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Urbanização da Favela Dharavi em Mumbai

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Resenha Crítica de Caso
WELINGTON DIAS DE OLIVEIRA
 Trabalho disciplina Poder Local e 
 Sociedade. 
 Tutor: Prof.ª Mestre Carla Barrígio
 
 Monte Carmelo
 2019
Dharavi: Urbanização da maior favela da Ásia (B)
Referências: IYER, L.; MACOMBER, JOHN. Dharavi: urbanização da maior favela da Ásia (B). Harvard Business School, 711-P04. 2011
INTRODUÇÃO
	O artigo “Dharavi: Urbanização da maior favela da Ásia (B)” apresenta um relato sobre uma proposta de urbanizar a maior favela de Mumbai, através de uma PPP (parceria pública privada), e os obstáculos surgidos como discordância entre as pretensões dos moradores e propostas ofertadas, atrasos e mudanças em condições do projeto, o interesse econômico sobrepondo ao bem da coletividade etc. que resultou na interrupção do projeto de urbanização de Dharavi.
Dharavi: Urbanização da maior favela da Ásia (B)
	As propriedades de Mumbai estavam cotadas com um valor de mercado considerado como o mais alto do mundo, devido a isso a urbanização da favela Dharavi localizada em Mumbai era considerado um investimento lucrativo e despertou o interesse de vários consórcios que enviaram de imediato várias propostas financeiras para o projeto de UU$ 3 bilhões.
	Porém após dois adiamentos, a entrega das propostas de licitação foi prorrogada por tempo indeterminado, havia uma resistência com relação ao governo de Maharashtra em dar seguimento ao processo licitatório devido à questão de regulamentação sobre a questão do FSI (índice de construção), e sobre a efetivação da divisão da área de cada residência. Entretanto relatórios cogitavam de que a intervenção do governo estava baseada na possibilidade de existência de favorecimento de alguns. 
De mais a mais o projeto de urbanização defrontava com outros embaraços, diversas propostas para adequação do projeto foram apresentadas, porém não houve um consenso e a negociação através das PPPs estava com um futuro incerto. A situação se complica ainda mais quando somado a todo esse processo: atrasos recorrentes, mudança nas condições do projeto, divergências com as exigências dos moradores etc. acontece à chegada de uma crise global com forte impacto financeiro sobre muitos incorporadores.
Em 2009 é criado um comitê composto por especialistas e organização representando os moradores da favela, com o objetivo de avaliar o DRP (Projeto de Urbanização de Dharavi), que redigiu uma carta descrevendo o projeto como um esquema de apropriação de terras, onde por meio de uma simulação de urbanização e construção habitacional os moradores seriam usurpados em cinquenta por cento da área em que eles moravam atualmente. Relata ainda que o atual projeto é direcionado por interesses econômicos visando o lucro de particulares e não o bem estar dos moradores. O Comitê ainda criticou severamente Mukesh Mehta que foi o consultor que desenvolveu o plano de urbanização da favela de Dharavi, alegando que havia a possibilidade de haver falta de qualificação e experiência imprescindível para a elaboração de um projeto com a amplitude e complexidade deste, por parte dos consultores e que a presença destes na elaboração e condução do projeto tendia a ser prejudicial.
Dentre as muitas divergências havia o tamanho das residências que era alvo de protestos por parte dos moradores de Dharavi, além da data limite imposta para que pudessem ter direito a moradias gratuitas, uma vez que aproximadamente 31% deles não estariam cobertos pela data limite e corria o risco de despejo, o governo de Maharashtra em uma tentativa de amenizar os efeitos da imposição desta data apresentou uma proposta de legalização da propriedade daqueles moradores que estavam fora do período estabelecido mediante o pagamento de uma taxa simbólica de transferência.
Apesar disso, até março de 2011 o futuro do Projeto de Urbanização de Dharavi ainda era indeterminado, não se estipulou nova data para entrega das propostas de licitação, a possibilidade de uma parceria público privada estava sendo reconsiderada. Em fevereiro de 2005 houve uma autorização de urbanização do setor cinco de Dharavi, a ser executada pela Maharashatra Housing and Development Authority (MHADA) um órgão do governo, entretanto esta autorização foi refutada por membros do próprio partido político. Houve críticas do setor imobiliário com respeito há projetos anteriores do MHADA, alegando a presença de acabamento e estrutura ruim, uso de material de má qualidade. Ocorreu também a oposição e descontentamento por parte dos moradores da favela, que declaravam que não queriam a MHADA, devido ao fato de terem lhes obrigado a preencher diversos documentos para lhes cederem uma área que já era deles por direito.
Apesar da dúvida com relação a parcerias públicas privadas, outras cidades da Índia estavam aderindo a métodos semelhantes, por exemplo, a Rhaeja em 2009 adquiriu um terreno do governo através de licitação por um valor de 61 bilhões de rúpias com o compromisso de construir 2800 casas com uma área de 30m² para os moradores da colônia de Kathputli. Porém devido ao fato de não ter sido providenciado alojamento temporário para os moradores até março de 2011 as obras não haviam começado.
Outros projetos de urbanização eram iniciados em Mumbai, porém o projeto de urbanização de Dharavi foi interrompido, ficando os moradores em condições precárias, falta de moradia e sem as condições básicas para se viver dignamente.
Conclusão
Algo muito comum na definição das políticas públicas é o descaso por parte dos governantes no que se refere ao bem e interesse coletivo, prevalecendo sobre este o interesse econômico e particular, somando a este contexto um problema histórico da administração pública que é a falta de planejamento estratégico de curto, médio e longo prazos que resulta em uma quantidade considerável de construções e projetos inacabados com um prejuízo econômico enorme para os cofres públicos e consequentemente para o bem da coletividade. Neste artigo pode-se notar a existência destes fatores que foram agravados pela desconfiança mútua existente entre as várias partes interessadas e também por influências do ambiente externo como, por exemplo, a chegada da crise econômica, além da resistência dos moradores que estavam inconformados com a forma e as propostas a eles impostas, resultando na interrupção do projeto de urbanização de Dharavi.
	Para que haja eficiência, eficácia e efetividade toda política pública deve ser programada e executada com a participação e fiscalização da sociedade e ainda após um processo de planejamento muito bem estruturado e minucioso e cujo fundamento seja o bem da coletividade.
O descompromisso, descaso por parte dos governantes no que se refere à implementação de politicas públicas e ao bem e interesse coletivo, prevalecendo quase sempre o interesse econômico e particular é histórico. Aliado a isso, existe a falta de planejamento estratégico de curto, médio e longo prazo e ainda também o descompromisso da sociedade no que se refere à gestão participativa. Quase todos são fatos percebíveis no artigo e também na atual realidade da administração pública brasileira. Entretanto no que se refere às PPPs, considero uma alternativa interessante, positiva para que a administração pública consiga atender as ilimitadas demandas por serviços e produtos da sociedade.
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