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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila 2018 | Prof. Lucas Martins CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 1 OS: 0112/1/18-Gil CONCURSO: ÍNDICE: 1. Estado, Governo e Administração Pública..........................................................................01 2. Conceito, Fontes e Princípios de Direito Administrativo....................................................09 3. Organização Administrativa do Estado...............................................................................22 4. Poderes da Administração Pública.....................................................................................42 5. Atos Administrativos...........................................................................................................54 6. Processo Administrativo.....................................................................................................92 7. Licitações Públicas............................................................................................................112 8. Serviços Públicos...............................................................................................................161 9. Responsabilidade Civil do Estado......................................................................................199 10. Controle da Administração Pública.................................................................................207 11. Improbidade Administrativa...........................................................................................222 PROFESSOR LUCAS MARTINS Advogado e consultor jurídico. Graduado pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR. Conselheiro da Comissão de Estudos Constitucionais da OAB/CE. Pós-graduado em Direito Processual Civil pela Universidade Cândido Mendes – UNICAM/RJ - em convênio com o Curso Ênfase. Pós- graduando em Direito Administrativo pela Estácio de Sá em convênio com o Complexo de Ensino Renato Saraiva – CERS. Professor de diversos cursos preparatórios para concursos públicos, Exame da Ordem e pós-graduação. CONTATO INSTAGRAM: @proflucasmartins FACEBOOK: facebook.com/proflucasmartins YOUTUBE: youtube.com/lucasmartinspessoa ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Para uma boa compreensão do direito administrativo e de seus institutos, deve-se, antes, compreender o que é Administração Pública. Entretanto, para a compreensão desta, primeiramente, deve-se ter uma noção de dois outros institutos que com ela se relacionam, mas não se confundem: Estado e Governo. Trata-se, portanto, de tema introdutório ao estudo do direito administrativo que, quando exigido nos editais, costuma ser cobrado em prova. 1. ESTADO Na ciência jurídica, um maior aprofundamento sobre o Estado fica a cargo do direito constitucional, sobretudo quando do estudo da organização político-administrativa do Estado. Aqui, iremos retratar apenas aspectos básicos sem os quais se tornaria inviável uma boa compreensão dos institutos ligados ao direito administrativo, quais sejam: 1.1. Conceito de Estado 1.2. Formas de Estado 1.3. Elementos do Estado 1.4. Estado de Direito 1.5. Poderes do Estado (funções) 1.1. CONCEITO Trata-se de instituição organizada política, social e juridicamente, dotada de personalidade jurídica própria de direito público, submetida às normas estipuladas pela lei máxima, que, no Brasil, é a Constituição Federal, e dirigida por um governo que possui soberania reconhecida interna e externamente. O Estado surge, basicamente, com o objetivo de viabilizar os objetivos da sociedade, estipulados em sua lei maior. ATUAÇÃO NO DIREITO PÚBLICO E NO DIREITO PRIVADO O Estado pode atuar tanto no direito público como no privado, entretanto sempre ostentará a qualidade de pessoa jurídica de direito público. Isso nem sempre foi assim, pois antigamente sustentava-se a teoria da dupla personalidade do Estado, isto é, este ostentaria a qualidade de pessoa jurídica de direito público quando atuasse no direito público (como ente soberano) e de pessoa jurídica de direito privado quando atuasse no direito privado (em igualdade com os particulares). Dessa forma, a teoria da dupla personalidade do Estado encontra-se superada. 1.2. FORMAS DE ESTADO O conceito de Estado possui relação com o modo de exercício do poder político em função do território. Nesse sentido, o poder político poderá ser exercido de forma concentrada ou regionalizada. A referida regionalização ou DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila 2018 | Prof. Lucas Martins CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 2 OS: 0112/1/18-Gil não do poder político de um determinado Estado é utilizada para diferenciar as duas formas de Estado, quais sejam: ESTADO UNITÁRIO ESTADO FEDERATIVO O poder político é centralizado em uma única entidade governamental. O poder político é regionalizado em mais de uma entidade governamental. FORMA DE ESTADO BRASILEIRO Trata-se de um Estado Federativo. Dessa forma, na República Federativa do Brasil temos não um único ente com autonomia política1, mas vários: União, Estados- Membros, Distrito Federal e Municípios2. Exatamente por serem entes com autonomia política os referidos entes são denominados entes políticos. Exatamente por fazerem parte de um Estado Federativo também podem aparecer com o nome de entes federativos. 1.3. ELEMENTOS DO ESTADO POVO Trata-se do elemento humano. É o conjunto de pessoas naturais, vinculadas juridicamente a um ente estatal por meio da nacionalidade (vínculo político-jurídico). TERRITÓRIO Trata-se do elemento material. É o espaço físico dentro do qual o Estado exerce sua soberania. GOVERNO Trata-se do elemento político. Este terceiro elemento também pode aparecer como soberania, indicando, no aspecto interno, a supremacia do Estado, na medida em que não há nenhum outro poder que a ele se sobreponha. No aspecto externo, significa a igualdade frente aos demais Estados. ELEMENTO FINALÍSTICO Para alguns autores, há ainda um quarto elemento formador do Estado, qual seja o elemento teleológico ou finalístico. É dizer, quando se pensa na figura do Estado 1 Atualmente, entende-se que a denominada autonomia política compreende quatro características, quais sejam: a) auto- organização (elaboração de suas constituições estaduais – Estados - bem como de suas leis orgânicas – municípios e distrito federal); b) autolegislação (elaboração de suas próprias leis); c) autoadministração (poder para exercer suas atribuições de natureza administrativa, tributária e orçamentária); d) autogorverno (poder para eleger seus próprios governantes). 2 Art. 18, CF. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. deve-se perguntar: o que se objetiva com a criação do Estado? Qual a finalidade deste ente? A resposta é a busca pelo bem comum, isto é, pela vida harmônica daquele povo que vive naquele território. Eis o elemento finalístico do Estado. 1.4. ESTADO DE DIREITO O estudo do Estado ganha força com a figura do Estado de direito, isto é, com a ideia de que o ente estatal, criador do direito posto, a ele também deverá se submeter, assim como os demais sujeitos da sociedade. Em outras palavras, as normas jurídicas são instituídas pelo Estado para serem respeitadas não apenas por seu povo, mas também pelo próprio ente estatal. Portanto, a atuação estatal apenas será legítima se ocorrercom respeito ao ordenamento jurídico, isto é, ao direito. Eis o Estado de direito. Deve-se notar, ainda, que a noção de Estado de direito surge com a doutrina alemã no século XIX, vindo a se contrapor ao denominado Estado Absolutista, possuindo, basicamente, três pilares: Tripartição dos Poderes As funções estatais de legislar, administrar e julgar passam a ser distribuídas, isto é, tripartidas entre órgãos diferentes (e não mais concentradas na figura de uma única pessoa, como ocorria nas chamadas monarquias absolutistas). Generalização do Princípio da Legalidade Assim como os administrados, a Administração Pública também passa a dever obediência aos ditames legais. Dessa forma, um ato administrativo, isto é, um ato praticado pela Administração em prol da coletividade apenas será considerado um ato legítimo se estiver de acordo com todas as normas que pautam sua atuação. Universalização da Jurisdição Caso a Administração Pública atue em contrariedade às normas, o ato praticado deverá ser controlado, inclusive pela via judicial. ESTADO ABSOLUTISTA ESTADO DE DIREITO Insubordinação à Lei Subordinação à Lei Irresponsabilidade Responsabilidade Civil Concentração das Funções Essenciais Tripartição das Funções Essenciais DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila 2018 | Prof. Lucas Martins CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 3 OS: 0112/1/18-Gil 1.5. “PODERES” DO ESTADO (FUNÇÕES) Um dos marcos do Estado de direito, como visto, é justamente a tripartição dos poderes, que ganhou força com a doutrina de Montesquieu, no sentido de se dividir as funções estatais entre entidades diferentes, como forma de se evitar a concentração do poder e, por conseguinte, arbitrariedades na condução do Estado. A referida teoria fora adotada no Brasil, na medida em que o art. 2º da Constituição Federal define o funcionamento de três poderes harmônicos e independentes entre si, quais sejam: Legislativo, Executivo e Judiciário3. TRIPARTIÇÃO DE “PODERES” X TRIPARTIÇÃO DE FUNÇÕES Tecnicamente, não se deveria falar em tripartição de poderes, mas sim de funções, na medida em que o poder é único e indivisível, isto é, o Estado é um só: República Federativa do Brasil. Apesar da referida crítica doutrinária, ambas as expressões acabam aparecendo em provas como expressões sinônimas. PODERES DO ESTADO X PODERES ADMINISTRATIVOS Os poderes do Estado são poderes estruturais e organizacionais que não devem se confundir com os poderes administrativos, que, por sua vez, são instrumentais, isto é, prerrogativas concedidas ao Estado- Administração para que ele consiga atingir seus fins. Os poderes administrativos estão afetos ao direito administrativo, enquanto os poderes de Estado ao direito constitucional. FUNÇÃO Tipicamente conferida ao... O Estado no seu desempenho é denominado... Função legislativa PODER LEGISLATIVO Estado Legislador Função jurisdicional PODER JUDICIÁRIO Estado Juiz Função executiva (Função administrativa) PODER EXECUTIVO Estado Administração (Administração Pública) 3 Art. 2º, CF. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. FUNÇÕES TÍPICAS Cada um dos Poderes do Estado tem sua atividade principal, quais sejam: FUNÇÃO LEGISLATIVA FUNÇÃO JURISDICIONAL FUNÇÃO EXECUTIVA Função de legislar, isto é, inovar no ordenamento jurídico. Trata-se de função conferida tipicamente ao Poder Legislativo. Função de julgar com definitividade, resolvendo conflitos de interesses sempre mediante provocação do interessado. Trata- se de função tipicamente conferida ao Poder Judiciário. Função de implementar, de ofício, o que determina a lei atendendo às necessidades da população. Também chamada de função administrativa é tipicamente conferida ao Poder Executivo. ATENÇÃO! Diferente do Poder Judiciário, que aplica a lei apenas quando provocado, o Poder Executivo deve aplica-la de ofício. Ademais, diferente do Poder Legislativo, que busca os objetivos do Estado de forma abstrata, via produção legislativa, o Poder Executivo o faz de forma concreta, detalhando e executando o que está no plano abstrato, isto é, na lei. FUNÇÃO POLÍTICA (DE GOVERNO) Celso Antônio Bandeira de Mello prevê, ainda, esta quarta função estatal que não se confunde com nenhuma das três acima mencionadas. Essa atuação do Estado não se dá mediante ato administrativo, mas por ato de natureza política, tais como: sanção e veto de lei; declaração de guerra; decretação de estado de calamidade pública, etc. FUNÇÕES ATÍPICAS Cada poder, como visto, possui sua função típica. Entretanto, a Constituição Federal autoriza que, em algumas circunstâncias (por isso é medida excepcional), um determinado poder estatal venha a exercer a funções de outro. Quando isso ocorre, diz-se que o referido poder está exercendo uma função atípica. É o que ocorre, por exemplo, quando o Poder Legislativo Federal, por meio do Senado Federal, vem a julgar com definitividade o Presidente da República, exercendo uma função que não lhe é típica, mas sim do Poder Judiciário (função jurisdicional). No mesmo sentido, quando o Poder Legislativo realiza uma licitação ele não está exercendo sua função típica (legislativa), mas sim uma função administrativa, tipicamente conferida ao Poder Executivo. Isso ocorre, como forma de garantir a harmonia entre os poderes e decorre da teoria dos freios e contrapesos (checks and ballances). Nesse sentido, é correto afirmar que a separação de poderes NÃO tem caráter absoluto. DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila 2018 | Prof. Lucas Martins CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 4 OS: 0112/1/18-Gil QUESTÕES 01. (CESPE/TRT8/Analista Judiciário/2016) A respeito dos elementos do Estado, assinale a opção correta. a) Povo, território e governo soberano são elementos indissociáveis do Estado. b) O Estado é um ente despersonalizado. c) São elementos do Estado o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e o Poder Executivo. d) Os elementos do Estado podem se dividir em presidencialista ou parlamentarista. e) A União, o estado, os municípios e o Distrito Federal são elementos do Estado brasileiro. 02. (CESPE/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais/2016) A função administrativa é exclusiva do Poder Executivo, não sendo possível seu exercício pelos outros poderes da República. 03. (CESPE/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais/2016) A aplicação da lei pelo Poder Executivo, no exercício da função administrativa, depende de provocação do interessado, sendo vedada a aplicação de ofício. 04. (CESPE/TJ-CE/Analista Judiciário/2015/Adaptada) O Estado liberal, surgido a partir do século XX, é marcado pela forte intervenção na sociedade e na economia. 05. (CESPE/TJ-CE/Analista Judiciário/2015/ADAPTADA) A existência do Estado pode ser mensurada pela forma organizada com que são exercidas as atividades executivas, legislativas e judiciais. 06. (CESPE/TRE-GO/Técnico Judiciário/2005/ ADAPTADA) Atualmente, considera-se que a característica essencial dos Estados é a separação dos poderes. Em virtude dessa separação, cada um dos órgãos com funções executivas, legislativas e judiciárias é especializado em suas funções e não pratica atos com natureza própria dos demais ramos. 07. (CESPE/TRE-GO/Técnico Judiciário/2005/ ADAPTADA) Nos moldes das teorias publicistas historicamente consolidadas, a Federação brasileiraé constituída apenas pelos seguintes componentes: União, estados-membros e Distrito Federal. 08. (CESPE/MPOG/2012) O princípio da separação dos Poderes adotado no Brasil pode ser caracterizado como rígido, uma vez que todos os Poderes da República exercem apenas funções típicas. 09. (CESPE/MPU/2013) A CF institui mecanismos de freios e contrapesos, de modo a concretizar-se a harmonia entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, como, por exemplo, a possibilidade de que o Poder Judiciário declare a inconstitucionalidade das leis. 10. (CESPE/PRF/2013) Decorre do princípio constitucional fundamental da independência e harmonia entre os poderes a impossibilidade de que um poder exerça função típica de outro, não podendo, por exemplo, o Poder Judiciário exercer a função administrativa. 11. (CESPE/MIN/2013) Consoante o modelo de Estado federativo adotado pelo Brasil, os estados-membros são dotados de autonomia e soberania, razão por que elaboram suas próprias constituições. 12. (ESAF/Ministério da Fazenda/2013/ADAPTADA) O sistema de freios e contrapesos não importa em subordinação de um poder a outro, mas diz respeito a mecanismos de limitação de um poder pelo outro previstos constitucionalmente, de modo a assegurar a harmonia e o equilíbrio entre eles. 13. (CESPE/AE-ES/2013/ADAPTADA) São poderes do Estado: o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e o Ministério Público. 14. (CESPE/AE-ES/2013/ADAPTADA) Na Constituição Federal de 1988 (CF), foi adotado um modelo de separação estanque entre os poderes, de forma que não se podem atribuir funções materiais típicas de um poder a outro. GABARITO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 A E E E C E E E C E 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 E C E E 2. GOVERNO 2.1. Conceito de Governo 2.2. Formas de Governo 2.3. Sistemas de Governo 2.1. CONCEITO Como visto, é um dos elementos formadores do Estado (elemento condutor). O conceito de governo pode aparecer tanto no sentido subjetivo como no sentido objetivo, vide: DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila 2018 | Prof. Lucas Martins CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 5 OS: 0112/1/18-Gil GOVERNO EM SENTIDO SUBJETIVO GOVENO EM SENTIDO OBJETIVO Também pode aparecer como sentido orgânico ou formal. Trata-se da cúpula diretiva do Estado responsável pela condução das atividades do Estado, isto é, o conjunto de poderes e órgãos constitucionais. São os órgãos que compõem o alto escalão da estrutura organizacional do Poder Público (Presidência da República; Ministério da Saúde; Governadorias; Secretarias Estaduais; Prefeituras; Secretarias Municipais; etc). Também pode aparecer como sentido funcional ou material. Trata-se da atividade diretiva do Estado, isto é, o complexo de funções básicas do Estado na definição das diretrizes a serem tomadas em busca dos objetivos constitucionais (política do “minha casa minha vida” como forma de garantir o direito fundamental à moradia; política do “PROUNI” como forma de garantir o direito fundamental à educação; etc). GOVERNO X ESTADO Institutos que não se confundem, pois, como visto, governo é apenas um dos três elementos que compõe o Estado. O Estado existe para alcançar o bem comum de seu povo. Para isso traça na própria Constituição alguns objetivos a serem perseguido4. Entretanto, a Constituição não diz qual o “caminho das pedras”, isto é, não define o que deve ser feito para que o Estado alcance seus objetivos e, com isso, garanta o bem estar de seu povo. A quem incumbe esse papel? Ao Governo. É exatamente por isso que se diz que o governo é o elemento condutor do Estado, pois é ele que, traçando políticas públicas, isto é, “estratégias”, conduz o Estado ao cumprimento de seus objetivos. Exemplificando, a Constituição traça como objetivo fundamental a erradicação da pobreza, daí vem o Governo Federal e define a política Bolsa Família. Traça como objetivo fundamental reduzir as desigualdades sociais, daí vem o Governo Federal e define o Programa Universidade para Todos – PROUNI; etc. 2.2. FORMAS DE GOVERNO Trata-se de matéria mais afeta ao Direito Constitucional, mas que também possui certa relevância em provas de Direito Administrativo. Ao classificar o Governo quanto suas formas, busca-se identificar como se dá a instituição e a transmissão do poder político na sociedade. Também é 4 Art. 3º, CF. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. possível, com base nas formas de governo, se definir como se dá a relação entre governantes e governados, vide: REPÚBLICA MONARQUIA Eleições Hereditariedade Temporalidade Vitaliciedade Responsabilidade do Governante (Prestação de Contas) Irresponsabilidade do Governante (Não há dever de Prestação de Contas) Forma adotada no Brasil Forma adotada na Inglaterra 2.3. SISTEMAS DE GOVERNO Trata-se do modo que se dá a relação entre o Poder Legislativo e o Executivo no exercício das funções governamentais, podendo ser: PRESIDENCIALISTA PARLAMENTARISTA Maior independência entre os poderes Menor independência entre os poderes A figura do Chefe de Governo se confunde com a do Chefe de Estado (Presidente da República) A figura do Chefe de Governo (Presidente da República) não se confunde com a do Chefe de Estado (Primeiro Ministro) Sistema adotado no Brasil Sistema adotado na França QUESTÕES 01. (CESPE/TJ-CE/Analista Judiciário/2015/ADAPTADA) No Brasil, vigora um sistema de governo em que as funções de chefe de Estado e de chefe de governo não são concentradas na pessoa do chefe do Poder Executivo. 02. (CESPE/MIN/Assistente Técnico Administrativo/2013) Na sua acepção formal, entende-se governo como o conjunto de poderes e órgãos constitucionais. 03. (CESPE/PC-BA/2013) A eleição periódica dos detentores do poder político e a responsabilidade política do chefe do Poder Executivo são características do princípio republicano. 04. (CESPE/AE-ES/2013/ADAPTADA) Atualmente, Estado e governo são considerados sinônimos, visto que, em ambos, prevalece a finalidade do interesse público. DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila 2018 | Prof. Lucas Martins CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 6 OS: 0112/1/18-Gil GABARITO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 E C C E 3. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 3.1. Conceito 3.2. Sentido Subjetivo 3.3. Sentido Objetivo 3.1. CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Trata-se do aparelhamento do Estado pré-ordenado à realização de serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas, de acordo com as políticas de um determinado governo. Dessa forma, a Administração Pública pratica atos de execução (e não de governo). É dizer, o governo “traça o caminho” a ser percorrido. A Administração vem e “percorre” o caminho. É quem efetivamente “bota a mão na massa”. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NÃO É SINÔNIMO DE PODER EXECUTIVO O conceito de Administração Pública não coincide com o de Poder Executivo, pois, como visto, há possibilidade de atuação administrativa pelos demais poderes do Estado, ainda que de forma atípica (Tribunal que realiza um concurso; Congresso Nacional publicandoedital de licitação; etc). Assim como o Governo, a Administração Pública também pode ser conceituada no sentido subjetivo ou no sentido objetivo, vide: SENTIDO SUBJETIVO DE ADMINISTRAÇÃO SENTIDO OBJETIVO DE ADMINISTRAÇÃO Também pode aparecer como sentido formal e orgânico. Conjunto de órgãos, entes e agentes estatais no exercício da função administrativa. Neste sentido, a expressão deve ser grafada com letras maiúsculas (Administração Pública). Também pode aparecer como sentido material ou funcional. Confunde-se com a própria função administrativa, podendo ser compreendida como a atividade administrativa exercida pelo Estado. Neste sentido, a expressão deve ser grafada com letras minúsculas (administração pública). 3.2. SENTIDO SUBJETIVO Quando pensamos na Administração Pública em seu sentido subjetivo, isto é, como o conjunto de órgãos, entes e agentes que desempenham função administrativa, temos, ainda um desdobramento, qual sejam: SENTIDO AMPLO DA ADMINISTRAÇÃO SENTIDO ESTRITO DA ADMINISTRAÇÃO Abrange os órgãos de governo, que exercem função política, e os órgãos e pessoas que exercem função meramente administrativa. Abrange apenas os órgãos e pessoas que exercem função administrativa. Para essa classificação, os órgãos que exercem função política integram o conceito de “Governo” e não de “Administração Pública”. 3.3. SENTIDO OBJETIVO Como visto, trata-se da própria atividade administrativa. A doutrina costuma apontar algumas tarefas precípuas da Administração Pública que compõe aquilo que se chama de função administrativa, quais sejam: TAREFA ORDENADORA TAREFA REGULATÓRIA E DE FOMENTO A Administração Pública possui o papel de limitar e condicionar a liberdade e propriedade privada em favor do interesse público (poder de polícia). A Administração Pública possui o papel de incentivar setores sociais específicos em atividades exercidas por particulares, estimulando o desenvolvimento da ordem social e econômica no intuito de alcançar o crescimento do país. No Brasil, trata-se de papel muito recorrente da década de noventa para cá, em virtude da política de desestatização, em que, visando aprimorar determinados serviços (comunicação, por exemplo) transferiu-se para a iniciativa privada determinadas atividades e, consequentemente, a Administração passou a regular o exercício das mesmas (pelas agências reguladoras, por exemplo). TAREFA PRESTACIONAL TAREFA DE CONTROLE A Administração Pública possui o papel de prestar serviços públicos, sobretudo após a 1ª guerra mundial, com o surgimento das chamadas constituições sociais, que A Administração Pública possui o papel de verificar a legalidade da atuação de seus próprios órgãos. Deve-se ter cuidado, pois a referida função não é peculiaridade da função administrativa, sendo DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila 2018 | Prof. Lucas Martins CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 7 OS: 0112/1/18-Gil vieram a atribuir ao Estado funções positivas. dever, também, do Poder Judiciário e do Legislativo a realização do referido controle. Nesse sentido, todas essas tarefas caracterizam a função administrativa, que deve ser desempenhada pela Administração Pública sempre em busca do bem coletivo. Importante notar que não se trata de uma faculdade do Poder Público, eis que o interesse público é indisponível (princípio da indisponibilidade do interesse público). Dessa forma, o Estado deve atuar para persegui-lo. QUESTÕES 01. (CESPE/TRE-MT/Analista Judiciário/2015/ADAPTADA) A administração pública em sentido estrito abrange os órgãos governamentais, encarregados de traçar políticas públicas, bem como os órgãos administrativos, aos quais cabe executar os planos governamentais. 02. (CESPE/TRE-MT/Analista Judiciário/2015/ADAPTADA) As atividades de polícia administrativa, de prestação de serviço público e de fomento são próprias da administração pública em sentido objetivo. 03. (CESPE/TRE-MT/Analista Judiciário/2015/ADAPTADA) A administração pública em sentido subjetivo não se faz presente nos Poderes Legislativo e Judiciário. 04. (CESPE/TJ-CE/Analista Judiciário/2015/ADAPTADA) A administração pública, em sentido estrito, abrange a função política e a administrativa. 05. (CESPE/TJ-CE/Analista Judiciário/2015/ADAPTADA) A administração pública, em sentido subjetivo, diz respeito à atividade administrativa exercida pelas pessoas jurídicas, pelos órgãos e agentes públicos que exercem a função administrativa. 06. (CESPE/SEJUS-EC/Agente Penitenciário/2009) O Estado constitui a nação politicamente organizada, enquanto a administração pública corresponde à atividade que estabelece objetivos do Estado, conduzindo politicamente os negócios públicos. 07. (CESPE/TRE-GO/Técnico Judiciário/2005/ ADAPTADA) Do ponto de vista subjetivo, a administração pública não se compõe apenas dos órgãos do Poder Executivo. 08. (CESPE/TRE-GO/Técnico Judiciário/2005/ ADAPTADA) O que caracteriza o governo e a administração pública é a produção de atos políticos e a atuação politicamente dirigida, traduzida em comando, iniciativa e fixação de objetivos do Estado. 09. (CESPE/AE-ES/2013/ADAPTADA) Com base em critério subjetivo, a administração pública confunde- se com os sujeitos que integram a estrutura administrativa do Estado. 10. (CESPE/TJ-DFT/2013) Administração pública em sentido orgânico designa os entes que exercem as funções administrativas, compreendendo as pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes incumbidos dessas funções. 11. (CESPE/MIN/2013) A administração pratica atos de governo, pois constitui todo aparelhamento do Estado preordenado à realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. 12. (ESAF/RFB/Auditor/2005) Em seu sentido subjetivo, o estudo da Administração Pública abrange: a) a atividade administrativa. b) o poder de polícia administrativa. c) as entidades e órgãos que exercem as funções administrativas. d) o serviço público. e) a intervenção do Estado nas atividades privadas. 13. (FCC/TRE-RO/2013) Considere as seguintes afirmações a respeito do conceito, abrangência ou possíveis classificações da expressão Administração pública: I. Em sentido orgânico ou formal, designa os entes que exercem a atividade administrativa e compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos. II. Em sentido funcional ou material, designa a natureza da atividade exercida e corresponde à própria função administrativa. III. Quando tomada em sentido estrito, no que diz respeito ao aspecto subjetivo, engloba os órgãos governamentais aos quais incumbe a função política. Está correto o que consta APENAS em a) I e II. b) III. c) I. d) II. e) II e III. DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila 2018 | Prof. Lucas Martins CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 8 OS: 0112/1/18-Gil 14. (FCC/TRE-SP/2012) Em seu sentido subjetivo, a administração pública pode ser definida como a) a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob o regime de direito público, para a realização dos interesses coletivos. b) o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas ao qual a Lei atribui o exercício da função administrativa do Estado. c) os órgãos ligados diretamente ao poder central, federal, estadual ou municipal. São os próprios organismos dirigentes, seus ministérios e secretarias. d) as entidades com personalidade jurídica própria, que foram criadas para realizar atividadesde Governo de forma descentralizada. São exemplos as Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. e) as entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, se federal, criadas para exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou conveniência administrativa. 15. (FGV/SEJAP/2013) A doutrina administrativista aponta a existência de uma diferença entre a função de governo e a função administrativa. Diante dessa diferenciação, analise as afirmativas a seguir. I. As funções de governo estão mais próximas ao objeto do direito constitucional, enquanto a função administrativa é objeto do direito administrativo. II. A função de governo tem como um de seus objetivos estabelecer diretrizes políticas, enquanto a função administrativa se volta para a tarefa de executar essas diretrizes. III. A expressão administração pública, quando tomada em sentido amplo, engloba as funções administrativas e as funções de governo. Assinale: a) se todas as afirmativas estiverem corretas. b) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. d) se somente a afirmativa II estiver correta. e) se somente a afirmativa III estiver correta. 16. (FGV/FBN/2013) Administração Pública é o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. Assinale a afirmativa que indica os dois sentidos em que se divide o conceito de Administração Pública. a) Objetivo e funcional. b) Material e funcional. c) Objetivo e subjetivo. d) Subjetivo e orgânico. 17. (VUNESP/SP-URBANISMO/Analista Administrativo/ 2014) “Atividade de ordem superior referida à direção suprema e geral do Estado em seu conjunto e em sua unidade, dirigida a determinar os fins da ação do Estado, a assinalar as diretrizes para as outras funções, buscando a unidade da soberania estatal” (Renato Alessi). A definição transcrita, no âmbito do direito administrativo, corresponde ao conceito de função a) jurisdicional. b) legislativa c) executiva. d) administrativa e) política. GABARITO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 E C E E E E C E C C 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 E C A B A C E DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila 2018 | Prof. Lucas Martins CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 9 OS: 0112/1/18-Gil CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DIREITO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS 1. Conceito de Direito Administrativo 2. Fontes de Direito Administrativo 3. Princípios de Direito Administrativo 1. CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 1.1. Direito Público X Direito Privado 1.2. Critérios de Definição 1.1. DIREITO PÚBLICO X DIREITO PRIVADO A necessidade do homem em travar relações sociais fez surgir a necessidade do Direito, isto é, a necessidade de se instituírem normas de condutas impositivas, redigidas por um Estado politicamente organizado, tendente à função de alcançar a paz social. Entretanto, essas normas podem regulamentar interesses voltados para toda a coletividade ou interesses entre particulares. É justamente com base no interesse a ser tutelado que, tradicionalmente, se dividia o Direito em público (regulação de interesses da sociedade como um todo) e privado (regulação das relações travadas entre particulares). Com base nessa organização, o direito administrativo se encaixa no grupo “direito público”, posto que rege a organização e o exercício de atividades do Estado e visa perseguir os interesses da coletividade. 1.2. CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO Quando se busca a definição do direito administrativo há grande divergência no âmbito doutrinário. Para se chegar ao referido conceito, os estudiosos buscaram compreender qual exatamente o objeto do direito administrativo, isto é, o que o direito administrativo visa regulamentar. Para isso, foram adotados alguns critérios: CRITÉRIO DEFINIÇÃO PROBLEMA Critério Legalista O direito administrativo se resume no conjunto da legislação administrativa existente no País. Também Desconsidera a existência de outras fontes do direito administrativo, como a doutrina e a jurisprudência. O direito não se limita chamado de escola exegética. à lei. Critério do Poder Executivo O direito administrativo se resume no complexo de leis disciplinadoras da atuação do Poder Executivo. Ignora que a função administrativa também pode ser exercida pelos demais poderes. Ademais, o Poder Executivo exerce outras funções que não a administrativa (função legislativa, quando o chefe do executivo edita uma medida provisória, por exemplo). Critério das Relações Jurídicas O direito administrativo se resume no conjunto de normas que busca disciplinar as relações jurídicas entre a Administração Pública e os particulares. Isso não é uma peculiaridade do direito administrativo, pois outros ramos do direito também disciplinam relações entre a Administração e particulares (direito tributário, penal, etc). Critério do Serviço Público O direito administrativo é o conjunto de normas que busca disciplinar a prestação dos serviços públicos pela Administração. A prestação de serviço público é apenas uma das tarefas atribuídas à Administração Pública. Critério Teleológico (Finalístico) O direito administrativo é o conjunto de normas que busca disciplinar as atividades do Estado para o cumprimento de seus fins. Critério defendido por Oswaldo Aranha Bandeira de Mello. Critério insuficiente, pois não abrange integralmente o conceito da matéria. DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila 2018 | Prof. Lucas Martins CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 10 OS: 0112/1/18-Gil Critério Negativista O direito administrativo é o conjunto de normas que busca disciplinar tudo aquilo que não for disciplinado por nenhum outro ramo do direito. Trata-se de conceituação do direito administrativo por exclusão. Critério inadequado, pois não parece coerente utilizar um critério negativo para estabelecer a conceituação de uma atividade e, por conseguinte, do ramo que venha a discipliná-la. Critério da Distinção entre Atividade Jurídica e Social do Estado O direito administrativo é o conjunto de princípios que regula a atividade jurídica não contenciosa do Estado e a constituição dos órgãos e meios de sua ação em geral. Critério da Administração Pública (Funcional) Também aparece como critério da Administração Pública. O direito administrativo é o ramo jurídico que estuda e analisa a disciplina normativa da função administrativa, esteja ela sendo exercida pelo Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário ou, até mesmo, por particulares mediante delegação estatal. É o critério que tem sido majoritariamente admitido para se conceituar o direito administrativo. ATENÇÃO PARA O CRITÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA! Como visto, é o critério que tem sido utilizado para conceituar o direito administrativo atualmente. Com base nesse critério, o professor Hely Lopes Meirelles desenvolveu o seguinte conceito de direito administrativo, que costuma aparecer em provas: Conjunto harmônicode princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. Fragmentando o referido conceito, temos o seguinte: “conjunto harmônico de princípios” Todo ramo do direito, para que se torne uma disciplina autônoma, depende de um embasamento principiológico para sua existência. Este conjunto harmônico de princípios que norteiam o direito administrativo recebe o nome de regime jurídico administrativo que será analisado mais adiante. “que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas” É o conjunto harmônico de princípios que busca reger os órgãos, agentes e atividades públicas, isto é, o direito administrativo visa ordenar a atividade institucional, no intuito de regulamentar sua estrutura orgânica (órgãos e entes da Administração Pública), seu corpo de pessoal (agentes públicos) e as atividades públicas que se enquadram nas tarefas desempenhadas pela Administração Pública (função administrativa), ainda que exercida pelo Poder Legislativo ou pelo Judiciário de forma atípica. “tendente a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado” Visa regulamentar as atividades administrativas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. Essa parte do conceito serve para diferenciar a função administrativa das demais funções desempenhadas pelo Estado. Nesse sentido, a função administrativa tende a realizar concretamente os fins desejados pelo Estado, diferente da função legislativa que o faz de forma abstrata. Tende a realizar diretamente os fins desejados pelo Estado, diferente da função jurisdicional, que o faz de forma indireta mediante provocação. DIREITO ADMINISTRATIVO X DIREITO CONSTITUCIONAL Enquanto o direito administrativo busca concretizar os fins desejados pelo Estado, é o direito constitucional que define quais são esses fins. Trata-se de ponto que costuma cair em prova. QUESTÕES 01. (CESPE/STJ/Técnico Judiciário/2015) Conceitualmente, é correto considerar que o direito administrativo abarca um conjunto de normas jurídicas de direito público que disciplina as atividades administrativas DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila 2018 | Prof. Lucas Martins CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 11 OS: 0112/1/18-Gil necessárias à realização dos direitos fundamentais da coletividade. 02. (INSTITUTO AOCP/EBSERH/Advogado/2015/ ADAPTADA) O Direito Administrativo é um ramo do Direito Público que tem por objeto exclusivo regular as relações entre a Administração Pública e os administrados. 03. (INSTITUTO AOCP/UFPEL/Advogado/2015/ADAPTADA) O Direito Administrativo é o ramo do direito que estuda o comportamento do Poder Público perante o Poder Judiciário. 04. (FUNCAB/FUNASG/Advogado/2015) Com relação ao conceito de Direito Administrativo, assinale a opção que congrega de forma correta os elementos que o compõem. a) Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que estuda princípios e normas reguladores do exercício da função administrativa. b) Direito Administrativo é um conjunto de princípios e normas que não alberga a noção de bem de domínio privado do Estado. c) Direito Administrativo sintetiza-se no conjunto harmônico de normas e princípios que regulam exclusivamente as relações jurídicas administrativas entre o Estado e o particular. d) O conceito de DireitoAdministrativo compreende apenas a regência de atividades contenciosas entre órgãos públicos, seus servidores e administrados. e) Direito Administrativo pode ser traduzido pelo conjunto de normas e princípios que organizama relação jurídica exclusivamente entre os próprios componentes da Administração Pública. 05. (CESPE/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2015/ADAPTADA) Consoante o critério da administração pública, o direito administrativo é o ramo do direito que tem por objeto as atividades desenvolvidas para a consecução dos fins estatais, excluídas a legislação e a jurisdição. 06. (CESPE/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2015/ADAPTADA) Adotando-se o critério do serviço público, define-se direito administrativo como o conjunto de princípios jurídicos que disciplinam a organização e a atividade do Poder Executivo e de órgãos descentralizados, além das atividades tipicamente administrativas exercidas pelos outros poderes. 07. (CESPE/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de Registros/CESPE/2014/ADAPTADA) De acordo com o critério das relações jurídicas, o direito administrativo pode ser visto como o sistema dos princípios jurídicos que regulam a atividade do Estado para o cumprimento de seus fins. 08. (CESPE/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de Registros/CESPE/2014/ADAPTADA) Consoante o critério da distinção entre atividade jurídica e social do Estado, o direito administrativo é o conjunto dos princípios que regulam a atividade jurídica não contenciosa do Estado e a constituição dos órgãos e meios de sua ação em geral. GABARITO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 C E E A E E E C 2. FONTES DE DIREITO ADMINISTRATIVO O direito administrativo não possui codificação. É dizer, atualmente não há um “Código de Administrativo”, como há Código Penal, Código Civil, etc. Entretanto, a doutrina costuma apontar basicamente quatro fontes principais deste ramo, quais sejam: Lei Fonte primordial do direito administrativo brasileiro. Compreensão em sentido amplo, abrangendo todas as espécies normativas: Constituição; atos infraconstitucionais (originados a partir de um processo legislativo); atos infralegais (provenientes da própria Administração Pública). CUIDADO! Há quem sustente que os atos infralegais não seriam fonte primária do direito administrativo, na medida em que não inovam no ordenamento jurídico, mas apenas conferem execução àquilo que fora criado pela lei. Apesar do referido posicionamento, recentemente a CESPE considerou como CORRETO o seguinte item: “O decreto federal é uma fonte primária do direito administrativo, haja vista o seu caráter geral, abstrato e impessoal”. Jurisprudência Fonte secundária. Caracteriza-se como a reiteração de julgados dos órgãos do judiciário, que forma uma orientação acerca de determinada matéria. EXCEÇÃO: súmulas vinculantes são fontes principais/diretas, pois não são meras recomendações. São dotadas de poder impositivo. DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila 2018 | Prof. Lucas Martins CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 12 OS: 0112/1/18-Gil Doutrina Fonte secundária. Produção científica dos estudiosos da matéria que vem a influenciar tanto na elaboração de novas regras, como no julgamento das demandas que envolvem o direito administrativo. Costumes Sociais Conjunto de regras não escritas. Somente serão considerados fontes quando, de alguma forma, influenciarem na produção legislativa ou jurisprudencial. Por esse motivo, menos que uma fonte secundária, são uma fonte indireta. Cuidado, pois os costumes administrativos (prática administrativa) são considerados fontes secundárias, podendo, inclusive, gerar direitos em determinadas situações. QUESTÕES 01. (CESPE/TRE-PI/Analista Judiciário/2016/ADAPTADA) O decreto federal é uma fonte primária do direito administrativo, haja vista o seu caráter geral, abstrato e impessoal. 02. (CESPE/TRE-MT/Analista Judiciário/2015/ADAPTADA) As principais fontes do direito administrativo brasileiro, que não foi codificado, sãoo costume e a jurisprudência. 03. (CESPE/MI/Assistente Técnico Administrativo/2013) Os costumes, a jurisprudência, a doutrina e a lei constituem as principais fontes do direito administrativo. 04. (INSTITUTO CIDADES/Prefeitura de Sobral-CE/Técnico Legislativo/2015) O Direito Administrativo tem como fontes norteadoras quatro principais objetos. Nesse sentido, assinale a alternativa que não representa um desses objetos: a) A lei. b) A jurisprudência. c) A doutrina. d) Os poderes constituídos. 05. (IBFC/SAEB-BA/Técnico de Registro de Comércio/ 2015) Assinale a alternativa que indica a fonte menos relevante para o Direito Administrativo brasileiro entre as enumeradas abaixo. a) Constituição Federal. b) Lei ordinária. c) Lei complementar. d) Jurisprudência. e) Costume. 06. (IDECAN/UFAL/Advogado/2014) Quanto às fontes do direito administrativo, relacione adequadamente as colunas. 1. Lei. 2. Doutrina. 3. Jurisprudência. 4. Costume. ( ) Formado(a) pelo portfólio teórico de princípios que se aplicam ao direito administrativo. ( ) Fonte primária do direito administrativo. ( ) A deficiência da legislação a confirma como fonte do direito administrativo. ( ) Reiteração de decisões similares sobre o mesmo tema, que orienta o sentido das discussões e suas decisões. A sequência está correta em a) 1, 4, 2, 3. b) 2, 1, 4, 3. c) 4, 2, 1, 3. d) 1, 2, 3, 4. e) 3, 1, 4, 2. GABARITO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 C E C D E B 3. PRINCÍPIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO 3.1. Considerações Iniciais sobre os Princípios Jurídicos 3.2. Regime Jurídico Administrativo 3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE OS PRINCÍPIOS JURÍDICOS Os princípios na ciência jurídica, assim como as regras, são dotados de poder impositivo. Ambos são espécies do gênero norma jurídica. Nesse sentido, um princípio, por si só, pode criar direitos ou impor obrigações, ainda que não haja regra nesse sentido. Exemplificando, aqueles que vivem em relação homoafetiva, conforme decidido pelo STF5, terão os mesmos direitos e deveres conferidos pela lei 9.278/1996 ao homem e à mulher que vivam em união estável. Perceba que a referida lei não criou regras para as relações entre pessoas do mesmo sexo, mas apenas para pessoas de sexos opostos6, entretanto, de acordo com o Supremo, em virtude do 5 ADI 4277 e ADPF 132. 6 Art. 1º, Lei 9.278 - É reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família. DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila 2018 | Prof. Lucas Martins CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 13 OS: 0112/1/18-Gil princípio da igualdade, tais direitos e deveres, por si só, nasceriam para as pessoas do mesmo sexo. Ademais, os princípios jurídicos impõem obrigações, podendo, independentemente de haver regras nesse sentido, anular atos jurídicos caso venham a ser desrespeitados. Dessa forma, é possível anular um determinado ato que esteja de acordo com a lei (respeito ao princípio da legalidade), mas que seja praticado de forma desonesta (desrespeito ao princípio da moralidade), pois, como será visto mais adiante, não há hierarquia entre os princípios que regem o atuar da Administração Pública. Importante notar que, ainda a título de considerações iniciais ao estudo dos princípios, alguns estudiosos trazem importante classificação que já veio a ser abordada em provas de direito administrativo. Trata-se de classificação que toma com base não apenas a ciência jurídica, mas todo e qualquer campo de conhecimento, vide: PRINCÍPIOS ONIVALEN- TES PRINCÍPIOS PLURIVALEN- TES PRINCÍPIOS MONOVALEN- TES PRINCÍPIOS SETORIAIS Também denominados princípios universais, são aqueles comuns a todos os ramos do saber. Comuns a um grupo de ciências. Referem-se a um só campo de conhecimento. Informam apenas um determinado setor em que se divide uma ciência. Exemplos: princípio da identidade; princípio da razão suficiente. Exemplos: princípio da causalidade, aplicável às ciências naturais; princípio do alterum non laedere (não prejudicar a outrem), aplicável às ciências naturais e às ciências jurídicas. Exemplos: princípios gerais do direito; princípio de que ninguém se escusa alegando ignorar a lei. Exemplos: princípio da proposta mais vantajosa (direito administrativo); princípio da autotutela (direito administrativo). 3.2. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO 3.2.1. Definição 3.2.2. Princípios em Espécie 3.2.1. DEFINIÇÃO Trata-se do conjunto harmônico de princípios de direito público que norteia toda a atuação da Administração Pública, aplicável aos órgãos e entes que a compõem, bem como aos agentes públicos em geral. Toda e qualquer pessoa que venha a se tornar agente público, passando a desempenhar alguma função administrativa em nome do Estado, deverá pautar sua atuação não apenas com base nas regras, mas também com base nos princípios que regem todo o atuar administrativo do Poder Público. Importante notar, ainda, que esses princípios aparecem como a forma de raciocinar o direito administrativo, isto é, de compreender sua lógica. Todos os institutos estudados no direito administrativo, de certa forma, decorrem de algum de seus princípios. Alguns exemplos: a) a exigência de prévia licitação às contratações realizadas pelo Estado, bem como de prévio concurso público para a investidura em cargos ou empregos públicos decorrem do princípio da impessoalidade; b) a organização administrativa do Estado em órgãos (desconcentração) e entidades (descentralização) decorre do princípio da especialidade; c) a prestação de serviços públicos deverá obediência ao princípio da continuidade; d) o controle dos atos praticados pela Administração Pública só será possível em virtude do princípio da publicidade; e) o estudo dos atos de improbidade administrativa possui bastante relação com o princípio da moralidade; f) o condicionamento da aquisição de estabilidade à aprovação do servidor efetivo em avaliação de desempenho funcional decorre do princípio da eficiência; g) a possibilidade do Estado efetuar desapropriações decorre do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado; etc. Por fim, deve-se ter em mente que o regime jurídico administrativo possui dois princípios basilares, dos quais decorrerão todos os demais: a) princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado; b) princípio da indisponibilidade do interesse público. Reciprocamente, esses princípios definem prerrogativas conferidas ao Estado, para que este consiga alcançar o interesse público e, em sentido contrário, certas restrições ao mesmo, na medida em que o titular da coisa pública não é o Estado, mas sim o povo. PREVISÃO CONSTITUCIONAL DOS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS Desde já, deve-se ter em mente que, com base na doutrina moderna, todos os princípios de direito administrativo estão na Constituição, apesar de alguns estarem lá expressamente e outros implicitamente. NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE OS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS Os princípios de direito administrativo possuem o mesmo grau de importância, não havendo princípio mais importante que o outro. Não é porque se trata de um princípio basilar, que este será mais importante que um dele decorrente. Não é porque se trata de um princípio expresso na Constituição, que este será mais importante que um DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila 2018 | Prof. Lucas Martins CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 14 OS: 0112/1/18-Gil implícito no texto constitucional. PRINCÍPIOS CONHECIDOS X PRINCÍPIOS RECONHECIDOS Para alguns doutrinadores, princípio conhecido é sinônimo de princípio expresso, enquanto princípio reconhecido aparece como sinônimo de princípio implícito. 3.2.2. PRINCÍPIOS EM ESPÉCIE Após trabalhar a ideia de regime jurídico administrativo, cabe fazer o estudo dos princípios administrativos em espécie. Podemos dividir a análise dos princípios administrativos em três partes: A) Princípios Basilares B) Princípios Expressos na CF C) Princípios Implícitos na CF A) PRINCÍPIOS BASILARES Deles decorrem todos os demais. São dois: i) Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o privado ii) Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público I) PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO A ideia é a de que o interesse público é supremo em relação ao interesse particular. Havendo conflito entre ambos, deve prevalecer o interesse público. É com base neste princípio, por exemplo, que os atos administrativos são dotados de presunção de legalidade, que há a possibilidade de desapropriação de imóveis de particulares, etc. Trata-se de prerrogativas conferidas à Administração pública, para que ela consiga perseguir o interesse coletivo. II) PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO Malgrado a Administração Pública possua prerrogativas, também possui alguns restrições. A ideia é a de que o Poder Público não pode deixar de atuar quando o interesse público assim o exigir, isto é, não poderá dispor do interesse público, na medida em que dele o Estado não é titular. Como dito, esses dois princípios básicos embasam o regime jurídico administrativo que se resume às prerrogativas nas prerrogativas que a Administração goza e nas limitações a que se submete. É o que ocorre, por exemplo, quando o Estado possui cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos (prerrogativas), mas, para contratar, deve realizar prévia licitação (restrição). B) PRINCÍPIOS EXPRESSOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL Os princípios de direito administrativo expressos na Constituição encontram-se nos art. 37, caput, da CRFB/88 (LIMPE)7 e no art. 5º, LV8. São eles: i) Princípio da Legalidade ii) Princípio da Impessoalidade iii) Princípio da Moralidade iv) Princípio da publicidade v) Princípio da Eficiência vi) Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa I) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE A Administração Pública apenas poderá atuar quando a lei determinar. Exatamente por isso, fala-se em princípio da subordinação à lei, ao contrário do que ocorre na iniciativa privada, em que se fala em princípio da não contradição à lei, isto é, os particulares podem fazer tudo o que não contrariar a lei. Diferentemente, não havendo permissivo legal, a Administração não pode atuar. Trata-se de clara decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público. A ideia é a de que a Administração só poderá atuar com autorização do titular desse interesse, que é o povo, que o faz por meio da lei editada por seus representantes legitimamente escolhidos (deputados, senadores, etc). Em outras palavras, a atuação da Administração depende da vontade da lei, isto é, da vontade do povo. II) PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE A ideia tradicional deste princípio é a de que a Administração deve atuar sem discriminar as pessoas, seja para beneficiá-las seja para prejudica-las. Pouco importa quem será atingido pelo ato, pois a atuação da Administração deve ser impessoal. 7 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 8 Art. 5º (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila 2018 | Prof. Lucas Martins CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 15 OS: 0112/1/18-Gil PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE À LUZ DO AGENTE PÚBLICO A atuação sem discriminar quem será beneficiado/prejudicado pela prática do ato, segundo a doutrina de Maria Sylvia Di Pietro, é uma manifestação do princípio da impessoalidade na (1) ótica do administrado. Entretanto, o referido princípio também deve ser analisado da (2) ótica do agente, isto é, da Administração Pública, no sentido de que quem atua não é a pessoa do agente que pratica o ato, mas sim o próprio Estado (órgão ou ente ao qual o agente esteja vinculado), conforme se depreende da teoria do órgão analisada na aula de organização administrativa. Exemplo: prefeito de um determinado Município que faz propaganda pessoal por obra realizada pela municipalidade. III) PRINCÍPIO DA MORALIDADE Também conhecido como princípio da honestidade, da boa- fé de conduta, da atuação não corrupta. Possui relação com o trato com a coisa pública, isto é, o administrador, ao tratar com a coisa pública, deve ser honesto. MORALIDADE JURÍDICA X MORALIDADE PÚBLICA (SOCIAL) Institutos que não se confundem. A moralidade pública procura fazer uma diferenciação entre o bem e o mal, o certo e o errado no senso comum da sociedade, enquanto que a moralidade jurídica está ligada sempre à ideia de bom administrador, de atuação que vise alcançar o bem estar de toda a coletividade. Exemplificando, o sujeito que é demitido por ser encontrado fazendo “sexo” na repartição pública é caso em que há violação apenas da moral pública, mas não da moral jurídica. Diferentemente, tem-se o caso do sujeito que é penalizado por desviar verba pública, em que efetivamente há violação a moral jurídica, isto é, que diz respeito ao trato com a coisa pública. IV) PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE É a ideia de transparência, no intuito de garantir não apenas um melhor (1) controle da atuação estatal, mas, também, que alguns atos venham a (2) produzir seus efeitos. Exemplificando, o administrador assinou um ato na repartição proibindo que se estacione em determinada via, sendo o ato existente e válido, mas ainda sem eficácia, eis que não houve publicação. Com base nesse princípio, é proibida a edição de atos secretos. Entretanto, importante notar que, como todo princípio, este não é absoluto, na medida em que a própria CRFB/88 ressalva que, havendo comprometimento da intimidade ou motivo de interesse social, a Administração poderá, de forma fundamentada, excepcionar o referido princípio9. V) PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA Princípio que se tornou expresso com o advento da EC 19/98. A ideia é produzir o máximo possível gastando-se o menos possível. É possível vislumbrá-lo, por exemplo, no art. 41 da CRFB/8810, que condiciona a aquisição de estabilidade por parte do servidor público à aprovação em avaliação periódica de desempenho. VI) PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA Ambos encontram-se no art. 5º, LV, da CRFB/8811 e, em linhas gerais, é o direito de se saber o que acontece no processo (contraditório) e de se manifestar na relação processual (ampla defesa). Ademais, a doutrina costuma analisar a ampla defesa, com base em três aspectos: DEFESA PRÉVIA DEFESA TÉCNICA DUPLO GRAU Indiscutivelmente aplicável no direito administrativo, configurando o direito de se manifestar antes de uma decisão administrativa. EXCEÇÃO: havendo emergência que exija a imediata práticado ato o contraditório (e consequentemente a defesa do interessado) será Com a Súmula Vinculante 05 do STF12, atualmente a presença de advogado em processo administrativo não é mais obrigatória. Entretanto, caso o administrado pretenda constituir Trata-se do direito ao recurso administrativo, isto é, do direito de reexame dos atos praticados pela Administração Pública, aspecto que não se restringe à via judicial, mas também se encontra presente no âmbito 9 Art. 5º (...) LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; 10 Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (...) §4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 11 Art. 5º (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 12 Súmula Vinculante 05, STF: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila 2018 | Prof. Lucas Martins CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 16 OS: 0112/1/18-Gil diferido/postergado, isto é, a defesa não será prévia, mas ulterior à prática do ato devido à urgência em praticá-lo. advogado, a Administração não poderá negar, sob pena de tal negação acarretar em nulidade do processo por cerceamento de defesa. administrativo. C) PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL Alguns princípios estão no texto constitucional apenas de forma implícita. Deve-se tomar cuidado, pois, muitos deles, embora não estejam expressos na Constituição Federal podem estar em algumas leis, como na Lei 9.784/99 (processo administrativo federal)13, na Lei 8.987/9514, que rege a prestação de serviço público por concessionárias e permissionárias, e na Lei 8.666/9315, que traz regras gerais sobre as licitações e os contratos administrativos. Os mais recorrentes em provas são os elencados abaixo: i) Princípio da Continuidade ii) Princípio da Autotutela iii) Princípio da Razoabilidade iv) Princípio da Proporcionalidade v) Princípio da Motivação vi) Princípio da Isonomia vii) Princípio da Finalidade viii) Princípio da Especialidade ix) Princípio da Segurança Jurídica I) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE A atividade administrativa, sobretudo a prestação do serviço público, deve ser ininterrupta, contínua, já que muitas 13 Art. 2º. A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 14 Art. 6º, §1º - Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. 15 Art. 3º. A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. necessidades da sociedade são inadiáveis. Se a prestação do serviço público é ininterrupta, surgem alguns questionamentos: II) PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA A Administração Pública tem o dever de anular os atos praticados, quando ilegais, ou de revoga-los, quando não houver mais interesse público, isto é, quando o forem inoportunos ou inconvenientes, sem a necessidade de interferência do poder judiciário (por isso se fala em autotutela, isto é, tutela por si só, sem a interferência de um terceiro). Atenção para a redação da súmula 473, muito recorrente nas provas: SÚMULA 473, STF A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. PRAZO MÁXIMO PARA ANULAÇÃO NO ÂMBITO FEDERAL Como será visto mais adiante, a Lei 9.784/99 prevê que a Administração possui o prazo máximo de cinco anos para rever os atos administrativos que sejam favoráveis a particulares, salvo comprovada a má-fé do beneficiado. III) PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE Em algumas situações, a Administração Pública age com discricionariedade, dentro de um juízo de oportunidade e conveniência. Ocorre que essa discricionariedade não pode virar arbitrariedade. A ideia do referido princípio é justamente a de que o agente público, ao agir exercendo o chamado juízo de conveniência e oportunidade, deve respeitar certos padrões éticos e adequados ao senso comum. Caso o ato praticado seja ilegal ou viole o princípio da razoabilidade, poderá ele ser anulado, inclusive, pela via judicial. Em palavras simples, o princípio da razoabilidade aparece como limitador da atuação discricionária do Estado. IV) PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE A ideia é a de haja equilíbrio entre o ato a ser praticado e os fins a serem alcançados pela Administração Pública. V) PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO Trata-se do dever imposto ao ente estatal de indicar os pressupostos de fato e de direito que determinaram a prática de um determinado ato administrativo, no intuito de DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila 2018 | Prof. Lucas Martins CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 17 OS: 0112/1/18-Gil que se possibilite o controle de tais atos. Só se pode controlar um determinado ato quando o referido ato encontra-se motivado. VI) PRINCÍPIO DA ISONOMIA Trata-se de garantia constitucional que deve ser observada, inclusive, pela Administração Pública no desempenho da função administrativa. A ideia é a de isonomia material, em que se deve de tratar os desiguais de forma desigual para que eles venham a se igualar. Nesse sentido, é possível se verificar vários programas governamentais de inclusão social. VII) PRINCÍPIO DA FINALIDADE A ideia é a de que o agente público, ao se deparar com uma norma de direito administrativo, deverá interpretá-la e aplica-la de forma a melhor garantir o fim público a que a norma se destina a resguardar. VIII) PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE Trata-se de princípio que decorre de outros dois: eficiência e indisponibilidade do interesse público. A ideia é que a Administração Pública se estruture em órgãos ou entes que sejam especializados em uma determinada atividade pública, no intuito de que, havendo um órgão/ente específico para prestar um determinado serviço, este o será realizado de forma mais eficiente. É com base nesse princípio que se fala em desconcentração e descentralização da Administração Pública. IX) PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA Também pode aparecer como princípio da proteção à confiança. A ideia é a de garantirque o cidadão de boa-fé não seja surpreendido por alterações repentinas na ordem jurídica posta. Por trás do referido princípio está a ideia de que o cidadão deve confiar nas instituições públicas. JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL SÚMULA VINCULANTE N. 03 Nos processos perante o tribunal de contas da união asseguram-se o contraditório e a ampla, defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. SÚMULA VINCULANTE N. 05 A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a constituição. SÚMULA VINCULANE N. 13 A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal é dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. SÚMULA VINCULANTE N. 21 É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. SÚMULA N. 346 A administração pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos. SÚMULA N. 473 A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. SÚMULA N. 683 O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 12, XXX, da Constituição Federal, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA SÚMULA 373 É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo. QUESTÕES 01. (2015/CESPE/TCU/Auditor Federal de Controle Externo) De acordo com entendimento dominante, é legítima a publicação em sítio eletrônico da administração pública dos nomes de seus servidores e do valor dos vencimentos e das vantagens pecuniárias a que eles fazem jus. 02. (2015/CESPE/TCU/Auditor Federal de Controle Externo) O princípio da eficiência, considerado um dos DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila 2018 | Prof. Lucas Martins CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 18 OS: 0112/1/18-Gil princípios inerentes à administração pública, não consta expressamente na CF. 03. (2015/CESPE/TCU/Técnico Federal de Controle Externo) Se for imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, será permitido o sigilo dos atos administrativos. 04. (2015/CESPE/TCU/Técnico Federal de Controle Externo) Ofenderá o princípio da impessoalidade a atuação administrativa que contrariar, além da lei, a moral, os bons costumes, a honestidade ou os deveres de boa administração. 05. (2015/CESPE/FUB/Administrador) A ação administrativa tendente a beneficiar ou a prejudicar determinada pessoa viola o princípio da isonomia. 06. (2015/CESPE/FUB/Administrador) O agente público só poderá agir quando houver lei que autorize a prática de determinado ato. 07. (2015/CESPE/TJ-PB/Juiz Substituto/Adaptada) A administração pública deve dar publicidade aos atos administrativos individuais e gerais mediante publicação em diário oficial, sob pena de afronta ao princípio da publicidade. 08. (2015/CESPE/TJ-PB/Juiz Substituto/Adaptada) Por força do princípio da motivação, que rege a atuação administrativa, a lei veda a prática de ato administrativo em que essa motivação não esteja mencionada no próprio ato e indicada em parecer. 09. (2015/CESPE/FUB/Assistente em Administração) A pretexto de atuar eficientemente, é possível que a administração pratique atos não previstos na legislação. 10. (2015/CESPE/FUB/Assistente em Administração) O princípio da legalidade limita a atuação do Estado à legislação existente. 11. (2015/CESPE/FUB/Assistente em Administração) De acordo com o princípio da moralidade, os agentes públicos devem atuar de forma neutra, sendo proibida a atuação pautada pela promoção pessoal. 12. (2015/CESPE/FUB/Assistente em Administração) Apesar de o princípio da moralidade exigir que os atos da administração pública sejam de ampla divulgação, veda-se a publicidade de atos que violem a vida privada do cidadão. 13. (2015/CESPE/FUB/Assistente em Administração) Na hierarquia dos princípios da administração pública, o mais importante é o princípio da legalidade, o primeiro a ser citado na CF. 14. (2015/CESPE/MPU/Técnico do MPU) O servidor responsável pela segurança da portaria de um órgão público desentendeu-se com a autoridade superior desse órgão. Para se vingar do servidor, a autoridade determinou que, a partir daquele dia, ele anotasse os dados completos de todas as pessoas que entrassem e saíssem do imóvel. Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue. O ato praticado pela autoridade superior, como todos os atos da administração pública, está submetido ao princípio da moralidade, entretanto, considerações de cunho ético não são suficientes para invalidar ato que tenha sido praticado de acordo com o princípio da legalidade. 15. (2015/CESPE/TRE-GO/Técnico Judiciário) Por força do princípio da legalidade, o administrador público tem sua atuação limitada ao que estabelece a lei, aspecto que o difere do particular, a quem tudo se permite se não houver proibição legal. 16. (2015/CESPE/TRE-GO/Técnico Judiciário) Em decorrência do princípio da impessoalidade, previsto expressamente na Constituição Federal, a administração pública deve agir sem discriminações, de modo a atender a todos os administrados e não a certos membros em detrimento de outros. 17. (2015/CESPE/TRE-GO/Técnico Judiciário) O princípio da eficiência está previsto no texto constitucional de forma explícita. 18. (2015/CESPE/TRE-GO/Técnico Judiciário) O regime jurídico-administrativo brasileiro está fundamentado em dois princípios dos quais todos os demais decorrem, a saber: o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado e o princípio da indisponibilidade do interesse público. 19. (CESPE/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2015/Adaptada) O princípio da proteção à confiança legitima a possibilidade de manutenção de atos administrativos inválidos. 20. (INSTITUTO AOCP/EBSERH/Advogado/2015/ ADAPTADA) Os Princípios que regem o Direito Administrativo são unicamente os previstos no art. 37 da Constituição Federal. 21. (INSTITUTO AOCP/EBSERH/Advogado/2015/ ADAPTADA) Pelo Princípio da Publicidade, todos os atos da Administração Pública devem ser públicos, sem exceção. DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS | Apostila 2018 | Prof. Lucas Martins CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 19 OS: 0112/1/18-Gil 22. (INSTITUTO AOCP/EBSERH/Advogado/2015/ ADAPTADA) Os atos discricionários do administrador público devem estar vinculados ao Princípio da Razoabilidade. 23. (INSTITUTO AOCP/UFPEL/Advogado/2015/ADAPTADA) Em cumprimento ao princípio da Eficiência, o agente administrativo não precisa respeitar o princípio da legalidade e da moralidade administrativa.
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