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Neuroanatomofisiologia Unidade 10 - Neuroplasticidade

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NEUROPLASTICIDADE
Profa Ms Isabela Andrelino
CONCEITO
• É a capacidade de adaptação do sistema nervoso, especialmente dos
neurônios, às mudanças nas condições do ambiente que ocorrem no
dia-a-dia da vida dos indivíduos.
• É um conceito amplo que se estende, desde resposta à lesões
traumáticas destrutivas até sutis alterações resultantes de processos
de aprendizagem e memória.
CONCEITO
• Capacidade intrínseca das células 
nervosas em formar conexões novas e/ou 
tentar refazer conexões perdidas.
• Capacidade intrínseca das células 
nervosas em lutar contra alterações 
químicas e/ou estruturais.
A neuroplasticidade é uma característica marcante e constante da 
função neural, que varia de acordo com a idade.
CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO
• Corpo celular;
• Dendritos;
• Axônio;
• Terminações pré sinápticas;
• Microtúbulos.
Etapas da célula nervosa durante o 
desenvolvimento
• INDUÇÃO: diferenciação do ectoderma.
• PROLIFERAÇÃO: divisão celular que produz
bilhões de céls que formam o SN, a partir de
céls da placa (SNP) e tubo neural (SNC).
• MIGRAÇÃO: movimento de células recém
formadas até o seu destino final do SN.
Etapas da célula nervosa durante o 
desenvolvimento
• AGREGAÇÃO: adesão seletiva de células similares, partes funcionais.
• DIFERENCIAÇÃO: início da especialização dos neurônios.
• SINAPTOGÊNESE: conexões sinápticas.
• MORTE NEURONAL PROGRAMADA: eliminação de céls redundantes
ou extra numeráveis.
• PROGRAMA GENÉTICO BÁSICO: 
Desenvolvimento normal do sistema nervoso;
• FATORES EPIGENÉTICOS: 
Interferência de fatores externos;
• PROGRAMA GENÉTICO + FATORES 
EPIGENÉTICOS: 
Expressão do sistema nervoso. 
A morte celular é normal durante o desenvolvimento e todas 
as células estão programadas para morrer a qualquer 
momento, sendo esse programa fatal contido por sinais de 
sobrevivência: 
OS FATORES NEUROTRÓFICOS
FATORES NEUROTRÓFICOS
Histórico
Viktor Hambúrguer (1934)
Rita Levi Montalcini (1934)
FATORES NEUROTRÓFICOS - FNT
São proteínas que possuem uma cadeia de aa e são produzidos por 
órgãos alvos:
DERIVADOS DO MÚSCULO: NGF, NT-3, NT-4, NT-5, NT-6.
DERIVADOS DO CÉREBRO: BNDF
FATORES NEUROTRÓFICOS - FNT
É absorvido no terminal do axônio, internalizados 
e transportados retrogradamente por dentro do 
axônio até o corpo celular, estimulando a 
produção de organelas citoplasmáticas para que 
o neurônio possa ser nutrido, e para que as 
células fiquem saudáveis.
RECUPERAÇÃO DE LESÃO NO SISTEMA 
NERVOSO
REGENERAÇÃO
MORTE
ALTERAÇÕES DEGENERATIVASLESÃO
FENÔMENOS PLÁSTICOS
PLASTICIDADE AXÔNICA
PLASTICIDADE SINÁPTICA
PLASTICIDADE SNP
REGENERAÇÃO AXÔNICA PERIFÉRICA
UMA HISTÓRIA DE SUCESSO!
Para a sobrevivência do neurônio é necessário:
- Integridade do corpo celular;
- Existência de um microambiente propício ao crescimento axônico nas
redondezas da fibra nervosa.
SUCESSO NA REINERVAÇÃO
• Lesão próximo ao alvo: os axônios lesados serão facilmente
encontrados;
• Lesão distante sem interrupção completa do nervo: a estrutura
degenerada do corpo distal fornece um arcabouço para o crescimento
regenerativo;
• Lesão completa e distante do alvo: os cones de crescimento dos
axônios regenerantes se “perdem pelo caminho”.
PLASTICIDADE SNC
REGENERAÇÃO AXÔNICA CENTRAL
Pesquisadores perceberam diferenças 
importantes entre SNC e SNP.
Santiago Rámon y Cajal: observou pequeno 
crescimento axônico localizado após lesão 
medular, supondo que ela seria bloqueada 
por algum fator desconhecido;
INEXISTENTE OU BLOQUEADA?
Albert Aguayo: o microambiente do 
SNC, não favorece o crescimento 
regenerativo dos axônios centrais.
Busca de possíveis moléculas do crescimento axônico regenerativo.
SNC
Lesão do axônio
Intensa cromatólise
Degeneração da célula
Morte da maioria
QUAIS AS CAUSAS?
 Neurônios do SNC são muito dependentes de FNT e a remoção do
tecido degenerado é lenta;
 Células da glia se proliferam na região da degeneração:
- Gliócitos produzem moléculas inibidoras da regeneração;
- Oligodendrócitos sintetizam proteínas que apresentam efeito
inibitório ao crescimento axônico;
- Astrócitos sintetizam glicoproteínas com ação anti-degenerativa.
Intensa proliferação e concentração glial nas redondezas da lesão 
forma uma cicatriz que dificulta a progressão dos axônios regenerantes.
Os cones de crescimento não são capazes de crescer em busca dos 
alvos e perdem-se nas redondezas da lesão.
A falta de um condutor tubular organizado contribui mais para o 
fracasso da regeneração.
Por que o SNC produz moléculas anti-
regenerativas, se a sua atuação é tão 
desfavorável ao organismo?
Gliócitos imaturos 
Migração neuronal e crescimento axônico durante o desenvolvimento. 
Depois de tudo “organizado” passam a apresentar funções opostas.
Desempenham função delimitadora para o crescimento de fibras 
nervosas e a formação dos feixes do SNC.
PORÉM, NEM TUDO ESTÁ PERDIDO!
Após a lesão, os macrófagos fazem a limpeza da região. 
Produzem interleucina-1, que estimula as céls da glia a 
produzir e liberar FNT. 
Manter vivas as céls que não foram comprometidas pela 
lesão, podendo essas assumir função vicariante.
Os mecanismos celulares da plasticidade não 
são completamente esclarecidos
Hipóteses
- Entrada em atividade de circuitos previamente existentes antes
silenciosos – função vicariante;
- Estabilização de conexões transitórias, que desapareceriam em
circunstâncias normais;
- Brotamento colateral de axônios vizinhos as regiões lesadas ou
inativas;
- Diferentes combinações dessas possibilidades.
FATORES QUE INFLUENCIAM NA PLASTICIDADE
Extensão da lesão;
Idade em que ocorreu a lesão;
Tempo da lesão;
Local da lesão;
Tipo da lesão;
Biografia do indivíduo;
FATORES QUE INFLUENCIAM NA PLASTICIDADE
Programa terapêutico correto;
Início do programa terapêutico;
Frequência da terapia;
Duração da terapia;
Motivação;
Ambiente.
O SNC é um órgão de reação ao invés de 
ação, e reage aos estímulos que convergem 
de fora e dentro do corpo.
Bobath, 1970

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