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FLUIDOTERAPIA EM PEQUENOS ANIMAIS

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FLUIDOTERAPIA
bASES E PRINCIPAIS INDICAÇÕES 
INTRODUÇÃO 
Fluidoterapia: tratamento de suporte em doenças que causam perdas de fluidos e eletrólitos
O objetivo da fluidoterapia é corrigir distúrbios hidreletrolíticos, acidosbásicos, reidratar o paciente, restaurar a volemia- volume sanguíneo circulante (hemorragias//hipovolemia: perdas gastrintestinais, sangramentos, poliúria, vasodilatação//choque) e manter a homeostase para impedir a mortalidade e os danos a órgãos e sistemas. Também é um veículo para administração de medicamentos. Em pacientes cirúrgicos o acesso venoso é mantido para manutenção da diurese (produção de urina pelo rim).
Está baseada somente em estimativas de déficit hidroeletrolítico e de substâncias alcalinizantes e acidificantes. Não são valores mensurados, é inexata, faz-se cálculos de volume e composição de soluções a serem empregadas. 
A volemia normal corresponde a aproximadamente 6 a 7% do peso corporal do gato e 8 a 9% no cão.
A terapia de líquido compreende três fases: reanimação, distribuição e manutenção. 
A reposição volêmica com grandes volumes de líquido em pequenos intervalos de tempo (15-60min) é indicada em diversos tipos de choque, com exceção em pacientes com choque cardiogênico pois a sobrecarga de volume será um agravante. A fase da distribuição ou reidratação é aquela onde o líquido entra no meio intravascular e se equilibra no meio intracelular. O volume de manutenção é a quantidade de líquido necessária para manter a homeostase, indicado para pacientes que não tem ingestão hídrica e não apresentam depressão, hipotensão ou perdas contínuas. 
Pacientes anêmicos e hipoalbuminêmicos são exceções, pois dependem de transfusão sanguínea (concentração de hemácias ou sangue total) e uso de albumina ou colóides sintéticos. 
A seleção do líquido depende da necessidade de cada paciente, incluindo volume, taca, frequência e composição. Fatores como estado do paciente e curso da doença (Agudo ou crônico), alterações no equilíbrio acidobásico, hidroeletrolítico e nas pressões hidrostáticas e/ou oncóticas, e comorbidades associadas devem ser levados em consideração. 
A expansão volêmica desnecessária piora a congestão sistêmica e/ou pulmonar. Sobrecargas de volume pode levar a complicações como edema pulmonar, periférico, cerebral. 
FLUIDOS CORPORAIS 
· COMPOSIÇÃO:
· ÁGUA: 
- 60% do p.v em cães e gatos adultos
- 80% p.v em cães e gatos filhotes – desidratam muito rápido
- % menor em idosos, obesos e fêmeas. 
· PROTEÍNAS
· ELETRÓLITOS (solutos dissolvidos) 
Cátions: Na, K, Ca, Mg
Ânions: Cl, HCO 
· DISTRIBUIÇÃO:
· Fluidos extracelulares (FEC)- 40% da água corporal total
-Intersticial: 75% total dos FEC
-Intravascular: 25¨do total dos FEC (16x mais proteína que o intersticial)
· Fluidos intravasculares (FIC)- 60% da água corporal total 
· Outros fluidos- cefalorraquidiano, gastrointestinal e biliar (5%)
· “Água metabólica” (5-10%)- produzida nas reações oxidativas do metabolismo. 
Gestação: aumento da quantidade total de água corpórea (líquido amniótico, placenta, feto, aparelho mamário).
· ABSORAÇÃO E ELIMINAÇÃO DE FLUIDOS:
INTESTINO DELGADO: principal local de absorção de água (cerca de 50% do fluido total ingerido)
INTESTINO GROSSO: absorve maior parte da água, determinante na consistência das fezes. 
URINÁRIO, DIGESTÓRIO (secreções gástricas, intestinais, pancreáticas e salivares), RESPIRATÓRIO, TEGUMENTO 
PATOLÓGICAS: baixa ingestão hídrica, anorexia, poliúria, sialorreia, diarreia, vômito, queimaduras, perda de fluido para 3º espaço (obstrução intestinal, peritonite, efusões e hemorragias em cavidades). 
INDICAÇÕES PARA FLUIDOTERAPIA
· HEMORRAGIAS
A queda no volume circulante pelo sangramento eleva o inotropismo e cronotropismo cardíacos para compensar a perda, exige maior gasto energético e há menor oferta de oxigênio circulante, podendo ocorrer isquemia miocárdica como necrose tecidual, lesão neuronal e renal. 
A acidose metabólica instalada devido ao aumento do lactato sanguíneo, associada à disfunção miocárdica, ao desequilíbrio hidroeletrolítico e ao déficit da função renal, pode levar a disfunção de múltiplos órgãos e óbito. 
A correção do déficit do volume intravascular promove melhora no desempenho do miocárdio, aumenta o volume diastólico final e melhor ao transporte de oxigênio, além de corrigir os distúrbios acidobásicos e hidroeletrolítico, diminuindo a mortalidade e reduzindo a necessidade de transfusão sanguínea. 
Todo paciente vítima de traumatismo e hipotenso com suspeita de hemorragia deve ser tratado com infusão de líquidos isotônicos antes do procedimento cirúrgico (Comitê de trauma do colégio americano de cirurgiões). 
A solução salina hipertônica 7,5% tem capacidade de elevação do inotropismo cardíaco e redistribuição do fluxo para órgãos nobres, como rins e coração, sendo efetiva na reanimação inicial pós-hemorragia. 
· HIPOVOLEMIA
A administração de líquido é um dos tratamentos fundamentais na estabilização da hemodinâmica dos pacientes em estado crítico. 
A hipovolemia resultante da perda aguda da volemia no sistema vascular leva a diminuição do retorno venoso cardíaco, queda da pré- carga, redução do débito cardíaco, perfusão periférica e da pressão arterial. 
· DESIDRATAÇÃO 
Estado clínico devido a perda de água do meio intravascular e intersticial. É definida como a perda de água do tecido extravascular (interstício e intracelular). Ocorre quando a perda de fluidos é maior que sua ingestão.
Clinicamente é observado diminuição da elasticidade da pele, mucosas ressecadas e sem brilho, posição mais aprofundada dos olhos nas órbitas e perda significante de peso corporal. 
Pode decorrer de diarreia profusa (abundância), vômitos, peritonite, pleurite, traumatismo grave, sudorese excessiva, obstrução gastrintestinal, febre, baixa ingestão hídrica, diuréticos, altas temperaturas e poliúria. 
· PERDA DE ÁGUA
- Como a ingestão de água é intermitente (com intervalos) e a perda de água é contínua, o animal sempre está diante do problema da lenta desidratação. 
- Toda desidratação séria envolve perda de água e eletrólitos. 
É classificada em função da osmolalidade do líquido corporal: hipotônico, isotônico e hipertônico. 
· ISOTÔNICA: 
Há diminuição proporcional de água e sais/eletrólitos, a osmolaridade permanece inalterada. 
Tem como causas: vômitos, diarreia, anorexia, choque hipovolêmico, glicosúria, doença renal, lesões de tecidos moles, peritonite (sequestro de FEC). 
A reposição é feita com solução fisiológica a 0,9% ou ringer com lactato. 
· HIPOTÔNICA: 
Perde mais sódio/eletrólitos do que água, levando a diminuição da concentração de sódio no FEC (em maior proporção) levando ao ingurgitamento celular (líquido preenchendo as células).
Associada a diarreia secretória intensa ou profusa, vômitos com subnutrição grave.
Pode decorrer do uso excessivo de diuréticos. 
Reposição realizada com ringer com lactato ou solução fisiológica a 0,9%. 
· HIPERTÔNICA: 
Aumento da perda de água e menor perda de sais. Há aumento da concentração de sódio no FEC e saída de líquido das células (meio extracelular hiperosmolar). 
Em função de calor excessivo, exercício intenso, salivação excessiva, convulsões, estresse, febre intensa. 
Repõe com glicose 5% diluída em SF 0,45%; basicamente para fornecimento de água livre. 
Ou glicose 5% em SF 0,9%
O uso da dextrose tem sido evitado pois pode acarretar elevação da glicemia, e essa condição pode piorar a função neurológica após eventual parada cardíaca, seu uso é recomendo caso seja indicada como parte da administração de líquido durante a manutenção anestésica se houver indicação plausível (ex.: diabetes mellitus em insulinoterapia, insuficiência hepática, hipernatremia ou hiperpotassemia). 
Cálculo do volume de reposição: Peso corporal x % de desidratação x 10 = volume em ml para correção. 
A anamnese é importante (temperatura ambiental, temperamento do animal, ingestão de água e alimentos, exercício físico, ambiente em que vive, alterações gastrointestinais, geniturinárias, hemorragia, sialorreia, uso de medicamentos)na escolha do líquido que será utilizado na fluidoterapia. 
Parâmetros para avaliação de paciente desidratado com base no Ht e PPT; se encontrarão elevados.
TIPOS DE COMPOSIÇÃO DE LÍQUIDOS
 A reposição de volume intravascular pode ser feita por meio de infusão de soluções cristaloides ou coloides, ou ainda por carreadores sintéticos de oxigênio. 
· CRISTALÓIDES 
NaCl 0,9%, NaCl 0,45%, Ringer Lactato, Glicose 5%
São soluções à base de água com moléculas pequenas às quais a membrana capilar é permeável, fazendo-os capazes de entrar em todos os compartimentos corpóreos, principalmente nos intracelular e intersticial. 
Possui baixo custo, utilizadas na reidratação por excelência. Podem ser administrados em quantidades consideráveis, exceto em cardiopatias e doença renal oligúrica. 
São efetivos na expansão do compartimento plasmático, e a dose deve ser de 2,5 a 3 vezes maior do que a recomendada para colóides, pois são difundidos para outros locais. 
O cloreto é o principal responsável por acidemia (acidose hiperclorêmica) após a reposição com solução salina a 0,9%, complicação de difícil tratamento (níveis séricos de cloreto podem perdurar por semanas até alcançarem valores basais). 
A utilização de lactato de Ringer ainda não é considerada ideal para reposição volêmica,
São de grande importância pois participam de todo plano de terapia hídrica que ocorre, ajudando o líquido intersticial desempenhar seu papel no metabolismo e sobrevivência da célula. 
Podem ser divididos em solução de manutenção e solução de reposição. Ambas NÃO PODEM SER ADMINISTRADAS RAPIDAMENTE. 
· SOLUÇÕES DE REPOSIÇÃO
As soluções de reposição são isotônicas, alcalinizantes ou acidificantes, e mesmo com composição de eletrólitos semelhante ao plasma, possuem o sódio como base da constituição. Foram desenvolvidos para corrigir falhas específicas na concentração plasmática, quantidade corporal total de eletrólitos e álcalis. Podem ser utilizadas de forma rápida e em quantidades consideráveis, mas cuidadosas, sem interferir nas concentrações hidroeletrolíticas normais do plasma. No entanto, a administração em grande volume pode causar redução da pressão oncótica plasmática, diluindo sua concentração de bicarbonato e resultando em uma acidemia dilucional, pode ser evitada se empregar soluções com lactato, acetato ou gluconato, pois são precursores metabólicos do bicarbonato por biotransformação muscular, hepática e na maioria dos tecidos. 
Utilizadas para recuperar os déficits, sendo o Na a base da sua constituição. Podem ser administradas rapidamente em pacientes em estado de choque sem alterar as concentrações de eletrólitos no plasma.
· SOLUÇÕES DE MANUENÇÃO 
As soluções de manutenção são administradas em pacientes enfermos após a recuperação do déficiti hídrico. Formuladas com o intuito de repor as perdas diárias normais de eletrólitos ao paciente que não está apto a manter aporte adequado de eletrólitos e líquidos hipotônicos, e satisfazem necessidades de potássio em pacientes que necessitam. Pouco Na e muito K. 
Caso sejam utilizados fluidos de reposição na terapia de manutenção, o excesso de eletrólitos é eliminado devido a função renal, e se forem utilizados de forma prolongada, pode resultar em hipocalemia. Por isso, soluções de reposição deverão ser adicionadas com cloreto de potássio (20-30 mEq/L). São soluções que, em comparação ao plasma, possuem quantidade mais elevada de potássio e muito mais baixa de sódio e cloreto. Não são elaboradas para infusões rápidas. 
A solução glicosada a 5% deve ser aplicada de forma lente (para repor déficits, administração de fármacos em velocidade constante ou combinada com outros líquidos de reposição). Pode ser administrada em pacientes que apresentam alto risco de desenvolver hipoglicemia, insulinomas ou choque séptico. 
Na fluidoterapia parenteral, os cristalóides são primariamente líquidos de reposição e manutenção de volume intersticial, pois por exemplo, cerca de 80% do RL via IV move-se ao interstício após 1h e somente cerca de 20% permanecem no espaço intravascular. Já os colídes ficam restritos ao espaço intravascular, pois seu objetivo é atrair o líquido para esse espaço. 
· ISOTÔNICOS (Na=plasma) 
Como só contém água e íons, distribuem-se rapidamente no espaço intersticial (30-60min após administração IV, apenas 25% do volume permanece no espaço vascular os outros 75% foram para o interstício). 
Ex.: NaCl 0,9%, Ringer simples, Ringer lactato (RL). 
· HIPOTÔNICOS (Na<plasma)
No frasco, esses cristalóides são isotônicos pois contém glicose, mas uma vez no organismo a glicose é metabolizada rapidamente pelas células, assumindo forma de água livre, hipotônica. 
Ex.: Glicose 5% diluída em SF 4,5% ou em água destilada
· HIPERTÔNICOS (Na>plasma) 
Mais indicados para compensar perdas de água livre sem perda de eletrólito. Como na impossibilidade de beber, hipertermia. É conveniente em patologias que requerem soluções pobres em Na (cardiopatias). São úteis como diuréticos osmóticos fracos. Apresentam concentração de sódio ou glicose elevadas, assim como a osmolaridade em comparação ao plasma. 
Ex.: NaCl 3,0%, 7,0& e 7,5%, hipertônica de glicose (> ou igual a 10%), manitol 10% e 20%. 
NaCl 7,5%: reposição rápida de volume circulante em caso de choque hipovolêmico agudo. Indicado para pacientes com trauma crânio-encefálico, melhorando consideravelmente a perfusão cerebral associado. 
Dose: 4 a 6 ml/kg (cão) e 2 a 4 ml/kg (gato)
Velocidade máxima: 1ml/kg/min. 
Bom para corrigir casos de edema, quando interstício se encontra saturado. 
Risco de aumento excessivo de níveis de sódio e cloreto plasmáticos 
Risco de provocar aumento excessivo da osmolalidade plasmática 
Não podem ser usados em animais desidratados, pois captam a água dos outros compartimentos para o intravascular, agravando a desidratação. 
As soluções de Manitol possuem osmolalidade elevada, DEVENDO SER ADMINISTRADAS LENTAMENTE (20 a 30min). 
Promove aumento rápido da volemia
Diminui pressão intracraniana (PIC)
Baixo custo e de fácil aquisição 
Sem riscos de infecção 
Efeito imediato sobre a resistência vascular 
TRANSFORMAR NACL 0,9% EM NACL 7,5%
1. Calcula-se a dose (4-6 ou 2-4 ml/kg) 
2. Divide este valor por 3 
3. 2/3 correspondem a quantidade de NaCl 0,9% 
4. 1/3 ao NaCl 20% a ser misturado 
Ex.: Cão de 10 kg 
4ml/kg*10= 40 ml de NaCl 7,5%
40/3= 13,33ml de NaCl 20% (corresponde a 1/3)
13,33 * 2= 26,66 ml de NaCl 0,9% (corresponde a 2/3)
Glicose a 10%: Induz diurese osmótica em caso de doença renal oligúrica. São usadas como fonte de enrgia (não deve ser utilizada como fonte de caloria para pacientes, pois propicia apenas 15% das necessidades calóricas de manutenção, é metabolizada e serve somente como fonte de água). 
Velocidade máxima: 1ml/kg/min
MANITOL a 10%: Induz diurese osmótica (boa) e é útil no tratamento de doença renal oligúrica, edema cerebral e glaucoma. 
Velocidade máxima: 1ml/kg/min
· COLÓIDES
Os colóides são conhecidos por seu alto peso molecular, exercem efeito expansor, pois possuem macromoléculas, como proteínas ou polissacarídeos sintéticos, incapazes de atravessar o endotélio capilar, permanecendo no espaço intravascular (até 36h). Permite o reestabelecimento da volemia de forma mais duradoura que com os cristalóides. 
As moléculas aumentam a pressão oncótica do plasma, provocam a entrada de líquido do espaço intersticial para o vascular, é necessário a administração de uma menor quantidade de fluido para reestabelecer a volemia, sendo mais eficaz que os cristalóides. Podem ser classificados em naturais ou sintéticos. 
Sã mais duradouras e necessitam de volumes menores, tem ação antiinflamatória (suprime mediadores pró-inflamatórios). Possui custo elevado e não apresentam superioridade quando comparados aos cristalóides, pois essas soluções possuem efeitos adversos significativas. 
Indicado para manter ou aumentar perfusão tecidual em pacientes com quadros de sepse, traumatismo, choque ou estresse cirúrgico. 
Hipovolemia (PT<4mg/dl); hipoalbuminemia (<1,5 g/dl)- reduz risco de edema; hipoproteinemia(PT< 3,5g/dl); perda de fluido para terceiro espaço- edema de extremidades, ascite. 
Associar com cristaloides isotônicos para reidratar o interstício. 
	1 COLÓIDES NATURAIS 
	Albumina 23%, plasma, sangue total
	2 COLÓIDES SINTÉTICOS 
	Gelatina, amidos (dextrano-40, dextrano-70, hidroxietilamido) oxyglobin ®- base de Hb)
O uso de colóides é indicado quando necessita melhorar quadros de hipotensão e contribuir para manutenção da pressão oncótica, como no tratamento de hipovolemia, já que resulta imediatamente na estabilidade hemodinâmica e oxigenação adequada. 
A administração sem cuidados pode levar a efeitos colaterais como coagulopatias (inibição da coagulação devido ao seu efeito anti-trombótico), falência real, reações anafiláticas e disfunção hepática. A probabilidade de edema pulmonar ou edema periférico é menor com as soluções coloidais, assim como, o efeito deletério sobre coagulação devido a hemodiluição. Estão associados a menor neutrofilia e ação antiinflamatória, diminuem lesão endotelial ao coibir extravasamento plasmático para o interstício. 
- Inibição da coagulação: Dextrano (70>40)> Hidroxietilamido> gelatinas 
- IRA: Dextranos 70>40 
Precipitam nos túbulos renais em pacientes severamente desidratados ou com perfusão renal prejudicada 
PLASMA: Contém albumina, fatores de coagulação. O ideal é o plasma fresco, até 8h após a coleta. Pode ser cibservado até 1 ano a -40ºC até -60ºC ou até 4 meses a -20ºC. A cada 500ml de sangue se tem 250ml de plasma. Pode ser infundido 20 a 30 ml/kg em 24h, em velocidade de 4 a 8 ml/kg/h. Aproximadamente 22,5 ml de plasma é necessário para aumentar a albumina do paciente em 5g/dl. 
DOSES: 
Plasma: 20 a 30 ml/kg em 24h em velocidade de 4 a 8ml/kg/h
Dextrano: 10 a 20 ml/kg/dia para cães e 5 a 10ml/kg/dia para gatos
Gelatina: 20 ml/kg
Ovyglobin- Hb livre: 30 ml/kg em velocidade de 10ml/kg/h 
Hidroxietilamido: 20 a 30 ml/kg
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
· VIA INTRAVENOSA- IV
Mais indicada e utilizada: animais muito doentes, corrige desidratação, hipotensão, situações emergenciais, permite rápida expansão de volume, soluções cristalóides e colóides, durante a anestesia (aumenta perfusão renal), alimentação parenteral. 
Efeito imediato; fluidoterapia estéril; tricotomia e assepsia local; monitoramento do paciente. 
Locais: veias jugulares, cefálicas, safenas (lateral/medial) 
Riscos: flebite, infecção, hiper-hidratação, embolia, hemorragias. 
Scalp ou cateter periférico (trocar após 72h), ou cateter central (aumenta osmolaridade)
· VIA ORAL- VO
Via mais fisiológica, utilizada de forma direta ou por sondas (nasogástrica, gástrica através de faringostomia, gastrostomia). Principalmente em neonatos, indicada para administração de soluções hipertônicas e hipercalóricas. 
Contraindicada: vômitos, choque, pacientes inconscientes 
· VIA SUBCUTÂNEA- SC
Muito utilizada, mas não é indicada para pacientes com desidratação moderada a grave ou para aqueles que apresentam comprometimento circulatória, pois a circulação cutânea está diminuída em animais com depleção de volume, resultando em absorção lenta. 
Indicada para pacientes com desidratação leve. 
Uso de fluidos isotônicos (ringer lactato, solução salina 0,9%), outras soluções podem provocar desconforto por via SC. Pode haver formação de abscessos e celulite quando não há assepsia cuidadosa. 
Contraindicada (vasoconstrição periférica): severamente desidratados, hipotermia. 
É uma boa escolha para cardiopatas, pois a fluido SC é improvável a ocorrência de sobrecarga de volume. 
O fluido deve ser preferencialmente aquecido (morno) devido ao desconforto. 
Para acelerar a absorção pode-se adicionar hialuronidase (enzima facilitadora da difusão de líquidos injetáveis, extraída do testículo de bovinos) - 1,0ml/L de fluido.
· VIA INTRAPERITONEAL- IP 
Absorve grandes volumes, somente isotônicos. É pouco empregada devido aos riscos de peritonite, perfuração de alças intestinais. Indicada para neonatos, onde é difícil o acesso venoso. 
· VIA INTRAÓSSEA- IO 
Introdução de fluidos na cavidade medular de ossos longos (tíbia é o mais indicado). 
Vantagens: animais muito pequenos, extremamente hipotensos, veias periféricas muito finas e frágeis. 
Contraindicações: fratura óssea, defeitos ortopédicos congênitos ou de desenvolvimento, presença de infecção no local de introdução da agulha, vigência prévia de osteomielite ou septicemia. 
Desvantagens: velocidade da fluido (de acordo com o diâmetro medular) 
Irrita o cateter a cada 4h com solução fisiológica heparinizada 
Permanência máxima: 75h
Em animais pediátricos e neonatos, a medula óssea do fêmur e úmero é acessada com mais facilidades do que as veias de pequeno calibre colapsadas. Nessa técnica é necessário uma rigorosa assepsia para evitar infecção, formação de abscessos e sepse. É doloroso e deve-se infiltrar lidocaína na pele, SC e periósteo antes de introduzir o cateter. Pode causar lesão iatrogênica em nervos regionais. 
Utilizada para administrações rápidas e em curto prazo, possui rápida absorção e é recomendada para uso de fluidos, medicamentos e derivados do sangue. 
· COMPLICAÇÕES DE PUNÇÃO DE MEDULA INTRAÓSSEA
Pode causar danos as estruturas moles; 
Ausência de medula;
Osteomielite (assepsia inadequada); 
Perfuração de órgãos e vísceras: reto e próstata 
Fraturas: movimento do braço, múltiplas perfurações 
· OBJETIVOS DA FLUIDOTERAPIA
Reidratação do paciente; 
Paciente em choque 
Paciente que não consegue manter o consumo adequado de H20 
	FLUIDOS PARA RESSUCITAÇÃO
	FLUIDO
	DOSE
	
	CÃES
	GATOS
	Cristalóide isotônico
	90 ml/kg
	50 ml/kg
	Colóide sintético
	10 a 20 ml/kg
	5 a 10 ml/kg
	Salina hipertônica 7,5%
	4 a 6 ml/kg
	2 a 4 ml/kg
· NECESSIDADES HÍDRIAS 
· DIÁRIA 
CÃO: 40 ml/kg (para maioreses) a 60 ml/kg (para menores) - devido ao metabolismo; em média 50ml/kg
GATO: 70 ml/kg
FILHOTE: 130 ml/kg
Animais pequenos, imaturos, lactantes, febris e expostos a elevadas temperaturas possuem exigências maiores. 
· 90% da água é ingerida (bebida e alimentos)
· 10% é “água metabólica”, ou seja, produzida a partir das reações oxidativas do metabolismo. 
DÉBITO URINÁRIO 
É a quantidade de urina produzida, mensurado a cada 4 a 6 horas. 
· Produção de urina cão: 
Normal: 2 ml/kg/h ou 25 a 50 ml/kg/dia 
Se menor que 25 ml/kg/dia, considera-se oligúria 
Se não mensurado, anúria. 
· Produção de urina gato: 
Normal: >2 ml/kg/h 
Se menor que 0,27 a 0,5 ml/kg/h, considera-se oligúria 
Entre 1 a 2 ml/kg/h ainda inadequada. 7
A avaliação da produção deve ser através de sonda com coletor fechado ou pesagem de fraldas
· PARÂMETROS PARA AVALIAR O PACIENTE DURANTE A FLUIDO 
· Hidratação 
· TPC e coloração de mucosas 
· Peso (não exceder 10% do peso ao dia) 
· Pulso 
· VG e PPT 
· Produção de urina 
· Densidade urinária (1,015 a 1,020) 
· Cuidado com edema pulmonar: secreção nasal serosa, quemose, crepitações à ausculta pulmonar, dispneia, além de edema SC, ascite. 
· MANIFESTAÇÕES DE SOBRECARGA DE FLUIDO 
· Taquicardia
· Inquietação 
· Tremores
· Exoftalmia 
· Quemose 
· Dispneia 
· Taquipneia 
· Aumento de ruídos broncovesiculares 
· Crepitação pulmonar (ruido/chiar)
· Edema 
· Descarga nasal serosa 
· Depressão mental 
· Edema sc
Tratamento: diminui-se o volume; uso de vasodilatadores e diuréticos. 
· PACIENTE CONTINUA DESIDRATADO/HIPOVOLÊMICO 
· Erros no cálculo da fluido (rever/refazer) 
· Erro na pesagem do animal 
· Perdas superiores às reposições calculadas 
· Infusão muito lenta 
· Perdas aumentadas (poliúria, ofegância, hipertermia)

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