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Serviços ambientais - insetos

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Universidade Federal de Goiás – UFG
Instituto de Ciências Biológicas – ICB
Departamento de Ecologia 
A IMPORTÂNCIA DOS INSETOS NOS SERVIÇOS
ECOSSISTÊMICOS
Professor: Dr. Mario Almeida Neto 
Estudantes: Ana Flávia Nogueira Machado
 Camila Marques Germano
 Sávio Edrione de Souza
Goiânia, 2019
A IMPORTÂNCIA DOS INSETOS NOS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS
1. INTRODUÇÃO
Com as crescentes e corriqueiras crises econômicas vem se pensando constantemente no
nosso estilo de produção capitalista, que é voltado apenas para o lucro, sem se importar com
as ditas falhas de produção, as quais produzem grandes quantidades de poluentes que são
despejados no meio ambiente, muitas vezes sem tratamento. Desta forma, ao longo do tempo,
vem-se observando a capacidade do ambiente de suportar tais poluentes e ainda sustentar o
nosso estilo de produção econômica e o nosso bem-estar social e ambiental, criando-se assim
estudos sobre a economia dos ecossistemas (Andrade & Romeiro, 2009).
Os ecossistemas são formados por complexas interações entre os seres bióticos e o
ambiente abiótico de forma integrada, formando-se assim habitats e nichos repletos de
espécies interconectadas. Desta forma, sua compreensão deve ter caráter holístico, ou seja, a
análise dos ecossistemas deve ser realizada de forma conjunta, relacionando as funções
ecossistêmicas com suas estruturas naturais (Alho, 2012).
Os serviços ecossistêmicos seriam os benefícios diretos e indiretos gerados pelas
interações ecológicas que afetam o estilo de vida dos seres humanos, podendo ser desde a
regulação de qualidade da água, controle de processos erosivos, até a produção de alimentos
pela polinização. Entretanto nas transações comerciais não se leva em conta o “preço” desses
recursos, pois são considerados “gratuitos” ou “ilimitados” na natureza, favorecendo-se assim
sua superexploração e destruição progressiva (Andrade & Romeiro, 2009).
Sendo assim, o estudo referente a economia dos ecossistemas deve levar em
consideração os serviços ecossistêmicos prestados como um todo, e a ação antrópica sobre
ele, valorando-o monetariamente ou não, através de múltiplos critérios, para que ocorra uma
maior preservação ambiental e provoque alterações positivas para o bem-estar humano
(Andrade & Romeiro, 2009).
Neste sentido, percebe-se a grande importância dos insetos nos serviços ecossistêmicos,
pois estes realizam diversas atividades importantes, tais como polinização, dispersão de
sementes, agem sobre pragas em lavouras, auxiliam na ciclagem de nutrientes, atuam no bem-
estar cênico de paisagens, dentre outras ações (Castro, 2015).
Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo compreender o que são os serviços
ecossistêmicos e as ações desempenhadas pelos insetos nesses processos, demonstrando a sua
importância para o nosso estilo de vida atual e a necessidade de sua preservação.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1. O QUE SÃO OS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS?
Serviços ambientais ou ecossistêmicos são serviços prestados pela natureza ao homem,
indispensáveis à sua sobrevivência, estando associados à qualidade de vida e bem estar da
sociedade (Limberger; Silveira et al. 2017).
Segundo Andrade & Romeiro (2009) os serviços ecossistêmicos podem ser divididos
em quatro categorias, sendo elas apresentadas a seguir:
• Serviços de Provisão: são aqueles obtidos diretamente dos ecossistemas, tais como
fibras, madeira, recursos genéticos, produtos bioquímicos, medicinais e farmacêuticos,
água, ar, dentre outros.
• Serviços de Regulação: Estão relacionados a regulação dos processos ecossistêmicos,
tais como a manutenção da qualidade do ar, da água e do solo, regulação climática,
controle de erosão, polinização, proteção de desastres, dentre outros. Ou seja, seria a
capacidade dos ecossistemas regularem suas ações/serviços.
• Serviços Culturais: Seria a interação humana com os ecossistemas, provocando
multiplicidade cultural, valores religiosos e espirituais, conhecimentos (formal e
tradicional), dentre outros. Este serviço está intimamente relacionado a valores sociais.
• Serviços de Suporte: São aqueles que dão suporte a outros serviços ecossistêmicos,
provocando impactos indiretos ao ser humano ao longo do tempo, como exemplo
temos a produção primária, produção de oxigênio, formação de solo, ciclagem de
nutrientes, dentre outros.
Desta forma faz-se necessário observar os limites impostos pela capacidade ambiental,
tanto física, química, quanto biologicamente, de tal forma que as atividades antrópicas não
comprometam de forma irreversível o funcionamento adequado dos serviços ecossistêmicos,
o que prejudicaria o nosso estilo de vida atual e o meio ambiente como um todo (Andrade &
Romeiro, 2009).
A partir do exposto, percebe-se que os serviços ambientais realizados por insetos seriam
os Serviços de Regulação, pois estes atuam como polinizadores, atuam na percepção da
qualidade ambiental, atuam na restauração de solos, dentre outras ações; nos Serviços de
Suporte, na ciclagem de nutrientes; e nos Serviços Culturais (Castro, 2015). Sendo assim, a
seguir serão apresentados alguns exemplos de insetos que prestam importantes serviços
ecossistêmicos e que de alguma maneira dependemos deles. 
3.2. EXEMPLOS DE INSETOS QUE ATUAM EM SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS
3.2.1 – Cupins 
Os cupins, em sua maioria, são seres desvalorizados em relação aos serviços ambientais
realizados, sendo vistos apenas como pragas nas pastagens. Mas estes, desempenham serviços
importantes ao meio ambiente, tais como a digestão de celulose, formação de bioporos e
agregados biogênicos importantes a outros seres, servem de alimento, os cupinzeiros abrigam
outros animais, dentre outras ações. Desta forma percebe-se que estes organismos agem na
manutenção de nutrientes no solo, revigorando-os (Limberger; Silveira et al. 2017).
Entretanto, segundo Oliveira (2014) os serviços prestados pelos cupins vão além dos
citados anteriormente, estando relacionados a fixação de nitrogênio, fluxo de carbono,
incorporação de matéria orgânica e condicionamento do solo, melhorando sua aeração pela
construção de túneis e galeria e influenciando diretamente na estrutura e fertilidade dos solos.
Para além disso, a Millenium Ecosystem Assessment (MEA, 2005), destaca que 60%
dos serviços ecossistêmicos prestados pelos cupins encontram-se em risco, apresentando um
ritmo mais rápido de degradação nos últimos 50 anos, devido às mudanças climáticas,
espécies invasoras, poluição e perda de habitat. 
3.2.2 – Agentes polinizadores
As plantas, por serem organismos sésseis, necessitam de agentes que facilitem sua
reprodução, podendo ser bióticos (animais) ou abióticos (vento, água, gravidade), porém cerca
de 80% desse processo ocorre pela ação de animais, sendo conhecido como polinização
(Nabnan & Buchmann, 1997).
A polinização ocorre quando um agente polinizador entra em contato com a flor para se
alimentar do néctar, em contrapartida este se “lambuza” com o pólen (células reprodutivas
masculinas) e ao se alimentar em outra flor que apresenta o estigma (receptor feminino),
promove a fecundação, isto no caso de flores dioicas, nas flores monóicas estes agentes
promovem a polinização nas mesmas flores ou em flores distintas (Freitas, 1995).
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO,
2004), estima-se que 73% das espécies vegetais cultivadas do mundo sejam polinizadas por
alguma espécie de abelhas, 19% por moscas, 6,5 % por morcegos, 5% por vespas, 5% por
besouros, 4% por pássaros e 4% por borboletas e mariposas, mostrando-seassim a
importância dos insetos nos serviços ambientais de polinização.
Pelo exposto acima, percebe-se que as abelhas são muito importantes para a
polinização, sendo os principais agentes de polinização do maracujá (Centris e Xylocopa),
café, laranja e caju (Apis mellifera), dentre outras muitas espécies beneficiadas pelas abelhas.
Entretanto, muitos agricultores ainda acreditam que suas culturas, principalmente de algodão
e soja, não necessitam de polinizadores para sua reprodução (Malerbo-Souza, et al., 2003;
Marco Jr. & Coelho, 2004).
No Brasil existem poucos estudos sobre a valoração dos serviços de polinização, e nos
pouco que existem, quase não há atribuições monetárias a eles, sendo assim desvalorizados
nas produções de culturas. Isso se torna compreensível, ao perceber que poucos cursos de
agronomia, engenharia florestal ou biologia estuda essa temática de valoração ambiental,
dando ênfase somente em novas variedades genéticas, nos agroquímicos, técnicas de cultivos
e equilíbrio ecológico de forma isolada, como se nada disso interferi-se na polinização
(Freitas e Fonseca, 2005). 
3.2.3 – Monitoramento Ambiental
Os principais grupos de insetos empregados no monitoramento ambiental pertencem as
seguintes ordens Coleoptera, Diptera, Hemiptera, Hymenoptera, Lepidoptera e Orthoptera,
pois estes desempenham papéis importantes nos ecossistemas, sendo eles ciclagem de
nutrientes, decomposição da matéria orgânica, produtividade secundária, polinização, fluxo de
energia, predação, dispersão de sementes dentre outros (Oliveira, et al. 2014).
Porém, segundo Oliveira, et al (2014), um grupo de especial interesse no
biomonitoramento, seria os Hymenopteras (abelhas, vespas) que são sensíveis as mudanças
ecológicas, principalmente quanto a estrutura da vegetação e a resíduos de inseticidas e
fungicidas, sendo muito estudadas para a avaliação de ecossistemas em áreas de mineração,
agricultura e urbana.
Outro grupo muito importante para o biomonitoramento seriam os inseto bentônicos
(Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera), que habitam os fundos de córregos, rios e lagos
limpos. Estes realizam a decomposição de matéria orgânica depositada no fundo dos corpos
hídricos, agindo no fluxo de energia deste ambiente, além de ser a principal fonte de alimento
para outros organismos aquáticos (Campos, 2012).
Os insetos presentes nos solos também são ótimos bioindicadores, pois este estão
intimamente relacionados aos processos de funcionamento dos solos, apresentando uma
relação muito forte com os componentes físicos e químicos neles presentes. Desta forma,
quando ocorrem grandes alterações nas estruturas dos solos, há uma diminuição na
diversidade desses organismos, prejudicando ainda mais suas ações ao solo (Santos, et al.
2017).
3. CONCLUSÃO
Pelo exposto acima percebe-se a importância das ações dos insetos nos serviços
ecossistêmicos, atuando desde a polinização até na percepção da qualidade ambiental, porém
estas ações vão além de qualquer valor econômico, sendo muito difícil valorar suas
atividades, pois estas são indispensáveis para a vida no planeta, inclusive a humana, sendo
considerada em abundância, como um recurso finito, o que na prática, acaba não sendo.
Desta forma, seriam necessárias implantações de políticas públicas relacionadas à
proteção ambiental, que auxilia-se na manutenção dos serviços ecossistêmicos,
principalmente em relação às ações praticadas pelos inseto, pois após a perda desses serviços,
se torna quase impossível se realizar essas atividades, necessitando de altos investimentos o
que prejudicaria a agricultura familiar que não dispõem de tantos recursos.
Para além disso, deve-se haver uma conscientização da população acerca dos serviços
ecossistêmicos como um todo, para com isso evitar a produção excessiva de poluente,
desperdícios e a aceitação de legislações que agem contra o meio ambiente.
4. REFERÊNCIAS
ALHO, C. Importância da biodiversidade para a saúde humana: uma perspectiva ecológica.
Estudos Avançados. v. 26, n° 74, São Paulo, 2012.
ANDRADE, D. ROMEIRO, A. Capital Natural, Serviços Ecossistêmicos e Sistema
Econômico: rumo a uma “Economia dos Ecossistemas”. Encontro Nacional de Economia. Foz do
Iguaçu, 2009.
CASTRO, A. Serviços Ambientais: Remoção de Insetos em Ambiente Natural e de Cultura.
Dissertação de Mestrado, apresentado ao Programa de Pós-Gradução em Ciências Agrárias,
Universidade Federal de São João Del Rei, Minas Gerais, 2015.
CAMPOS, T. Insetos bentônicos como indicadores da qualidade da água em áreas
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de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Unesc. Criciúma, 2012.
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