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Controle da Jornada de Trabalho (CENOFISCO)

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Resumo: Trabalho sobre o controle da jornada de trabalho, onde destacamos, dentre outros aspectos: marcação
obrigatória, cartão de ponto, quadro de horário, controle alternativo de jornada.
Origem: FEDERAL
Qualificações: Trabalhista
Número: 41/2019
Controle da Jornada de Trabalho
Data de publicação: 08/10/2019
SUMÁRIO
1. Introdução
2. Autenticidade
3. Controle da Jornada
3.1. Registro de ponto por exceção
4. Marcação Obrigatória
4.1. Registro eletrônico de ponto
4.2. Controle alternativo da jornada
4.3. REP alternativo
5. Estabelecimento com até 20 Empregados
6. Conteúdo do Documento de Controle de Jornada
6.1. Assinalação do período de repouso ou alimentação
7. Assinatura do Empregado
8. Quantidade de Documentos de Controle de Ponto
9. Fechamento do Cartão de Ponto
10. Trabalho Executado Fora do Estabelecimento
11. Empregados Dispensados do Controle da Jornada
11.1. Gerentes ­ Cargo de confiança
12. Quadro de Horário
13. Microempresa e Empresa de Pequeno Porte
14. Minutos que Excedem e Antecedem a Jornada de Trabalho
15. Cartão de Ponto ­ Horário Britânico
1. INTRODUÇÃO
Por meio da Lei nº 13.874/19 (DOU de 20/09/2019 ­ Edição Extra) foi instituída a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica; que
estabelece garantias de livre mercado; altera entre outras, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto­Lei nº 5.452/43;
e dá outras providências.
Nesta matéria, abordaremos as alterações referentes ao controle da jornada de trabalho.
Ressaltamos que, de acordo com o art. 74 da CLT, o horário de trabalho será anotado em registro de empregados.
2. AUTENTICIDADE
Para não haver dúvidas sobre a autenticidade do documento de controle de jornada de trabalho, o qual determina direitos e deveres para a
empresa e seus empregados, reproduzindo o cumprimento da jornada normal e das horas extraordinárias, o documento não poderá conter
borrões, emendas, rasuras ou qualquer elemento que possa colocar à prova sua autenticidade.
3. CONTROLE DA JORNADA
Dependerá exclusivamente do empregador a forma pela qual será anotada a jornada de trabalho, podendo ele optar pela marcação
mecânica por cartão de ponto, marcação manual, livro ou folha de ponto, marcação eletrônica por meio de um computador ou poderá
estabelecer tipos diferentes de marcação para cada setor.
A forma de marcação de ponto poderá, a qualquer instante, ser modificada pelo empregador, sem que este fato caracterize qualquer
alteração nas condições de trabalho e independe da anuência do trabalhador.
3.1. Registro de ponto por exceção
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Arquivo gerado em 13/11/2019 Página 1 de 7
De acordo com o § 4º do art. 74 da CLT, fica permitida a utilização de registro de ponto por exceção à jornada regular de trabalho,
mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
Esclarecemos que, o controle de ponto por exceção é uma prática baseada na ideia de que os colaboradores de uma empresa só precisam
fazer o registro de ponto em situações excepcionais, ou seja, a marcação é feita apenas em casos de atrasos, faltas, horas extras, licenças,
férias ou afastamentos.
Essa modalidade de registro de ponto por exceção deve ser prevista em documento coletiva e consiste no não controle formal dos horários
de entrada e saída dos trabalhadores.
4. MARCAÇÃO OBRIGATÓRIA
Para os estabelecimentos com mais de 20 trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual,
mecânico ou eletrônico, conforme instruções expedidas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia,
permitida a pré­assinalação do período de repouso, nos termos do § 2º do art. 74 da CLT.
4.1. Registro eletrônico de ponto
Caso o empregador opte pela marcação eletrônica do ponto, deverá utilizar o Sistema de Registro Eletrônico de Ponto (SREP), nos termos
da Portaria MTE nº 1.510/09.
Salientamos que o Sistema de Registro Eletrônico de Ponto (SREP) é o conjunto de equipamentos e programas informatizados destinados
à anotação por meio eletrônico da entrada e da saída dos trabalhadores das empresas.
O SREP deve registrar fielmente as marcações efetuadas, não sendo permitida qualquer ação que desvirtue os fins legais a que se
destinam, tais como:
a) restrições de horário à marcação do ponto;
b) marcação automática do ponto, utilizando horários predeterminados ou o horário contratual;
c) exigência, por parte do sistema, de autorização prévia para marcação de sobrejornada; e
d) existência de qualquer dispositivo que permita a alteração dos dados registrados pelo empregado.
Convém lembrar que o descumprimento de qualquer determinação ou especificação constante na Portaria MTE nº 1.510/09,
descaracteriza o controle eletrônico de jornada, pois este não se prestará às finalidades que a lei lhe destina, o que ensejará a lavratura de auto
de infração com base no art. 74, § 2º, da CLT, pelo Auditor­Fiscal do Trabalho.
Comprovada a adulteração de horários marcados pelo trabalhador ou a existência de dispositivos, programas ou sub­rotinas que permitam
a adulteração dos reais dados do controle de jornada ou parametrizações e bloqueios na marcação, o Auditor­Fiscal do Trabalho deverá
apreender documentos e equipamentos, copiar programas e dados que julgar necessários para comprovação do ilícito.
4.2. Controle alternativo da jornada
Por meio da Portaria MTE nº 373/11, o Ministério do Trabalho e Emprego possibilitou aos empregadores a adoção de sistemas alternativos
de controle da jornada de trabalho, desde que autorizados por convenção ou acordo coletivo de trabalho e observado o seguinte:
a) o uso da faculdade implica a presunção de cumprimento integral pelo empregado da jornada de trabalho contratual,
convencionada ou acordada vigente no estabelecimento;
b) deverá ser disponibilizada ao empregado, até o momento do pagamento da remuneração referente ao período em
que está sendo aferida a frequência, a informação sobre qualquer ocorrência que ocasione alteração de sua remuneração em
virtude da adoção de sistema alternativo.
Os empregadores poderão adotar sistemas alternativos eletrônicos de controle de jornada de trabalho, mediante autorização em acordo
coletivo de trabalho, os quais não devem admitir:
a) restrições à marcação do ponto;
b) marcação automática do ponto;
c) exigência de autorização prévia para marcação de sobrejornada; e
d) alteração ou eliminação dos dados registrados pelo empregado.
Para fins de fiscalização, os sistemas alternativos eletrônicos deverão:
a) estar disponíveis no local de trabalho;
b) permitir a identificação de empregador e empregado; e
c) possibilitar, através da central de dados, a extração eletrônica e impressa do registro fiel das marcações realizadas
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Arquivo gerado em 13/11/2019 Página 2 de 7
pelo empregado.
A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho (SEPRT), até o presente momento, não estabeleceu claramente as formas possíveis de
"sistemas alternativos", limitando­se, assim, a baixar regras básicas para sua implantação, conforme exposto anteriormente.
Observa­se que a adoção desse sistema alternativo de controle requer expressa autorização em acordo ou convenção coletiva de
trabalho, conforme previsto na Portaria MTE nº 373/11 e, corroborado pelo Precedente Administrativo MTE nº 23, transcrito a seguir:
"Precedente Administrativo nº 23 ­ Jornada ­ Controle alternativo
Os sistemas alternativos de controle de jornada só podem ser utilizados quando autorizados por convenção ou acordo coletivo.
REFERÊNCIA NORMATIVA: art. 7º, XXVI da Constituição Federal, art. 74, § 2º da CLT e Portaria nº 1.120, de 8 de novembro de 1995."
Além do disposto na Portaria MTE nº 373/11, o empregador que adotar o mencionado controle por exceção deve, por medida de cautela,
observar o seguinte:
a) exigir a assinatura doempregado nos controles de exceção;
b) nos meses em que não houver nenhuma prorrogação de jornada ou ocorrência de faltas, atrasos e saídas antecipadas,
emitir o controle de ponto com a observação de que somente houve o cumprimento da jornada contratual e solicitar ao
empregado que assine o documento para não haver a suspeita, por parte da Justiça do Trabalho, de sonegação de cartões de
ponto para não pagamento de horas extras;
c) permitir o acesso dos empregados aos lançamentos feitos nos registros por exceção, quando adotado o ponto
eletrônico, sob pena de invalidação.
Ressaltamos que, no chamado sistema de "registro de horário por exceção" os empregados deixam de registrar entradas e saídas diárias
nos controles de ponto, para registrarem apenas situações de exceção ao cumprimento de horas normais, ou seja, atrasos e horas excedentes
(extraordinárias), presumindo­se, assim, normal cumprimento das horas normais.
Diante do todo exposto, convém esclarecer que, ainda que haja a possibilidade dos registros por exceção, o método mais seguro consiste
em manter controle de horário de entrada e saída dos empregados, registrado de forma manual, mecânica ou eletrônica, que aponte as efetivas
horas trabalhadas durante o dia.
4.3. REP Alternativo
Algumas empresas de software desenvolveram sistema alternativo de controle da jornada de trabalho por meio de computador, smartphone
ou tablet criando­se, dessa forma, o REP alternativo.
No dia 05/06/2013, o então Ministro do Trabalho e Emprego Manoel Dias assinou o despacho no processo 46125.000007/2013­49,
aprovando a criação de um Grupo de Trabalho (GT), no âmbito do Conselho de Relações de Trabalho (CRT), proposto pela Recomendação nº
004/CRT, de 20/03/2013, com a finalidade de realizar estudos técnicos e normativos, objetivando a adoção de sistemas alternativos de
controles eletrônicos de jornada de trabalho atendidos os seguintes princípios:
a) segurança dos dados registrados;
b) acesso do trabalhador aos seus registros;
c) acesso da fiscalização aos registros;
d) registro de ponto pelo próprio trabalhador; e
e) garantia de inexistência de mecanismos de registro automático de ponto.
Após várias reuniões, o MTE reafirmou o seu posicionamento de que o controle de jornada que é feito hoje, baseado na Portaria MTE nº
1.510/09, atende aos pré­requisitos de segurança e confiabilidade para o empregador, para o trabalhador e, também, para o Governo.
Afirmou ainda que o REP pode sofrer evoluções, mas que isso deve ser feito com a preocupação de que não haja retrocesso nem
flexibilização aos princípios de segurança dos equipamentos registradores de ponto eletrônico. Deixou claro, ainda, que o governo não se opõe
que as entidades sindicais celebrem acordo coletivo para adoção de sistema alternativo eletrônico de controle de jornada de trabalho, nos
termos das Portarias MTE nºs 1.510/09 e 373/11.
Posteriormente, o INMETRO emitiu parecer contendo a conclusão que a proposta de REP Alternativo, embora considere mecanismos para
garantia da integridade das informações geradas, não prevê mecanismos para a segurança do aplicativo de registro de ponto. É entendimento
do INMETRO que o REP alternativo proposto não constitui um conceito novo de produto, mas sim uma flexibilização dos sistemas de REP
vigente.
A principal característica desta flexibilização é permitir que o REP seja implementado essencialmente como um produto de software, sem
qualquer restrição ao ambiente computacional utilizado. No entanto, conforme discutido neste documento, essa mesma flexibilização resulta em
um produto menos confiável em termos de segurança da informação.
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O MTE acatou os pareceres técnicos apresentados pelo INMETRO, se manifestando contrariamente às propostas apresen­tadas, uma vez
que não cabe, após os avanços obtidos com a Portaria MTE nº 1.510/09, flexibilizar a segurança dos sistemas de REP atuais, passando a ter
sistemas menos confiáveis do que se tem hoje.
5. ESTABELECIMENTO COM ATÉ 20 EMPREGADOS
A marcação de ponto não será observada por empresa e sim por estabelecimento, sendo assim, se determinada empresa com vários
estabelecimentos contar com mais de 20 empregados em sua totalidade, desde que nenhum estabelecimento isoladamente conte com este
número de empregados, não haverá obrigatoriedade da marcação de ponto pelos empregados.
Entretanto, se o empregador quiser instituir a marcação de ponto como medida cautelar e preventiva, inexiste dispositivo legal que vede
essa faculdade do empregador, sendo assim, poderá haver controle da jornada de trabalho por meio da marcação de ponto, embora não seja
obrigatório.
6. CONTEÚDO DO DOCUMENTO DE CONTROLE DE JORNADA
Inexiste disposição na lei que especifique quais informações deverão constar no documento de controle de jornada, bem como é
desconhecido um modelo oficial deste documento. Contudo, nele deverá estar descrita a jornada individualizada de cada trabalhador, e por esta
razão deverá, no mínimo, conter os seguintes elementos:
a) identificação do empregado: nome, função, número e série da CTPS, ficha de registro de empregado ou número de
ordem no livro;
b) identificação do empregador: nome do empregador ou razão social, o CNPJ, o CNAE e o endereço;
c) horário de trabalho do empregado, com indicação dos intervalos para repouso ou alimentação, bem como para
repousos semanais remunerados;
d) espaços para as anotações da hora de entrada e saída da jornada diária, para registros de ocorrência e assinatura do
empregado.
Lembramos que as empresas que adotarem o SREP devem se ater às especificações da Portaria MTE nº 1.510/09.
6.1. Assinalação do período de repouso ou alimentação
Nos termos do art. 74, § 2º, da CLT, deve haver a pré­assinalação do período de repouso ou alimentação no documento de controle da
jornada de trabalho. Portanto, não há necessidade de fazer a marcação do horário de intervalo para alimentação ou repouso, bastando que o
empregador proceda à anotação prévia do aludido intervalo na parte superior do anverso do documento de controle da jornada. Nesse mesmo
sentido, temos o art. 13 da Portaria MTb nº 3.626/91.
A divergência encontra­se justamente no que se entende por pré­assinalado, se seria assinalar todos os dias de trabalho ou se apenas
uma única citação do horário concedido para intervalo no documento para marcação satisfaria a referência legal. Como medida de cautela
aconselhamos que seja mantida pelo próprio empregado a marcação de seu intervalo para repouso ou alimentação, evitando, assim, passivo
trabalhista administrativo ou judicial.
No âmbito judicial não encontramos posicionamento uniforme quanto ao aceite ou não da marcação de ponto feita por um apontador.
Verificamos, dessa forma, que o critério mais prudente é que em havendo um apontador, este controle a marcação de ponto dos empregados,
porém cada empregado, também, proceda à marcação de sua jornada de trabalho.
7. ASSINATURA DO EMPREGADO
A necessidade ou não da assinatura do empregado no documento de controle de jornada fica a cargo do empregador, o qual poderá
determiná­la por meio do contrato de trabalho ou do regulamento interno da empresa.
Embora não haja exigência legal, para o controle da jornada ao final de cada mês ou período de apuração de jornada, é prudente que o
empregador colha a assinatura do trabalhador, pois é sua garantia legal. Quando o controle da jornada for por meio eletrônico, deve­se
formalizar o espelho de ponto, no qual deverá ser aposta a assinatura do trabalhador.
Não há uma posição uniforme por parte da Justiça do Trabalho quanto à obrigatoriedade de assinatura. Algumas decisões defendem que o
documento de controle é válido mesmo sem assinatura e representam efetiva realização da jornada. Outras defendem que a assinatura deverá
ser aposta para evitar complicações futuras, tendo em vista que este documento é a prova da jornadaefetiva de trabalho.
8. QUANTIDADE DE DOCUMENTOS DE CONTROLE DE PONTO
Não há na legislação um dispositivo que estabeleça o uso de um só documento de controle de ponto, podendo então haver o uso de mais
de um cartão para o mesmo empregado em um mesmo período. Embora a doutrina e a jurisprudência discordem de tal procedimento, ainda
assim, algumas empresas adotam dois cartões, um para jornada normal e um para horas extraordinárias.
9. FECHAMENTO DO CARTÃO DE PONTO
O período de abrangência de ficha, cartão, livro ou controle eletrônico da jornada poderá compreender somente um mês civil ou conter
períodos de dois meses como, por exemplo, as empresas que adotam o controle em que abranja do dia 15 ou 21 de um mês ao dia 14 ou 20 do
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Arquivo gerado em 13/11/2019 Página 4 de 7
outro.
Independentemente do fechamento do ponto, o salário do trabalhador deverá ser pago até o 5º dia útil do mês subsequente.
Lembramos que a folha de pagamento, sob o ponto de vista contábil segue o regime de competência e, dessa forma, encerrado o mês, os
cartões de ponto (ou sistema alternativo) deverão ser recolhidos e apurados, bem como os atestados médicos, de modo que o empregador
tenha o controle das horas/dias trabalhados durante o período e também das faltas justificadas e injustificadas.
10. TRABALHO EXECUTADO FORA DO ESTABELECIMENTO
De acordo com o § 3º do art. 74 da CLT, combinado com o art. 13 da Portaria MTb nº 3.626/91, se o trabalho for executado fora do
estabelecimento, o horário dos empregados constará do registro manual, mecânico ou eletrônico em seu poder, sem prejuízo da anotação do
horário de trabalho no registro de empregado.
Quando o trabalhador, que exerce suas funções interna e externamente, não estiver presente para proceder à marcação no seu controle
de jornada na empresa, ele deverá utilizar a papeleta de serviço externo, no qual estão as anotações de entrada e saída. Portanto, o
trabalhador terá dois controles de jornada.
O art. 14 da Portaria MTb nº 3.626/91 estabeleceu a permanência como modelo único de quadro de horário de trabalho o aprovado pela
Portaria MTb nº 576/41.
11. EMPREGADOS DISPENSADOS DO CONTROLE DA JORNADA
Somente estão desobrigados do controle da jornada de trabalho, nas hipóteses previstas no art. 62, I, II, parágrafo único, da CLT:
a) empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição
ser anotada na ficha ou folha do livro de registro de empregados (parte de "Observações"), bem como na CTPS (parte de
"Anotações Gerais").
Nota Editorial
Não há, portando, nenhuma necessidade de elaboração de documento à parte no qual se estabeleça essa condição, bastando o
empregador efetuar as devidas anotações na Ficha/Livro de Registro, bem como na CTPS. Porém, caso a empresa queira elaborar tal
documento, não existe proibição legal.
Quando houver obrigatoriedade de comparecimento diário à empresa pelo empregado, mesmo prestando serviço integralmente externo,
ficará em seu poder, para as devidas marcações da jornada, a ficha ou a papeleta de serviço externo (exemplos: vendedores, motoristas,
pracistas, etc.).
b) os gerentes, assim considerados os exercentes do cargo de gestão, aos quais se equiparam os diretores e chefes de
departamento ou filial;
c) teletrabalho.
11.1. Gerentes ­ Cargo de confiança
No tocante aos gerentes, ou seja, aqueles que exercem cargos de gestão, não estão sujeitos à jornada de trabalho, desde que o salário do
cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, for superior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40%.
Salientamos que a doutrina entende como gerente aquele que tem poderes de gestão, como de admitir ou demitir empregados, adverti­los,
puni­los, suspendê­los, fazer compras ou vendas em nome do empregador.
Embora a legislação não mencione, podemos entender que a pessoa que tem encargo de gestão é aquela que tem mandato (procuração),
ainda que verbal ou tácito, para administrar o empreendimento do empresário.
Assim, os gerentes, com as características anteriormente citadas, não farão jus à hora extraordinária, da mesma forma a empresa não
poderá efetuar qualquer desconto no salário dos mesmos em virtude de faltas e atraso ao serviço, posto que não estão sujeitos à jornada de
trabalho. Caso contrário estará sujeito ao controle da jornada de trabalho.
Para o desembargador Sérgio Pinto Martins, o pagamento de gratificação de função sempre teve por objetivo compensar a maior
responsabilidade pelo cargo exercido.
Tal dispensa não é aplicada aos empregados quando o salário do cargo de confiança for inferior ao valor do salário efetivo acrescido de
40%.
Exemplos:
a) um ocupante de cargo de confiança com poder de mando na empresa (contrata, assalaria, demite, etc.):
­ Salário contratual: R$ 5.000,00
­ Acréscimo de cargo de confiança: R$ 3.000,00
13/11/2019
Arquivo gerado em 13/11/2019 Página 5 de 7
­ Total: R$ 8.000,00
Nesse exemplo, o total da remuneração efetiva (R$ 8.000,00) é superior ao salário efetivo do cargo, acrescido de 40% (R$ 5.000,00 + 40%
= R$ 7.000,00). Portanto, esse empregado atende aos requisitos previstos no art. 62, inciso II, da CLT estando, assim, dispensado de marcação
de jornada e, por consequência, sem direito a horas extraordinárias, adicional noturno, compensação de horário e períodos mínimos de
repouso.
b) uma outra situação de um ocupante de cargo de confiança com poder de mando na empresa (contrata, assalaria,
demite, etc.), na seguinte situação:
­ salário efetivo = R$ 5.000,00
­ acréscimo pelo exercício do cargo de confiança = R$ 1.000,00
­ total = R$ 6.000,00
Nesse caso, o valor do salário total auferido (R$ 6.000,00) é inferior ao salário efetivo do cargo, acrescido de 40% (R$ 5.000,00 + 40% =
R$ 7.000,00). Assim, esse empregado não está enquadrado na definição do art. 62, inciso II, da CLT e, portanto a ele se aplicam as regras de
duração do trabalho, ou seja, está sujeito ao controle da jornada.
Caso não ocorra a marcação do horário, ficará a empresa sujeita à multa administrativa, a ser aplicada pelo Auditor­Fiscal do Trabalho,
quando de uma fiscalização na empresa, bem como poderá esse empregado pleitear judicialmente o pagamento de horas extraordinárias, se
houver.
Observa­se que a gratificação de função, de acordo com parte da doutrina, não é condição preponderante para a dispensa do controle da
jornada de trabalho, mas, sim, é meramente exemplificativo ou indicativo da condição de gerente, não sendo essencial, bastando para tanto que
o salário do gerente tenha padrão bem mais elevado do que o do seu subordinado imediatamente inferior ou que seja superior a 40% deste, ou
seja, dele próprio, antes da promoção.
Observa­se que, em se tratando de empregado que detém apenas o título de gerente e que não esteja investido em cargo de gestão, está
sujeito ao controle da jornada de trabalho e, consequentemente, terá direito às horas extraordinárias que realizar. Este entendimento
depreende­se da leitura do Precedente Administrativo MTE nº 49, conforme segue:
"Precedente Administrativo nº 49 ­ Jornada. Controle. Gerentes.
O empregador não está desobrigado de controlar a jornada de empregado que detenha simples título de gerente, mas que não possua
poderes de gestão nem perceba gratificação de função superior a 40% do salário efetivo.
Referência Normativa: art. 62, II e parágrafo único, e art. 72, § 2º, da CLT".
12. QUADRO DE HORÁRIO
Em razão da publicação da Lei nº 13.874/19, foi alterado, entre outros o art. 74 da CLT que estabelecia o quadro de horário, sendo que, o
mesmo, não é mais exigido.
13. MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE
Por intermédio da Lei Complementar nº 123/06, que instituiu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, em
seu art. 51, inciso I, fica estabelecido que tais empresas são dispensadas,entre outras, da afixação de quadro de horário em suas
dependências (veja item 12 desta matéria).
Contudo, tendo mais de 20 empregados, estão obrigadas a efetivar a marcação de jornada de trabalho.
14. MINUTOS QUE EXCEDEM E ANTECEDEM A JORNADA DE TRABALHO
O § 1º do art. 58 da CLT estabelece que não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no
registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.
Assim sendo, observa­se que existe uma tolerância para atrasos e para ser considerado horas extras de cinco minutos que não poderão,
dentro da jornada de trabalho, ultrapassar diariamente dez minutos. Vejamos alguns exemplos a seguir.
Exemplos:
a) empregado chegou atrasado cinco minutos e saiu, antecipadamente, seis minutos antes do término da jornada. Neste
caso, deverão ser descontados 11 minutos;
b) empregado chegou atrasado cinco minutos e saiu, antecipadamente, cinco minutos antes do término da jornada,
totalizando dez minutos diários. Neste caso, não serão descontados, pois não ultrapassou o limite máximo de dez minutos
diários;
c) empregado chegou atrasado 11 minutos. Neste caso, serão descontados os 11 minutos;
13/11/2019
Arquivo gerado em 13/11/2019 Página 6 de 7
d) empregado excedeu o horário de saída em dez minutos. Terá direito a receber horas extraordinárias, pois, excedeu o
limite estabelecido de cinco minutos no registro de ponto.
15. CARTÃO DE PONTO ­ HORÁRIO BRITÂNICO
Tendo o cartão de ponto o chamado "Horário Britânico", ou seja, horário inflexível, em que o empregado entra e sai vários dias ou meses
no mesmo horário, sem qualquer variação, por serem inválidas tais marcações, o ônus da prova é invertida e, neste caso, caberá ao
empregador prova que o empregado não realizava tais horas extras, de acordo com entendimento do Tribunal Superior do Trabalho (TST),
manifestado por meio da Súmula TST nº 338, III, a qual transcrevemos a seguir:
"Súmula nº 338 Jornada de trabalho. Registro. Ônus da prova. (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 234 e 306 da SDI­1) ­
Res. 129/05 ­ DJ 20/04/05
I ­ É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da
CLT. A não­apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode
ser elidida por prova em contrário. (ex­Súmula nº 338 ­ Res. 121, DJ 21.11.2003)
II ­ A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em
contrário. (ex­OJ nº 234 ­ Inserida em 20.06.2001)
III ­ Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo­se o ônus
da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. (ex­ OJ nº
306 ­ DJ 11.08.2003)".
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Arquivo gerado em 13/11/2019 Página 7 de 7

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