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As transformações no mundo do trabalho (1)

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1. AS TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO 
Para melhor compreensão e contextualização do tema proposto nesta pesquisa, faz-se necessário a exploração das grandes transformações pelas quais o mundo do trabalho passou, em especial a partir da Revolução Industrial até a chamada Revolução 4.0, onde se pode situar o fenômeno da uberização. 
Essa contextualização é importante para a compreensão de que há uma intrínseca relação entre as alterações que ocorreram nos processos de produção e de consumo da sociedade com as mudanças no mundo do labor, vez que o trabalho é um dos fatores da vida social ao qual mais se dá relevância, isto, pois, possui um papel chave no desenvolvimento e manutenção de aspectos existenciais, sociais, econômicos e, inclusive, culturais da tessitura social. Em razão disso, o modo como o trabalho, em acepção geral da palavra, desenrola-se é relevante, havendo a consequente criação de mecanismos para o seu controle. 
Do ponto de vista acadêmico, as correlações existentes entre o trabalho e as relações sociais possibilitam um cenário em que este, por ser intrínseco e interdependente aos demais fatores e lógicas sociais, que se torna um referencial para a abertura de determinadas investigações, estabelecendo-se uma relação de influência e influenciador, sendo que a força do trabalho e dos trabalhadores tem se demonstrado, ao longo dos últimos séculos, decretória. Compreender a história e a evolução do trabalho se demonstra crucial para a compreensão do seu status quo, já que a sua organização atual é fruto de um processo histórico.
As diversas percepções pelas quais o trabalho passa a ser representado no decorrer da história e as diferentes concepções ideológicas que provocaram essas mudanças, facilita o entendimento de como se desenvolveu o processo de organização social do trabalho. 
De acordo com Evaristo de Moraes Filho e Antônio Carlos Flores de Moraes (1991, p. 19-20):
Todo o trabalho humano é desde os tempos primitivos e por definição um fato coletivo, sendo a cooperação sua nota característica e essencial. Uns dependem dos outros, as tarefas se realizam através da armação de um mosaico, fragmentário a princípio. Esta dependência pode ser direta ou indireta, mas todos se encontram no mesmo estado de precisão do trabalho alheio, levado a efeito em outros lugares e em outros tempos. Entende-se por divisão do trabalho social, de cooperação simples, a distribuição dos indivíduos pelas diferentes atividades ou profissões de uma determinada sociedade; diferenciam-se, portanto, em funções diversas. Por divisão técnica do trabalho compreende-se a especialização ainda mais minuciosa dentro de cada atividade ou profissão. Nesta, constitutiva de um verdadeiro organismo de produção, dentro da mesma unidade econômica, o indivíduo realiza uma tarefa distinta e fragmentária, sem consciência às vezes da totalidade de seus esforços conjugados.
	A depender da civilização o trabalho passou a ter determinadas conotações, diferenciando-se a partir de aspectos culturais e espaciais, cabendo mencionar, por exemplo, a visão greco-romana. Os gregos consideram a organização e a sociabilidade como produção da natureza, portanto, as estruturas humanas existem como forma de ordenar o caos que se deu após o caos que quebrou a ordem de ouro pré-histórica, onde deuses e humanos conviviam em harmonia e o trabalho era desnecessário, conforme bem aponta Platão em suas obras. Logo, a visão de trabalho dos gregos o trabalho concebe o trabalho material como algo que deprecia, e somente as atividades que consistiam no lazer (scholê) eram consideradas bem vistas e produtivas. (CHATÊLET; DUHAMEL; PISIER, 2013).
A concepção grega continuou sendo disseminada na civilização que cresceu e dominou quase toda a Europa, defende-se inclusive que a etimologia da palavra trabalho advém de um sentido que reforça o sentido de castigo ou dor. A palavra grega pónos, que significa trabalho, possui a mesma raiz que a palavra latina poena, de onde se deriva a palavra pena. Outras possíveis relações podem ser feitas com a palavra tripaliare, que significava torturar com um tripalium, instrumento de tortura de três pontas. O conceito de trabalho que possuímos contemporaneamente, que associa fadiga e esforço com a força e orgulho em relação à sociedade, não possuía equivalente na antiguidade. (MORAES; MORAES, 1991, p. 16).
Nesse sentido, o trabalho passou a tomar uma proporção e ter uma importância cada vez maior, sendo necessária a procura de alternativas a necessidade de mão de obra, tendo se utilizado para este fim de forma extensiva a mão de obra escrava. Não é possível precisar especificamente quando a escravidão passou a ser empregada, no entanto, diversos povos serviram-se dela para se estabelecer economicamente, tendo em vista ser uma mão de obra disponível e que não necessitava de qualquer contraprestação, relegando o trabalho braçal a essa massa de cativos.
As civilizações antigas, tal quais gregos ou romanos, não concebiam um decurso da história linear e dotado de um sentido como na contemporaneidade, sendo dominante a representação do tempo como um ciclo, que resulta nas mesmas situações, faltando-lhes a noção de um progresso global, não havendo uma busca necessária para a acumulação de riquezas. O fator determinante para o estabelecimento do trabalho como parte indissociável da sociedade foi justamente a busca pela acumulação de riquezas.
Durante a idade média, principalmente na Europa o trabalho permaneceu em grande parte relacionado a subsistência, ligado a agricultura e construído sobre bases do sistema servil, enquanto nas cidades existia um pequeno mercado de trocas de produtos manufaturados de primeira necessidade e artesanais. O desenvolvimento de uma burguesia comercial, a partir do Renascimento, com a consequente acumulação de capital, passou a desenvolver uma sistemática de trabalho enfocada na exploração elevada da mão de obra na busca pelo maior lucro. É a partir daí que começa a se construir aquilo que resultou na concepção contemporânea de trabalho.
Nos séculos seguintes a noção de trabalho como necessidade humana e passo para a autorrealização, muito graças à comunicação entre trabalho e religião, sendo este um meio de se atingir os louros do pós-vida, discurso este que já vinha sendo utilizado principalmente pela igreja católica desde a Idade Média, no entanto, foi após o renascimento que se intensificou a luta de classes e enfrentamentos entre trabalhadores e detentores do capital. Essa visão religiosa do trabalho pode ser ilustrada a partir de um excerto do Sermão da Terceira Quarta-feira de Quaresma professado pelo padre Antônio Vieira em 1669 (VIEIRA, 1998): 
O mesmo Cristo se declarou, e deu a razão muito como sua: Quod debuimus facere, fecimus: O que devíamos fazer isso fizemos. Quem fez o que devia, devia o que fez, e ninguém espera paga de pagar o que deve. Se servi, se pelejei, se trabalhei, se venci, fiz o que devia ao rei, fiz o que devia à pátria, fiz o que me devia a mim mesmo, e quem se desempenhou de tamanhas dívidas, não há de esperar outra paga. Alguns há tão desvanecidos que cuidam que fizeram mais do que deviam. Enganam-se. Quem mais é e mais pode, mais deve. O sol e as estrelas servem sem cessar, e sempre com grande utilidade; mas esta toda é do universo, e nada sua. Prezai-vos lá de filhos do sol, e tão ilustres como as estrelas, e abstende-vos a mendigar outra paga. [...] Lá, na outra vida, haveis de viver mais que nesta; se aqui tiverdes trabalhos, lá tereis descanso; se aqui não tiverdes grandes lugares, lá tereis o lugar que só é grande; e se até aqui vos faltar a graça dos homens, lá tereis a graça de Deus e o prêmio desta graça, que é a glória. 
	Com o avanço do iluminismo e a valorização do indivíduo, através do antropocentrismo que ganhou espaço nas ciências, o trabalho passou a ser relacionado diretamente com aspectos da vida cívica e moral, contudo, na mesma linha de interpretação dada pelo viés religioso, o trabalho permanecia idealizado como sendo necessário para a realizaçãopessoal e a dignidade do indivíduo. Thomas More em sua obra Utopia, por exemplo, propõe, assim como demais pensadores da época, a criação de um modelo de sociedade baseado na racionalização e na estruturação de um sistema que retire da convivência humana alguns considerados desvios de ordem moral. (MORE, 1999, p. 32)
À Cidade desordenada e corrompida, ele opõe a imagem de uma organização racional, fundada numa estrita divisão do trabalho e numa disciplina cívica rigorosa, mas também numa completa igualdade social (a propriedade privada e o dinheiro são proscritos) e política (os cargos são eletivos e a oposição entre o trabalho manual e intelectual é eliminada), assim como na tolerância quanto às opiniões religiosas. É claro que essa descrição da Cidade bem-sucedida é um meio de criticar o estado de coisas existente. (CHATÊLET; DUHAMEL; PISIER, 2013).
Ao passo em que avançava a persecução por acumulação de riqueza por parte dos indivíduos, novas formas de se conceber a sociedade, com base nesse objetivo, uniu os modos de se pensar em sociedade e economia, privilegiando a interface que facilita diretamente o aumento de ganhos, o que diretamente envolveu a utilização do trabalhador e sua força para esse fim. Tais orientações, juntamente a avanços econômicos e tecnológicos, proporcionaram mudanças significativas no trabalho a partir do século XVII, sendo a partir desse marco que a interação entre trabalho e tecnologia teve a sua curva, com o processo de industrialização que histórica e teoricamente convencionou-se denominar Revolução Industrial. Foram diversos fatores de ordem política, econômica e social que levaram ao surgimento de novas técnicas de produção que substituíram paulatinamente o trabalho manual e artesanal pelo realizado com ampla utilização de maquinário para o fabrico em larga escala, criando-se novos meios de distribuição e alocação dos trabalhadores nesse novo sistema. O locus em que o trabalhador se insere desloca-se de uma posição de considerável relevância, do ponto de vista de sua necessidade para a manufatura do produto, visto que detinha o conhecimento e as habilidades técnicas, passando a situar-se como mero fator produtivo e de fácil reposição.
Sem dúvidas, o trabalho desempenha valor existencial para o ser humano, sendo muitas vezes elemento essencial do seu projeto de vida. No entanto, o trabalho também impacta a vida da sociedade e a forma como ela se organiza ao mesmo tempo que por esta é impactado, é um movimento de interprenetração constante, em especial a partir do momento que o trabalho passa ser o fator determinantes de organização da própria vida social. 
Procura-se com este capítulo, tão somente, a orientação do leitor no tempo e espaço e também a compreensão dos diversos fatores, sociais, filosóficos, políticos e econômicos que trouxe o trabalho e a sociedade no lugar onde hoje encontra-se. 
Dessa forma, utilizando como marco inicial a Revolução Industrial do século XVIII, passando pelas alterações na organização do trabalho introduzidas pela chamada segunda Revolução Industrial já na segunda metade do século XIX, passa-se a análise das grandes transformações ocorridas na economia global a partir de 1970, com a crise do capitalismo e as soluções empreendidas para sua solução, já dentro do contexto da globalização das economias mundiais e por fim encerra-se com a chamada Revolução 4.0 ou Indústria 4.0. 
1.1 - A Revolução Industrial de 1780
 Revolução Industrial compreendida como marco histórico de relevância, não apenas econômica, mas também urbanística, social, e importante fator propulsor para a formação de uma classe trabalhadora, foi um período de profunda alteração na forma de organização dos fatores de produção e entre eles, evidentemente inclui-se, o trabalho, que passa a ser desenvolvido nas fábricas, resultando em uma alteração da lógica da produção e sua massificação. 
Foi iniciada de maneira pioneira na Inglaterra, a partir da segunda metade do século XVIII, e atribui-se esse pioneirismo aos ingleses pelo fato de que foi lá que surgiu a primeira máquina a vapor, em 1698, construída por Thomas Newcomen e aperfeiçoada por James Watt, em 1765. O historiador Eric Hobsbawm, inclusive, acredita que a Revolução Industrial só foi iniciada de fato na década de 1780. (HOBSBAWM, 2014, p. 59.) 
Evidentemente as transformações ocorridas no modo de produção impactou sobremaneira a forma com que o trabalho se desenvolveria a partir de então, bem como as relações entre trabalhadores e empregadores, porém, é certo que o processo iniciado com a Revolução Industrial não se encerra em si mesmo, trata-se de um processo contínuo e que possui impactos que variam a depender da época e do meio onde se inserem. 
A respeito disso, leciona Eric Hobsbawm (2014, p. 45):
 De fato, a revolução industrial não foi um episódio com um princípio e um fim. Não tem sentido perguntar quando se "completou", pois sua essência foi a de que a mudança revolucionária se tornou norma deste então. Ela ainda prossegue; quando muito podemos perguntar quando as transformações econômicas chegaram longe o bastante para estabelecer uma economia substancialmente industrializada, capaz de produzir, em termos amplos, tudo que desejasse dentro dos limites das técnicas disponíveis, uma "economia industrial amadurecida" para usarmos o termo técnico.
Dessa perspectiva é interessante que as chamadas segunda, terceira e quarta Revolução Industriais não passam de um aprofundamento dessa mudança na forma de encarar o trabalho e de massificação da produção, exploração dos mercados consumidores. Enfim, com a Revolução Industrial o capitalismo, antes comercial e ainda incipiente, torna-se um projeto com econômico com potencial global, transformando a configuração da sociedade ocidental, num primeiro momento, e também os seus valores e projetos de vida. 
 	A partir desse ponto de inflexão, surgiram duas concepções distintas para melhor alocar o trabalho na estrutura social. Uma delas que se constrói em função de pensamentos e proposições que privilegia o capital e a economia, e que a título de simplificação, denominar-se-ia liberalismo econômico. Por sua vez, a outra vertente, que se estabelece a partir de modais cujo objetivo se insere na justiça social, seja com a redução de desigualdades e melhoria de vidas de determinadas classes, ou da total suplantação do Estado e de qualquer meio de dominação que seja estabelecido em desfavor dos indivíduos.
 	O valor trabalho passou a ser um dos fatores economicamente relevantes, incorrendo, portanto, em formas diversas de organização dos trabalhadores e suas forças. Adam Smith, por exemplo, parte de um pressuposto de que a economia se desenvolve a partir de dois principais fatores: o trabalho e a troca. Assim, a riqueza de uma nação é proporcional aos bens que nela são produzidos e exportados. Em que pese seja conhecido como percursor do liberalismo econômico, já que preconizava a autonomia do mercado e do capital, Smith reconhecia a relevância do fator trabalho, já que o valor e a troca de mercadorias se relacionam com o trabalho necessário para a sua produção. (CHATÊLET; DUHAMEL; PISIER, 2009, p. 45).
 	Posteriormente, o problema que se adveio da correlação entre os fatores econômicos foi a forma como os trabalhadores se inseriam e eram retribuídos pela força empreendida. A partir da Revolução Industrial, o número de trabalhadores nos estabelecimentos industriais alcançou cifras até então não experimentadas. Eram contingentes enormes de trabalhadores, abrangendo adultos e crianças, utilizados para a manutenção e produção de bens. 
Mas se por um lado, para alguns, a Revolução Industrial tenha elevado padrões econômicos e de desenvolvimento das nações, por outro lado, intensificou a exploração do trabalho humano que, expropriado do seu antigo saber de artesão, passa a ser obrigado a incorporar-se num processo de objetificação da mão de obra. 
A exploração do trabalho, não foi criação da Revolução Industrial, evidentemente já ocorrida, no entanto, nesseperíodo intensifica-se, exatamente por conta da introdução de métodos de organização deste trabalho, o tempo passa a ser controlado pelos industriais e não mais pelos próprios artesãos. O saber do trabalhador perdeu a importância ao ir trabalhar nas indústrias, e não lhe restava outra alternativa a não ser incorporar-se nessa nova forma de desempenhar o trabalho, pois não poderia concorrer com a produção em massa. (OLIVEIRA, 2009, p. 84)
Os impactos da Revolução Industrial também modificaram as cidades, e trouxeram novas dificuldades na dinâmica urbana, vejamos: 
A rápida industrialização que acompanhou o processo de industrialização capitalista, exerceu também uma influência considerável sobre o padrão de vida da classe operária. Em 1750, somente em duas cidades na Inglaterra a população alcançava 50.000 habitantes. Em 1850, 29 cidades com a mesma população. Em meados do século XIX, aproximadamente de cada três pessoas, uma vivia numa cidade com mais de 50.000 habitantes. As condições de vida nas cidades desta época eram terríveis. A violenta destruição do modo de vida tradicional dos trabalhadores, a dura disciplina implantada sob o novo sistema fabril combinada às condições deploráveis de vida nas cidades geraram muita inquietação política, econômica e social. (HUNT, E. K.; SHERMAN, 2001, p. 74.)
No mesmo sentido: 
Quem diz cidade de meados do século XIX diz ‘superpovoamento’ e ‘cortiço’ e, quanto mais rápido a cidade crescesse, pior era em superpopulação. Apesar da reforma sanitária e do pequeno planejamento que ali havia, o problema da superpopulação talvez tenha crescido nesse período sem que a saúde ou a taxa de mortalidade tenham melhorado, se é que não pioraram de fato. (...) As cidades ainda devoravam suas populações, embora as cidades inglesas, na qualidade de mais antigas da era industrial, estivessem próximas de se reproduzirem a si mesmas, isto é, crescer sem a constante e maciça transfusão de sangue representada pela imigração. (HOBSBAWN, 1996, p. 295.)
Ou seja, as transformações ocorridas não impactaram apenas a forma como o trabalho passou a se desenvolver e sim toda a dinâmica social, a forma de morar, de interação, o lazer, diversos fatores da vida foram alterados com as mudanças ocorridas com o processo de industrialização e consequentemente com as alterações na lógica dos processos de produção. 
Destarte, foi exatamente dentro deste contexto conturbado e de grandes mudanças sociais, e especialmente em razão do aprofundamento dos processos de alteração da organização do trabalho e do modo de produção, que surgiram os movimentos dos trabalhadores, que ao se reconhecerem como uma nova classe dentro dessa tessitura social, surgindo das fábricas, passam a se organizar para fins de defesa de direitos, surge então a chamada classe operária (THOMPSON, 1989, p 56)
Ainda, de acordo com Thompson: 
“A classe operária, por sua vez, esteve presente ao seu próprio fazer-se, colocando limites às condições de exploração do trabalho apresentadas pelo sistema capitalista, numa forma de resistência às novas ordens impostas pelas transformações sobre o processo de trabalho, buscando, com isso, seus interesses, seus direitos e formando-se, assim, enquanto classe.” (THOMPSON, 1989, p.66)
Os períodos que se seguiram à Revolução Industrial, foram marcados por diversas tensões entre a classe operária e os industriais, representados pela nova burguesia, em busca de melhores condições de trabalho dentro das fábricas e também de melhorias nos padrões de vida em geral.
 As estruturas organizacionais logram êxito em maximizar o produto da força de trabalho, através de processos produtivos e gestão dos trabalhadores, utilizando-se de todos os tipos de ferramentas, em especial as tecnológicas e de gestão e organização da força produtiva. Desde a Revolução Industrial a tecnologia significa um aspecto importante nas tendências organizacionais do trabalho. 
Além disso com o aumento populacional, a diversificação dos mercados e das áreas econômicas exploradas, os modos produtivos tradicionais deixam de ser suficientes para uma resposta efetiva. Outrossim, a busca pelo lucro demanda o estabelecimento de medidas que diminuam os custos dos empresários e aumentem seus ganhos, maneira pela qual tem-se a busca pelo estabelecimento de diversos modos de organização que atendam a estes objetivos.
Destarte, é inegável a importância atribuída ao que se pode chamar de primeira Revolução Industrial, como fonte de motivação para o aperfeiçoamento do capitalismo tal como hoje o concebemos, que antes era comercial e passou a ser industrial. Essa revolução mudou consideravelmente a vida das pessoas e até hoje seus reflexos podem ser vistos e continuam em processo de transformação (CAVALCANTE; SILVA, 2011).
A partir da segunda metade do século XIX podemos falar em uma Segunda Revolução Industrial. O aumento da demanda por produção e o aprimoramento das tecnologias foram fatores que impulsionaram o seu surgimento, que na verdade, trata-se de aprofundamento das mudanças provocadas pela Revolução Industrial do século XVIII. 
1.2 - A Segunda Revolução Industrial e as novas formas de organização do trabalho - século XIX
As mudanças sociais e econômicas empreendidas pelos avanços técnicos da primeira revolução industrial foram renovadas durante a segunda revolução, na medida em que, ao passo que se alteravam as tecnologias e os processos produtivos se tornavam mais complexos, alterassem características das relações de trabalho e da inserção do trabalhador no esforço produtivo.
Uma das diferenças mais claras cinge-se à formalização do trabalho. Com o esforço de Estados e organismos internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT), aprimorou-se o arcabouço legal e inaugurou-se um momento histórico de lutas e conquistas por parte dos trabalhadores. No Brasil, por exemplo, durante a segunda revolução industrial ocorreram os movimentos dos operários em busca de melhores condições, tendo suas conquistas sido cristalizadas na forma de normas como a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943, com a consequente regulamentação de aspectos relevantes para a consecução do trabalho.
Segundo Boettcher (2015, p. 3): 
Nessa nova etapa, o emprego da energia elétrica, o uso do Motor à explosão, os Corantes sintéticos, a produção do aço e do alumínio em escala e a invenção do Telégrafo estipularam a exploração de novos mercados e a aceleração do ritmo industrial. Dessa forma, percebemos que vários cientistas passaram a se debruçar na elaboração de teorias e máquinas capazes de reduzir os custos e o tempo de fabricação de produtos que pudessem ser consumidos em escalas cada vez maiores.
Nota-se, novamente o elemento tecnologia como um fator importante para o desenvolvimento do capitalismo, com a possibilidade de aumento no ritmo das produções e exploração de novos mercados. É dentro deste contexto e neste período também, que a sistematização de métodos para a organização da produção serão melhores desenvolvidos para otimização da produção, gerenciamento e controle do trabalhador.
Dessa forma, a massificação da produção deu ensejo à necessidade de formulação de métodos para organização do trabalho como o taylorismo e o fordismo. 
De acordo com Ribeiro (2015, p. 66): 
No final do século XIX estava em voga a cientificação de diversas áreas da vida, maneira pela qual muitos teóricos e pesquisadores buscaram desenvolver métodos e formas que estabelecesse de forma dinâmica as regras do desenvolvimento científico a determinados processos. Não foi diferente no campo econômico, onde por iniciativas de teóricos, somado ao aumento das empresas e a organização monopolista das indústrias, procurou-se estabelecer um processo produtivo de caráter científico que possibilitasse a maximização do lucro e minimização das despesas. Contudo, apenas nas últimas décadas do século XIX que Frederick Winslow Taylor propôs o estabelecimento de uma dinâmica produtiva consubstanciada na gerência científica do trabalho. No processo tayloristao foco da organização é o gerenciamento da força de trabalho, através da criação de métodos de experimentação, regras e padrões de execução do trabalho, construídos através do aprimoramento dos diversos elementos produtivos avaliados através de sua eficiência. Dessa forma, “para Taylor a garantia da eficiência era papel fundamental da gerência. Assim, criava-se métodos padronizados de execução que deveriam otimizar a relação entre tempo e movimento”. 
A ideia taylorista era a de racionalizar o trabalho dentro das fábricas para que o uso do tempo e dos recursos fossem otimizados de forma a acelerar a produção. 
O taylorismo pressupunha o controle do trabalho, não bastando a sua organização estrutural. A eficiência da produção se dava pela imposição ao trabalhador de modos de trabalho, já que o sucesso produtivo subsume uma organização capaz de “pré-planejar e pré-calcular todos os elementos do processo de trabalho estava, então, intimamente ligada a uma proposta de intenso controle do trabalho”. (RIBEIRO, 2015, p. 67).
Trata-se de uma total alienação do trabalho com a dissociação deste processo do trabalho, havendo a maquinização do trabalhador que se submete às diretrizes pormenorizadas do gestor de como o trabalho deve ser executado.
Daí a importância da gerência no sentido de planejar e calcular tempo- -movimento como, também, de expropriar o saber do trabalhador, porque a expropriação desse saber permitirá um maior controle sobre o processo de trabalho, evitando a vadiagem e o ato de fazer cera. Resta, então, ao trabalhador os atos mais simples de execução. Esta expropriação retira do trabalhador a característica mesma que o diferencia enquanto humano – a sua capacidade de concepção. (RIBEIRO, 2015, p. 67).
Por seu turno, o fordismo surgiu no início do século XX em um contexto de transformações do consumo de bens que antes eram restritos e de produção em pequena escala. Ao contrário das propostas gerenciais do taylorismo, o fordismo teve como principal enfoque a construção de um método mais dinâmico no chamado chão de fábrica, criando um sistema de esteiras rolantes em que a produção é levada até o posto do trabalhador que de maneira estática aplica sua força em uma das etapas da produção.
No contexto do fordismo, o controle sobre o trabalho prosseguiu, contudo, foi dotado de vieses psicológicos e ideológicos. O controle passou a ser exercido não só pelo estabelecimento da dinâmica produtiva, mas pela inserção do trabalhador no potencial mercado consumidor. 
Como aponta Ribeiro (2015, p. 69):
A implementação da esteira rolante, em uma tentativa de racionalização da organização do trabalho, trouxe uma imensa intensificação, automatização e mecanização do processo de trabalho. A esteira rolante se constituiu como uma maneira de controlar o ritmo do trabalho (condição tão sonhada por Taylor) de forma automatizada e intensa. Isso gerou um tipo de processo de trabalho extremamente extenuante para os trabalhadores.
A abordagem do fordismo buscou relacionar a imposição do modelo produtivo a própria adesão dos trabalhadores, desenvolvendo políticas salariais e inclusive sociais para facilitar o controle sobre os trabalhadores, desenvolvendo-se como parte integrante da vida dos trabalhos e não só um meio de subsistência.
O taylorismo e o fordismo tem como ponto de ponto de desenvovimento máximo o período entre guerras e o pós-guerra, principalmente porque após o fim da Segunda Guerra Mundial as indústrias excedentes do conflito cambiaram suas atividades para a produção de bens de consumo, cuja demanda era acrescida com a estabilização econômica e a recuperação dos países antes devastados pela guerra. 
O sistema capitalista, nessa fase rompia as fronteiras da Europa e Estados Unidos, passando a influenciar sobremaneira a aceleração da economia mundial e o surgimento de novas potências globais, como Alemanha, Japão, França e Estados Unidos, que se tornaram líderes globais de tecnologia na Segunda Revolução Industrial (BOETTCHER, 2015).
No entanto, os resultados com tamanha massificação da produção e enfraquecimento das relações de trabalho e das estruturas de proteção trabalhistas, começando a movimentos no sentido de flexibilização das normas e redução do papel dos sindicatos. É nesse contexto, que surge, por volta dos anos de 1970, a chamada Terceira Revolução Industrial, um novo marco na onda de aprofundamento das mudanças iniciadas com a Revolução Industrial do século XVIII. 
1.3 - A Terceira Revolução Industrial - 1970 e a crise do capitalismo
 A forma de construção e desenvolvimento do capitalismo e das formas de produção foi considerado adequado durante a primeira metade do século XX. A maneira como toda a cadeia de produção e consumo eram organizadas pareciam sólidas, contudo, despreparadas para uma eventual crise, muito graças a orientação herdada da segunda revolução industrial com enfoque na formação de grandes parques industriais voltados à produção de bens da indústria pesada. Somado a isso, as políticas de intervenção do Estado na regulação das economias eram as práticas mais comuns, o que poderia caracterizar um obstáculo ao crescimento.
Contudo, diversas crises econômicas passaram a ser recorrentes a nível regional, e ultimando numa crise econômica mundial de 1970, fizeram com que surgisse uma tendência de alteração nas bases de desenvolvimento da economia, tendo a corrente liberal, através do neoliberalismo, ganhado força.
De acordo com Antunes (2008, p. 33-34) foram diversos os fatores que levaram à crise de 1970, e que podem ser elencados como propulsores de uma ruptura de paradigma, em sua obra, “Os Sentidos do Trabalho – Ensaio sobre a afirmação e negação do trabalho”, descreve um rol de situações que podem explicar o contexto do que ficou conhecida como Terceira Revolução Industrial, vejamos:
1) queda da taxa de lucro, dada, dentre outros elementos causais, pelo aumento do preço da força de trabalho, conquistado durante o período pós-45 e pela intensificação das lutas sociais dos anos 60, que objetivavam o controle social da produção. A conjugação desses elementos levou a uma redução dos níveis de produtividade do capital, acentuando a tendência decrescente da taxa de lucro;
2) o esgotamento do padrão de acumulação taylorista/fordista de produção (que em verdade era a expressão mais fenomênica da crise estrutural do capital), dado pela incapacidade de responder à retração do consumo que se acentuava. Na verdade, tratava-se de uma retração em resposta ao desemprego estrutural que então se iniciava;
3) hipertrofia da esfera financeira, que ganhava relativa autonomia frente aos capitais produtivos, o que também já era expressão da própria crise estrutural do capital e seu sistema de produção, colocando-se o capital financeiro como um campo prioritário para a especulação, na nova fase do processo de internacionalização;
4) a maior concentração de capitais graças às fusões entre as empresas monopolistas e oligopolistas; 
5) a crise do Welfare State ou do “Estado do bem-estar social” e dos seus mecanismos de funcionamento, acarretando a crise fiscal do Estado capitalista e a necessidade de retração dos gastos públicos e sua transferência para o capital privado;
6) incremento acentuado das privatizações, tendência generalizada às desregulamentações e à flexibilização do processo produtivo, dos mercados e da força de trabalho, entre tantos outros elementos contingentes que exprimiam esse novo quadro crítico 
Além de consolidar ainda mais a expansão do capitalismo, a fim de protege-lo das crises recorrentes, a Terceira Revolução Industrial está associada à ampliação da globalização pelo o mundo e seus efeitos nocivos na sociedade.
Dessa forma, vários são os fatores que ocasionaram esse declínio da produtividade nas principais economias capitalistas. Entre eles, o aparecimento de novas formas de gestão e de organização da produção, o desenvolvimento de novas tecnologias e um profundo e intenso processo de internacionalização da vida econômica, política, social, cultural e tecnológica.É claro que esse processo se acentuou nos últimos anos, mas a internacionalização do capitalismo é um fato desde a revolução industrial inglesa do século XVIII. Esse processo também é conhecido como globalização. (FARAH, 2000, p. 45-61)
Sob a perspectiva das inovações tecnológicas e seus efeitos para o período Castell (1999, p. 49), compreende que as transformações poderiam ser até mais profundas do que nas chamadas primeira e segunda revolução industrial, havia, nesse momento, uma tendência forte de alteração de paradigma, em seus dizeres: 
“Meu ponto de partida, e não estou sozinho nesta conjetura, é que no final do século XX estamos vivendo um desses raros intervalos na história. Um intervalo cuja característica é a transformação de nossa “cultura material” pelos mecanismos de um novo paradigma tecnológico que se organiza em torno da tecnologia da informação” (Castells, 1999, p. 49)
Assim, a tecnologia da informação abre espaço para a criação de novos hábitos de consumo e de ação social. A tecnologia passou a permear mais cotidianamente a vida dos indivíduos e a produção de bens e a realização de serviços com grande aparato tecnológico tomou espaço importante na indústria, resultando na redução cada vez maior de postos de trabalho em detrimento de processos mecanizados e automatizados.
Como apontam Franco e Ferraz (2019, p. x):
A partir da década de 1970, o desenvolvimento das forças produtivas nas grandes indústrias foi gradativamente incorporando a utilização da microeletrônica e da conectividade em rede ao sistema produtivo. Com isso, houve significativa alteração da composição orgânica do capital de diversas empresas, principalmente na indústria de bens, com a redução da quantidade de força de trabalho empregada (menor investimento em capital variável) e maior investimento em aparatos tecnológicos e maquinaria (maior investimento em capital constante), principalmente os relacionados aos componentes computacionais. Além dos ganhos proporcionados pelas inovações tecnológicas há o movimento de rebaixamento do custo do valor da força de trabalho, forçando os processos de desregulamentação das proteções trabalhistas legais e o aumento das terceirizações.
É um período de profunda crise e transformação dos modos de produção capitalista, reconfigurando as relações entre trabalhadores e empregadores, assim como a organização do trabalho. 
Assim, os meios tradicionais de organização do labor, representados pelo taylorismo e pelo fordismo dão lugar a novos modelos, que mesclam características de ambos e os relacionam com outros processos produtivos, e fatores, como a tecnologia, para atender a busca por eficiência que o capital demanda. 
No plano econômico mundial mudanças significativas também ocorrem nesse período, de acordo com Alain Supiot, jurista francês, a partir de 1970, com a crise do capitalismo e sua necessidade de se reinventar, os sistemas econômicos globais passam por um desmantelamento dos sistemas regulatórios estatais, liberando espaço para a instituição de uma supervisão das economias pelo próprio mercado, o que Supiot denomina como Mercado total. Isso reflete agora na própria posição do Estado como organizador do tecido social. (SUPIOT, 2014, p. 23) 
De acordo com o Supiot: 
O Estado não desaparece, mas se torna um ator de sua própria privatização em um sistema de governança em que há concorrência entre interesses reduzidos a um Essa atividade puramente especulativa está situada fora da ordem da dívida (essa “riqueza” escapa amplamente à tributação), fora de qualquer dinâmica temporal (é um tempo virtual em jogo). A desconstrução institucional é o trabalho da própria política, que se torna o vetor do movimento para despolitizar a ordem social em favor de um modo instrumental e contratual - anômico - de gerenciamento digital do social. O Estado não desaparece, mas se torna um ator de sua própria privatização em um sistema de governança em que há concorrência entre interesses reduzidos a um que é o vetor do movimento de despolitização da ordem social em favor de um modo instrumental e contratual - anômico - de gerenciamento digital do social. (SUPIOT, 2014, p. 25-26)
Uma das maneiras encontradas pelas economias mundiais para a saída da crise, foi a desregulação, em especial das relações de trabalho. É nesse contexto de desregulamentação que o trabalhador se vê diante da flexibilização das normas visam à sua proteção, que passam a ser compreendidas pela lógica do mercado como entraves ao crescimento econômico, e como alternativa à crise econômica da década de 70 do século passado. 
Em sua obra Crítica ao Direito do Trabalho, Supiot, acrescenta uma análise deste período na Europa Continental, o que revelava uma tendência global: 
Na Europa continental, o lugar em que se fez mais evidente a inversão de papéis entre o Estado, a empresa privada e as finanças foi o da legislação trabalhista. Enquanto que em outros tempos o Estado estabelecia as grandes linhas de uma política econômica nacional, a qual as grandes empresas desenvolviam e da qual se esperava que os financistas se servissem, hoje em dia, os objetivos financeiros ditam as atuações das companhias, enquanto que os custos dos sacrifícios humanos envolvidos ficam a cargo do Estado, financiando incentivos para o emprego, ou de maneira indireta, tendo que se ocupar das consequências da pobreza, da violência e da insegurança. Como resultado, se reduzem as garantias onde elas são mais necessárias, enquanto segue a acumulação por aqueles que se encontram no alto da escala social. (SUPIOT, 2016, p. 23)
Portanto, a partir dessa chamada “terceira revolução industrial”, percebe-se não apenas a introdução da tecnologia digital, mas também, em razão da crise do capitalismo, um retrocesso na forma de se encarar a proteção do trabalhador pelo Estado. Inicia-se um processo de desregulamentação e flexibilização operado pelo próprio Estado em seu detrimento, atribuindo ao mercado a responsabilidade por se autorregular e apresentar soluções para a saída da crise que se instalou.
É perceptível que a terceira revolução industrial, no contexto de uma crise econômica mundial, teve diversas peculiaridades que a caracterizou como um marco do aprofundamento do liberalismo econômico e das diversas disputas com o Estado Social, já em declínio. Percebe-se que neste período houve um remodelamento da base material da sociedade e não apenas em razão da tecnologia da informação, mas de todo o contexto do período, culminando em importantes alterações nas relações entre economia, o Estado e a sociedade. O sistema permanece capitalista, mas com uma perspectiva globalizante (Castells, 1999, p. 499). 
Elenca-se como elementos de maior relevância dessa reestruturação do capitalismo, como forma de contornar a crise econômica, os seguintes: 
(...) maior flexibilidade de gerenciamento; descentralização das empresas e sua organização em redes tanto internamente quanto em suas relações com outras empresas; considerável fortalecimento do papel do capital vis-à-vis o trabalho, com o declínio concomitante da influência dos movimentos de trabalhadores; individuação e diversificação cada vez maior das relações de trabalho; incorporação maciça das mulheres na força de trabalho remunerada, geralmente em condições discriminatórias; intervenção estatal para desregular os mercados de forma seletiva e desfazer o estado do bem-estar social com diferentes intensidades e orientações, dependendo da natureza das forças e instituições políticas de cada sociedade; aumento da concorrência econômica global em um contexto de progressiva diferenciação dos cenários geográficos e culturais para a acumulação e a gestão do capital (Castells, 1999, p. 21-2).
Ainda, nota-se que o período foi marcado por um aprofundamento da exclusão social, e não apenas em razão da crise econômica, mas sobretudo pelas soluções encontradas como forma de saída da crise e reestruturação do capital, especialmente em razão da globalização Medeiros e Rocha (2004, p. 400), compreendem que: 
 A Terceira RevoluçãoIndustrial imprime a marca da exclusão, na qual a força de trabalho é dicotomizada em trabalhadores centrais e periféricos, desempregados e excluídos, dividindo também a parcela de apreensão do conhecimento e a utilização de tecnologias, gerando relações desiguais de poder pelo saber e pelo controle econômico, colocando no topo da escala os empregados das grandes empresas, seguidos dos trabalhadores do setor informal, cujo trabalho é precário e parcial (MEDEIROS e ROCHA, 2004, p. 400).
A série de reformas desencadeadas no período recente tanto no âmbito das instituições como do gerenciamento empresarial, objetivavam, segundo Castells:
(...) aprofundar a lógica capitalista de busca de lucro nas relações capital-trabalho; aumentar a produtividade do trabalho e do capital; globalizar a produção, circulação e mercados, aproveitando a oportunidade das condições mais vantajosas para a realização de lucros em todos os lugares; e direcionar o apoio estatal para ganhos de produtividade e competitividade das economias nacionais, freqüentemente em detrimento da proteção social e das normas de interesse público (Castells, 1999, p. 36).
Evidentemente, que como resultado de toda essa movimentação das economias para superação da crise e manutenção do sistema econômica, experimentou-se, no período, fortes tentativas de enfraquecimento das organizações sociais dos trabalhadores, buscando-se diminuir a sua identificação como parte de um contexto maior, ou seja, o sentimento de pertencimento do trabalhador a uma classe. A organização da produção, bem como do consumo, de bens, serviços e informações, contribuiu em muito para que esse objetivo fosse alcançado, tendo como resultado o alijamento de milhares de trabalhadores dos movimentos operários. (ANTUNES; BRAGA, 2009, p. 54). 
Esse movimento de alienação do trabalhador, destituindo-o de uma identidade inicia-se neste período e aprofunda-se nos dias atuais, conforme será analisado a frente. 
Há uma derrocada nas modalidade tradicionais de organização do trabalho, através do surgimento de fatores relevantes, como o avanço das tecnologias da informação e as próprias alterações sociais, como o aumento da escolaridade, de forma que o exercício do labor contemporâneo não mais se adequa a divisão do trabalho por etapas, com controle absoluto e isolamento dos trabalhadores. (FRIEDMAN, 1972, p. 287)
A forma de organização do trabalho que melhor comporta os anseios período, não é mais o taylorismo ou o fordismo, passa-se ao toyotismo, muito em razão do contexto cultural japonês, com a propagação de uma política nacional de trabalho e reconstrução do Estado, sendo esses fatores decisivos para desse modelo na montadora Toyota, e depois para as demais companhias japonesas e para o mundo. 
O toyotismo é bem diverso do taylorismo e do fordismo, desenvolvendo-se de forma flexível no estabelecimento da organização do trabalho, o que pode ser avaliado a partir de quatro dimensões.
Segundo Giovanni Alves, “[...] foi nos anos 80 que o toyotismo conseguiu alcançar um poder ideológico e estruturante considerável, passando a representar o ‘momento predominante’ do complexo de reestruturação produtiva na era da mundialização do capital.” (ALVES, 2005, p. 29).
 As principais características que distinguem o toyotismo do fordismo/taylorismo são (ANTUNES, 2005, p. 54-55):
a) Enquanto o fordismo produzia em massa para posteriormente lançar seus produtos ao mercado consumidor, o toyotismo restringe-se à demanda, o que quer dizer que procura responder com rapidez e eficiência às necessidades sentidas no mercado.
b) Fundamenta-se no trabalho operário em equipe, com multivariedade de funções, enquanto no fordismo prevalecia o “operário-massa”, especializado apenas em sua função e inserido dentro de um contexto de divisão rígida do trabalho.
c) O “operário-massa” do fordismo operava apenas a sua máquina, em um processo repetitivo e altamente especializado, ao passo em que no toyotismo há um processo produtivo flexível onde o operário opera simultaneamente uma série de máquinas. 
d) O toyotismo busca otimizar ao máximo o tempo de produção (prevalece a extração da mais-valia relativa – no fordismo prevalece a extração da mais-valia absoluta).
e) Sistema de “estoque mínimo” (só era produzido aquilo que o mercado estava disposto a comprar/consumir), em contraposição ao fordismo que lotava seus estoques para a venda posterior.
f) A estrutura “horizontalizada” do sistema toyotista, ou seja, a desconcentração de tarefas em diversas empresas (terceirização, subcontratação) é antagônica à estrutura “verticalizada” do fordismo, que concentrava toda a produção em uma empresa/fábrica que sustentava um sistema hierárquico interno rígido.
g) Enquanto o fordismo desprezava a capacidade cognitiva do trabalhador, de outro lado o toyotismo utiliza-se dela criando mecanismos para que eles possam manifestar os problemas internos de produção e desempenho, com vistas a melhorar a produtividade da empresa (Círculos de Controle de Qualidade – CCQs). O toyotismo aproveita o potencial “imaterial” do operário, coisa que era desdenhada pelo sistema fordista/taylorista.
h) O fordismo compreenderá o trabalhador como um recurso “descartável”, facilmente substituível, dada sua função altamente especializada e repetitiva; o toyotismo instituirá o “emprego vitalício”, pelo fato de que o “operário polivalente” de que se utiliza deve conhecer suas funções e seu trabalho como ninguém, pois somente assim o capitalista logrará êxito na “acumulação flexível”.
Como efeito colateral desses processos, o trabalhador deixa de ser um ator ativo na produção, provedor da força de trabalho, para ser encarado como um mero fator produtivo, tendo capturada sua subjetividade para uso da empresa. O toyotismo, dentro do contexto da terceira revolução industrial resolve diversos “entraves” para que as economias mundiais possam se reorganizar e inicia um processo de reestruturação da forma como o trabalho e o trabalhador é encarado que encontrará seu estágio vai avançado na etapa posterior, conhecida como Indústria 4.0 ou Revolução 4.0. 
	
1.4 - A Revolução 4.0 
No século XX, as tecnologias que haviam sido inseridas paulatinamente a partir da segunda metade do século XIX tomaram uma proporção que as tornou mais do que relevantes socialmente. A rapidez e o aprimoramento cada vez maior de tecnologias, em especial as relacionadas à informação, proporcionou que nas duas últimas décadas houvesse um crescimento exponencial de novas formas também de se explorar a economia e o trabalho.
Conforme já referido, muitas das transformações do mercado de trabalho e das relações que nele ocorrem são incentivados a partir da tecnologia. Com a revolução 4.0 não foi diferente e as novas tecnologias surgidas nesse contexto alteraram sobremaneira as relações de trabalho, dando origem a diversos fenômenos como a uberização do trabalho.
O termo e o conceito de Revolução 4.0 foi cunhado na Alemanha surgiu em 2011 na Alemanha, como uma proposta para o desenvolvimento de um novo conceito da política econômica alemã baseada em estratégias de alta tecnologia (ROBLEK, 2016). O conceito difundiu-se e passou a abranger não só uma política alemã enfocada na construção de estratégias produtivas e de comercialização de bens e serviços baseadas em tecnologia de ponta, mas uma política mundial. 
Figura 1 - As revoluções Industriais
Fonte: 
Soares percebe na Quarta Revolução Industrial, ou Revolução 4.0, uma nota característica que a distingue sobremaneira dos períodos que lhe antecederam, segundo sua análise:
Enquanto que, nas outras revoluções existia uma fonte tecnológica originária como a máquina a vapor ou a eletricidade, nesse momento o que se observa é muito distinto. Uma miscelânea de tipos de conhecimento se expande no horizonte, crescendo de modo desmedido, diferentemente do que ocorreu no século anterior, onde a evolução contínua apresentava indústrias na busca da produtividade e diminuição de custos (SOARES, 2018, p. 5).
Em resumo, acredito quea combinacao de fatores estruturais (excesso de endividamento e envelhecimento das sociedades) e sistemicos (a introdução da plataforma e das economias sob demanda, a crescente relevancia da diminuicao dos custos marginais etc.) nos forcou a reescrever nossos livros de economia. A quarta revolucao industrial tem o potencial para aumentar o crescimento economico e para aliviar um pouco alguns dos maiores desafios mundiais que enfrentamos de forma coletiva. Precisamos, no entanto, tambem reconhecer e gerir os impactos negativos que ela pode trazer em relacao a desigualdade, ao emprego e ao mercado de trabalho. Scwab
Em um primeiro momento, a revolução 4.0 e a utilização de tecnologia, com a sua consequente expansão e democratização nos mercados de trabalho privados e públicos, propiciaram que muitos trabalhadores realizassem suas jornadas de forma flexível, utilizando-se de softwares e programas para, por exemplo, exercer seu labor a distância. Assim, criaram-se figuras de trabalho, como o teletrabalho, que pressupunham uma dinâmica de trabalho diversa.
Afere-se na revolução 4.0 uma quebra com a estrutura tradicional de trabalho, havendo uma maior flexibilidade das relações e de sua prestação, com a disseminação de iniciativas, privadas e públicas, que preconizam mudanças na prestação do trabalho. Países como os Países Baixos criaram, por exemplo, políticas de trabalho para o estabelecimento de uma jornada de trabalho de seis horas diárias.
Já no âmbito político, para que possa ser viabilizada, a Indústria 4.0 requer que novas regulamentações sejam aprovadas pela Administração Pública, visando à adaptação, à difusão e à proteção às tecnologias digitais. O grande desafio, todavia, é a atuação, em conjunto, entre governos, iniciativa privada e sociedade civil para criar regras, verificações e balanços que permitam manter a justiça, a competitividade, a equidade, a segurança e a confiabilidade na economia e no Estado (SCHWAB, 2016).
As demandas dos consumidores somadas às novas capacidades produtivas e tecnológicas levarão à criação de novos modelos de negócios e serviços orientados a atender às demandas individuais dos clientes e fornecer soluções para problemas em um contexto caracterizado por redes e cooperação entre parceiros de negócios (BUHR, 2017; SCHWAB, 2016; CNI, 2016; KAGERMANN; WAHLSTER; HELBIG, 2013). Isso exigirá das empresas a ampliação de sua capacidade de se conectarem em cadeias globais de valor e de encurtarem o lançamento de produtos no mercado, além de alterarem a forma como se relacionam com clientes e fornecedores, buscando reduzir custos para manter a competividade (CNI, 2016).
Por outro lado, cresceu, também, uma orientação do mercado, direcionada a orientações neoliberais, de desconstrução das relações, contudo, voltada para o aumento de lucros, seja na forma de alterações legislativas ou da inauguração de novas formas de organização da força de trabalho.
Estudos da OIT (2018) revelam que,
Com a automação das ocupações, 47% do total de empregos nos Estados Unidos e 35% na Alemanha, França e Inglaterra encontram-se sob alto risco. São países que, na última décadas se especializaram em tarefas altamente qualificadas, com investimentos em pesquisa em ciência e tecnologia, finanças e serviços pós-venda, enquanto que os países periféricos ficaram com postos de trabalho de baixa remuneração e pouca qualificação. [...] Em outras palavras, os lucros têm-se concentrado principalmente nos donos das inovações.
No Brasil ….
A legislação trabalhista brasileira passou recentemente por modificações e as percepções são ainda recentes pois
decorrem do conflito de interesses, de um lado os interesses das empresas, visando a flexibilização das relações e, consequentemente, valorizar a discussão na esfera do interesse privado, responsável pela sustentação econômica e manutenção de postos de trabalho, por outro lado os interesses dos empregados, parte hipossuficiente, dependente e subordinada na relação, que recebe proteção especial do Estado (FERNANDES, CASTRO, 2019, p.174).
A Indústria 4.0 promete ainda apresentar soluções para alguns dos desafios que a sociedade enfrenta atualmente em áreas como saúde, mobilidade urbana e eficiência enérgica com a implantação de redes elétricas inteligentes (CNI, 2016; KAGERMANN; WAHLSTER; HELBIG, 2013) Nessa testilha, surgem, por exemplo, as empresas de plataforma.
As empresas aplicativos, dentro do contexto da uberização, e apresentando-se como nova forma de organização do trabalho, detém o controle e a possibilidade de mapear e gerenciar a oferta de trabalho e sua demanda, a qual também está mediada pelo aplicativo e subordinada a ele. (ABÍLIO, 2017).
Percebe-se aqui elementos de organização do trabalho que será desempenhado pelos parceiros das empresas aplicativo, ou seja, de certa forma, essas empresas organizam os fatores de produção e circulação de bens e serviços, evidentemente não o fazem de forma convencional e sim, de maneira remota e por meio dos algoritmos que controlam os aplicativos.
Supiot alerta quanto à essa tendência ao mesmo tempo que propõe um resgate do espírito da Declaração da Filadélfia, onde foram reafirmados os objetivos fundamentais da Organização Internacional do Trabalho - OIT, ressaltando que o trabalho tratado como mercadoria é incompatível com as proposições das declaração e tratados internacionais de Direitos Humanos, sendo que estes, os direitos humanos é que devem ocupar a centralidade das discussões e não devem se submeter aos interesses da economia e das finanças. 
Dessa forma, conclui o autor: p. 24
(...) todos os programas de ação e medidas tomadas no plano nacional e internacional, principalmente no âmbito econômico e financeiro, devem ser apreciados deste ponto de vista e aceitos somente na medida em que eles aparecem de forma a não entravar, mas a favorecer o cumprimento deste objetivo fundamental.”
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