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PCC DO 1°SEMESTRE

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UNIVERSIDADE PAULISTA – INTERATIVA
NOME DO ALUNO(A)
RA: 
PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR (PCC)
LICENCIATURA EM SOCIOLOGIA – 1° SEMESTRE
XXXXXXXXXX – BAHIA
2019
PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR (PCC)
	
	SUMÁRIO:
		Introdução......................................................................................................................................2
	Desenvolvimento............................................................................................................................2
	Conclusão.....................................................................................................................................10
	Referências...................................................................................................................................11
INTRODUÇÃO:
	A atividade solicitada para o 1° semestre propõe a realização de um levantamento bibliográfico nos livros didáticos de Sociologia, pelo menos livros, sobre a diversidade cultural na atualidade e os problemas causados pela intolerância e pela xenofobia. Analisar como são abordados os temas e elaborar uma resenha crítica de, aproximadamente, sete páginas contendo introdução, desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas completas. A fim de alcançar o objetivo solicitado nessa atividade, relacionado às disciplinas do semestre, selecionei os seguintes livros: Sociologia em Movimento da Editora Moderna, Sociologia de Richard T. Schaefer e por fim, o livro Sociologia para Ensino Médio das sociólogas Silva Maria de Araujo, Maria Aparecida Bridi e Benilde Lenzi Motim. Tendo como base às seguintes disciplinas do semestre: Interpretação e Produção de Textos, Homem e Sociedade, História do Pensamento Filosófico, Fundamentos da Ciência Política, Fundamentos da Sociologia da Educação e Prática de Ensino: Introdução e Docência, busquei analisar a importância dos temas propostos e compreender os conflitos sociais causados pelas diversas culturas. Falar sobre diversidade cultural é indispensável no atual contexto na educação que prima pelo respeito às diferenças. A escola não pode isentar- se do compromisso com os mais necessitados e fragilizados por um sistema desumano e preconceituoso, é importante que a escola desenvolva um trabalho direcionado para acolher a sua clientela heterogênea e busque a inclusão de minorias. É importante que a escola pregue a igualdade, oportunize e produza saberes a todos, sem distinção, com diversas estratégias para acolher a todos. Educar exige além do cumprimento das obrigações, requer uma postura ética que valorize as culturas que vem sofrendo discriminação nos espaços escolares. Ao longo da história da educação brasileira a escola tem privilegiado a cultura do homem branco, tendo a dificuldade para educar e valorizar a diversidade cultural.
	Apesar da evolução das organizações de direitos humanos em todo o mundo e da gradativa democratização do acesso da população à condições básicas de dignidade, diversos grupos ainda sofrem com o racismo, a intolerância e a xenofobia. No Brasil, um país extremamente miscigenado, apesar ser conhecido como um país onde não há racismo, muito ainda há a percorrer até uma realidade de convivência pacífica e respeitosa entre os diversos grupos que compõem o povo brasileiro. O etnocentrismo é visível e ainda dominante em um país com o histórico de dominação europeia sobre os nativos indígenas e o escravismo que perdurou por quase 4 séculos e deixaram grandes marcas na cultura e no modo de ser do brasileiro que, até hoje, busca um sentido definitivo e próprio de nacionalidade, causados pela intolerância e pela xenofobia.
	DESENVOLVIMENTO:
Diversidade Cultural, Xenofobia e Intolerância
	O que é cultura? Bom, para a Sociologia, cultura está associada aos conhecimentos, as ideias e às crenças de cada sociedade. A cultura apoia a sociedade como as raízes de uma planta a apoiam. As culturas se encaixam para atender conjuntos de circunstâncias específicas, tais como o clima, o nível tecnológico, a população e a geografia. Esse encaixe à específicas condições pode ser vista nas diferenças de todos os elementos de uma cultura, abrangendo normas, sanções, valores e língua. Além disto, é importante destacar que para a Sociologia, cultura é uma característica do ser humano como um ser social; ela é adquirida, é um comportamento aprendido, que produz um patrimônio social; por meio da cultura se estabelece uma parte da relação ser humano-sociedade-mundo.
	O antropólogo britânico Edward Tylor (1832-1917), estabeleceu cultura como a totalidade de conhecimento, crença e expressão emocional à qual se somam as regras estabelecidas, os hábitos, comportamentos e habilidades adquiridas no convívio dos membros de uma sociedade. Nas suas relações sociais e naquelas que definem com a natureza, os seres humanos criam uma cultura plena de significados.
	Por ser um fenômeno heterogêneo, durável e em contínua transformação, o conceito de cultura é estudado por alguns cientistas sociais, com perspectiva e metodologias diferentes. Como por exemplo:
	Metodologia Estrutural-funcionalismo: Os sociólogos estadunidense Talcott Parsons e Robert Merton, a sociedade e a cultura são partes interdependentes ao sistema social e ainda ressalta que a cultura de um povo ganha sentido na rede de relações sociais, ou seja, ela tem um significado que é reconhecido pelo grupo e compartilhado.
	Metodologia do Funcionalismo: Para Ralph Linton, antropólogo estadunidense, cultura é um fenômeno universal, ao mesmo que diferencia os grupos sociais; ainda mais, os antropólogos Branislaw Malinowski (polonês) e Radcliffi Brown (inglês), acrescentam que cultura diz respeito ao estilo de vida das diversas comunidades; as necessidades humanas são universais e toda cultura cria instituições para atendê-las, desde as necessidades primárias às emocionais e aquelas das atividades econômicas e políticas.
	Metodologia do Estruturalismo: O antropólogo franco-belga Claude Lévi-Strauss, cultura é uma maneira única da linguagem pela qual os seres humanos procuram diferenciar-se da natureza e apresenta variações baseadas em pares de oposições.
	O ser humano se define por meio da relação com o outro, ele se faz humano e se torna membro da humanidade mediante as relações sociais, conforme Norbert Elias, sociólogo alemão. Acrescenta ainda que incompleto e dependente ao nascer, até no aspecto da biologia, o ser humano se humaniza porque necessita da família e das relações sociais com seu grupo para se constituir. Ele depende de seu contexto cultural e social para se desenvolver. O fazer, o saber, o conviver dos seres humanos produzem maneiras particulares de estar na sociedade, isso é cultura, as suas dimensões objetiva e subjetiva não se contrapõem; ao contrário, elas se complementam e se relacionam.
	Sendo assim, é a cultura que estabelece os parâmetros do bem e do mal, do justo e do injusto do lícito e do ilícito em cada sociedade. Envolto nessa relação com a cultura, o indivíduo pode se adaptar, se sujeitar ou se rebelar.
	A subcultura é um segmento da sociedade que difere ao padrão da sociedade maior. De certa forma, uma subcultura pode ser vista como uma cultura maior dominante. A existência de várias subculturas é uma característica de sociedades complexas. Os integrantes de uma subcultura participam da cultura dominante e, ao mesmo tempo, têm formas distintas e únicas de comportamento. Constantemente, uma subcultura desenvolve uma gíria, ou um idioma especializado, que a distingue da sociedade maior. As subculturas se desenvolvem de diferentes maneiras. Constantemente, uma subcultura surge porque um segmento da sociedade tem problemas ou mesmo privilégios únicos quanto à sua posição. As subculturas podem estar baseadas em uma idade em comum, região herança étnica, ocupação, ou crenças. Por fim, quando uma subcultura se opõe de maneira clara e deliberada contra certos aspectos da cultura maior, ela é chamada de contracultura.
As contraculturas, em geral, surgem entre jovens, que fizeram até o momento o menor investimento na cultura existente. Na maioria dos casos, um jovem de 20 anos pode se ajustar a novos padrões culturais mais facilmente do que alguém que já viveu 60 anos seguindo os padrões da cultura dominante (Zellner, 1995).
	O etnocentrismo é a tendência de assumir que a nossa própria cultura e a forma de viver representam norma ou são superiores a todas as outras. Essa conduta explica a sensação de estranhamento provocada por hábitos e valores diferentes daquelas com as quais estamos acostumados e que são sugeridas por nossa cultura. Conforme o antropólogo brasileiro Roque Laraia (1932): Pelo o fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como consequência a tendência em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Tal tendência, definida etnocentrismo, é responsável em seus casos extremos pela ocorrência de vários conflitos sociais.
	Enquanto o etnocentrismo avalia as culturas estrangeiras tendo a cultura familiar do observador como padrão de comportamento correto, o relativismo cultural vê o comportamento das pessoas da pesperctiva da cultura dessas pessoas. Isso coloca a prioridade no entendimento das outras culturas em vez de considerá-las "estranhas'' ou "exóticas''. Diferentemente do etnocentrismo, o relativismo cultural emprega o tipo de neutralidade de valor do estudo científico que Max Weber via como tão importante. 
	O relativismo cultural realça que os contextos sociais diferentes constituem diferentes normas e valores. Assim, devemos examinar práticas como poligamia, touradas e monarquia dentro de contextos particulares das culturas em que elas se encontram. Dessa forma o relativismo cultural não sugere que devamos aceitar incondicionalmente todas as variações culturais, exige, sim, um esforço sério e sem preconceito na avaliação das normas, valores e costumes à luz das diferentes culturas.
	A ideia de diversidade está relacionada aos conceitos de pluralidade, multiplicidade, diferentes ângulos de visão ou de abordagem, heterogeneidade e variedade. E, muitas vezes, também, pode ser encontrada na comunhão de contrários, na intersecção de diferenças, ou ainda, na tolerância mútua. A diversidade cultural é complicada de quantificar, mas uma boa indicação é pensar em uma contagem do número de línguas faladas em uma região ou no mundo como um todo. Para a Sociologia, diversidade cultural diz respeito à existência de uma grande variedade de culturas antrópicas. Há vários tipos de manifestações culturais que nos revelam essa variedade, tais como: a linguagem, danças, vestuário, religião e outras tradições como a organização da sociedade.
	A troca de conhecimentos gera novas maneiras de identidade cultural. A consciência de pertencer a determinado grupo social aproxima os indivíduos em determinada sociedade. A identidade cultural é aquela marca característica em um grupo social que partilha um ideal, valores, costumes e comportamentos formados ao longo da história. É a partir da nossa identidade cultural que construímos a ideia de "eu'', "nos'' e "outros''. A forma como o fazemos muitas vezes põe em evidência fronteiras sociais relacionadas à classe socioeconômica, à etnia, ao gênero, ou a outros fatores. É por meio desses e de muitos elementos combinados, identificamos "semelhanças'' e "outros'' nas pessoas com quem compartilhamos a vida social. Essa dessemelhança, porém, também pode originar tendências etnocêntricas. Uma manifestação extrema dessa incompreensão do outro são as chamadas "teorias'' sociais racistas.
	No Brasil, existe uma vasta diversidade cultural por apresentar uma grande dimensão territorial. Os colonizadores europeus, a população indígena e os escravos africanos foram os primeiros responsáveis pela disseminação cultural no Brasil. Em seguida, os imigrantes italianos, japoneses, alemães, árabes, entre outros, contribuíram para a diversidade cultural do Brasil. Aspectos como a culinária, danças, religião são elementos que integram a cultura de um povo.
	As regiões brasileiras apresentam diferentes peculiaridades culturais:
	Na região Sul do país, contém aspectos culturais dos imigrantes portugueses, espanhóis e, principalmente, alemães e italianos. Na culinária estão presentes: churrasco, chimarrão, camarão, pirão de peixe, marreco assado, barreado e vinho. Ainda algumas cidades comemoram as tradições dos antepassados em festas típicas, como a festa da uva da cultura italiana e a oktoberfest da cultura alemã, o fandango de influência portuguesa e espanhola, pau de fita e congada.
	No Sudeste, diversas festas populares de cunho religioso são celebradas no interior da região. Festa do divino, festejos da páscoa e dos santos padroeiros, com destaque para a peregrinação a Aparecida (SP), congada, cavalhadas em Minas Gerais, bumba meu boi, carnaval e peão de boiadeiro. A culinária é muito diversificada, os principais pratos são: queijo minas, pão de queijo, feijão tropeiro, tutu de feijão, moqueca capixaba, feijoada, farofa, pirão, etc.
	As representações culturais no Norte do Brasil estão nas festas populares como o círio de Nazaré e festival de Parintins, a maior festa do boi-bumbá do país. A culinária apresenta uma grande herança indígena, baseada na mandioca e em peixes. Pratos como o tacacá, pirarucu de casaca, pato no tucupi, picadinho de jacaré e mussarela de búfala são muito populares. As frutas típicas são: cupuaçu, bacuri, açaí, taperebá, graviola, buriti.
	O Centro-Oeste brasileiro tem sua cultura representada pelas cavalhadas e procissão do fogaréu, no estado de Goiás; e o cururu em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A culinária é de origem indígena e recebe forte influência da culinária mineira e paulista. Os pratos principais são: galinhada com pequi e guariroba, empadão goiano, pamonha, angu, cural, os peixes do Pantanal – como o pintado, pacu e dourado.
	Por fim, no Nordeste, a cultura é representada através de danças e festas como o bumba meu boi, maracatu, caboclinhos, carnaval, ciranda, coco, reisado, frevo, cavalhada e capoeira. A culinária típica é representada pelo sarapatel, buchada de bode, peixes e frutos do mar, arroz doce, bolo de fubá cozido, bolo de massa de mandioca, broa de milho verde, pamonha, cocada, tapioca, pé de moleque, entre tantos outros. A cultura nordestina também está presente no artesanato de rendas.
	Durante o período de colonização do continente americano, além da expansão marítima e comercial nos séculos XVI e XVII, surge o preconceito racial e diversas "teorias'' racistas que hoje são totalmente rechaçadas e recusadas pelas Ciências Sociais, pois não tem validade científica alguma. Nesse contexto, podemos observar, marcadas na história, a escravização dos africanos e o genocídio dos povos indígenas. Na pretensão de justificar tais ações, os europeus começaram a elaborar teorias fundamentadas na hipótese de que existia uma hierarquia das raças. Sendo assim, os brancos estariam no topo da pirâmide, seguidos pelos asiáticos, indianos, indígenas e negros. De acordo com essas primeiras suposições racistas, somente pessoas de pele branca teriam capacidade intelectual para governar e prosperar, enquanto os negros estariam aptos apenas para o trabalho braçal. Além disso, idealizou-se a crença de que os negros e os índios não tinha alma. Para os cristãos modernos e idealistas, isso significava ser um animal. 
	No Brasil, o surgimento do racismo se iniciou no período colonial, quando os portugueses trouxeram os primeiros negros, vindos principalmente da região onde atualmente se localizam Nigéria e Angola. A escravidão no Brasil durou três séculos, de 1550 até 1888. Foram 300 anos de muita injustiça. Mas os escravos não aguentaram calados aquela situação desumana. Muitos deles fugiram para esconderijos no meio do mato, chamados de quilombos. No dia 13 de maio de 1888, a promulgação da Lei Áurea proibiu a escravidão, mas não foram criadas políticas de inserção dos negros recém-libertos no mercado
de trabalho e na educação. Além dessa situação, os ex-escravos ainda esbarraram no problema de fome e da moradia, visto que muitos perderam, do da para a noite, as condições mínimas de subsistência das quais dispunham enquanto eram escravizados. Então, na passagem do século XIX para o século XX, é que podemos situar o momento em que o racismo instalou-se em uma sociedade que já não poderia manifestar seus anseios racistas legalmente de maneira explícita, mas os manifestava de outras maneiras. 
	No Brasil, o racismo é crime previsto na Lei n. 7.716/1989, é inafiançável e não prescreve, ou seja, quem cometeu o ato racista pode ser condenado mesmo anos depois do crime. O dia 21 de março foi estabelecido pela ONU (Organização das Nações Unidas) como dia Internacional da Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. A data foi escolhida em memória aos mais de 60 mortos do massacre ocorrido na África do Sul nesse mesmo dia no ano de 1960.
	Casos de Racismo no Brasil:
	Em 2018 uma criança venezuelana de 3 anos e seus pais ficaram gravemente feridos, após desconhecidos jogarem uma bomba caseira dentro da casa onde estavam abrigados. As vitimas foram levadas para o hospital, e a criança sofreu queimaduras de segundo grau em várias partes do corpo. A família veio de Maturi, na Venezuela, onde venderam a casa e bens para custear as passagens. "Antes da crise, a vida era maravilhosa. Depois, não tínhamos hospital, educação e comida. Por isso, fugimos para o Brasil", explicou Jankely Vasquez, 29, que vende bananinhas na rua para sobreviver.
	Por volta de 2014, quando o fluxo migratório de haitianos era intenso, várias denúncias vieram à tona. Em entrevista ao portal Terra, dois imigrantes relataram casos específicos em que foram vítima de preconceitos. Os jovens haitianos, que não quiseram se identificar, afirmaram que era comum pessoas os chamarem de “gays”, a fim de ofendê-los. Outros termos também são comumente usados, como “macaco”. Um deles mencionou uma situação em que um grupo de crianças, por conta de sua pele escura, perguntou se ele não tinha sabonete. Uma pesquisa publicada em 2016 pelo programa Cidade e Alteridade da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) reafirma isso. Ao entrevistar haitianos residentes na região metropolitana de Belo Horizonte, descobriu-se que 60% dos homens haitianos entrevistados sofrem de xenofobia e outros tipos de preconceito no local de trabalho. Em relação às mulheres entrevistadas, esse número atinge os 100%.
	Em janeiro de 2018, um grupo de dez imigrantes haitianos denunciou uma empresa de Caxias do Sul (RS) por más condições de trabalho. A Polícia Federal e o Ministério Público do Trabalho foram acionados para investigar o caso. Vanius Corte, auditor fiscal do Ministério do Trabalho, afirmou que o “corte de luz, de água, de comunicação com os familiares, as agressões e ameaças por parte do supervisor dessa empresa é de gravidade extrema”. 
	Em países com dimensões populacionais e territoriais enormes, que é o caso do Brasil é comum ocorrer preconceito dentro do próprio país. A discriminação contra os negros é frequente. No Brasil, sobretudo, tem-se o exemplo máximo do nordeste e do nordestino. Atribuindo-se estereótipos a esta região do país, em muitas vezes o nascido no local é estigmatizado antes mesmo de se autodefinir. Os “baianos”, “cabeças chatas”, relacionar os baianos à preguiça contínua e imitação constante do sotaque com tom de deboche são alguns dos exemplos.
	Aversão ou a profunda antipatia em relação aos estrangeiros, medo ou ódio, a desconfiança em relação a pessoas estranhas ao meio daquele que as julga ou que vêm de fora do seu país com uma cultura, hábito, raça ou religião diferente é denominado como xenofobia. A xenofobia associa diversas características com o racismo sendo capaz de ser revelado de várias formas, abrangendo as relações e percepções do endogrupo em relação ao exogrupo, incluindo o medo de perda de identidade, suspeição acerca de suas atividades, agressão e desejo de eliminar a sua presença para assegurar uma suposta pureza.
	O termo é de origem grega e se forma a partir das palavras “xénos” (estrangeiro) e “phóbos” (medo). A xenofobia pode se caracterizar como uma forma de preconceito ou como uma doença, um transtorno psiquiátrico.
	A palavra xenofobia é frequentemente associada a aversão a outras raças e culturas, e também associada à fobia em relação a pessoas ou grupos diferentes, com os quais o indivíduo que apresenta a fobia habitualmente não entra em contato ou evita fazê-lo.
	Atitudes xenofóbicas incluem desde o impedimento à imigração de estrangeiros ou de pessoas pertencentes a diferentes culturas e etnias, consideradas como ameaça, até a defesa do extermínio desses grupos. Por esta razão a xenofobia tende a ser normalmente associada a preconceitos étnicos ou ligados a nacionalidade. Estereótipos pejorativos de grupos minoritários e conflitos de crenças podem levar um indivíduo ao ódio.
	A xenofobia como doença, em senso mais restrito, é o medo excessivo e descontrolado do desconhecido. Nesse seguimento, é um transtorno psiquiátrico e insere-se no grupo das perturbações fóbicas, descritas por ansiedade clinicamente significativa, causadas pela exposição a uma situação ou objeto temido.
	As pessoas que expressam este terror persistente, irracional, excessivo e reconhecido como tal, pendem a fugir do contato com estranhos uma vez que esta situação lhes provoca extrema angústia, ansiedade, aumento da tensão arterial e da frequência cardíaca. Em casos mas complexos pode até mesmo, motivar um ataque de pânico. O distanciamento, antecipação ansiosa ou mal-estar em relação à situação temida, interfere significativamente com as rotinas normais da pessoa, o exercício ocupacional, os relacionamentos e atividades sociais.
	O Brasil é conhecido por ser um país que recebeu e recebe muitos imigrantes de vários países com diferentes culturas, sem graves demonstrações de xenofobia. No entanto, no século XIX se verificou no Brasil um fenômeno chamado lusofobia, que resultou de um sentimento nacionalista de alguns políticos brasileiros, que tinham como objetivo reduzir a interação de indivíduos portugueses na economia local.
	Contudo, é importante ressaltar que a xenofobia e racismo são dois conceitos diferentes mas que muitas vezes se traduzem em atitudes semelhantes de discriminação em relação a alguém. A xenofobia está direcionada para alguém que vem de outro país, mesmo que seja da mesma etnia. Por outro lado, o racismo é a discriminação fundamentada na existência de uma raça superior às outras. É uma construção social que não encontra eco na comunidade científica, sendo um grave preconceito, e que pode ocorrer também a uma pessoa que tenha nascido no mesmo país daquela que comete o ato racista.
	Casos de Xenofoia no Brasil:
	Em 2018 uma criança venezuelana de 3 anos e seus pais ficaram gravemente feridos, após desconhecidos jogarem uma bomba caseira dentro da casa onde estavam abrigados. As vitimas foram levadas para o hospital, e a criança sofreu queimaduras de segundo grau em várias partes do corpo. A família veio de Maturi, na Venezuela, onde venderam a casa e bens para custear as passagens. "Antes da crise, a vida era maravilhosa. Depois, não tínhamos hospital, educação e comida. Por isso, fugimos para o Brasil", explicou Jankely Vasquez, 29, que vende bananinhas na rua para sobreviver.
	Por volta de 2014, quando o fluxo migratório de haitianos era intenso, várias denúncias vieram à tona. Em entrevista ao portal Terra, dois imigrantes relataram casos específicos em que foram vítima de preconceitos. Os jovens haitianos, que não quiseram se identificar, afirmaram que era comum pessoas os chamarem de “gays”, a fim de ofendê-los. Outros termos também são comumente usados, como “macaco”. Um deles mencionou uma situação em que um grupo de crianças, por conta de sua pele escura, perguntou se ele não tinha sabonete. Uma pesquisa publicada em 2016 pelo programa Cidade e Alteridade da Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG) reafirma isso. Ao entrevistar haitianos residentes na região metropolitana de Belo Horizonte, descobriu-se que 60% dos homens haitianos entrevistados sofrem de xenofobia e outros tipos de preconceito no local de trabalho. Em relação às mulheres entrevistadas, esse número atinge os 100%.
	Em janeiro de 2018, um grupo de dez imigrantes haitianos denunciou uma empresa de Caxias do Sul (RS) por más condições de trabalho. A Polícia Federal e o Ministério Público do Trabalho foram acionados para investigar o caso. Vanius Corte, auditor fiscal do Ministério do Trabalho, afirmou que o “corte de luz, de água, de comunicação com os familiares, as agressões e ameaças por parte do supervisor dessa empresa é de gravidade extrema”. 
	Em países com dimensões populacionais e territoriais enormes, que é o caso do Brasil é comum ocorrer preconceito dentro do próprio país. A discriminação contra os negros é frequente. No Brasil, sobretudo, tem-se o exemplo máximo do nordeste e do nordestino. Atribuindo-se estereótipos a esta região do país, em muitas vezes o nascido no local é estigmatizado antes mesmo de se autodefinir. Os “baianos”, “cabeças chatas”, relacionar os baianos à preguiça contínua e imitação constante do sotaque com tom de deboche são alguns dos exemplos.
	
	Sendo assim, a xenofobia está relacionada diretamente com o fenômeno da migração que caracteriza o mundo atualmente. Esse fluxo migratório de pessoas acontece por motivos múltiplos como fuga de violência ou guerras, crise econômica, procura por melhores oportunidades de vida etc. À vista disso, faz com que pessoas especificas de nacionalidade ou regiões diferentes sejam alvos de preconceitos e estereótipos, além de vitimas da xenofobia. No Brasil, xenofobia quando se transforma em agressão é crime. Isso foi definido pela Lei nº 7.716, de janeiro de 1989, que em seu artigo 1º garante que “serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. Já as ofensas verbais direcionadas a imigrantes podem ser caracterizadas como crime de injúria. No entanto, aprovar tais leis no papel não é o suficiente, é preciso garantir que isso vire realidade. Mesmo que a Lei da Migração prever a criação de um órgão especializado no atendimento aos migrantes e refugiados, com foco na regulamentação dessas pessoas, o Brasil segue sendo um dos poucos países sem tal serviço especializado. Isso gera consequências na integração dos imigrantes à sociedade brasileira, os quais acabam tornando-se ainda mais vulneráveis e invisibilizados.
	Posto isso, outras iniciativas buscam combater a xenofobia do Brasil ao mesmo tempo que esse órgão não sai do papel. Os Centros de Referência e Atendimento para Imigrantes (CRAIs), são uma das iniciativas na busca do combate a xenofobia. Os CRAIs buscam auxiliar aqueles que chegam ao Brasil a regularizarem-se, obter conseguirem emprego e também atendimentos em hospitais, delegacias e escolas. Entretanto, só existem dois CRAIs no Brasil todo: em Florianópolis e em São Paulo.
	Mais uma estratégia do governo para enfrentar o fluxo migratório atual é a de interiorização dos venezuelanos que chegam no estado de Roraima. A propositura do governo Temer propõe-se espalhar tais imigrantes pelo país e, assim, aliviar o sistema de serviços públicos de Roraima. Deve-se ressaltar que a crise migratória da qual tanto se fala diz respeito ao estado de Roraima. Isso porque o número de venezuelanos que chegam ao país é relativamente pequeno comparado ao tamanho do território brasileiro, que tem capacidade de absorver tais pessoas.
	Além da migração citada anteriormente, a xenofobia normalmente, está de modo direto correlacionada com o racismo, o preconceito contra pessoas por seus traços físicos, principalmente pela cor da sua pele, o racismo reveste-se de várias formas nos diversos países, consoante a sua história cultura e outros fatores sociais. Isso é perceptível quando presenciamos pessoas de origens distintas sendo tratadas de modo diferente por causa de sua aparência. Além do mais, qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência em função de raça, origem, cor ou etnia é denominado como discriminação racial. 
Uma das formas de discriminação racial é a intolerância; a falta de respeito pelas práticas e convicções de outro. Aparece quando alguém se recusa a deixar outras pessoas agirem de maneira diferente e terem opiniões diferentes. Consequentemente conduzida ao tratamento injusto de certas pessoas em relações ás suas convicções religiosas, sexualidade ou mesmo à sua maneira de vestir-se. Está na base do racismo, do anti-semitismo, da xenofobia e da discriminação em geral. Que com frequência pode conduzir à violência e a intolerância não aceita.
	Dessa forma, por conclusão, é importante destacar a recusa de conviver com as diferenças, de aceitar aquilo que não se quer, ou escultar com paciência convicções diferentes da suas, são virtudes necessárias para a convivência em uma sociedade democrática e quando tais valores, cada vez mais enfraquecidos e não só no Brasil, são desconsiderados surge então a intolerância. A complexidade em aceitar o diferente não é um fenômeno apenas da nossa sociedade contemporânea. Entretanto não é preciso ir muito longe basta lembrar do nosso processo de "colonização'', as dissemelhanças entre os povos que já vivam aqui no nosso país com os europeus foram razões de violência e perseguições. Posteriormente, a crença da superioridade racial dos colonizadores foi o que ocasionou a escravidão dos negros, que durou quase 4 séculos.
	
	Casos de Intolerância:
	O Holocausto durante foi o genocídio ou assassinato em massa de cerca de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, no maior genocídio do século XX, através de um programa sistemático de extermínio étnico patrocinado pelo Estado nazista, liderado por Adolf Hitler e pelo Partido Nazista e que ocorreu em todo o Terceiro Reich e nos territórios ocupados pelos alemães durante a guerra.
	Aqueles que desrespeitavam ou questionavam as decisões da Igreja eram perseguidos e punidos. Na Idade Média, a Igreja Católica criou o Tribunal do Santo Ofício (Inquisição) no século XIII, para combater os hereges (contrários à religião católica). ... A cultura na Idade Média foi muito influenciada pela religião católica.
	O fascismo foi um movimento politico ocorrido na Itália, liderado por Benito Mussolini, por volta dos anos 1940, e que pregava um nacionalismo exacerbado, anti-liberal, concentrador de poder nas mãos do condotieri, de inspiração imperialista.
	De acordo com os dados do Dossiê Intolerâncias visíveis e invisíveis no mundo digital, 44% dos casos de assassinatos de homossexuais no mundo acontecem no Brasil. Os casos de xenofobia no país vêm crescendo nos últimos anos. De acordo com dados do Ministério dos Direitos Humanos a cada 15 horas há uma denúncia de intolerância religiosa no Brasil. 
	Em proporção a ligeirice com que informações circulam em redes sociais, condutas intolerantes evidenciam-se cada vez mais. Com o distanciamento que as redes sociais geram, as pessoas sentem maior liberdade de expressão e menos constrangimento do que pessoalmente. Posto isso, as redes colaboram significativamente na polarização política, isso porque os próprios mecanismos das redes sociais identificam os conteúdos que gostamos e impede nos mostrar o que não nos interessam. Assim, acabamos nos isolando de convicções diferentes e fortificando os extremismos políticos que por sua vez fortificam comportamentos intolerantes. Desse modo, as denúncias contra páginas que publicam conteúdos racistas, xenófobos, misóginos, homofóbicos, neonazistas e de intolerância religiosa, aumentaram 200%, de acordo com a ONG Safernet, entre 2010 e 2013. Sendo assim, é preciso atenção. Pois se por um lado, as redes sociais colaboram para a comunicação entre amigos, por outro lado elas podem fragilizar os laços de uma sociedade já que, não se pode imaginar
que todos terão as mesmas opiniões, crenças, origem ou classe social, afinal a sociedade é diversa e viver em democracia é saber respeitar o diferente, é ter empatia. 
	As origens da intolerância está relacionada a cultura do medo e ao isolamento. Exemplos atuais de isolamento são os imigrantes e refugiados, que pelo impacto que podem causar nos países que chegam, passam a ser vistos como inimigos, outro exemplo de minorias historicamente excluídas são os negros e os índios. Além disso, pode citar-se como origem da intolerância o individualismo e imediatismo. O indivíduo está mais preocupado com as satisfações pessoais do que em pensar no coletivo, ademais há pouca disposição para entender diferentes pontos de vista. Por fim, crises, tanto políticas quanto econômicas, costumam fortificam grupos políticos que defendem condutas intolerantes. Isso porque, quando um país enfrenta uma crise, é comum que se busquem culpados – nesses momentos, surgem figuras políticas de posicionamento mais extremo com propostas simples para problemas complexos.
	
	CONCLUSÃO:
	Por conclusão, preparar esse trabalho foi extremante importante, pois possibilitou aprofundar em um no campo no que tange as atitudes oriundas do racismo, intolerância e da xenofobia. A pesquisa elaborada permitiu obter informações precisas acerca da história e seu processo evolutivo sobre a temática do racismo, intolerância e da xenofobia com amplitudes sobre a sociedade contemporânea. Com a análise profunda da problemática em questão foi possível averiguar que o racismo é hereditário do termo Raça, na qual evidencia-se para o racista a ideia de uma raça que se julga superior as demais, neste contexto percebe-se que nos dias de hoje os negros são as principais vítimas desse ato discriminatório. Já o termo xenofobia foi utilizado diversas vezes em trabalhos acadêmicos e científicos com uma única definição de que é um medo doentio ou simplesmente uma aversão de obter uma relação oriunda de coisas ou pessoas vindas de outros países ou algo não conhecido por elos xenófobos. O que nos permite adentrar em ideias mal esclarecidas sobre o preconceito social, que são passadas de forma negativas por pessoas nada esclarecidas e evoluídas.
	É importante o papel do professor para o desenvolvimento de um trabalho consciente, crítico e que tenha a fundamental importância na vida do seu aluno, para que este, possa refletir na sociedade a qual pertence. É importante que o aluno do ensino médio conheça as formas pelas quais minorias e parte considerável dos trabalhadores vivenciam a discriminação, a exploração, a opressão e o assédio moral. Pela apropriação e reconstrução do conhecimento sistematizado, cabe à educação escolar garantir ao aluno a compreensão críticas das mudança nas relações do trabalho, problematizando a precarização do emprego que amplia o quadro de exclusão e instabilidades sociais. A escola deve olhar o aluno como ele é singular, na sua maneira de aprender interagir com os outros e a aprendizagem além de depender da estrutura biológica precisa de estímulos que devem ser recebidos desde a infância. Sendo assim, cada pessoa é única e possui uma história assim como um conjunto estrutural que o forma: biológico, social e cultural. A escola recebe uma demanda de diferentes grupos étnicos, uma variedade de culturas e deve assumir a perspectiva inclusiva, buscar desenvolver competências e propor conteúdos com as experiências vividas pelos alunos, para que atribuam significados aos conteúdos, tendo participação ativa nesse processo.
	REFERÊNCIAS:
	SILVA, Afrânio et. Al. Sociologia em Movimento. São Paulo: Moderna, 2013, 1ª ed.
	MYERS, A. O Valor da Diversidade Racial nas Empresas. Estudos Afro-Asiáticos, Ano 25, no 3, 2003,pp. 483-515.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/eaa/v25n3/a05v25n3.pdf
	SCHAEFER, Richart T. Sociologia. 6° ed. -- São Paulo: McGraw-Hill, 2006.
	ARAÚJO, Silvia M. BRIDI, Maria A. MOTIM, Benilde L. Sociologia - Ensino Médio. 2° ed. -- São Paulo: Spcipione, 2016.

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