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Matéria: Direito Administrativo 
Professor: Jonatas Albino do Nascimento 
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 Direito Administrativo 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Jonatas Albino do Nascimento - Aula 00 
 
 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 2 de 67 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Olá, pessoal! 
É com imensa satisfação que lançamos o curso de Direito 
Administrativo para Auditor Fiscal do ICMS - RS – Teoria e Questões no 
Exponencial Concursos. 
Vamos nos apresentar! 
Meu nome é Jonatas Albino, sou Agente Fiscal de Rendas do Estado de 
São Paulo (ICMS/SP), professor do Exponencial Concursos e de cursinhos 
preparatórios presenciais em Marília, São Paulo. 
Caso esse seja nosso primeiro contato, faço uma breve apresentação 
sobre a mim para que nos conheçamos melhor. 
Minha vida de concurseiro começou logo cedo, quando decidi que queria 
ser Oficial de carreira do Exército Brasileiro. Era o ano de 2005 e morava em 
Boa Vista-RR. Por não ter confiança nos cursos preparatórios lá disponíveis, 
encarei a preparação por conta própria por meio de uma boa bibliografia e 
muitas horas de estudos. A receita era boa e o resultado apareceu: 14º 
colocado para a Escola Preparatória de Cadetes do Exército, 1º colocado no 
vestibular para Ciências da Computação na UFRR e 1º colocado para a Escola 
de Especialistas da Aeronáutica. 
Passados aproximadamente 8 anos no Exército Brasileiro, já como 1º 
tenente, decidi que queria uma carreira diferente, apontando meus esforços 
para a área fiscal. Mais uma vez, agora pela impossibilidade de conciliar aulas 
presenciais com a rotina exaustiva na caserna, optei pela tática já antes 
utilizada: bom material e muitas horas de estudo. O resultado veio 
relativamente rápido: após um ano e meio de preparação fui aprovado para o 
concurso para a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, vulgarmente 
conhecido como ICMS-SP, onde estou até hoje, mais precisamente na cidade 
de Marília, como dito anteriormente. 
 Vamos fazer uma passagem pela metodologia do curso! 
O curso será composto por 14 aulas (contando com a demonstrativa), 
cuja divulgação obedecerá ao cronograma da página 4. A estrutura das aulas 
será assim: 
 Teoria 
Caro aluno, o melhor material para concursos não é o mais extenso, mas 
o que te faça aprender corretamente e de forma rápida. Vale lembrar que o 
foco é passar na prova e não se formar em direito, ok? Com esse foco, nosso 
curso será extremamente objetivo, ensinando tudo o que você precisa 
saber, sem doutrinas e divagações desnecessárias. A ideia é valorizar o seu 
tempo. 
APRESENTAÇÃO 
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 Direito Administrativo 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Jonatas Albino do Nascimento - Aula 00 
 
 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 3 de 67 
www.exponencialconcursos.com.br 
Por isso, vamos apresentar diversos esquemas, fluxogramas, tabelas 
comparativas, pequenos resumos, sublinhados, entre outras ferramentas para 
potencializar seu aprendizado. 
Aqui vamos explicar uma coisa: vamos preparar o curso de forma que 
os destaques, as cores, os negritos e os sublinhados sirvam para que vocês 
possam fazer uma leitura dinâmica de forma que seja suficiente para resgatar 
o conhecimento do assunto objeto da leitura, permitindo as revisões mais 
rápidas após a leitura inicial do curso. 
 Questões 
Faremos MUITAS questões, principalmente da banca do concurso 
(CESPE), mas utilizaremos também questões de outras bancas (FCC, FVG, 
ESAF, entre outras) quando forem importantes para a fixação dos conceitos ou 
temas não explorados pelo CESPE. 
Procuraremos também extrair o máximo de conhecimento de cada 
questão resolvida, assinalando o item incorreto. 
Aqui gostaria de detalhar alguns pontos importantes: 
 Iremos colocar questões também na parte teórica para quebrar um 
pouco o ritmo, aumentar a dinâmica do estudo e também para ajudar 
na fixação do conteúdo. 
 Vamos colocar as questões com o gabarito no final sem os comentários 
para facilitar no treinamento. 
 Quando tivermos algum assunto que ainda não foi cobrado em provas 
anteriores (ou que tenha sido pouco cobrado) criaremos algumas 
questões no estilo da banca para que vocês não sejam pegos 
desprevenidos. 
Nos comentários iniciais das aulas vamos conversar com vocês dando 
várias dicas, principalmente sobre técnicas de estudo. E para iniciar, lá vai a 
dica inicial: planejamento! 
 Por isso, principalmente se você ainda está conhecendo o “mundo dos 
concursos”, considere ser conduzido por um dos coachs do Exponencial. 
 
 
Aproveito para convidar você para 
curtir minha página no Instagram, por onde 
mantenho contato com meus alunos. 
Prof_Jonatas_Albino 
 
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 Direito Administrativo 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Jonatas Albino do Nascimento - Aula 00 
 
 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 4 de 67 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Aula Conteúdo 
00 2. Estado, Governo e Administração Pública: conceito, elementos, poderes e 
organização; natureza e fins; princípios. 
1. Conceito, fontes, codificação, interpretação. 
01 Princípios do Direito Administrativo. 
02 3. Organização administrativa: administração pública direta e indireta 
(Decreto-lei Federal nº 200/67 e Emenda à Constituição Federal nº 19/98); 
Autarquias e Fundações; 
Empresas públicas e Sociedades de Economia Mista; 
Serviços Sociais Autônomos; Agências Reguladoras. 
03 8. Convênio: conceito e características; 
Requisitos; 
Prestação de contas. 
04 5. Poderes administrativos: poder regulamentar, poder hierárquico, poder 
disciplinar, poder de polícia. 
05 6. Ato administrativo: conceito; requisitos - perfeição, validade e eficácia; 
Atributos; 
Nulidades e sanatória; 
Extinção e desfazimento; classificação, espécies e exteriorização; 
Atos vinculados e atos discricionários; 
Mérito; 
Uso e abuso de poder. 
06 4. Agentes Públicos: espécies e classificação; 
Poderes, deveres e prerrogativas; 
Cargo, emprego e função públicos; 
Regime jurídico único: provimento, vacância, remoção, redistribuição e 
substituição; 
Direitos e vantagens; 
 
07 Regime disciplinar; 
Responsabilidade civil, criminal e administrativa; 
Processo administrativo disciplinar, sindicância e inquérito. 
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08 7. Contrato administrativo: conceito e características; 
Cláusulas exorbitantes; 
Garantias; formalização; 
Execução, alteração, inexecução e rescisão; 
Sanções administrativas e penalidades; 
Espécies. 
09 Licitações – Parte 01 
9. Licitação: conceito, objeto, finalidades e princípios; 
Dispensa e inexigibilidade; 
Vedações; 
Procedimentos e fases; 
10 Licitações – Parte 02 
Modalidades e tipos de licitação; 
Revogação e invalidação; 
10. Regime Diferenciado de Contratações Públicas – RDC (Lei Federal nº 
12.462/11). 
Sanções administrativas e penalidades. 
11 12. Domínio público: bens públicos; conceito, classificação em espécies. 
12 13. Intervenção na propriedade: noções fundamentais sobre função social da 
propriedade, desapropriação direta e indireta, servidões administrativas e 
requisição. 
13 11. Serviços públicos: noções fundamentais sobre delegação, concessão, 
permissão e autorização. 
 
 *O assunto seguinte não será abordado nesse material: 
- Lei Orgânica da Administração Tributária: do órgão da administração 
tributária estadual, da carreira de Auditor-Fiscal da Receita Estadual e 
disposições gerais e transitórias. (Lei Complementar Estadual nº 13.452/10). 
*Confira o cronograma de liberação das aulas no site do 
Exponencial Concursos, na página do curso. 
 
Durante o curso, estabeleceremos contato por meio do Fórum, onde 
serão trabalhadas as dúvidas. 
Vamos em frente! 
 
 
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Sumário 
1 - Conceitos Introdutórios .................................................................. 7 
1.1 – Estado e Governo .................................................................................................................. 7 
1.2 – Formas de Estado .................................................................................................................. 9 
1.3 – Formação dos Estados ......................................................................................................... 13 
1.4 – Formas de Governo ............................................................................................................. 14 
1.5 – Poderes do Estado ............................................................................................................... 14 
1.6 – Sistema de governo ............................................................................................................. 16 
1.7 – Sistema Administrativo ....................................................................................................... 17 
2 – Direito Administrativo .................................................................. 20 
2.1 – Conceito............................................................................................................................... 20 
2.2 – Fontes do Direito Administrativo ........................................................................................ 23 
2.3 – Critérios de definição do direito administrativo ................................................................. 25 
3 – Administração Pública ................................................................. 28 
3.1 – Administração Pública no sentido amplo e estrito ............................................................. 28 
3.2 – Princípio da Autotutela e Sindicalidade .............................................................................. 28 
3.3 – Administração Pública Subjetiva e Objetiva ........................................................................ 30 
3.4 – Atividades tipicamente administrativas .............................................................................. 31 
4 – Questões Comentadas ................................................................. 33 
4.1- ESAF ....................................................................................................................................... 33 
4.2- FCC ........................................................................................................................................ 40 
4.3- FGV ........................................................................................................................................ 42 
4.4- CESPE ..................................................................................................................................... 43 
4.5- FUNDATEC ............................................................................................................................. 51 
5 – Lista de exercícios ....................................................................... 55 
5.1- ESAF ....................................................................................................................................... 55 
4.2- FCC ........................................................................................................................................ 59 
4.3 - FGV ....................................................................................................................................... 60 
4.4- CESPE ..................................................................................................................................... 60 
4.5- FUNDATEC ............................................................................................................................. 64 
6 – Gabarito ....................................................................................... 66 
7 – Referencial Bibliográfico .............................................................. 67 
CONCEITOS INTRODUTÓRIOS 
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O ser humano é um ser social, que precisa conviver com outros seres da 
mesma espécie, e vive em sociedade. O desejo é que a convivência entre 
todos seja harmônica e para que isso ocorra é necessário o estabelecimento 
de regras de convivência. Porém, essas regras requerem o emprego de 
recursos humanos e materiais para serem cumpridas. 
O conceito de Estado está diretamente ligado ao descrito acima. As 
pessoas de um determinado território estabelecem regras que serão 
cumpridas por todos por meio de um determinado governo. 
 Podemos entender Estado (letra maiúscula) como sendo a pessoa 
jurídica de direito público externo que organiza através de um governo 
soberano seu povo em um determinado território. 
Pessoa Jurídica de Direito Público Externo: O Estado tem 
personalidade jurídica, logo pode ser sujeito de direitos e obrigações. Essa 
personalidadese manifesta inclusive na relação com outros Estados e, por 
isso, o Estado caracteriza-se por ser de Direito Público Externo. 
Como pudemos perceber há três elementos na definição de Estado: 
 Governo Soberano: Conjunto de órgãos com funções definidas pela 
Constituição Federal para a realização de atividades políticas que 
correspondem a definição da estrutura do próprio Estado e das políticas 
públicas. 
 Povo: São todos os habitantes nacionais do país. Notem que aqui 
estão excluídos os estrangeiros que porventura lá se encontrem. 
 Território: É a região onde aquele Estado atua de forma soberana. É a 
delimitação física do Estado 
 
Estado
povo território governo soberano
PJ direito público 
externo
1 - Conceitos Introdutórios 
 
1.1 – Estado e Governo 
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Prof. Jonatas Albino do Nascimento - Aula 00 
 
 
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 Uma das principais características do Estado é sua soberania, que 
tem tanto efeitos internos quanto efeitos externos. 
No plano interno, a soberania significa que dentro do terrório todos 
e tudo se submetem ao estabelecido pelo Estado. É aquela ideia “dentro 
da minha casa mando eu”! Só que no caso do Estado este “eu” é representado 
pelo Governo, que no regime democrático é eleito pelo povo, o verdadeiro 
detentor do poder. 
Já no plano externo, a soberania se verifica pela capacidade de um 
Estado se manifestar em pé de igualdade (isonomia horizontal) frente a 
outros Estado soberanos, ou seja, deter personalidade jurídica também no 
plano internacional. 
“Professor, essa soberania é absoluta?”. Pessoal, muito cuidado com 
questões que usem palavras absoluta, sempre, nunca .... Há situações nas 
quais essa soberania pode ser relativizada, por exemplo por meio de tratados 
internacionais. Outro exemplo interessante é a sede das embaixadas que, 
apesar de estarem em solo brasileiro, são consideradas território do país 
estrangeiro. 
 Mas onde está escrito o funcionamento deste governo? Bem, a estrutura 
do Estado é geralmente definida na Constituição do país que, sendo a principal 
lei, é responsável por definir como será o Estado, a forma de instituição de 
seus governantes, as garantias individuais e deveres dos cidadãos, os 
princípios da administração pública, as funções dos principais órgãos do 
governo, etc. 
 O Estado pode, através do seu Governo, atuar de forma mais ou menos 
efetiva na sociedade e na economia. Quando temos um Estado não 
intervencionista (tese defendida por Adam Smith), estamos diante do Estado 
Liberal no qual a ideia central seria a de que o Estado deveria intervir pouco 
ou mesmo não intervir, principalmente na economia, onde a iniciativa privada 
teria maior capacidade e dinamismo. 
 O Estado Liberal veio como reação ao Estado Absolutista, onde o 
monarca detinha imenso poder e atuava fortemente em todos os setores, 
inclusive no empresarial. 
 A verdade é que os dois modelos se mostraram ineficazes na 
condução da sociedade. O Estado Absolutista, por concentrar demais o 
poder na mão de poucos, acabou por gerar grande insatisfação no povo e nos 
grandes capitalistas da época, que se viam incapazes desenvolver a economia 
dado o alto intervencionismo do Estado. 
 Já o Estado Liberal possibilitou um grande desenvolvimento da área 
industrial. As economias cresceram, porém juntamente apareceram os efeitos 
colaterais. Os cidadãos se viram obrigados a trabalhar ganhando valores muito 
baixos e em condições, muitas vezes, degradantes. Com isso, o sentimento de 
insatisfação se espalhou pela sociedade. 
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 A resposta para tais anseios foi a criação do Estado de Bem-Estar 
Social. Nesse modelo, o Estado atua de forma mais efetiva na garantia de 
direito básicos dos cidadãos. Os direitos trabalhistas foram ampliados e até 
mesmo obrigações positivas para o Estado surgiram. A ideia básica é: as 
pessoas podem ficar ricas através do seu trabalho, mas o Estado deve 
garantir um mínimo para os cidadãos através de políticas afirmativas. 
Um dos exemplos mais relevantes desse tipo de política no nosso país é o 
Programa Bolsa Família. 
 Notem que para o Estado implementar tais políticas são necessários 
recursos que vem principalmente do pagamento de tributos pelas empresas e 
pelas famílias de maior renda, ocorrendo assim uma política redistributiva de 
renda. 
 
 
 Todo estado soberano tem autonomia para definir sua estrutura, 
leis, políticas públicas, etc. Esta prerrogativa é chamada de poder 
político. 
A forma de Estado está relacionada com a repartição (ou não) do 
poder político. Caso o Estado tenha apenas um poder político, estaremos 
diante de um estado unitário (dizemos que há centralização política). Se 
tivermos mais de um poder politico, teremos um Estado federado, 
também chamado de complexo ou composto. Nesse caso ocorre a chamada 
descentralização politica. 
 
 
 
Entendam que, mesmo no Estado federado, há uma entidade central 
detentora do poder em questões notadamente de interesse nacional. Este ente 
é responsável também por representar o país no plano internacional. No caso 
do Brasil este papel é desempenhado pela União 
Poder 
político
Apenas
um
Estado Unitário
centralização política
Mais do 
que um
Estado Federado
(complexo ou composto)
Descentralização política
1.2 – Formas de Estado 
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 Tomando como exemplo nosso país, verificamos que há quatro níveis 
na divisão do poder político, os chamados entes políticos de direito 
público interno (pois não detém personalidade jurídica no plano 
internacional), que são: União, Estados, Municípios e Distrito Federal (§ 
único, art 1º, CF/88), todos autônomos (sem qualquer hierarquia entre sí). 
Assim, nosso país é considerado um Estado federado. Os entes federados 
atuam de forma coordenada, através da delimitação de competências. 
“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático 
de Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” 
 
Podemos entender Estado Democrático de Direito como sendo o 
Estado (definido nos tópicos anteriores) onde reina a Democracia, governo 
do povo em que todos os cidadãos participam de forma isonômica na eleição 
dos governantes. Nesse Estado a lei (por isso “de Direito”) é aplicada a 
todos, inclusive ao próprio Estado e seus governantes (princípio do “rule of 
law” ou “Império da Lei”), servindo como garantia dos habitantes frente 
ao Estado. 
Uma das principais decorrências do Estado de Direito é a 
presunção relativa (”juris tantum”) de legitimidade dos atos estatais. 
Por ser relativa, tal legitimidade pode ser questionada tanto na esfera 
administrativa como judicial. 
Esse Estado Democrático de Direito é um contraponto ao Estado 
Absolutista, onde todo o poder fica na figura do soberano, cuja legitimidade 
tem geralmente origem divina. 
A autonomia dos entes políticos se manifesta em três áreas 
distintas: 
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 Autonomia Política: O ente aqui define sua estrutura e regras (leis). O 
principal diploma desses entes são as Constituições (Federal e Estaduais) e 
Leis Orgânicas do Município. Nessa área são definidas as políticas públicas, 
serviços públicos que serão prestados, etc. Aqui é realizado o planejamento, é 
definido “onde se quer chegar”. 
 Autonomia Administrativa: O ente federativo executa suas atividades 
para atingir seus objetivos definidos pelo Poder Político. Aqui estão por 
exemplo as Secretarias de Fazendas dos Estados e dos Municípios, que 
implementam (executam) a política tributária. 
 Autonomia Financeira: Para se ter autonomia, obviamente, são 
necessários recursos para que o ente possa atingir seus objetivos. Por isso, há 
uma repartição de competências até mesmo na área tributária, que é a 
principal fonte de recursos dos entes políticos. Assim, o ente pode aumentar 
os tributos de sua competência ou reduzir suas despesar para manter seu 
equilíbrio financeiro. Pode também definir como será o seu orçamento. 
 
 
 
A forma federativa é impossível de ser abolida por emenda 
constitucional, já que é considerada uma cláusula pétrea (CF, art. 60, §4º, 
III). Diante disso, não existe no Brasil o direito à secessão, em que um dos 
entes políticos poderia se retirar da federação para se tornar um Estado 
autônomo 
Autonomia
Política Administrativa Financeira
Autonomia
• Financeira
• Administrativa
• Política
• Autogoverno
• Autoadministração
• Auto-organização
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É importante entendermos que a Constituição da República Federativa 
do Brasil de 1988 (CF/88) vincula TODOS os entes políticos. Na CF/88, 
são definidas, por exemplo, as competências de cada entidade política (artigos 
21, 23 e 25 da CF/88) e as regras de iniciativa privativas do chefe do 
executivo (art 61, CF). Várias dessas regras, que a CF/88 define para os 
órgãos federais, são também de aplicação obrigatória pelas outras entidades 
políticas, de acordo com jurisprudência do STF. 
As leis dos Estados e Municípios obviamente não podem contrariar a CF, 
sob pena de serem declaradas inconstitucionais. 
Como dissemos, as questões nacionais no Brasil são tratadas pela 
União, que inclusive representa a República Federativa do Brasil no plano 
internacional. Notem que a União NÃO se confunde com a República, esta 
sim detentora de direito e deveres no plano internacional. 
 
 
 
Outro ponto que merece nossa atenção é o conceito de Confederação, 
que se entende como sendo a uma associação de Estados soberanos, 
usualmente criada por meio de tratados, mas que pode eventualmente 
adotar uma constituição comum. A principal distinção entre uma confederação 
e uma federação é que, na Confederação, os Estados constituintes não 
abandonam a sua soberania, enquanto que na Federação a soberania é 
transferida para o Estado Federal. 
 
 
 
União
Representa, no 
plano internacional
República
Detentora de 
direito e deveres no 
plano internacional
Confederação Estados constituintes nãoabandonam sua Soberania
Federação Soberania é transferida para o Estado Federal
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Existe previsão na CF/88 de mais um ente: os Territórios Federais (§ 
2º, art 18, CF/88) que, na verdade, segundo a doutrina majoritária devem 
ser tidos como autarquias federais, sem possibilidade de autogoverno e por 
isso sem autonomia política. Não existe hoje nenhum território no Brasil. 
O conceito de autarquia será explicado em detalhes numa próxima 
aula, mas podemos adiantar que é uma pessoa jurídica de direito público 
que exerce atividades típica de Estado, com autonomia administrativa, 
mas sem autonomia política. Exemplo: Banco Central. 
 
 
 Dificilmente um Estado mantém sua forma desde sua criação. Muitas 
vezes temos um Estado Unitário que posteriormente se transforma em 
Federação ou o contrário. 
 Em um Estado Unitário, que abre mão de parcela de seu poder em 
prol da criação de outros entes políticos, temos a criação de uma 
federação por desagregação (ou movimento centrífugo, desagregador). 
Percebam que estes novos entes têm autonomia política, mas não 
soberania, que continua restrita à federação. Este foi o modelo adotado pelo 
Brasil através da Constituição Federal de 1891. 
 No movimento inverso, no qual Estados soberanos abrem mão de 
sua soberania para se tornarem uma federação, temos a criação de uma 
federação por agregação (movimento centrípeto). Este modelo foi seguido 
nos Estados Unidos onde os Estados eram organizados em uma Confederação 
e abriram mão de sua autonomia para formar uma federação. 
 
 
Formação
de Estados
Desagregação
Estado Unitário
abre mão de
parcela de seu 
poder em prol da 
criação de outros 
entes políticos 
novos entes têm 
autonomia
política mas não
soberania
Agregação
Estados soberanos abrem mão 
de sua soberania para se 
tornarem uma federação 
1.3 – Formação dos Estados 
movimento centrípeto 
movimentocentrífugo 
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Outro conceito importante é a forma de governo, que podemos definir 
como sendo a maneira como ocorre a instituição e a passagem do poder 
dentro da sociedade, bem como a relação entre governantes e 
governados. 
 Na república, os governantes são eleitos pelos cidadãos para exercer 
determinada função pública por tempo certo (eletividade). Logo, o poder 
(cujo detentor é o povo) é sempre exercido de forma temporária 
(temporalidade). Outra característica marcante é que o governante deve 
prestar contas dos seus atos, uma vez que no seu mandato está 
administrando o patrimônio de toda a sociedade. 
 Já na monarquia, o poder político é passado de forma hereditária. 
Podemos dizer também que não há uma clara divisão entre os bens públicos e 
os do governante. Logo, a prestação de contas por parte do governante 
acaba não ocorrendo ou não sendo efetiva. Como não há término previsto 
para o mandato, diz-se que este é vitalício. 
 
 
 
 
O Estado no seu dia a dia atua através dos seus “Poderes”. Estes 
poderes representam uma divisão interna de funções, em que cada poder 
exerce predominantemente uma determinada função. 
 A divisão de poderes adotadas hoje é a definida por Montesquieu, que 
divide em três os poderes (funções) do Estado: Executivo, Legislativa e 
Judiciário. 
 O Poder Executivo realiza a atividade administrativa de forma 
ampla, definindo as políticas públicas, garantindo a prestação de serviços 
públicos básicos e executando tarefas para que o país alcance seus objetivos. 
 Ao Poder Legislativo compete definir as leis que deverão ser 
obedecidas por todas (inclusive o próprio governo) para o desenvolvimento do 
país e manutenção do Estado de Direito. Outra função desse poder é a de 
fiscalizar o Poder Executivo. 
MONARQUIA
• Hereditariedade
• Não há Prestação de 
Contas
• Vitaliciedade
REPÚBLICA
• Eletividade
• Prestação de Contas
• Temporalidade
1.4 – Formas de Governo 
1.5 – Poderes do Estado 
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 Já o Poder Judiciário é responsável por julgar os litígios (função 
jurisdicional) que venham a surgir. 
 Em suma, temos então as atividades típicas, precípuas, dos poderes: 
 
Deve-se salientar que a CF/88 adotou uma divisão flexível dos 
poderes, onde cada poder exerce, além das suas funções precípuas, 
outras funções atípicas. 
 Podemos citar como exemplo de funções atípicas que competem ao 
Senado Federal (órgão do Poder Legislativo) julgar (função precípua do 
Poder Judiciário) o Presidente nos crimes de responsabilidade. 
 O Poder Judiciário por seu turno também realiza atividades 
administrativas no seu dia a dia, definindo processos de trabalho, realizando 
atendimento ao cidadão etc. 
 O Poder Executivo exerce importantíssimo papel na função legislativa, 
inclusive sendo o proponente de medidas provisórias que podem entrar em 
vigor imediatamente (a depender de seu conteúdo), para só depois serem 
avaliadas pelo Congresso. 
 
 
 
O princípio de divisão orgânica das funções de Estados possui 
status de cláusula pétrea constitucional (CF, art. 60, §4º), sendo portanto 
inviável qualquer medida no sentido de prejudicar sua estrutura. 
“§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente 
a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais.” 
Executivo
• Atividade
administrativa
Legislativo
• Definir as leis
• Fiscalizar o Poder
Executivo
Judiciário
• Julgar os litígios 
(função jurisdicional)
IMPORTANTE: Em nosso ordemento jurídico predomina a tese de que o 
Poder Executivo NÃO exerce função jurisdicional. Há entretanto 
administrativistas de renome (como Celso Antônio Bandeira de Melo) que 
entendem que o Poder Executivo exerce jurisdição na esfera administrativa, 
porém sem definitividade. 
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Importante atentar para a expressão “tendente a abolir”, pois tendo 
sido submetido ao STF (Supremo Tribunal Federal Federal) se esta vedação 
englobaria qualquer tipo de alteração, a corte maior se pronunciou que 
apenas alterações que reduzissem o alcance das cláusulas pétreas 
estariam vedadas pela CF/88. 
 
 
Apesar dessa divisão funcional, os poderes interagem entre si de 
diversas formas. Podemos citar a prerrogativa da Câmara dos Deputados de 
autorizar, por 2/3 dos seus membros a instauração de processos contra o 
presidente, vice e ministros (artigo 1º, inciso I, da CF88). Há também a 
prerrogativa do Presidente de nomear os ministros do STF (inc XIII, art 84, 
CF) após aprovação do Senado, entre outros. 
Especificamente entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo, a 
relação de dependência entre esses poderes é chamado de sistema de 
governo, tendo como possíveis classificações o presidencialismo e o 
parlamentarismo. 
No presidencialismo, o presidente acumula as funções de chefe 
de Estado (atuando inclusive no plano externo) e de chefe de Governo 
(administrando o Estado no plano interno). Há uma maior autonomia do 
chefe do Poder Executivo, que não depende do Poder Legislativo para se 
manter no cargo, uma vez seu poder vem direto do povo que o elegeu para 
ocupar o cargo por um período fixo. Essa autonomia também se verifica no 
congresso, que não pode ser dissolvido por ato unilateral do presidente. 
Já no parlamentarismo, o presidente ou rei (no caso de uma 
monarquia) exerce apenas a chefia do Estado. A condução do Governo 
cabe ao Primeiro Ministro, que é eleito pelo Congresso. Nesse sistema há 
uma maior dependência entre os poderes. Os adeptos desse sistema 
colocam que, por ser o chefe de Governo eleito direto pelo Congresso, o 
Primeiro Ministro costuma ter um maior apoio do Poder Legislativo. 
Entretanto, caso esta relação com o Legislativo se deteriore, pode o Primeiro 
Ministro ser destituído diretamente pelo parlamento através da retirada 
do voto de confiança. Caso o presidente entenda que o parlamento já 
não representa o povo, pode também dissolvê-lo pelo mesmo 
instituto. Como se vê, há umauma relação muito mais estreita entre esses 
dois poderes nesse sistema de governo. 
Com a atuação desses poderes autônomos (mas não absolutos), 
procurou-se estabelecer um modelo chamado de “Sistema de Freios e 
Contrapesos”. Por meio desse sistema, um poder ajuda a garantir que o 
outro estará agindo dentro de suas competências, funcionando como um 
sistema de controle mútuo dos órgãos governamentais de igual ou 
1.6 – Sistema de governo 
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similar estatura política. A ideia é que o próprio Governo (em sentido 
amplo) ajude a manter o Governo na linha. 
Outro ponto que merece atenção é que esta divisão é funcional, ou 
seja, cada poder possui atribuições específicas. Já tivemos questões que 
buscaram enganar o candidato afirmando que o Poder foi divido... Ora, o 
poder num Estado Democrático de Direito vem do povo e é indivisível. 
 
 
 
 Sistema administrativo corresponde a forma como o Estado resolve 
seus litígios. Vamos ver abaixo 2 tipos de sistemas: o francês e o inglês. 
No sistema francês, há uma divisão de competências entre o Poder 
Judiciário e o Poder Executivo em termos de coisa julgada (sem possibilidade 
de recurso). Na esfera administrativa, a Administração Pública julga 
definitivamente os litígios de sua competência (processos administrativos), 
não sendo permitido ao cidadão recorrer na esfera judiciária sobre tais 
litígios. Este sistema também é chamado também de contencioso 
administrativo ou de dualidade de jurisdição. 
 Já no sistema inglês, todos os litígios somente são definitivamente 
encerrados (coisa julgada, sem qualquer possibilidade de recurso) no Poder 
Judiciário. Este é o sistema adotado no Brasil, conforme podemos 
perceber na leitura do inc XXXV, art 5º da CF, que inclusive detém status de 
cláusula pétrea (CF, art. 60, §4º), sendo chamado de Princípio da 
Inafastabilidade da Jurisdição. Por esse princípio, TODOS os litígios 
podem (em algum momento) ser levados a apreciação do poder judiciário. 
”XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito.” 
PARLAMENTARISMO
• Presidente ou rei exerce apenas a
chefia do Estado
• A condução do Governo cabe ao
Primeiro Ministro
• Maior dependência entre os
poderes
• Primeiro Ministro pode ser
destituído diretamente pelo
parlamento através da retirada do
voto de confiança
• Caso o presidente entenda que o
parlamento já não representa o povo
pode também dissolvê-lo pelo
mesmo instituto
PRESIDENCIALISMO
• Presidente acumula as funções de
chefe de Estado e de chefe de
Governo
• Maior autonomia do chefe do
Poder Executivo
• Não depende do Poder Legislativo
para se manter no cargo
• Poder vem direto do povo que o
elegeu para ocupar o cargo por
período fixo
1.7 – Sistema Administrativo 
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Apesar das decisões no âmbito administrativo não serem dotadas de 
definitividade, há a figura da coisa julgada administrativa. Nessa situação, 
não há mais possibilidade de recursos na esfera administrativa, 
mantendo o particular o direito de se recorrer ao Poder Judiciário 
 
Vamos resolver uma questão! 
 (CESPE - TCE-AC – 2009) Julgue o item abaixo: 
A Em face do princípio da indeclinabilidade da jurisdição (CF, art. 5º, inciso 
XXXV), não se admite a existência da chamada coisa julgada administrativa, 
uma vez que sempre é dado ao jurisdicionado recorrer ao Poder Judiciário 
contra ato da administração 
Comentários: 
Sabemos que a coisa julgada administrativa não tem caráter de definitividade 
mas de forma alguma podemos dizer que tal instituto não exista. 
Gabarito: Errado. 
Mais uma questão: 
 (ESAF - SUSEP - Controle e Fiscalização - Atuária – 
2006) O sistema adotado, no ordenamento jurídico brasileiro, de controle 
judicial de legalidade, dos atos da Administração Pública, é 
a) o da chamada jurisdição única. 
b) o do chamado contencioso administrativo. 
c) o de que os atos de gestão estão excluídos da apreciação judicial. 
d) o do necessário exaurimento das instâncias administrativas, para o 
exercício do controle jurisdicional. 
Sistema 
Francês
• ADM Púb. julga definitivamente os lítígios de sua
competência (não é permitido ao cidadão recorrer na esfera
judiciária sobre tais litígios).
• É chamado também de contencioso administrativo ou de
dualidade de jurisdição.
Sistema 
Inglês
• Somente são definitivamente encerrados (coisa julgada,
sem qualquer possibilidade de recurso) no Poder Judiciário.
• TODOS os litígios podem ser levados a apreciação do poder
judiciário.
• Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição.
• Sistema adotado no Brasil.
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e) o da justiça administrativa, excludente da judicial. 
Comentários: 
Como reza o princípio que acabamos de ver, de jurisdição única. 
Gabarito: A. 
 
O interessado pode, a qualquer tempo, entrar na justiça para discutir 
seu direito, ainda que esteja em curso um processo administrativo. Ocorre, 
entretanto, que algumas situações exigem por parte do interessado o 
esgotamento da via administrativa ou, pelo menos, que este tenha 
recorrido inicialmente a Administração Pública e tenha tido sua 
solicitação negada. 
Vejamos essas situações: 
 Justiça Desportiva: Nesse caso o interessado tem que esgotar a via 
administrativa para recorrer ao Poder Judiciário. Apesar da palavra “Justiça” 
ou “Jurisdição” Desportiva, estes órgãos têm natureza administrativa. 
 Ato/Omissão da APU que contrarie súmula vinculante. Conforme 
colocado no §1º do art. 7º da Lei 11.417/2006: só poder ser objeto de 
reclamação ao STF após esgotada a via administrativa. 
“Art. 7o Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar 
enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo 
indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem 
prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação. 
§ 1o Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da 
reclamação só será admitido após esgotamento das vias 
administrativas.” 
 Solicitação de Informação indeferida: Nesse caso, apenas após o 
indeferimento dasolicitação de informação na esfera administrativa que será 
legítima a propositura de habeas data. 
 Recurso administrativo de efeito suspensivo: Caso haja um recurso 
com efeito suspensivo deferido, não cabe MS (mandado de segurança) 
conforme o inciso I do artigo 5º da Lei 12.016. Notem que esta restrição se 
refere exclusivamente ao MS. 
 
Necessidade de esgotamento da via admnistrativa (ou recorrido 
inicialmente e solicitação negada) para acesso ao judiciário
Justiça 
Desportiva
Ato/Omissão da APU 
que contrarie
súmula vinculante
Solicitação de 
Informação
indeferida
Recurso 
administrativo de 
efeito suspensivo
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Há diversas definições de Direito Administrativo. Seguem: 
“O ramo do Direito Público que disciplina a função administrativa e os 
órgãos que a exercem.” (Celso Antônio Bandeira de Melo) 
 
“O ramo do direito público que tem por objeto os órgão, agentes e 
pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração 
Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os 
bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de 
natureza pública.” (Maria Sylvia Zanella Di Pietro) 
 
“Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, 
os agentes e as atividades administrativas tendentes a realizar 
concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.” 
(Hely Lopes Meirelles) 
 
Existem outras tantas definições (que são variações dessas) que 
poderíamos citar aqui. Vamos explicar um pouco: 
 Ramo do direito público: o direito público é aquele no qual um dos 
pólos da relação é ocupada pela sociedade (por isso “público”). Em 
decorrência disso, temos que esta é uma relação na qual os interesses 
particulares se encontram em situação de desigualdade frente o interesse 
público (que possui prerrogativas). Por exemplo, uma pessoa que possua uma 
casa no trajeto de uma rodovia que será construída, poderá ter a sua 
propriedade desapropriada. É importante perceber o Estado também pode 
atuar em situações regidas predominantemente pelo direito privado. 
Um exemplo típico são os estabelecimentos de entidades da administração 
indireta com foco empresarial, como a Petrobrás. Nesse caso, o Estado estará 
em igualdade com os particulares. 
 Objeto: Os objetos do direito Adminstrativo são os seus operadores 
(órgãos, agentes e entidades), os bens utilizados e a própria atividade 
administrativa. 
 Fins desejados pelo Estado: O Estado é o responsável por 
representar a sociedade no âmbito do direito administrativo. Quando se fala 
em “Fins desejados pelo Estado” deve-se entender como os fins almejados 
pela sociedade (em princípio). 
2 – Direito Administrativo 
 
2.1 – Conceito 
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É importante frisar que no âmbito do DA vigora o chamado regime 
jurídico-administrativo. Por tal regime devemos entender o conjunto de 
normas, princípios e demais fontes do DA que colocam a APU numa posição de 
privilegiada nas relações com os particulares (verticalidade). Nesse regime são 
definidas prerrogativas e restrições às quais a APU está sujeita. São dois os 
princípios basilares da APU: supremacia do interesse público e 
indisponibilidade do interesse público. 
De acordo com o princípio da supremacia do interesse público, os 
interesses da APU correspondem aos interesses da coletividade. Devido a 
isso, podem ser adotadas medidas contrárias a vontade do particular, as 
chamadas prerrogativas. Podemos citar as cláusulas exorbitantes dos 
contratos administrativos, em que é lícito ao Estado retomar a execução de 
um determinado contrato com base no interesse público. 
Já pelo princípio da indisponibilidade do interesse público, 
devemos entender que nenhum ente político, entidade administrativa, órgão 
ou agente público pode abrir mão de um bem da sociedade sem que isso 
esteja devidamente regulado por lei. Você, como futuro servidor público, 
não poderá deixar de exercer uma atividade plenamente vinculada, como a 
cobrança um tributo, pois este valor pertence ao Estado de forma imediata e 
ao povo de forma mediata. Este princípio, por suas características, acaba 
gerando restrições à atuação do Estado. 
ISONOMIA VERTICAL E HORIZONTAL: Alguém poderia questionar o fato da 
APU atuar em posição privilegiada em relação ao interesse do particular. Isso 
não representa uma violação ao princípio da igualdade? Ocorre que a isonomia 
possui dois aspectos: Vertical e Horizontal. 
No aspecto vertical, devemos tratar de maneira diferente aqueles que se 
encontram em posições diferentes. Quando a APU quando atua nessa condição 
(em que predomina o regime de direito público), ela representa toda a 
coletividade e por isso deve sim estar em uma posição diferenciada. 
Já no aspecto horizontal, temos que todos que se encontram na mesma posição 
devem ser tratados de forma isonômica. Isso ocorre nas relações entre 
particulares e até em relação a APU, mas nesse último caso apenas quando ela 
atua em situações regidas pelo direito privado. 
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 A doutrina classifica o interesse público em duas vertentes: interesse 
público primário e interesse público secundário. O interesse público primário 
se manifesta na garantia das necessidades básicas da coletividade 
(segurança, saúde, justiça, etc) através das atividades-fim do Estado, que 
configuram a administração pública externa ou extroversa. Já o interesse 
público secundário está relacionado às atividade-meio, nas quais o Estado 
procura assegurar seus próprios interesses (interesses individuais do 
Estado), maximizando as receitas e aumentando seu patrimônio, 
representando a administração pública interna ou introversa. 
 Notem que os dois tipos de interesse público são importantes, 
pois, para garantir o interesse público primário, são necessários recursos que 
só podem ser obtidos através da defesa dos interesses públicos secundários. 
 
 (ESAF - AUFC - Controle Externo/2006) O regime 
jurídico-administrativo é entendido por toda a doutrina de Direito 
Administrativo como o conjunto de regras e princípios que norteiam a atuação 
da Administração Pública,de modo muito distinto das relações privadas. 
Assinale no rol abaixo qual a situação jurídica que não é submetida a este 
regime. 
a) Contrato de locação de imóvel firmado com a Administração Pública. 
b) Ato de nomeação de servidor público aprovado em concurso público. 
REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
Supremacia do 
interesse público
Prerrogativas
Indisponibilidade
do interesse público
Restrições
Interesse Público
Primário
Garantia das 
necessidades 
básicas
Atividade
-fim
Adm. 
pública 
externa ou
extroversa
Secundário
Assegurar 
seus próprios 
interesses 
(maximizar 
receita e 
aumentar 
patrimônio)
Atividade
-meio
Adm. 
pública 
interna ou 
introversa
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c) Concessão de alvará de funcionamento para estabelecimento comercial pela 
Prefeitura Municipal. 
d) Decreto de utilidade pública de um imóvel para fins de desapropriação. 
e) Aplicação de penalidade a fornecedor privado da Administração. 
Comentários: 
O Estado nas suas relações jurídicas costuma atuar sob o regime de direito 
público, logo numa relação desigualdade ante os interesses particulares. A 
única situação em que isso não ocorre é na alternativa A, pois no contrato de 
aluguel, é facultado ao particular celebrar ou não o contrato e nesse caso a 
Administração não se encontra (em princípio) numa situação privilegiada. Nas 
demais situações predominam as normas de direito público. Verifiquemos as 
demais opções: 
(B) Os servidores públicos são regidos por um estatuto específico, 
diferentemente das empresas privadas. Notem que a banca colocou a 
expressão “servidor” exatamente para não haver confusão com os funcionários 
públicos (regidos pela Consolidação da Leis de Trabalho). Veremos essa 
matéria mais adiante. 
(C) A concessão de alvará de funcionamento é o ato no qual a APU avalia se o 
particular atendeu a todos os requisitos para receber o público de uma forma 
adequada e segura, logo há nitidamente o predomínio do direito público. 
(D) A desapropriação é um dos principais exemplos de aplicação do interesse 
público, pois o particular, que é legitimamente proprietário de um imóvel, 
pode através de tal instituto ser obrigado a ceder tal imóvel (mediante 
indenização) para o Estado. 
(E) A APU tem que estar atuando em posição privilegiada, na relação com o 
particular, para aplicar uma penalidade. Assim, predomina o direito público. 
Gabarito: A. 
 
 
Diferente de outros ramos do direito, o DA não tem um código 
principal. Há sim uma gama de diplomas jurídicos esparsos que são as fontes 
do direito administrativo. 
As fontes do DA são os instrumentos de regulação da atividade 
atividade administrativa. São as regras (escritas ou não) que devem ser 
obedecidas. 
As principais fontes são: lei, doutrina, jurisprudência e costumes. 
 A lei é a principal (primária ou direta) fonte do DA. Para o direito 
administrativo essa lei deve ser interpretada em seu sentido amplo (o que 
2.2 – Fontes do Direito Administrativo 
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significa todas as normas produzidas pela Estado), incluindo a Constituição, 
leis ordinárias, complementares, decretos, tratados internacionais, medidas 
provisórias). 
Os atos normativos expedidos em conformidade com a lei estarão aqui 
incluídos, porém como fonte secundária ou indireta. 
 
 A doutrina é uma fonte secundária (indireta) e corresponde à 
produção de trabalhos pelos principais estudiosos do DA. Esses 
trabalhos influenciam tanto na produção da leis pelo Poder Legislativo quanto 
nas decisões do Poder Judiciário. 
 
 A jurisprudência, outra fonte secundária, corresponde à decisões 
reiteradas adotadas no âmbito do Poder Judiciário. 
No geral, a jurisprudência não vincula o magistrado. Entretanto deve-se 
atentar para o instituto da Sumula Vinculante do STF, que vincula todos os 
órgão da Administração Pública e as demais instâncias do Judiciário, 
sendo também considerada uma fonte primária. O mesmo ocorre face às 
decisões do STF no controle de constitucionalidade das leis em tese. 
Nessas situações (ação direta de inconstitucionalidade, ação declaratório de 
constitucionalidade, arguição de descumprimento de preceito fundamental) 
diz-se que o efeito dessas decisões é erga omnes (atinge a todos) e 
vinculante (pois tanto os órgão do poder judiciário quanto os do executivo 
ficam vinculados às decisões do STF). 
 
 Por último temos os costumes, que são também fontes secundárias. 
Os costumes atuam principalmente nas lacunas da legislação. Para 
serem aplicados é necessário que sejam de convicção generalizada 
(amplamente aceitos) e que sua aplicação seja obrigatória. Não são aceitos 
os costumes contra legem (contrários á lei). 
 
 
CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE. O controle 
de constitucionalidade das leis em tese representa o sistema no qual 
apenas alguns órgãos do poder judiciário (por isso chama-se de 
“concentrado”) julgam ações de caráter objetivo. Nessas ações, a causa 
discutida é a própria constitucionalidade das leis, sem a 
participação de nenhum particular. No caso da CF/88, este controle é 
exercido pelo STF. Poucos legitimados têm competência para questionar a 
constitucionalidade das leis por esta via. Esta parte da matéria é 
detalhada no curso de direito constitucional. Aqui basta sabermos o 
conceito principal. 
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A definição de direito administrativo varia de acordo com os critérios 
adotados (também chamados de escolas). Esses critérios podem ser 
adotados de forma isolada (utilizando um único critério, quando são 
chamados de unitários, unidimensionais ou simples) ou conjunta (quando 
mais de um critério são utilizados, chamados de pluridimensionais ou 
compostos) 
São eles: 
 
Critério Legalista Critério do Serviço Público Escola da Relações 
Jurídicas 
Critério 
Teleológico/Finalístico. 
 
Critério da distinção entre 
atividade jurídica e social 
do Estado 
Escola do Poder 
Executivo 
Critério 
Negativo/Residual 
Critério da Administração 
Pública 
Critério da Hierarquia 
OrgânicaVamos lá: 
 Critério Legalista: nesse conceito o DA (Direito Administrativo) é 
responsável pelo estudo das normas administrativas, sem, entretanto, 
delimitar quais seriam essas normas. Também é chamado de critério 
exegético, empírico, caótico e francês. Esta interpretação sofreu críticas 
por não englobar os princípios não codificados. Os costumes e a jurisprudência 
oriunda do Poder Judiciário também eram ignorados, gerando uma definição 
bastante limitada do DA. Era utilizada, na interpretação das leis, a 
jurisprudência dos tribunais administrativos. O núcleo desse pensamento 
era que a Administração Pública vivesse isolada dentro de suas leis e estrutura 
orgânica. 
 
 Critério do Serviço Público: por esse critério, o DA corresponderia às 
regras relativas aos serviços públicos. Caso estivéssemos falando de 
todas as funções exercidas pelo Estado (incluindo o Judiciário), estaríamos 
utilizando o conceito de serviço público em sentido amplo (tese defendida 
por Duguit e Bonnard). Se por outro lado entendessemos serviços públicos 
como as atividades exercidas pelo Estado para atender às necessidades da 
coletividade, estaríamos diante do conceito estrito de serviços públicos 
2.3 – Critérios de definição do direito administrativo 
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(tese defendida por Jêze). Esta escola foi largamente empregada na França e 
inspirou-se basicamente na jurisprudência do conselho de Estado Francês. 
 
 Critério da distinção entre atividade jurídica e social do Estado: o 
direito administrativo seria o conjunto dos princípios que regulam a atividade 
jurídica não contenciosa do Estado e a constituição dos órgãos e meios 
de sua ação em geral. 
 
 Escola da Relações Jurídicas: o DA seria o conjunto de normas que 
regulam as relações entre a Administração e os administrados. Esta 
definição peca por não diferenciar o DA de outros ramos de direito público, 
como o direito tributário. 
 
 Critério Teleológico/Finalístico: o DA seria o conjunto de normas 
e princípios que disciplinam a atuação do Estado na busca dos seus 
objetivos/fins. Tal definição, entretanto, não define minimamente quais 
seriam esses “fins” almejados pelo Estado. Além disso, até atividades de 
definição de políticas públicas, como as atividades legislativas, estariam 
enquadradas nesse critério. 
 
 Escola do Poder Executivo: segundo esse critério, o DA seria a 
legislação referente às atividades do Poder Executivo. Falha esta 
definição, pois os outros dois poderes exercem também função administrativa. 
 
 Critério Negativo/Residual: para essa frente, o DA teria por objeto 
as normas que disciplinam as atividades desenvolvidas para atingir os 
fins públicos, excluídas as atividades legislativa e jurisdicional. 
 
 Critério da Administração Pública: o DA seria o conjunto de normas 
e princípios que regulam as atividades realizadas pela Administração 
Pública agindo nessa qualidade e, portanto, em condições privilegiadas 
frente aos interesses particulares. Essa é a definição mais aceita hoje em 
dia. 
 
 Critério da Hierarquia Orgânica: por esse critério o DA seria o ramo 
do direito que estuda os órgãos inferiores, enquanto que o direito 
constitucional estudaria os órgãos superiores. Órgão Inferiores são aqueles 
com pouca autonomia e atribuições ligadas à mera execução. 
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 (FCC - Proc Cuiabá -2014) Desenvolvida em fins do século 
XIX e início do século XX, essa corrente doutrinária, inspirada na 
jurisprudência do Conselho de Estado francês, era capitaneada pelos 
doutrinadores franceses Léon Duguit e Gaston Jèze, os quais buscavam, no 
dizer de Odete Medauar, “deslocar o poder de foco de atenção dos publicistas, 
partindo da ideia de necessidade e explicando a gestão pública como resposta 
às necessidades da vida coletiva” (O Direito Administrativo em Evolução, 
2003:37). Estamos nos referindo à Escola 
a) da Administração Social. 
b) da Administração Gerencial. 
c) do Serviço Público. 
d) da Potestade Pública. 
e) Pandectista. 
Comentários: 
O trecho “resposta às necessidades da vida coletiva” e a citação de seus 
criadores não deixa dúvida de que se trata do critério do Serviço Público. 
Gabarito: C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Como vimos nos tópicos anteriores, o Governo é responsável por definir 
as políticas públicas do Estado, ou seja, é quem diz onde se quer chegar. Para 
atingir esses objetivos definidos pelo Governo, é necessário que existam 
órgãos cujas funções sejam de efetivamente implementar esses objetivos. Ai 
que entra a Administração Pública. 
 A Administração Pública em sentido estrito corresponde aos órgãos 
responsáveis por implementar as políticas públicas definidas pelo 
Governo. Notem que, nessa abordagem, a função política não está 
presente. Caso o núcleo governamental esteja presente, estaríamos 
diante da Administração Pública em sentido amplo. 
 
Ou seja: 
 
 
 
Para que a Administração alcance seus objetivos, ela se vale do 
princípio da autotutela. Tal princípio diz respeito à capacidade que a 
Administração Pública tem de rever os seus próprios atos, caso verifique 
alguma irregularidade (anulação) ou mesmo que tais atos sejam 
inconvenientes (revogação). Este controle pela APU de seus próprios atos 
independe de provocação do particular. 
Notem que esse controle da APU não restringe a atuação do Poder 
Judiciário, que poderá anular o ato inválido, mas nunca revogá-lo. Há 
Administração 
Pública 
(sentido 
estrito)
Órgão
Políticos
Administração 
Pública 
(sentido 
amplo)
Administração 
Pública em 
sentido
amplo
Administração 
Pública em 
sentido
estrito
Função
meramente 
administrativa
execução das 
políticas públicas
Função Política
estabelecimento das diretrizes e 
programas de ação governamental
fixação das políticas públicas
3 – Administração Pública 
 
3.1 – Administração Pública no sentido amplo e estrito 
3.2 – Princípio da Autotutela e Sindicalidade 
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necessidade, entretanto, de provocação para que o judiciário adote as 
medidas cabíveis. 
Vamos olhar uma questão da ESAF: 
 (ESAF - ATRFB - 2012) A Súmula n. 473 do Supremo 
Tribunal Federal – STF enuncia: "A administração pode anular seus próprios 
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se 
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a 
apreciação judicial". Por meio da Súmula n. 473, o STF consagrou 
a) a autotutela. 
b) a eficiência. 
c) a publicidade. 
d) a impessoalidade. 
e) a legalidade. 
Comentários: 
Por meio dele a administração pública poderá / deverá anular ou revogar seus 
atos conforme o caso. 
Gabarito: A. 
 
No que diz respeito ao juízo de conveniência e oportunidade dos 
atos, somente a própria Administração poderá desfazê-los, revogando-
os. Isso será visto com maior profundidade nas próximas aulas. 
Este controle dos atos administrativos, realizado tanto pelo próprio 
Executivo quanto pelo Judiciário, recebe o nome de Princípio da 
Sindicalidade. A ESAF cobrou recentemente esse conceito: 
 (ESAF – AFRFB – 2012) A possibilidade jurídica de 
submeter-se efetivamente qualquer lesão de direito e, por extensão, as 
ameaças de lesão de direito a algum tipo de controle denomina-se 
a) Princípio da legalidade. 
b) Princípio da sindicabilidade. 
c) Princípio da responsividade. 
d) Princípio da sancionabilidade. 
e) Princípio da subsidiariedade. 
Comentários: 
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Muitos candidatos confundiram essa questão com o princípio da 
Inafastabilidade da Jurisdição e por tabela com o princípio da legalidade. 
Ocorre que a banca especificou que se tratava de algum tipo de controle e não 
apenas o controle do judiciário. 
Gabarito: B. 
 
 
Outra classificação interessante de Administração Pública se refere a 
como definir exatamente quem faz parte da Administração Pública. Se 
avaliarmos a questão levando em consideração os sujeitos, seria 
Administração Pública todos os órgão e agentes do Estado. Esta é a 
definição subjetiva, formal ou orgânica de Administração Pública. Esta 
é a forma de definição vigente no Brasil. 
 “Professor, eu tenho que decorar tudo isso? Que subjetiva é igual a 
formal, que é igual a orgânica?”. Caro aluno, infelizmente a resposta é sim. 
Mas vamos a um macete. O próprio sentido das palavras já deixa claro que o 
foco são os sujeitos: 
subjetiva  sujeito; 
orgânica órgãos  sujeito; 
formal  formas  sujeito. 
 
 
 Podemos também olhar a administração pública (minúscula) com a 
visão de que ela corresponde a todos aqueles que exercem atividade 
administrativa. Nesse caso não estamos olhando “quem” atua (como na 
classificação subjetiva), mas sim “o que” está fazendo, ou seja, o foco é a 
Administração 
Pública em 
sentido formal
Administração
Indireta
Autarquias
Fundações Públicas
Empresas Públicas
Sociedades de Economia Mista
Administração
Direta
Orgãos das pessoas políticas 
(U, E, DF, M)
3.3 – Administração Pública Subjetiva e Objetiva 
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natureza das atividades. Aqui estamos avaliando a Administração Pública 
sobre o aspecto objetivo, material ou funcional. 
Macete das palavras: 
objetivo  objeto  atividade; 
material  matéria  atividade; 
funcional  função  ativdade. 
 
Vamos ver como isso é cobrado: 
 (CESPE - SUFRAMA - 2014) Acerca do direito 
administrativo, julgue o item a seguir. 
Do ponto de vista objetivo, a expressão administração pública se confunde 
com a própria atividade administrativa exercida pelo Estado. 
Comentários: 
Questão muito fácil para quem já sabe o nosso macete! 
objetivo  objeto  atividade 
Gabarito: Certo. 
 
 
 A doutrina define as seguintes atividades como sendo tipicamente 
administrativas: 
 Polícia Administrativa: responsável por restringir algum interesse 
individual em benefício do interesse público. Um dos atributos do poder de 
polícia é a autoexecutoriedade, que consiste na possibilidade da APU 
implementar suas decisões sem necessidade de participação do Poder 
Judiciário. Para exercer essa prerrogativa a situação deve estar prevista em 
lei ou se tratar de situação de urgência. A atuação do Estado independe 
de provocação. A atividade de fiscalização tributária é um exemplo dessa 
atividade. 
Administração Pública em sentido material
Serviço 
Público
Polícia 
Administrativa Fomento Intervenção
3.4 – Atividades tipicamente administrativas 
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 Intervenção: aqui temos a atuação impositiva do Estado em 
detrimento do interesse particular. Um exemplo clássico desse tipo de atuação 
é a desapropriação de uma residência que se encontra no trajeto de uma 
grande rodovia. É importante entender que quando o Estado atua 
diretamente como empresário (através de uma empresa pública 
mineradora, por exemplo) não se se trata de uma intervenção sob a ótica do 
Direito Administrativo, pois o regime que predomina é o de direito privado. 
 Fomento: aqui o Estado intervém no mercado através de política de 
incentivo financeiros a setores que o Governo entende como sendo 
estratégicos. Podemos citar o relevante papel que o BNDES exerce hoje no 
país, provendo recursos que a iniciativa privada geralmente não tem condições 
(ou interesse) de alocar. 
 Serviço Público: aqui temos a realização de atividades para atender 
as necessidades básicas da população, que são realizadas tanto pelo 
Administração Pública

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