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INFRAESTRUTURA D I S C I P L I N A : T E C N O L O G I A DA S C O N S T R U Ç Õ E S P R O F ª M A . : B E L A N I Z A G A S PA R S A N TO S N E TA INFRAESTRUTURA • Documento de referência: NBR 6122-2010. Esta norma trata dos critérios gerais que regem o projeto e a execução de fundações de todas as estruturas convencionais da engenharia civil, compreendendo: residências, edifícios de uso geral, pontes, viadutos, etc. Obras especiais, como plataformas offshore, linhas de transmissão são também regidas por esta norma no que for aplicável, todavia obedecendo às Normas específicas para cada caso particular. FUNDAÇÕES • Conceito – Fundação é o elemento estrutural que tem por finalidade transmitir as cargas de uma edificação para uma camada resistente do solo. • Parâmetros para escolha da fundação – São diversas as variáveis a serem consideradas para a escolha do tipo de fundação. Numa primeira etapa, é preciso analisar os critérios técnicos que condicionam a escolha por um tipo ou outro de fundação. PARÂMETROS PARA ESCOLHA DA FUNDAÇÃO • Topografia da área – dados sobre taludes e encostas no terreno, ou que possam atingir o terreno – necessidade de efetuar cortes e aterros – dados sobre erosões, ocorrência de solos moles na superfície – presença de obstáculos, como aterros com lixo ou matacões • Características do maciço – variabilidade das camadas e a profundidade de cada uma delas – existência de camadas resistentes ou adensáveis – compressibilidade e resistência do solos – a posição do nível d’água PARÂMETROS PARA ESCOLHA DA FUNDAÇÃO • Dados da estrutura – a arquitetura, o tipo e o uso da estrutura, como por exemplo, se consiste em um edifício, torre ou ponte, se há subsolo e ainda as cargas atuantes. • Dados das construções vizinhas – o tipo de estrutura e das fundações vizinhas – existência de subsolo – possíveis consequências de escavações e vibrações provocadas pela nova obra – danos já existentes • Aspectos econômicos PROSPECÇÃO DO SUBSOLO PROSPECÇÃO DO SUBSOLO • Sondagem a trado EXEMPLOS DE LIMITAÇÕES DE EMPREGO DE ALGUM TIPO DE FUNDAÇÃO •Estacas moldadas in loco em solo mole podem ter o fuste estrangulado. •Estacas pré-moldadas de concreto podem quebrar quando cravadas em solo muito resistente ou em solos com matacões. CAPACIDADE DE CARGA DO SOLO •A determinação da tensão admissível, resistência ou capacidade de carga do solo consiste no limite de carga que o solo pode suportar sem se romper ou sofrer deformação exagerada. CAPACIDADE DE CARGA DO SOLO •Para obras de pequeno porte TIPOS DE FUNDAÇÕES • Fundação superficial (rasa ou direta) – Elemento de fundação em que a carga é transmitida ao terreno pelas tensões distribuídas sob a base da fundação, e a profundidade de assentamento em relação ao terreno adjacente à fundação é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação. • Fundação profunda ou indireta – Elemento de fundação que transmite a carga ao terreno ou pela base (resistência de ponta) ou por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma combinação das duas, devendo a sua ponta ou base estar assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta, e no mínimo igual a 3,00m. Neste tipo de fundação incluem-se as estacas e os tubulões. FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS • Bloco – Elemento de fundação superficial, de concreto, dimensionado de modo que as tensões de tração, nele resultantes sejam resistidas pelo concreto, sem necessidade de armadura. Podem ser construídos de pedra, tijolos maciços, concreto simples, concreto ciclópico. • Sapata – Elemento de fundação superficial, de concreto armado, dimensionado de modo que as tensões de tração, nele resultantes sejam resistidas pelo emprego de armadura especialmente disposta para esse fim. BLOCOS DE CONCRETO SAPATAS ISOLADAS FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS •Sapata corrida –Sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente ou de pilares de um mesmo alinhamento. •Grelha –Elemento de fundação constituído por um conjunto de vigas que se cruzam nos pilares. FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS •Sapata associada –Sapata que recebe mais de um pilar. •Radier –Elemento de fundação superficial que recebe parte ou todos os pilares de uma estrutura. SAPATA ASSOCIADA E RADIER FUNDAÇÕES PROFUNDAS FUNDAÇÕES PROFUNDAS • Estacas – Elemento de fundação profunda executado por ferramentas ou equipamentos, execução esta que pode ser por cravação ou escavação. • Tubulão – Elemento de fundação profunda de forma cilíndrica que, pelo menos na sua fase inicial de execução requer a descida de um operário ou técnico. • Caixão – Elemento de fundação profunda de forma prismática, concretado na superfície e instalado por escavação interna. ESTACAS PRÉ-MOLDADAS ESTACAS PRÉ-MOLDADAS ESTACAS CRAVADAS À PERCUSSÃO ESTACAS CRAVADAS POR PRENSAGEM ESTACAS CRAVADAS POR VIBRAÇÃO ESTACAS MOLDADAS “IN LOCO” ESTACAS DO TIPO FRANKI • Estaca de concreto moldada “in loco” que emprega um tubo de revestimento (camisa metálica com ponta fechada, de modo que não há limitação de profundidade devido à presença de água no subsolo. ESTACAS DO TIPO FRANKI ESTACA STRAUSS • Elemento de fundação escavada mecanicamente “in loco” que também utiliza uma camisa metálica recuperável que define o diâmetro da estaca. • A perfuração é feita com o auxílio de uma piteira por dentro da camisa injeta-se água para “amolecer” o solo e permitir a descida da camisa metálica ESTACA STRAUSS ESTACA HÉLICE CONTÍNUA • Estaca de concreto moldada “in loco” executada por um equipamento constituído por um trado helicoidal contínuo que escava ou desloca o maciço de solo ao mesmo tempo em que o concreto é lançado por uma tubulação que passa pelo centro do trado. ESTACA HÉLICE CONTÍNUA ESTACA RAÍZ • Estaca escavada com perfuratriz empregando um equipamento à rotação ou à rotopercussão com a circulação de água e, quando necessário utilizando a lama bentonítica para estabilizar o furo. ESTACA RAÍZ ESTACA BARRETE • Estaca moldada “in loco” que emprega um equipamento de grande porte, denominado clam shell fazendo uso de lama bentonítica. Pode ser executada abaixo do nível d’água até a profundidade de projeto. ESTACA BARRETE TUBULÃO ACÉU ABERTO •É executado manualmente ou com o emprego de equipamentos de pequeno porte, podendo ser a escavação provida ou não com uma contenção. Sempre executado acima do lençol freático. TUBULÃO A CÉU ABERTO TUBULÃO A AR COMPRIMIDO •Elemento de fundação executado quando não for possível aplicar o tubulão a céu aberto, devido à presença do lençol freático ou à presença de materiais que quando escavados sofrem grandes deformações. TUBULÃO A AR COMPRIMIDO ESCAVAÇÕES ESCAVAÇÕES •Tratam-se das aberturas em solo para a implantação de blocos de fundação, sapatas isoladas ou corridas, reservatórios enterrados ou qualquer outra estrutura abaixo do nível natural do terreno. Podem ser executadas mecânica ou manualmente. ESCAVAÇÕES MATERIAIS • Material de 1ª categoria – Compreende os solos em geral, residuais ou sedimentares, seixos rolados ou não, com diâmetro máximo inferior a 0,15 m, qualquer que seja o teor da umidade apresentado. • Material de 2ª categoria – Compreende os solos de resistência ao desmonte mecânico inferior à rocha não alterada, cuja extração se processe por combinação de métodos que obriguem a utilização de equipamentode escarificação de grande porte. A extração, eventualmente, poderá envolver o uso de explosivos ou processo manual adequado. Incluídos nesta classificação os blocos de rocha, de volume inferior a 2 m³ e os matacões ou pedras de diâmetro médio entre 0,15 m e 1,00 m. MATERIAIS •Material de 3ª categoria –Compreende os solos de resistência ao desmonte mecânico equivalente à rocha não alterada e blocos de rocha, com diâmetro médio superior a 1,00 m, ou de volume igual ou superior a 2 m³, cuja extração e redução, a fim de possibilitar o carregamento, se processem com o emprego contínuo de explosivos e de rompedor. ESPECIFICAÇÕES •Nas escavações executadas próximas a prédios ou edifícios, vias públicas ou servidões, deverão ser empregados métodos de trabalho que evitem as ocorrências de qualquer perturbação oriunda dos fenômenos de deslocamento, tais como : –Escoamento ou ruptura das fundações; –Descompressão do terreno da fundação; –Descompressão do terreno pela água. ESPECIFICAÇÕES •Quando necessário, os locais escavados deverão ser isolados, escorados e esgotados por processo que assegure proteção adequada. •As escavações com mais de 1,25 m de profundidade deverão dispor de escadas ou rampas. •As áreas sujeitas a escavações em caráter permanente deverão ser estabilizadas de maneira a não permitir movimento das camadas adjacentes. MATERIAL PROVENIENTE DE ESCAVAÇÕES • Quando o material for considerado, a critério da Fiscalização, apropriado para utilização no reaterro. • Em vias públicas onde a deposição do material escavado puder acarretar problemas de segurança ou maiores transtornos à população, poderá, a seu critério, solicitar a sua remoção e estocagem para local adequado, para posterior utilização. • Materiais não reutilizáveis serão encaminhados aos locais de “bota-fora”. REGULARIZAÇÃO DO FUNDO • Ao se atingir a cota de projeto, o fundo da escavação será regularizado e limpo. • Atingida a cota, se for constatada a existência de material com capacidade de suporte insuficiente para receber a peça ou estrutura projetada, a escavação deverá prosseguir até que se possa executar um “colchão” de material de base, a ser determinado de acordo com a situação. • No caso do fundo da escavação se apresentar em rocha ou material indeformável, a sua cota deverá ser aprofundada, no mínimo, em 0,10 m, de forma a se estabelecer um embasamento com material desagregado, de boa qualidade (normalmente, areia ou terra). REGULARIZAÇÃO DO FUNDO ESCORAMENTOS ESCORAMENTOS • Pontaleteamento – Utilizado em solos coesivos, geralmente em cota superior ao do lençol freático e em profundidades menores. – A superfície lateral da vala ou cava é contida por tábuas verticais de madeira de lei de 1"x 10" (até 2,00 m de profundidade) ou por pranchas de madeira de lei de 6 x 16 cm (acima de 2,00 m de profundidade), espaçadas de 1,35 m e travadas na transversal por estroncas com diâmetro de 10 cm, distanciadas verticalmente de 1,00 m. ESCORAMENTOS • Escoramento Descontínuo – Utilizado nas escavações em solos coesivos, geralmente em cota superior ao nível do lençol freático. – Neste tipo de escoramento, a superfície lateral da vala ou cava é contida por tábuas verticais de madeira de lei de 1" x 10" (até 2,00 m de profundidade) ou por pranchas de madeira de lei de 6 x 16 cm (acima de 2,00 m de profundidade), espaçadas de 0,30 m e travadas longintudinalmente por longarinas de madeira de lei de 6 x 16 cm (até 2,00 m de profundidade) ou de 8 x 18 cm (acima de 2,00 m de profundidade), em toda a sua extensão. Travando as longarinas, em sentido transversal, são utilizadas estroncas de madeira (geralmente, eucalipto) com diâmetro de 0,20 m, espaçadas de 1,35 m, exceto em suas extremidades, das quais as estroncas ficam afastadas 0,40 m. As longarinas são espaçadas verticalmente de 1,00 m. ESCORAMENTOS • Escoramento Contínuo – Utilizado em escavações de solos arenosos, sem coesão, ou quando alguma circunstância exigir uma condição estanque das paredes da escavação. – A superfície lateral da vala ou cava é contida por tábuas verticais de madeira de lei de 1"x 10" (até 2,00 m de profundidade) ou pranchas de madeira de lei de 6 x 16 cm (acima de 2,00 m de profundidade), encostadas umas às outras e travadas longitudinalmente por longarinas de madeira de lei de 6 x 16 cm (até 2,00 m de profundidade) ou de 8 x 18 cm (acima de 2,00 m de profundidade) em toda a sua extensão. Travando as longarinas, em sentido transversal, são utilizadas estroncas de madeira (geralmente, eucalipto) de diâmetro 20 cm, espaçadas de 1,35 m, exceto em suas extremidades, das quais as estroncas ficam afastadas 0,40 m. As longarinas deverão estar espaçadas entre si de 1,00 m na vertical. ESCORAMENTOS • Escoramento Especial – Utilizado em escavações de solos arenosos, sem coesão, ou quando o escoramento contínuo for insuficiente para propiciar uma condição estanque adequada às paredes da escavação. – A superfície lateral da vala ou cava é contida por pranchas verticais de madeira de lei 6 x 16 cm, do tipo macho e fêmea, travadas horizontalmente por longarinas de 8 x 18 cm em toda a sua extensão. As longarinas são travadas, longitudinalmente, por estroncas de madeira de diâmetro 20 cm, espaçadas de 1,35 m, exceto em suas extremidades, das quais as estroncas ficam afastadas 0,40 m. As longarinas deverão ser espaçadas verticalmente entre si de 1,00 m. ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • São estruturas projetadas para resistir a empuxos de terra e/ou água, cargas estruturais e quaisquer outros esforços induzidos por estruturas ou equipamentos adjacentes. ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • Critérios para Escolha de uma Estrutura de Contenção – altura da estrutura; – cargas atuantes; – natureza e características do solo a serarrimado; – natureza e características do solo de fundação; – condições do N.A. local; – espaço disponível para construção; – equipamentos e mão de obra disponíveis; – experiência e prática das equipes; – especificações técnicas especiais; – análise de custos. ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • Se a escavação for realizada abaixo do lençol freático, deve proceder- se previamente rebaixamento do N.A. • Quando for necessário diminuir as pressões da água sobre a estrutura definitiva, deve ser incorporado um dreno junto ao muro de arrimo. ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • Critérios de Projeto de Estruturas de Contenção – Natureza da estrutura (tipos diferentes para propósitos diferentes); – Geometria do terreno e condições geotécnicas locais; – Posição do N.A. e condições de drenagem; – Empuxos de terra e cargas atuantes; – Propriedade dos solos locais: peso específico, coesão, ângulo de atrito; – Movimentos relativos solo – estrutura; – Metodologias construtivas. ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • Muros de gravidade – São estruturas cuja estabilidade é função apenas do seu peso. • Muro de gravidade de seção aliviada – A seção do muro é reduzida, utilizando-se uma armação para absorver os esforços de tração atuantes. ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • Muro de gravidade ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • Muros de gabião – São estruturas formadas pela superposição de fôrmas (com formato de caixas, colchões ou sacos) de malhas metálicas ou plásticas, que são preenchidas por pedras de mão ou blocos de rocha. ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • Muros tipo “crib wall” – São estruturas formadas pelamontagem, num arranjo tipo ‘fogueira’, de vigotas pré-moldadas de concreto ou de madeira, com os espaços internos preenchidos com solo granular compactado. ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • Outras variantes de muro de gravidade: muros de saco de solo- cimento. ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • Outras variantes de muro de gravidade: muros de pneus. ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • Muros de flexão – São estruturas em concreto armado, comumente sob as forma de “L” ou “T” invertido. ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO •Muros de flexão com contrafortes –São estruturas em concreto armado dotadas de contrafortes para aumentar a rigidez do muro. ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • Terra armada – Consiste basicamente na justaposição de painéis (escamas) pré- fabricadas amarradas ao terreno através das armaduras (tirantes). ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO