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Historia e Imprensa

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Universidade Federal Fluminense
História e Imprensa
Milena Martins Ouverney
Avaliação I
Com base nos textos lidos e nas discussões realizadas em sala de aula sobre história e imprensa reflita acerca dos seguintes pontos: imprensa como fonte e objeto para o historiador, imprensa e poder, diferenças na imprensa brasileira do século XIX, início do XX e segunda metade do XX.
Imprensa como fonte e objeto para o historiador
A imprensa como fonte de objeto para o historiador demorou a acontecer, diante da crítica aos períodos como fonte por seus escritos conterem interesses, paixões e acordos, a crítica era feita desde 1930 pela escola dos Annales, e mesmo em 1970 poucos eram os trabalhos validos pelos jornais e revistas, mesmo havendo todo um acervo, oficialmente existente desde 1808. Não havia problema em escrever a História da Imprensa, mas sim de escrever história por meio da imprensa.
Através das mudanças historiográficas do fim do século XX, com a terceira geração dos Annales, incentivando a interdisciplinaridade, fazendo com que o historiador rompesse suas fronteiras, além do abandono da ortodoxia economista e o reconhecimento da importância dos elementos culturais.
O jornal passa a ser usado como fonte, ressaltando que não existe objetividade no documento, como não existe em nenhuma fonte do passado, tudo deve ser questionável, a história passa a ser montada através de diferentes fontes e recursões, onde os instrumentos (como os periódicos) passam a ser analisados pelo historiador, que selecionada, extrai e utiliza o que for de relevante para o tema estudado.
Imprensa e poder
A imprensa e o poder, possuída de um poder empresarial, onde a construção de memória era realizada através da imprensa, exemplo onde os periódicos possuíam poder de promover ou destruir figuras públicas com suas campanhas, assim legitimavam o poder através da elaboraram estratégias em suas publicações.
Com o fim da monarquia, foi necessário assegurar a Republica, esse era o interesse maior das camadas dominantes, assim os jornais acabavam sendo os responsáveis por promover esse simbolismo da Republica, disseminando ideias e sendo responsável pela construção de uma nova realidade, assim se tornando um veículo possuidor de poder. Isso pode ser visto antes mesmo desde momento, onde desde 1808 com a liberação oficial dos periódicos, eles influenciaram toda a formação da opinião pública, sendo responsáveis também pela aparição do conhecimento político.
Esse poder também pode ser observador pelo chamado, porta-voz do poder público, início do século XX, com a modernização das técnicas necessárias para fabricação dos periódicos os custos se tornaram mais altos e ficaram inviáveis a produção sem a verba oficial da Previdência da Republica, ocorrendo assim uma onda de acordos políticos e financeiros, se tornando porta voz dos interesses de seus financiadores. Esse interesse em acordos com a imprensa afirmam o poder nela contido, o poder vem da construção e guiamento nas opiniões. Aliança entre governo e periódico, onde um pagava uma alta quantia ao jornal que publicava as ideias difundidas pelo governo. Os jornais se tornaram executores do grupo dominante, exercendo uma hegemonia social, além disso, esse papel de porta-voz da classe dominante (governo central, governo estatal) é visto como uma posição privilegiada, assim os periódicos disputavam entre si, pela conquista de maior audiência e assinantes, para entrar no jogo político, assim facilmente se encontra críticas a outros jornais, para diminuir a concorrência.
Os jornais precisam dessa relação com o poder para sua sobrevivência, mais também necessitam de criar estratégias, produzir discursos, polemicas e discutir para atingir o imaginário do público, para ser recebido pelo público e entendido pelo leitor, são coisas indispensáveis.
Século XIX
A imprensa no Brasil surge de forma tardia, no século XIX, em 1808, com a chegada da família real portuguesa, de forma escassa e sob a vigilância e repressão das autoridades, enquanto na Europa ela já existia desde o século XV e na América existia desde o século XVII. Antes de 1808 já existiam mais de 300 obras brasileiras e existe a presença de jornais europeus na colônia desde o século XVIII, o que garante uma camada leitora já existente, com textos clandestinos, mesmo com a coerção das autoridades rígidas sobre qualquer tentativa de impressos.
Atraso, censura e oficialismo como fatores explicativos dos primeiros anos da imprensa, além da imprensa ter se consolidado num momento de não democracia moderna, nem de sociedades indústrias ou de cultura de massas, A censura se deixou na Revolução do Porto, que pedia a liberdade de imprensa, assim a consolidação da imprensa gerou novos ordenamentos, conteúdo e transmissão de palavras, onde fomentam a opinião pública, provinda da leitura em voz alta do antigo regime. Essa opinião já era vista como forma de legitimar posição política e um instrumento simbólico que visava transformar demandas setoriais numa vontade geral, era uma nova legitimação nas sociedades ocidentais, devido a consciência política no seio da esfera pública.
Essa circulação de palavras, as faladas, manuscritas ou imprensas, não se limitavam as fronteiras sócias, e ultrapassavam as classes sociais das sociedades que se tornariam brasileira, onde as primeiras décadas do século XIX são marcadas pela expansão do público leitor, ainda pequena comparada ao total da população, pela alfabetização escassa. O termo “imprensa elitista” deve ser visto com cautela, já que as leituras feitas como no antigo Regime proporcionavam a circulação do debate político, que ultrapassava o público elitista, mesmo com a elite tento posse do poder de produção e de leitura direta da imprensa.
Algo interessante de se destacar é a relação entre A Gazeta do Rio de Janeiro, que era o jornal oficial do governo e o Correio Brazilienze, era o jornal de crítica ao governo, porém os dois jornais defendiam o governo monárquico e a dinastia Bragança, apoiavam o projeto Luso-brasileiro e reputavam as ideias de revolução e ruptura.
A verdadeira explosão da palavra publica ocorreu no período da Regência (1831-1840), onde houve um crescimento nos motins, associações e rebeliões, a cena pública estava cada vez mais complexa. Em 1840 ocorre a valorização em interesses materiais, abrindo novas sessões nos jornais, ocorrendo a despolitização.
Início do XX
O século XX começa com a substituição da produção artesanal pela produção industrial, com a especialização e a divisão de trabalho, ocorre a diminuição da dependência das habilidades manuais e se inicia a produção pelas maquinas, que eram mais velozes e que era necessário um investimento de capital nelas. Começa assim, a se tornar um negócio, uma atividade capitalista, onde se inicia a dotação de métodos racionais, para distribuição, mais páginas, melhor preço e uma mercadoria mais visivelmente atraente, para o público leitor crescente e mais exigente, tudo isso junto aos novos meios de comunicação, como carros, cinemas, bondes elétricos, maquinas fotográficas e em 1920 o rádio o modo de vida urbano se tornou rápido, eficaz e móvel, onde a imprensa tornou-se parte ativa desse processo de aceleração, as novas notícias não podiam esperar até a manhã seguinte, assim ocorre as edições sucessivas e as folhas vespertinas, lançadas no decorrer do dia.
As inovações não se limitaram na estrutura de produção, organização, direção e financiamento, mas também atingiram o conteúdo dos jornais e sua ordenação interna, que passou a contar com redatores, articulistas, críticos, repórteres, revisores, desenhistas, fotógrafos, além de empregados administrativos e de operários encarregados de dar materialidade aos textos. Sem abandonar a luta política, os jornais adquiriram outros gêneros, como crônicas, entrevistas, reportagens e produções fictícias, além disso novos métodos de impressão permitiram cor a partir de 1910.
A mudança fundamental ocorreu com o declínio da doutrinação em prol da informação,se consagrou que o papel do jornal era de informar ao leitor o que se passou, com rigorosidade a respeito da “verdade dos fatos”.
Republica: Os periódicos tiveram importante papel nas publicações de caráter político, diante do processo de independência, a abdicação de Pedro I e no movimento abolicionista. Ocorreu a disputa nas vendas dos jornais, considerando a dimensão do pais e a concentração populacional, além das limitações ferroviárias, que limitavam as vendas de jornais para fora das capitais, fora do eixo Rio- São Paulo. Em 1890 se estimava 15% o montante da população brasileira alfabetizada, em 1900 essa estimativa sobe para 25% e não se altera muito em 1920, o fato inegável é que a imprensa disputava a preferência do leitor, fonte de recurso, de prestígio e legitimidade para as ideias defendidas no seu jornal. A imprensa enfrentou momentos conturbados, a liberdade de expressão encontrou obstáculos tanto em implantações de leis como na utilização da força, depredando os locais dos jornais, por fim, os jornais apresentados com defensores dos interesses populares, destacando os problemas nos transportes ou preços dos gêneros alimentícios, a disposição de abrigar as queixas dos humilhados, essa é uma característica compartilhada por vários jornais da época.
Movimento de 1930: a chegada de Getúlio Vargas e o relacionamento amigável com a imprensa não durou muito tempo, esse fator foi usado com motivo de censura da liberdade de expressão, tanto nos jornais e revistas, por serem considerados veículos de alta formação de opiniões. Getúlio se utilizou de outros meios, como o cinema e a radio, que cresceram exatamente nos anos de 1930 a 1940. Com o discurso que o liberalismo ser incapaz de resolver questões da sociedade capitalista e assim facilitar o caminho do comunismo, em 1935 com o levante comunista ocorre o pretexto para a defesa do aumento nos poderes presidências. A anticomunismo passou a ter grande apelo e órgãos antes governistas e defensores das liberdades democráticas se entregam pelo medo de uma revolução social, mesmo os jornais aliados ao governo eram vigiados. A chamada Revolução de 1930 cria órgãos específicos a propaganda e ao controle das informações, como o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), responsável pela censura na Era Vargas.
Estado Novo: forte investimento para criar e difundir uma imagem positiva do regime, por isso era importante subordinas os meios de comunicação em massa. O artigo 122 da Constituição de 1937, que obriga os periódicos a conterem comunicadas do governo, alterando assim a natureza de relação com o estado, agora obrigatória. A censura da imprensa, teatro, cinema e radio são justificados pela garantia de paz, ordem e segurança pulica, agentes do Estado possuidores de meios legais para punir infratores.
Várias impressões periódicas tiveram que se cadastrar no DIP, e se estima que 30% não consegui liberação e pararam de circular, além da isenção nas taxas alfandegarias na importação do papel utilizado pela imprensa foi utilizado também como instrumento de coerção. O quadro só começa a se alterar em 1942, onde a imprensa se levanta e ocorre a deposição em 1945 de Vargas.
Segunda metade do XX
Em 31 de março para 1º de abril de 1964, iniciou o movimento militar que deporia o presidente João Goulart, dando início ao ciclo de governos militares que duraria até 15 de março de 1985. Esse ocorrido mudou o País ao longo de duas décadas e foi apoiado por amplas parcelas da população e pela maioria dos detentores de cargos eletivos. 
O Movimento também teve apoio editorial da quase totalidade dos jornais brasileiros, durante os anos, os jornais assumiram postura crítica ao regime militar na medida em que este se tornava politicamente mais autoritário, economicamente menos eficaz e moralmente mais frágil. Assim a imprensa começa a perdeu força como espaço de discussão dos grandes temas nacionais.
O endurecimento do regime militar, com a edição do Ato Institucional nº 5 (AI-5), no dia 13 de dezembro de 1968, reintroduziu a censura direta e indireta em níveis só comparáveis ao período mais duro do Estado Novo. Embora poucos tenham sido os jornais obrigados a submeter todos os seus textos a censores, o cerceamento da liberdade dava-se sob outras formas, como as pressões econômicas por meio de verbas publicitárias oficiais ou a anunciantes privados, atentados, ameaças e vigilância ostensiva sobre os editores e jornalistas. Diante das restrições ao noticiário político e social e da expansão econômica do País, os jornais reforçaram suas editorias de economia, isso significou o desenvolvimento de um jornalismo econômico vigoroso, tanto nos títulos especializados, quanto nos de informação geral.
Um marco para a imprensa foi o caso do jornalista Vladimir Herzog, em 25 de outubro de 1975, onde ele se apresentou espontaneamente ao saber que era procurado pelos órgãos repressivos, Vladimir Herzog foi preso, onde logo depois foi encontrado morto, o governo na época divulgou uma foto de como ele teria sido encontrado em sua cela e o atestado dizia que havia morrido por auto enforcamento.
Em consequência dessas transformações, a imprensa brasileira passou por mais um ciclo de mudanças, como a TV, que chega ao País em 1950 e tornasse um meio de comunicação de massa, fortalecido pela possibilidade de realizar transmissões ao vivo a longas distâncias e em cores, com o desenvolvimento das telecomunicações na década de 1970, paralelamente, o crescimento econômico que caracterizou o final dos anos 1960, em particular a expansão industrial, que foi acompanhado pela aceleração do processo de urbanização, onde a população urbana supera a rural e pela redução do analfabetismo, que se tornou inferior a 40% em 1960. Assim, os jornais vespertinos desapareceram ou se tornaram matutinos, o número de títulos nas maiores cidades diminuiu, causando uma monopolização, onde os líderes aumentaram sua circulação e se modernizaram tecnologicamente com a introdução da fotocomposição e com a informatização.
Em agosto de 1974, o presidente da República, general Ernesto Geisel anunciava já a transição do regime militar para a redemocratização. A partir dessa data ocorreu efetivamente uma abertura política, embora prosseguissem os atentados aos direitos humanos e à liberdade de imprensa.

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