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REGULAÇÃODO VOLUME DE LÍQUIDO E DISTÚRBIOS RELACIONADOS Prof. Luciana Nogueira Regulação fisiológica dos líquidos INGEST./ELIMIN. NORMAL EXERCÍCIO INTENSO Líquidos ingeridos Oriundos do metabolismo Ingestão total: 2.100mL 200mL 2.300mL ? 200mL ? Insensível – Pele Insensível – Pulmões Suor Fezes Urina Eliminação total: 350mL 350mL 100mL 100mL 1.400mL 2.300mL 350mL 650mL 5.000mL 100mL 500mL 6.600mL Ingestão e eliminação diária de água (em ml/dia). Compartimento dos líquidos 28 Litros 42 Litros 14 Litros 11 Litros 3 Litros Valores Importantes Água corporal total: Em geral, 60% do peso Necessidades Hídricas: Em geral, 40mL/kg IDADE % DO PESO Necessidades Hídricas em condições basais Prematuro 81% 150-200mL/Kg RN atermo 72% 100-150mL/kg 1 ano 58% 70-90mL/kg 16 a 30 anos M 60% F 50% 50-70mL/kg 31 a 60 anos M 54.7% F 46.9% 30-50mL/Kg 61 a 90 anos M 51.6% F 45.2% 30-50mL/kg LIC e LEC LIC – Líquido presentes no interior das células. LEC – Todos os líquidos fora das células. Constituído por líquido intersticial, plasmático e transcelular (sinovial, peritoneal, pericárdico, pleural, LCR, intra-ocular). * O plasma constantemente desloca-se para o interstício graças aos poros endoteliais permeáveis a solutos e impermeáveis a proteínas. LIC e LEC 14% 4% 2% Constituintes do LIC e LEC Trocas hidroiônicas LIC x LEC Depende da permeabilidade de membrana: - Permeável a água e substâncias lipossolúveis; - Impermeável a íons e glicoses. Transporte Passivo X Ativo PASSIVO Difusão Simples - A difusão simples é um processo meramente físico. Zona mais concentrada para menos concentrada Difusão Facilitada - Permite o transporte de pequenas moléculas polares, como os aminoácidos, monossacarídios, etc, que não conseguindo atravessar a bicamada lipídica, requerem que proteínas trasmembranosas facilitem sua passagem. ATIVO È o transporte de substâncias pela membrana com gasto de energia . O soluto é transportado contra o gradiente de concentração, o que consome moléculas de ATP ( adenosina trifosfato ), razão pela qual o transporte esta normalmente acoplado á respiração celular. Transporte da Água Tem como dependência: Pressão osmótica – determinada pela osmolaridade do meio (número de solutos por litro de água) - Unidade: mOsm/L Pressão oncótica – determinada pela quantidade de proteínas plasmáticas por litro de água – Unidade: mOsm/L Pressão hidrostática – determinada pela pressão do líquido sobre a membrana celular – Unidade: mmHg Edema: ↑↑ líquido nos tecidos Edema Intracelular Aumento de líquidos no LIC Hipofluxo sanguíneo → Depressão Bomba Na+/K+ ATPase → Aumento de Na intracelular → Edema (Ex.: isquemia) ↑ permeabilidade membrana → Na+ e outros solutos → H2O → Edema (Ex.: Inflamação) Edema: ↑↑ líquido nos tecidos Edema Extracelular Extravazamento anormal de líquido plasmático dos capilares para o espaço intersticial e falha dos linfáticos em levar o líquido do interstício para o sangue. Mecanismo: ↑ Pressão hidrostática capilar ↓ Concentração Ptn no plasma ↑ Permeabilidade capilar Obstrução dos linfáticos Avaliação do Volume Hídrico Peso Balanço Hídrico Condições do plasma (Volemia) Sinais Teciduais Distúrbios Hídricos Desidratação Diminuição total de água corpórea. Distúrbios Hídricos: Desidratação Etiologia: Perdas GI/GU/Hemorrágicas/ Pele ou baixa ingestão. Quadro clínico: Sede, ressecamento, oligúria (precoces) e Taquicardia, hipotensão, pulso fraco, obnubilação, coma e febre (tardios). Laboratório: Hto, Hb, U, Cr, Ptn’s e Densidade Urinária elevados. Distúrbios Hídricos: Desidratação Tratamento: 1. Tratamento da causa primária; 2. Diferença entre o peso prévio à morbidade e o peso atual (quando possível): ➢ Desidratação leve (perda 3% do peso) ➢ Desidratação moderada (perda 5-8% do peso) ➢ Desidratação grave (perda de 10% do peso) Obs.: Atentar para níveis de Sódio!!! (Hiper/hiponatremia) Cálculo de Reposição Hídrica É necessário calcular a Água Atual e o Déficit de Água Corporal: Água Corporal Total Normal = 60% do peso Água Atual = Água normal x Sódio normal (140) Sódio Atual Déficit de Água = Água normal – Água Atual O sódio é o principal indicador de osmolaridade e portanto de volume hídrico Aplicação da Regra Um paciente de 65 anos que usualmente pesa 90kg, chega ao hospital com quadro de gastroenterite, queixando-se de sede. O sódio sérico é 154mEq/L. Água Normal = 60% do Peso (90kg) = 0,6x90 = 54L Água Atual = 54x140/154 = 49,09L Déficit de Água = Água Normal – Água Atual = 54L – 49,09L = 4,91L Reposição deverá ser programada em aproximadamente 5000mL/24h Distúrbios Hídricos: Edema/hiperidratação Mecanismo etiológico e fisiopatológico multifatoriais; Faz-se necessário saber a etiologia para direcionar o melhor tratamento. ➢ Restrição hídrica leve (20mL/kg/24h) ➢ Restrição hídrica rigorosa (400-600mL/m2) (m2=4xpeso/peso+90) ➢ Diuréticos (alça) ➢ Hemodiálise (IRA) Obs.: Atenção aos níveis de Sódio!!! Paciente 70kg e 1,70m – ingestão restrita leve aproximada de 1,4L/dia e rigorosa aproximada de 0,7L/dia. DEFICIT DE VOLUME X EXCESSO DE VOLUME DÉFICIT DE VOLUME (DV) “Diminuição do líquido intravascular, intersticial e/ou intracelular. Refere-se à desidratação, perda de água apenas, sem mudança no sódio.” EXCESSO DE VOLUME (EV) “Retenção aumentada de líquidos isotônicos.” DVL ↑FC ↓DU ↑Densida de Urinária ↑Temp. ↓Ench. Capilar ↓Turgor da pele ↓Turgor da línguaPulso Filiforme ↑Hto Fraqueza Mucosas secas Alt. NDC Perda de peso Sede EVL Agitação Alt. PAP Anasarca Azotemia Dispnéia ↑VJ Edema Alt. Na/K ↑Peso↓Hto/ Hgb BH + Alt. NDC Alt. PA Oliguri a ↑PVC RHJ + RA B3 Objetivo do B.H Realizar rígido controle sobre infusões x eliminações para avaliação da evolução clinicado paciente. Por isto, a importância de um bom registro. Através do registro do balanço hídrico podemos observar juntamente com exames laboratoriais, o início de algumas patologias Manejo do Balanço Hídrico Manejo do Balanço Hídrico Diversas doenças alteram o perfil hídrico EX: IC- Débito Cardíaco diminuído ›› Reduz perfusão renal ›› Redução urina ›› sobrecarga hídriga ›› ciclo de deteriorização progressiva Podendo necessitar de diutéricos para restabelecer o BH. Enfermeiro = profissional e destaque na avaliação de progressão do tto Através da avaliação da hidração Avaliação da Hidratação Avaliação clínica; Balanço Hídrico; Análise química do sangue. ✓ Sede (1º sinal) – Osmolaridade-osmorreceptores (hipotálamo) ; Fatores dificultadores: confusão, disgafia, baixa ingesta... ✓ Ressecamento de mucosa; ✓ Alteração pressão arterial (baixa ou alta); ✓ Alteração frequência cardíaca; ✓ Alteração no pulso; ✓ Alteração da pele (fria, pegajosa, ressecada, quente, suada, normal...) ✓ Alteração do preenchimento capilar (2seg); ✓ Edemas. Avaliação clínica ✓ Medição dos líquidos: Balanço Hídrico Entradas • orais; •Nutrição enteral; •Líquidos intravenosos; •Antibióticos e •Líquidos dados com a medicação. Saídas • saída gástricas; •Drenagens; •Vômitos; •Drenagem de colostomias e •Urinas. # A condição hídrica dita a a frequência da medição da urina – ENFERMEIRO determina após avaliação; # Ritmo minimamente aceitável = 0,5mL/kg/h Obs: produção de urina que cessa repentinamentefrequentemente é causada por obstrução cateter. Avaliar antes de medidas adicionais. Balanço Hídrico Qlqr diminuição deve ser relatada e investigada ✓ Pacientes hipotensos ou desidratados tem maior risco de IRA Análise bioquímica ATENÇÃO DO ENFERMEIRO - Primeiro sinal = redução da diureses - Alteração ureia e creatinina Obs: uréia alta e creatinina normal = desidratação Como realizar o BH ▪ Responsabilidade da enfermagem ; ▪ Atualmente questionado pela ampla variabilidade, porém qdo realizado por profissional capacitado, pode traduzir de modo adequado as variações ponderais; ▪ O enfermeiro tem importante função de capacitação da sua equipe Como realizar o BH ▪ Importante ser relacionada com peso corporal porém a monitorização de peso nem sempre é possível em algumas UTI´s, por: - Pct co mobilidade reduzida; - Falta de balança ou cama/balança; - Variabilidade de protocolo; - Dificuldade Medida do peso corporal e estimativa das variações temporais e evolutivas do peso Como fazer ??? Método convencional A diferença entre as entradas e saídas Fator limitante: perdas insensíveis (frequentemente sub/superestimada) Como estimar as perdas sensíveis ??? 1) 12 mL/Kg 3) Raiz quadrada de (peso X altura/3.600 4) X=0,007184 X(peso corporal)0,425 X altura (cm) 0,725 2) Peso X 10 COMO DEVE SER FEITO O REGISTRO NA FOLHADE BALAÇO HÍDRICO?????? Identificação do paciente; Data (dia em que o balanço foi realizado); Hora (momento em que foram registrados os dados do balanço); Deve-se anotar no momento em que se realizou o ganho ou perda. Procedimento: 1- Todo liquido deve ser medido antes de se oferecer aocliente e o volume registrado no impresso de ControleHidrico, na coluna correspondente a liquidos ingeridos,com o respectivo horário. Fechar o balanço parcial obedecendo os horários padrões (6/12/18 h) e nas24 horas, sob a responsabilidade do enfermeiro do serviço noturno; Encerrar o BH as 06 horas fazendo a soma de cada item separado( VO, soro, diurese, etc..). O balanço hídrico final serão total de líquidos administrados subtraído do total de líquidos dos eliminados; O fechamento do BH poderá ser feito pela equipe do Noturno ou da manhã, conforme rotina a ser estabelecida PORÉM sempre considerando o Total até as 06 horas; Distribuir o Volume hídrico destinado pela Nutrição para a dministração de medicamentos nas 24 Horas. MODELO
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