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CONTABILIDADE 
E ANÁLISE DE 
BALANÇOS
Professora Me. Juliana Moraes da Silva 
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; SILVA, Juliana Moraes da. 
 Contabilidade e Análise de Balanços. Juliana Moraes da Silva. 
 (Reimpressão)
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018.
 188 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Análise. 2. Contabilidade. 3. Balanços. 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0531-8
CDD - 22 ed. 657
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Direção Operacional de Ensino
Kátia Coelho
Direção de Planejamento de Ensino
Fabrício Lazilha
Direção de Operações
Chrystiano Mincoff
Direção de Mercado
Hilton Pereira
Direção de Polos Próprios
James Prestes
Direção de Desenvolvimento
Dayane Almeida 
Direção de Relacionamento
Alessandra Baron
Head de Produção de Conteúdos
Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli
Gerência de Produção de Conteúdo
Juliano de Souza
Supervisão do Núcleo de Produção de 
Materiais
Nádila de Almeida Toledo
Coordenador de Conteúdo
Silvio César de Castro
Lideranças de área
Angelita Brandão, Daniel F. Hey, Hellyery Agda
Design Educacional
Deborha Caroline Batista Rodrigues Arrias, 
Marcus Vinicius Almeida da Silva Machado
Iconografia
Ana Carolina Martins Prado
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
André Morais de Freitas
Editoração
Ellen Jeane da Silva
Revisão Textual
Kaio Vinicius Cardoso Gomes
Erica Fernanda Ortega
Ilustração
Bruno Cesar Pardinho
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca 
por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma 
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar 
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir 
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica 
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e 
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela 
qualidade e compromisso do corpo docente; 
aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade 
da oferta dos ensinos presencial e a distância; 
bem-estar e satisfação da comunidade interna; 
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de 
cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Diretoria Operacional 
de Ensino
Diretoria de 
Planejamento de Ensino
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou 
seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de 
Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista 
às aulas ao vivo e participe das discussões. Além dis-
so, lembre-se que existe uma equipe de professores 
e tutores que se encontra disponível para sanar suas 
dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza-
gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e 
segurança sua trajetória acadêmica.
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Professora Me. Juliana Moraes da Silva
Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá (2016). 
Possui Bacharelado em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de 
Maringá (2006) e Licenciatura em Matemática pela Universidade Estadual de 
Maringá (2001). Atualmente, é Perita Contábil nas áreas Civil e Trabalhista, 
é também Professora e Coordenadora do Curso de Ciências Contábeis da 
UNICESUMAR - Centro Universitário Cesumar. Possui experiência na área de 
Administração, com ênfase em Ciências Contábeis.
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! 
Há uma frase bastante popular que diz o seguinte: “Para quem não sabe aonde quer 
chegar, qualquer caminho serve”. 
É mais ou menos assim que muitas pessoas vivem, não sabem o que querem, seguem 
por qualquer caminho e por isso, nunca conseguem nada, nem chegam a lugar nenhum.
Mas você é diferente, você escolheu o caminho da academia e, para seguir este caminho 
é preciso traçar uma meta e, para buscá-la, é necessário planejamento, organização, per-
severança, conhecer as possibilidades e aproveitar as oportunidades. Tenha calma, você 
vai chegar lá, mas deve ser um passo de cada vez. No ensino a distância, é a sua discipli-
na de cada dia, de cada mês, de cada ano, que lhe mostrará que você está chegando lá.
Temos o desejo de contribuir com a construção do seu conhecimento. E é com grande 
satisfação que este material de Contabilidade e Análise de Balanços foi especialmente 
elaborado para auxiliar nos passos da sua caminhada.
O presente material está estruturado em 5 unidades, nas quais apresentamos uma ex-
planação teórica acerca dos temas abordados, exemplos, dicas e sugestões de leituras 
complementares, exercícios resolvidos, finalizando com uma lista de atividades.
A inserção da contabilidade como ciência social e os princípios que norteiam a con-
tabilidade financeira estão apresentados na Unidade I. Na Unidade II, constam alguns 
conceitos básicos para a sistematização do objeto de estudo da contabilidade: o patri-
mônio. As demonstrações contábeis, também chamadas de demonstrações financeiras, 
são apresentadasaos alunos na Unidade III. Finalizada esta etapa de conhecimento da 
contabilidade, dá-se início à análise destes demonstrativos. Na unidade IV, destacam-se 
os procedimentos necessários que antecedem a análise e evidenciam duas técnicas de 
análise: análise vertical e horizontal. Por fim, na última Unidade, é abordado uma impor-
tante técnica de análise: os indicadores. 
Ante todo o exposto, não perca mais tempo, o seu futuro só depende de você. Vamos 
dar o próximo passo? Bons estudos!
APRESENTAÇÃO
CONTABILIDADE E ANÁLISE DE BALANÇOS
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
ESTRUTURA BÁSICA DA CONTABILIDADE
15 Introdução
16 Ciência Contábil 
19 Pessoas Física e Jurídica 
24 Objeto, Objetivo e Usuários da Contabilidade 
29 Campo de Atuação da Ciência Contábil 
32 Princípios de Contabilidade 
39 Atributos da Informação Contábil 
42 Considerações Finais 
50 Referências 
51 Gabarito 
UNIDADE II
SISTEMATIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO
55 Introdução
56 Bens e Direitos Econômicos 
60 Obrigações 
62 Patrimônio 
67 Balanço Patrimonial 
70 Ativo 
74 Passivo 
SUMÁRIO
10
76 Patrimônio Líquido
80 Origens e Aplicações 
81 Balanços Sucessivos 
86 Considerações Finais 
94 Referências 
95 Gabarito 
UNIDADE III
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
99 Introdução
100 Demonstrações Financeiras 
103 Demonstração do Resultado do Exercício 
111 Outras Demonstrações Financeiras 
129 Considerações Finais 
135 Referências 
136 Gabarito 
UNIDADE IV
ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL
139 Introdução
140 Introdução à Análise das Demonstrações Financeiras 
143 Análise Vertical 
SUMÁRIO
11
146 Análise Horizontal
151 Considerações Finais 
158 Referências 
159 Gabarito 
UNIDADE V
ANÁLISE DE INDICADORES FINANCEIROS
163 Introdução
166 Índice de Liquidez 
170 Índice de Endividamento 
172 Índice de Lucratividade 
176 Índice de Rentabilidade 
178 Considerações Finais 
185 Referências 
187 Gabarito 
188 CONCLUSÃO
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Professora Me. Juliana Moraes da Silva
ESTRUTURA BÁSICA DA 
CONTABILIDADE
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Compreender a inserção da ciência contábil na ciência social.
 ■ Diferenciar as pessoas físicas das jurídicas.
 ■ Reconhecer o objeto, objetivo e usuários internos e externos da 
contabilidade.
 ■ Identificar os campos de atuação da contabilidade na atualidade.
 ■ Conhecer os princípios de contabilidade da Resolução CFC n. 750-
1993 e alterações.
 ■ Verificar os atributos da informação contábil da Resolução CFC n. 
185-1995.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Ciência contábil
 ■ Pessoas física e jurídica
 ■ Objeto, objetivo e usuários da Contabilidade
 ■ Campo de atuação da ciência contábil
 ■ Princípios de Contabilidade
 ■ Atributos da Informação contábil
Introdução
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INTRODUÇÃO
Olá caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) ao mundo da contabilidade! Aqui, nem 
tudo são números e cálculos, mas tudo ocorre de maneira lógica. O conteúdo 
desta disciplina cumulado com seu conhecimento acerca do mundo à sua volta, 
em especial o seu conhecimento em relação ao mundo dos negócios, lhe pro-
porcionará condições de melhor investir ou negociar.
 A compreensão da contabilidade amplia o conhecimento acerca dos fatos 
ocorridos na empresa e a possibilidade de análise. Você perceberá a importância 
de se compreender o sentido das palavras de acordo com a terminologia con-
tábil. Neste estudo, vários termos que são usuais no seu dia a dia são trazidos 
para análise. São termos que talvez você nunca tenha parado pra analisar o sig-
nificado nos termos da lei. 
A compreensão da estrutura básica da contabilidade trabalhada e possibi-
lita o desenvolvimento do aprendizado de forma clara e efetiva, uma vez que 
alguns termos comuns no uso de nosso dia a dia, bem como Ciências e Pessoas, 
são definidos à luz da terminologia contábil.
A contabilidade surgiu em razão da necessidade do homem. Sua histó-
ria confunde-se com a própria história da civilização, totalmente interligada 
com atividades de interpretação dos fatos ocorridos e propostos pelo homem. 
Mesmo estando em uma sociedade em constante evolução, o objeto de estudo e 
o objetivo da contabilidade permanecem praticamente inalterados desde a sua 
sistematização.
O campo de atuação da contabilidade é amplo e diversificado, vai desde 
aplicações para fins fiscais e controle até a interferência no processo decisório, 
razões pelas quais as informações geradas pela contabilidade devem ocorrer de 
forma fidedigna e em tempo real, refletindo a real situação econômica e finan-
ceira da empresa. Os principais usuários da informação financeira são credores 
e investidores em potencial, mas gestores e funcionários também utilizam os 
dados contábeis evidenciados nas demonstrações.
As normas brasileiras de contabilidade são de observância obrigatória. Os 
pilares que permitem todo o arcabouço teórico contábil consistem nos Princípios 
de Contabilidade, abordados de forma simplificada. Ótimo estudo!
©shutterstock
ESTRUTURA BÁSICA DA CONTABILIDADE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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CIÊNCIA CONTÁBIL
Ciência: “conjunto de conhecimentos socialmente adquiridos ou produzidos, his-
toricamente acumulados, dotados de universalidade e objetividade que permitem 
sua transmissão e, estruturados com métodos, teorias e linguagens próprias, que 
visam compreender e, possivelmente, orientar a natureza e as atividades huma-
nas” (Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 2009).
Para Lakatos e Marconi (2010), o Método Científico é uma forma de inves-
tigação da natureza e pode ser elencado nas seguintes etapas:
 ■ A identificação do problema ou observação do fenômeno: ato de exami-
nar minuciosamente qualquer coisa. 
 ■ Levantamento de hipóteses: o problema deve ser identificado e enunciado 
de tal maneira que todos entendam do que se trata.
 ■ Os experimentos científicos: ocorrem quando se realiza todos os expe-
rimentos teóricos e práticos em busca de explicações para determinado 
problema.
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 ■ A publicação do trabalho: quando já se chegou a uma conclusão e deve-
-se expô-lo à crítica da comunidade científica. Desse modo, pode-se levar 
a tecnologia à todas as partes do mundo.
A ciência tem várias divisões, das quais destacam-se:
Ciência Exata: qualquer campo da ciência capaz de expressar quantida-
des, predições precisas e métodos rigorosos de testar hipóteses, especialmente 
os experimentos reprodutíveis envolvendo predições e medições quantificáveis 
pela Matemática, Física, Engenharia, Química, Estatística.
Ciência Social: ramo da ciência que estuda os aspectos sociais do ser 
humano. Propõe conhecer o ser humano enquanto elemento integrante de 
grupo organizado.
A Ciência Contábil ou Contabilidade é uma Ciência Social. Para Franco 
(1989), a contabilidade é uma ciência social que estuda os fenômenos no patri-
mônio das entidades, mediante registro, classificação, demonstração, análise e 
interpretação dos fatos contábeis, objetivando oferecer informações e orienta-
ções para o auxílio na tomada de decisões. 
Embora a contabilidade utilize métodos quantitativos, não se pode interpre-
tar a aplicação como sendo uma ciência exata,pois esta objetiva as quantidades 
abstratas que independem de ações humanísticas e não as aplicações.
A ciência da contabilidade, na condição de ciência humana, tem um relacio-
namento estreito com as outras áreas do conhecimento universal. Diante desta 
interface o estudo da ciência contábil não pode deixar de conhecer os aspectos 
das outras ciências que se aplicam ao seu estudo, tanto no campo teórico como 
no prático ou operacional.
ESTRUTURA BÁSICA DA CONTABILIDADE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
Assim como as casas são feitas de pedras, a ciência é feita de fatos. Mas uma 
pilha de pedras não é uma casa e uma coleção de fatos não é, necessaria-
mente, ciência.
 (Jules Henri Policare)
A Resolução 750/93 (on-line)1 do Conselho Federal de Contabilidade, em 
seu apêndice, descreve que:
Contabilidade possui objeto próprio – o Patrimônio das Entidades – e consis-
te em conhecimentos obtidos por metodologia racional, com as condições 
de generalidade, certeza e busca das causas, em nível qualitativo semelhan-
te às demais ciências sociais. A Resolução alicerça-se na premissa de que a 
Contabilidade é uma Ciência Social com plena fundamentação epistemoló-
gica. Por consequência, todas as demais classificações – método, conjunto 
de procedimentos, técnica, sistema, arte, para citarmos as mais correntes 
– referem-se a simples facetas ou aspectos da contabilidade, usualmente 
concernentes à sua aplicação prática, na solução de questões concretas.
O patrimônio também é objeto de outras ciências sociais – por exemplo, da 
Economia, da Administração e do Direito – que, entretanto, o estudam por 
ângulos diversos daquele da contabilidade, que o estuda nos seus aspec-
tos quantitativos e qualitativos. A contabilidade busca, primordialmente, 
aprender, no sentido mais amplo possível, e entender as mutações sofridas 
pelo patrimônio, tendo em vista, muitas vezes, uma visão prospectiva de 
possíveis variações. As mutações tanto podem decorrer da ação do homem, 
quanto, embora quase sempre secundariamente, dos efeitos da natureza 
sobre o patrimônio.
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PESSOAS FÍSICA E JURÍDICA
Desde os tempos mais remotos o homem procurou se agrupar, viu que sozinho, 
sem ajuda mútua, não poderia sobreviver. Com o passar dos anos, passou a se 
juntar, principalmente para a realização de determinados objetivos comuns ou 
negócios, criando as companhias ou empresas.
Hoje, por força de lei, a pessoa natural recebe o nome de pessoa física, e as 
pessoas físicas, quando identificadas por um número de Cadastro Nacional de 
Pessoa Jurídica (CNPJ), são denominadas pessoas jurídicas.
©shutterstock
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ESTRUTURA BÁSICA DA CONTABILIDADE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Figura 1 – Pessoa física e pessoa jurídica.
Pessoas de acordo com o código civil brasileiro – lei 10.406, de 
10/01/2002
Observamos que no ambiente social muitas forças coexistem e se relacionam 
umas com as outras, em ambiente de conflito ou harmonia. Destacam-se den-
tre estas forças, as pessoas naturais/físicas e jurídicas. 
Pessoa Natural ou Física 
a) Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil (Art. 1º); 
b) A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a 
lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro (Art. 2º); 
A Contabilidade, na condição de Ciência Social, se vincula às pessoas. 
Pessoa Física Pessoa Jurídica
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c) A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, 
quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão defi-
nitiva. (Art. 6º); 
Assim, quando deparamos com qualquer ser humano, estamos deparando com 
uma pessoa natural ou física.
Pessoa Jurídica 
O código civil classifica as pessoas jurídicas como sendo de direito público 
(interno ou externo), e de direito privado. 
Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno (Art.41): 
I - a União; (Ex: República Federativa do Brasil). 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; (Ex: Estado do Pa-
raná).
III - os Municípios; (Ex: Município de Maringá).
IV- as autarquias, inclusive as associações públicas.
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Pessoas Jurídicas de Direito Público Externo
Consideram-se Pessoas Jurídicas de Direito Público Externo os Estados estran-
geiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público 
(Art. 42). (Ex: Estados Unidos da América, Portugal, ONU).
Pessoas Jurídicas de Direito Privado
Correspondem às pessoas que não são públicas. Começa a existência legal das 
Pessoas Jurídicas de Direito Privado com a inscrição do ato constitutivo (Contrato 
Social, Estatuto) no respectivo registro, precedida, quando necessário, de auto-
rização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as 
alterações por que passar o ato constitutivo. A sociedade adquire personalidade 
jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos cons-
titutivos (Arts. 45, 985 e 1150).
ESTRUTURA BÁSICA DA CONTABILIDADE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Termina a existência da pessoa jurídica com a inscrição do destrato social no 
respectivo órgão de registro.
São Pessoas Jurídicas de Direito Privado (Art. 44):
I - as associações. 
II - as sociedades. 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas.
V - os partidos políticos.
Pessoas no sentido contábil 
Para a ciência contábil, fora do contexto do Código Civil Brasileiro, o conceito 
e classificação das entidades contábeis são os seguintes:
Entidade Contábil ou Azienda
A Entidade Contábil/Azienda pode ser definida como um patrimônio sob a 
ação administrativa do homem, que age sobre ele praticando atos de natureza 
econômica. 
A pessoa física que exerce qualquer atividade econômica de natureza ci-
vil ou comercial, com a finalidade de obtenção de lucro, mediante venda 
a terceiro de bens ou serviços, é considerada por força de lei como pessoa 
jurídica, exceto quanto às profissões de que trata o art. 150, § 2º, do Decreto 
nº 3.000, de 26 de março de 1999 – Regulamento do Imposto sobre a Renda 
– RIR.
Fonte: Decreto nº 3.000 (1999)².
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Segundo o Novo Dicionário Aurélio (2009), azienda é: 
complexo de obrigações, bens materiais e direitos que constituem um 
patrimônio, representados em valores ou que podem ser objeto de 
apreciação econômica, considerado juntamente com a pessoa natural 
ou jurídica que tem sobre ele poderes de administração e disponibili-
dade.
As entidades contábeis/aziendas, quanto aos fins, classificam-se em:
a) Sociais: são aquelas cujo fim é apenas social, ou seja, não visam lucros. 
Podemos citar como aziendas sociais as associações beneficentes, esportivas, 
culturais, recreativas etc. 
b) Econômico-sociais: são aquelas que além de terem finalidades sociais 
buscam, também, um aumento delas mesmas, com o objetivo de prestar ser-
viços, pecúlios, benefícios etc.às pessoas que contribuíram para sua formação. 
Podemos citar como exemplo desse tipo de azienda os institutos de pensão, apo-
sentadoria, pecúlio e previdência. 
c) Econômicas: são aquelas constituídas com a finalidade de obter lucros que 
seriam revertidos em seu próprio benefício e no das pessoas que contribuíram 
para sua formação. Nesse tipo de azienda, podemos classificar todas as socieda-
des comerciais, industriais, agrícolas, de serviços, além de outras que tenham 
lucro como finalidade. No Brasil, essas entidades econômicas são denomina-
das sociedades empresariais, empresas, fundos de comércio, estabelecimento.
As entidades contábeis/aziendas, quanto aos seus proprietários, classifi-
cam-se em: 
a) Públicas: são as que pertencem à comunidade, mas que podem estar sob 
a administração do poder público ou privado. Podemos citar, por exemplo, as 
fundações, os sindicatos, as fundações com fins educacionais, intelectuais, espor-
tivos e, o próprio Estado. 
b) Particulares: são as propriedades particulares pertencentes a uma pessoa 
ou a um grupo de pessoas, como as sociedades civis ou comerciais ou o próprio 
patrimônio de uma família. 
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ESTRUTURA BÁSICA DA CONTABILIDADE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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OBJETO, OBJETIVO E USUÁRIOS DA 
CONTABILIDADE
O estudo de uma nova disciplina é de importância ímpar para composição do 
conhecimento. O perfeito entendimento dos conceitos básicos envolvidos em 
cada desafio requer a compreensão de termos e expressões adotadas nas áreas 
exploradas. 
Mas afinal, o que é Contabilidade? 
Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de 
controle e de registro relativas à administração econômica.
A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avalia-
ção destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de 
natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação 
à entidade objeto de contabilização (Deliberação 29/1986 da Comissão 
de Valores Mobiliários).
A Contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio à disposição das azien-
das em seus aspectos estáticos e em suas variações, para evidenciar os efeitos da 
administração sobre a formação e a distribuição dos créditos.
Figura 2 – Usuários da contabilidade: credores, financiadores e fornecedores
Objeto, Objetivo e Usuários da Contabilidade
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Objeto de estudo da contabilidade
A contabilidade registra, controla, analisa e relata os fatos que afetam o patri-
mônio econômico. 
Desta forma, pode-se dizer que o objeto de estudo da Contabilidade é o 
Patrimônio das entidades contábeis e suas variações. 
Objetivo da contabilidade 
A Contabilidade é classificada como ciência social e estuda o Patrimônio com 
a finalidade de fornecer aos seus usuários informações econômicas, financei-
ras e patrimoniais, sendo esse o objetivo e o fim que justifica a existência da 
Contabilidade.
Para Szuster et al. (2013), contabilidade é um sistema de informação e avalia-
ção destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza 
econômica, financeira, física e de produtividade no que tange à entidade objeto 
da contabilização.
Na figura a seguir, observa-se o sistema para processamento de dados:
Figura 3 - Processamento de dados
Fonte: adaptado de Szuster et al. (2013).
ESTRUTURA BÁSICA DA CONTABILIDADE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Diante do exposto, pode-se afirmar que os objetivos da contabilidade são:
Proceder ao registro da estrutura societária da organização, bem como, altera-
ções futuras.
 ■ Registrar, analisar e controlar o patrimônio das entidades.
 ■ Gerar informações para tomada de decisão da administração.
 ■ Gerar informações para terceiros com vínculo de interesse para com o 
empreendimento (acionistas, investidores, fornecedores, governo etc.).
Silva (2002, on-line)3, afirma que a Contabilidade pode ser estudada de modo 
geral (para todas as empresas) ou em particular (aplicada em certo ramo de ativi-
dade ou setor da economia). Assim, no estudo da Contabilidade pode-se enfocar, 
dentre outros, os seguintes ramos:
 ■ Contabilidade Comercial e de Serviços.
 ■ Contabilidade Industrial.
 ■ Contabilidade Bancária.
 ■ Contabilidade Hospitalar.
 ■ Contabilidade Pública.
 ■ Contabilidade Agropecuária.
 ■ Contabilidade Securitária.
 ■ Contabilidade de Transporte (rodoviário, marítimo, aéreo).
 ■ Contabilidade das Pessoas Físicas e Atividade Rural.
 ■ Contabilidade de Autônomos.
Objeto, Objetivo e Usuários da Contabilidade
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Usuários da contabilidade
Considera-se usuário TODAS as pessoas que se utilizam da Contabilidade. Os 
usuários da informação contábil podem ser internos e externos, correspondem 
a todas as entidades contábeis (pessoas físicas e jurídicas) que, direta ou indi-
retamente, tenham interesses na avaliação e na situação da entidade contábil.
De acordo com o CPC 00 (R1) (2011, on-line)4:
as demonstrações contábeis são elaboradas e apresentadas para usuá-
rios externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e ne-
cessidades diversas. Governos, órgãos reguladores ou autoridades tri-
butárias, por exemplo, podem determinar especificamente exigências 
para atender a seus próprios interesses.
A depender do tamanho da empresa e da tecnologia utilizada, a diversidade de 
informação gerada é extensa, possibilitando atender a uma gama de usuários. 
Usuários internos como os administradores se valem de informações finan-
ceiras e operacionais, como por exemplo, ciclo financeiro, ciclo operacional, fluxo 
de caixa, tempo de estocagem. Já os empregados, têm interesse em informações 
quanto à capacidade de pagamento da empresa. 
De acordo com Castro (2014), o usuário interno principal da informação 
contábil é a alta administração, que pela proximidade à Contabilidade, pode 
solicitar a elaboração de relatórios e demonstrativos de acordo com suas neces-
sidades específicas, auxiliando na gestão do negócio. Os relatórios específicos 
podem, além de abranger quaisquer áreas de informação (fluxo financeiro, dis-
ponibilidades, contas a pagar, contas a receber, aplicações financeiras, compra e 
vendas no dia ou no período e os gastos gerais de funcionamento), ser elabora-
dos diariamente ou em curtos períodos de tempo (semana, quinzena, mês etc.), 
de acordo com as necessidades administrativas. 
Os usuários externos concentram suas atenções, de forma geral, em aspec-
tos mais genéricos, expressos nas demonstrações contábeis.
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Para Miranda (2002, on-line)5, os usuários externos são todas as pessoas ou 
grupos de pessoas sem facilidade de acesso direto às informações, mas que as 
recebem de publicações das demonstrações pela entidade, tais como:
 ■ Bancos: interessados nas demonstrações financeiras a fim de analisar a 
concessão de financiamentos e medir a capacidade de retorno do capi-
tal emprestado.
 ■ Concorrentes: interessados em conhecer a situação da empresa para poder 
atuar no mercado.
 ■ Governo: necessita obter informações sobre as receitas e as despesas, para 
poder atuar sobre o resultado operacional no que concerne a sua parcela 
de tributação.■ Fornecedores: interessados em conhecer a situação da entidade para poder 
continuar ou não as transações comerciais com a entidade, além de medir 
a garantia de recebimento futuro.
 ■ Clientes: interessados em medir a integridade da entidade e a garantia de 
que seu pedido será atendido nas suas especificações e no tempo acordado.
 ■ A qualidade da informação fornecida aos usuários deve sempre ser asse-
gurada pelos Princípios de Contabilidade.
Todos podem utilizar informações financeiras geradas pela contabilidade, 
desde credores, investidores até mesmo os empregados da empresa.
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CAMPO DE ATUAÇÃO DA CIÊNCIA CONTÁBIL
A contabilidade é aplicada a qualquer tipo de pessoa que exerça atividades para 
alcançar determinados fins, sejam eles lucrativos ou não.
O campo de atuação da Contabilidade no sentido mais amplo é a azienda. 
Está presente nas empresas públicas e privadas para fornecer diversos tipos de 
informações.
Szuster et al. (2013) afirma que “a atuação segmentada da Contabilidade 
Gerencial, da Contabilidade Financeira e da Contabilidade Fiscal retrata este 
processo que fornece, no conjunto, as informações mais utilizadas no mundo 
dos negócios”. 
Uma síntese das características dos campos de atuação da contabilidade pode 
ser verificada no Quadro 1.
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ESTRUTURA BÁSICA DA CONTABILIDADE
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Quadro 1 – Características dos segmentos da contabilidade
CARACTERÍSTICAS
CONTABILIDADE 
GERENCIAL
CONTABILIDADE 
FINANCEIRA
CONTABILIDADE 
FISCAL
Adoção e elaboração Facultativa Obrigatória Obrigatória
Utilizada para Relações Internas. Relações externas. Relações Tributárias.
Vínculo à legislação
Não está condicionada às 
disposições legais.
Condicionado às 
disposições legais.
Condicionada às 
disposições legais e 
tributárias.
Vínculo aos Princí-
pios Contábeis
Não precisa acompanhar.
Deve acompanhar 
todos os Princípios 
de Contabilidade.
Normalmente o fisco 
acompanha, mas tem 
poder de determinar 
tratamento diferente.
Produto Principal
Relatórios para planeja-
mento e controle.
Conjunto completo 
de demonstrações 
contábeis.
Relatórios específicos 
exigidos por lei.
Visão da empresa Interesse nas partes.
Empresa como um 
todo.
Empresa como um 
todo.
A informação é Rápida.
Relevante e confi-
ável.
Precisa (objetiva).
A informação busca Utilidade.
Essência econômica 
das transações.
Objetividade e lega-
lidade.
Fonte: adaptado de Szuster et al. (2013).
A rapidez de comunicação e informação entre pessoas e países trouxe consequências 
determinantes para a Entidade Contábil, tornando-a mais competitiva, global, 
instável e complexa. Em razão desses fatos, as Entidades Contábeis passaram a 
exigir uma Contabilidade em tempo real, não só das informações patrimoniais até 
então geradas, mas também de outras de natureza financeira, econômica, social. 
O usuário da contabilidade não se contenta mais com informações fracionadas, 
quer uma visão contextualizada, integral de todo o sistema que envolve a entidade 
contábil.
Campo de Atuação da Ciência Contábil
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A barreira que a contabilidade tradicional tinha em transformar a enorme 
quantidade de dados em informações úteis para a entidade contábil está sendo 
vencida graças à informática. Atualmente, as informações estão sendo geradas 
de forma eficaz, gerando maior segurança no controle.
Vale ressaltar caro(a) aluno(a), que dentre as principais invenções da huma-
nidade, encontra-se a Contabilidade. A Contabilidade nasceu com a civilização 
e jamais deixará de existir em decorrência dela. Sem a contabilidade, os negó-
cios não teriam avançado e a humanidade não teria o grau de progresso hoje 
alcançado. Enfim, uma vez mais cabe à Contabilidade revolucionar sua estru-
tura, para se adaptar ao meio cultural vigente, com geração de informações de 
forma rápida e transparente.
É importante destacar que as práticas contábeis mundiais tendem a se uni-
ficarem, a falarem uma só linguagem contábil, de forma que o interessado possa 
entender e comparar os resultados das informações contábeis em qualquer parte 
do mundo. 
Aquele que se enamora da prática, é como o navegante que entra no navio 
sem timão e bússola, que jamais tem certeza de onde vai. Sempre a prática 
deve ser edificada sobre uma boa teoria.
(Leonardo Da Vinci)
ESTRUTURA BÁSICA DA CONTABILIDADE
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PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE
Cada ciência estabelece normas, regras, princípios e leis a serem cumpridas. Na 
Contabilidade, os princípios correspondem às premissas básicas, são as normas 
resultantes do desenvolvimento da aplicação prática dos princípios técnicos 
emanados da contabilidade, de uso predominante no meio que se aplicam, pro-
porcionando interpretação uniforme das demonstrações contábeis.
Os princípios de Contabilidade oficiais no Brasil foram estabelecidos pelo 
Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução CFC nº 750/1993, que 
foi e continua sendo referência para outros organismos normativos e reguladores 
brasileiros. A sua observância é obrigatória no exercício da profissão e constitui 
condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade.
A Resolução CFC n° 1.282/2010 atualiza e consolida os dispositivos da 
Resolução CFC nº 750/1993, que continua sendo, nesse novo cenário convergido, 
o alicerce para o julgamento profissional na aplicação das Normas Brasileiras 
de Contabilidade.
De acordo com o Art. 2º da Resolução CFC nº 750/1993, com a redação dada 
pela Resolução CFC n° 1.282/2010: 
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os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e 
teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimen-
to predominante nos universos científico e profissional de nosso País. 
Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciên-
cia social, cujo objeto é o patrimônio das entidades.
O Art. 3° da citada norma, consta os seguintes Princípios de Contabilidade:
I. Princípio da Entidade. 
II. Princípio da Continuidade. 
III. Princípio da Oportunidade. 
IV. Princípio do Registro pelo Valor Original. 
V. Princípio da Competência. 
VI. Princípio da Prudência.
I. O princípio da entidade
Art. 4º - O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da 
Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação 
de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, indepen-
dentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade 
ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. 
Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles 
dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. 
Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca 
não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não 
resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.ESTRUTURA BÁSICA DA CONTABILIDADE
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rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E34
II. O princípio da continuidade
Art. 5º - O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em 
operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componen-
tes do patrimônio levam em conta esta circunstância.
III. O princípio da oportunidade
Art. 6º - O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e 
apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações ínte-
gras e tempestivas. 
Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na 
divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, 
por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade 
da informação.
IV. O princípio do registro pelo valor original
O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do 
patrimônio devam ser inicialmente registrados pelos valores originais das tran-
sações, expressos em moeda nacional. 
§ 1º. As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus dis-
tintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: 
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem 
pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que 
são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registra-
dos pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, 
em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os 
quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e  
 
Princípios de Contabilidade
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II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os com-
ponentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes 
dos seguintes fatores:
 
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equiva-
lentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes 
fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os pas-
sivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não 
descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no 
período das demonstrações contábeis. 
 
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalen-
tes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. 
Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não 
descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obri-
gações no curso normal das operações da Entidade. 
 
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do 
fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no 
curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor 
presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja 
necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade. 
 
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo 
liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem 
favorecimentos.
 
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda 
nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento 
da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. 
 
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§ 2º. São resultantes da adoção da atualização monetária: 
 
I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não repre-
senta unidade constante em termos do poder aquisitivo. 
 
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações 
originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim 
de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes 
patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido.
 
III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o 
ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação 
de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aqui-
sitivo da moeda nacional em um dado período.
V. O princípio da competência
Art. 9º. O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e 
outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independen-
temente do recebimento ou pagamento. 
Parágrafo único: O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade 
da confrontação de receitas e de despesas correlatas.
 O princípio da competência é um dos mais importantes em termos em 
relação à verificação do resultado das entidades, nesse sentido, Castro (2014) 
apresenta os seguintes exemplos, um para gastos e outro para receitas:
Exemplo 1: Gastos
Suponhamos que a assinatura semestral de um jornal custou $120,00 e esta quan-
tia foi paga para a editora em quatro vezes sem juros de $30,00. No regime de 
caixa, respectivamente no fluxo de caixa, os valores pagos serão considerados 
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e agendados no momento em que ocorrerá seu pagamento, ou seja, $30,00 por 
mês. Já no regime de competência, a despesa deverá ser apropriada $20,00 por 
mês perfazendo um total de $120,00 (período de seis meses de assinatura), inde-
pendente de como ela foi paga.
Veja como ficaria o lançamento dessa transação pelo regime de caixa:
Veja como ficaria o lançamento dessa transação pelo regime de competência:
A receita só é considerada no regime de caixa quando for recebida, indepen-
dente do momento que esta foi realizada. O que se considera aqui é o momento 
em que foi recebida e não o momento em que foi efetuado o negócio e emitido 
a nota fiscal de venda. Lembrando, a contabilidade trabalha com o regime de 
competência.
Havendo a venda de um bem para pagamento futuro, ou seja, uma venda 
a prazo: no regime de caixa a receita só será considera quando for recebida, ou 
seja, no dia que a parcela correspondente for quitada pelo cliente. Esse agenda-
mento do recebimento da parcela será efetuado junto ao fluxo de caixa. Já no 
regime de competência a receita é considerada receita ganha no momento da 
negociação, ou seja, o total da emissão da nota fiscal de venda, independente do 
momento que será paga.
ESTRUTURA BÁSICA DA CONTABILIDADE
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Exemplo 2: Receitas
Na venda de mercadorias a prazo no mês de janeiro no valor de $200,00, sendo 
o recebimento em quatro parcelas iguais de $50,00, sendo uma parcela à vista e 
as demais três parcelas nos próximos meses, veja como ficaria:
Lançamento dessa transação pelo regime de caixa:
Lançamento dessa transação pelo regime de competência:
Veja que nesse caso da venda, como supostamente a mercadoria sai da empresa 
no momento da venda, ou seja, ela deixa o patrimônio da empresa, ela é conta-
bilizada em sua totalidade no primeiro mês. Resumindo:
VI. O princípio da prudência 
 
Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para 
os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se 
apresentem alternativas igualmenteválidas para a quantificação das mutações 
patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. 
Atributos da Informação Contábil
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Parágrafo único: o Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo 
grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em 
certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam 
superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo 
maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos compo-
nentes patrimoniais.
ATRIBUTOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL
Como a RESOLUÇÃO Nº 785/95 (on-line)6 do Conselho Federal de Contabilidade 
que aprova a NBC T 1 (Normas Brasileiras de Contabilidade – Técnicas) – 
Características da Informação Contábil, descreve de forma completa sobre os seus 
atributos e características, a mesma encontra-se reproduzida em parte a seguir:
DOS ATRIBUTOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL
1.3.1 – A informação contábil deve ser, em geral e antes de tudo, veraz 
e equitativa, de forma a satisfazer as necessidades comuns a um grande 
número de diferentes usuários, não podendo privilegiar deliberada-
mente a nenhum deles, considerado o fato de que os interesses destes 
nem sempre são coincidentes.
1.3.2 – A informação contábil, em especial aquela contida nas demons-
trações contábeis, notadamente as previstas em legislação, deve propi-
ciar revelação suficiente sobre a entidade, de modo a facilitar a concre-
tização dos propósitos do usuário, revestindo-se de atributos, entre os 
quais, são indispensáveis os seguintes: 
 ■ confiabilidade.
 ■ tempestividade.
 ■ compreensibilidade.
 ■ comparabilidade.
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1.4 – DA CONFIABILIDADE 
1.4.1 – A confiabilidade é atributo que faz com que o usuário aceite a 
informação contábil e a utilize como base de decisões, configurando, 
pois, elemento essencial na relação entre aquele e a própria informa-
ção.
1.4.2 – A confiabilidade da informação fundamenta-se na veracidade, 
completeza e pertinência do seu conteúdo. 
§ 1º A veracidade exige que as informações contábeis não contenham 
erros ou vieses, e sejam elaboradas em rigorosa consonância com os 
Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de 
Contabilidade e, na ausência de norma específica, com as técnicas e 
procedimentos respaldados na ciência da contabilidade, nos limites de 
certeza e previsão por ela possibilitados.
§ 2º A completeza diz respeito ao fato de a informação compreender todos 
os elementos relevantes e significativos sobre o que pretende revelar ou 
divulgar, como transações, previsões, análises, demonstrações, juízos 
ou outros elementos. 
§ 3º A pertinência requer que seu conteúdo esteja de acordo com a 
respectiva denominação ou título.
1.5 – DA TEMPESTIVIDADE 
1.5.1 – A tempestividade refere-se ao fato de que a informação contá-
bil deve chegar ao conhecimento do usuário em tempo hábil, a fim de 
que este possa utilizá-la para seus fins. 
1.5.2 – Nas informações preparadas e divulgadas sistematicamente, 
como as demonstrações contábeis, a periodicidade deve ser mantida. 
Quando por qualquer motivo, inclusive de natureza legal, a periodi-
cidade for alterada o ato e suas razões devem ser divulgados junto à 
própria informação.
1.6 – DA COMPREENSIBILIDADE 
1.6.1 – A informação contábil deve ser exposta da forma mais com-
preensível possível ao usuário que se destine. 
§ 1º A compreensibilidade presume que o usuário disponha de 
conhecimentos de Contabilidade e dos negócios e atividades da 
entidade, em nível que o habilite ao entendimento das informações 
colocadas à sua disposição, desde que se proponha a analisá-las, pelo 
tempo e com a profundidade necessários.
Atributos da Informação Contábil
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§ 2º A eventual dificuldade ou mesmo a impossibilidade de 
entendimento suficiente das informações contábeis por algum usuário 
jamais será motivo para a sua não divulgação.
1.6.2 – A compreensibilidade concerne à clareza e objetividade com 
que a informação contábil é divulgada, abrangendo desde elementos 
de natureza formal, como a organização espacial e recursos gráficos 
empregados, até a redação e técnica de exposição utilizadas.
§ 1º A organização espacial, os recursos gráficos e as técnicas de 
exposição devem promover o entendimento integral da informação 
contábil, sobrepondo-se, pois, a quaisquer outros elementos, inclusive 
de natureza estética.
§ 2º As informações contábeis devem ser expressas no idioma nacional, 
sendo admitido o uso de palavras em língua estrangeira somente no 
caso de manifesta inexistência de palavra com significado idêntico na 
língua portuguesa. 
1.7 – DA COMPARABILIDADE 
1.7.1 – A comparabilidade deve possibilitar ao usuário o conhecimen-
to da evolução entre determinada informação ao longo do tempo, 
numa mesma entidade ou em diversas Entidades, ou a situação destas 
num momento dado, com vista a possibilitar-se o conhecimento das 
suas posições relativas.
1.7.2 – A concretização da comparabilidade depende da conservação 
dos aspectos substantivos e formais das informações. 
Parágrafo único: a manutenção da comparabilidade não deverá constituir ele-
mento impeditivo da evolução qualitativa da informação contábil.
ESTRUTURA BÁSICA DA CONTABILIDADE
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), ao término desta unidade já é possível diferenciar pessoa 
física de jurídica. A pessoa física sou eu e você. Quando deparamos com um hos-
pital, banco, asilo, loja comercial, indústria, escola, escritório de contabilidade, 
igreja, prefeitura, oficina mecânica, clube recreativo, creche, hotel, rede de tele-
visão, companhia telefônica, empresa individual etc., estamos deparando com 
pessoas jurídicas. 
Com essa pequena viagem pela contabilidade foi possível compreender que 
o objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio, seja esse da pessoa física ou 
jurídica. Quanto ao objeto de estudo, ficou evidente que desde os primórdios, 
continua sendo o mesmo, fornecer informações contábeis úteis aos diversos usu-
ários para fins de auxiliar no processo decisório. 
Vale lembrar que o profissional contábil tem um amplo campo de atua-
ção, podendo se relacionar com a contabilidade gerencial, fiscal ou financeira, 
cada qual com suas características de controle e aplicação. Nesta primeira uni-
dade, diferenciamos os campos de atuação da contabilidade. Vale ressaltar que 
o objetivo desta disciplina consiste em utilizar as informações geradas pela con-
tabilidade para auxiliar no processo decisório.
Nesta primeira unidade, há informações quanto aos princípios de contabili-
dade à luz da resolução 750 do CFC, bem como as suas alterações. O cumprimento 
das normas é obrigatória na elaboração das informações e na evidenciação dos 
resultados nas demonstrações financeiras disponibilizadas ao fisco e aos demais 
usuários.
Agora que você já conheceu os principais termos relacionados com a contabi-
lidade, podemos avançar nas informações econômicas registradas e demonstradas 
na contabilidade, possibilitando que você, aluno(a), compreenda quais são as 
informações geradas.
43 
1. Onofre possui uma grande rede de supermercado a mais de 5 (cinco) anos. Mui-
tos dados são enviados mensalmenteao contabilista para que a contabilidade 
possa gerar diversos relatórios. Considerando a diversidade de usuários, dis-
corra sobre quais seriam os prováveis usuários de informação contábil.
2. Em contabilidade, não basta conhecer o usuário, mas é preciso compreender o 
tipo de informação necessária para cada um deles no processo decisório. Utili-
zando a relação entre usuário e informação gerada, associe o número de 
cada usuário da informação contábil com a possível informação utilizada 
por eles.
1. Acionista em potencial.
2. Banco de empréstimo.
3. Administrador.
4. Empregado.
5. Governo.
( ) Análise do potencial de reajuste de salários.
( ) Exame das Declarações do Imposto de Renda.
( ) Exame da eficácia da atuação dos empregados.
( ) Avaliação da probabilidade de que as dívidas assumidas sejam pagas nos 
vencimentos.
( ) Confronto da rentabilidade da empresa considerando as diversas opções de 
investimentos atuais.
Marque a alternativa que apresenta a sequência correta:
a. ( ) 4 – 5 – 3 – 2 – 1.
b. ( ) 5 – 4 – 3 – 1 – 2. 
c. ( ) 3 – 1 – 2 – 4 – 5.
d. ( ) 2 – 4 – 5 – 3 – 1.
e. ( ) 4 – 5 – 2 – 1 – 3.
3. Quanto ao conceito, objetivo e objeto da contabilidade, leia as afirmações e 
assinale a alternativa correta.
I. O principal objetivo da contabilidade é identificar os usuários da informação 
contábil.
II. O objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio apenas dos bens e direi-
tos da entidade.
44 
III. A contabilidade se relaciona com várias ciências, como a econômica e a ma-
temática.
Está correto apenas o que se afirma em:
a. I.
b. II.
c. III.
d. I e II.
e. I e III.
4. O campo de atuação da contabilidade é constituído pelas pessoas físicas e jurí-
dicas. Analisando uma empresa do terceiro setor (associação sem fins lucrativos), 
pode-se dizer que a contabilidade tem atuação nesse tipo de entidade? Justifi-
que.
5. O número de empresas criadas em janeiro de 2016 foi recorde para o mês, 
aponta Serasa Experian. O primeiro mês do ano registrou 166.613 novos em-
preendimentos no Brasil, segundo o Indicador Serasa Experian de Nascimento 
de Empresas, o mais alto para um mês de janeiro desde o início da série, ini-
ciada há seis anos. O número é 10,4% maior do que o registrado em janeiro de 
2015 (150.958) e 48,0% superior ao apontado no mês anterior (dezembro/2015), 
quando 112.590 empresas foram abertas.
Juntamente com a abertura das empresas, vem a responsabilidade quanto ao 
capital da empresa. Diferencie a responsabilidade do capital investido em 
uma empresa limitada da empresa sociedade anônima.
6. O Conselho Federal de Contabilidade, na Resolução nº 750/1993 com a redação 
dada pela Resolução CFC nº 1.282/2010, estabelece que os Princípios de Conta-
bilidade representam a essência das doutrinas consoante o entendimento pre-
dominante nos universos científico e profissional de nosso País.
Sobre isso, leia as afirmações e assinale a alternativa correta:
I. A constituição das provisões para férias e décimo terceiro salário é uma con-
duta profissional que atende ao princípio da competência.
II. O pressuposto de que ativos e receitas não sejam superestimados e passivos 
e despesas não sejam subestimados é estabelecido pelo Princípio da Entida-
de.
III. O princípio de prudência reconhece o patrimônio como objeto da Contabili-
dade e afirma a autonomia patrimonial.
45 
IV. Uma sociedade empresária, em 2 de março de 20XX, adquiriu à vista, por 
R$100 mil, um terreno, mas o bem estava avaliado em R$150 mil. O registro 
contábil dessa aquisição deve ser feito por R$ 100 mil e não por R$ 150 mil.
a. Apenas I está correta.
b. Apenas I e IV estão corretas.
c. Apenas II e IV estão corretas.
d. Apenas III e IV estão corretas.
e. Todas estão corretas.
46 
A CONTABILIDADE PARA A ECONOMIA
Segundo Ludícibus et. al. (1980), a Contabilidade, com o propósito de registrar e inter-
pretar os fenômenos que afetam o patrimônio de pessoas físicas ou jurídicas tem tam-
bém como usuários de suas informações, os economistas. Aqueles que trabalham na 
área governamental utilizam as informações oriundas da Contabilidade para tributar 
e arrecadar impostos. Para aqueles que cuidam de análises globais ou setoriais da eco-
nomia, os dados contábeis tratados estatisticamente, irão auxiliar no fornecimento de 
instrumentos adequados para análises econômicas. Segundo o presidente do Conselho 
Regional de Economia (Corecon), Sérgio Guimarães Hardy (apud MIRANDA; ALBUQUER-
QUE, 2007), os economistas utilizam as informações geradas pelos contabilistas como 
meio de informação para a elaboração de seus trabalhos econômicos e financeiros, que 
serão a base para as decisões nos negócios da empresa. Para Martinez (2007), o horizon-
te profissional do economista é diversificado. Esse pode desempenhar tarefas como o 
planejamento econômico, financeiro e administrativo de empresas e outras instituições. 
Pode também analisar a política econômica e elaborar pesquisas sobre o comporta-
mento de variáveis como os salários, os preços, o emprego, o comércio internacional, 
a dívida pública, a dívida externa. Segundo o presidente do Corecon (apud MIRANDA; 
ALBUQUERQUE, 2007), o trabalho do economista não é restrito, visto que ele trabalha 
com projeções e cálculos, buscando levar aspectos positivos no que se refere à utili-
zação de recursos naturais e monetários que movem a economia mundial. Conforme 
Martinez (2007), no curso de graduação de Economia da Universidade Estadual de Cam-
pinas (Unicamp), existe economistas que podem se especializar na área de Economia de 
Empresas. Esses podem atuar no planejamento estratégico, na elaboração de projetos 
de investimentos e financiamentos e na gestão de empresas. É, principalmente, nes-
sa área que o conhecimento dos fenômenos contábeis se torna necessário. Em meio à 
análise da influência da Contabilidade na Economia, pode-se citar como exemplo uma 
disciplina de Contabilidade apresentada aos alunos do curso de Economia da Unicamp. 
De acordo com Martinez (2007), a disciplina de Contabilidade e Análise de Balanços, mi-
nistrada na Unicamp aos alunos de graduação em Economia, tem como objetivo dentre 
outros fornecer base para que se possa entender os métodos contábeis, enquanto ferra-
menta de captação, registro, acumulação, resumo e interpretação dos fatos que afetam 
as situações patrimoniais, econômicas e financeiras das empresas. Assim, os economis-
tas passam a ter instrumentos para a percepção e o entendimento das tarefas dentro da 
empresa, com a intenção de subsidiar empresários e demais gestores com informações 
reais quanto ao funcionamento da empresa, cujos dados são fornecidos pela Contabili-
dade (MARTINEZ, 2007). Martinez (2007) comenta também sobre a área de Custos den-
tro de uma empresa, onde propõe-se, então, a estudar dentro da disciplina de Contabi-
lidade e Análise de Balanços da Unicamp sobre custos e despesas, estruturas de custos, 
métodos de custeio, cálculo do lucro e formação do preço de venda. Com essa análise, 
discute-se acerca de como os demonstrativos contábeis consolidam e trabalham as in-
formações e dados numéricos. Martinez (2007) ressalta que a Contabilidade Gerencial 
47 
também se faz necessária nas atividades internas de uma empresa, para seu bom fun-
cionamento. Essa área da Contabilidade também é estudada dentro da disciplina de 
Contabilidade e Análises de Balanços da Unicamp. A Contabilidade, enquanto registro 
sistemático e permanente das operações econômicas e financeiras feitas pela empre-
sa, pode fazer com que simples registros contábeis se tornem elementos úteis para o 
processo de tomadas de decisões, assim como contribuir para a boa gestão dos negó-
cios da empresa. Diante do assunto tratado, tanto para os economistas governamentais 
como para aqueles que trabalham com análisesglobais ou setoriais da economia, as 
informações contábeis auxiliam para a realização de suas tarefas (IUDÍCIBUS et al., 1980). 
Segundo Martinez (2007), os dados fornecidos pela Contabilidade subsidiam também 
os economistas que trabalham em empresas, atuando no planejamento estratégico e 
na gestão das mesmas.
Fonte: Carrijo (2009).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Contabilidade geral: Introdução à 
Contabilidade Societária
Natan Szuster, Ricardo Lopes Cardoso, Fortunée 
Rechtman Szuster, Fernanda Rechtman Szuster e 
Flávia Rechtman Szuster.
Editora: Atlas
Ano: 2013
Sinopse: o livro contém os itens que devem ser 
estudados para se adquirir uma base fundamentada 
da Contabilidade. Os capítulos estão organizados de 
forma a apresentarem conceitos teóricos. Embora a 
obra não tenha por objetivo discutir especifi cidades 
nem detalhes da legislação tributária nem da 
Contabilidade Fiscal, ao longo do texto são feitos diversos comentários sobre esse tema, todos 
destacados em caixas (box) e no Apêndice ao Capítulo 6. De forma complementar, são utilizadas 
as Demonstrações Contábeis da Companhia Brasileira de Distribuição, efetuando a relação 
entre a teoria e a prática. Toda a matéria deste livro está atualizada de acordo com as alterações 
promovidas pela Lei nº 11.638/07 na Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações). Buscando 
tornar a leitura compreensível aos não contadores, são apresentados os temas mais complexos 
em Apêndices ao longo dos diversos capítulos. Livro-texto para as disciplinas Contabilidade Geral 
e Contabilidade Introdutória dos cursos de graduação e pós-graduação em Ciências Contábeis, 
Administração e Economia. Leitura complementar para as disciplinas Contabilidade para 
Executivos, Contabilidade Financeira, Gestão Contábil ou Contabilidade e Análise de Balanços. 
Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa
Aurélio Buarque de Holanda Ferreira 
Editora: Positivo/Livros
Ano: 2009
Sinopse: o dicionário possui aproximadamente 435.000 
verbetes. Apresenta origem, formação e evolução dos 
elementos de composição das palavras (prefi xos, sufi xos e 
infi xos); seus verbetes, acepções e locuções acompanham o 
desenvolvimento da língua; possui a etimologia e formação 
das palavras, informações gramaticais (classifi cação das 
palavras, fl exões de gênero, número e grau, conjugação de verbos, predicação verbal com 
exemplos, sinônimos e antônimos, homógrafos, parônimos etc.), pronúncia (quando necessária), 
siglas, abreviaturas e símbolos de uso corrente, classifi cação específi ca das defi nições (rubricas).
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Estrutura, Análise e Interpretação de 
Balanços
 Hilário Franco 
Editora: Atlas
Ano: 1989
Sinopse: o livro focaliza as principais noções de 
Contabilidade, o conceito, a formação e as variações 
do patrimônio e, examina as normas contábeis da Lei 
das S.A., além da estrutura do balanço patrimonial e da 
demonstração do resultado do exercício.
Comentário do professor: muito embora seja antigo, 
Hilário Franco pode ser considerado um legado para a 
contabilidade, suas obras muito contribuíram para a evolução da contabilidade no Brasil.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Deliberação CV n° 29 de 05 de fevereiro de 1986. Disponível em: < http://
www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/deli/anexos/0001/deli029.pdf>. 
Acesso em: 29 set. 2016.
BRASIL. Presidência da República, Casa Civil, subchefia para Assuntos Jurídicos. LEI 
Nº 10.406, DE 10 DE DEZEMBRO DE 2002. Disponível em: < http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm> Acesso em: 29 set. 2016.
CASTRO, S. C. de. Contabilidade Gerencial. Maringá-PR: Unicesumar, 2014.
CARRIJO, B. T. Análise da utilidade da contabilidade no exercício da profissão do ad-
ministrador e do economista: Percepção dos discentes dos cursos de administração 
e economia da universidade federal de Uberlândia. In: Congresso UFSC de Inicia-
ção Científica em Contabilidade. p. 5-7, 2009. Disponível em: <http://dvl.ccn.ufsc.
br/congresso/anais/3CCF/20090729220119.pdf>. Acesso em: 13 out. 2016.
FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 4. ed. Curiti-
ba: Positivo-Livros: 2009.
FRANCO, H. Estrutura, análise e interpretação de balanços. 15. ed. São Paulo: 
Atlas, 1989.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 7. 
ed. São Paulo: Atlas, 2010.
SZUSTER, N. et. al. Contabilidade geral: introdução à contabilidade societária. São 
Paulo: Atlas, 2013.
Referências On-Line
¹Em:<http://www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/resolucaocfc774.htm>. 
Acesso em: 29 set. 2016.
²Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3000.htm>. Acesso em: 29 
set. 2016.
³Em: <http://www.portalprudente.com.br/apostilas/Contabilidade/ManualConta-
bilidade.doc.>. Acesso em: 13 mar. 2014.
4Em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pro-
nunciamento?Id=80>. Acesso em: 29 set. 2016.
5Em: <http://www.ebah.com.br/content/aBAAABLVKAD/apostila-contabilidade-
-basica-miranda>. Acesso em: 13 mar. 2014.
6Em: <http://www.fundata.org.br/legislacao/Normas_Contabeis/ResC-
FC_785_1995.htm>. Acesso em: 29 set. 2016.
GABARITO
51
1. Administrador e/ou diretor; empregados; fornecedores; governo.
2. A.
3. C.
4. Sim. As entidades sem fins lucrativos são pessoas jurídicas, portanto, a contabili-
dade também atua nestas entidades.
5. Enquanto na Sociedade Limitada a responsabilidade de cada sócio é restrita ao 
valor de suas quotas; na Sociedade Anônima o capital social divide-se em ações, 
obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações 
que subscrever ou adquirir.
6. B.
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Professora Me. Juliana Moraes da Silva
SISTEMATIZAÇÃO DO 
PATRIMÔNIO
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Diferenciar os bens móveis e imóveis dos direitos econômicos.
 ■ Compreender a diferença entre obrigações econômicas e não 
econômicas.
 ■ Definir a constituição de um patrimônio.
 ■ Sistematizar o patrimônio.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Bens e Direitos Econômicos
 ■ Obrigações
 ■ Patrimônio
 ■ Balanço Patrimonial
 ■ Origens e Aplicações
 ■ Balanços Sucessivos
Introdução
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INTRODUÇÃO
Olá caro(a) aluno(a), na natureza, tudo que você tocar ou imaginar, com exceção 
do ser humano, são coisas. As coisas materiais, corpóreas e tangíveis, são aquelas 
que conseguimos tocar, pegar. Por outro lado, as coisas imateriais, incorpóreas 
e intangíveis, são aquelas que não conseguimos tocar, correspondem aos frutos 
da imaginação. Esta unidade do nosso livro traz a diferença entre as “coisas” e 
sua relação com a contabilidade. 
Definições de conceitos básicos na contabilidade como bens, direitos e 
obrigações, são apresentadas para a sistematização do objeto de estudo da con-
tabilidade: o patrimônio. 
Enquanto os bens e direitos correspondem às coisas úteis ao ser humano, 
as obrigações correspondem às dívidas presentes, exigíveis ou não. O conjunto 
desses bens e obrigações constitui o que chamamos de patrimônio. O Frei Luca 
Pacioli marcou o início da fase moderna da Contabilidade, ele não apenas siste-
matizou a Contabilidade, como também abriu precedente para que novas obras 
pudessem ser escritas sobre o assunto.
Da sistematização deste patrimônio originou-se o principal e mais utilizado 
dos demonstrativos contábeis, o Balanço Patrimonial. Nesse demonstrativo há 
uma sistematização, classificação e hierarquização das contas que correspon-
dem os bens, direitos e obrigações em grupos classificados como ativo, passivo 
e patrimôniolíquido.
Após compreender os conceitos dos elementos que compõe o patrimônio, 
você estará apto a conhecer a estrutura do balanceamento deste patrimônio. 
O Balanço Patrimonial é o principal relatório contábil que evidencia a riqueza 
gerada pela empresa.
Nosso propósito é de lhe proporcionar um aprendizado da Contabilidade 
que ocorra de maneira fácil e tranquila, por isso apresentamos conteúdos teóri-
cos e exemplos práticos. Ainda, no final da unidade, disponibilizamos uma série 
de materiais e literatura complementar. O estudo está apenas começando. Para 
que o seu aprendizado seja alcançado, será preciso muita leitura e perseverança. 
Siga em frente, nunca pare de estudar! 
SISTEMATIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E56
BENS E DIREITOS ECONÔMICOS
Bens
Bens correspondem a todas as coisas úteis ao ser humano, ou seja, tudo que pode 
proporcionar utilidade ao homem.
Bens econômicos
Para a economia, bens econômicos são aquelas coisas que, sendo úteis ao ser 
humano, são passíveis de avaliação econômica, ou seja, podemos atribuir valor 
econômico (em dinheiro). São aquelas coisas que, sendo úteis ao homem, exis-
tem em quantidade limitada, são úteis e raros, portanto, passíveis de avaliação 
econômica. 
Para indicação do grau de utilidade dos bens econômicos criou-se o valor 
que expressa as relações de quantidade entre bens. Para D’Áuria (1959), valor é 
a medida mental da utilidade ou eficiência das coisas, são fatores positivos ou 
negativos do valor dos componentes: o uso, o tempo, a moeda, as leis econômi-
cas e as condições da sociedade.
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Bens e Direitos Econômicos
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Classificação Contábil dos Bens Econômicos
Cada ciência tem sua classificação para Bens. A Ciência Contábil classifica os Bens 
em: tangíveis (corpóreos ou materiais) e intangíveis (incorpóreos ou imateriais). 
a) Bens Tangíveis
Só poderão ser destruídos por uma ação física, e, se destruídos, obviamente, 
deixam de existir na sua forma física original.
São aqueles que podem ser tocados, têm existência tangível, têm corpo ou 
matéria, subdividindo-se em imóveis e móveis.
Imóveis - O solo, e tudo quando lhe incorporar natural ou artificialmente 
(Art. 79 do Código Civil). Exemplos: terrenos, edificações.
Móveis - Os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por 
força alheia, sem alteração da substância ou destinação econômico-social (Art. 
82, Código Civil). Exemplos: máquinas, veículos.
Os bens tangíveis podem ser objeto de compra e venda.
b) Bens Intangíveis ou Direitos
Os Bens Intangíveis também recebem a denominação de Direitos. Não 
podem ser destruídos por uma ação física, são destruídos por difamação, má 
qualidade, preços incompatíveis, desrespeito com o consumidor. São aqueles que 
não podem ser tocados, não têm corpo ou matéria.
Esses bens, apesar de não constituídos de matéria, são suscetíveis de valor 
econômico, ou seja, são avaliados monetariamente. 
Para Marion (2015), o bem intangível, incorpóreo ou invisível, são bens que 
não se pode tocar ou pegar. São aqueles que passaram a ter grande relevância 
a partir das ondas de fusões e incorporações na Europa e nos Estados Unidos.
Os bens intangíveis (incorpóreos ou imateriais) ou direitos podem ser objeto 
de cessão, ou seja, ação de ceder ou transferir a outrem a posse ou propriedade 
de alguma coisa.
Como exemplos de direitos: as duplicatas a receber e créditos a recuperar.
SISTEMATIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO
Reprodução proibida. A
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Direitos financeiros ou bens monetários
Você resolve guardar no cofre um quilo de ouro e o valor em moeda em circula-
ção equivalente a um quilo de ouro. Transcorrido vinte anos você terá, no cofre, 
um quilo de ouro e as notas da moeda manual de vinte anos atrás. 
Um quilo de ouro, fisicamente, permanece sendo um quilo de ouro, que 
poderá ser valorado e trocado por uma moeda atual. 
E quanto à moeda manual, ou seja, o dinheiro de 20 anos atrás, o que poderá 
ter acontecido? Quanto você adquiriria de ouro com a quantia? Esta moeda 
continuaria circulando? Ela perdeu o valor (foi destruída)? De que forma ela 
foi destruída?
Direitos Creditórios ou Créditos 
São todos os valores que a Entidade Contábil tem a receber de terceiros, repre-
sentados por títulos de crédito (duplicatas a receber; nota promissória a receber, 
cheques a receber etc.). 
Crédito, no sentido exposto, é um bem passível de avaliação econômica. Se a 
nota promissória que representa materialmente o crédito ou direito/bem intangí-
vel foi danificada pela umidade, o crédito não deixa de existir. O bem intangível 
não pode ser destruído fisicamente. Operacionalmente, podemos substituir a 
nota promissória por outra, nas mesmas características.
Título de crédito é o documento necessário ao exercício do direito literal e 
autônomo nele contido (Cód. Civil art. 887).
O título de crédito é apenas uma cártula representativa do direito creditó-
rio, não é o direito em si.
O conceito de crédito acima é jurídico e corresponde à soma monetária a 
receber, ou tudo aquilo que alguém nos deve. 
Neste sentido, crédito é um bem intangível que também recebe a denomi-
nação de direito, ou simplesmente de crédito. 
Portanto, um valor a receber é representado por uma cártula. Exemplo: nota 
promissória. 
Bens e Direitos Econômicos
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Direito creditório é um bem que a pessoa tem em relação a outra. Este bem 
é representado normalmente por uma cártula que denominamos títulos de cré-
ditos (nota promissória, letra de câmbio, cheque, duplicata).
Direito à Marca
A Marca identifica e distingue produtos e certifica sua conformidade com nor-
mas ou especificações técnicas. Desde que registrada, a marca garante ao seu 
proprietário o direito de uso exclusivo no território nacional em sua atividade 
econômica. 
Para o consumidor, a marca pode resultar em agregação de valor aos produtos.
Como a contabilidade atribui valor econômico a uma marca?
De acordo com Marion (2015) por não se comprar e vender as marcas 
constantemente, o seu valor pode ser bastante subjetivo, sem uma forma bem 
definida de mensuração, mas uma possibilidade de mensurar consiste na com-
binação da contabilidade com as avaliações objetivas, com documentos, bens 
palpáveis e visíveis.
Direito à Patente
Direito exclusivo de explorar uma invenção. Se você destruir um aparelho celu-
lar de marca X que está usando, você destruiu um bem de uso, mas a patente 
registrada de como se fabrica este celular continua existindo.
Outros Bens Intangíveis ou Direitos
De acordo com os Arts. 89 a 91 do Código Civil, bens singulares são aqueles que:
Art. 89. Embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos 
demais. 
Art. 90 Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singula-
res que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. 
Art. 91 Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurí-
dicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.
SISTEMATIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Desta forma, são considerados bens intangíveis/direito o patrimônio econômico, 
o estabelecimento, o fundo de comércio, aviamentos, clientela, ponto comercial, 
capital intelectual,mais-valia, goodwill etc.
OBRIGAÇÕES
Caro(a) aluno(a), para o estudo da Contabilidade, utilizaremos o conceito de 
Obrigação definido pela Ciência Jurídica (Direito).
Obrigações não econômicas
São todos os compromissos, deveres ou ações passivas que não envolvam valor 
econômico, ou seja, não são avaliadas em dinheiro. 
Obrigação moral (ética).
Toda pessoa tem a obrigação de respeitar o direito da outra pessoa. Todo cida-
dão tem a obrigação moral de defender a sua honra.
No passado, antes da existência do papel, as obrigações eram assumidas da 
seguinte forma: uma pessoa tomava por empréstimo 10 sacas de trigo e prome-
tia devolver, num prazo estabelecido, 12 sacas de trigo. Como visto, a operação 
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Obrigações
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não envolveu dinheiro na forma hoje conhecida. Por outro lado, como não havia 
papel para formalizar o compromisso (contrato), era comum a operação ser con-
cretizada na presença de testemunhas.
Obrigações econômicas
São todos os compromissos, deveres ou ações passivas que envolvam valor eco-
nômico, ou seja, são avaliadas em dinheiro. 
A obrigação é um titulo de dívida, ou débito da pessoa (física ou jurídica). 
É uma operação financeira bilateral, envolve duas ou mais pessoas por meio de 
uma obrigação contratual. Toda obrigação (débito) gera obrigatoriamente um 
direito (crédito), para a parte contrária.
De acordo do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC 00 (R1) 
(on-line)1,
uma obrigação é um dever ou responsabilidade de agir ou de desem-
penhar uma dada tarefa de certa maneira. As obrigações podem ser 
legalmente exigíveis em consequência de contrato ou de exigências es-
tatutárias. Esse é normalmente o caso, por exemplo, das contas a pagar 
por bens e serviços recebidos. Entretanto, obrigações surgem também 
de práticas usuais do negócio, de usos e costumes e do desejo de manter 
boas relações comerciais ou agir de maneira equitativa. 
É a relação jurídica entre duas ou mais pessoas (físicas ou jurídicas), em vir-
tude da qual, uma ou algumas delas assiste o direito de exigir da outra, ou das 
demais, uma prestação econômica certa. A obrigação é fruto de uma ação não 
material, o contrato não é a obrigação em si, é uma cártula que representa mate-
rialmente a obrigação.
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rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Classificação Contábil das Obrigações Econômicas
Cada ciência tem sua classificação própria para as Obrigações Econômicas. A 
Contabilidade classifica as Obrigações Econômicas da seguinte forma: obriga-
ções a fornecedores, obrigações trabalhistas, obrigações tributárias, obrigações 
financeiras etc.
A liquidação de uma obrigação contábil geralmente implica a utilização, pela 
entidade, de recursos incorporados de benefícios econômicos a fim de satisfa-
zer a demanda da outra parte. 
De acordo com o CPC 00 (R1) (on-line)1, a liquidação de uma obrigação 
pode ocorrer por meio de: (a) pagamento em caixa; transferência de outros ati-
vos; prestação de serviços; substituição da obrigação por outra; ou conversão da 
obrigação em item do patrimônio líquido. 
PATRIMÔNIO
O conceito de patrimônio está ligado à exis-
tência do Estado Nacional, mas esta relação 
não é aparente, principalmente porque o 
uso em uma variedade de discursos, tais 
como patrimônio econômico, financeiro, 
familiar, cultural, arquitetônico, ecológico 
etc.; naturalizou-o (SILVA, 2010). Na con-
cepção antiga, o patrimônio era o conjunto 
de bens do pai ou chefe de família, herança 
paterna.
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Na concepção atual, patrimônio econômico corresponde ao complexo de 
bens e obrigações, passíveis de avaliação econômica, à disposição de uma pessoa 
e sujeito a uma administração. Portanto, compreende a soma dos bens econômi-
cos e obrigações econômicas de uma pessoa (física ou jurídica).
Pela Resolução CFC n° 774-1994 (on-line)2, na contabilidade, o patrimônio 
é definido como um conjunto de bens, direitos e de obrigações para com ter-
ceiros, pertencente a uma pessoa física, a um conjunto de pessoas, como ocorre 
nas sociedades informais, ou a uma sociedade ou instituição de qualquer natu-
reza, independentemente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir o lucro. 
Ainda de acordo com a Resolução 774-1994 (on-line)2, o essencial é que o patri-
mônio disponha de autonomia em relação aos demais patrimônios existentes, 
o que significa que a Entidade dele pode dispor livremente, claro que nos limite 
estabelecidos pela ordem jurídica e, sob certo aspecto, da racionalidade econô-
mica e administrativa.
Patrimônio econômico não sistematizado
De acordo com a Resolução CFC n° 774-1994 (on-line)2, por aspecto qualita-
tivo do patrimônio entende-se a natureza dos elementos que o compõem como 
dinheiro, valores a receber ou a pagar expressos em moeda, máquinas, esto-
ques de materiais ou de mercadorias etc. A delimitação qualitativa desce, em 
verdade, até o grau de particularização que permita a perfeita compreensão do 
componente patrimonial. Assim, quando falamos em “máquinas”, ainda esta-
mos empregando um substantivo coletivo, cuja expressão poderá ser de muita 
utilidade, em determinadas análises. Mas a Contabilidade, quando aplicada a 
um patrimônio particular, não se limitará às “máquinas” como categoria, mas, 
dependendo das necessidades de controle poderá descer a cada máquina em par-
ticular e, mais ainda, aos seus pormenores de forma que sua caracterização evite 
a confusão com quaisquer outras máquinas, mesmo de tipo idêntico.
SISTEMATIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO
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O atributo quantitativo refere-se à expressão dos componentes patrimoniais 
em valores, o que demanda que a Contabilidade assuma posição sobre o que 
seja “Valor”, porquanto os conceitos sobre a matéria são extremamente variados.
Quando este emaranhado de valores estão agrupados, mas não organizados, 
dizemos existir o patrimônio não sistematizado.
Equivale a você colocar, avaliados em dinheiro e todos os bens e obrigações 
de uma pessoa em uma grande caixa e chacoalhar. Este emaranhado de bens 
e obrigações, desorganizados dentro do conjunto, devidamente avaliados em 
dinheiro, bem a bem e obrigação a obrigação, denominamos patrimônio não 
sistematizado.
A Figura 1 representa o patrimônio não sistematizado, ou seja, os bens e as 
obrigações não estão organizados nem sistematizados.
Figura 1 - Representação gráfica do patrimônio não sistematizado
Fonte: a autora.
Patrimônio econômico sistematizado
A sistematização do patrimônio consiste na organização dos bens, direitos e 
obrigações. 
Não sistematizar o patrimônio (deixar bens e obrigações expostos de forma 
aleatória) dificulta a sua compreensão e interpretação.
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Os bens e direitos são chamados de ativo. As obrigações com terceiros e 
com os sócios de passivo.
O sistema contábil, atualmente em uso, foi idealizado e sistematizado em 
1494 pelo Frei italiano Luca Pacioli, tomando por base as regras estabelecidas 
pela álgebra (números relativos).
Figura 2 – Luca Pacioli
Naquela época,pela dificuldade de se ensinar álgebra, Pacioli criou várias figu-
ras de linguagem para explicar e exemplificar o sistema por ele idealizado. 
Diante dos parâmetros estabelecidos por Luca Pacioli pode-se estabelecer 
algumas relações:
 ■ + Bens – Obrigações para com terceiros = Sobra (Patrimônio Líquido) 
ou Falta (Patr. Liquido a Descoberto).
 ■ Ativo > Passivo, logo: + Ativo = - Obrigações terceiros - Patrimônio 
Líquido.
 ■ Ativo < Passivo, logo: + Ativo = - Obrigações terceiros + Patrimônio 
Líquido a Descoberto (Negativo). 
 ■ Ativo Total = Passivo Total.
Por meio do que é apresentado por Castro (2014), podemos visualizar o Patrimônio 
Economicamente Sistematizado, da seguinte forma:
Fonte: wikipedia.org
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Figura 3 – Sistematização do Patrimônio 
Fonte: Castro (2014).
Por meio da figura, se torna evidente que no Ativo são considerados os valores 
positivos do patrimônio e no Passivo os valores negativos do patrimônio.
Situação Líquida Positiva
Ocorre quando a soma dos bens são maiores que as somas das obrigações para 
com terceiros.
Essa situação nos proporciona uma situação líquida positiva, pois os valores 
componentes do Ativo permitem solver as obrigações e ainda apresentam saldo. 
Exemplo:
Ativo: R$ 100.000,00
Exigível: R$ 70.000,00
PL= R$ 100.000- R$ 70.000 = R$ 30.000
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Situação Líquida Negativa
Ocorre quando as obrigações com terceiros são maiores do que os bens.
Bens < Obrigações Terceiros.
Essa situação nos proporciona uma situação líquida negativa, pois os valores 
componentes do Ativo NÃO são suficientes para cobrir as obrigações. Quando 
ocorre essa situação, contabilmente dizemos que a empresa apresenta um Passivo 
a Descoberto. 
Exemplo:
Ativo: R$ 70.000,00
Passivo Exigível: R$ 90.000,00
PL= R$ 70.000 – R$ 90.000 = R$ (20.000,00)
BALANÇO PATRIMONIAL
O Balanço Patrimonial corresponde à apresentação do conjunto ordenado de bens, 
direitos e obrigações da entidade e seus respectivos saldos em determinada data.
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC 00, 2011, on-line)1 no 
Pronunciamento Conceitual Básico, item 16, apresenta as seguintes considera-
ções sobre as informações contábeis:
A posição patrimonial e financeira da entidade é afetada pelos recursos 
econômicos que ela controla: sua estrutura financeira, sua liquidez e 
solvência, e sua capacidade de adaptação às mudanças no ambiente em 
que opera. As informações sobre os recursos econômicos controlados 
pela entidade e a sua capacidade, no passado, de modificar esses recur-
sos são úteis para prever a capacidade que a entidade tem de gerar caixa 
e equivalentes de caixa no futuro. 
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O Balanço Patrimonial evidencia, resumidamente, a situação patrimonial da 
empresa, em um dado momento no tempo, usualmente a cada 12 meses. Esta 
demonstração é estática e segundo a Lei 6.404/76 (on-line)3, as contas que com-
põem esta demonstração são classificadas conforme os elementos do patrimônio 
(ativo, passivo e patrimônio líquido) e agrupadas de modo a facilitar o conhe-
cimento e a análise da situação financeira da companhia. 
No Ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liqui-
dez dos elementos nelas registrados e no Passivo por ordem decrescente de 
exigibilidade.
Figura 4 – Estrutura Patrimonial 
Fonte: A autora.
No ativo, os grupos são classificados:
a) Ativo Circulante.
b) Ativo Não Circulante (este é composto pelo Realizável a Longo Prazo, 
Investimento, Imobilizado e Intangível). 
No Passivo, as contas serão classificadas de acordo com seu prazo de exigi-
bilidade nos seguintes grupos:
a) Passivo Circulante.
b) Passivo Não Circulante.
d) Patrimônio Líquido (dividido em Capital Social, Reservas de Capital, 
Ajustes de avaliação patrimonial, Reservas de Lucros, Lucros ou prejuízos acu-
mulados e Ações em tesouraria). 
Na figura 5, os grupos estão estruturados no ativo (lado esquerdo) e pas-
sivo (lado direito).
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Figura 5 – Estrutura do Balanço Patrimonial 
Fonte: a autora.
Os relatórios contábeis são excelentes instrumentos de gestão, evidenciam 
dados sobre aspectos econômicos e financeiros.
Fonte: a autora.
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Detalhamento dos grupos que compõem o Balanço Patrimonial
Objetivando conhecer melhor o balanço patrimonial, segue o detalhamento da 
divisão do demonstrativo em três grandes grupos: ativo, passivo e patrimônio 
líquido. 
ATIVO
O Pronunciamento Conceitual Básico, item 49 do CPC (on-line)1 apresenta a 
seguinte definição de ativo: “(a) Ativo é um recurso controlado pela entidade 
como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros 
benefícios econômicos para a entidade”.
A partir da definição apresentada, considera-se que um determinado bem 
ou direito para figurar como ativo deve sempre representar benefícios econômi-
cos futuros para quem os utiliza. Caso contrário, haverá a perda da característica 
essencial que o classifica como um ativo. Deste modo, caso um veículo não tenha 
mais conserto, ele não representa um ativo do ponto de vista econômico, pois 
não gera benefício econômico. Essa situação ocorre de modo similar com esto-
ques, direito de receber, e outros itens. Portanto, os ativos são reconhecidos no 
Balanço Patrimonial apenas se representarem benefícios econômicos futuros. 
Dessa forma, estoques obsoletos, créditos incobráveis ou máquinas que não fun-
cionam devem ser eliminados da lista de ativos da empresa.
O Ativo está estruturado em ordem decrescente do grau de liquidez, ou seja, 
dos elementos (grupos, subgrupos, contas) que apresentam maior grau de con-
versibilidade em recursos financeiros para os de menor grau.
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Ativo Circulante
No Ativo Circulante, são apresentados os bens e direitos realizados ou utiliza-
dos dentro do ciclo operacional da empresa ou no período de 12 meses da data 
do balanço, o que for maior.
Entende-se por ciclo operacional de uma empresa o período que esta leva 
para produzir, vender e receber a venda dos produtos. Portanto, o ciclo operacio-
nal de uma empresa é o período que decorre entre a compra da matéria-prima 
ou mercadoria e o recebimento do preço de sua venda no mercado. 
Castro (2014) apresenta os seguintes exemplos de contas que pertencem ao 
grupo do ativo circulante:
Caixa: destina-se a registrar as entradas e saídas de numerário, bem como 
cheques em mãos, recebidos e ainda não depositados, pagáveis irrestrita e 
imediatamente.
Bancos Conta Movimento: destina-se a registrar as entradas e saídas de 
numerários, cheques depósitos, avisos de crédito e de débito relativos às opera-
ções do empreendimento.
Aplicações Financeiras de Curto Prazo: destina-se a registrar os valores 
aplicados pela empresa junto às instituições financeiras.
Clientes ou Duplicatas a Receber de Clientes:destina-se a registrar as ven-
das a prazo relativas às atividades do empreendimento.
Estoques: representam ativos (insumos) adquiridos, em processo de elabo-
ração e de produtos disponíveis para venda de acordo com a atividade fim do 
empreendimento. Geralmente, estão subdivididos em:
 ■ Estoques de Matérias-Primas.
 ■ Estoques de Produtos em Elaboração.
 ■ Estoques de Produtos Acabados.
 ■ Estoques de Materiais Diversos.
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ICMS a Recuperar: destina-se a registrar os valores dos créditos relativos ao 
ICMS constante nas notas fiscais de entrada (compra) de insumos relacionados 
com a atividade do empreendimento.
Ativo Não Circulante
O ativo não circulante é divido em alguns subgrupos: Realizável a longo prazo, 
Investimentos, Imobilizado e Intangível.
Realizável de Longo Prazo: nesse subgrupo são classificados os bens e direi-
tos realizáveis após 12 meses da data do balanço ou em um período maior do 
que o ciclo operacional da empresa e, os bens e direitos oriundos de negócios 
não usuais realizados com partes relacionadas.
Por partes relacionadas entende-se o conjunto de entidades, físicas ou jurí-
dicas que possuam algum vínculo com a empresa de modo que haja uma relação 
de dependência ou influência entre elas. Isso significa que os negócios existentes 
entre elas são feitos da mesma maneira que seriam com terceiros (pessoas não 
relacionadas à empresa). Como exemplo de partes relacionadas pode-se men-
cionar: coligadas, controladas, diretores, acionistas ou participantes dos lucros 
da empresa.
Yamamoto, Paccez e Malacrida (2011, p. 13) consideram que 
os direitos a receber decorrentes de operações não usuais da entidade 
ou de mero empréstimo de recursos com partes relacionadas devem 
ser classificados como realizável de longo prazo, independentemente 
do prazo de vencimento. Isso se caracteriza como uma exceção pre-
vista na legislação brasileira, pois contraria os critérios de separação 
apresentados.
Segue alguns exemplos que são apresentados por Castro (2014):
ICMS a Recuperar: destina-se a registrar os valores dos créditos relativos 
ao ICMS constante nas notas fiscais de entrada (compra) de insumos relaciona-
dos com a atividade do empreendimento, que serão recuperadas após 360 dias.
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Empréstimos ou adiantamentos: pode ser aos diretores, acionistas ou outros 
participantes no lucro, o qual o empreendimento receberá após 360 dias.
Clientes ou Duplicatas a Receber de Clientes: destina-se a registrar as ven-
das a prazo relativas às atividades do empreendimento, o qual o recebimento se 
dará após 360 dias.
Investimentos: neste subgrupo são classificadas as participações permanen-
tes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis 
no ativo circulante e, que não se destinem à manutenção da atividade da com-
panhia ou da empresa.
Imobilizado: neste subgrupo são classificados os direitos que tenham por 
objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou 
da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de ope-
rações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens. 
Yamamoto, Paccez e Malacrida (2011) consideram que o grupo do imobilizado 
é composto pelos ativos que formam a estrutura necessária para que a empresa 
exerça suas atividades de compra, produção, administração e comercialização. 
Alguns exemplos podem ser identificados no quadro a seguir:
Quadro 1 - Balanço Patrimonial – Imobilizado
IMOBILIZADO
Edifícios 500.000,00
Veículos 300.000,00
Instalações 150.000,00
Equipamentos 130.000,00
Móveis e Utensílios 28.000,00
Implementos 120.000,00
Maquinários Agrícolas 250.000,00
Terrenos 300.000,00
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Sistema Aplicativos Software 150.000,00
Ferramentas 45.000,00
Marcas e Patentes 180.000,00
Benfeitoria em Imóveis de Terceiros 250.000,00
Fonte: Castro (2014).
Intangível: neste subgrupo são classificados os direitos que tenham por 
objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos 
com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.
PASSIVO
O Pronunciamento Conceitual Básico, item 49 do CPC (on-line)1 apresenta a 
seguinte definição de passivo: “(b) Passivo é uma obrigação presente da enti-
dade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em 
saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos”.
O passivo se refere à relação do conjunto de obrigações existentes para a enti-
dade, na data do balanço. Os passivos são decorrentes de eventos ocorridos no 
passado. Portanto, passivos representam as obrigações que a empresa tem com 
terceiros e a liquidação de tais obrigações resultará em saída de futuros recur-
sos econômicos da empresa, os quais podem ocorrer via recursos financeiros, 
ou na entrega de produtos ou serviços.
No passivo, as contas estão dispostas em ordem decrescente de grau de exi-
gibilidade, ou seja, das que têm menor prazo de vencimento para as que têm 
maior prazo.
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Passivo Circulante 
O passivo circulante é constituído pelas obrigações da entidade com vencimento 
dentro do período de 12 meses contados da data do balanço ou dentro do ciclo 
operacional.
De acordo com Castro (2014), no Passivo Circulante encontraremos as 
seguintes principais contas:
Empréstimos e Financiamentos: destina-se a registrar os valores empres-
tados de instituições financeiras, tais como contas garantidas, cheques especiais 
e empréstimos em geral.
Salários e Ordenados a Pagar: representa os valores relativos aos salários 
devidos pela empresa aos seus funcionários quando o empreendimento não efe-
tua o pagamento dentro do próprio mês.
ICMS a Recolher: representa os valores relativos às obrigações do empre-
endimento com o Governo Estadual no que se refere às vendas efetuadas com 
incidência desse imposto.
Fornecedores: destina-se a registrar as aquisições de matérias-primas, ativo 
permanente, uso e consumo, serviços adquiridos para pagamentos a prazo.
Passivo Não Circulante
O passivo não circulante é formado por obrigações da entidade exigíveis em um 
período posterior a 12 meses da data do balanço ou em período maior do que 
o ciclo operacional da empresa.
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PATRIMÔNIO LÍQUIDO
O Pronunciamento Conceitual Básico, item 49 do CPC (on-line)1 apresenta a 
seguinte definição de patrimônio líquido: “Patrimônio Líquido é o valor residual 
dos ativos da entidade depois de deduzido todos os seus passivos”.
Ou seja, o patrimônio líquido corresponde ao valor residual dos ativos da 
entidade após a dedução dos seus passivos (Ativo – Passivo = Patrimônio líquido 
[valor residual]). Portanto, o Patrimônio Líquido representa os valores que esta-
riam disponíveis para os acionistas ou proprietários na data do balanço, em 
função da atividade desempenhada pela empresa até o momento. Representa a 
riqueza residual que pertence aos seus proprietários.
Cabe mencionar que, em alguns casos, o patrimônio líquido (grupo que 
representa os recursos dos proprietários)é denominado passivo. Nesses casos, 
é assumido um entendimento mais genérico acerca de passivo, e nessa ótica o 
passivo representa todas as fontes de recursos da empresa. Porém, em um sen-
tido mais restrito, os passivos são apenas os recursos que possam ser exigidos 
por terceiros (passivo circulante e passivo não circulante), também, denomina-
dos Capital de Terceiros. 
Nessa ótica, o Patrimônio Líquido é entendido como um passivo não exi-
gível imediatamente, pois os sócios acionistas não têm a intenção imediata de 
exigir o retorno financeiro dos recursos alocados no patrimônio líquido. Por 
isso, é atribuída a denominação Capital Próprio, ao patrimônio líquido. A soma 
do Capital de Terceiros com o Capital Próprio é conhecida como Capital Total 
à disposição da empresa.
Um resumo da classificação dos grupos que compõem os itens do Balanço 
Patrimonial pode ser verificado resumidamente no seguinte quadro:
Patrimônio Líquido
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Quadro 2 - Grupo do Balanço Patrimonial
ATIVO (APLICAÇÕES) PASSIVO (ORIGENS)
Circulante Circulante
Já é dinheiro disponível (caixa ou banco ou 
aplicação financeira) recursos para o de-
senvolvimento das atividades da empresa 
(estoques de mercadorias para revenda, 
matérias-primas, produtos acabados etc.). 
Ou será recebido em até um ano, os direi-
tos (duplicatas e títulos a receber, impostos 
a recuperar etc.).
Obrigações da empresa que serão 
reclamados até o prazo de um ano. 
Geralmente corresponde a pagamen-
tos a serem efetuados (fornecedores, 
empréstimos bancários, impostos a 
pagar etc.).
Não Circulante Não Circulante
Realizado a longo prazo: será recebido 
após um ano, os direitos (duplicatas e títu-
los a receber, impostos a recuperar e etc.).
Ou ainda, os itens que compõem o subgru-
po do imobilizado, geralmente não se 
vende, são os itens que fazem parte da 
infraestrutura da empresa (imóveis, máqui-
nas, equipamentos, veículos etc.).
Investimentos e Intangíveis.
Obrigações da empresa que serão 
reclamadas após um ano. Geralmente 
correspondem a pagamentos a serem 
efetuados (fornecedores, empréstimos 
bancários, impostos a pagar etc.).
Patrimônio Líquido
Não precisa pagar enquanto a empre-
sa estiver em continuidade, trata-se 
dos recursos próprios, consistindo no 
investimento inicial efetuado pelos 
sócios e resultados obtidos com as 
atividades da empresa. Não é exigível, 
ou seja, não precisa pagar.
Com o objetivo de ter uma visão mais abrangente do exposto a respeito do patri-
mônio e do Balanço patrimonial, segue o demonstrativo de Souza Cruz ([2016]
on-line)4.
Fonte: Castro (2014).
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rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Quadro 3 - Balanço Patrimonial Souza Cruz
Ativo 30/09/2015 30/09/2014 30/09/2013 30/09/2012 30/09/2011
- Ativo Total 5.689,2 M 5.634,4 M 5.982,6 M 5.920,2 3.954,7 M
 - Ativo Circulante 4.329,4 M 4.124,6 M 4.287,1 M 3.738,4 M 2.751,2 M
Caixa e Equivalentes de Caixa 1.159,3 M 1.333,3 M 1.187,5 M 1.136,7 M 723,5 M
 + Aplicações Financeiras 1,1 M 1,4 M 0,0 M 0,0 M 0,0 M
 + Contas a Receber 764,4 M 637,8 M 582,6 M 634,7 M 465,5 M
 + Estoques 1.977,9 M 1.726,8 M 1.557,1 M 1.269,4 M 1.235,5 M
 Ativos Biológicos 0,0 M 0,0 M 0,0 M 0,0 M 0,0 M
 + Tributos a Recuperar 100,3 M 62,1 M 80,8 M 56,4 M 110,4 M
 + Despesas Antecipadas 280,1 M 216,9 M 264,4 M 300,7 M 184,5 M
 + Outros Ativos Circu-
lantes
46,3 M 346,4 M 614,7 M 340,5 M 31,8 M
- Ativo Não Circulante 1.539,8 M 1.509,9 M 1.695,5 M 2.181,9 M 1.203,5 M
 + Ativo Realizável a Longo 
Prazo
494,1 M 525,9 M 742,0 M 1.246,9 M 395,8 M
 + Investimentos 0,0 M 0,0 M 0,0 M 6,8 M 9,4 M
 + Imobilizado 938,9 M 938,9 M 923,5 M 881,7 M 739,1 M
 + Intangível 106,8 M 45,1 M 30,0 M 46,4 M 59,2 M
Critério de Consolidação Consolidada Consolidada Consolidada Consolidada Consolidada
Critério de Elaboração IFRS IFRS IFRS IFRS IFRS
Patrimônio Líquido
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- Passivo e Patrimônio 
Líquido
30/09/2015 30/09/2014 30/09/2013 30/09/2012 30/09/2011
 - Passivo Total 5.869,2 M 5.634,4 M 5.982,6 M 5.920,2 M 3.954,7 M
 + Passivo Circulante 3.649,6 M 3.140,0 M 3.022,3 M 2.663,6 M 1.659,2 M
 + Passivo Não Circulante 342,3 M 412,8 M 875,1 M 1.228,9 M 582,8 M
 + Patrimônio Líquido 
Consolidado
1.877,3 M 2.081,7 M 2.085,1 M 2.027,8 M 1.712,6 M
Critério de Consolidação Consolidada Consolidada Consolidada Consolidada Consolidada
Critério de Elaboração IFRS IFRS IFRS IFRS IFRS
Fonte: adaptado de Souza Cruz (2013, on-line)4.
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ORIGENS E APLICAÇÕES
De acordo com Castro (2014), no desempenho de suas atividades, as pessoas 
jurídicas podem contar com recursos provenientes de duas origens ou fontes: 
recursos próprios: (capital dos sócios + lucro) = (patrimônio líquido) ou recursos 
de terceiros: (fornecedores, instituições financeiras, governo) = (passível exigível).
De acordo com Ludícibus e Marion, (2000, p. 35):
o lado do Passivo, tanto Capital de Terceiros (Passível Exigível) como 
Capital Próprio (Patrimônio Líquido), representa toda a fonte de re-
cursos, toda a origem de capital. Nenhum recurso entra na empresa se 
não for via Passivo ou Patrimônio Líquido.
Os resultados positivos apurados nas atividades empresariais também represen-
tam recursos próprios, uma vez que não correspondem às obrigações (lucro). 
Portanto, são recursos próprios os decorrentes de receitas, lucros e ganhos obtidos 
pela sociedade em transações com terceiros, tais como os rendimentos auferi-
dos com aplicações financeiras, aluguéis de imóveis próprios, lucros na venda 
de mercadorias, produtos e serviços.
Ludícibus e Marion (2000) relatam que o lado do Ativo é caracterizado pela 
aplicação dos recursos originados no Passivo e Patrimônio Líquido. Assim sendo, 
o lado do ativo deve ser igual a do passivo, ou origens iguais às aplicações.
Segundo Castro (2014), o ativo representa as aplicações ou usos dos recur-
sos obtidos. A análise do passivo exigível e do patrimônio líquido possibilita a 
identificação das origens ou fontes. Já a análise do ativo torna possível saber de 
que maneira os recursos obtidos estão sendo utilizados. Os recursos podem estar 
aplicados em estoques de mercadorias, bens de uso, disponibilidades financei-
ras, contas a receber etc. Desta forma, a pessoa jurídica obtém capital próprio e 
capital de terceiros e os aplica nos bens e direitos que constituem o ativo.
De acordo com Ludícibus e Marion (2000), um dos aspectos mais impor-
tantes do passivo é avaliar a estrutura do capital (capital de terceiros e o capital 
próprio). Quanto maior for o capital de terceiros, mais a empresa estará endivi-
dada e ao analisar este item pode-se avaliar e detectar para quem se deve e qual 
o prazo (circulante ou longo prazo) da dívida e o custo da mesma.
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Figura 6 - Origens e aplicação de recursos
Fonte: Adaptado de Castro (2014).
BALANÇOS SUCESSIVOS
Segundo Silva (2002, p. 85, on-line)5“a Contabilidade por Balanços Sucessivos 
é bastante simples: a cada operação realizada pela empresa faz-se a alteração em 
um novo balanço”.
Nesse sentido, Castro (2014) afirma que basta averiguar se as modificações 
evidenciadas no balanço estão corretas ou não, observando:
SISTEMATIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO
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IIU N I D A D E82
 ■ Se o total do lado Ativo é igual ao total do lado Passivo + Patrimônio 
Líquido.
 ■ Se o valor da operação inserido no balanço no lado do Ativo é igual ao 
do lado do Passivo + PL.
 ■ Se a contrapartida de um aumento do lado Ativo foi evidenciada no lado 
Passivo ou diminuída do próprio lado do Ativo (no caso de operações 
permutativas do ativo e passivo).
Silva (2002, on-line)5 argumenta que a contabilidade por balanços sucessivos, 
embora seja correta e facilite a visualização do processo contábil, apresenta uma 
inconveniência no seu aspecto prático: não é recomendável quando a empresa 
realiza muitas operações (que é o caso de quase todas as empresas). Imaginemos 
uma empresa com mil operações diárias: teríamos que fazer mil balanços sucessi-
vos, o que seria impraticável. Deste modo, sem perder de vista esta metodologia, 
utiliza-se outro processo mais rápido e prático: o controle individual por con-
tas, registrando-se aumentos e diminuições em cada conta isoladamente. Ao final 
de um período determinado, relacionam-se todas as contas, de forma resumida 
e ordenada, e chega-se ao Balanço Patrimonial.
Segundo Favero et al. (1997, p. 71) “o Balanço Patrimonial nada mais é do que 
o inventário de todos os bens, direitos e obrigações em determinado momento”.
Para o autor, com a evolução do comércio e dos negócios, há necessidade 
permanente de se ter em mãos informações sobre a situação econômico-finan-
ceira da empresa. Por isso é que existem sistemas complexos para obtenção 
dessas informações, procurando registrar as variações ocorridas no patrimônio, 
visto que não seria viável a cada mês, semana ou mesmo diariamente efetuar um 
inventário de todos os bens, direitos e obrigações da empresa.
No entanto, trata-se de uma poderosa ferramenta de aprendizagem na 
Contabilidade, tendo em vista sua facilidade de visualização dos acontecimen-
tos ocorridos no balanço patrimonial.
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Apresentação da metodologia
Castro (2014) apresenta a seguir, alguns exemplos de como a utilização da meto-
dologia de balanços sucessivos pode ser aplicada.
1. Os sócios A e B integralizaram em dinheiro em sua empresa recém aberta o 
valor de R$10.000,00 cada, quer foi depositado diretamente na conta corrente 
bancária da empresa.
O Balanço ficaria assim:
Quadro 4 – Balanço Patrimonial
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Patrimônio Líquido
Banco 20.000.00 Capital Social 20.000.00
Total do Ativo 20.000.00 Total do Passivo 20.000.00
Fonte: a autora
2. Compra a prazo de matérias-primas para revenda no valor de R$ 7.000,00 
pagamento para 30 dias.
Fica o novo balanço da seguinte forma:
Quadro 5 – Balanço Patrimonial
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Banco 20.000.00 Fornecedores 7.000.00
Estoques mat. prima 7.000.00 Patrimônio Líquido
Capital Social 20.000.00
Total do Ativo 27.000.00 Total do Passivo 27.000.00
Fonte: a autora
SISTEMATIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO
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3. Aquisição de um trator para uso na empresa pelo valor de R$ 50.000,00 finan-
ciado pelo Banco.
O Balanço Patrimonial após a contabilização dessa operação apresenta-se da 
seguinte forma:
Quadro 6 – Balanço Patrimonial
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Banco 20.000.00 Fornecedores 7.000.00
Estoques mat. prima 7.000.00 Exigível a Longo Prazo
Ativo Permanente Financiamentos 50.000.00
Trator 50.000.00 Patrimônio Líquido
Capital Social 20.000.00
Total do Ativo 77.000.00 Total do Passivo 77.000.00
Fonte: a autora
4. Aquisição a prazo de materiais diversos (ferramentas e lubrificantes) no 
valor de R$ 1.000,00. O pagamento à vista.
Nosso balanço patrimonial, após essa operação, fica estruturado da seguinte forma.
Quadro 7 – Balanço Patrimonial
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Banco 19.000.00 Fornecedores 7.000.00
Estoques mat. prima 7.000.00 Exigível a Longo Prazo
Estoques mat. diversos 1.000.00
Ativo Permanente Financiamentos 50.000.00
Trator 50.000.00 Patrimônio Líquido
Capital Social 20.000.00
Total do Ativo 77.000.00 Total do Passivo 77.000.00
Fonte: a autora
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Como mencionamos anteriormente, o objetivo da metodologia dos balanços 
sucessivos é demonstrar como se forma o balanço patrimonial de uma empresa, 
visto que cada evento, ou fato administrativo, altera a posição dos elementos da 
estrutura patrimonial.
Observe que os eventos apresentados neste exemplo não se referiam a ope-
rações que influenciam o resultado da empresa, ou seja, que venham a trazer 
lucro ou prejuízo. 
SISTEMATIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO
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IIU N I D A D E86
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), nesta unidade viajamos um pouco na história para intro-
duzirmos o conceito de bens econômicos na nossa vivência. Você compreendeu 
a diferença entre bens e direitos creditórios. As obrigações, consideradas como 
deveres para com os sócios e com terceiros, também foram classificadas em eco-
nômicas e não econômicas. 
Em contabilidade, apenas eventos econômicos devem ser evidenciados e 
analisados nos demonstrativos.
Nem sempre os bens e obrigações foram sistematizados. A obra de Luca 
Pacioli, publicada em 1944, demonstrou a sistematização do patrimônio (orga-
nização dos bens, direitos e obrigações), o que possibilitou toda a evolução da 
contabilidade e estruturação do Balanço Patrimonial. 
O balanço patrimonial pode ser considerado como uma exposição estrutu-
rada do ativo, passivo e patrimônio líquido de uma entidade (física ou jurídica) 
em uma determinada data. Neste demonstrativo, o objetivo é evidenciar, quali-
tativa e quantitativamente, a posição patrimonial e financeira das entidades. A 
situação patrimonial evidenciada pode ser positiva (quando a soma dos bens 
e direitos maiores que as obrigações) ou negativa (quando a soma dos bens e 
direitos são menores que asobrigações). A situação líquida nula ocorre quando 
a soma dos bens e direitos é igual às obrigações.
Nesta unidade caro(a) aluno(a), você foi apresentado ao principal relatório 
contábil, o Balanço Patrimonial. A sistematização dos bens, direitos e obrigações 
foi evidenciada neste demonstrativo, rico em informações acerca das origens e 
aplicações de recursos da entidade, mas existem vários outros demonstrativos 
utilizados pela contabilidade para controle e análise das informações.
Embora seja o relatório mais usual da contabilidade, o Balanço Patrimonial 
não é o único. Vamos conhecer os outros relatórios interessantes, ricos em infor-
mações financeiras passíveis de serem analisadas.
87 
1. Várias são as demonstrações financeiras geradas pelos dados processados na 
contabilidade. O Balanço Patrimonial é um dos demonstrativos mais importan-
tes. Leia as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta.
I. O Balanço Patrimonial é um relatório que mostra o ativo e o passivo da enti-
dade em determinado momento. 
II. O Balanço Patrimonial é um relatório que mostra o ativo, o passivo e o patri-
mônio líquido da entidade em determinado momento.
III. Pelo Balanço Patrimonial é possível acompanhar a dedução do lucro consti-
tuído em um dado momento.
Assinale a alternativa correta:
a. Apenas I está correta.
b. Apenas II está correta.
c. Apenas III está correta.
d. Apenas I e II estão corretas.
e. Apenas II e III estão corretas.
2. A compreensão da estrutura das demonstrações contábeis possibilita uma me-
lhor compreensão dos valores evidenciados. Leia as afirmações abaixo e assi-
nale a alternativa correta.
I. No lado esquerdo do Balanço Patrimonial encontramos as contas patrimo-
niais de ativo.
II. Todos os elementos componentes do passivo acham-se discriminados no 
lado direito do Balanço Patrimonial.
III. Todos os componentes do patrimônio líquido encontram-se discriminados 
no lado esquerdo do Balanço Patrimonial.
IV. A equação patrimonial é representada: Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido.
a. Apenas I e II estão corretas.
b. Apenas II e III estão corretas.
c. Apenas III e IV estão corretas.
d. Apenas II e IV estão corretas.
e. Apenas I, II e IV estão corretas.
88 
3. A terminologia inerente à ciência contábil é influenciada pelo direito e outras 
ciências. A compreensão dos conceitos facilita na compreensão das demonstra-
ções e favorece uma análise mais clara dos dados observados. Associe os ter-
mos aos respectivos conceitos. Em seguida, escolha a opção com a sequên-
cia correta.
1. Bens tangíveis.
2. Bens intangíveis.
3. Direito a patente.
( ) Direito exclusivo de explorar uma invenção. 
( ) Só poderão ser destruídos por uma ação física, e, se destruídos, obviamente, 
deixam de existir na sua forma física original.
( ) Não podem ser destruídos por uma ação física, são destruídos por difamação, 
má qualidade, preços incompatíveis, desrespeito com o consumidor.
a. 1 – 2 – 3. 
b. 3 – 2 – 1.
c. 3 – 1 – 2.
d. 2 – 1 – 3.
e. 2 – 3 – 1.
4. Para o estudo da Contabilidade, utiliza-se o conceito de Obrigação definido pela 
Ciência Jurídica (Direito). As obrigações são deveres, mas nem todos os deveres 
tem valor monetário. Diferencie obrigações não econômicas de obrigações 
econômicas.
5. O demonstrativo contábil utilizado como base da contabilidade é o Balanço 
Patrimonial. É neste demonstrativo que a empresa evidencia as transações de 
permuta e alteração do patrimônio. Identifique as operações que dão origem 
às situações patrimoniais ilustradas nos quadros abaixo:
a)
ATIVO PASSIVO
Caixa $12.000.00
Estoque de Materiais $12.000.00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital $21.000.00
89 
b)
ATIVO PASSIVO
Caixa $12.000.00 Contas a Pagar Cia A $6.000.00
Estoque de Materiais $12.000.00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Móveis e utensílios $6.000.00 Capital $21.000.00
90 
Economistas institucionalistas de vários matizes se referem, constantemente, à impor-
tância (para o processo econômico) de os direitos de propriedade serem claramente de-
finidos e dotados dos atributos da exclusividade e transferibilidade. Pela sua natureza, 
o tema dos “direitos de propriedade” remete a questões jurídicas e institucionais e seria 
um objeto bastante propício ao tratamento interdisciplinar. Raras são as análises que 
conseguem tratar elementos jurídicos e econômicos de forma integrada (principalmen-
te no Brasil). Na maioria das vezes, o máximo a que se chega é uma exposição de duas 
perspectivas paralelas sobre o mesmo objeto. É importante notar que as distinções no 
emprego do termo “direitos de propriedade” por advogados e economistas não se res-
tringe a países de Civil Cole; Grossman (2001) e Merril; Smith (2001), por exemplo, discu-
tem justamente os diferentes empregos dos termos encontrados na literatura jurídica e 
na literatura econômica, embora ambos reconheçam que o judiciário norte-americano 
vem, cada vez mais, tendendo alinhar-se com a definição econômica, abandonando a 
tradicional literatura jurídica. Cole e Grossman (2001) indicam que a definição de direi-
tos de propriedade utilizada por economistas, entretanto, por muitas vezes diverge de 
forma significativa da tradição jurídica, visando a análise econômica. Isto porque mesmo 
no sistema anglo-saxão, direitos de propriedade indicam a relação entre pessoas e coi-
sas, tendo a definição destas relações de propriedade sido a principal preocupação não 
apenas de juristas, mas também da jurisprudência norte-americana ao longo do tempo. 
Muitas vezes, economistas em geral “classificam” como direitos de propriedade relações 
que nem direitos são. Com frequência, o que é denominado pela teoria econômica de 
direito, na tradição jurídica apresenta-se como um mero privilégio, liberdade ou interes-
se por parte de um indivíduo. Hohfeld (1913, 1917, apud Cole; Grossman, 2001) propôs 
uma correlação entre o que seriam direitos e aquilo que denominou meros deveres, a 
qual influencia até hoje a maior parte da jurisprudência norte-americana. O Quadro 7, 
indica a relação entre os distintos níveis de relações sociais e suas correlações.
Quadro 1: Elementos distintivos de direitos e deveres
ELEMENTO CORRELAÇÃO OPOSTO
Direito Dever Não há direito
Privilégio ou Identidade Não há direito Dever
Poder Responsabilidade Incapacidade
Imunidade Incapacidade Responsabilidade
Fonte: Cole e Grossman (2001).
91 
Segundo Hohfeld (1913), só é possível o estabelecimento de um direito quando há um 
correspondente dever por parte de outro indivíduo ou grupo de indivíduos, de modo 
que um direito legalmente garantido presume a existência de uma obrigação de não in-
terferência com o exercício daquele direito por parte dos demais membros da socieda-
de. Por outro lado, as outras relações apresentadas não implicam deveres por parte dos 
demais membros da sociedade (o fato de um indivíduo deter um interesse ou liberdade 
em relação a um bem ou serviço qualquer não implica um dever de não interferência 
por parte dos demais membros da sociedade). Assim, se faz necessário tornar a utili-
zação dos termos direitos e direitos de propriedades mais precisas. Adicionalmente, é 
necessário investigar relações de causalidade entre elementos jurídicos e econômicos. 
Afinal, o direito importa? Por que e em que medida? Para responder a essas questões é 
preciso esclarecer os mecanismos pelos quais o direito afeta variáveis econômicas. No 
que diz respeito ao nosso objeto do presente estudo – os direitos de propriedade – a 
questão relevante é saber se e como a existência de determinada configuração de di-
reitos afetao comportamento dos agentes econômicos titulares de tais direitos e, por 
decorrência, variáveis economicamente relevantes.
Fonte: Mello e Esteves (2014, on-line)6. 
MATERIAL COMPLEMENTAR
Contabilidade Introdutória
Stephen Charles Kanitz, Sérgio de Iudícibus e Eliseu Martins
Ano: 2010 
Editora: Atlas
Sinopse: o livro Contabilidade Introdutória inova o ensino 
da Contabilidade no Brasil. Permanentemente revisto e 
atualizado, tem em vista não só sua adaptação aos modernos 
padrões de ensino da Contabilidade, como ainda as frequentes 
modi� cações introduzidas na legislação � scal e societária do 
País. Originou-se de cursos desenvolvidos no Departamento 
de Contabilidade da FEA/USP, sob a preocupação básica de clareza e de didática na exposição da 
matéria. Quanto ao conteúdo e ao enfoque operacional, a diretriz central tem sido a de apresentar a 
Contabilidade como poderoso instrumento de administração.
O livro parte de uma visão de conjunto dos relatórios emanados pela Contabilidade, descendo então 
em nível de detalhes sobre os lançamentos originários. Expõe os signi� cados da função controladora 
da Contabilidade e das peças contábeis. Traz em apêndices explicações sobre a correção monetária 
do balanço e análise de demonstrações contábeis.
Fundamentos da contabilidade: A nova 
contabilidade no contexto global
Marina Mitiyo Yamamoto, João Domiraci Paccez e Mara 
Jane Contrera Malacrida
Ano: 2011 
Editora: Saraiva
Sinopse: a ideia deste livro originou-se a partir 
da experiência vivenciada no desa� o de ensinar 
contabilidade em cursos de graduação e em programas 
de treinamentos para diversas empresas. O envolvimento 
e a participação no desenvolvimento do curso para 
diversas turmas simultâneas, ora ministrando aulas, ora preparando material ou coordenando as 
diversas atividades dos participantes, tarefas estas desenvolvidas por mais de dez anos, possibilitaram 
adquirir uma bagagem substancial para contribuir com um material de suporte para o ensino da 
Contabilidade no Brasil.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
História da contabilidade: Foco na evolução das 
escolas do pensamento contábil
 Paulo Schmidt, Jose Luiz dos Santos 
Ano: 2008
Editora: Atlas
Sinopse: a Contabilidade tem passado, nos últimos anos, 
por uma revolução em termos de sua história, visto que 
recentes trabalhos arqueológicos encontraram vestígios da 
utilização de sistemas contábeis na pré-história, durante o 
período Mesolítico, compreendido entre 10.000 e 5.000 a.C. 
O objetivo desta obra é apresentar as principais características 
do período denominado de arqueologia da contabilidade, identi� car a origem da contabilidade 
e sua importância para o desenvolvimento da humanidade e entender o cenário histórico desse 
período e a sua inter-relação com a contabilidade. Essas características abordadas inicialmente são 
complementadas pelos textos conceituais ao longo da obra. São desenvolvidos temas desde a 
solidi� cação do sistema contábil de partidas dobradas, até a exposição das principais contribuições 
das escolas de pensamento contábil que mais se destacaram ao longo do tempo, culminando com a 
História da Contabilidade no Brasil. 
REFERÊNCIAS
BRASIL. Presidência da República, Casa Civil. Subchefia para assuntos Jurídicos. LEI 
Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002. Institui o código civil. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em: 30 set. 2016.
CASTRO, S. C. de. Contabilidade Gerencial. Maringá-PR: Unicesumar, 2014.
D’ÁURIA, F.  Primeiros princípios de contabilidade pura.  São Paulo: Companhia 
Editora Nacional, 1959.
FAVERO, H. et al. Contabilidade Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 1997.
IUDÍCIBUS, S. de; MARION, J. C. Contabilidade para não contadores. 3. ed. São Pau-
lo: Atlas, 2000.
MARION, J. C. Contabilidade básica. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
NUNES, P. Dicionário de Tecnologia Jurídica. 12. ed. Rio de Janeiro: livraria Freitas 
Bastos: 1994.
SILVA, L. Trajetória de um conceito: patrimônio, entre a memória e a história. Mo-
saico-Revista Multidisciplinar de Humanidades, v. 1, n. 1, p. 36-42. jan/jun., 2010.
YAMAMOTO, M. M.; PACCEZ, J. D.; MALACRIDA, M. J. C. Fundamentos da contabili-
dade: A nova contabilidade no contexto global. São Paulo: Saraiva, 2011.
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2Em: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/contabil/resolucaocfc774.htm>. 
Acesso em: 30 set. 2016. 
3Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 30 
set. 2016.
4Em: <http://www.souzacruz.com.br/group/sites/sou_7uvf24.nsf/vwPagesWebLi-
ve/DO9UBM4Q/$FILE/medMD9VLPYR.pdf?openelement>. Acesso em: 30 set. 2016. 
5Em: <http://www.portalprudente.com.br/apostilas/Contabilidade/ManualConta-
bilidade.doc.>. Acesso em: 30 set. 2016. 
6Em: <https://ie.ufrj.br/datacenterie/pdfs/seminarios/pesquisa/texto1111.pdf>. 
Acesso em: 30 set. 2016. 
GABARITO
95
1. B.
2. E.
3. C.
4. Obrigações não econômicas são todos os compromissos, deveres ou ações 
passivas que não envolvam valor econômico, ou seja, não são avaliadas em 
dinheiro. Já as Obrigações econômicas, são todos os compromissos, deveres 
ou ações passivas que envolvam valor econômico, ou seja, são avaliadas em 
dinheiro. 
5. A) Constituição da empresa onde os sócios colocam dinheiro no caixa e no es-
toque. 
B) a empresa adquire móveis e utensílios a prazo.
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Professora Me. Juliana Moraes da Silva
DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Identificar as demonstrações financeiras que têm divulgação 
obrigatória.
 ■ Compreender o processo dedutível da demonstração do resultado 
do exercício.
 ■ Conhecer as demonstrações financeiras geradas pela contabilidade.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Demonstrações Financeiras 
 ■ Demonstração do Resultado do Exercício
 ■ Outras Demonstrações Financeiras
INTRODUÇÃO
Olá caro(a) aluno(a), nesta unidade você é convocado(a) a conhecer as demons-
trações contábeis, também conhecidas como demonstrações financeiras, obtidas 
através dos dados financeiros registrados e processados pela contabilidade. Essas 
demonstrações correspondem aos relatórios composto por quadros que podem 
ser utilizados pelos usuários como auxílio ao processo decisório.
De acordo com o CPC 00 (R1) (2011, on-line)1, as demonstrações contá-
beis são elaboradas e apresentadas para usuários externos de acordo com suas 
necessidades, sejam estes representantes dos governos, órgãos reguladores ou 
autoridades tributárias, pois estes usuários podem determinar especificamente 
exigências para atender a seus próprios interesses. Essas exigências, no entanto, 
não devem afetar as demonstrações contábeis elaboradas segundo as normas 
contábeis.
O objetivo das demonstrações é o de fornecer informação sobre a posição 
patrimonial e financeira e do desempenho e da entidade que seja útil aos usuá-
rios em suas análises e tomada de decisões econômicas.
Muito embora o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do 
Exercício sejam as demonstrações mais usuais e obrigatórias para empresas de 
pequeno, médio e grande porte, elas não são as únicas a expor os resultados obti-
dos pela empresa em diferentes períodos, objetivando introduzir você, caro(a) 
aluno(a), no mundo da contabilidade. As análises abordadas neste livro ocorre-
rão com base nessas duas demonstrações.
Ao abrir um empreendimento, o gestor deve conhecer não apenas o seu pro-
duto ou serviço, mas é imprescindível “enxergar” o que as demonstrações contábeis 
evidenciam de informações, viabilizando o acompanhamento do desempenhoeconômico e financeiro da empresa. 
Nesta unidade, você não apenas conhecerá as demonstrações contábeis, 
como também poderá observar a estrutura de cada uma delas e compreender a 
evolução dos dados ali evidenciados.
Que tal conhecer as demonstrações financeiras? Elas estão repletas de infor-
mações. Vamos em frente! Bons estudos!
Introdução
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DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Caro(a) aluno(a), saiba que o objetivo básico das demonstrações financeiras é 
fornecer informações para a correta gestão dos negócios e avaliação dos resul-
tados operacionais. As demonstrações apresentam elementos que possibilitam 
aos empresários e administradores o planejamento e o controle do patrimônio 
da entidade e de suas atividades sociais.
O Pronunciamento Conceitual Básico 00 ([2011], on-line)2, complementa 
que as:
demonstrações contábeis retratam os efeitos patrimoniais e financeiros 
das transações e outros eventos, agrupando-os em classes de acordo 
com as suas características econômicas. Essas classes são chamadas de 
elementos das demonstrações contábeis. Os elementos diretamente re-
lacionados à mensuração da posição patrimonial e financeira no balan-
ço são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido.
As informações evidenciadas nos demonstrativos contábeis interessam tam-
bém às pessoas que, por qualquer motivo, mantenham relações com a empresa: 
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credores, investidores em potencial, o governo e a sociedade.
As demonstrações contábeis têm a função de comunicar a situação de uma 
entidade, mas para que isso aconteça é preciso que o usuário tenha um conhe-
cimento mínimo da nomenclatura utilizada na área. 
As demonstrações contábeis consistem em um conjunto de demonstrativos, 
previstos em lei, geralmente elaborados ao final do exercício social. A Lei 6.404/76 
([2016], on-line)2, artigo 176 estabelece que, ao fim de cada exercício, a direto-
ria da empresa deve elaborar e publicar as seguintes demonstrações financeiras:
 ■ BP - Balanço Patrimonial.
 ■ DRE - Demonstração do Resultado do Exercício.
 ■ DLPA - Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
Com a Lei 11.638/07 ([2016], on-line)3, deixa de ser exigido a DOAR (Demonstração 
de Origens e Aplicação de Recursos) e passa a serem exigidas, além das demons-
trações já citadas, também as demonstrações:
 ■ DFC (Demonstração de Fluxos de Caixa).
 ■ DVA (Demonstração de Valor Adicionado) para companhia de capital 
aberto.
Ainda, caso a organização opte, ela pode ao invés de apresentar a DLPA, apre-
sentar a Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL), desde que 
a DLPA esteja contida dentro da DMPL, de forma transparente.
A lei 6.404/76 ([2016], on-line)2 prevê que as demonstrações serão comple-
mentadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações 
necessárias para esclarecer a situação patrimonial e os resultados do exercício. 
A Lei 11.941/09 ([2016], on-line)4 passa a detalhar os elementos que são eviden-
ciados pelas notas explicativas, dentre estes se destacam:
 ■ Apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações 
financeiras e das práticas contábeis específicas, selecionadas e aplicadas 
para negócios e eventos significativos.
 ■ Divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no 
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IIIU N I D A D E102
Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demons-
trações financeiras.
 ■ Fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demons-
trações financeiras, consideradas necessárias para uma apresentação 
adequada, tais como: os principais critérios de avaliação dos elementos 
patrimoniais, os investimentos em outras sociedades, quando relevantes, 
o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações, 
os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias presta-
das a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes, taxa 
de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações em longo 
prazo; os ajustes de exercícios anteriores; os eventos subsequentes à data 
de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito rele-
vante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. 
A lei 11.638/07 ([2016], on-line)3 prevê que as companhias fechadas com patri-
mônio líquido, na data do balanço, inferior a 2.000.000,00 (dois milhões de reais) 
não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração de fluxo de caixa. 
Uma vez abordados aspectos gerais, quanto às demonstrações financeiras 
obrigatórias, passa-se a abordar elementos vinculados ao processo de elabora-
ção de das seguintes demonstrações obrigatórias: BP - Balanço Patrimonial e 
As demonstrações financeiras são instrumentos de gestão altamente pode-
rosos que possibilitam traçar planos e expansão dos negócios
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DRE - Demonstração do Resultado do Exercício.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
O termo Resultado conduz, de forma genérica, à ideia de desempenho. O CPC 
00 (2011, on-line)1, no Pronunciamento Conceitual Básico, apresenta as seguin-
tes considerações sobre o desempenho da empresa:
as informações referentes ao desempenho da entidade, especialmente 
sua rentabilidade, são requeridas com a finalidade de avaliar possíveis 
mudanças necessárias na composição dos recursos econômicos que 
provavelmente serão controlados pela entidade. As informações sobre 
as variações nos resultados são importantes nesse sentido. 
As informações sobre os resultados são úteis para prever a capacidade 
que a entidade tem de gerar fluxos de caixa a partir dos recursos atual-
mente controlados por ela. Também é útil para a avaliação da eficácia 
com que a entidade poderia usar recursos adicionais.
Na contabilidade, o termo Resultado assume também a conotação de medida de 
desempenho e corresponde à mensuração (aumento ou diminuição) do patri-
mônio líquido, caracterizando-se pela confrontação das receitas obtidas pela 
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DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E104
empresa no desempenho de sua atividade, com as despesas em que incorre para 
obtê-las, assim, tem-se a seguinte relação:
Resultado = Receitas — Despesas
No caso de o total de receitas de um período ser superior ao total de despesas 
necessárias para obtê-las, tem-se resultado positivo, o qual é denominado Lucro 
(superávit). Quando as despesas são superiores às receitas, tem-se resultado 
negativo e esse resultado recebe a denominação de Prejuízo.
A partir do exposto, pode-se observar que para a determinação do resul-
tado, é necessário identificar as receitas (acréscimo de Patrimônio Líquido) e as 
despesas (diminuição do Patrimônio Líquido) que a empresa incorreu de deter-
minado período. Feito isso, é possível avaliar o efeito que tais operações causaram 
ao Patrimônio Líquido da empresa.Receita
O CPC 00 (2011, on-line)2, no Pronunciamento Conceitual Básico, item 70, apre-
senta a seguinte definição de receita:
receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período 
contábil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou 
diminuição de passivos que resultam em aumentos do patrimônio 
líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da 
entidade.
São consideradas receitas, eventos como: vendas à vista e a prazo, venda com 
recebimento de outro ativo, juros sobre aplicações financeiras (gerados por uma 
aplicação financeira), liquidação de uma dívida com desconto.
Despesa
O CPC 00 (2011, on-line)2, no Pronunciamento Conceitual Básico, item 70, apre-
senta a seguinte definição de despesa:
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despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período 
contábil sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou 
incrementos em passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio 
liquido e que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários 
da entidade.
Uma despesa pode ser entendida como o custo do uso ou o custo de bens ou 
serviços consumidos nas atividades da empresa, a fim de se obter receita. Ou 
seja, as despesas representam os sacrifícios de benefícios econômicos e devem 
ser reconhecidas quando surge decréscimo nos futuros benefícios econômicos 
provenientes da diminuição do ativo ou do aumento de passivo, desde que possa 
ser determinada de modo confiável. Portanto, são consideradas despesas, eventos 
como: consumo de estoque, serviços de terceiros, salários, aluguéis ente outros.
A partir dos conceitos apresentados, é possível observar que, se as receitas 
forem superiores às despesas, como resultado se obtém lucro, o qual provoca o 
aumento no patrimônio líquido. Mas, se as receitas forem inferiores às despesas, 
como resultado se obtém prejuízo, o qual provoca redução no patrimônio líquido.
Contudo, apenas essa relação não possibilita a efetiva análise do desempe-
nho da empresa ao longo do tempo, ou a extração de conclusões, em termos 
de ações, que sejam úteis para a tomada de decisão. Com relação ao exposto 
o Pronunciamento Conceitual Básico, item 72 do CPC 00 (2011)2 apresenta o 
seguinte entendimento:
as receitas e despesas podem ser apresentadas na demonstração do 
resultado de diferentes maneiras, de modo que prestem informações 
relevantes para a tomada de decisões. Por exemplo, é prática comum 
distinguir entre receitas e despesas que surgem no curso das atividades 
usuais da entidade e as demais. Essa distinção é feita porque a fonte 
de uma receita é relevante na avaliação da capacidade que a entidade 
tenha de gerar caixa ou equivalentes de caixa no futuro; por exemplo, 
receitas oriundas de atividades eventuais como a venda de um investi-
mento de longo prazo normalmente não se repetem numa base regular. 
Nessa distinção, deve-se levar em conta a natureza da entidade e suas 
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rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E106
operações. Itens que resultam das atividades ordinárias de uma entida-
de podem ser incomuns em outras entidades.
Por existir a necessidade de se identificar os efeitos causados no Patrimônio 
Líquido, quer seja por atividades operacionais ou eventuais, foi estruturado um 
relatório específico, denominado Demonstração do Resultado do Período. 
Nesse relatório, todas as contas de receitas e despesas são apresentadas 
em agrupamentos específicos. Ao final do período, o resultado final obtido na 
Demonstração do Resultado é incorporado ao Patrimônio Líquido, possibi-
litando, assim, refletir no Balanço Patrimonial os efeitos do desempenho da 
empresa em determinado período.
Estrutura da demonstração de resultado
Receita Operacional Bruta: é o total bruto vendido no período. Estão inclusos os 
impostos sobre vendas e não foram subtraídas as devoluções ocorridas no perí-
odo. Impostos e taxas sobre vendas são aqueles gerados no momento da venda; 
variam proporcionalmente à venda. Exemplos: IPI, ICMS, ISS, PIS E COFINS.
Devoluções e abatimentos: são mercadorias devolvidas por estarem em 
desacordo com o pedido. Pode ocorrer da empresa vendedora, na tentativa de 
evitar devolução, propor um abatimento no preço para compensar o prejuízo 
ao comprador.
Custo das vendas: essa expressão está relacionada com a característica de 
entidade:
 ■ Para empresas industriais é denominado custo do produto vendido (CPV).
 ■ Para empresas comerciais é denominado custo das mercadorias vendi-
das (CMV).
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 ■ Para empresas prestadoras de serviços é denominado custo dos serviços 
prestados (CSP).
Na indústria, custo significa todos os gastos na fábrica (produção): matéria-
-prima, mão de obra, energia elétrica, manutenção, embalagem etc. Na empresa 
comercial, significa o gasto da aquisição da mercadoria a ser revendida; e em 
uma empresa prestadora de serviços, a mão de obra aplicada no serviço pres-
tado mais o material utilizado nesse serviço.
Despesas operacionais: os principais grupos de despesas operacionais são: 
- Despesas com vendas: abrangem desde a promoção do produto até sua 
colocação junto ao consumidor (despesas com o pessoal da área de vendas, 
comissões sobre vendas, propaganda e publicidade, marketing, provisão para 
devedores duvidosos etc).
- Despesas gerais e administrativas: são aquelas necessárias para administrar 
(dirigir) a empresa. Exemplo: honorários administrativos, salários e encargos 
sociais do pessoal administrativo, aluguel de escritório, materiais de escritório, 
seguro da área administrativa, depreciação de móveis e utensílios, material de 
expediente etc.
- Despesas financeiras: são as remunerações aos capitais de terceiros, exemplo: 
juros pagos ou incorridos, despesas bancárias, correção monetária de emprésti-
mos, descontos concedidos, juros de mora pagos etc.
- Receitas financeiras: são as derivadas de aplicações financeiras, juros de 
mora recebidos, descontos obtidos etc.
O relatório denominado Demonstração do Resultado corresponde à apresen-
tação de forma detalhada e ordenada, de todas as contas de receitas e despesas que 
compõem a Conta Apuração de Resultado. O Pronunciamento Técnico CPC 26 
([2016], on-line)5, item 82, define o detalhamento mínimo das rúbricas a serem 
apresentadas na demonstração do resultado:
 ■ Receitas.
 ■ Custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos.
 ■ Lucro bruto.
 ■ Despesas com vendas gerais, administrativas e outras despesas e recei-
tas operacionais.
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 ■ Despesas e receitas financeiras.
 ■ Resultado antes dos tributos sobre o lucro.
 ■ Despesa com tributos sobre o lucro.
 ■ Resultado líquido do período.
A partir da estrutura mínima apresentada, verifica-se que o resultado obtido pela 
empresa nas suas atividades principais é evidenciado na parte superior da DRE, 
pela confrontação das receitas de vendas ou serviços, com as despesas direta-
mente associadas a essas receitas (custo dos produtos ou mercadorias venda ou 
custo dos serviços prestados). 
Assim, se obtém o “Resultado Bruto”, “Resultado Bruto com Mercadorias”, 
“Resultado com Serviços” ou “Lucro Bruto”. O Resultado Brutorepresenta uma 
medida da capacidade da empresa em exercer as atividades a que se propõe. 
Também fornece uma medida sobre a capacidade da empresa em colocar seus 
produtos e serviços no mercado, cobrindo os custos de aquisição ou produção e 
gerando uma margem sobre esses custos. A margem resultante serve para cobrir 
os demais gastos com a estrutura da empresa e como consequência, se obtém o 
resultado do período.
Assim, as receitas e despesas podem ser apresentadas em determinados gru-
pos conforme modelo.
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Quadro 1 - Modelo da Demonstração do Resultado do Exercício CIA GUTAMOC S/A
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
PERÍODO DE .../.../... A .../.../...
RECEITA OPERACIONAL BRUTA 
Vendas de Produtos. 
Vendas de Mercadorias. 
Prestação de Serviços.
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA  
Devoluções de Vendas.  
Abatimentos.  
Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas.
(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) CUSTOS DAS VENDAS 
Custo dos Produtos Vendidos.  
Custo das Mercadorias. 
Custo dos Serviços Prestados.
(=) RESULTADO OPERACIONAL BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS  
Despesas Com Vendas.  
Despesas Administrativas.
(-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS 
Despesas Financeiras. 
(-) Receitas Financeiras. 
Variações Monetárias e Cambiais Passivas. 
(-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas.
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS
Resultado da Equivalência Patrimonial.
Venda de Bens e Direitos do Ativo não Circulante.
(-) Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo não Circulante.
(=) RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO 
SOCIAL E SOBRE O LUCRO
(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro.
(=) LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES
(-) Debêntures, Empregados, Participações de Administradores, Partes Beneficiárias, 
Fundos de Assistência e Previdência para Empregados.
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Fonte: adaptado do CR 26 (R1)
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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Com relação à Demonstração do Resultado do Exercício, a Lei 6.404/76 ([2016], 
on-line)3, artigo 176, obriga sua elaboração e publicação ao final de cada exercí-
cio social, com os valores correspondentes à demonstração do período anterior 
para fins de comparação. O artigo 177, também, determina a adesão aos princí-
pios de contabilidade geralmente aceitos, mencionando a necessidade de registro 
das mutações patrimoniais segundo o regime de competência. Além disso, a lei 
estabelece a necessidade de divulgação do lucro ou prejuízo por ação do capi-
tal social.
A seguir para um melhor entendimento do DRE, segue o demonstrativo da 
empresa Souza Cruz.
Quadro 2 - Souza Cruz: Demonstrativo do Resultado
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2012
Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 6.264,1 M 6.287,4 M 6.131,1 M
Custo dos Bens e/ou Seviços Vendidos -2.274,3 M -2.274,3 M -2.098,4 M
Resultado Bruto 3.989,8 M 4.022,2 M 4.032,8 M
Despesas Operacionais -1.509,9 M -1.544,8 M -1.658,2 M
Despesas com Vendas -877,6 M -913,1 M -914,2 M
Despesas Gerais e Administrativas -877,7 M -852,1 M -820,4 M
Perdas pela Não Recuperabilidade de Ativos 0,0 M 0,0 M 0,0 M
Outras Receitas Operacionais 242,4 M 202,5 M 156,2 M
Outras Despesas Operacionais -748,4 M 17,9 M -79,7 M
Resultado de Equivalência Patrimonial 0,0 M 0,0 M 0,0 M
Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos 2.479,9 M 2.477,4 M 2.374,6 M
Resultado Financeiro -17,3 M -32,5 M 11,3 M
Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro 2.462,6 M 2.445,0 M 2.385,9 M
Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro -748,4 M -750,7 M -744,5 M
Resultado Líquido das Operações Continuadas 1.714,2 M 1.694,3 M 1.641,4 M
Resultado Líquido de Operações Descontinuadas 0,0 M 0,0 M 0,0 M
Lucro/Prejuízo Consolidado do Período 1.714,2 M 1694,3 M 1.641,4 M
Fonte: adaptado de Souza Cruz (2011, on-line)6.
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OUTRAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados
Evidencia claramente o lucro do período, sua distribuição e movimentação ocor-
rida no saldo da conta, lucros ou prejuízos acumulados.
O Art. 186 da Lei 6.404/76 ([2016], on-line)3, em seus incisos I, II, III, 
determina a seguinte discriminação na Demonstração dos Lucros ou Prejuízos 
Acumulados:
I. o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a corre-
ção monetária do saldo inicial.
II. as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício.
III. as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incor-
porada ao capital e o saldo do período.
Quadro 3 - Modelo da Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados CIA GUTAMOC S/A
DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS
PERÍODO DE .../.../... A .../.../...
Saldo no início do período 
(+/-) Ajuste de exercícios anteriores. 
(=) Saldo ajustado e corrigido. 
(+/-) Resultado do exercício .
( - ) Transferências para reservas. 
• Reserva Legal.
• Reserva para Contingência. 
• Reservas Estatutárias.
(-) Dividendos a distribuir. 
(=) Saldo no fim do período. 
Fonte: adaptado do CPC 26 (R1) (2014, on-line)5. 
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados apresenta os lucros obti-
dos em exercícios anteriores devidamente ajustados, incorporando-se o resultado 
do período e excluindo as transferências de modo a apresentar o saldo acumu-
lado dos lucros retidos na entidade.
A Lei 6.404/76 (on-line)2 autoriza a substituição da DLPA pela Demonstração 
das Mutações do Patrimônio Líquido, caso esta seja elaborada pela empresa.
Demonstração das mutações do patrimônio líquido
Evidencia a mutação do Patrimônio Líquido de forma global (novas integraliza-
ções de capital, resultado do exercício, ajustes de exercícios anteriores, dividendos, 
reavaliações) e também as mutações internas (incorporações de reservas de capi-
tal, transferências de lucros acumulados para reservas e vice-versa).
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL é obrigató-
ria para empresas de capital aberto, conforme exigência da CVM – Comissão de 
Valores Mobiliários, em sua instrução nº 59, de 22 de dezembro de 1986.
A DMPL fornece informações referentes às diversas movimentações ocor-
ridas nas contas do Patrimônio Líquido durante o exercício social. Desta forma, 
todo acréscimo ou diminuição no Patrimônio Líquido é evidenciado por meio 
desta demonstração.
De acordo com o § 2º do artigo 186 da Lei 6.404/76 (on-line)2 a Demonstra-
ção de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) poderá ser incluída na De-
monstração das Mutações do Patrimônio Líquido, se elaborada e divulgada 
pela companhia, pois não inclui somente o movimento da conta de lucros 
ou prejuízos acumulados, mas também o de todas as demais contas do pa-
trimônio líquido.
Fonte: Lei 6.404-76 ([2016], on-line)3.
Outras Demonstrações Financeiras
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A DMPL é um instrumento importante para as empresas que tenham seuPatrimônio Líquido formado por diversas contas e mantenham com elas cons-
tantes transações.
Quadro 4- Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido  
CIA GUTAMOC S/A
HISTÓRICO
CAPITAL 
REALIZADO
RESERVAS
LUCROS 
ACUMULADOS
TOTAL
Saldo em 31.12.____      
Ajustes de Exercícios Ante-
riores
     
Efeitos de mudança de crité-
rios contábeis
     
Retificação de erros de exercí-
cios anteriores
     
Aumento de Capital      
Com lucros e reservas      
Por subscrição realizada      
Reversões de Reservas      
De contingências      
De lucros a realizar      
Lucro Líquido do Exercício      
Proposta da Administração 
de Destinação do Lucro
     
Transferências para reservas      
Reserva legal      
Reserva estatutária      
Reserva de lucros para ex-
pansão
     
Reserva de lucros a realizar      
Dividendos a distribuir (R$ ... 
por ação)
     
Saldo em 31.12.____      
Fonte: adaptado do CPC 26 (R1) ([2016], on-line)5 (?).
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E114
Fonte: adaptado de Souza Cruz (2011, on-line)7.
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Quadro 5 - Souza Cruz Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 2014
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Demonstração do fluxo de caixa
No Brasil, a Demonstração do fluxo de caixa (DFC) passou a ser obrigatória para 
as sociedades anônimas e empresas de grande porte a partir de 2008. Passou a 
substituir a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. Para as com-
panhias fechadas com PL inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) na 
data do balanço, não serão obrigatórias a elaboração e a publicação da DFC.
A DFC é feita pelo regime de caixa, então a DFC deve indicar, no mínimo, 
as alterações ocorridas durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de 
caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, três fluxos de atividade:
1) Atividades operacionais: são as principais atividades geradoras de receita 
da entidade e outras atividades diferentes das de investimento e de financiamento.
2) Atividades de investimento: são referentes à aquisição e à venda de ativos 
de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa.
3) Atividades de financiamento: são aquelas que resultam em mudanças no 
tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade, 
não são classificadas como atividade operacional.
Essa demonstração será obtida de forma direta (a partir da movimentação 
do caixa e equivalentes a caixa) ou de forma indireta (com base no lucro/preju-
ízo do exercício). A DFC apresentada pelo Método Direto facilita a visualização 
e a compreensão do fluxo financeiro, demonstrando recebimentos e pagamentos 
decorrentes das atividades operacionais da empresa, possibilitando a avaliação 
do comportamento do seu nível de solvência. Neste método são apresentados 
os componentes dos fluxos por seus valores brutos, ao menos para os itens mais 
significativos dos recebimentos e pagamentos.
A DFC apresentada pelo Método Indireto se assemelha a DOAR, pois a 
demonstração de recursos gerados pela empresa é feita por meio da conciliação 
do Resultado Líquido do Exercício com a efetiva variação do caixa, exigindo do 
analista um conhecimento de contabilidade.
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E116
Quadro 6 - Modelo da Demonstração do Fluxo de Caixa – Método Indireto
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
PERÍODO DE .../.../... A .../.../...
FLUXOS OPERACIONAIS
Resultado Líquido
 (+) Depreciação
Aumento/Redução de Duplicatas a Receber.
Aumento em Duplicatas Descontadas.
Aumento em Provisão para Crédito deLiquidação Duvidosa.
Aumento/Redução em Estoques.
Aumento/Redução em Fornecedores.
Redução de Salários a Pagar.
Outros.
Caixa Líquido das Atividades.
FLUXOS DE INVESTIMENTOS
Pagamento na Compra de Imobilizado.
Recebimento pela Venda de Imobilizado.
Outros.
Caixa Líquido de Investimentos.
FLUXOS DE FINANCIAMENTOS
Integralização de Aumento de Capital.
Amortização de Empréstimos e Financiamentos.
Recebimento/Pagamento de Dividendos.
Novas Captações de Empréstimos e Financiamentos.
Outros
Caixa Líquido de Financiamentos.
AUMENTO/REDUÇÃO DE CAIXA
SALDO INICIAL DE CAIXA
SALDO FINAL DE CAIXA
Fonte: adaptado do CPC (R1) (2014,on-line)6
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A seguir, o Demonstrativo do Fluxo de Caixa da empresa Souza Cruz:
Quadro 7 - Souza Cruz: Demonstrativo do Fluxo de Caixa
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA - 
MÉTODO INDIRETO
31/12/2014 31/12/2013 31/12/2012
 - Caixa Líquido Atividades Operacionais 2.325,9 M 2.273,8 M 1.871,7 M
 + Caixa Gerado nas Operações 1.914,6 M 1.925,4 M 2.011,2 M
 + Variações nos Ativos e Passivos 411,3 M 348,3 M -139,5 M
 Outros 0,0 M 0,0 M 0,0 M
- Caixa Líquido Atividades de Investimento -170,4 M -127,0 M -242,4 M
 Recursos obtidos na venda de ativo imobili-
zado 71,6 M 16,1 M 5,8 M
 Dividendo recebido de coligada 0,0 M 0,0 M 19,3 M
 Adições ao imobilizado e intangível -242,0 M -143,1 M -279,2 M
- Caixa Líquido Atividades de Financiamento -1.720,4 M -2.056,5 M -1.544,7 M
 Empréstimos e financiamentos - liquido -185,1 M -459,8 M -111,1 M
 Dividendos e juros sobre o capital próprio 
distribuídos -1.535,3 M -1.596,7 M -1.433,6 M
 Captação líquida de amortizações - - -
 Dividendos e juros sobre o capital próprio 
distribuídos - - -
Variação Cambial s/ Caixa e Equivalentes 0,0 M 0,0 M 0,0 M
 - Aumento (redução) de caixa e Equivalentes 435,1 M 90,3 M 84,6 M
 Saldo Inicial de Caixa e Equivalentes 1.391,7 M 1.301,4 M 1.216,8 M
Fonte: adaptado de Souza Cruz (2011, on-line)7.
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E118
Demonstração de valor adicionado
A Demonstração de valor adicionado (DVA) passou a ser obrigatória para as 
sociedades anônimas de capital aberto a partir do exercício de 2008. A DVA 
deve evidenciar o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição 
entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como 
empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela 
da riqueza distribuída.
Em outras palavras, a DVA evidencia o quanto de riqueza uma empresa pro-
duziu, ou seja, o quanto ela adicionou de valor aos seus fatores de produção e 
o quanto dessa riqueza foi distribuída (entre empregados, governo, acionistas, 
financiadores de capital) ou retida e, de que forma essas transações aconteceram. 
A sua utilidade é notória do ponto de vista macroeconômico, pois, conceitual-
mente, o somatório dos valores adicionados de um país representa seu Produto 
Interno Bruto (PIB).
Em suma, a DVA demonstra ao usuário o quanto cada companhia criou 
de riqueza e como distribuiu aos agentes econômicos que ajudaram a criar essa 
riqueza. Então, o objetivo maior da DVA é o de demonstrar o quanto a empresa 
gerou de riqueza (recursos) e como distribuiu esses recursos aos agentes que 
contribuíram para tal formação.
Segue Demonstração de Valor Adicionado da empresa Souza Cruz:
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Quadro 8 - Souza Cruz: Demonstração de Valor Adicionado
Fonte: adaptado de Souza Cruz (2011, on-line)7.
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ACIONADO 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2012
Receitas 16.892,6 M 16.150,5 M 14.617,6 M
Vendas de Mercadorias, Produtos e Serviços 16.752,8 M 16.118,9 M 14.639,5 M
Outras Receitas 139,2 M 25,9 M -31,6 M
Receitas refs. à Construção de Ativos Próprios 0,0 M 0,0 M 0,0 M
Provisão/Reversão de Créds. Liquidação 
Duvidosa
0,7 M 5,6 M 9,7 M
Insumos Adquiridos de Terceiros -3.078,0 M -2.955,2 M -2.870,4 M
Custos Prods., Mercs. e Servs. Vendidos -367,6 M -371,2 M -285,2 M
Materiais, Energia, Servs. de Terceiros e Outros -2.720,4 M -2.662,1 M -2.598,5 M
Perda/Recuperação de Valores Ativos 10,0 M 78,1 M 13,2 M
Outros 0,0 M 0,0 M 0,0 M
Valor Adicionado Bruto 13.814,6 M 13.195,3 M 11.747,2 M
Retenções -156,1 M -157,9 M -171,5 M
Depreciação, Amortização e Exaustão -156,1 M -157,9 M -171,5 M
Outras 0,0 M 0,0 M 0,0 M
Valor Adicionado Líquido Produzido 13.658,5 M 13.037,4 M 11.575,6 M
Vir Adicionado Recebido em Transferência 183,4 M 281,2 M 147,1 M
Resultado de Equivalência Patrimonial 0,0 M 0,0 M 0,0 M
Receitas Financeiras 183,4 M 281,2 M 147,1 M
Outros 0,0 M 0,0 M 0,0 M
Valor Adicionado Total a Distribuir 13.847,9 M 13.318,6 M 11.722,7 M
Distribuição do Valor Adicionado 13.841,9 M 13.318,6 M 11.722,7 M
Pessoal 641,2 M 724,0 M 684,7 M
Impostos, Taxas e Contribuições 11.248,6 M 10.554,8 M 9.239,6 M
Remuneração de Capitais de Terceiros 237,9 M 344,5 M 155,9 M
Remuneração de Capitais Próprios 1.714,2 M 1.695,3 M 1.642,6 M
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E120
Demonstração do resultado abrangente
O CPC 26 institui a obrigatoriedade da publicação da Demonstração do resultado 
abrangente (DRA). Essa demonstração evidencia as modificações do Patrimônio 
Líquido (PL) decorrentes de receitas, despesas e outros eventos que não são reco-
nhecidos no resultado imediatamente, ou seja, sua realização ainda contém um 
grau de incerteza. Perdas não realizadas em investimentos financeiros são exem-
plos de despesas que compõem a DRA.
Quadro 9 - Modelo da Demonstração do Resultado Abrangente
CIA GUTAMOC S/A
Fonte: adaptado do CPC 26 (R1) (2014, on-line)6.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
PERÍODO DE .../.../... A .../.../...
Resultado Líquido do Período 
(+/-) Outros Resultados Abrangentes. 
Variação de Reserva de Reavaliação (Quando Existente). 
Ganhos/Perdas em Planos Previdência Complementar Ou Conversão das Demons-
trações Contábeis p/ Exterior. 
Ajuste de Avaliação Patrimonial. 
(+/-) Resultados Abrangentes de Empresas Investidas (quando reconhecidas pela 
Eq. Patrimonial). 
(=) Resultado Abrangente do Período.
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Quadro 10 – Souza Cruz: Demonstração do Resultado Abrangente
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Fonte: adaptado de Souza Cruz (2011, on-line)7.
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rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E122
Notas explicativas
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis e devem 
divulgar as informações necessárias à adequada compreensão das respectivas 
demonstrações.
Por determinação legal, as notas devem conter:
a. Os principais critérios de avaliação de elementos patrimoniais.
b. Os investimentos em outras sociedades, quando relevantes.
c. O aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações.
d. Os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias pres-
tadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes.
e. A taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações em 
longo prazo.
f. O número, espécies e classes das ações do capital social.
g. As opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício.
h. Ajustes de exercícios anteriores.
i. Eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, 
ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resul-
tados futuros da companhia.
A seguir um exemplo de Nota Explicativa da Souza Cruz:
Quadro 11 – Souza Cruz: Nota Explicativa
ITR - Informações Trimestrais - 30/06/2014 - SOUZA CRUZ SA Versão: 1
Notas Explicativas
3.6 Contas a receber
As contas a receber correspondem aos valores a receber de clientes pela venda de mercadorias 
e serviços no decurso normal das atividades da Companhia. As contas a receber são incialmen-
te reconhecidas pelo valor justo e, subsequentemente, mensuradas pelo custo amortizado 
com base no método de taxa de juros efetiva menos a provisão para perdas com créditos, se 
necessária.
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A provisão para perdas com créditos (impairment) é fundamentada em análise dos créditos 
pela Administração, que leva em consideração o histórico e os riscos envolvidos em cada ope-
ração, e é constituída em montante considerado suficiente para cobrir as prováveis perdas na 
realização das contas a receber.
3.7 Estoques
Os estoques estão demonstrados pelo menor valor entre o valor líquido de realização e o custo 
médio de produção ou preço médio de aquisição. O custo é determinado pelo método de 
avaliação dos estoques “custo médio ponderado”. As provisões para perda de estoque de baixa 
rotatividade ou obsoletos, ou aquelas constituídas para ajustar ao valor de mercado, são con-
tabilizadas quando aplicável.
3.8 Outros ativos circulante e não circulante
Os demais ativos são apresentados ao valor de custo ou de realização, incluindo, quando apli-
cável, os rendimentos, as variações nas taxas de câmbio e as variações monetárias auferidos.
3.9 Imobilizado
Demonstrando ao custo combinado com os seguintes aspectos:
• A depreciação de bens do imobilizado é calculada peo método linear, que 
levam em consideração a vida útil-econômica desses bens, com exceção 
dos terrenos que não são depreciados, considerando um turno de 08 horas 
através das seguintes taxas:
TAXAS ANUAIS DE 
DEPRECIAÇÃO - %
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(EM ANOS)
Edifícios 4 25
Máquinas e Equipamentos (a) 10 - 20 10 - 5
Instalações 10 10
Móveis e Utensílios 10 10
Veículos 20 5
Equipamentos de Processamentos de Dados 20 5
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Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E124
Fonte: adaptado de Souza Cruz (2011, on-line)7.
(a) As taxas de depreciação podem ser aceleradas visto a necessidade de 
operar em tempo superior a um turno de oito horas diárias, principalmente 
na época de processamento da safra de fumo e aumento na demanda de 
produção de cigarros, podendo com isso chegar até 20% em determinadas 
máquinas. Para estas situações são aplicados os coeficientes 1,0 - um turno, 
coeficiente 1,5 - dois turnos e coeficiente 2,0 - três turnos. 
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Relatório da administração
O seu objetivo é servir como complemento às demonstrações contábeis, de forma 
a subsidiar o leitor com informações sobre o contexto operacional da compa-
nhia, com fatos relevantes que aconteceram ao longo do exercício e com planos 
da mesma para os exercícios seguintes.
A CVM, por meio do Parecer de Orientação nº 15/87 apresenta a relação 
de itens que deve conter:
a. Descrição dos negócios, produtos e serviços.
b. Comentários sobre a conjuntura econômica geral.
c. Recursos humanos.
d. Investimentos.
e. Pesquisa e desenvolvimento.
f. Novos produtos e serviços.
g. Proteção ao meio ambiente.
h. Reformulações administrativas.
i. Investimentos em controladas e coligadas.
j. Direitos dos acionistas e dados de mercado.
k. Perspectivas e planos de exercício em curso e para futuro.
Parecer do conselho fiscal
O conselho fiscal é órgão fiscalizador do Conselho de Administração das Sociedades 
Anônimas, conforme os art. 161 a 165 da Lei das Sociedades Anônimas. Assim, 
compete ao conselho:
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E126
 ■ Opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo constar no seu 
parecer as informações complementares que julgar necessárias ou úteis 
à deliberação da assembleia geral.
 ■ Analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações 
financeiras elaboradas periodicamente pela companhia.
 ■ Examinar as demonstrações financeiras do exercício social e sobre elasopinar. 
Relatório dos auditores independentes
Acompanhando as demonstrações contábeis legais, a publicação do parecer dos 
auditores independentes é obrigatória para diversas empresas. O parecer basica-
mente relata as demonstrações contábeis que foram auditadas e relata também a 
interpretação dos princípios contábeis em vigor, dando, assim maior represen-
tatividade ao conteúdo das informações contábeis publicadas.
Os principais tipos de pareceres de auditoria (ou relatório dos auditores) 
são os seguintes:
 ■ Parecer sem ressalva.
 ■ Parecer sem ressalva e com ênfase.
 ■ Parecer com ressalva (limitação de escopo).
 ■ Parecer com ressalva.
 ■ Parecer adverso.
 ■ Parecer com abstenção de opinião.
A seguir segue um exemplo do parecer dos auditores sobre os demonstrativos 
da Souza Cruz, referente ao primeiro trimestre do ano de 2014.
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ITR - Informações Trimestrais - 30/06/2014 - SOUZA CRUZ SA Versão : 1 
Pareceres e Declarações / Relatório da Revisão Especial - Sem Ressalva 
Relatório dos auditores independentes sobre a revisão das informações trimestrais 
- ITR
Ao Conselho de Administração e Acionistas da 
Souza Cruz S.A. 
Rio de Janeiro - RJ 
Introdução 
Revisamos as informações contábeis intermediárias, individuais e consolidadas, da 
Souza Cruz S.A. (“Companhia”), contidas no Formulário de Informações Trimestrais 
– ITR, referentes ao trimestre findo em 30 de junho de 2014, que compreendem o 
balanço patrimonial em 30 de junho de 2014 e as respectivas demonstrações do re-
sultado e do resultado abrangente para o período de três e seis meses findos naque-
la data e das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o período de 
seis meses findo naquela data, incluindo as notas explicativas. 
A administração da Companhia é responsável pela elaboração das informações 
contábeis intermediárias individuais de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 
21(R1) – Demonstração Intermediária e das informações contábeis intermediárias 
consolidadas de acordo com o CPC 21(R1) e com a norma internacional IAS 34 – In-
terim Financial Reporting, emitida pelo International Accounting Standards Board 
– IASB, assim como pela apresentação dessas informações de forma condizente com 
as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, aplicáveis à elaboração 
das Informações Trimestrais - ITR. Nossa responsabilidade é a de expressar uma con-
clusão sobre essas informações contábeis intermediárias com base em nossa revi-
são. 
Alcance da revisão 
Conduzimos nossa revisão de acordo com as normas brasileiras e internacionais de 
revisão de informações intermediárias (NBC TR 2410 - Revisão de Informações In-
termediárias Executada pelo Auditor da Entidade e ISRE 2410 - Review of Interim 
Financial Information Performed by the Independent Auditor of the Entity, respec-
tivamente). Uma revisão de informações intermediárias consiste na realização de 
indagações, principalmente às pessoas responsáveis pelos assuntos financeiros e 
contábeis e na aplicação de procedimentos analíticos e de outros procedimentos 
de revisão. 
O alcance de uma revisão é significativamente menor do que o de uma auditoria 
conduzida de acordo com as normas de auditoria e, consequentemente, não nos 
permitiu obter segurança de que tomamos conhecimento de todos os assuntos sig-
nificativos que poderiam ser identificados em uma auditoria. Portanto, não expres-
samos uma opinião de auditoria. 
Quadro 12 – Souza Cruz: Parecer dos Auditores
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E128
Conclusão sobre as informações intermediárias individuais 
Com base em nossa revisão, não temos conhecimento de nenhum fato que nos leve 
a acreditar que as informações contábeis intermediárias individuais incluídas nas 
informações trimestrais acima referidas não foram elaboradas, em todos os aspec-
tos relevantes, de acordo com o CPC 21(R1) aplicável à elaboração de Informações 
Trimestrais - ITR e apresentadas de forma condizente com as normas expedidas pela 
Comissão de Valores Mobiliários. 
Conclusão sobre as informações intermediárias consolidadas 
Com base em nossa revisão, não temos conhecimento de nenhum fato que nos leve 
a acreditar que as informações contábeis intermediárias consolidadas incluídas nas 
informações trimestrais acima referidas não foram elaboradas, em todos os aspec-
tos relevantes, de acordo com o CPC 21(R1) e o IAS 34 aplicáveis à elaboração de 
Informações Trimestrais - ITR e apresentadas de forma condizente com as normas 
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.
Outros assuntos 
Demonstrações do valor adicionado 
Revisamos, também, as Demonstrações do valor adicionado (DVA), individuais e 
consolidadas, referentes ao período de seis meses findo em 30 de junho de 2014, 
preparadas sob a responsabilidade da administração da Companhia, cuja apresenta-
ção nas informações intermediárias é requerida de acordo com as normas expedidas 
pela CVM - Comissão de Valores Mobiliários aplicáveis à elaboração de Informações 
Trimestrais - ITR e considerada informação suplementar pelas IFRS, que não reque-
rem a apresentação da DVA. Essas demonstrações foram submetidas aos mesmos 
procedimentos de revisão descritos anteriormente e, com base em nossa revisão, 
não temos conhecimento de nenhum fato que nos leve a acreditar que não foram 
elaboradas, em todos os seus aspectos relevantes, de forma consistente com as in-
formações contábeis intermediárias individuais e consolidadas tomadas em conjun-
to. 
Rio de Janeiro, 29 de julho de 2014
KPMG Auditores Independentes
CRC SP-014428/O-6 F-RJ 
Manuel Fernandes Rodrigues de Sousa 
Contador CRC RJ-052428/O-2
Fonte: adaptado de Souza Cruz (2014, on-line)7.
Considerações Finais
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), nesta unidade você deve ter observado que as demons-
trações financeiras geradas pela contabilidade correspondem aos relatórios que 
evidenciam a situação econômica e financeira da empresa em determinado tempo.
As principais demonstrações citadas nesta unidade e utilizadas para análise 
nas unidades seguintes correspondem ao Balanço Patrimonial e a Demonstração 
do Resultado, no entanto, várias outras podem ser elaboradas com os dados pro-
cessados pela contabilidade.
No Balanço Patrimonial, o total do Ativo e o total do Passivo + Patrimônio 
Líquido são sempre iguais, razão pela qual o nome da demonstração é balanço. 
Quanto à Demonstração do Resultado do Exercício, resumidamente pode-se dizer 
que a mesma sintetiza ordenadamente as receitas (representadas pelas vendas) 
e despesas da empresa (esforços para obtenção da receita) em um determinado 
período, resultando em um lucro ou prejuízo.
A Demonstração das mutações do patrimônio líquido evidenciam as alte-
rações ocorridas no grupo de contas que compõe o patrimônio líquido. A 
demonstração do fluxo de caixa corresponde às transações que envolvem as contas 
de caixa. Outras demonstrações e relatórios foram abordados nesta unidade com 
a finalidade de apresentar uma estrutura de dados gerados pela contabilidade.
O objetivo desta unidade não foi ensinar a elaborar as demonstrações apre-
sentadas, mas sim proporcionar conhecimento acerca da estrutura de cada uma 
delas de modo a favorecer a aplicação de algumas técnicas de análise que serão 
abordadasnas próximas unidades deste livro. 
Ao entender a contabilidade, é possível compreender o objetivo das demons-
trações contábeis: oferecer informação sobre a posição financeira (balanço 
patrimonial) e o desempenho (resultado) que é útil para a tomada de decisão 
por uma vasta gama de usuários que podem e outros que não podem exigir rela-
tórios feitos sob medida para atender suas necessidades (SZUSTER et al., 2013).
O objetivo da disciplina não é apenas conhecer as demonstrações, mas tam-
bém analisá-las. Vamos em frente!
130 
1. A Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo apresentar a mo-
vimentação operacional de uma empresa em um determinado ano. Sobre os 
elementos que compõem a DRE, leia as afirmações e assinale a alternativa 
correta:
I. Receita Líquida refere-se à soma das vendas ligadas aos equipamentos do 
imobilizado.
II. O CMV equivale ao custo das mercadorias do estoque, baixados no momen-
to da venda.
III. O lucro líquido do exercício é influenciado por resultado das atividades não 
relacionadas à atividade principal de uma empresa, como, por exemplo, loca-
ção ou venda de ativos imobilizados.
IV. Lucro Líquido é o resultado obtido pela equivalência patrimonial de uma 
empresa em um determinado período.
a. Somente II está correta.
b. Somente I e II estão corretas.
c. Somente II e III estão corretas.
d. Somente III e IV estão corretas.
e. Somente I, II e IV estão corretas.
2. A contabilidade consolida toda a movimentação patrimonial de uma empresa e 
a apresenta através dos relatórios contábeis. Os relatórios contábeis são conhe-
cidos como demonstrações financeiras.  Sobre as demonstrações contábeis 
assinale a alternativa incorreta.
a. As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição 
patrimonial, financeira e econômica de uma empresa.
b. As principais demonstrações contábeis para tratarmos da análise são: a DMPL 
(Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido) e o Balanço Patrimonial.
c. As demonstrações contábeis objetivam demonstrar informações acerca da 
situação financeira, patrimonial, do desempenho econômico e dos fluxos de 
caixa de uma empresa aos mais diversos usuários.
d. As notas explicativas que acompanham as demonstrações contábeis são uma 
importante fonte de informação, pois nelas constam informações mais deta-
lhadas e analíticas sobre o desempenho econômico e da posição patrimonial 
de uma empresa.
e. As demonstrações contábeis apresentam a posição patrimonial, financeira e 
econômica de uma empresa em um determinado período ou data.
131 
3. Segundo Carvalho (2015, p. 44) a análise das demonstrações contábeis concei-
tua-se em extrair informações sobre a situação econômico-financeira das em-
presas através das demonstrações contábeis. Assinale a alternativa incorreta.
a. A análise das demonstrações contábeis objetiva extrair informações úteis das 
demonstrações contábeis.
b. A análise das demonstrações contábeis é um instrumento para geração de 
informações para a tomada de decisões.
c. O objetivo de estudo da análise das demonstrações contábeis é o patrimônio 
das empresas.
d. A análise das demonstrações contábeis permite decompor, comparar e inter-
pretar as demonstrações contábeis de uma ou mais empresas.
e. A análise das demonstrações contábeis é uma ferramenta importante para a 
geração de informações tomada de decisões.
4. O balanço patrimonial é uma demonstração estática, que demonstra a compo-
sição patrimonial de uma empresa em um determinado momento. Leia as afir-
mações e assinale a alternativa correta:
I. O ativo é a composição de todos os bens e direitos de uma empresa.
II. No passivo, estão registrados todas as obrigações das empresas.
III. Dentro do patrimônio líquido constam todos os recursos de terceiros de uma 
empresa.
IV. O ativo pode ser considerado como o local das aplicações de recursos da 
empresa.
132 
A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA EVIDEN-
CIAR A SITUAÇÃO ECONÔMICA E FINANCEIRA DAS ORGANIZAÇÕES
A análise das demonstrações contábeis tem por objetivo observar e confrontar os ele-
mentos patrimoniais e os resultados das operações, visando o conhecimento minucioso 
de sua composição qualitativa e de sua expressão quantitativa, de modo a revelar os 
fatores antecedentes e determinantes da situação atual, e, também, a servir de ponto de 
partida para delinear o comportamento futuro da empresa. Tanto mais eficiente será a 
análise quanto melhor for o conhecimento do analista a respeito das operações da em-
presa analisada, conhecimento este em que se entende a política administrativa em to-
dos seus aspectos, internos e externos. A interpretação dos elementos obtidos nas aná-
lises, a partir das Demonstrações Contábeis, faz com que os valores ali contidos deixem 
de ser apenas um conjunto de dados e passem a ter valor como informação. Conforme 
afirma Braga: O objetivo da análise das demonstrações contábeis como instrumento de 
gerência consiste em proporcionar aos administradores da empresa uma melhor visão 
das tendências dos negócios, com a finalidade de assegurar que os recursos sejam ob-
tidos e aplicados, efetiva e eficientemente, na realização das metas da organização. A 
atividade administrativa deve ser desenvolvida em conexão com as informações contá-
beis, com vistas aos aspectos de planejamento, execução, apuração e análise do desem-
penho. Braga (1999, p.166) considera que a análise das demonstrações contábeis é uma 
arte, pois embora existam cálculos razoavelmente formalizados, não existe forma cien-
tífica ou metodologicamente comprovada de relacionar os índices de maneira a obter 
um diagnóstico preciso. Cada analista poderia, com o mesmo conjunto de informações 
e de quocientes, chegar a conclusões ligeiras ou até completamente diferenciadas. É 
provável, todavia, que dois analistas experimentados, conhecendo igualmente bem o 
ramo de atividade da empresa, cheguem a conclusões bastante parecidas (mas nunca 
idênticas) sobre a situação atual da empresa, embora quase sempre apontariam tendên-
cias diferentes, pelo menos em grau, para o empreendimento.
Fonte: Oliveira (2010, on-line).
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Contabilidade Básica
 José Carlos Marion 
Editora: Atlas
Ano: 2015
Sinopse: a matéria exposta neste livro procura ir além 
da existente em livros destinados ao ensino de iniciação 
à Contabilidade. Apresenta uma metodologia moderna, 
testada em algumas escolas e com resultados considerados 
satisfatórios, por meio de uma linguagem simples e 
acessível ao iniciante em contabilidade. Desenvolvido com 
base em autores da moderna escola de Contabilidade, apresenta a mecânica de escrituração dos 
lançamentos contábeis a partir de uma visão conjunta dos relatórios Contábeis, com especial 
ênfase no Balanço Final e na demonstração de resultado do Exercício. A matéria é apresentada 
numa sequência de exploração gradativa do assunto para despertar o interesse do estudante 
na aprendizagem da disciplina. Procurou-se também dar um embasamento legal e tributário, 
possibilitando ao leitor situar-se na realidade em que a empresa atua. No fi nal de cada capítulo, 
são sugeridas tarefas práticas a serem desenvolvidas, proporcionando uma aprendizagem fora da 
sala de aula.
Demonstrações Contábeis e Financeiras: 
aspectos essenciais à luz dos novos padrões de 
contabilidade
Wilson Alberto Zappa Hoog 
Editora: Juruá
Ano: 2015
Sinopse: esta obra, que tem lastro no Código Civil e na 
reforma da Lei 6.404/76, e deliberações do CFC e da CVM, 
foi criada com o intuito de auxiliar os contadores no 
processo de interpretação, servindo de livro-texto para o âmbito 
universitário e profi ssionalizante a partir de um modelo referente às atividades de elaboração das 
demonstrações contábeis. Esta nova edição encontra-se atualizada e revisada, emdecorrência das 
novas disposições do CFC e da CVM.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Curso de contabilidade para não contadores
Sergio de Iudícibus e José Carlos Marion 
Editora: Atlas
Ano: 2011
Sinopse: esta obra de contabilidade busca evitar termos 
excessivamente técnicos, simplifi car conceitos considerados 
complexos e desmistifi car algumas ideias tidas como 
inacessíveis aos não-contadores. O livro abrange a 
Contabilidade moderna e aspectos da Lei das Sociedades 
Anônimas, como Balanço Social, Valor Adicionado, Fluxo de 
Caixa entre outros.
REFERÊNCIAS
135
OLIVEIRA, A. A. de et al. A análise das Demonstrações Contábeis e sua importância 
para evidenciar a situação econômica e financeira das organizações. Revista Eletrô-
nica: Gestão e Negócios, 2010. Disponível em: <http://www.facsaoroque.br/novo/
publicacoes/pdfs/ricardo_alessandro.pdf>. Acesso em: 13 out. 2016.
SZUSTER, et. al. Contabilidade geral: uma introdução à contabilidade societária. 
São Paulo: Atlas, 2013.
Referências On-Line
1Em: <www.cpc.org.br>. Acesso em: 13 out. 2016.
2Em: <http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/147_CPC00_R1.pdf> 
Acesso em: 13 out. 2016.
3Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 3 
out. 2016.
4Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. 
Acesso em: 3 out. 2016.
5Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm>. 
Acesso em: 3 out. 2016
6Em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pro-
nunciamento?Id=80>. Acesso em 13 out. 2016.
7Em: <http://www.souzacruz.com.br/group/sites/sou_7uvf24.nsf/vwPagesWebLi-
ve/DO9UBM4Q/$FILE/medMD9VLPYR.pdf?openelement>. Acesso em: 20 set. 2016.
GABARITO
1. C
2. B
3. C
4. E
5. A DLPA apresenta os lucros obtidos em exercícios anteriores devidamente ajus-
tados, incorporando-se o resultado do período e excluindo as transferências de 
modo a apresentar o saldo acumulado dos lucros retidos na entidade. Já a DMPL 
tem maior volume de evidenciação, uma vez que evidencia a mutação do Patri-
mônio Líquido de forma global (novas integralizações de capital, resultado do 
exercício, ajustes de exercícios anteriores, dividendos, reavaliações) e também 
as mutações internas (incorporações de reservas de capital, transferências de lu-
cros acumulados para reservas e vice-versa).
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ID
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E IV
Professora Me. Juliana Moraes da Silva
ANÁLISE VERTICAL E 
HORIZONTAL
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Definir aspectos que devem ser analisados antes da aplicação de 
técnicas de análises.
 ■ Aplicar a técnica da análise vertical no Balanço Patrimonial e 
Demonstração do Resultado do Exercício.
 ■ Elaborar a técnica da análise de comparação de valores em diferentes 
exercícios sociais.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Introdução à análise das demonstrações financeiras
 ■ Análise vertical
 ■ Análise horizontal
INTRODUÇÃO
Olá caro(a) aluno(a), agora que você já conhece as demonstrações contábeis e 
as informações por elas geradas, podemos começar a analisar os resultados evi-
denciados nestas demonstrações financeiras. Nesta unidade IV, iniciaremos as 
técnicas de análise às demonstrações.
A simples leitura dos demonstrativos pode não trazer uma riqueza de infor-
mações quanto ao desempenho econômico dos resultados ou quanto à situação 
financeira da empresa em termos de liquidez, solvência entre outros.
Mas a partir de agora, com a aplicação de técnicas de análise, você poderá 
elaborar um relatório que expressa sua opinião quanto à “saúde financeira” de 
uma empresa. Para que a análise corresponda necessariamente à situação econô-
mica e financeira da empresa, é necessário definir o objetivo da análise, verificar 
as formas de acesso às demonstrações, a confiabilidade da informação, a fixação 
de parâmetros de comparação e a apuração dos cálculos. 
As técnicas apresentadas nesta unidade correspondem à Análise Vertical e 
Análise Horizontal. 
A análise vertical possibilita o estudo da estrutura de composição das con-
tas de cada demonstração em uma unidade de tempo. Já na Análise Horizontal 
é possível verificar como está ocorrendo a evolução financeira de cada conta ou 
grupo de contas evidenciada nas demonstrações no decorrer dos tempos. 
Com a aplicação das técnicas de Análise Vertical (AV) e Análise Horizontal 
(AH), você terá percentuais que possibilitam a formação de uma opinião sobre 
a “saúde financeira” da empresa e poderá expressá-la através da interpretação 
dos percentuais encontrados.
A interpretação da Análise Vertical e Análise Horizontal estão condiciona-
das aos parâmetros estipulados e aceitos para comparação em um determinado 
período de tempo ou em uma sequência temporal.
Não perca mais tempo, vamos aprender a analisar as demonstrações finan-
ceiras, em especial o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do 
Exercício. Bons estudos!
Introdução
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IVU N I D A D E140
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS
Caro(a) aluno(a), objetivando realizar uma análise confiável nas demonstra-
ções, com geração de resultados claros e fidedignos, alguns aspectos devem ser 
observados:
 ■ Definir o objetivo da análise.
 ■ Obter as Demonstrações Contábeis.
 ■ Avaliar a confiabilidade da informação.
 ■ Definir parâmetros para comparação.
 ■ Elaborar cálculos.
 ■ Redigir o relatório de opinião.
Introdução à Análise das Demonstrações Financeiras
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Definir o objetivo da análise
O primeiro aspecto a ser definido é o objetivo da análise. Diversos podem ser os 
objetivos da análise das demonstrações, dependendo de cada caso (SZUSTER, 
2013).
Apenas para exemplificar, o objetivo da análise pode ser a mensuração da 
eficiência ou ineficiências de gestores internos de subunidades de uma empresa. 
Outro propósito pode ser a análise das demonstrações para disponibilizar cré-
ditos ou para definir limite de valor de compra. Outro objetivo relaciona-se ao 
tipo de informação necessária ou investidor que tem opções de manter, aumen-
tar ou até mesmo deixar de investir em uma determinada empresa.
Obter as demonstrações contábeis
A análise somente faz sentido se estivermos de posse dos demonstrativos. O 
acesso às demonstrações nem sempre é fácil. Caso queira analisar uma empresa 
de capital aberto, as demonstrações são publicadas no site da Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM) e em jornais de grande circulação. Para usuários internos, 
desde que seja de comum acordo, a empresa disponibiliza as demonstrações. Por 
outro lado, para análise de concorrentes ou de empresas limitadas (sem obrigato-
riedade das demonstrações), a obtenção fica limitada a informações de internet, 
bancos de dados privados (Serasa).
Avaliar a confiabilidade das demonstrações
O terceiro aspecto a ser analisado corresponde à confiabilidade da informação 
evidenciada na demonstração. Há várias possibilidades de verificar a confiança 
da informação, por exemplo: observar o relatório de auditoria, ler as notas expli-
cativas, buscar informações externas à empresa, conhecer o produto, os clientes, 
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o processo de produção etc. Para aumentar a confiabilidade, caso a análise ocorra 
em diferentes exercícios sociais (comparação de vários anos), indica-se a apli-
cação do índice da inflação sobre os saldos analisados. Esse procedimento se 
faz necessário para que os valores comparados estejam em uma única unidade 
de tempo, evitando distorções. Supondo que em uma análise você observa um 
aumento de 15% no lucro, mas se a inflação do período foi 10%, seu lucro real 
foi de apenas 5%.
Por fim, há alguns ajustes e reclassificações de contas que devem ser realiza-
dos, como: observar se as depreciações e as provisões de férias e décimo terceiro 
foram registradas.
Definir parâmetros de comparação
Após conhecer a empresa e confiar nas informações, é necessário conhecer o ramo 
de atuação da empresa, seu histórico, as estimativas futuras, pois este conheci-
mento adicional é necessário para definir os parâmetros com os quais a situação 
e o desempenho efetivo da empresa serão comparados (SZUSTER, et al., 2013).
De acordo com os objetivos da análise, os resultados obtidos podem ser 
comparados com outros resultados da mesma empresa em diferentes períodos. 
Utilizar a análise com outras empresas do mesmo segmento econômico também 
é considerado um bom parâmetro de comparação.
Elaborar cálculos
Esta é a etapa mais longa. Há diversos métodos de cálculo utilizados para anali-
sar as demonstrações. As técnicas aplicadas neste material serão análise vertical, 
horizontal e indicadores.
Análise Vertical
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Redigir o relatório de opinião
O relatório de opinião corresponde à interpretação dos cálculos efetuados com 
a descrição da conclusão extraída dos indicadores apurados.
No relatório, o usuário pode exprimir a sua opinião a partir dos resultados 
obtidos e do conhecimento prévio acerca das características da empresa analisada.
ANÁLISE VERTICAL
A Análise Vertical (AV) é uma técnica de análise 
aplicada usualmente no Balanço Patrimonial e na 
Demonstração do Resultado.
A AV é utilizada para avaliar a relação entre as 
contas de uma única demonstração contábil em um 
determinado período contábil. 
Busca verificar os percentuais associados aos 
valores de determinado ano assumindo o total deste 
ano como sendo igual a 100%. A partir daí, todos 
os demais valores do ano são convertidos em per-
centuais do total (BRUNI, 2011).
Muito embora a apuração do percentual possa ocorrer com a aplicação de 
regra de três simples, a equação (1) pode ser utilizada para apurar os percentu-
ais da análise vertical.
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ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL
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IVU N I D A D E144
A análise vertical da DRE considera a receita como 100%, afinal, é da receita 
que todas as despesas são subtraídas até se chegar ao resultado líquido do perí-
odo (SZUSTER et. al, 2013). 
O quadro 1 corresponde a uma aplicação da Análise Vertical em todos os 
itens de uma demonstração de resultado em um período fixado.
Quadro 1 - Demonstração do resultado do exercício. 
Cia Gutamoc S/A - Período de 01-01-20x1 a 31-12-20x1
DRE 20X1 AV
(=) Receitas Vendas 244.800 100%
(-) Custo do Produto Vendido - 144.000
(=) Lucro Bruto 100.800
(-) Desp. Operacionais - 50.000
(=) Resultado Antes EncFinanc 50.800
(+/-) Desp-Receita Financeiras - 3.000 1,2%
(=) Result. Antes IR e CS 47.800
(-) Impos. de Renda e Contrib. Social - 18.000 7,4%
(=) Result. Líquido do Período 29.800
Fonte: a autora.
Os cálculos dos percentuais foram:
 ■ Valor da AV do CPV = (144000 ÷ 244800) x 100 = 58,8%
 ■ Valor da AV do Lucro Bruto = (100800 ÷ 244800) x 100 = 41,2%
 ■ Valor da AV das Despesas operacionais = (11000 ÷ 244800) x 100 = 4,5%
 ■ Valor da AV do Resultado antes Encargos Financeiros = (89800 ÷ 244800) 
x 100 = 36,7%
 ■ Valor da AV de Outras Receitas e Despesas = (3000 ÷ 244800) x 100 = 1,2%
 ■ Valor da AV do Resultado antes do Imposto de Renda e Contribuição 
Social = (86800 ÷ 244800) x 100 = 35,5%
Análise Vertical
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 ■ Valor da AV do Imposto de Renda e Contribuição Social = (26300 ÷ 
244800) x 100 = 10,7%
 ■ Valor da AV do Lucro Líquido do Exercício = (60500 ÷ 244800) x 100 
= 24,7%
A análise vertical permite analisar a composição percentual das receitas e des-
pesas, evidenciando a influência de cada valor na apuração do lucro do período. 
De acordo com a AV da empresa Gutamoc S/A, é possível afirmar que o custo 
dos produtos é superior à metade da receita líquida (58,8%) e que as despesas 
não chegam a 5%. O lucro do período correspondeu a 24,7% da receita líquida.
Quando aplicada ao Balanço Patrimonial, a AV possibilita identificar a 
composição percentual das origens (considerando o passivo total 100%) e das 
aplicações de recursos que compõem o patrimônio (considerando o ativo total 
100%). No quadro 2, é possível verificar a análise vertical do período 20X1 no 
Balanço Patrimonial de Cia Gutamoc.
Quadro 2 - Balanço patrimonial – Cia Gutamoc S/A – Período de 01-01-20x0 a 31-12-20x0
ATIVO 20X1 AV PASSIVO 20X1 AV
ATIVO CIRCULANTE 45.000 29% PASSIVO CIRCULANTE 43.000 28%
DISPONIBILIDADE 8.000 5% EMPRÉSTIMOS 24.000 16%
CLIENTES 12.000 8% FORNECEDORES 15.000 10%
ESTOQUES 25.000 16% IMPOSTOS 4.000 3%
ATIVO NÃO CIRCULANTE 108.000 71% PASSIVO NÃO CIRCULANTE 10.200 7%
REALIZÁVEL A LONGO 
PRAZO
7.000 5% EMPRÉSTIMOS 10.200 7%
APLICAÇÕES 7.000 5% PATRIMÔNIO LÍQUIDO 99.800 65%
INVESTIMENTOS 12.000 8% CAPITAL SOCIAL 30.000 20%
IMOBILIZADO 82.000 54% LUCRO ACUMULADO 69.800 46%
TOTAL DO ATIVO 153.000 100% TOTAL PASSIVO+PL 153.000 100%
Fonte: a autora.
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Os cálculos dos percentuais do Ativo foram:
 ■ Valor da AV do Ativo Circulante = (45000 ÷ 153000) x 100 = 29%
 ■ Valor da AV da Disponibilidade = (8000 ÷ 153000) x 100 = 5%
 ■ Valor da AV dos Clientes = (12000 ÷ 153000) x 100 = 8%
 ■ Valor da AV dos Estoques = (25000 ÷ 153000) x 100 = 16%
 ■ Valor da AV do Ativo Não Circulante = (108000 ÷ 153000) x 100 = 71%
 ■ Valor da AV do Realizável a Longo Prazo = (7000 ÷ 153000) x 100 = 5%
 ■ Valor da AV das Aplicações = (7000 ÷ 153000) x 100 = 5%
 ■ Valor da AV dos Investimentos = (12000 ÷ 153000) x 100 = 8%
 ■ Valor da AV do Imobilizado = (82000 ÷ 153000) x 100 = 54%
Os cálculos dos percentuais do Passivo são realizados de forma análoga ao Ativo.
ANÁLISE HORIZONTAL
A Análise Horizontal (AH) é uma técnica de análise aplicada usualmente no 
Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado.
A AH é utilizada para comparar valores de uma mesma conta ou grupo de 
contas ao longo do tempo. O período mínimo para análise é de dois anos.
Vale ressaltar que a utilização de valores de diferentes datas (ano 20X0 e 
20X1), por exemplo, requer que o ano mais antigo seja atualizado monetaria-
mente para repor o poder aquisitivo antes dos cálculos da análise horizontal.
Os valores da Demonstração Contábil de data mais remota são considera-
dos como base na relação com o período mais atual (SZUSTER, et al., 2013).
Análise Horizontal
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Umavez fixada a data utilizada como base, pode-se aplicar a fórmula (2) 
para apurar o percentual de aumento ou redução de cada uma das contas das 
demonstrações.
Segue a análise horizontal da empresa Gutamoc nos períodos 20X0 e 20X1.
No quadro 3, o ano de 20X0 foi considerado como base para aplicação da téc-
nica da análise horizontal.
Quadro 3 - Demonstração do resultado do exercício - Cia Gutamoc S/A
DRE 20X1 AH 20X0 AH
(=) Receitas Vendas 244.800 -39% 400.000 100%
(-) Custo do Produto Vendido - 144.000 -53% - 305.000 100%
(=) Lucro Bruto 100.800 6% 95.000 100%
(-) Desp. Operacionais - 50.000 -17% - 60.000 100%
(=) Resultado Antes EncFinanc 50.800 45% 35.000 100%
(+/-) Desp.-Receita Financeiras - 3.000 -120% 15.000 100%
(=) Result. Antes IR e CS 47.800 -4% 50.000 100%
A utilização da análise horizontal não está limitada ao Balanço e à Demons-
tração de Resultado, mas pode ser aplicada para avaliação e interpretação 
de outros demonstrativos como o fluxo de caixa em um período de tempo 
definido.
Fonte: a autora.
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(-) Impos. de Renda e Contrib. 
Social
- 18.000 20% - 15.000 100%
(=) Resultado Líquido do Período 29.800 -15% 35.000 100%
Fonte: a autora.
Os cálculos dos percentuais do Ativo foram:
 ■ Valor da AH da Receita Líquida = [(244800 ÷ 400000) – 1] x 100 = - 39%
 ■ Valor da AH do CPV = [(144000 ÷ 305000) – 1] x 100 = - 53%
 ■ Valor da AH do Lucro Bruto = [(100800 ÷ 95000) – 1] x 100 = 6%
 ■ Valor da AH das Despesas operacionais = [(50800 ÷ 60000) – 1] x 100 
= - 17%
 ■ Valor da AH do Resultado antes Encargos Financeiros = [(50800 ÷ 35000) 
– 1] x 100 = 45%
 ■ Valor da AH de Outras Receitas e Despesas = [(3000 ÷ 15000) – 1] x 100 
= - 120%
 ■ Valor da AH do Resultado antes do Imposto de Renda e Contribuição 
Social = [(47800 ÷ 50000) – 1] x 100 = - 4%
 ■ Valor da AH do Imposto de Renda e Contribuição Social = [(18000 ÷ 
15000) – 1] x 100 = 20 %
 ■ Valor da AH do Lucro Líquido do Exercício = [(29800 ÷ 35000) – 1] x 
100 = - 15%
Além da Demonstração do Resultado do Exercício, a análise horizontal também 
pode ser aplicada no Balanço Patrimonial. No quadro 4, o ano de 20X0 foi con-
siderado como base para a AH das Contas do Ativo, conforme segue:
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Quadro 4 - Ativo do Balanço Patrimonial - Cia Gutamoc S/A
ATIVO 20X1 AH 20X0 AH
ATIVO CIRCULANTE 45.000 25% 36.000 100%
DISPONIBILIDADE 8.000 -33% 12.000 100%
CLIENTES 12.000 0% 12.000 100%
ESTOQUES 25.000 108% 12.000 100%
ATIVO NÃO CIRCULANTE 108.000 3% 105.000 100%
REALIZÁVEL EM LONGO PRAZO 7.000 -13% 8.000 100%
APLICAÇÕES 7.000 40% 5.000 100%
INVESTIMENTOS 12.000 0% 12.000 100%
IMOBILIZADO 82.000 2% 80.000 100%
TOTAL DO ATIVO 153.000 9% 141.000 100%
Fonte: a autora
Os cálculos dos percentuais do Ativo foram:
 ■ Valor da AH do Ativo Circulante = [(45000 : 36000) – 1] x 100 = 25%
 ■ Valor da AH da Disponibilidade = [(8000 : 12000) – 1] x 100 = - 33%
 ■ Valor da AH dos Clientes = [(12000 : 12000) – 1] x 100 = 0%
 ■ Valor da AH dos Estoques = [(25000 : 12000) – 1] x 100 = 108%
 ■ Valor da AH do Ativo Não Circulante = [(108000 : 105000) – 1] x 100 = 3%
 ■ Valor da AH do Realizável a Longo Prazo = [(7000 : 8000) – 1] x 100 = - 13%
 ■ Valor da AH das Aplicações = [(7000 : 5000) – 1] x 100 = 40%
 ■ Valor da AH dos Investimentos = [(12000 : 12000) – 1] x 100 = 0%
 ■ Valor da AH do Imobilizado = [(82000 : 80000) – 1] x 100 = 2%
 ■ Valor da AH do Ativo Total = [(153000 : 141000) – 1] x 100 = 9%
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No quadro 5, o ano de 20X0 foi considerado como base para a AH das Contas 
do Passivo, conforme segue:
Quadro 5 - Passivo e Patrimônio Líquido do Balanço Patrimonial 
CIA GUTAMOC S/A
PASSIVO 20X1 AH 20X0 AH
PASSIVO CIRCULANTE 43.000 -23% 56.000 100%
EMPRÉSTIMOS 24.000 -37% 38.000 100%
FORNECEDORES 15.000 0% 15.000 100%
IMPOSTOS 4.000 33% 3.000 100%
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 10.200 -32% 15.000 100%
EMPRÉSTIMOS 10.200 -32% 15.000 100%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 99.800 43% 70.000 100%
CAPITAL SOCIAL 30.000 0% 30.000 100%
LUCRO ACUMULADO 69.800 75% 40.000 100%
TOTAL PASSIVO+PL 153.000 9% 141.000 100%
Fonte: a autora.
Os cálculos dos percentuais do Passivo foram realizados de forma análoga ao Ativo.
A utilidade da análise horizontal é de informar a modificação percentual de 
cada verba em relação ao período ou aos períodos anteriores, sem se preo-
cupar com o aumento ou redução das outras contas.
Considerações Finais
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), mais importante que calcular um valor ou percentual é 
compreender o que significa esse número encontrado.
Para maior confiança da análise das demonstrações, faz-se necessário a 
definição do objetivo da análise, o acesso às demonstrações, a confiabilidade da 
informação, a fixação de parâmetros de comparação, a apuração dos cálculos 
e, por fim, a elaboração dos pareceres de opinião do analista. A interpretação 
do analista é apresentada tomando por base não somente as análises verticais e 
horizontais das demonstrações financeiras, mas também o conhecimento prévio 
sobre o produto da empresa, do ramo de atuação, das políticas da empresa etc.
Esta unidade lhe proporcionou bastante conhecimento para aplicação das 
técnicas de análise vertical e análise horizontal.
A AV limita-se à análise em um único período de tempo. Quando ela é 
aplicada no balanço patrimonial, há a possibilidade de detectar a composi-
ção percentual dos tipos de aplicações e as origens de recursos que compõem o 
patrimônio da empresa. No balanço patrimonial, a AV considera o ativo total 
como sendo 100%, afinal, este corresponde ao patrimônio total da empresa. Na 
demonstração de resultado, a AV evidencia o percentual das receitas e despesas, 
destacando aquelas que mais influenciam na formação do lucro ou do prejuízo 
do período.
Por outro lado, a AH possibilita comparar os resultados das contas das 
demonstrações em diferentes períodos. Vale ressaltar que para comparar valores 
em diferentes períodos é preciso primeiramente atualizar os saldos mais remo-
tos com indicadores obtidos com saldos atualizados monetariamente.
Quando a análise horizontal é aplicada ao Balanço Patrimonial, é possível 
observar o comportamento de cada aplicação de recursos e a origem dos recur-
sos que compõem o patrimônio da entidade.
152 
1. Os objetivos de análise das demonstrações estão relacionados com o indicativo 
de desempenho que se pretende evidenciar. Correlacione a coluna da esquer-
da com a da direita. Em seguida, escolha a alternativa que apresenta a se-
quência correta.
1. Objetivo de analisar a situação de 
disponibilização de crédito aos 
clientes.
2. Objetivo de analisar a situação de 
empresas para investidores que pre-
tendem investir.
3. Objetivo de analisar a situação inter-
na de subunidades da empresa.
( )identificar o desempenho das diver-
sas empresas com o objetivo de decidir 
sobre a aquisição de suas ações.
( )identificar odesempenho das diversas 
unidades de negócios de uma mesma 
entidade.
( )identificar a capacidade de eventual 
cliente honrar as dívidas a serem assumi-
das.
a. 3-2-1.
b. 2-3-1.
c. 1-2-3.
d. 3-1-2.
e. 2-1-3.
2. A Empresa Gucal Ltda. apresentava em seu Balanço Patrimonial projetado, antes 
do final do ano de 20X1, os seguintes valores no Passivo Circulante.
20X0
Passivo Circulante = $ 800.000
20X1
Passivo Circulante = $ 600.000
No entanto, o presidente não está contente com a redução de 25% Passivo Circulan-
te, ele determinou que o percentual aceitável é de 50%. Tomando por base essas 
informações, assinale a alternativa correta.
153 
( ) É impossível modificar a análise horizontal, tendo em vista a proximidade 
do final do ano.
( ) A única alternativa é o contador alterar o Balanço Patrimonial.
( ) Uma solução seria pagar mais $ 200.000 das obrigações de curto prazo.
( ) Não é possível porque a empresa não possui nenhum valor no ativo.
( ) Uma opção seria realizar uma compra a prazo de $ 200.000.
Tomando por base os dados apresentados no caso demonstrado, responda às 
questões de 03 a 06.
Passivo da Empresa Gucal Ltda. nos períodos de 20X0, 20X1 e 20X2
31-12-X0 31-12-X1 31-12-X2
PASSIVO 500.000 490.000 440.000
Circulante 200.000 240.000 260.000
Empréstimos 100.000 120.000 140.000
Fornecedores 30.000 50.000 40.000
Contas a pagar 70.000 70.000 80.000
Não Circulante 300.000 250.000 180.000
Financiamento 300.000 250.000 180.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 800.000 1.000.000 1.000.000
Capital Social 100.000 100.000 100.000
Lucro Acumulado 700.000 900.000 900.000
PASSIVO TOTAL 1.300.000 1.490.000 1.440.000
154 
03. Faça a análise vertical em cada ano, sabendo que o Passivo Total corresponde 
a 100%.
04. Considerando as informações ao longo do tempo, faça análise horizontal, 
sabendo que o período mais remoto de todos corresponde a 100% (base de cál-
culo).
05. Compare o Patrimônio Líquido (obrigações não exigíveis) de 20X1 com o de 
20X2. Comente.
06. Indique um ponto positivo na evolução das dívidas.
155 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
A análise de balanço é definida por Padoveze e Benedicto (2010) como a aplicação do 
raciocínio analítico dedutivo sobre os valores patrimoniais e suas inter-relações expressos 
nas Demonstrações Contábeis de uma entidade, tendo como finalidade realizar uma 
avaliação econômico-financeira da situação e do andamento das operações da mesma. 
Dessa forma, seu objeto de estudo são as demonstrações contábeis. Não somente os 
balanços da empresa, mas sim todas as Demonstrações Contábeis. A análise de balanços 
tem como objetivo, segundo Matarazzo (2003), extrair informações das demonstrações 
contábeis para a tomada de decisões, ou seja, transforma os dados monetários das 
Demonstrações Contábeis em informações que irão auxiliar na tomada de decisão, 
sendo que quanto melhores informações fornecer, mais eficiente será. Segundo 
Matarazzo (2003, p. 27), “cada usuário da análise de balanços está interessado em um 
aspecto particular da empresa”. Os fornecedores, por exemplo, precisam conhecer a 
capacidade de pagamento de seus clientes, sendo que a profundidade da análise irá 
depender da importância do cliente. Compradores também fazem a análise de seus 
fornecedores, porém, como explica Matarazzo (2003), acontece geralmente quando os 
fornecedores não têm o mesmo porte da empresa ou possam de alguma forma oferecer 
riscos. Assim, dependendo do propósito da análise das demonstrações contábeis pode-
se: a) comparar uma empresa com o índice-padrão do setor que a empresa atua; b) 
comparar a empresa (hoje) com a empresa no passado; c) comparar a empresa (hoje) 
com o que havia sido estimado (orçado) (SZUSTER et al., 2010). Para Szuster et al. (2010), 
a análise das Demonstrações Contábeis é feita, basicamente, por três métodos: a análise 
Vertical (ou de estrutura), a análise Horizontal (ou de comportamento) e a análise por 
indicadores. Os indicadores encontrados são comparados com os indicadores padrão 
do setor de atividade da empresa objeto de análise. Ademais, é elaborado um relatório 
final de análise chamado de parecer do analista. Segundo Padoveze e Benedicto (2010, 
p. 199), “a análise horizontal é uma averiguação da evolução, crescimento ou diminuição, 
que permite identificar a variação positiva ou negativa de um período em relação ao 
anterior”. Ela é utilizada para avaliar a evolução ao longo do tempo de cada conta da 
demonstração contábil analisada. Marion (2010) explica que quando comparamos os 
indicadores de vários períodos, analisamos a tendência dos índices. A análise Vertical, 
para Szuster et al. (2010, p. 449), “tem por finalidade verificar a estrutura patrimonial e 
de resultado da entidade. É utilizada para avaliar a relação entre as contas de uma única 
demonstração contábil”. Segundo Lins e Francisco Filho (2012), essa avaliação serve para 
o analista apontar as contas mais relevantes das demonstrações contábeis, possibilitando 
um melhor entendimento da estrutura patrimonial e suas variações significativas de um 
período para o outro, devendo ser por esse motivo melhor investigadas e explicadas. 
Quando se realiza a análise econômica e financeira de uma empresa é preciso compará-
la com algo que sirva de base para avaliar se a empresa está em situação favorável ou 
desfavorável em relação às demais do ponto de vista econômico e financeiro. Segundo 
Marion (2010, p. 255), “quando calculamos índices de demonstrações financeiras de 
156 
empresas do mesmo ramo de atividade para servir de base de comparação para outras 
empresas desse mesmo ramo, estamos calculando o índice-padrão”. A comparação 
com padrões do setor tem relevância no sentido de fornecer uma melhor avaliação da 
empresa, pois permite compará-la com realidade do mercado. Segundo Padoveze e 
Benedicto (2010, p. 221), “a utilização de outros dados referenciais, além dos constantes 
nas demonstrações contábeis, torna-se importante e contribui para uma visão 
mais abrangente da empresa, principalmente dentro de seu segmento de atuação”. 
Matarazzo (2010, p. 122) ressalta que “a análise de Balanços através de índices só adquire 
consistência e objetividade quando os índices são comparados com padrões, pois do 
contrário, as conclusões se sujeitam á opinião e, não raro, ao humor do analista”. Dessa 
forma, a comparação com o índice padrão do setor tem grande importância para que a 
análise seja mais confiável. Para o cálculo dos indicadores, existem diversas fórmulas que 
podem ser utilizadas nesse contexto, como explica Marion (2010), o cálculo dos índices 
com base nas fórmulas é a primeira etapa da análise através de indicadores, sendo que 
a segunda etapa é a interpretação do que significa o índice, ou seja, como explicá-lo, e 
a terceira etapa é conceituação, isto é, saber se é bom, ruim, razoável etc., dessa forma, 
não é somente realizar o cálculo dos indicadores, mas interpretá-los de maneira correta.
Fonte: Meyer et al. (2012). 
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Análise das Demonstrações Contábeis: 
Contabilidade Empresarial
José Carlos Marion
Editora: Atlas
Ano: 2012
Sinopse: o livro evidencia a utilidade da demonstração 
contábil como instrumento de tomada de decisão. Destina-
se especialmente ao curso de graduação, enfatizando a 
aplicação dos níveis introdutório e intermediário para analisar 
a situação econômico-fi nanceira. 
Estrutura e Análise de Balanços fácil
Osni Moura Ribeiro
Editora: Saraiva
Ano: 2015
Sinopse: a obra foi concebida de modo a tratar do tema 
de forma didática e gradual, característica comum a 
todos os livros da Série Fácil. Os temas foram divididos 
em três partes: Parte I, que traz informações breves sobre 
o conceito e fi nalidade da análise de balanços, além de 
revisar conhecimentos contábeis estudadosanteriormente; 
Parte II, que apresenta o estudo dos componentes de cada uma das demonstrações fi nanceiras; e 
Parte III, que trata das técnicas de análise de balanços.
 Estrutura e análise de balanços
 Alexandre Assaf Neto
Editora: Atlas
Ano: 2012
Sinopse: o estudo da estrutura de balanços e sua análise 
têm sofrido evolução conceitual e prática, no sentido de 
abranger esquemas de interpretação que não se limitem 
aos indicadores horizontais e verticais, bem como ao cálculo 
de índices tradicionais. Esta edição considerou os principais 
avanços que ocorreram no instrumental de avaliação de 
empresas e buscou atender a uma necessidade crescente de os analistas adquirirem uma visão 
ampla da matéria.
REFERÊNCIAS
BRUNI, A. L. A análise contábil e financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 2. 
ed. São Paulo: Atlas, 2002.
SZUSTER, et. al. Contabilidade geral: uma introdução à contabilidade societária. 
São Paulo: Atlas, 2013.
MEYER, M. et al. Análise Econômica e Financeira: um estudo na empresa Vale S/A 
do setor de minério. Revista Contabilidade e Amazônia, v. 5, n. 1, 2012. Disponí-
vel em: < http://sinop.unemat.br/projetos/revista/index.php/contabilidade/article/
view/1308/pdf>. Acesso em: 14 out. 2016.
GABARITO
159
1. B.
2. C.
3. 
  31-12-X0 31-12-X1 31-12-X2
PASSIVO 500.000 38% 490.000 33% 440.000 31%
Circulante 200.000 15% 240.000 16% 260.000 18%
Empréstimos 100.000 8% 120.000 8% 140.000 10%
Fornecedores 30.000 2% 50.000 3% 40.000 3%
Contas a pagar 70.000 5% 70.000 5% 80.000 6%
Não Circulante 300.000 23% 250.000 17% 180.000 13%
Financiamento 300.000 23% 250.000 17% 180.000 13%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 800.000 62% 1.000.000 67% 1.000.000 69%
Capital Social 100.000 8% 100.000 7% 100.000 7%
Lucro Acumulado 700.000 54% 900.000 60% 900.000 63%
PASSIVO TOTAL 1.300.000 100% 1.490.000 100% 1.440.000 100%
4. 
  31-12-X0 31-12-X1 31-12-X2
PASSIVO 500.000 100% 490.000 -2% 440.000 -12%
Circulante 200.000 100% 240.000 20% 260.000 30%
Empréstimos 100.000 100% 120.000 20% 140.000 40%
Fornecedores 30.000 100% 50.000 67% 40.000 33%
Contas a pagar 70.000 100% 70.000 0% 80.000 14%
Não Circulante 300.000 100% 250.000 -17% 180.000 -40%
Financiamento 300.000 100% 250.000 -17% 180.000 -40%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 800.000 100% 1.000.000 25% 1.000.000 25%
Capital Social 100.000 100% 100.000 0% 100.000 0%
Lucro Acumulado 700.000 100% 900.000 29% 900.000 29%
PASSIVO TOTAL 1.300.000 100% 1.490.000 15% 1.440.000 11%
GABARITO
5. Não houve alteração nas obrigações não exigíveis, permaneceram os três anos 
com $ 1.000.000. Em 20X1 houve um aumento do lucro de $ 200.000, mas de 
20X1 a 20X2, não houve alteração nem no lucro, sugerindo a inexistência de 
lucro em 20X2.
6. As dívidas de longo prazo (Financiamento) têm reduzido de ano pra ano.
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N
ID
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E V
Professora Me. Juliana Moraes da Silva
ANÁLISE DE INDICADORES 
FINANCEIROS
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Compreender o conceito de indicador.
 ■ Medir a capacidade de pagamento da empresa.
 ■ Avaliar o grau de endividamento das empresas.
 ■ Analisar o ganho sobre as vendas realizadas.
 ■ Apreciar os aspectos econômicos na análise empresarial.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Indicadores financeiros
 ■ Índice de liquidez
 ■ Índice de endividamento
 ■ Índice de lucratividade
 ■ Índice de rentabilidade
INTRODUÇÃO
Olá caro(a) aluno(a), a análise visual das demonstrações financeiras nos traz 
várias informações sobre os saldos finais dos fatos ocorridos na empresa, mas 
uma compreensão intrínseca dos valores evidenciados nestes demonstrativos 
possibilita uma melhor compreensão da “saúde financeira” em que a empresa 
se encontra num determinando momento ou durante um intervalo de tempo.
Nesta última unidade, você compreenderá a técnica de análise das demonstra-
ções financeiras por meio do cálculo e interpretação de indicativos. Os diversos 
índices financeiros podem ser utilizados como forma de melhorar a análise da 
situação da empresa.
Mas afinal, o que é um indicador? Para quem já fez uma consulta médica, 
esta experiência lhe deixa imerso em uma piscina de indicadores. Para iniciar 
esta comparação, tem-se a temperatura e pressão. Ambos os indicadores possuem 
parâmetros de comparação, temperatura normal de 36,5°C e pressão padrão de 
12x8. Muitos outros indicativos podem ser mencionados, glicemia, colesterol, 
todos utilizados para atestar a saúde física do corpo humano.
No mundo dos negócios, a situação é parecida. As demonstrações financeiras 
evidenciam os resultados das operações da empresa em números que precisam 
ser analisados, comparados e interpretados para que se possa atestar a situação 
econômico-financeira da empresa.
Nesta última unidade, você irá conhecer, compreender, calcular, analisar 
e interpretar, a partir das demonstrações financeiras, os indicadores de liqui-
dez, endividamento, lucratividade e rentabilidade. Esse conjunto de indicadores 
ampliará seu conhecimento sobre a real situação da empresa, lhe possibilitando 
tomar decisões quanto a investir na empresa A ou na empresa B, manter a quan-
tidade de ações investidas ou alterar a sua participação societária.
Você já é quase um especialista em contabilidade, que tal utilizá-la a seu 
favor? Vamos aprender agora mesmo a analisar as demonstrações pelos indica-
dores, não perca tempo. Bons estudos!
Introdução
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ANÁLISE DE INDICADORES FINANCEIROS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E164
INDICADORES FINANCEIROS
Caro(a) aluno(a), os indicadores correspondem a um instrumento de análise eco-
nômico-financeira de uma empresa por meio do quociente entre duas grandezas.
Há inúmeros índices que podem ser utilizados para aferir o desempenho 
da empresa, o manejo correto dos indicadores viabiliza a extração das melhores 
conclusões de maneira comparativa, seja relacionando-os com os períodos passa-
dos (evolução temporal) ou com os valores apresentados por outras empresas da 
mesma atividade econômica (comparação interempresarial (ASSAF NETO, 2012).
Nesta unidade, a análise da “saúde financeira” da empresa será por meio do 
cálculo e interpretação dos indicadores de liquidez, endividamento, lucrativi-
dade e rentabilidade, conforme segue:
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Introdução
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Figura 1 – Indicadores financeiros e econômicos
Fonte: a autora.
Além das técnicas de análise vertical e horizontal, as demonstrações finan-
ceiras geram informações por meio de indicadores. Para evidenciar a “saúde 
financeira” da empresa, faz-se necessário o cálculo e interpretação dos indi-
cadores de liquidez, endividamento, lucratividade e rentabilidade.
ANÁLISE DE INDICADORES FINANCEIROS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E166
ÍNDICE DE LIQUIDEZ
Caro(a) aluno(a), os indicadores de liquidez medem a capacidade de pagamento 
da empresa (indica se os recursos do ativo são suficientes para pagar as dívidas 
do passivo).
Os indicadores de liquidez evidenciam quanto a empresa dispõe de bens e 
direitos, realizáveis em determinado período, em relação às obrigações exigíveis, 
no mesmo período (SZUSTER, et al. 2013).
Para facilitar a compreensão,considere as demonstrações financeiras de valo-
res fictícios da empresa Cia Gutamoc S/A, cujos dados servirão de base para o 
cálculo e interpretação dos índices.
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Índice de Liquidez
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Quadro 1 - Balanço patrimonial - Cia Gutamoc S/A.
ATIVO 20X1 PASSIVO 20X1
ATIVO CIRCULANTE 45.000 PASSIVO CIRCULANTE 43.000 
DISPONIBILIDADE 8.000 EMPRÉSTIMOS 24.000 
CLIENTES 12.000 FORNECEDORES 15.000 
ESTOQUES 25.000 IMPOSTOS 4.000 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 108.000 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 10.200 
REALIZÁVEL EM LONGO PRAZO 7.000 EMPRÉSTIMOS 10.200 
APLICAÇÕES 7.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 99.800 
INVESTIMENTOS 12.000 CAPITAL SOCIAL 30.000 
IMOBILIZADO 82.000 LUCRO ACUMULADO 69.800 
TOTAL DO ATIVO 153.000 TOTAL PASSIVO+PL 153.000 
Fonte: a autora.
Liquidez Corrente (LC)
Esse índice mede a capacidade da empresa em pagar as obrigações de curto 
prazo, por meio da fórmula:
A. Cálculo
B. Interpretação: para cada $ 1,00 de dívida, a empresa possui $ 1,05 de 
bens e direitos para pagamento.
ANÁLISE DE INDICADORES FINANCEIROS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E168
De acordo com Assaf Neto (2012), quanto maior a liquidez corrente, mais 
alta é a capacidade da empresa em financiar suas necessidades de capital de giro.
Para Marion (2002), o índice de liquidez corrente superior a 1,0, de maneira 
geral, é uma situação positiva, todavia, sem outros parâmetros, é uma atitude 
bastante arriscada, por isso, desaconselhável.
A observância das contas que compõem este ativo circulante é essencial, uma 
vez que o grupo pode ser constituído basicamente de estoque, fato que implica-
ria em dificuldade de liquidez rápida.
Liquidez Seca (LS)
Caso a empresa tenha dificuldade em realizar vendas, os estoques não poderão 
ser utilizados para pagamentos no curto prazo. As despesas antecipadas também 
são ativos de difícil realização. Esse índice de LC mede a capacidade da empresa 
em pagar as obrigações de curto prazo, desconsiderando os estoques, as despesas 
antecipadas e outros ativos circulantes de difícil realização, por meio da fórmula:
A. Cálculo
B. Interpretação: para cada $ 1,00 de dívida, a empresa dispõe de $ 0,47 
de recursos (sem estoque) para pagamento. Nesse caso, a paralização da venda 
pode comprometer os pagamentos de curto prazo.
Esse indicador determina a capacidade de pagamento das obrigações de 
curto prazo mediante a utilização das contas disponíveis e valores a receber, 
também de curto prazo.
Índice de Liquidez
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Liquidez Imediata (LI)
O quociente entre as disponibilidades e o passivo circulante corresponde ao 
indicador que representa a proporção de maior liquidez na empresa. Esse índice 
mede a capacidade da empresa em pagar as obrigações de curto prazo apenas 
com recurso do caixa e do equivalente de caixa, por meio da fórmula:
A. Cálculo
B. Interpretação: para cada $ 1,00 de dívida, a empresa dispõe de $ 0,19 de 
recursos na Disponibilidade para pagamento.
Em um processo de continuidade, dificilmente aplica-se este indicador. 
Liquidez Geral (LG)
Esse índice mede a capacidade da empresa em pagar as obrigações de curto 
prazo e longo prazo com recursos de curto e longo prazo, por meio da fórmula:
A. Cálculo
B. Interpretação: para cada $ 1,00 de dívida de Curto e Longo Prazo, há $ 
0,98 de valores em caixa e em valores a receber de Curto e Longo prazo.
ANÁLISE DE INDICADORES FINANCEIROS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E170
ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO
O endividamento das pessoas, das cidades, dos estados e dos países torna este 
indicador um dos mais utilizados no meio empresarial.
O ativo de uma empresa é financiado pelo capital próprio (Patrimônio 
Líquido) e por capitais de terceiros (Passivo), para este indicador, quanto maior 
for a participação do capital de terceiros no financiamento da empresa, maior 
será o risco que os terceiros estão expostos (SZUSTER, et al., 2013).
Endividamento Geral (EG)
Este indicador revela a dependência da empresa com relação às suas exigibi-
lidades totais. Ele revela a participação de terceiros (passivo circulante e não 
circulante) no montante de ativos investidos na empresa (ASSAF NETO, 2012).
Esse índice corresponde ao quociente entre o passivo e o ativo, por meio da 
seguinte fórmula:
A. Cálculo
B. Interpretação: para cada $ 1,00 de aplicação no ativo, $ 0,35 é financiado 
com recursos de terceiros.
Os índices de liquidez medem a capacidade de pagamento da empresa. 
Quanto maior o indicador de liquidez, melhor, pois maior será sua capacida-
de de pagar as obrigações.
Índice de Endividamento
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O endividamento das empresas podem apresentar as seguintes situações:
 ■ Se Passivo > Patrimônio Líquido, então, endividamento > 50%
 ■ Se Passivo = Patrimônio Líquido, então, endividamento = 50%
 ■ Se Passivo < Patrimônio Líquido, então, endividamento < 50%
Quanto maior for este indicador, mais elevada corresponde a dependência finan-
ceira da empresa pela utilização de capitais de terceiros.
Composição das Exigibilidades (CE)
Esse indicador compara as dívidas de curto prazo em relação às obrigações exi-
gíveis, por meio da fórmula:
A. Cálculo
B. Interpretação: para cada $ 1,00 de obrigações exigíveis, $ 0,81 são de 
curto prazo.
De acordo com este indicador, quanto maior for as obrigações de curto prazo 
em relação às obrigações exigíveis, maior o risco.
Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL)
Esse indicador corresponde ao quociente entre o ativo imobilizado e o patri-
mônio líquido, por meio da fórmula:
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Reprodução proibida. A
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A. Cálculo
B. Interpretação: para cada $ 1,00 de capital próprio, $ 0,82 é aplicado 
no imobilizado. Ou seja, todo o imobilizado é coberto pelo capital próprio da 
empresa que ainda financia $ 0,18 dos outros ativos da empresa. Quanto menor 
for este indicador, menor também a dependência financeira da empresa na uti-
lização de capitais de terceiros para financiar o imobilizado.
ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE
“Uma importante etapa da análise das demonstrações contábeis diz respeito à 
compreensão do quanto estamos ganhando.” (BRUNI, 2011, p. 165).
A lucratividade é primeiramente observada na Demonstração de Resultados, 
desta forma, este demonstrativo será utilizado como base para apuração dos 
indicadores.
Quadro 2 - Demonstração do Resultado do Exercício - Cia Gutamoc S/A
DRE 20X1 20X0
(=) Receitas Vendas 244.800 400.000 
(-) Custo do Produto Vendido - 144.000 - 305.000 
(=) Lucro Bruto 100.800 95.000 
(-) Desp. Operacionais - 50.000 - 60.000 
O indicador de endividamento avalia a proporção de dívidas, desta forma, 
quanto maior for o indicador de endividamento, maior o risco de se investir 
na empresa.
Índice de Lucratividade
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(=) Resultado Antes EncFinanc 50.800 35.000 
(+/-) Desp-Receita Financeiras - 3.000 15.000 
(=) Result. Antes IR e CS 47.800 50.000 
(-) Impos. de Renda e Contrib. Social - 18.000 - 15.000 
(=) Resultado Líquido do Período 29.800 35.000 
Depreciação de $ 1.000.
Fonte: a autora.
Margem bruta (MB)
A margem bruta representa o percentual de cada unidade de venda que sobrou, 
após pagamento dos custos de produção (custo da mercadoria ou custo do ser-
viço prestado), por meio da fórmula:
A. Cálculo
B. Interpretação: para cada $ 1,00 de venda, sobra 41% (após deduzir cus-
tos de produção).
De acordo com Bruni (2011), quanto mais alto o percentual do indicador, 
melhor a situação financeira, sugerindo a existência de custos menores dos pro-
dutos vendidos.
Os indicadores de lucratividade medem o resultado em relação às vendas 
efetuadas. Quanto maior o indicador de lucratividade, melhor, pois maior 
será o resultado obtido.
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VU N I D A D E174
Margem de lucro Genuinamente Operacional (MGO)
Essa margem representa o percentual de cada unidade de venda que sobrou 
depois de pago os custos e as despesas operacionais, mas antes dos encargos e 
receitas financeiros, por meio da fórmula:
A. Cálculo
B. Interpretação: para cada $ 1,00 de venda, sobra 21% antes do resultado 
financeiro.
Por corresponder ao ganho relativo após o pagamento dos custos dos pro-
dutos e das despesas operacionais, de modo geral, quanto maior o percentual 
obtido, maior é o ganho gerado.
Margem Líquida (ML)
A margem líquida representa a percentagem de cada unidade monetária de venda 
que sobrou, após a empresa ter pago seus produtos, despesas e impostos (BRUNI, 
2011). O cálculo do indicador é realizado por meio da fórmula:
A. Cálculo
B. Interpretação: para cada $ 1,00 de venda, sobra 12% após deduzir cus-
tos, despesas e impostos.
Índice de Lucratividade
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Margem de Ebitda (ME)
A análise dos indicadores de lucratividade com base nas demonstrações con-
tábeis enfatiza, na margem líquida, o desempenho financeiro entre o lucro e as 
vendas líquidas.
De acordo com Bruni (2011), “Uma alternativa interessante poderia envol-
ver a troca de uma medida de ganho contábil (lucro líquido) por uma medida 
que se aproxime mais da ideia de fluxo de caixa, priorizada na análise da gestão 
financeira da empresa”. 
Sob o ponto de vista contábil, uma medida próxima do conceito de fluxo de 
caixa é o Ebitda, que pode ser apurado pelas seguintes fórmulas:
No qual:
Lajir = lucro antes dos encargos/ receitas financeiras e imposto de renda
Lembrando que, o Ebitda representa mais um indicador de caixa do que um 
indicador de lucratividade, tendo em vista que para apuração do seu percentual, os 
gastos não desembolsáveis como depreciação e amortização, foram desprezados.
Cálculo
Interpretação: para cada $ 1,00 de venda, sobra 37,09% após deduzir custos 
e despesas operacionais desembolsáveis.
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VU N I D A D E176
ÍNDICE DE RENTABILIDADE
Quando pretende-se usar as demonstrações contábeis para análise do dinheiro, 
busca-se na verdade compreender a rentabilidade gerada pelo negócio.
Os indicadores de rentabilidade expressa o nível de eficiência e o grau do 
êxito econômico-financeiro atingido (SZUSTER, et al. 2013).
Mas não confunda lucratividade com rentabilidade. Enquanto a rentabilidade 
mede o ganho sobre investimento, a lucratividade mede o ganho sobre venda.
Assim, de acordo com Bruni (2011), muitas pessoas podem achar que um 
negócio com maior lucro apresenta maior desempenho, mas este raciocínio é 
perigoso.
Retorno sobre Patrimônio Líquido (RPL)
Esse indicador é apurado pelo quociente entre lucro líquido e o patrimônio 
líquido, por meio da seguinte fórmula
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Índice de Rentabilidade
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A. Cálculo
B. Interpretação: para cada $ 1,00 investido, o retorno líquido é de 30%.
O RPL é o principal indicador para o investido, pois ele mede o retorno sobre 
o capital investido pelos acionistas (BRUNI, 2011).
Retorno sobre o Investimento (ROI)
É o quociente entre o lucro líquido e o ativo total, por meio da seguinte fórmula:
A. Cálculo
B. Interpretação: para cada $ 1,00 dos recursos aplicados, o retorno líquido 
é de 19%.
O ROI é, provavelmente, o mais importante indicador de análise finan-
ceira contábil, pois ele mede o retorno sobre o capital investido pelos acionistas 
(BRUNI, 2011).
Não há na literatura uma unanimidade em aceitar o denominado dos índi-
ces de rentabilidade. Além do patrimônio líquido e do ativo total, muitos 
analistas utilizam o patrimônio líquido médio e ativo médio para aplicar nas 
fórmulas dos indicadores de rentabilidade.
Fonte: SZUSTER, et al. (2013).
ANÁLISE DE INDICADORES FINANCEIROS
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VU N I D A D E178
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado aluno(a), com o término desta unidade você está habilitado a realizar 
a análise de demonstrações financeiras de toda e qualquer entidade, bem como 
interpretar e relatar uma opinião quanto à “saúde financeira” da mesma.
Os resultados econômicos e financeiros das empresas são evidenciados nas 
demonstrações financeiras, mas muitas vezes, a simples leitura desses quadros 
e relatórios não possibilita uma compreensão de capital, ou seja, a análise visual 
é insuficiente para traçar um panorama da situação atual e as perspectivas da 
empresa.
Então, neste contexto, a utilização de técnicas de análise amplia drastica-
mente o poder de evidenciar a posição financeira e econômica da empresa em 
um dado momento e, ainda, possibilita a comparação da empresa em análise 
com outras empresas de mesma atividade econômica. Tal fato é de extrema rele-
vância, pois permite verificar se o desempenho de uma entidade está de acordo 
com as demais.
É importante lembrar que as técnicas de análise existentes na literatura é 
bastante vasta, no entanto, neste material foi abordado a técnica de cálculo de 
indicadores financeiros, cujas fórmulas, parâmetros de comparação e interpre-
tação estão descritos detalhadamente.
A quantidade de indicadores é vasta e, durante os estudos desta unidade 
abordamos alguns indicadores relacionados com a liquidez, o endividamento, a 
lucratividade e a rentabilidade.
Para finalizar, caro(a) aluno(a), vale ressaltar que nenhum indicador deve 
ser utilizado isoladamente. A elaboração de vários indicadores em diferentes 
anos, comparados com a situação econômica de empresas de mesma atividade 
econômica, aliados ao conhecimento acerca do produto, processos, ramo eco-
nômico, política da empresa e outros dados, possibilita uma análise com maior 
nível de clareza e confiança na análise realizada.
179 
1. No que diz respeito à gestão financeira das empresas, numere a coluna relacio-
nando os índices com os respectivos cálculos para se obtê-los: 
1. Liquidez imediata. 
2. Liquidez seca. 
3. Rentabilidade do Patrimônio Líquido. 
4. Composição de exigibilidades. 
( ) Lucro líquido sobre Patrimônio Líquido médio.
( ) Disponível sobre o Passivo Circulante. 
( ) Ativo Circulantemenos estoques sobre Passivo Circulante. 
( ) Passivo Circulante sobre capital de terceiros. 
Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta de cima para baixo.
a. 3-1-2-4.
b. 1-2-3-4.
c. 3-4-2-1.
d. 4-1-3-2.
e. 1-3-4-2.
Considere as demonstrações financeiras da Empresa Gucal Ltda. para responder as 
questões de 2 a 5.
180 
Balanço Patrimonial
Gucal Ltda.
Períodos de 20X0 e 20X1
ATIVO 20X1 20X0 PASSIVO 20X1 20X0
ATIVO CIRCULANTE 23.000 16.000 PASSIVO CIRCULANTE 19.000 14.000 
DISPONIBILIDADE 10.000 1.000 EMPRÉSTIMOS 10.000 10.000 
CLIENTES 5.000 8.000 FORNECEDORES 7.000 3.000 
ESTOQUES 3.000 5.000 IMPOSTOS 2.000 1.000 
DESPESAS ANTECIPADAS 5.000 2.000 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 5.000 9.000 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 62.000 65.000 FINANCIAMENTOS 5.000 9.000 
REALIZÁVEL EM LONGO PRAZO 6.000 5.000      
APLICAÇÕES 12.000 14.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 61.000 58.000 
INVESTIMENTOS 4.000 4.000 CAPITAL SOCIAL 30.000 30.000 
IMOBILIZADO 40.000 42.000 LUCRO ACUMULADO 31.000 28.000 
TOTAL DO ATIVO 85.000 81.000 TOTAL DO PASSIVO+PL 85.000 81.000 
Fonte: a autora.
Demonstração do Resultado do Período
Gucal Ltda.
Períodos de 20X0 e 20X1
DESCRIÇÃO 20X1 20X0
(=) Receitas Vendas 300.000 280.000 
(-) Custo do Produto Vendido - 150.000 - 150.000 
(=) Lucro Bruto 150.000 130.000 
(-) Despesas Operacionais - 50.000 - 40.000 
(=) Resultado Antes Encargos Financeiros 100.000 90.000 
(+/-) Despesas e Receitas Financeiras - 10.000 - 8.000 
(=) Resultado Antes IR e CS 40.000 42.000 
(-) Imposto de Renda e Contrib. Social - 5.000 - 5.200 
(=) Resultado Líquido do Período 35.000 36.800 
Fonte: a autora
181 
02. Calcule e interprete os índices de liquidez.
03. Calcule e interprete os índices de endividamento.
04. Calcule e interprete os índices de lucratividade.
05. Calcule e interprete os índices de rentabilidade.
182 
Sobre o conceito de índices, MARION (2012, p. 24) define que: “os índices são relações 
que se estabelecem entre duas grandezas; facilitam sensivelmente o trabalho do ana-
lista, uma vez que a apreciação de certas relações ou percentuais é mais significativa 
(relevante) que a observação de montantes, por si só”. De acordo com Marion (2012), a 
análise dos índices, é dividida em três etapas, das quais a primeira é denominada sim-
plesmente de cálculo do índice com base em uma fórmula predeterminada, a segunda 
é a interpretação do índice, ou seja, a explicação do resultado do cálculo e, a terceira 
etapa é, na visão dele, a mais importante, pois é a conceituação do índice, ou seja, cabe 
ao analista identificar se o resultado encontrado é bom, razoável ou ruim. Segundo Ma-
tarazzo (2010), os principais índices que podem ser utilizados para realização da análise 
das demonstrações financeiras englobam os índices financeiros e econômicos. São eles, 
respectivamente: índices de liquidez, índices de estrutura de capital e índices de renta-
bilidade. 
– Índices de Liquidez: Matarazzo(2010) define que por meio dos índices de liquidez, po-
de-se verificar a situação financeira da empresa, pois são a partir desses que ocorre o 
confronto dos ativos circulantes com as dívidas. Para uma empresa ter boas condições 
de pagar suas dívidas deve-se ter bons índices e quanto maior for este indicador, me-
lhor. O grupo de índices de liquidez é subdividido em: liquidez geral; liquidez corrente e 
liquidez seca. A) Liquidez Geral: tem a finalidade de refletir a capacidade que a empresa 
tem de pagamento das suas dívidas em longo prazo. Se o resultado do índice for menor 
do que R$ 1,00, a empresa apresenta problemas financeiros no curto prazo. Porém, se 
for superior a R$ 1,00, a empresa possui bens e direitos suficientes para liquidar seus 
compromissos financeiros (HOJI, 2010); B) Liquidez Corrente é considerada como o me-
lhor indicador para avaliar a situação líquida da empresa. Pois relaciona quanto de di-
nheiro disponível e conversível imediatamente tem a empresa em relação às dívidas de 
curto prazo (IUDÍCIBUS, 2009); C) Liquidez Seca demonstra a capacidade que a empresa 
tem de pagar suas dívidas em curto prazo, mesmo que não consiga vender seus esto-
ques (BEGALLI; PEREZ JR., 2009).
– Índices de Estrutura de Capital Segundo Iudícibus (2009): a análise dos índices de es-
trutura de capital é uma fonte geradora de informações sobre investimentos e finan-
ciamentos, pois as duas opções geram para empresa retornos e riscos que devem ser 
analisados de forma cautelosa. Matarazzo (2010) aponta que esse grupo de índices de-
monstra grandes segmentos para a linha de decisões financeiras em termos de aplica-
ção e obtenção de recursos. De modo geral, quanto menor for este indicador, melhor. 
O grupo de índice de estrutura de capital é subdividido em: participação de capital de 
terceiros; composição do endividamento; imobilização do patrimônio líquido e imobi-
lização dos recursos não correntes, porém, para o estudo em questão, serão analisados 
apenas os dois primeiros: A) Participação de Capital de Terceiros representa, em por-
centagem, quanto é o endividamento da empresa em relação aos fundos totais. Esse 
percentual não pode ser muito grande, pois aumenta progressivamente suas despesas 
financeiras, acabando com a rentabilidade da organização. No caso, se a taxa de des-
pesas financeira sobre o endividamento médio continuar menor que a taxa de retorno 
183 
obtida pelo uso dos empréstimos, a participação de capitais de terceiros será favorável 
para a organização (IUDÍCIBUS, 2009); B) Composição do Endividamento representa o 
percentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais. Esse indicador 
deve ficar entre os valores 0 e 1, quanto menor for o quociente, menor é a concentração 
de dívidas no curto prazo. Quando se tem dificuldades para a captação de recursos em 
longo prazo, orienta-se então que a aplicação desses recursos deve ser feita em ativos 
de rápida recuperação (BEGALLI; PEREZ JR., 2009).
– Índices de Rentabilidade: a análise dos índices de rentabilidade tem o objetivo de me-
dir a capacidade de produzir lucro e de todo o capital investido nos negócios. Não é so-
mente o capital próprio que gera lucro, mas também todos os capitais aplicados, sendo 
de terceiros ou próprios. Matarazzo (2010) define que por meio desse grupo de índice 
é possível verificar os capitais investidos e, com isso, qual foi o resultado econômico da 
empresa, quanto maior for este indicador, melhor. O grupo de índice de rentabilidade 
é subdividido em: giro do ativo; margem líquida; rentabilidade do ativo e rentabilidade 
do patrimônio líquido. A) Giro do Ativo indica quantas vezes a empresa recuperou o 
valor do seu ativo por meio de suas vendas, de um determinado período. É um retorno 
sobre os investimentos (BEGALLI; PEREZ JR, 2009); B) Margem Líquida indica a capacida-
de da empresa em gerar lucro em comparação à sua receita líquida de vendas (BEGALLI; 
PEREZ JR, 2009); C) Rentabilidade sobre o Ativo representa o retorno sobre o total do 
ativo, independente da procedência, é a rentabilidade total dos recursos administrados 
pela empresa. Esse índice mostra quanto a empresa obteve de lucro líquido em relação 
ao ativo (MATARAZZO, 2010); D) Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido demonstra 
quanto rende o capital aplicado na empresa pelos proprietários. O patrimônio médio 
corresponde ao patrimônio líquido inicial mais o patrimônio líquido final dividido por 
dois (HOJI, 2010).
Fonte: Silva et al. (2016, on-line).
MATERIAL COMPLEMENTAR
A análise contábil e fi nanceira
Adriano Leal Bruni
Editora: Atlas
Ano: 2011
Sinopse: o livro apresenta a análise dasdemonstrações 
contábeis de forma simples e didática, com muitos exemplos, 
casos e exercícios. Revisa conceitos importantes de 
contabilidade, discutindo os principais aspectos envolvidos 
no uso das informações contábeis. Tece considerações sobre 
as diferentes visões das informações contábeis e fi nanceiras. 
Ao longo dos seus 11 capítulos, discute o uso das análises 
horizontal e vertical, conceitua e aplica a análise baseada em índices de liquidez, endividamento, 
lucratividade, giro e rentabilidade. Também apresenta a análise fi nanceira dinâmica e aplica os 
conceitos no modelo AnaliseFacil.xls, um modelo prático desenvolvido com a planilha Microsoft 
Excel e que subsidia de forma fácil e rápida a extração de informações contábeis e fi nanceiras.
Livro texto para as disciplinas relacionadas ao ensino da análise das demonstrações contábeis. 
Leitura complementar para as disciplinas relativas a Finanças, Administração Financeira, Análise de 
Balanço ou Contabilidade.
REFERÊNCIAS
185
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financei-
ro. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
BRUNI, A. L. A análise contábil e financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 2. 
ed. São Paulo: Atlas, 2002.
SILVA, M. et al. Análise das demonstrações contábeis como ferramenta de suporte 
à gestão financeira. Revista Brasileira de Gestão e Engenharia, n. 13, 2016. Dis-
ponível em: <http://periodicos.cesg.edu.br/index.php/gestaoeengenharia/article/
view/244>. Acesso em: 14 out. 2016.
SZUSTER, et. al. Contabilidade geral: uma introdução à contabilidade societária. 
São Paulo: Atlas, 2013.
GABARITO
1. A
2. Por meio dos indicadores verifica-se que a empresa possui capacidade de pa-
gamento, no entanto, há uma dependência muito grande estoques e despesas 
antecipadas.
Liquidez Corrente - 23.000 - 1,21 
 15.000
 Liquidez Seca - 15.000 - 0,79 
 19.000 
Liquidez Imediata - 10.000 - 0,53 
 15.000
 Liquidez Geral - 29.000 - 1,21 
 24.000
3. O índice baixo sugere uma atenção maior para as dívidas, tendo em vista que as 
obrigações exigíveis não estão financiando o ativo.
 Endividamento Geral - 24.000 - 0,28 
 85.000
 Composição das Exigibilidades - 19.000 - 0,79 
 24.000
Imobilização do Patrimônio Líquido - 40.000 - 0,66 
 61.000
4. Os indicadores de lucratividade sugerem boa proporção de sobras das vendas, 
pelo menos o suficiente pra constatar uma lucratividade líquida de 12%.
 Margem Bruta = 150.000 = 0,50 
 300.000
Margem de Lucro Genuinamento Operacional = 100.000 = 0,33 
 300.000 
 Margem Líquida = 35.000 = 0,12 
 300.000
GABARITO
187
5. Os indicadores de rentabilidade reflete a boa política adotada pela empresa com 
excelente taxa de rentabilidade.
Retorno sobre Patrimônio Líquido = 35.000 = 0,57 
 61.000
 Retorno sobre Investimentos = 35.000 = 0,41 
 = 85.000
CONCLUSÃO
Prezado(a) aluno(a), na Unidade I, vimos que a contabilidade é uma ciência social, 
que busca atender à necessidade do homem de controle e apuração de resultados. 
O objetivo geral é o mesmo desde os primórdios, estudar o patrimônio das organi-
zações. Neste livro, nós estudamos o patrimônio por meio de algumas técnicas de 
análise dos valores evidenciados nas demonstrações contábeis.
O principal objetivo da contabilidade é fornecer informações úteis aos usuários, 
para auxiliar no processo de tomada de decisão. O objetivo deste livro foi auxiliar 
você, caro(a) aluno(a), na aplicação de técnicas de análise, que possibilita fornecer 
informações a diversos usuários: informações aos credores que pretendem analisar 
o nível de endividamento; aos funcionários para avaliar a capacidade da empresa 
pagar os seus salários; aos investidores para comparar os retornos sobre o capital 
investido.
A análise das demonstrações contábeis é uma ferramenta de atuação da contabili-
dade gerencial, uma vez que a análise permite aos usuários uma visão geral dos ne-
gócios com a finalidade de obter uma comparação da empresa com seus resultados 
anteriores, ou uma comparação dos resultados da empresa com outras empresas do 
mesmo seguimento.
O objetivo geral deste material foi atingido, tendo em vista que termos de contabi-
lidade foram explicados e técnicas de análise vertical, horizontal e cálculo de indica-
dores foram amplamente abordados, explicados e exemplificados.
Com relação aos indicadores trabalhados, se tem que os indicadores de liquidez 
evidenciaram a capacidade de pagamento, os de endividamento mostram a políti-
ca de obtenção de recursos utilizada pela empresa, os indicadores de lucratividade 
expressam em percentual as sobras (lucro) obtidas sobre as vendas realizadas e, por 
fim, os indicadores de rentabilidade que demonstraram a proporção dos retornos 
sobre o valor dos investimentos realizados.
Nosso objetivo não foi esgotar todo o assunto de contabilidade e nem todas as pos-
sibilidades de análise de demonstrações, mas apresentar a você uma visão geral 
da contabilidade e algumas das formas que ela pode contribuir para o processo de 
tomada de decisão dos usuários.
Esperamos ter contribuído um pouquinho para o seu conhecimento pessoal e qua-
lificação profissional, ampliando e melhorando a sua capacidade de análise das de-
monstrações financeiras. Sucesso!

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