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Caso 1

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CASO 1 
CASO CONCRETO
Antônia Moreira Soares, portuguesa, médica, é casada há 30 anos com Pedro Soares, brasileiro, dentista, sob o regime de comunhão parcial de bens. Na constância do matrimônio tiveram dois filhos, Joaquim e Maria das Dores, ambos maiores e capazes, também constituíram um vasto patrimônio, fruto do esforço comum do casal. -
Ocorre que Antônia descobriu que Pedro está com um relacionamento extraconjugal, razão pela qual resolveu se divorciar.
Pedro, após saber da vontade da mulher em não manter o casamento deseja doar seus dois automóveis, marca Toyota, modelos SW4 e Corolla, para sua irmã, Isabel Soares, assim como passou a proferir sucessivos saques em uma das contas conjuntas do casal.
Antônia, após ouvir a conversa de Pedro com Isabel, comprova junto ao banco ao qual possuem conta os saques de Pedro.
Diante da hipótese, como advogado de Antônia, elabore a peça processual cabível a defesa dos seus interesses, ciente que esta desconhece todos os bens a que tem direito.
JUÍZO DE UMA DAS VARAS DE FAMÍLIA DA COMARCA DE RIBEIRÃO PRETO
 ANTÔNIA MOREIRA SOARES, portuguesa, casada, médica, inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas sob nº ..., com Registro Geral de nº..., residente e domiciliada na Rua/Av. ...., nº ..., bairro ..., cidade ..., Estado ..., CEP: ..., e-mail ..., por intermédio de seu advogado, OAB/UF nº ..., com escritório profissional na Rua/Av. ..., nº ..., bairro ..., cidade ..., CEP: ..., e-mail ..., com fulcro no artigo 305 a 310 e 731 a 734 do NCPC, vem à presença de Vossa Excelência propor:
PEDIDO DE TUTELA CAUTELAR EM CÁRATER ANTECEDENTE À AÇÃO DE DIVÓRCIO COM PARTILHA DE BENS
em face de PEDRO SOARES, brasileiro, casado, dentista, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob nº ..., com Registro Geral de nº ..., residente e domiciliada na Rua/Av. ..., nº ..., bairro ..., cidade ..., ESTADO ..., CEP: ..., e-mail ..., pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
DOS FATOS
A autora é casada com o réu há 30 (trinta) anos, sendo fruto dessa união dois filhos, Joaquim e Maria das Dores, ambos maiores e capazes. Durante a união, a autora e o réu constituíram um vasto patrimônio, fruto do esforço comum do casal.
Fato é que a autora teve ciência de que o réu mantinha um relacionamento extraconjugal e, diante disso, busca a dissolução da sociedade matrimonial. Porém, quando o réu tomou conhecimento do desejo da autora, vem dilapidação parte do patrimônio constituído em conjunto, através da realização de sucessivos em uma das contas conjuntas do casal, comprovados pela documentação em anexa. Não bastando, o réu ainda deseja, transmitir através de doação, a sua irmã, Isabel Soares, a propriedade de dois automóveis, um da marca Toyota, modelo SW4 e um Corolla.
Diante dos fatos, a autora busca o socorro do judiciário para resolução do mérito.
DO DIREITO 
Preleciona o artigo 1.571 do Código Civil:
A sociedade conjugal termina:
I - pela morte de um dos cônjuges;
II - pela nulidade ou anulação do casamento;
III - pela separação judicial;
IV - pelo divórcio.
§ 1o O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente.
§ 2o Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial.
A norma legal transcrita informa as modalidades de dissolução da sociedade conjugal trazendo, dentre elas, o divórcio. Segundo Maria Helena Diniz, o divórcio é a dissolução de um casamento válido, ou seja, a extinção do vínculo matrimonial, que se opera mediante sentença judicial, habilitando as pessoas a convolar novas núpcias.
Corroboramos o entendimento aos artigos 1.640 e 1.658 do Código Civil, vejamos:
Art. 1.640, não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial.
Art. 1.658, no regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes.
Os mandamentos expostos conduzem-nos ao entendimento que, na inexistência de acordo entre as partes, o regime de bens aplicáveis ao casamento será o da comunhão parcial e, ainda, a comunicação dos bens que sobrevierem ao casal na constância do casamento. Ante as normas jurídicas expostas, inegável é a afirmação de que dissolvida a sociedade conjugal, os bens adquiridos durante o matrimônio devem ser repartidos entre as partes e ao término do processo. 
O caso em apreço traz situação fática que se adéqua às normas elencados, isso porque a autora deseja dissolver a sociedade conjugal até então mantida com o réu, bem como, ver repartidos os bens adquiridos na constância do matrimônio. Ressalte-se, ainda, que a autora não dispõe da relação de todos os bens adquiridos na constância do matrimônio, devendo estes serem apurados em juízo.
DA TUTELA CAUTELAR
Verificamos na presente demanda ameaça ao direito autoral, uma vez que a autora se encontra na posição de meeira de todo o patrimônio adquirido pelos então nubentes e as condutas do réu tendem a diminuição do mesmo.
Temos, ainda, o perigo de dano, uma vez que o réu objetiva transferir a propriedade de dois carros do casal com o intuito de não partilhar com a autora.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a) seja concedida liminarmente a tutela cautelar para o arrolamento de todo o patrimônio adquirido pela autora e o réu na constância do matrimônio;
b) seja citado o réu para, querendo, no prazo de 05 (cinco) dias, contestar o pedido da autora;
c) bloqueio de 50% dos valores depositados nas contas correntes conjuntas do casal e em todas as contas requerido.
d) seja condenado o réu aos ônus das custas processuais e dos honorários advocatícios de sucumbência.
DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do Código de Processo Civil em vigor, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do réu.
 DO VALOR DA CAUSA.
Dá-se à causa o valor de R$ ....
Termos em que,
Pede deferimento.
Local ..., data ... mês ..., ano ... 
______________________________________
Advogado
OAB/UF nº ...

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