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LÍNGUA PORTUGUESA PROFESSOR DIEGO AMORIM SINTAXE - RELAÇÕES I - PERÍODO SIMPLES TIPOS DE SUJEITO: 1) Simples: possui apenas um núcleo. Ex: Os meus melhores amigos saíram. Entraram em contradição os tesoureiros. Ninguém fará os deveres? Quem disse isso? 2) Composto: possui mais de um núcleo. Ex: Estiveram aqui o bispo e o padre. Os soldados e suas famílias se encontraram. OBS.: em a) ‘Os meninos do bairro X, do bairro Y e do bairro Z não passarão de ano’. b)‘Ontem viajou José e João, hoje’. 3) Oculto / Elíptico / Desinencial: sujeito trazido pelo contexto ou pela desinência verbal. Ex: Chegastes cedo. Semana passada, estivemos em Londres. Foram à praia. 4) Indeterminado: não há como identificar a palavra sobre a qual se faz a declaração. 1º caso: 3ª pessoa do plural sem sujeito contextual Ex: Bateram na porta. Estão te chamando lá fora. Falaram muito mal de você. OBS.: em a) ‘Foram à praia.’ b) ‘Nunca mais se viram.’ 2º caso: 3ª pessoa do singular + SE, índice de indeterminação do sujeito (I.I.S.). OBS.: o SE será I.I.S. quando acompanhado de a) VI, b) VTI, c) VL e d) VTD+OD preposicionado. Ex: a) Devagar se vai ao longe. b) Precisa-se de amores. c) Aqui se está feliz. d) Ouviu-se a músicas diversas. D.D.D.: Para se entender melhor I.I.S., faz-se necessário aprender Transitividade Verbal. 1. TRANSITIVIDADE VERBAL: 1) Verbos Intransitivos: ação completa. Ex.: Joana morreu ontem. Ana e Beth vivem em Porto Alegre. Eles foram para o passeio. Os empresários chegaram de Tóquio. 2) Verbos Transitivos Diretos: ação incompleta, não pede preposição obrigatória. Ex.: José construiu a casa. Os meninos ganharão a partida? 3) Verbos Transitivos Indiretos: ação incompleta, pede preposição obrigatória. Ex.: Maria gosta de todos. Vocês necessitam de algo para o almoço? Tudo depende do empréstimo. 4) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos (bitransitivos): ação incompleta, pedem o objeto direto e o indireto ao mesmo tempo. Ex.: Elas ofereceram flores a todos os presentes. Os estudantes informarão seus estudos à faculdade. 5) Verbos de Ligação: indicam apenas uma noção, necessitando de uma qualidade ou estado. Ex.: Júlia ficou tensa com a prova. Os candidatos permaneceram inquietos. OBS.: em a) ‘Os candidatos permaneceram em sala’, o verbo é intransitivo, pois indica uma ação acabada, completa e não há uma qualificação ou mesmo um estado do sujeito. D.D.D.: Para que não se perca o entendimento do estudo da palavra SE, é mister que se compreenda a vertente da palavra SE como partícula apassivadora, PA, por conseguinte, das Vozes do Verbo. 2. VOZES DO VERBO Voz Ativa: o sujeito age na ação verbal. Voz Passiva: o sujeito sofre a ação verbal. a) sintética: SE b) analítica: Locução verbal. Voz Reflexiva: o sujeito age e sofre ao mesmo tempo. Ex.: Marina visitou duas colegas. (V.A.) Os vadios recebem o merecido castigo. (V.A.) Pedro estuda muito. (V.A.) Alguém foi traído por ele. (V.P.) Duas colegas foram visitadas por Marina. (V.P.) Alugam-se casas de praia. (V.P.) Ouviram-se músicas diversas na festa. (V.P.) O artigo do jornal será assinado pelo chefe. (V.P.) João se vestiu rápido. (V.R.) Todos se feriram com a brincadeira. (V.R.) 3. PARTÍCULA APASSIVADORA O SE será partícula apassivadora quando estiver ligado a: a) V.TD e b) V.T.D.I., sendo, portanto, impossível confundir-se com o SE, I.I.S. Assim: Ex.: Viu-se o erro da prova. Vendem-se lotes de chácara. Já não se fazem alunos como antes. Visitaram-se duas colegas. Informou-se o ocorrido aos funcionários do banco. OBS.: cuidado com o V.T.D., pois é utilizado nas duas formas do SE até aqui estudadas. Ex.: Cumpriu-se o dever. (P.A.) Cumpriu-se com o dever. (I.I.S.) Amam-se todos. (P.A.) Ama-se a todos. (I.I.S.) Como não há, em português, sujeito preposicionado, não pode haver passividade nas orações acima em que há preposição. 4. ORAÇÃO SEM SUJEITO 1) Verbos em Fenômenos Naturais: Ex.: “Chove lá fora e aqui faz tanto frio.” Em Brasília, trovejou bastante. Neva todo ano no Rio Grande do Sul. OBS.: em a) Choveram palavrões na reunião. b) O chefe trovejava xingamentos. c) A neve caiu em Brasília. Aqui há sujeito nas duas primeiras orações, pois o verbo está sendo usado de maneira figurada, fora do sentido real. E há também sujeito na última, porque o verbo não está em sentido de fenômeno natural. 2) Verbo HAVER no sentido de EXISTIR: Ex.: Há pessoas interessadas em sala. (Existem pessoas interessadas em sala.) Houve congressos importantes. (Existiram congressos importantes.) Deve haver situações embaraçosas. (Devem existir situações embaraçosas.) OBS.: quando não houver o sentido de existir, o verbo haver concorda com seu sujeito: Ex.: Os pais haviam chegado cedo. Os pais existiam chegado cedo. 3) Verbos com o Sentido de Passagem do Tempo (tempo decorrido): Ex.: Vai para três meses sem você. Já passa das onze. Fazia quinze anos que não a via. Andava por décadas sem notícias. Há dias não durmo. São 8h. Hoje é dia 23. Hoje são 23. D.D.D.: Sempre quando houver Oração sem Sujeito, o verbo dessa oração será um verbo impessoal (sem pessoa, sujeito), ficando, assim, na terceira pessoa do singular. À exceção do verbo SER, que concorda com o número/palavra mais próximos. 4) Verbos cujo sentido não permita inferir o sujeito ou mesmo se declarar algo sobre alguém, já que não há alguém que aja nem que sofra ação: Ex.: Parece domingo. Faz calor aqui. Está muito quente em Porto Alegre. Basta de loucuras! Chega de impunidade! Daqui até lá são nove quilômetros. PREDICADO (declaração) a) Verbal: (V.I., V.T.D., V.T.I., V.T.D.I.) b) Nominal: (V.L.+ P.S.) c) Verbo-Nominal: (V.I., V.T.D., V.T.I., V.T.D.I. + P.S., P.O.) Ex.: José continua doente.(P.N.) Bárbara ficou em casa só por esta noite. (P.V.) Elba chegou contente. (P.V.N.) Os meninos olhavam o palhaço encantados. (P.V.N.) O juiz considerou todos culpados. (P.V.N.) Chamaram o professor de louco. (P.V.N.) Os meninos olhavam o palhaço encantado. (P.V.) Ana vestiu a roupa lindíssima. (P.V.) Ana vestiu a roupa, lindíssima. (P.V.N.) A lindíssima Ana vestiu a roupa. (P.V.) A aluna, esperta, passou. (P.V.N.) A aluna esperta passou. (P.V.) D.D.D.: será AADN toda qualidade permanente; será PS/PO toda qualidade temporária – dependente da ação verbal. Elba chegou contente [temporária - PS]. (P.V.N.) Os meninos olhavam o palhaço encantados [permanente - AADN]. (P.V.N.) O juiz considerou todos culpados [temporária - PO]. (P.V.N.) Chamaram o professor de louco [temporária - PO]. (P.V.N.) Os meninos olhavam o palhaço encantado [permanente - AADN]. (P.V.) Ana vestiu a roupa lindíssima [permanente - AADN]. (P.V.) Ana vestiu a roupa, lindíssima [temporária - PS]. (P.V.N.) A lindíssima [permanente - AADN] Ana vestiu a roupa. (P.V.) A aluna, esperta [temporária - PS], passou. (P.V.N.) A aluna esperta [permanente - AADN] passou. (P.V.) OBJETO DIRETO (V.T.D.) a) Pleonástico: Ex.: As crianças, deixei-as em casa. b)Reflexivo: Ex.: Sandro se adora. c) Recíproco: Ex.: Sandro e Aloísio se amam loucamente. d) Preposicionado: Ex.: Comemos do bolo. Puxaram da faca. Todos tomaram do chimarrão. Cumpriu com o dever. Venceu o Brasil ao Chile. OBJETO INDIRETO (V.T.I.) a) Pleonástico: Ex.: Aos chefes, informei-lhes a notícia. b) Reflexivo: Ex.: Sandro se gosta bastante. c) Recíproco: Ex.: Sandro e Aloísio se bastam. COMPLEMENTO NOMINAL I. Obrigatório II. Preposicionado III. Paciente Ex.: Paulo tinha inclinação pela música. Estudavam as lições referentes à questão da prova. Tínhamos amor à pátria. Joana tem necessidade de amor. Ela era útil a todos. Ela lhe era útil. ADJUNTO ADNOMINAL I. Opcional II. Artigo, pronome, numeral, adjetivo, locução adjetiva. III. Agente Ex.: Os meus primeiros e melhores amigos de escola, ou seja, amigos escolares, morreram. D.D.D.: Para diferenciar C.N. de AADN, basta que se analise a ação da palavra frente à qual está ligada: se agente, AADN; se paciente, C.N.: Ex.: O pronunciamento da medida foi adiado. (paciente > C.N.) O pronunciamento do deputado foi adiado. (agente > AADN) O amor de Diego à Ana é infinito. ( de Diego, agente > AADN; à Ana, paciente > C.N.) OBS.: em a) A lembrança de meu pai alegrou-me. ( de meu pai, tanto pode ser paciente, C.N., quanto agente,AADN). Somente o contexto irá dirimir qualquer dúvida. ADJUNTO ADVERBIAL a. Verbo b. Adjetivo c. Advérbio Ex.: Não chegaremos amanhã. (negação e tempo) Escrevemos muito bem. (intensidade e modo) Saiu de casa para o almoço. (lugar e finalidade) Diego fala baixo. (modo) Diego é bastante baixo. (intensidade) Abriu a porta com a chave. (instrumento) Chegou de manhã e saiu às pressas. (tempo e modo) Nós nos divertimos muito apesar da chuva. (intensidade e concessão) Talvez viajemos juntos. (dúvida) Não sou ninguém sem você. (negação e condição) Passeio com o Daniel todos os dias. (companhia e tempo) Tremia de medo. (causa) Todos falavam sobre literatura. (assunto) D.D.D.: todo advérbio – nome morfológico – será um AADV – nome sintático –, porém, nem todo AADV será advérbio. Ex.: Amanhã veremos o filme. (advérbio na morfologia, portanto, AADV sintaticamente). Pela manhã, tomarei chimarrão. (substantivo na morfologia, mas é AADV, sintaticamente) APOSTO a. Expressão substantiva referente a outra expressão substantiva. b) Explicativo: Ex.: Leio Machado de Assis, um dos maiores escritores do mundo. Juliano, programador do curso, tem uma camisa do He-Man. b) Especificativo / Restritivo / Nominativo: dá nome a outro substantivo Ex.: O rio Guaíba não é um rio. O mês de maio é o mês das noivas. A cidade de São Paulo está um caos. OBS.: em a) Uma cidade de São Paulo está um caos. ‘De São Paulo’ não é nome da palavra cidade, não pode, portanto, ser aposto especificativo. E por ter natureza qualificativa, nem aposto pode ser, é um mero AADN. c) Enumerativo: Ex.: “Para um homem se ver a si mesmo, bastam três coisas: olhos, espelhos e luz.” Tudo – perfumes, rosas, bombons – me lembram você. d) Resumitivo: Ex.: Perfumes, rosas, bombons, tudo me lembra você. Não convidei o Joca, o Sílvio, ninguém. e) Distributivo: Ex.: Machado de Assis e Guimarães Rosa são excelentes escritores: este do Modernismo, aquele do Realismo. VOCATIVO Com quem se fala Ex.: Maria, desce daí! Venha cá agora, peste! Traga, meu bem, meus chinelos. Pequei, Senhor! D.D.D.: Não confunda vocativo com sujeito. Aqui se fez uso do modo imperativo do verbo. O sujeito da primeira oração é tu, da segunda e da terceira é você, e da última é eu. Assunto que será tratado em verbos. II - PERÍODO COMPOSTO ORAÇÕES COORDENADAS Independentes a) Assindéticas: sem conjunções Ex.: “Vim, vi, venci.” Não vou à sua casa, não tenho seu endereço. b) Sindéticas: com conjunções a. Aditivas: Ex.: Não gosto de pagode nem de sertanejo. Ela é linda e muito inteligente. b. Adversativas: Ex.: Estudou pouco, porém passou. Chegou cedo, contudo não trouxe os papéis. D.D.D.: Nem sempre é a conjunção que nos traz a classificação da oração, aliás, é melhor nem contar com ela! Ex.: Ela fuma e não traga.(cigarro) Ela fuma e não traga. (charuto) Na primeira, temos uma O.C.S. Adversativa, pois a idéia que encerra é de contrariedade. Já na segunda oração, o que temos é uma idéia de continuidade, O.C.S. Aditiva. Ambas as idéias trazidas pelo contexto em que, por ventura, estejam inseridas. c. Alternativas Ex.: Você irá embora ou ficará comigo? Ora ela me ama, ora me adora. d. Conclusivas Ex.: “Penso, logo existo.” Não tenho seu endereço; não vou, pois, à sua casa. e. Explicativas Ex.: Choveu, porque as ruas estão molhadas. Não vou à sua casa, pois não tenho seu endereço. D.D.D.: As aparências enganam! Se perguntar o que acontece primeiro nas orações anteriores, será que você acerta? 1) Primeiro eu penso ou primeiro eu existo? 2) Primeiro chove ou primeiro as ruas estão molhadas? Vamos lá, é um desafio! Boa sorte! ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS ADJETIVAS ADVERBIAIS D.D.D.: Se elas são subordinadas, são subordinadas a outra oração, são dependentes desta oração, à qual vamos chamar de Oração Principal: sem conjunção, regente, sem verbo no subjuntivo. a) SUBSTANTIVAS: (isso) a. O.S.S.Subjetivas: Ex.: Acontece que todos passarão. Acontece isso. É certo que te esperarei. É certo isso. b. O.S.S.Objetiva Direta: Ex.: Espero que vocês passem. Espero isso. “Só sei que nada sei.” Só sei isso. c. O.S.S.Objetiva Indireta: Ex.: Ela necessitava de que a amassem. Ela necessitava disso. Gosta de que o chamem assim? Gosta disso? d. O.S.S.Completiva Nominal: Ex.: Ela teve necessidade de que a amassem. (Ela teve necessidade disso.) A certeza de que passarão é grande. (A certeza disso é grande.) e. O.S.S.Apositiva: Ex.: Uma coisa é certa: que eu te amo! (Uma coisa é certa: isso.) Algo sério eu lhes desejo – sejam felizes! (Algo sério eu lhes desejo – isso.) f. O.S.S.Predicativa: Ex.: Que te quero é a verdade. (Essa é a verdade.) O certo é que passarão. (O certo é isso.) D.D.D.: I – O aluno deve ter cuidado. É simples a diferença entre as predicativas e as subjetivas, basta olhar para a oração principal, se nela estiver um artigo ou pronome determinando o sujeito, a subordinada será predicativa, se não, ela será subjetiva: Ex.: É importante saber.(O.S.S.Subjetiva) O importante é saber. (O.S.S.Predicativa) II – a nomenclatura oficial não comporta um outro tipo de O.S.S., são as com valor de Agente da Passiva. A título de curiosidade: Ex.: Sandro foi traído por quem mais amava. III – sempre que houver uma Oração Subordinada Substantiva, a conjunção que a introduz será chamada de Integrante. b.) ADJETIVAS: (ligadas ao substantivo) a. Explicativas: Ex.: O homem, que é mortal, precisa de amor. As alunas, que estudaram muito, passarão. b. Restritivas: Ex.: Definiram as punições aos alunos que transgredirem as regras. As alunas que estudaram muito passarão. D.D.D.: I – sempre que houver uma Oração Subordinada Adjetiva, a palavra que a introduz será chamada de PronomeRelativo. II – Para que o aluno compreenda melhor, temos que fazer nova parada e estudarmos uma matéria paralela, qual seja: FUNÇÕES SINTÁTICAS DO PRONOME RELATIVO a) Sujeito: Ex.: O menino que estuda aprende. b) Objeto Direto: Ex.: O livro que lemos é instrutivo. c) Objeto Indireto: Ex.: Não conheço o professor a que te referes. d) Predicativo: Ex.: Somos o que somos. e) AADV.: Ex.: A cidade onde vives está linda! f) AADN: Ex.: A menina cuja mãe é minha sogra é você. g) Complemento Nominal: Ex.: Comprei a erva à qual fizestes referência. h) Agente da Passiva: Ex.: Este é o cara por quem foi escrito o artigo. D.D.D.: I – O pronome (a)onde sempre se classificará como AADV de lugar; já o cujo(a)(s) sempre será classificado como AADN.Essa regra tem ressalvas, pois pode ser CN, por exemplo em: A medida cujo pronunciamento será adiado foi feita por ele. II – consiste em erro grave o uso de artigo depois de cujo(a)(s): Ela é a moça de cuja a cama fiz uso. c) ADVERBIAIS: (ligadas a verbo, advérbio ou adjetivo) a. Causais Ex.: Passei porque estudei muito. Eu vou à festa já que insistes tanto. b. Consecutivas Ex.: Reclamou tanto que acabou presa. Sandro é feio que dói. c. Condicionais Ex.: Se você quiser, eu telefono depois. Eu vou à festa caso insistas. d. Concessivas Ex.: Mesmo que não queiram, vocês aprenderão. Nós venceremos ainda que sejam contra. e. Comparativas Ex.: “Tu és como Deus(é): princípio e fim.” Ela estuda tanto quanto trabalha. f. Conformativas Ex.: Brasília fora construída como quis J.K. “Cada um colhe conforme semeia.” g. Finais Ex.: Venham para que estudem mais. Dei-lhe um aviso a fim de que me obedecesse. h. Proporcionais Ex.: À medida que como, engordo. Quanto mais puxava a rede, mais pesada ela ficava. i. Temporais Ex.: Quando você desejar algo, peça-me. Mal chegou da rua, desmaiou de fome. D.D.D.: A nomenclatura oficial não agasalha outras três classificações: Modais: Entrou sem que batesse. Locativas: Vou aonde quiseres. De companhia: Saio com quem quiser. ORAÇÕES REDUZIDAS DE INFINITIVO DE GERÚNDIO DE PARTICÍPIO Ex.: Venham rápido para irmos à praia.(O.S.ADV.final red. de infinitivo) Mesmo sendo louco, não rasgava dinheiro.(O.S.ADV. concessiva red. de gerúndio) A história contada por ele é falsa.(O.S.ADJ. Restritiva red. de particípio). III – CONCORDÂNCIA VERBAL a) Com o Sujeito Simples: Ex.: Os guris constroem bem suas casa de brinquedo. A virtude purifica a alma. b) Com o Sujeito Composto: Ex.: Os estudantes e seus professores assistiram a tudo. Joana e eles estiveram aqui. 1. posposto ao verbo: deve concordar com o mais próximo ou com os dois núcleos Ex.: “Passarão / passará o céu e a terra”. Vieram / veio o menino e sua mãe. 2. pessoas gramaticais diferentes: concorda com a menor pessoa, no plural. Ex.: Ela e eu fomos ao baile juntos. (nós) Ela e tu chegastes cedo. (vós) OBS.: Ela e tu chegaram cedo, concordando o verbo com a idéia de ‘vocês’ é um erro gramatical, podendo ser aceito somente na linguagem informal, coloquial. Para efeito de prova deve-se optar sempre pela 2ª pessoa. 3. núcleos ligados por “ou”: a. exclusão: fica no singular. Ex.: FHC ou Lula ganhará a eleição. João ou Carlos casou com ela. b. não-exclusão: fica no plural. Ex.: Português ou Direito caem na prova. Zé Muleta ou Maria Curió venceram as eleições para vereador. c. retificação: concorda com o mais próximo. Ex.: Os meninos ou o menino veio embora. O colégio ou os colégios participaram dos jogos. c) Mais de um: fica no singular. Ex.: Mais de um aluno encontrou a resposta. Mais de oito colegas chegaram. 1. reciprocidade: fica no plural Ex.: Mais de um carro se chocaram. Mais de um amigo se cumprimentaram. 2. repetição: fica no plural Ex.: Mais de um filho, mais de um pai compareceram à reunião. d) Um(a) dos(as) que: concorda com o mais próximo ou com os dois. Ex.: Ela é uma das alunas que passará / passarão no concurso. e) Nomes Coletivos: Ex.: A maioria estudará. A maioria das pessoas não estudará / estudarão. 12% votaram. 12% dos alunos votaram. 1% votou. 1% dos alunos votou / votaram. Os 43% do corpo docente permaneceram inquietos. O número de candidatos aumentou. f) Nomes Pluralísticos: Ex.: Os Estados Unidos faliram. Minas Gerais será tombada. OBS.: será facultativa a concordância caso se tenha a palavra ‘obra’ implícita. Ex.: “Os Sertões” marcaram / marcou época na literatura. g) Que / Quem: com a palavra ‘que’ concorda-se com o pronome anterior; com ‘quem’ concorda- se com os dois, indistintamente. Ex.: Fui eu que fiz a lição. Fui eu quem fiz / fez a lição. Fomos nós que fizemos a lição. Fomos nós quem fizemos / fez a lição. i) Qual / Quem / Alguém / (...) de nós / de vós: verbo fica no singular, concordando com o 1º termo da expressão. Ex.: Qual de nós vai à coordenação? Nenhum de vós ficará em casa. j) Quais / Quantos / Poucos / (...) de nós / de vós: verbo fica no plural, concordando tanto com a 1ª parte quanto com a 2ª parte da expressão. Ex.: Quais de nós vamos / vão à coordenação? Muitos de vós compareceis / compareceram à reunião ontem. l) Ser: concorda com o elemento que representar pessoa, se não houver pessoa, concorda com quaisquer dos elementos. Ex.: Fran é ilusões na minha vida. Ilusão são a Fran e a Helena na minha vida. Tudo é / são flores. A vida é / são ilusões. É uma hora. Já são oito horas! Daqui até lá são dez quilômetros. Quem são os convidados? m) Haja vista: (sentido de considerando) expressão considerada como invariável se a considerarmos como sem sujeito. Ex.: Haja vista os documentos apresentados. Haja vista aos documentos apresentados. Haja vista o documento. Hajam vista os documentos. OBS.: 1) em ‘Hajam vista os documentos’ tem-se plural ao se considerar ‘os documentos’ como sujeito da oração, sendo que vista sempre estará invariável. 2) cuidado com frases do tipo: Eles viajarão desde que hajam visto os procedimentos. Aqui não se trata da mesma expressão, portanto, não se aplica a mesma regra. D.D.D.: Há ainda de se fazer uma pequena revisão para se completarem os estudos de concordância, a saber: I – orações sem sujeito: verbos impessoais, sempre no singular. Ex.: Fazia horas que não aparecia. Já passava das oito horas. Havia problemas na rede de computadores. Vai para seis dias que não se tem notícia. II – SE, índice de indeterminação do sujeito ou partícula apassivadora: com este concorda com o sujeito; com aquele, permanece no singular. Ex.: Precisa-se de amigos. Procuram-se modelos de renome. Ouve-se a ruídos. Não se fazem tantas amizades assim. IV – CONCORDÂNCIA NOMINAL a) Substantivo anteposto ao Adjetivo: concorda com o mais próximo ou com os dois elementos. Ex.: Comprei camisa(s) e sapato usado / usados. Comprei camisa(s) e sapatos usados / usados. Comprei sapato(s) e camisa usada / usados. Comprei sapato(s) e camisas usadas / usados. OBS.: em ‘Comprei um carro e uma maçã suculenta’ só concorda com ‘maçã’, pois sóa maçã leva tal adjetivo. b) Substantivo posposto ao Adjetivo: 1) adjunto adnominal: concorda somente com o mais próximo. Ex.: Comprei usada camisa e sapato(s). Comprei usadas camisas e sapatos(s). Comprei usado sapato e camisa(s). Comprei usados sapatos e camisas(s). 2) predicativo do sujeito / do objeto: concorda com o mais próximo ou com os dois. Ex.: Ela julgou culpados / culpado o réu e a ré. Ela julgou culpados / culpada a ré e o réu. c) Adjetivo: ligado a um substantivo> variável. Advérbio: ligado a verbos/advérbios/ adjetivos> invariável. Ex.: Fran chegou meio cansada. Comemos meia melancia e meias laranjas. É meio-dia e meia. (hora) Comemos bastantes doces na festa. Comemos bastante na festa. Havia razões bastantes para fugir. Elas mesmas fizeram a lição. Elas fizeram a lição mesmo. Seguem anexas / inclusas / separadas as cópias do documento. Seguem anexos / inclusos / separados os papéis. Segue anexo / incluso / separado o documento. Segue anexo à pasta o papel. Ela disse: muito obrigada. João está quite com a Receita. Eles ficaram quites com os amigos. Os soldados estavam alerta. Os soldados alertas foram presos. Havia menos pessoas em sala. OBS.: a expressão ‘em anexo’ é invariável em qualquer contexto: Segue em anexo a(s) pasta(s). d) Adjetivos Singularizantes: Ex.: As polícias civil e militar invadiram o prédio. Os estados mineiro e gaúcho são bons em comida. As línguas inglesa e portuguesa não se equivalem. A polícia civil e a militar invadiram o prédio. O estado mineiro e o gaúcho são bons em comida. A língua inglesa e a portuguesa não se equivalem. e) É proibido / É necessário / É permitido / É (...): concorda com o artigo ou com o pronome que acompanha o nome ao qual é ligado, se não permanece no masculino. Ex.: É proibido entrada de estranhos. Será permitida sua entrada. Entrada é proibido. Essa entrada foi necessária. É precisa a água que bebemos. f) Tal qual: concordam com as palavras a que se referem. Ex.: Elas são tais quais as amigas. João é tal quais os times do coração. Fran e Sandra serão sempre tais qual o seu artesanato. g) Possível: concorda com a expressão ‘o(s) (...)’ ;’a(s) (...)’ Ex.: Elas são as mais lindas possíveis. Elas são o mais lindas possível. V – REGÊNCIA VERBAL a) Assistir: 1. no sentido de ver: (V.T.I.) Ex.: Nós assistimos ao espetáculo de ontem. 2. no sentido de ajudar: (V.T.D.) Ex.: Ela assistiu o médico na operação. 3. no sentido de morar: (V.I.) Ex.: Vocês assistem em Porto Alegre há muito tempo. 4. no sentido de caber: (V.T.I.) Ex.: Assiste ao aluno o direito de reclamar. b) Aspirar: 1. no sentido de cheirar, sorver o ar: (V.T.D.) Ex.: Vocês aspiram o pó do giz todos os dias. 2. no sentido de desejar, querer: (V.T.I.) Ex.: Todos aspiramos ao emprego público. OBS.: nem sempre o ‘lhe’ pode substituir um objeto indireto, O.I., esse é o caso do verbo ‘aspirar’: Ex.: Todos lhe aspiramos. ERRADO Todos aspiramos a ele. CERTO c) Chamar: 1. no sentido de solicitar a presença de alguém: (V.T.D.) Ex.: Eu chamei José. Nós o chamamos. 2. no sentido de dar nome, apelidar: (V.T.D. ou V.T.I.)+ predicativo do objeto, com ou sem preposição Ex.: Eles o chamavam (de) tolo. Chamou-lhe (de) louco. 3. no sentido de invocar: (V.T.D.) podendo pedir preposição ‘por’ Ex.: Chamava (por) chuva. d) Esquecer / Lembrar: ( V.T.D.) Ex.: Esqueci os livros na mesa. Não o esqueceremos. e) Esquecer-se / Lembrar-se: (V.T.I.) Ex.: Esqueci-me dos livros. f) Lembrar: (V.T.D.I.) Ex.: Lembrou o amigo da festa. Lembrou a festa ao amigo. g) Implicar: 1. no sentido de ter implicância: (V.T.I.) Ex.: Fran implicou com seu genro. 2. no sentido de acarretar: (V.T.D.) Ex.: Tudo implica desejo. O não pagamento implicará multa de 2%. 3. no sentido de envolver / envolver-se: ( V.T.I.) Ex.: Ela implicou seu genro em fraude. Fran implicou-se em confusão. h) Preferir: (V.T.D.I) regido pela preposição ‘a’: Ex.: Eu prefiro moto a carro. À calça preferia a camisa. i) Obedecer / Desobedecer: (V.T.I.) Ex.: Os alunos não obedecem mais ao professor. j) Pagar / Perdoar: (V.T.(D.)(I.) Ex.: Pagamos a conta ao dono do bar. Já pagaram o débito ontem. João pagou ao credor. Jesus perdoará seus pecados. Ele lhe perdoa, meu filho! l) Visar: 1. no sentido de mirar, dar visto: (V.T.D.) Ex.: Visavam o chefe da quadrilha. O diretor visou todos os diplomas. 2. no sentido de pretender, aspirar: (V.T.I.) regido por ‘a’ Ex.: Estas lições visam ao estudo da gramática. VI – SINAL INDICATIVO DE CRASE O estudo do acento indicativo de crase possui, na gramática tradicional, variadas regras com suas extensas exceções. Porém, a crase consiste em um fenômeno simples de junção de sons de dois ‘aa’, o 1º pedido pela preposição da palavra anterior, o 2º vindo da palavra que vem em seguida. Portanto, faz-se necessária apenas a análise dos elementos da frase, sem decorar nada, apenas pensando. A saber: Ex.: Eu fui à festa ontem.(a+a) Nós fizemos alusão a uma boate do interior.(a+X) Referia-me às pessoas de bem. (a+as) Referia-me a pessoas de bem. (a+X) Marcamos às oito horas. (a+a) Marcamos para as oito horas.(para+a) Marcamos à uma hora da tarde. (a+a) Fui à Bahia semana passada. (a+a) Todos chagaram cedo a Curitiba. (a+X) A partir de hoje, namoraremos. (a+X) Face a face com ela, beijei-a! (a+X) Prefiro carro a moto. (a+X) Prefiro o carro à moto. (a+a) Ela tem direito a trabalho e a diversão. (a+X) (a+X) Ela tem direito ao trabalho e à diversão. (a+a) Chegamos a casa mais tarde. (a+X) Chegamos à casa de mamãe. (a+a) Olhamos a casa do vizinho.(X+a) Os pássaros voam rente à terra. (a+a) Desci do navio e fui a terra comprar flores. (a+X) Fomos à terra prometida. (a+a) Eles se referiam à (a) sua mãe. Fizeram alusão à (a) senhora Ana. A peça? Todos fizeram referência à minha. Fui até à (a) praia. “Às vezes, no silêncio da noite (...)”(a+as) Saiu às pressas de casa. (a+as) Pagou tudo a prazo. (a+X) Comemos arroz à grega, bife à milanesa e de sobremesa bife a cavalo. (a+a) (a+a) (a+X) Sandro se veste à Ney Matogrosso. (a+a) D.D.D.: alguns gramáticos não aceitam o uso do sinal de crase em certas expressões femininas como em ‘à vista’, alegando que ‘a prazo’ não possui artigo e sua versão feminina também não levaria, pois. Contudo, tal acento já é consagrado para que se evite desconforto na frase como em ‘Paguei a vista.’ VII – PONTUAÇÃO 1) Vírgula: a) separar termos de mesma função sintática, enumeração: Ex.: Compramos carro, moto, lancha(,) (e) barco. Elaine, Sandra, Maria e Eliane saíram ontem. b) indicar zeugma do verbo, omissão do verbo: Ex.: Joana e Rita foram ao mercado: esta comprou artesanatos; aquela, louças. OBS.: o uso de dois-pontos é dado para iniciar uma citação, enumeração ou um diálogo. Já o ponto-e-vírgula é usado para separar orações enumeradas ou já separadas por vírgula. Na situação acima, tem-se o dois-pontos iniciando uma enumeração, e o ponto-e-vírgulaseparando uma oração já cortada por vírgula. c) indicar quebra da ordem direta da frase: SUJ.+VERBO+COMPLEMENTO Ex.: Depois de tanta briga, Helena foi para casa. Helena, depois de tanta briga, foi para casa. Helena foi, depois de tanta briga, para casa. Helena foi para casa(,) depois de tanta briga. OBS.: em casos em que o adjunto adverbial é muito extenso e está no final oração, tem-se a vírgula facultativa. Já quando o adjunto adverbial for de pequena extensão, mas no começo ou meio da oração, a vírgula também é facultativa. Ex.: Amanhã(,) ela chegará antes de nós. d) separar orações coordenadas: Ex.: Ela é linda, mas não me quer. Todos vimos cedo, portanto merecemos o prêmio. Ora ela me ama, ora me adora. “Vim, vi, venci.” OBS.: em relação à conjunção ‘e’, há umas regras especiais, a saber: Ex.: “Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua.” (enumeração de termos) Fui ao cinema e, mesmo sem sono, dormi. (elemento intercalado) Ela estudou muito, e o concurso se tornou fácil. (sujeitos diferentes) Ela se foi era noite, chovia, estava tudo escuro, e fazia frio. (dar ênfase no final da frase) e) separar orações adjetivas explicativas: Ex.: O homem, que é mortal, necessita de amor. Fomos ao colégio do neném, que fica logo ali. D.D.D.: há os que dizem que pode haver vírgula no final de uma Oração Restritiva de longa extensão. Porém, a gramática não agasalha tal norma, sendo, portanto, apenas arroubo de alguns, já que a vírgula serve justamente para diferenciar, em alguns casos, o sentido da oração. A vírgula é proibida quando de caráter restritivo. f) separar orações adverbiais deslocadas: Ex.: “Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver.” “Se você vier, eu te prometo o sol.” Já que ela não veio mesmo, começaremos o filme. Mesmo sendo louco, não rasgava dinheiro. Como não sabemos o final, assistiremos ao filme até acabar. Ela virá à festa(,) já que a convidamos. Quero estar junto a ti(,) quando o inverno chegar. OBS.: com estas duas últimas orações acima, faculta-se o uso da vírgula porque se tem um advérbio oracional de grande extensão. D.D.D.: não se usa vírgula para separar oração principal da subordinada subjetiva, assim como não há vírgula entre o sujeito e seu verbo: Ex.: Quem ama perdoa. Convém que todos estudem. Que te quero é verdade. g) separar o local da data: Ex.: Porto Alegre, 25 de dezembro de 2005. VIII – ACENTUAÇÃO GRÁFICA a) com palavras terminadas em –A(S), -E(S), -O(S), -EM, -ENS. 1. oxítonas: levam acento. Ex.: sofá, bocó, café, armazém, parabéns, urubu, siri. 2. paroxítonas: não levam acento. Ex.: coco, cama, pires, álbum, móvel, bíceps, ônix, hífen, hífens, item, secretaria, economia. 3. monossílabos tônicos: levam acento, exceto –EM, -ENS. Ex.: fé, dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, Sé, dê(verbo), bem, bens, pá, pé, pó. b) proparoxítonas: todas levam acento. Ex.: lâmpada, ínterim, pétala, gramática. c) oxítonas terminadas em ditongo aberto: ÉU, ÉI, ÓI levam acento. Ex.: céu, réu, chapéu, herói, anéis, bacharéis c.1) paroxítonas terminadas em ditongo aberto: ÉU, ÉI, ÓI NÃO levam acento. Ex.: ideia, assembleia, heroico, centopeia d) paroxítonas terminadas em ditongo: levam acento. Ex.: secretária, série, tênue, pônei, história, mágoa, miseráveis. e) ‘I’ / ‘U’: quando hiatos, seguidos ou não de ‘s’ na sílaba, levam acento. Exceto antes de ‘m’, ‘nh’. Ex.: juiz, juízes, saúde, saúva, faísca, balaústre, Ijuí, Itaú, Luiz, Luís, Janaína, rainha, xiita. f) diferencial: Ex.: ANTES DO NOVO ACORDO: *para – preposição pára – verbo *por – preposição pôr – verbo *pelo(s) – preposição pêlo(s) – substantivo pélo – verbo *pode – verbo no presente pôde – verbo no passado *ele tem / vem eles têm / vêm *ele mantém / advém eles mantêm / advêm DEPOIS DO NOVO ACORDO: *para – preposição para – verbo *por – preposição pôr – verbo *pelo(s) – preposição pelo(s) – substantivo pelo – verbo *pode – verbo no presente pôde – verbo no passado *ele tem / vem eles têm / vêm *ele mantém / advém eles mantêm / advêm D.D.D.: ANTES DO NOVO ACORDO: I – com ôo e êe, o acento era sempre na primeira vogal: magôo, enjôo, vôo, abençôo. II – somente os verbos crer, dar ler, ver e seus derivados dobram a letra ‘e’: crêem, dêem, lêem, vêem, relêem. III – nos grupos gu, qu, seguidos de e ou i: tranqüilo, cinqüenta> com sons tremidos; quilo, guerra> sem a pronúncia do ‘u’; argúi, averigúe> quando o ‘u’ for tônico. IV – há palavras com dupla pronúncia: xerox, xérox, réptil, reptil, acrobata, acrobata, líquido, líqüido, entre outras. DEPOIS DO NOVO ACORDO: I – com oo e ee, NÃO HÁ MAIS ACENTO: magoo, enjoo, voo, abençoo. II – somente os verbos crer, dar ler, ver e seus derivados AINDA dobram a letra ‘e’: creem, deem, leem, veem, releem. III – nos grupos gu, qu, seguidos de e ou i, NÃO EXISTE MAIS TREMA, TODOS CAÍRAM: tranquilo, cinquenta> com sons tremidos; quilo, guerra> sem a pronúncia do ‘u’; argúi, averigúe> quando o ‘u’ for tônico. IV – há palavras com dupla pronúncia: xerox, xérox, réptil, reptil, acrobata, acrobata, líquido, líquido, entre outras. IX – ORTOGRAFIA OFICIAL a) Emprego da letra “S”: 1. nos sufixos: ESIA, ISA, OSO(A)(adjetivo), ÊS(A)(substantivos concretos e adjetivos) Ex.: freguesia, maresia, poetisa, profetisa, jeitoso, gostosa, feioso, português, freguês, baronesa. 2. na terminação ISAR em derivados de nomes com “S”: Ex.: avisar, analisar, pesquisar. 3. nas flexões dos verbos PÔR e QUERER: Ex.: pus, quisesse, quis, pusera, quisera. 4. depois de DITONGOS: Ex.: lousa, coisa, aplauso, maisena. b) Emprego da letra “Z”: 1. na terminação IZAR em derivados de nomes sem “S” e em nomes da família dos sufixos ISMO: Ex.: utilizar, centralizar, socializar, batizar, catequizar. c) Emprego da letra “X”: 1. depois das sílabas iniciais: ME*, LA, LI, LU, GRA, BRU, EN* Ex.: mexer, mexerica, laxante, lixa, luxúria, graxa, bruxismo, enxada, enxame. *EN, prefixo, em palavras cuja grafia primitiva é com “CH”: encher, encharcar. *ME, exceção é mecha. 2. depois de DITONGOS: Ex.: caixa, ameixa, feixe, frouxo. Exceção: recauchutar. d) Emprego da letra “G”: 1. nas palavras terminadas em ÁGIO, ÉGIO, ÍGIO, ÓGIO, ÚGIO, AGEM, IGEM, UGEM, EGE, OGE. Ex.: pedágio, sacrilégio, vestígio, relógio, refúgio, paisagem, fuligem, penugem, frege, foge-foge. Exceção: pajem, lambujem. e) Emprego das letras “C, Ç”: 1. nos sufixos: Ex.: barcaça, cansaço, caniço. 2. depois de DITONGOS: Ex.: louça, foice, coice. 3. derivados do verbo TER: Ex.: detenção, retenção, contenção. 4. derivados de palavras com “T”: Ex.: isenção, exceção, torcer. f) Emprego da letra “S, (SS)”: 1. nas derivações a partir das terminações: ENDER, ERGIR, ERTER, PELIR, CORRER, CEDER, GREDIR, PRIMIR, TIR. Ex.: pretensão, submersão, perversão, repulsa, discurso, concessão, agressão, opressão, permissão. D.D.D.: para se ter um bom sucesso em questão de ortografia oficial é mister ler muito, querer saber das coisas pormeio da leitura. Só assim se pode garantir saber, por exemplo, as palavras grafadas com CH e H – elas não possuem regras especificas de uso. X – ELEMENTOS MORFOLÓGICOS D.D.D.: neste tópico de nossos estudos, iremos nos ater apenas às matérias pertinentes ao conhecimento específico para concursos – objetivo final desta obra. Estrutura das Palavras 1. radical: parte imutável da palavra. Ex.: CARRo, MESa, CADEIRa. 2. vogal temática: vogal que se junta ao radical para se formar o tema. Ex.: carrO, mesA, meninO. 3. tema:radical+vogal temática Ex.: MENINOs, CARR(O)inho. 4. desinências de número e de gênero: indicam o singular e o plural e o masculino e o feminino. Ex.: meninoS, mesaS, carroS. meninA, bonitA, belA. D.D.D.: só há desinência de gênero se for a letra A, tendo a palavra um equivalente no masculino. Assim, não há desinência de gênero em ‘mesa’, por não haver ‘meso’. Então o A de ‘mesa’ é vogal temática. 5. vogal / consoante de ligação: servem para ligar palavras aos seus afixos. Ex.: normalIdade, cafeZal, feliCIdade,giraSsol. 6. desinências modo-temporal e número-pessoal: Ex.: modo-temporal: amáVAmos, fizéSSEmos, amaRÁs. número-pessoal: amávaMOS, amaráS, fizeraM. 7. afixos: prefixos e sufixos Ex.: AnormaliDADE, DESconfiança, INfeliz, lealMENTE, friEZA. Formação das Palavras 1. derivação: apenas um radical a. prefixal:colocado antes do radical Ex.: DESfazer, Anormal, INfeliz. b. sufixal: colocado depois do radical Ex.: felizMENTE, lealDADE. c. prefixal e sufixal: colocados ao mesmo tempo Ex.: INfelizMENTE, DESlealDADE. d. parassintética: colocados os mesmo tempo, sem que se possa retirá-los Ex.: AjoelhAR, ENtardECER. 2. composição: a. justaposição:quando não há perda de letra Ex.: girassol, passatempo. b. aglutinação:quando há perda de letra(s) Ex.: embora, aguardente, fidalgo. 3. hibridismo: palavra formada por mais de uma língua Ex.: sociologia, biomedicina, telepatia. 4. derivação imprópria: troca de classe gramatical Ex.: O ANDAR, festa SURPRESA, bomba H. 5. derivação regressiva: substantivo com denotação de ação verbal Ex.: O embate, a luta, a caça. 6 .abreviação vocabular: redução Ex.: moto, cinema, foto. 7. abreviatura: Ex.: ap., h., kg, pág. 8. onomatopéia: imitação de sons Ex.: zunzum, toque-toque, tique-taque. Colocação Pronominal: 1. próclise: pronome átono colocado antes do verbo a. são fatores de próclise: advérbio, que, pronome*, frases optativas, em+gerúndio, conjunção, **particípio Ex.: Nunca me disseram nada. Sou eu que te levo por aí. Alguém lhe informou a notícia. Tudo se copia, nada se cria. Deus te proteja. Em se tratando de loucura, é mestre. Caso a veja, informe a nós. *Ela me ama. *Ela ama-me. *Ana me adora. *Ana ama-me. *com sujeito explícito, faculta-se o uso do pronome. 2. mesóclise: pronome colocado no meio do verbo a. é fator de mesóclise: 1º não haver próclise e 2º verbo no futuro Ex.: Dar-se-á o direito de morrer. Far-te-ei um café especial. Não lhe farão mal. 3. ênclise: pronome colocado depois do verbo a. 1º não sendo próclise, 2º nem mesóclise, será ênclise: Ex.: Empresta-lhe o lápis. Vou-me embora já, já. Aqui se é feliz. Tomou-o pela mão e conduziu-o ao céu. D.D.D.: I – quando houver mais de um verbo, faz-se a análise separadamente em cada um deles. A saber: Ex.: Ela não me quer beijar. Ela não quer beijar-me. Ana me quer beijar. Ana quer-me beijar. Ana quer beijar-me. II – dica: quase sempre se pode ter próclise, desde que não afete a sonoridade da oração. A saber: Ex.: Tomou o pela mão e o conduziu ao céu. COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Introdução: O estudo da interpretação de textos pressupõe o ato de ler. A leitura faz como que o candidato adquira estruturas linguísticas que não conhece, formações sintáticas diferentes, além do conteúdo lido, como forma de aumento da sua bagagem cultural. A aprendizagem como um todo depende do desempenho da leitura, do nível de inferências e intertextualidades que o candidato consegue fazer. Para tal, é necessário que se leia constantemente, que se crie um habito de leitura como forma de adquirir conhecimento, mas como forma de crescimento pessoal e intelectual. Vivemos um mundo de informações e a rapidez com que essas informações se processam é tamanha que não há como acompanhar as mudanças sem que se façam leituras de diversos assuntos, os mais variados autores, das mais diversas visões. Não existe mais simplesmente o certo e o errado. O que existe são variadas leituras e opiniões as mais diferentes acerca de assuntos também diversos: economia, segurança, sociedade, ciência, meio ambiente, relações humanas, trabalho, história, esporte. Em provas de concursos públicos, os candidatos não vão bem em interpretação de textos, gramática, e em outras matérias, por não compreenderem o comando da questão, não entenderem o que está sendo pedido no item. É suma importância que o candidato saiba o que se pede para executar com exatidão a resposta. O que deve estar em sua mente agora, ao ler esta pequena introdução, é o que devo ler? Que tipo de texto ou livro devo ler? A resposta está dentro de você no começo. Tudo o que interessa a você deve ser alvo de sua leitura. Gosta de gastronomia? Leia sobre gastronomia, revistas de circulação nacional, como Veja ou Isto É, com este assunto. Tente o segundo assunto que mais interessa a você, leia tudo sobre isso. Assim, você acaba por adquirir o hábito de leitura. Mais um pouco e estará lendo sobre economia e meio ambiente sem titubear. Neste trabalho, você encontrará os conceitos acerca dos preceitos da intelecção de textos, suas aplicabilidades para a melhor compreensão de um texto por parte do candidato. Também encontrará explicações mais objetivas e diretas, baseadas na teoria existente, contudo colocadas de uma maneira mais acessível e mais voltada para o cenário dos concursos e para as maiores bancas. Mãos à obra? COMECE LENDO Para começar os estudos, a leitura é de suma importância. Ler qualquer texto não ajuda muito, mas não ler nada prejudica sobremaneira o grau de interpretabilidade das pessoas. Portanto, a escolha de um tempo do dia para ler é necessária – pelo menos uma hora. Caso não haja edital ainda, as dicas são: 1. Escolha, a priori, textos que sejam da área de interesse, algo que chame a sua atenção e principalmente a prenda. Isso fará com que a leitura seja agradável e que se crie o hábito de ler. 2. Leia o texto se interessando pelo conteúdo. Sem o devido interesse em entender o texto não há como absorver tudo o que ele pode te trazer. Sinta vontade de aprender coisas novas. Escolha textos periféricos em relação à sua área de interesse. 3. Qualquer tipo de texto serve, neste começo, quer-se apenas criar o hábito de ler. Escolha artigos de jornal, revistas semanais, mensais, textos ora mais densos no assunto, ora mais leves. 4. Textos de provas de concurso anteriores de bancas renomadas também servem. Lembre-se: queira aprender as informações que o texto passa. 5. Esta dica requer um pouco mais de tempo: convém fazer resumos dos textos lidos. Isso faz com que você se force a elaborar um texto, seu texto, com as ideias do autor, sem fugir da linha argumentativa do autor. Caso o edital já esteja publicado, as dicas mudam: 1. Selecione as provas anteriores da bancae estude quais tipos de texto e de assuntos mais são cobrados nas questões de língua portuguesa. Preste atenção também nas fontes de cada texto – geralmente, há preferência por determinadas revistas ou jornais. 2. Passe a ler essas fontes, essas revistas e jornais. Torne sua leitura prazerosa: escolha um lugar calmo para ler. Preste atenção nas informações passadas. 3. Na hora de fazer as questões de intepretação de textos da banca de seu concurso, primeiro leia os itens ou as questões inteiras, somente depois leia o texto. Isso fará sua leitura naturalmente „procurar‟ a resposta. 4. Na hora do concurso, no dia D, pode também seguir essa diretriz de se ler as questões primeiro e depois o texto, porque você ganhará tempo e será mais preciso. Lembre-se de que você estará mais treinado assim. TEXTO LITERÁRIO E NÃO-LITERÁRIO O texto literário consiste em um texto voltado para o lado lúdico, do entretenimento. É um texto com características subjetivas e é facilmente identificado pela possibilidade de se ter várias leituras, variadas interpretações, a partir do mesmo texto. O texto literário é um texto conotativo, ou seja, possui linguagem figurada, linguagem mais livre de sentidos e significados. O texto não literário consiste em um texto voltado para a informação, o ato de referenciar algo. É um texto com características objetivas e é facilmente identificado pela impossibilidade de se ter varias leituras, variadas interpretações. Ele possui apenas uma intepretação ou se propõe a isso, para que a informação passada seja a mais precisa possível. O texto não literário é denotativo, ou seja, possui a linguagem direta, sem rodeios, um sentido mais voltado ao real, ao palpável. Dependendo da banca, um ou outro texto aparece mais. Bancas como CESPE, ESAF, UNIVERSA, IADES têm mais propensão a cobrarem o texto não literário, porque se podem fazer perguntas mais aprofundadas acerca de suas inferências. Já outras bancas preferem o texto literário em suas provas, porém as perguntas feitas serão mais superficiais. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO As palavras são usadas em diversas situações da vida, dependem de cada usuário da língua, de suas crenças, de sua bagagem cultural, da vivencia e convivência de cada um. Há duas formas de se ter o sentido das palavras nesses variados contextos: o denotativo e o conotativo. O sentido real que as palavras têm, o sentido já dicionarizado, aquele sentido comumente usado e mais objetivo, para passar informação mais precisa sem correr riscos de interpretações diferentes, esse sentido tem o nome de denotativo. O sentido figurado, fora do sentido real ou usado normalmente, aquele sentido inusitado, inesperado, usado em linguagem mais informais, menos objetivas, mais leves e descompromissadas com o teor informado de precisão, a esse sentido dá-se o nome de sentido conotativo. Denotativo: Obama não está preocupado com a integridade territorial da Ucrânia, o „Ocidente‟ não está chocado com a corrupção escandalosa do governo Yanukovich, nem Putin está pensando na segurança das minorias russas na Ucrânia.(Guerra Fria - Roberto Amaral, em http://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-guerra-fria- por-outros-meios-6748.html) Conotativo: “O amor é fogo que arde sem se ver/E ferida que dói e não se sente./É contentamento descontente.” (Luiz de Camões) FUNÇÕES DA LINGUAGEM A linguagem possui apenas uma função realmente: comunicar. E que função! Contudo, comunicar é extremamente complexo. A comunicação possui seis elementos imutáveis. Toda comunicação, por mais estranha que pareça, possui os seis elementos a seguir: 1. Emissor: aquele que transmite, emite, a mensagem. 2. Receptor: aquele com quem o emissor se comunica. 3. Mensagem: aquilo que se transmite ao receptor, o teor da comunicação. 4. Referente: assunto da mensagem, do que trata a comunicação. 5. Código: convenção social que permite ao receptor compreender a mensagem, qualquer sistema combinado para a comunicação da mensagem. 6. Canal: meio físico que conduz a mensagem ao receptor, qualquer elemento por meio do qual a mensagem pode ser passada. Cada elemento da comunicação possui interesses na comunicação: ora se quer falar de si mesmo; ora se quer convencer alguém de alguma coisa; ora se quer dar mais peso à mensagem que se pretende passar ou mesmo dar peso à maneira de se comunicar algo; ora se precisa enfatizar o código utilizado; ora ainda se valoriza na comunicação o meio que se usou para informar algo. Assim, pode-se ter as funções (para que serve a comunicação) da linguagem. http://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-guerra-fria-por-outros-meios-6748.html http://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-guerra-fria-por-outros-meios-6748.html Pode haver mais de uma função no texto, mas somente uma é a real intenção do autor ao fazer o texto. Esta será a função predominante. Imagine um texto no jornal que fale sobre a cidade de Madri e tudo o que nela há de interessante. Logo depois deste texto, que contém depoimentos de várias pessoas, tudo em 1ª pessoa, depois deles vem um texto pequeno, letras miúdas, que diz: “Se você deseja conhecer Madri, a Ibéria leva você em 6x sem juros no seu cartão de crédito.” Qual seria a função predominante? Expressiva, por conter depoimentos em primeira pessoa? Referencial, por conter informações acerca da cidade espanhola? Apelativa, por tentar vender a passagem? Difícil? Agora pense assim: qual a real intenção do autor do texto? Falar de Madri, dar exemplos das pessoas ou vender a passagem? Então, assim ficou mais fácil. Apelativa, pois todas as outras funções serviam para convencer o leitor a comprar a passagem. EMOTIVA ou EXPRESSIVA É a função do emissor, voltada para aquele que emite a mensagem da comunicação. Está centrada na expressão dos sentimentos, emoções e opiniões do emissor. É subjetivo e pessoal em relação à mensagem. É comum nesse tipo de função a presença de interjeições, reticências, pontos de exclamação, mas, principalmente, de verbos na 1ª pessoa. “Amo-te tanto, meu amor, não cante” Experimentei e gostei do novo tempero pronto. CONATIVA ou APELATIVA É a função do receptor. Comunicação focada no receptor da comunicação, focada em convencer este receptor de alguma coisa. Ocorre quando o receptor é posto em destaque e é estimulado pela mensagem. O emprego do modo imperativo dos verbos e vocativos são bastante utilizados nessa função. A propaganda é a melhor forma de exemplificar essa função. “Compre batom, compre batom, compre batom” “Ligue já, não perca essa oportunidade” REFERENCIAL ou INFORMATIVA É a função do referente, do assunto da comunicação. Ocorre quando o emissor foca a comunicação no informar, no assunto. Os textos baseados nessa função são claros e diretos, objetivos e possuem a linguagem denotativa. Textos jornalísticos, os científicos e os didáticos são dessa função principalmente. Madri é uma cidade excelente para se passar férias. Lá se encontram varias artistas e a cultura da cidade é fervilhante. Madri possui inúmeros museus, bares, restaurantes de interesse mundial. POÉTICA É a função da mensagem, aquela comunicação focada no como passar a mensagem. A maneira como se passar a mensagem é mais importante do que a própria mensagem em si. Muda-se a forma comum de se comunicar. O texto não é objetivo, traz uma fala cheia de rodeios, transmite pouca informação. A função poética ocorre tanto em prosa como em verso. Exemplo: mandar mensagem fonada a alguém, ou aqueles carros preparados para mandar mensagens de som às pessoas. “Nascemos um para o outro dessa argila. /De que são feitas as criaturas raras. / Tens legendas pagãs nas carnes claras. /Eu tenho a alma dos faunos na pupila.” (Argila – Raul de Leone) METALINGUÍSTICA É a função do código, quando o emissor foca a comunicação na condição do código, em como „brincar‟com a linguagem escolhida, com o código que se escolheu para o ato de comunicar. Metalinguagem significa a autoexplicação de algo, quando o elemento do código explica a sim mesmo. Por exemplo, acontece quando um poeta escreve sua poesia explicando como se faz poesia, quando o professor de gramática ensina gramática. O dicionário é o melhor exemplo de metalinguagem. P, significa pequeno; M, médio; G, grande; e GG, gordo grande?; GG, grande gordo? E XGG? ViXe que gordo grande? FÁTICA É a função do canal, um teste de canal para ver se está estabelecida a comunicação. Facilmente perceptível no começo de comunicações para se chamar a atenção: „Bom-dia!‟, „Querida amiga,‟ “Olá, como vai? Vou indo e você como está?” TIPOLOGIA TEXTUAL Trabalharemos aqui apenas cinco tipos de texto, porque são os que são cobrados em provas de concursos. Tipologia textual significa saber qual tipo de texto diz respeito a fragmentos textuais expostos nas provas. Principalmente, deve-se saber identificar características inerentes a cada um dos cinco tipos textuais. 1. A NARRAÇÃO É o texto que se dispõe a contar uma história, narrar um acontecimento, fazer uma sequência de ações. Essa história contém cinco elementos: narrador, tempo, espaço, enredo, personagem. O presbítero Eurico era o pastor da pobre paróquia de Cartéia. Descendente de uma antiga família bárbara, gardingo na corte de Vítiza, depois de ter sido tiufado ou milenário do exército visigótico vivera os ligeiros dias da mocidade no meio dos deleites da opulenta Toletum. Rico, poderoso, gentil, o amor viera, apesar disso, quebrar a cadeia brilhante da sua felicidade. Namorado de Hermengarda, filha de Favila, duque de Cantábria, e irmã do valoroso e depois tão célebre Pelágio, o seu amor fora infeliz. O orgulhoso Favila não consentira que o menos nobre gardingo pusesse tão alto a mira dos seus desejos. Depois de mil provas de um afeto imenso, de uma paixão ardente, o moço guerreiro vira submergir todas as suas esperanças. Eurico era uma destas almas ricas de sublime poesia a que o mundo deu o nome de imaginações desregradas, porque não é para o mundo entendê-las. Desventurado, o seu coração de fogo queimou-lhe o viço da existência ao despertar dos sonhos do amor que o tinham embalado. A ingratidão de Hermengarda, que parecera ceder sem resistência à vontade de seu pai, e o orgulho insultuoso do velho prócer deram em terra com aquele ânimo, que o aspecto da morte não seria capaz de abater. A melancolia que o devorava, consumindo-lhe as forças, fê-lo cair em longa e perigosa enfermidade, e, quando a energia de uma constituição vigorosa o arrancou das bordas do túmulo, semelhante ao anjo rebelde, os toques belos e puros do seu gesto formoso e varonil transpareciam-lhe a custo através do véu de muda tristeza que lhe entenebrecia a fronte. O cedro pendia fulminado pelo fogo do céu. HERCULANO, Alexandre. Eurico, o presbítero. 7ed. São Paulo : Ática, 1988 (Bom Livro) p. 4. 2. A DESCRIÇÃO É o texto em que se caracteriza uma pessoa, um animal, um objeto ou uma situação qualquer. É um texto em que não há progressão temporal, já que apenas põe em evidência as propriedades e aspectos dos elementos num certo estado, considerado como se estivesse parado. Nos enunciados descritivos podem até aparecer verbos que exprimam ação, movimento, mas os movimentos são sempre simultâneos, não indicando progressão de um estado anterior para outro posterior. O presbitério, situado no meio da povoação, era um edifício humilde, como todos os que ainda subsistem alevantados pelos godos sobre o solo da Espanha. Cantos enormes sem cimento alteíam-lhe os muros; cobre-lhe o âmbito um teto achatado, tecido de grossas traves de carvalho subpostas ao tênue colmo: o seu portal profundo e estreito pressagia de certo modo a misteriosa portada da catedral da Idade Média: as suas janelas, por onde a claridade, passando para o interior, se transforma em tristonho crepúsculo, são como um tipo indeciso e rude das frestas que, depois, alumiaram os templos edificados no décimo quarto século, através das quais, coada por vidros de mil cores, a luz ia bater melancólica nos alvos panos dos muros gigantes e estampar neles as sombras das colunas e arcos enredados das naves. Mas, se o presbitério visigótico, no escasso da claridade, se aproxima do tipo cristão de arquitetura, no resto revela que ainda as idéias grosseiras do culto de Odin não se tem apagado de todo nos filhos e netos dos bárbaros, convertidos há três ou quatro séculos à crença do Crucificado. HERCULANO, Alexandre. Eurico, o presbítero. 7ed. São Paulo : Ática, 1988 (Bom Livro) Podemos ter dois tipos de descrição: a psicológica/subjetiva e a física/objetiva. A descrição psicológica é aquela em que se faz descrição baseada nas emoções e impressões que o autor tem. Já a física descreve de forma externa, por fora do autor, apenas a visualização racional é usada. 3. A DISSERTAÇÃO É o texto em que se faz uma exposição de opiniões, pontos de vista, fundamentados em argumentos e raciocínios. O texto dissertativo baseia-se em afirmações que transmitem um conceito relativo, pois suscitam dúvidas, hesitações. Nele, aparecem os pontos de vista diferentes e conflitantes e os graus de verdade e/ou falsidade. O texto dissertativo possui a estrutura tradicional de um texto em tese. Introdução, em que se apresenta o texto, expondo o assunto, a tese e a linha de argumentos a ser seguida no restante do texto; desenvolvimento, que que se explicam os argumentos, fazem- se conceituações, especificações; conclusão, em que se reafirma a tese defendida ou ainda se expõe, soluções. 3.1. ARGUMENTATIVO – consiste no texto que tem como objetivo o convencimento do leitor por meio de afirmações e premissas verdadeiras, como linha de raciocínio segura, lógica, com vistas a convencer este leitor do ponto de vista, da tese do texto lido. Amarelo esverdeado Uma das mais espetaculares conversões compulsórias à causa do desenvolvimento sustentável se dá neste momento na China. E não por outra razão senão pelo fato de que todas as medidas anunciadas pelos governos locais contra a poluição do ar em algumas das mais importantes cidades chinesas - inclusive Pequim – têm se revelado impotentes diante de tanta fumaça, poeira e materiais particulados. Quando o primeiro-ministro Li Keqiang declarou há uma semana “guerra contra a poluição” se comprometendo a combatê-la “com a mesma determinação com que lutamos contra a pobreza”, chamava para o governo central a responsabilidade de apresentar novas soluções para um problema cada vez mais incômodo. “A natureza já lançou um alerta vermelho contra o modelo ineficiente e cego desenvolvimento", afirmou Li, ao justificar na Assembléia Nacional Popular porque as medidas ambientais aparecem reunidas em uma das 9 grandes metas que o país deseja alcançar até 2030. Modernizar e reequipar as térmicas a carvão (principal fonte de energia do país), fechar 50 mil pequenos fornos de carvão para múltiplos usos este ano, retirar 6 milhões de veículos ineficientes das ruas (e substituí-los por modelos menos poluentes), manter a política de reduzir a intensidade do consumo de energia por unidade do PIB (a redução prevista para este ano é de 3,9%) e reflorestar o país em ritmo acelerado (meta para este ano é de plantar árvores em uma área equivalente a 330 mil campos de futebol) são algumas das medidas emergenciais anunciadas em resposta a esse imenso desconforto que se estende por toda a região norte do país. http://g1.globo.com/natureza/blog/mundo-sustentavel/1.html 3.2. EXPOSITIVO – consiste em um texto que visa à informação apenas, sem pretensão de convencimento. Este texto pretende explicar ideias, com dados ou mesmo exemplificações, apenas interprete ideias, conceitos. É texto dedissertação indireto, que convence, mas com a explanação das ideias e não com força persuasiva. A maioria dos comentários sobre crimes ou se limitam a pedir de volta o autoritarismo ou a culpar a violência do cinema e da televisão, por excitar a imaginação criminosa dos jovens. Poucos são aqueles que pensam que vivemos em uma sociedade que estimula, de forma sistemática, a passividade, o rancor, a impotência, a inveja e o sentimento de nulidade nas pessoas. Não podemos interferir na política, porque nos ensinaram a perder o gosto pelo bem comum; não podemos tentar mudar nossas relações afetivas, porque isso é assunto de cientistas; não podemos, enfim, imaginar modos de viver mais dignos, mais cooperativos e solidários, porque isso é coisa de “obscurantista, idealista, perdedor ou ideólogo fanático”, e o mundo é dos fazedores de dinheiro. Somos uma espécie que possui o poder da imaginação, da criatividade, da afirmação e da agressividade. Se isso não pode aparecer, surge, no lugar, a reação cega ao que nos impede de criar, de colocar no mundo algo de nossa marca, de nosso desejo, de nossa vontade de poder. Quem sabe e pode usar – com firmeza, agressividade, criatividade e afirmatividade – a sua capacidade de doar e transformar a vida, raramente precisa matar inocentes de maneira bruta. Existem mil outras maneiras de nos sentirmos potentes, de nos sentirmos capazes de imprimir um curso à vida que não seja pela força das armas, da violência física ou da evasão pelas drogas, legais ou ilegais, pouco importa. Jurandir Freire Costa. In: Quatro autores em busca do Brasil. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 43 (com adaptações). 4. INJUNTIVO – consiste em um texto instrucional, que indica procedimentos a serem realizados, como se fosse uma espécie de manual de uso de algo. A intenção de um texto desses pode ser persuasiva ou apenas instrutiva. São exemplos de textos injuntivos as receitas (culinárias ou médicas); os manuais de instrução: as bulas de remédios, artigos e leis, de modo geral; placas de sinalização de trânsito; editais de concursos; campanhas comunitárias etc. Este tipo de texto já caiu em prova de concurso, no CESPE, veja: Cuidados para evitar envenenamentos Mantenha sempre medicamentos e produtos tóxicos fora do alcance das crianças; Não utilize medicamentos sem orientação de um médico e leia a bula antes de consumi- los; Não armazene restos de medicamentos e tenha atenção ao seu prazo de validade; Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar qualquer medicamento; Evite tomar remédio na frente de crianças; Não ingira nem dê remédio no escuro para que não haja trocas perigosas; Não utilize remédios sem orientação médica e com prazo de validade vencido; Mantenha os medicamentos nas embalagens originais; Cuidado com remédios de uso infantil e de uso adulto com embalagens muito parecidas; erros de identificação podem causar intoxicações graves e, às vezes, fatais; Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas, brilhantes e atraentes, odor e sabor adocicados despertam a atenção e a curiosidade natural das crianças; não estimule essa curiosidade; mantenha medicamentos e produtos domésticos trancados e fora do alcance dos pequenos. Internet: HTTP://189.28.128.100/portal/aplicacoes/noticias (com adaptações) 5. PREDITIVO – consiste em texto que faz previsões. Texto em que o autor pretende antecipar informação, ou uma ideia. Podem ser descrições, narrações ou dissertações futuras em que o autor antecipa uma informação, uma idéia, um saber. São exemplos de textos preditivos as previsões em geral: boletins meteorológicos, programas de eventos e viagens, leituras de sorte, profecias, horóscopos, prenúncios de comportamentos e situações, ata do COPOM – Comitê de Políticas Monetária, do Banco Central do Brasil – etc. Este tipo de texto já caiu em prova de concurso, na Universa (Funiversa), veja: Daqui a uns cinquenta anos, alguns dos recursos usados hoje em sala de aula e considerados modernos provavelmente estarão obsoletos. Novos utensílios serão desenvolvidos; alguns até, quem sabe, revolucionários. No entanto, na opinião da doutora em educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, a professora Andrea Ramal, não serão ferramentas de última geração que marcarão a aula do futuro. Para ela, os novos rumos da educação estão mais relacionados à postura de professores e alunos em sala de aula. "Imagino a sala de aula do futuro como um lugar comunicativo, sendo o espaço da polifonia, da diversidade das vozes, onde todos poderão se comunicar, se posicionar, e onde, desse diálogo, vai se produzir conhecimento", prevê a doutora. “A aula do futuro, a meu ver, será formada por grupos, reunidos por interesses em temas específicos, e não por faixas etárias, exclusivamente; equipes multidisciplinares, trabalhando juntas nos colégios, e não divididas em áreas como português, matemática, geografia, história. Serão equipes de trabalho, formadas por professores e alunos, desenvolvendo projetos juntos. A avaliação não será a mesma para todos e não vai ser determinada por uma única pessoa. Isso porque existirão tantos currículos quantas forem as navegações dos alunos. Como o indivíduo navegante é o próprio autor, haverá um currículo por aluno. No fundo, existirão avaliações diversificadas, por competências, e não por conteúdos; em síntese: uma mudança radical, em que não vai mais existir o conceito de turma, mas de comunidade cooperativa de aprendizagem.” Internet: http://teclec.psico.ufrgs.br (com adaptações). Acesso em 8/7/2010. http://teclec.psico.ufrgs.br/ REESCRITURAS DE TEXTOS 1. PARÁFRASE: é uma junção de do prefixo „para‟, que significa semelhante, parecido, com a palavra „frase‟, que simboliza o texto mesmo. Portanto, dizer que há paráfrase significa dizer que houve uma reescritura textual, mantendo-se seu sentido original. Sendo assim, nada se acrescenta ao texto parafraseado e nada se extrai dele. 2. PERÍFRASE (antonomásia): é a junção do prefixo „peri‟, que significa em torno de, em volta de, com a palavra „frase‟, que simboliza o texto mesmo. A perífrase pode acontecer tanto na palavra, na expressão ou mesmo no texto. Se dissermos O Rei do Futebol foi à Cidade Luz para palestrar, dir-se-á o mesmo que Pelé foi a Paris para palestrar. Portanto, a expressão “Rei do Futebol” remete a Pelé, sem precisar se referir ou ter se referido a ele no texto. Consiste mesmo em uma espécie de apelido consagrado popularmente. 3. RESUMO: é uma redução fidedigna das informações e ideias do texto original. É a redução de informações terciárias e secundárias, mantendo as que têm mais pertinência e são centrais ao texto. Deve-se manter sempre a mesma formação do texto original. Um resumo não mexe no texto, não o desconfigura, não o reescreve, apenas o diminui. 4. SÍNTESE: sintetizar é resumir com as próprias palavras, sem se preocupar em seguir a ordem das informações passadas (como ocorre com o resumo). Portanto, pode-se sintetizar um texto apenas reunindo as informações mais apropriadas e pertinentes ao todo do texto. PROCESSOS DE COESÃO TEXTUAL A coesão de um texto é decorrente das relações de sentido que se operam entre os seus elementos. Muitas vezes, a compreensão de um termo depende da interpretação de outro ao qual ele faz referência. Está-se falando aqui de união de sentidos. Tudo aquilo que servir para remeter a outro elemento dentro ou fora do texto, mas que se atenha ao sentido, é um elemento de coesão. Coerência significa que o texto como um todo possui uma ligação tal de seus termos que não se contradiz, não entra em erros sequenciais de explanação. Entender coerência é entender o texto inteiro, seu objetivo, sua viabilidade interpretativa. Os elementos de que a língua dispõe para relacionar termos ou segmentosna construção de um texto são os recursos vocabulares, sintáticos e semânticos – chamados de conectivos, coesivos ou conectores. Para esse estudo não vale a pena separar cada um dos tipos possíveis de elementos de coesão. Isso não faz sentido porque qualquer coisa mesmo pode ser considerada elemento de coesão. Veja só o exemplo: Pele veio a Brasília. Em seu discurso, destacou duas grandes “alegrias”: o futebol e seu filho Edinho. Este vai mal – pela atual situação –; aquele, pior –pela proximidade da derrota no Mundial. O Rei deixou-nos um recado: „eu voltarei‟. Neste texto, perceba quanto elementos de coesão há. Tanto os que se ligam a elementos anteriores, quanto a posteriores. Ainda há elementos que se referem a elementos extratextuais, fora do texto. Veja: Pele veio a Brasília. Em seu discurso, [ele]destacou duas grandes “alegrias”: o futebol e seu filho Edinho. Este vai mal – pela atual situação –; aquele,[vai] pior –pela proximidade da derrota no Mundial. O Rei deixou-nos um recado: „eu voltarei‟. Os elementos destacados em negrito se referem a elementos anteriores no texto, perfazendo o que se chama de anáfora. Veja: Pele veio a Brasília. Em seu discurso, destacou duas grandes “alegrias”: o futebol e seu filho Edinho. Este vai mal – pela atual situação –; aquele, pior –pela proximidade da derrota no Mundial. O Rei deixou-nos um recado: „eu voltarei‟. Os elementos destacados desta vez se referem a elementos posteriores, que ainda serão ditos no texto, ao que se dá o nome de catáfora. Pele veio a Brasília. Em seu discurso, destacou duas grandes “alegrias”: o futebol e seu filho Edinho. Este vai mal – pela atual situação –; aquele, pior –pela proximidade da derrota no Mundial. O Rei deixou-nos um recado: „eu voltarei’. Os elementos destacados agora se referem a informações extratextuais de inferência, de suposição que estão implícitas no texto, ao que se nomeia exófora. Veja entre colchetes: Pelé veio a Brasília. Em seu discurso, destacou duas grandes “alegrias”[as aspas indicam que há algum problema na palavra, ou seja, não serão alegrias de fato; aqui se tem ironia]: o futebol e seu filho Edinho. Este vai mal [pressupõe-se que antes estivesse bem]– pela atual situação [pressupõe-se que antes estivesse bem]–; aquele, pior [há uma comparação indireta com o futebol, que está pior que o Edinho]–pela proximidade da derrota [pode ter perdido há pouco tempo ou perderá em breve] no Mundial [pode ser a Copa – mais provável – ou mesmo mundial interclubes] . O Rei deixou-nos [a nós, os que em Brasília estão] um recado: „eu voltarei’ [para Brasília ou para o futebol – mais provável]. Vamos às teorias: 1. Anáfora: elemento de coesão que se refere a termo anterior 2. Catáfora: elemento de coesão que se refere a termo posterior 3. Exófora: elemento de coesão que se refere a termo exterior 4. Endófora: elemento de coesão que se refere a termo interior (Anáfora/Catáfora) Ainda se deve estudar o termo de coesão chamado de dêitico ou a dêixis. Este elemento consiste em ser um elemento de coesão que se refere à bagagem cultural do interlocutor do texto. Quando a interpretação do texto, sua compreensão, depender de uma informação que não está no texto, mas que seja óbvia do ponto de vista da cultura do leitor, essa relação de significado se chama de dêixis. Veja: “Minha terra tem palmeira Onde canta o sabiá As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá” Os termos destacados se referem a lugares que não estão no texto em si. Eles precisam de quem lê para serem identificados. Percebe que, sem a informação de a que lugar se referem os elementos destacados, não há completude da compreensão do texto. Você entende o texto, mas não o compreende. Então, já tentou? “Minha terra [Brasil] tem palmeira Onde canta o sabiá As aves que aqui [Portugal] gorjeiam Não gorjeiam como lá [Brasil]” Então, minha terra/aqui/lá são elementos de coesão em dêixis. FIGURAS DE LINGUAGEM “Figuras de estilo / figuras de retórica (Portugal) ou figuras de linguagem (Brasil) são estratégias que o escritor pode aplicar no texto para conseguir um determinado efeito na interpretação do leitor, que são características globais do texto. Podem relacionar-se com aspectos semânticos, fonológicos ou sintáticos das palavras afetadas. É muito usada no dia-a-dia das pessoas, nas canções e também é um recurso literário.” http://pt.wikipedia.org/wiki/Figuras_de_linguagem Essa é a definição geral, mas se você encarar o fato de que a figura de linguagem é utilizada para torcer a linguagem do texto, fazendo que tome outro significado ou mesmo uma maior força argumentativa. Usar a figura de linguagem significa usar de artifícios da língua para enriquecer, aumentar, esvaziar, dar força, tirar força, dar mais atenção, menos importância a qualquer coisa. Abaixo, uma poesia de Florbela Espanca, poeta portuguesa do começo do século XX, para que seja analisada quanto às figuras de linguagem. Serão dadas definições originais minhas a cada uma das figuras, visando a uma melhor compreensão do conteúdo e a uma maior aplicabilidade em provas de concursos. São amis de 130 figuras, porém trataremos apenas de 12 – as que sempre caem. Fanatismo Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida Meus olhos andam cegos de te ver! Não és sequer razão de meu viver, Pois que tu és já toda a minha vida! Não vejo nada assim enlouquecida... Passo no mundo, meu Amor, a ler No misterioso livro do teu ser A mesma história tantas vezes lida! http://pt.wikipedia.org/wiki/Texto http://pt.wikipedia.org/wiki/Sem%C3%A2ntica http://pt.wikipedia.org/wiki/Fonologia http://pt.wikipedia.org/wiki/Sintaxe http://pt.wikipedia.org/wiki/Figuras_de_linguagem Tudo no mundo é frágil, tudo passa... Quando me dizem isto, toda a graça Duma boca divina fala em mim! E, olhos postos em ti, vivo de rastros: "Ah! Podem voar mundos, morrer astros, Que tu és como Deus: princípio e fim!..." (Livro de Soror Saudade, 1923) – Florbela Espanca 1. METONÍMIA: palavra usada no lugar de outra, unidas pelo sentido. Pode ser a parte pelo todo; o conteúdo pelo continente; o autor pela obra; material pelo objeto. Enquanto líamos Machado de Assis [obra], eles brindavam a ignorância. É com o suor [trabalho] do meu rosto que compro o pão [sucesso] para dentro de casa. Minh'alma [ela mesma], de sonhar-te, anda perdida Meus olhos [ela mesma] andam cegos de te ver! 2. PARADOXO: ideias opostas usadas em concomitância como se fossem congruentes. Ideias em sentido oposto. “Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado Da vossa alta piedade me despido Porque quanto mais eu tenho delinquido A perdoar vos tenho mais empenhado” (Gregório de Matos Guerra) “O amor é fogo que arde sem se ver É ferida que dói e não se sente É contentamento descontente É dor que desatina sem doer” (Luiz de Camões) Meus olhos andam cegos de te ver! 3. ANTÍTESE: consiste em usar palavras em sentido contrário no texto. Não necessariamente as ideias são contrárias, mas algo mais objetivo mesmo: preto/branco; gordo/magro etc. Meu Deus, que estas pendente em um madeiro Em cuja lei hei de morrer Em cuja lei protesto de viver Animoso, firme, constante, e inteiro Que tu és como Deus: princípio e fim!... 4. HIPÉRBOLE: consiste em exagerar uma informação, colocar ao máximo sua intenção. Veja o tanto de recurso hiperbólico fora usado na poesia em análise. O „petit gateau‟ estava dulcíssimo. A maior mostra de arte do mundo. Nunca na história deste país.... Pois que tu és já toda a minha vida! Não vejo nada assim enlouquecida... A mesma história tantas vezes lida! Duma boca divina fala em mim! "Ah! Podem voar mundos, morrer astros, Que tu és como Deus: princípio e fim!..." 5. METÁFORA: é a mãe de todas as figuras de linguagem. Se apertarmos um pouquinho, todas acabam sendo metáfora. Até mesmo a
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