectos gerais e usos do solo
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mundo. Em território nacional, tem-se o Sistema Brasileiro de Classifi cação de 
Solos, publicado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) 
em 1999, passando por algumas atualizações posteriormente. 
A classificação de um solo é obtida a partir da avaliação dos dados morfo-
lógicos, físicos, químicos e mineralógicos do perfil que o representam. Essa 
classificação inicia com a descrição morfológica do perfil e coleta de material 
de campo, que devem ser conduzidas conforme critérios estabelecidos em 
manuais, observando-se o máximo de zelo, paciência e critério na descrição 
do perfil e da paisagem que ele ocupa no ecossistema.
Para entender mais sobre os tipos de solos e sua classificação, leia o texto “Classificação 
dos solos” (EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, 2017). 
Segundo o SiBCS, no Brasil os solos são divididos em 13 ordens. Santos 
e Daibert (2014) apresentam algumas definições importantes: 
 Argissolos: ocupam o terço inferior das colinas e morros do cerrado. O
acúmulo de argila reduz muito a permeabilidade dos argissolos. Somado
ao fato de o horizonte superficial muitas vezes ser arenoso, faz com
que a grande limitação agrícola dos argissolos seja o risco de erosão.
Por esse motivo, os argissolos devem preferencialmente ser utilizados
com culturas perenes ou pastagens.
 Cambissolos: são pouco desenvolvidos, com pedogê nese pouco avan-
çada e ausência ou quase ausência da estrutura da rocha.
 Chernossolos: são um dos solos mais ricos do Brasil, com presença
de argilominerais e de um horizonte rico em matéria orgânica e com
alto conteúdo de cálcio e magnésio, sendo encontrados em maior escala
na Bahia.
 Espodossolos: apresenta uma coloração variando de cinza até preto,
compostos de alumínio com ou sem ferro em presença de húmus ácido.
 Gleissolos: desenvolvem-se em sedimentos recentes próximos a cursos
d’água e em materiais colú vio-aluviais sob condições de hidromorfia,
podendo se formar também em áreas de relevo plano de terraços flu-
 Controle da poluição 192
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viais, lacustres ou marinhos e em materiais em depressões. Ocorrem 
sob vegetação higró fila ou higró fila herbácea, arbustiva ou arbórea.
 Latossolos: evolução muito avançada com expressiva latolizaç ã o
(ferralitizaç ã o ou laterizaç ã o), intemperizaç ã o intensa dos minerais
primários e secundários menos resistentes e concentração relativa de
argilominerais resistentes e/ou óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio,
com inexpressiva mobilização ou migração de argila, ferró lise, gleizaç ã o
ou plintitizaç ã o.
 Luvissolos: em geral, são medianamente profundos a rasos (60 a 120
cm).
 Neossolos: Grupamento de solos pouco evoluídos. Solos em via de
formação, seja pela reduzida atuação de processos pedogené ticos ou
por características inerentes ao material de origem.
 Nitossolos: são solos minerais, não hidromó rficos, de cor vermelho-
-escura tendendo a arroxeada. São derivados do intemperismo de rochas 
básicas e ultrabásicas, ricas em minerais ferromagnesianos. Na sua
maioria, são estróficos, com ocorrência menos frequente de distró ficos
e raramente á licos. Compreendem solos de grande importância agrícola.
 Organossolos: grupamento de solos orgânicos, pouco evoluídos, de
coloração preta, cinzenta muito escura ou marrom e com elevados
teores de carbono orgânico. São solos fortemente ácidos, com baixa
saturação em bases. Predomínio de constituintes orgânicos em relação a
inorgânicos. Ocorrem em ambientes de drenagem livre ou em condições
de saturação com água, permanente ou periódica (maldrenados a muito
maldrenados, ou úmidos de altitude elevada).
 Planossolos: ocorrem preferencialmente em áreas de relevo plano
ou suave ondulado, sob condições ambientais e do próprio solo que
favorecem vigência periódica anual de excesso de água, ainda que de
curta duração, e até́ mesmo sob condições de clima semiárido. Podem
ocorrer ainda em baixadas, várzeas e áreas de depressões.
 Plintossolos: solos minerais formados sob condições de restrição à
percolação de água, sujeitos ao efeito temporário de excesso de umidade,
em geral imperfeitamente ou mal drenados. Predominantemente são
solos fortemente ácidos, com saturação de bases baixa. Ocorrem em
várzeas, áreas com relevo plano ou suavemente ondulado.
 Vertissolos: apresentam grande representatividade no ambiente se-
miárido do Nordeste brasileiro. Por suas características intrínsecas,
destacadamente a presença de argilas expansivas, necessitam de um
manejo especial. Por serem essencialmente argilosos, esses solos ainda
193Aspectos gerais e usos do solo
U3_C11_Controle da poluição.indd 193 07/07/2017 11:12:26
apresentam produtividades razoáveis com irrigação superficial, exem-
plificada pela irrigação por sulcos.
Os solos mais comuns do Brasil são os latossolos e argissolos, que ocupam aproxima-
damente 60% das terras brasileiras (COELHO et al., 2017). 
Planejamento adequado dos solos
O planejamento adequado do solo é uma etapa fundamental não apenas para 
conservar as características físicas, químicas e biológicas dele, mas também 
para melhorar e otimizar o uso dos solos. De maneira geral, pode-se dizer 
que os solos possuem dois usos básicos: o uso industrial e o uso agrícola. A 
seguir, você vai conhecer esses dois itens de forma mais detalhada, bem como 
algumas ferramentas que visam melhor o planejamento dos solos.
Planejamento dos solos urbanos
O planejamento dos solos é um processo de extrema importância para os 
centros urbanos atualmente, auxiliando na ocupação racional e no equilíbrio 
ambiental. Com a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), houve uma 
melhora nas temáticas relacionadas à política urbana e à gestão das cidades 
no Brasil. Honda et al. (2015) destacam que o planejamento urbano passou a 
ocupar um lugar de destaque nas mais diversas esferas institucionais, políticas 
e sociais, resultando em um fortalecimento dos municípios, os quais receberam 
maior autonomia no setor político, administrativo e fi nanceiro.
Nos artigos 182 e 183 da Constituição (BRASIL, 1988), foram definidas 
as diretrizes básicas para a política urbana brasileira, assim como a obrigato-
riedade de algumas cidades em aprovar um plano diretor. Honda et al. (2015) 
comentam que, em 2001, esses artigos foram regulamentados por meio da 
instituição da Lei Federal de nº 10.257, a qual é conhecida como Estatuto 
das Cidades (BRASIL, 2001). O Plano Diretor está definido no Estatuto das 
 Controle da poluição 194
U3_C11_Controle da poluição.indd 194 07/07/2017 11:12:26
Cidades, sendo este um instrumento básico para orientar a política de desenvol-
vimento e de ordenamento da expansão urbana de um determinado município.
Ou seja, o Plano Diretor é uma lei municipal elaborada pela prefeitura com 
a participação da Câmara Municipal e da sociedade civil a fim de estabelecer 
e organizar o crescimento, o funcionamento, o planejamento territorial da 
cidade, além de orientar as prioridades de investimentos (Figura 4).
Figura 4. Exemplo de uma cidade planejada.
Fonte: ideldesign/Shutterstock.com.
Porém, nem todos os municípios são obrigados por Lei a possuírem o Plano 
Diretor; apenas os municípios que:
 Possuem mais de 20 mil habitantes;
 São integrantes de regiões metropolitanas;
 Têm áreas com interesse turístico;
 Estão situados em áreas de influência de empreendimentos ou atividades
com significativo impacto ambiental.195Aspectos gerais e usos do solo
U3_C11_Controle da poluição.indd 195 07/07/2017 11:12:27
Em relação às funções do Plano Diretor, podem-se citar:
 Garantir o atendimento das necessidades da cidade;
 Garantir uma melhor qualidade de vida na cidade;
 Preservar e restaurar os sistemas ambientais (solo, ar, água, entre outros);
 Promover a regularização fundiária;
 Consolidar os princípios da reforma urbana.
Com o Plano Diretor, é possível dividir e organizar a cidade por áreas. Ou 
seja, qual área será destinada unicamente à construção de moradias, onde 
serão instaladas as indústrias (área industrial), qual a área destinada à zona 
rural etc. Com isso, é possível controlar e organizar a ocupação do território, 
bem como criar medidas que visam evitar a contaminação dos solos.
Planejamento dos solos agrícolas
Segundo Oliszeski (2011), em qualquer empreendimento rural, uma dúvida 
é em relação à quantidade dos e quais serão os produtos a serem produzidos, 
tendo em vista os recursos disponíveis e o retorno desejado. Participam dessa 
decisão diversos fatores que podem ser alinhados segundo suas principais 
vertentes: características dos recursos disponíveis e condições de mercado.
Ou seja, a agricultura é um setor fundamental tanto na economia como 
na sociedade, pois é ela que coloca alimento na mesa de bilhões de pessoas 
diariamente. Porém, este também é um setor que contribui significativamente 
para a degradação dos solos. Entre as várias técnicas de planejamento dos 
solos, você conhecerá duas específicas: a prática de cultivo orgânico e o 
cultivo de plantio direto.
A prática de cultivo orgânico está fundamentada na preocupação com 
a saúde humana, dos animais e das plantas, uma vez que seres humanos 
saudáveis são frutos de solos equilibrados e biologicamente ativos, adotando 
técnicas integradoras e apostando na diversidade de culturas (OLISZESKI, 
2011). Entre os fundamentos básicos do cultivo de orgânicos, destacam-se:
 Respeito à natureza: reconhecimento da dependência de recursos na-
turais não renováveis;
 Diversificação de culturas: leva ao desenvolvimento de inimigos natu-
rais, sendo item chave para a obtenção de sustentabilidade;
 Controle da poluição 196
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 Solo como um organismo vivo: o manejo do solo propicia oferta cons-
tante de matéria orgânica (adubos verdes, cobertura morta e composto
orgânico), resultando em fertilidade do solo;
 Independência dos sistemas de produção: ao substituir insumos tecno-
lógicos e agroindustriais.
Oliszeski (2011) destaca ainda que, entre os objetivos da produção orgâ-
nica, pode-se destacar o equilíbrio sustentável do meio ambiente. Nela, não 
é permitido o uso de agrotóxicos, adubos químicos e sementes transgênicas, 
garantindo a produção de alimentos mais saudáveis e naturais, bem como 
a preservação do solo, que fica mais fértil e livre da toxicidade (Figura 5).
Figura 5. Produção de alimentos orgânicos.
Fonte: Lucky Business/Shutterstock.com.
O cultivo em plantio direto é um sistema de manejo do solo em que a palha 
e os restos vegetais são deixados na superfície do solo, conforme o Instituto 
Agronômico de Campinas (2005) apud Oliszeski (2011). Ou seja, o plantio 
direto compreende um conjunto de técnicas integradas que visam melhorar 
as condições ambientais (água–solo–clima) para explorar da melhor forma 
possível o potencial genético de produção das culturas (Figura 6).
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Figura 6. Cultivo em plantio direto.
Fonte: Santanor/Shutterstock.com.
A remoção do solo ocorre apenas no sulco onde são depositados fertili-
zantes e sementes. As plantas infestantes são controladas por herbicidas. Não 
existe preparo do solo além da mobilização no sulco de plantio. Considera-se 
que, para o sucesso do sistema, são fundamentais a rotação de culturas e o 
manejo integrado de pragas, doenças e plantas invasoras. Dentre as vantagens 
agronômicas do cultivo em sistema de plantio direto, Oliszeski (2011) destaca:
 Controle da erosão;
 Aumento da água armazenada no solo;
 Redução da oscilação térmica;
 Aumento da atividade biológica;
 Aumento dos teores de matéria orgânica;
 Melhoria da estrutura do solo.
A adoção do plantio direto é a perfeita harmonia do homem com a natureza, propor-
cionando economias significativas para a sociedade como um todo. Oliszeski (2011) 
descreve que, com o plantio direto, é possível minimizar custos de produção, bem 
como maximizar a produtividade de insumos e de mão de obra.
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