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Julia Isabelli, Juliana Saldanha, Marcelo Duo, Monik Keller e Pedro Grohmann Trabalho de Geografia São Paulo 2017 Introdução A crise estrutural do capital que emergiu em meados da década de 1970, inaugurou uma nova temporalidade histórica do desenvolvimento civilizatório, caracterizada por um conjunto de fenomenos sociais qualitativamente novos que compõem a fenomenologia do capitalismo global com seus “trinta anos perversos” (1980-2010). O kaizen, kanban e just in time são metodologias usadas no contexto da produção por parte de empresas. A crise estrutural do capital e sua fenomenologia histórica Primeiro, nos últimos trinta anos tivemos uma época histórica de reestruturações capitalistas nas mais diversas instâncias da vida social. O sistema mundial do capital como sistema social global reestruturou-se efetivamente numa dimensão inédita. Por exemplo, a nova reestruturação produtiva do capital impulsionou um complexo de inovações organizacionais, tecnológicas e sociometabolicas nas grandes empresas e na sociedade em geral sob a direção moral-intelectual do “espírito do toyotismo”. A manipulação reflexiva ou a “captura” da subjetividade tornou-se efetivamente o modo de operar do controle sociometabolico do capital. A luta de classes e as derrotas das forças políticas do trabalho na década de 1970 conduziram a reestruturação política do capital, constituindo o Estado neoliberal e as políticas de liberalização comercial e desregulamentação financeira; e o pós- modernismo e o neopositivismo permearam a reestruturação cultural. Nos “trinta anos perversos”, o capitalismo financeirizado, toyotista, neoliberal e pós-moderno levou a cabo uma das maiores revoluções culturais da história. Portanto, capitalismo global tornou-se a nova etapa de desenvolvimento do capitalismo histórico, um largo processo histórico que percorreu pouco mais de trinta anos e nos projetou noutra dimensão espaço-temporal hoje mais clara do que nunca. Ele surgiu com a grande crise da década de 1970 e implicou outra natureza da dinâmica social capitalista que se distingue radicalmente de outras épocas historicas. A década de 70 significou, no plano histórico-mundial, a inauguração de um “corte histórico” no processo civilizatório do capital. Por isso, surgiram novos fenomenos sociais radicalmente novos que merecem ser investigados numa perspectiva rigorosamente dialética. Enfim, alterou-se o timing da luta de classes e da dinãmica socio- reprodutiva do sistema do capitalismo mundial. Por exemplo, a precarização do trabalho que caracteriza o capitalismo histórico assumiu uma dimensão estrutural e fez emergir a precarização do homem-que-trabalha. Trata-se de uma nova dimensão da precariação do trabalho que não se reduz a precarização salarial. A precarização do homem-que-trabalha não se trata da mera afirmação do trabalho estranhado, mas sim a sua radicalidade qualitativamente nova capaz de desefetivar o ser generico do homem em largas camadas sociais do proletariado hoje, com impactos na saúde dos homense das mulheres que trabalham. A amplitude e intensidade do fenomeno do estranhamento hoje alterou o significado político da precarização do homem-que-trabalha. O tema da saúde do trabalhador numa perspectiva radical tornou-se muito importante para se deixar a cargo apenas de médicos e profissionais de saúde propriamente dita. O capitalismo global é o movimento da heterogeneidade e não a obtenção de homogeneidade. A ideologia da globalização impos a visão impresionista de “um mundo só”. Entretanto, ao invés de constituir o globo como “um mundo só”, a mundialização do capital constituiu múltiplas territorialidades críticas. A dinâmica da economia global implicou a constituição da “totalidade concreta” efetiva do sistema mundial de produção do capital, onde o concreto significa unidade na diversidade de territorialidades que operam deslocamentos de contradições estruturais da ordem global do capital. Portanto, o movimento do capital é concretamente heterogeneo no plano territorial. É por isso que hoje, por exemplo, enquanto no núcleo orgânico do sistema – EUA, União Europeia e Japão – temos a presença da crise numa proporção inédita, com o PIB nestas regiões apresentando quedas ou crescimento mediocre, o centro dinâmico da acumulação de capital e crescimento da economia capitalista mundial desloca-se para a China e para os paises ditos “emergentes”, onde a percepção da crise torna-se relativamente tenue (a própria crise europeia hoje, por exemplo, manifesta-se de modo diferenciado nos países do Sul da Europa – Grécia, Itália, Espanha e Portugal- e nos paises do Norte, como Alemanha e Dinamarca). As múltiplas territorialidades da crise contribuem para operar contradições geoeconomicas e geopolíticas do sistema que ocultam a percepção clara da insustentabilidade da ordem planetária do capital. Na verdade, a concretaização da heterogeneidade no plano geográfico é um modo de manipulação da percepção ideológica da própria dinâmica capitalista. Por um lado, a crise do capitalismo global que se desenrola nos “trinta anos perversos”, o modo efetivo de desenvolvimento da crise estrutural do capital, é crise de valorização no sentido de crise de produção/realização do valor. É crise de produção de valor sob pressão da lei tendencial da queda da taxa média de lucros por conta do crescimento da composição orgânica do capital. Nos últimos trinta anos de capitalismo global, a reorganização e reconfiguração territorial e produtiva do sistema tornou-se o modo de operação das tendencias e contra-tendencias à lei geral da acumulação capitalista no plano histórico-mundial. Por outro lado, a crise do capitalismo global é crise de realização do valor sob a dinâmica do subconsumo e a procura alucinada pela absorsão de excedentes. A dificuldade de vender num cenário de superprodução/sobreacumulação expõe a necessidade candente da destruição criativa e produção destrutiva capazes de preservar o processo de valorização mesmo que em forma fictícia. Um autor como Istan Meszáros em sua obra clássica Para Além do Capital, expós com maestria as perfomances críticas do valor diante das suas dificuldades de auto-valorização ao tratar, por exemplo, da produção destrutiva e da taxa de utilização decrescente do valor de uso, recurso de administração da crise e autorreprodução destrutiva do capital. Nos últimos trinta anos de capitalismo global, tornaram-se mais do que evidentes as constatações meszarianas feitas nos primórdios de desenvolvimento do capitalismo global. A percepção genial de Marx e Engels é a síntese ontológica das vias de resolução que o capital constrói para a sua crise estrutural – hoje, numa dimensão ampliada, isto é, num plano efetivamente histórico-mundial. Por exemplo, a destruição da massa de forças produtivas é visivel com o crescimento do desemprego em massa e a precarização estrutural do trabalho. Assim, o capital destrói a massa de riqueza humana acumulada por conta da formação profissional e expectativas de realização pessoal (o fenomêno social do precariado é um exemplo da destruição de forças produtivas, trabalho vivo e força de trabalho altamente escolarizada sem futuro digno na sociedade burguesa). A conquista de novos mercados e uma exploração mais completa dos antigos é perceptivel com a dita “globalização”, a inserção da China no mercado mundial, a intensificação da obsolescencia planejada das mercadorias, etc. Talvez, como via de resolução (fictícia) da crise, Marx e Engels não tenham salientado a financeirização da riqueza capitalista. Ao promover a valorização fictícia, o capital “investe” na reprodução estéril da massa de capital-dinheiro ou riqueza abstrata acumulada de modo insano por conta do desenvolvimento inédito da produtividadedo trabalho no século XX. Portanto, o valor é afetado de negação no interior do próprio sistema do valor. Eis a contradição crucial do sistema mundial produtor de mercadorias. Podemos dizer que a era do capitalismo global é o espaço-tempo de construção política das “saídas” ou vias de resolução das contradições acumuladas pelo sistema. O modo de produção capitalista é, como salientamos alhures, não apenas modo de produção de mercadorias, mas modo de acumulação de contradições na perspectiva da sua objetividade teleológica particular: a auto-valorização do valor. Vejamos o seguinte: o primeiro momento historico da crise estrutural do capital, ocorrida em meados da década de 1970, impulsionou a “globalização” como mundializção do capital e a afirmação da precarização estrutural do trabalho, vias de resolução que contribuiram para a resposição da lucratividade em fins da década de 1980. , Entretanto, as “saídas” ou vias de resolução da 1ª fase da crise estrutural do capital não impediram que a crise voltasse a se manifestar mais adiante, com as novas contradições da mundialização financeira. Pelo contrário, as vias de resolução contribuiram, contraditoriemente para o desenvolvimento ampliado da crise por conta da própria desmedida do capital. Por isso, a partir da década de 1990, ocorreram com maior amplitude e intensidade crises financeiras que caracterizam a 2ª. fase de crise do capitalismo global. Portanto, com a “acumulação flexivel”, foram postas vias da resolução da crise capitalista de meados dos anos 1970; mais tarde, com a “acumulação por espoliação”, colocaram-se as vias da resolução (fictícia) para a crise das bolhas financeiras (utilizamos dois importantes conceitos de David Harvey – “acumulação flexivel” e “acumulação por espoliação” – para caracterizar os dois momentos do desenvolvimento da crise capitalista, onde a forma de ser da acumulação diz respeito a vias de resolução – meramente contingente – da própria crise). Na verdade, a forma predominante de acumulação implica novos patamares da barbarie social que se desenvolvem nos “trinta anos perversos” do capitalismo global. Eis, deste modo, a fenomenologia da crise estrutural do capital, caracterizada pelo movimento contraditório do valor em sua ânsia de auto-valorização. A crise de 2008 e sua vias de resolução (fictícia) afirmam o movimento recorrente da espoliação financeira, onde o fundo publico fica a merce da lógica da valorização fictícia. Não se destroem os pilares político-institucionais da mundialização financeira, mas sim, reforça-se sua dominância social e política via políticas de austeridade (a crise europeia, como sempre, é paradigmática). A radicalidade das contradições impõe a radicalidade do pensamento crítico capaz de ir além das sombras que se movem na superfície do sistema. O capitalismo manipulatório é o capitalismo fictício onde o processo de valorização encontra-se afetado de negação embora prossiga como proceso de produção de produção de mercadorias. Nos primórdios do século XXI, a destruição critiva do capital articula-se cada vez mais com a produção destrutiva das condições da reprodução social. A crítica radical do capitalismo torna-se hoje, mais do que nunca, necessidade do pensamento. Kaisen, Kanban e o Just In Time O Kaizen foi criado e desenvolvido para melhoria nas áreas de Manufatura. Tem como foco principal identificar melhorias no processo produtivo através da eliminação de desperdícios de forma reduzir o tempo de ciclo do processo e aumento de produtividade. Para atingir aos objetivos de melhoria tem como foco a redução de inventário, eliminação de gargalos de processo, balanceamento das operações, otimização da relação mão de obra e máquinas e o aumento do valor agregado das atividades. Kaizen Significa "mudar para melhor", ou seja, "melhoria contínua". A estratégia Kaizen é focada em esforços continuados na busca de melhorias, envolvendo trabalho em equipes onde participam pessoas de toda a organização desde a alta gerência até operadores, sem distinção. O Kaizen permite que os programas de melhoria sejam implementados pelos próprios funcionários, atuando em equipe, sem investimentos e de forma simples e rápida. A grande força do Kaizen vem da sua capacidade de criar um ambiente de alto comprometimento com os objetivos de melhoria e um forte componente motivacional em realizar os trabalhos. Kanban Segundo (Gross and McInnis 2003), o kanban foi inventado na Toyota entre o final da década de 40 por Taiichi Ohno para minimizar os custos com o material em processamento e reduzir os estoques entre os processos. O kanban é uma ferramenta de controle do fluxo de materiais no chão de fábrica. Ele é um sinal visual que informa ao operário o que, quanto e quando produzir. Sempre de trás para frente, puxando a produção. Não só isso, ele também evita que sejam feitos produtos não requisitados, eliminando perdas por estoque e por superprodução. Os sinais visuais podem variar, desde a sua forma mais clássica que é um cartão, até uma forma mais abstrata como o kanban eletrônico. O fundamental é que o kanban transmita a informação de forma simples e visual e que suas regras sejam sempre respeitadas. Just in Time A filosofia Just-in-Time (JIT) foi introduzida na Toyota (Japão), ao final da década de 50, com o objetivo de eliminar as atividades que não adicionavam valor à cadeia produtiva compras/fabricação/ distribuição, possibilitando fabricar automóveis a custos menores. A idéia contida na filosofia JIT é o envolvimento dos clientes, fornecedores e transportadores, como forma de diminuir os custos de produção com base na redução do nível dos estoques, tempos de preparação, inspeções de qualidade etc. A premissa básica é acoplar a demanda ao suprimento, reduzindo os custos com a manutenção de estoques e possibilitando que estes estejam disponíveis na hora e local necessários à produção. Por meio de embarques mais freqüentes e sincronizados é obtida uma substancial economia de escala no transporte, ao mesmo tempo em que o baixo nível de estoques deixa de gerar custos para sua manutenção, uma vez que são mantidos próximos do nível zero. O conceito do Just-in-Time é praticado juntamente com o Kanban, que consiste na utilização de sinalização ao longo do processo produtivo, destinadas a informar aos postos de trabalho próximos sobre o momento das necessidades de componentes. Quaisquer eventuais alterações na demanda podem ser imediatamente ajustadas, pois tanto as quantidades produzidas como as respectivas requisições de insumos sempre ocorrem em pequenas quantidades. Dentre os inúmeros obstáculos para a adoção do Just-in-Time, o principal deles é a atuação dos fornecedores. Para que o sistema funcione, as matérias-primas devem ser entregues na linha de produção quase no exato momento em que serão necessárias ao processo fabril, o que se traduz na necessidade de fornecimentos constantes e em pequenas quantidades. Tal exigência altera profundamente a conceituação de sistema de transportes, além de eliminar a tolerância com eventuais peças defeituosas. Ou seja, para implementar o JIT, a empresa precisará convencer seus fornecedores de todas as vantagens envolvidas, para que eles também o adotem. Conclusão Quando a estrutura que mantinha a economia dos EUA começou a ceder, foi acompanhada por uma série de escândalos que resultaram de um esforço mal direcionado para perpetuar a alta do preço dos papéis das empresas. O exemplo da Enron foi o mais estudado, rendendo livros e documentários que se alinham com sua repercussão na mídia. Ainda assim, a ideia vendida foi a de uma economia que resistiria a novas recessões, ideia essa vinda ao começo de um novo milênio,alimentando as crenças de uma economia moderna, “a economia do século XXI”. Em outras palavras, não era desejável adentrar a um novo século, ou melhor, a um novo milênio, com o foco em uma possível nova crise econômica. Não era o que os investidores desejavam e menos ainda o que desejava o Banco Central norte- americano. Um novo século deveria trazer novas esperanças e nada melhor do que estimular aquelas que previam o m da longa estagnação mundial e o início de uma nova fase de cooperação e prosperidade. O Kaizen foi criado e desenvolvido para melhoria nas áreas de Manufatura. Tem como foco principal identificar melhorias no processo produtivo através da eliminação de desperdícios de forma reduzir o tempo de ciclo do processo e aumento de produtividade. O Kanban é uma ferramenta de controle do fluxo de materiais no chão de fábrica. Ele é um sinal visual que informa ao operário o que, quanto e quando produzir. Sempre de trás para frente, puxando a produção. Não só isso, ele também evita que sejam feitos produtos não requisitados, eliminando perdas por estoque e por superprodução. Just in time é um sistema de administração da produção que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata. Pode ser aplicado em qualquer organização, para reduzir estoques e os custos decorrentes Bibliografia https://blogdaboitempo.com.br/2012/09/21/a-crise-estrutural-do- capital-e-sua-fenomenologia-historica/ http://criacaoegestao.blogspot.com.br/2012/03/conceitos-das- ferramentas-kaizen-kanban.html?m=1 http://www.administradores.com.br/producao-academica/a- importancia-kaizen-e-kanban-no-processo-gerencial/3560/ h t t p s : / / w w w. m a r i l i a . u n e s p . b r / H o m e / P u b l i c a c o e s / crisedocapitalismo.pdf
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