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A Importância da Língua Brasileira de Sinais como Fator Mediador na Educação dos Surdos 1 - Só Pedagogia

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A Importância da Língua Brasileira de Sinais como Fator
Mediador na Educação dos Surdos
Autor: Jaqueline Konageski Zanardini
Data: 02/04/2009
INTRODUÇÃO
Muito se discute sobre a inclusão do surdo em sala de aula do ensino regular. Sabe-se que,
constitucionalmente, ele tem direito à educação e à saúde, bem como a solicitar um intérprete
para auxiliá-lo em aula, traduzindo a língua oral para a língua de sinais. Muitas vezes, o surdo é
considerado um estranho dentro de sua própria comunidade por não dominar a língua de sinais, o
que dificulta ou desfavorece sua interação, uma vez que não consegue estabelecer comunicação
com outro surdo nem com o ouvinte.
Para ALMEIDA (2000, p.3), "O drama dos surdos é menos ligado à sua enfermidade do que às
razões psicológicas que rapidamente se transformam em efeitos patológicos. A causa profunda
desse drama encontra-se ligada à incompreensão da sociedade que não o vê como diferente e
sim, como deficiente".
A primeira língua utilizada pelos surdos deve ser a língua de sinais, pois ela servirá de base para a
aquisição da segunda língua. Assim, a língua do país de origem do surdo deve ser, na verdade,
sua segunda língua, no caso do Brasil, estamos falando do Português.
Estudos recentes evidenciam que as crianças surdas aprendem melhor quando são usuárias da
língua de sinais. Constatou-se também que os surdos filhos de pais surdos têm melhores
desempenhos escolares e são mais equilibrados mental e emocionalmente que os surdos filhos
de pais ouvintes.
O objetivo deste trabalho é verificar a ocorrência da Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS junto à
comunidade surda, bem como analisar se estes surdos estão interagindo dentro das salas de
aula.
 
1. A História do Surdo numa visão geral
Até o século XV, não havia nenhum interesse na educação dos surdos, que eram considerados
pessoas primitivas, sendo relegados à marginalidade na vida social. Não havia direitos
assegurados, nem uma cultura suficientemente desenvolvida que os aceitasse em sua diferença.
É somente a partir do final da Idade Média que os dados com relação à educação e à vida do
surdo tornam-se mais razoáveis. É exatamente nesta época que começam a surgir os primeiros
trabalhos no sentido de educar a criança surda.
O século XVIII é considerado o período mais próspero no que se refere à educação dos surdos,
houve a fundação de várias escolas. Além disso, qualitativamente, a educação para os mesmos
também evoluiu, já que, através da língua de sinais, eles puderam aprender e dominar diversos
assuntos, além de exercer diferentes profissões.
Entretanto, no início do século XX a maior parte das escolas de surdos abandonou o uso da língua
de sinais. Isto foi consequência do famoso Congresso de Milão de 1880, quando, a despeito do
que pensavam os surdos, considerou-se que a melhor forma de educação seria aquela que
utilizasse unicamente o oralismo. Percebe-se aí mais uma vez a tendência à padronização,
considerando que o surdo, para viver em sociedade, deveria conseguir "ouvir", com o uso de
aparelho e "falar", através de exaustivos exercícios, como se fosse ouvinte, para só então ser
aceito pela sociedade ou pelo grupo social.
Em 1857, foi fundado o Instituto Nacional de Surdos-Mudos, atual Instituto Nacional de Educação
do Surdo (INES), onde era utilizada a língua de sinais. Mas com a tendência determinada pelo
Congresso de Milão (1880), em 1911, o INES estabeleceu o oralismo como método de educação
dos surdos.
É nos anos 70, que chega ao Brasil a filosofia da Comunicação Total. Mas já na década seguinte,
começa a ganhar força no país a filosofia do Bilinguismo.

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