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DIREITO CIVIL III
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
Introdução à Teoria Contratual
CONCEITO DE CONTRATO
1
EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA
3
PRÓXIMOS 
PASSOS
FUNÇÕES DOS CONTRATOS
2
PRINCÍPIOS CONTRATUAIS
4
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Teoria contratual
A teoria contratual vem sofrendo grandes transformações nos últimos anos. 
São fatores que influenciam tais modificações:
 Repersonalização do Direito Privado;
 Constitucionalização do Direito Privado;
 Limitações à autonomia privada;
 Justiça contratual;
 Novos princípios contratuais;
 Massificação das relações contratuais;
 Despersonalização das relações contratuais.
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Você consegue perceber a importância dos 
contratos na vida cotidiana?
Não são poucas as relações contratuais que as 
pessoas realizam diariamente. Pense no seu dia a 
dia: quantos contratos você realizou hoje?
Lembre-se: a maioria dos contratos que fazemos 
são informais e sequer possuem forma escrita.
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
Messineo afirma que o contrato exerce uma função, 
e apresenta um conteúdo constante: o de ser o 
centro da vida dos negócios. É instrumento prático 
que realiza o mister de harmonizar interesses não 
coincidentes. A instituição jurídica do contrato é um 
reflexo da instituição jurídica da propriedade. É 
veículo de circulação de riquezas.
Por isso, a preocupação não só em revisar o clássico 
conceito de contrato, mas também, de estabelecer 
novas dimensões aos princípios contratuais.
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Conceito de contrato
 Para Carlos Roberto Gonçalves (2013, p. 2) “o 
contrato é uma espécie de negócio jurídico que 
depende, para a sua formação, da participação de 
pelo menos duas partes. É, portanto, negócio 
jurídico bilateral ou plurilateral”.
 Para Caio Mário da Silva Pereira (2012, p. 6, 7) 
contrato, em sentido estrito, “é um acordo de 
vontades, na conformidade da lei, e com a 
finalidade de adquirir, resguardar, transferir, 
conservar, modificar ou extinguir direitos”.
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Conceito de contrato
 Para Silvio Rodrigues (2011, p. 9, 10) “o contrato 
representa uma espécie do gênero negócio jurídico 
que decorre de acordo de mais de uma vontade em 
vista de produzir efeitos jurídicos. Em sentido 
estrito, o contrato pode ser limitado ao ajuste de 
vontade que constitui, regula ou extingue uma 
relação patrimonial”.
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Conceito de contrato
Em resumo: classicamente, contrato é definido como o acordo de vontades com finalidade de 
produzir efeitos jurídicos.
É conceito que traduz um monismo valorativo que trata o contrato apenas como uma espécie de 
negócio jurídico, fruto do pleno exercício da autonomia privada (centrada na vontade). E assim foi 
o contrato disciplinado no Código Civil Brasileiro de 1916.
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Conceito de contrato
O contrato não pode mais ser pensado apenas sob o olhar individual e liberal. Precisa, sim, ser 
pensado e discutido a partir da visão solidarística e funcionalizada estabelecida pela
Constituição Federal.
Por isso, na atualidade, o contrato deve ser compreendido como um instrumento de realização da 
pessoa e não exclusivamente como instrumento de mercado.
O novo conceito de contrato distancia-se do dogma absoluto da vontade e do individualismo, 
aproximando-se agora dos sujeitos contratantes.
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Conceito de contrato
 Segundo Paulo Nalin (2002, p. 255) o contrato deve
ser compreendido como “uma relação jurídica subjetiva,
nucleada pela solidariedade constitucional, destinada
à produção de efeitos jurídicos existenciais e
patrimoniais, não só entre os titulares da relação,
como também perante terceiros”.
Frise-se: o novo conceito de contrato não exclui sua função econômica,
apenas deixa de tratá-la como absoluta.
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Duplo sentido do contrato
Plano interno
• “O contrato cria um nexo (relação) entre os 
contratantes. Até nos contratos de execução 
instantânea é importante tê-lo em conta, 
porque o contrato só se extingue quando se 
extinguir o último dos seus efeitos”
• (José de O. Ascensão, 2008, p. 103);
• O contrato passa a exigir uma relação de 
lealdade e solidariedade.
Plano externo
• Reconhecimento dos efeitos dos contratos 
no meio social;
• Imposição da função social dos contratos;
• Necessidade do dirigismo contratual;
• "O contrato é autônomo, porque a 
autonomia é essencial para haver vinculação 
[...]. Mas é heterônomo, porque é 
integrante d’um conjunto de que participa" 
(José de O. Ascensão, 2008, p. 105).
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Funções do contrato
Função econômica: o contrato é instrumento de circulação de riquezas;
Função regulatória: o contrato é materialização da autonomia privada (autorregulação de acordo com 
as limitações legais);
Função ambiental: “os fatores ambientais informam dispositivos legais cuja observância constitui 
causa justificativa do exercício da liberdade contratual, pois contidos em normas de ordem pública 
(cogentes), não sendo possível a autorregulamentação da vontade pelas partes derrogá-los” (Lucas 
Barroso, 2012, p. 63);
Função social: reconhece-se que o contrato não apenas gera efeitos entre as partes contratantes, mas 
também, no meio social;
O contrato deve ser pensado como instrumento de conciliação de interesses, de desenvolvimento da 
personalidade, de desenvolvimento econômico e harmonizador social.
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Localizando-se:
Os contratos estão previstos no Código Civil de 2002:
No Livro I da Parte Especial – Do Direito das Obrigações;
Título V – Dos Contratos em Geral – artes. 421 a 480, CC;
Título VI – Das Várias Espécies de Contratos – artes. 481 a 853, CC.
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Planos de existência, validade e eficácia
Contrato é espécie de negócio jurídico. Portanto, seus planos de existência, validade e eficácia já 
foram estudados dentro da Teoria Geral do Direito Civil. Por isso, neste momento,
vamos apenas relembrar:
Existência
•Vontade;
•Juridicidade;
•Finalidade Negocial
(MARTE).
Validade
•Art. 104, CC:
•Agente capaz;
•Objeto lícito, possível, 
determinado ou 
determinável;
•Forma prescrita ou não 
defesa em lei.
Eficácia
•Efeitos
INEXISTÊNCIA
INVALIDADE: 
NULIDADE ABSOLUTA 
NULIDADE RELATIVA
INEFICÁCIA
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Planos de existência, validade e eficácia
Quando se analisa existência do contrato busca-se verificar seus elementos estruturantes (ou 
essenciais); quando se analisa a validade visa-se a observação dos requisitos de conformidade 
com a esfera jurídica; e quando se examina a eficácia, evidencia-se a capacidade de produção de 
efeitos imediatos;
Os pressupostos de existência não foram previstos expressamente no Código Civil e se referem a 
elementos mínimos que garantem o suporte fático dos negócios. São eles: a) vontade, sendo que 
de sua declaração (exteriorização) surgem os efeitos;b) juridicidade (agente, idoneidade do 
objeto e forma – sem adjetivos!); c) finalidade negocial ou jurídica (é o propósito, o fim, buscado 
pela declaração de vontade);
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Planos de existência, validade e eficácia
Os pressupostos de validade são: a) agente capaz (trata-se de capacidade de exercício ou de fato –
vide sistema de incapacidades nos artes. 3o. e 4o., CC); b) objeto lícito (que não contraria a lei, a 
moral ou os bons costumes), possível (física e juridicamente) e determinado ou determinável; c) 
forma prescrita ou não defesa em lei;
Os pressupostos de eficácia relacionam-se às consequências desejadas pelas partes contratantes 
e variam de acordo com cada espécie contratual; com a presença de elementos acidentais (termo, 
condição e encargo) e com as consequências do inadimplemento (juros, cláusula penal,
perdas e danos...). 
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Finalidade negocial
M
• Modificar - muda-se um elemento da estrutura do direito sem
alterar sua substância, como, por exemplo, a subrogação e a
moratória.
A
• Adquirir - visa incorporar um direito ao patrimônio do
contratante (ex.: toda espécie de transferência).
R
• Resguardar - visa proteger ou garantir um direito (ex.:
constituição de hipoteca).
T
• Transmitir - provoca a mudança de titular do direito (ex.: toda
forma de alienação).
E
• Extinguir - visa extinguir um direito (ex.: desapropriação).
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Princípios contratuais
Os princípios representam valores socialmente 
amadurecidos e reconhecidos pela ordem jurídica 
e, por isso, acabam por simbolizar o momento 
histórico em que foram criados ou desenvolvidos. 
E não é diferente com os princípios contratuais 
que, analisados em sua origem, representam 
claramente os valores do Estado liberal (princípios 
clássicos) e valores do Estado social (princípios 
contemporâneos), não sendo, no entanto, 
necessariamente excludentes entre si.
Princípios
Clássicos
Princípios 
Contemporâneos
Boa-fé 
Objetiva/Probidade
Justiça contratual
Dirigismo contratual
Função Social
Autonomia Privada
Pacta Sunt Servanda
Intangibilidade
Relatividade dos 
efeitos
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Princípios contratuais
Em virtude da constitucionalização do Direito Privado, a liberdade e a autonomia contratual passaram 
a ser pensadas a partir da dignidade da pessoa humana, da solidariedade e da função social. Por isso, 
foi necessária a revisão dos conceitos clássicos contratuais, pensados agora a partir da ótica solidarista
e personalista.
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Princípios contratuais
Autonomia privada
Autonomia da vontade e autonomia privada não se confundem: 
A autonomia da vontade decorre da manifestação de liberdade individual, por isso, não exige 
capacidade de fato. Revela-se na liberdade de contratar;
A autonomia privada decorre do poder de autorregulamentação das partes contratantes, ou 
seja, no poder que as partes possuem de estabelecer os temos contratuais. Exige capacidade de 
fato e revela-se na liberdade contratual. Foi princípio supervalorizado durante o Estado liberal, 
mas que no Estado social acabou sendo mitigado pelo dirigismo contratual;
A autonomia privada é o fundamento da realização de contratos atípicos previsto no
art. 425, CC.
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Princípios contratuais
Força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda)
Reconhecido pelo brocardo: “o contrato faz lei entre as partes”.
Por longo período, foi considerado princípio absoluto o que impedia até as formas mais simples 
de revisão contratual.
Dava amplo reconhecimento à liberdade contratual (autonomia privada), tendo por 
fundamentos: a liberdade e a igualdade formal, a necessidade de segurança jurídica e a 
intangibilidade dos contratos, a fim de dar garantia à sua utilidade econômica.
É princípio que se justificava no Estado liberal pelo amplo reconhecimento da liberdade 
contratual. Atualmente, sua força foi mitigada pelos princípios contemporâneos, mas, frise-se 
que essa relativização não retira a força vinculante dos contratos, apenas à condiciona a 
observância de outros valores e princípios.
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Princípios contratuais
Força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda)
Não se pode afirmar a extinção do princípio a partir da adoção da função social dos contratos, 
mas sim, seu redimensionamento a fim de garantir a justiça contratual, preocupando-se na 
conciliação do útil (interesse econômico das partes) e do justo (preocupação com a repercussão 
social das relações contratuais).
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Princípios contratuais
Intangibilidade dos contratos
É princípio que decorre do reconhecimento da própria força obrigatória dos contratos. O 
princípio da intangibilidade impedia qualquer forma de intervenção nos contratos, 
independente de estarem as partes e seu conteúdo equilibrados ou não.
Relatividade (subjetiva) dos efeitos dos contratos
Classicamente este princípio reconhecia que os contratos apenas geravam efeitos entre as 
partes contratantes, não atingindo terceiros ou influenciando o meio social. É princípio que se 
refere à eficácia inter partes do contrato.
A partir da massificação das relações contratuais reconheceu-se não só que os contratos podem 
gerar efeitos sociais, mas que também há formas contratuais que produzem efeitos com relação 
a terceiros.
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Princípios contratuais contemporâneos
A rigidez dos princípios contratuais clássicos e sua inflexibilidade trouxeram grandes desequilíbrios às 
relações contratuais contemporâneas. 
Do reconhecimento que os contratos nem sempre firmam-se entre partes economicamente 
equilibradas, de que nem sempre seu conteúdo será integralmente e previamente conhecido, ou de 
que suas cláusulas poderão ser discutidas surgiu um novo leque de princípios que visam assegurar 
equilíbrio entre as partes contratantes, visando a realização da justiça contratual.
Os novos princípios contratuais, somam-se aos princípios clássicos, relativizando-os sob a perspectiva 
da solidariedade e do personalismo.
Os novos princípios buscam “conciliar o novo com o velho, reformar sem destruir, compreendendo 
que à luz do fenômeno da funcionalização da autonomia negocial às exigências constitucionais, o 
contrato será um projeto edificado por três atores: as partes, o legislador e o magistrado” (FARIAS; 
ROSENVALD, 2015, p. 150).
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Princípios contratuais contemporâneos
Função social (princípio da socialidade)
Decorre do princípio constitucional da função social da propriedade. 
A função social busca legitimar a liberdade contratual a partir de valores constitucionalmente 
estabelecidos. Busca harmonizar interesses públicos com interesses privados e, por isso, função 
social do contrato apenas se realiza se:
 Respeitar a dignidade da pessoa humana;
 Reconhecendo as vulnerabilidades, admitir a relativização do princípio da igualdade das 
partes contratantes;
 Contiver como cláusula implícita a boa-fé objetiva;
 Respeitar o meio ambiente;
 Respeitar o valor social do trabalho.
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Princípios contratuais contemporâneos
Funçãosocial (princípio da socialidade)
O reconhecimento da função social permite redimensionar o contrato a fim de se garantir 
proteção à pessoa em detrimento da proteção ao patrimônio.
Está expressamente prevista no art. 421, CC e demonstra a preocupação com efeitos dos 
contratos não apenas entre as partes contratantes, mas sim, junto à ordem econômica e social.
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Princípios contratuais contemporâneos
Boa-fé objetiva (princípio da eticidade)
Ela pode ser: 
Subjetiva: é forma de conduta (psicológica) que diz respeito ao estado mental subjetivo 
dos contratantes (estado de ânimo). Cria apenas deveres de conduta moral negativos 
(não prejudicar o outro) uma vez que de concepção exclusivamente moral. 
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Princípios contratuais contemporâneos
Boa-fé objetiva (princípio da eticidade)
Ela pode ser: 
Objetiva: é norma de conduta que determina relações de cooperação entre as partes 
contratantes, que devem se conduzir de forma leal e honesta, agindo com retidão. Cria, 
portanto, deveres de conduta positiva (cooperação) e negativa (não lesar a outra parte), 
ou seja, tutela a confiança de quem acreditou no comportamento exteriorizado pela 
outra parte. 
É a boa-fé objetiva que está prevista no art. 422, CC ao lado da probidade, ambos os 
princípios aplicáveis a todas as fases do contrato.
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Princípios contratuais contemporâneos
Boa-fé objetiva (princípio da eticidade)
A boa-fé objetiva também cria o que a doutrina chama de deveres anexos (laterais, secundários, 
instrumentais ou acessórios) que, nas palavras de Teresa Negreiros (1998, p. 440), são “deveres 
que se referem ao exato processamento da relação obrigacional, isto é, à satisfação dos 
interesses globais envolvidos, em atenção a uma identidade finalística, constituindo o complexo 
conteúdo da relação que se unifica funcionalmente”. 
São deveres diretamente decorrentes do princípio da boa fé-objetiva que se destinam ao bom 
desempenho da relação contratual, como os deveres de informação, cooperação,
transparência e sigilo.
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Princípios contratuais contemporâneos
Probidade
Resulta do confronto entre o comportamento do contratante e o padrão de homem médio leal 
e honesto e, por isso, só pode ser verificada na análise do caso concreto. 
Difere da boa-fé objetiva, pois enquanto esta analisa o comportamento entre as partes 
contratantes; a probidade analisa o comportamento dos sujeitos em relação ao meio social em 
que o contrato foi firmado.
Dirigismo contratual
Decorre da intervenção do Estado nas relações privadas por meio de normas de ordem pública, 
de natureza cogente ou de interesse social.
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Princípios contratuais contemporâneos
Normas de ordem pública: disciplinam instituições jurídicas fundamentais e tradicionais com o 
objetivo de garantir segurança das relações jurídicas.
Normas cogentes: estabelecem um único sistema de conduta para tutelar interesse social.
Normas de interesse social: disciplinam relações sociais marcadas pela desigualdade entre as 
partes que se relacionam.
O dirigismo revela-se pela regulação do conteúdo do contrato por disposições imperativas.
Contrato
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
• Princípios contratuais contemporâneos
Justiça contratual
“O princípio da justiça contratual é revelado na composição harmoniosa quanto aos conteúdos 
jurídico e econômico do contrato, com base na equânime proporção entre forças antagônicas e 
na interação entre elementos contratuais de dimensões diferentes”
(FARIAS; ROSENVALD, 2015, p. 224).
Fruto do solidarismo constitucional permite a realização da igualdade substancial entre as 
partes contratantes.
Leitura Complementar
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
ASCENSÃO, J. O. A nova teoria contratual. 
Disponível em: 
<http://www.direito.ufmg.br/revista/index.php
/revista/article/viewFile/66/62>. Acesso em 18 
mar. 2016. 
FACHIN, L. E.; PIANOVSKI, C. E. A dignidade da 
pessoa humana no direito contemporâneo: 
uma contribuição à crítica da raiz dogmática do 
neopositivismo constitucionalista. Disponível 
em: <http://www.anima-
opet.com.br/pdf/anima5-Conselheiros/Luiz-
Edson-Fachin.pdf>. Acesso em 18 mar. 2016.
Leitura Complementar
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Direito Civil III
LÔBO, P. L. N. A constitucionalização do direito 
civil. Disponível em: 
<http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/ha
ndle/id/453/r141-08.pdf?sequence=4>. Acesso 
em 18 de mar. 2016.
LÔBO, Paulo. Princípios contratuais. Disponível 
em: http://jus.com.br/artigos/25359/principios-
contratuais
TEPEDINO, G. As relações de consumo e a nova 
teoria contratual. Disponível em: 
<http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/f
iles/anexos/8788-8787-1-PB.pdf>. Acesso em 
18 de mar. 2016.
CONTEÚDO DA PRÓXIMA AULA
Interpretação dos contratos;
Formação dos contratos;
Negociações preliminares;
Oferta;
Aceitação;
Lugar de formação.
DIREITO CIVIL III
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Direito Civil III
Introdução à Teoria Contratual
INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
1
OFERTA
3
PRÓXIMOS 
PASSOS
NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES
2
ACEITAÇÃO
4
Formação dos Contratos
Direito Civil III
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
• Formação dos contratos
A formação dos contratos estuda o iter contractus, ou seja, o caminho percorrido pelas partes para 
formação do vínculo contratual.
A formação dos contratos é um processo que decorre de uma série de atos e comportamentos das 
partes que visam à realização de um interesse comum.
Considerando a obrigação como um processo, pode-se identificar três grandes fases do processo 
contratual: fase pré-contratual; fase contratual e fase pós-contratual.
São fases (não obrigatórias) da formação dos contratos:
 Negociações preliminares;
 Oferta;
 Aceitação;
 Contrato preliminar;
 Contrato definitivo ou conclusão do contrato.
Formação dos Contratos
Direito Civil III
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
• Formação dos contratos
Formação dos Contratos
Direito Civil III
• Negociações preliminares (puntuação, tractaus, trattative, pourparlers)
Configuram-se as negociações preliminares a partir da aproximação das partes, estabelecendo suas 
primeiras intenções, investigando vantagens e desvantagens e avaliando a conveniência da futura 
contratação.
Trata-se de fase eventual que pode ter início com a inquirição do preço da coisa ou até mesmo a 
elaboração de uma minuta. Portanto, é fase que antecede à oferta.
As tratativas não foram expressamente previstas pelo Código Civil, justamente porque, em regra, não 
geram vínculo quanto à futura celebração do contrato definitivo.
Excepcionalmente, o rompimento das tratativas pode gerar responsabilidade civil pré-contratual 
(aquiliana) por violação dos deveres anexos de conduta.
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Formação dos Contratos
Direito Civil III
• Negociações preliminares (puntuação, tractaus, trattative, pourparlers)
Enunciado 24, I Jornada de Direito Civil – Art. 422: em virtude do princípio da boa-fé, positivado no 
art. 422 do novo CC, a violação dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento, 
independentemente de culpa.
Enunciado 25, I Jornada de Direito Civil – Art. 422: o art. 422 do CC nãoinviabiliza a aplicação pelo 
julgador do princípio da boa-fé nas fases pré-contratual e pós-contratual.
Enunciado 170, II Jornada de Direito Civil – Art. 422: A boa-fé objetiva deve ser observada pela partes 
na fase das negociações preliminares e após a execução do contrato, quando tal exigência decorrer da 
natureza do contrato.
As tratativas não se confundem com a proposta! “As tratativas são atos tendentes à análise da 
viabilidade do contrato. A proposta, por sua vez, é a exteriorização do projeto de contrato, a 
manifestação de uma vontade definida em todos os seus termos, dependente apenas da concordância 
da parte contrária para o aperfeiçoamento do contrato” (FARIAS; ROSENVALD, 2015, p. 75).
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Formação dos Contratos
Direito Civil III
• Negociações preliminares (puntuação, tractaus, trattative, pourparlers)
Enunciado 24, I Jornada de Direito Civil – Art. 422: em virtude do princípio da boa-fé, positivado no 
art. 422 do novo CC, a violação dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento, 
independentemente de culpa.
Enunciado 25, I Jornada de Direito Civil – Art. 422: o art. 422 do CC não inviabiliza a aplicação pelo 
julgador do princípio da boa-fé nas fases pré-contratual e pós-contratual.
Enunciado 170, II Jornada de Direito Civil – Art. 422: A boa-fé objetiva deve ser observada pela partes 
na fase das negociações preliminares e após a execução do contrato, quando tal exigência decorrer da 
natureza do contrato.
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Formação dos Contratos
Direito Civil III
• Negociações preliminares (puntuação, tractaus, trattative, pourparlers)
As tratativas não se confundem com a proposta! “As tratativas são atos tendentes à análise da 
viabilidade do contrato. A proposta, por sua vez, é a exteriorização do projeto de contrato, a 
manifestação de uma vontade definida em todos os seus termos, dependente apenas da concordância 
da parte contrária para o aperfeiçoamento do contrato” (FARIAS; ROSENVALD, 2015, p. 75).
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Formação dos Contratos
Direito Civil III
• Oferta (proposta, policitação, oblação)
“É declaração receptícia de vontade dirigida por uma pessoa a outra (com quem pretende celebrar o 
contrato), por força da qual a primeira manifesta sua intenção de se considerar vinculada, se a outra 
parte aceitar” (Carlos Roberto Gonçalves, 2013, p. 51).
A oferta traduz uma vontade definitiva de contratar – art. 427, CC.
Trata-se de negócio jurídico unilateral (escrito ou verbal) que deve conter todos os elementos 
essenciais à formação do negócio proposto para ter força obrigatória.
• Policitante (ofertante, oferente, proponente, solicitante) – aquele que realiza a proposta;
• Oblato (aceitante, policitado, solicitado) – aquele que recebe a proposta.
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Formação dos Contratos
Direito Civil III
• Oferta (proposta, policitação, oblação)
A oferta não terá força obrigatória quando (art. 427, CC):
1. Se o contrário resultar dos termos dela;
2. Dependendo da natureza do negócio (ex.: propostas abertas ao público que limitam à existência 
de estoque – art. 429, CC);
3. Dependendo das circustâncias do caso – hipóteses do art. 428, CC:
a) Se, feita sem prazo a pessoa presente, não for imediatamente aceita;
b) Se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao 
conhecimento do proponente;
c) Se, antes da apresentação da oferta, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra 
parte a retratação do proponente.
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Formação dos Contratos
Direito Civil III
• Aceitação
É negócio jurídico unilateral pelo qual alguém concorda com os termos da oferta. Trata-se de direito 
potestativo do oblato que vincula o proponente a cumprir o que foi ofertado.
A aceitação pura e simples faz com que o contrato seja considerado concluído (formado).
A aceitação realizada fora do prazo, com adições, restrições ou modificações será considerada 
contraproposta (art. 431, CC) e, neste caso, os papeis do oblato e do proponente se inverterão.
A aceitação pode ser escrita ou verbal; expressa ou tácita.
O silêncio (aceitação tácita) do oblato excepcionalmente será considerado aceitação quando
(art. 432, CC):
a) O negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa;
b) O proponente tiver dispensado a aceitação expressa.
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Formação dos Contratos
Direito Civil III
• Aceitação
Não terá força vinculante quando:
a) Embora expedida a tempo, por motivos imprevistos, chegar tarde ao conhecimento do 
proponente (art. 430, CC);
b) Antes da aceitação, ou com ela, chegar ao proponente a retratação do aceitante (art. 433, CC).
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Formação dos Contratos
Direito Civil III
• Tempo de formação dos contratos
Identificar o momento em que o contrato foi formado é importante para se estabelecer a sua força 
vinculante.
Quanto ao tempo de formação dos contratos, o Código Civil diferencia a contratação entre presentes e 
entre ausentes:
a) O contrato entre pessoas presentes reputa-se formado imediatamente ao tempo da aceitação da 
oferta (art. 428, I, CC), se o policitante não tiver estabelecido prazo para esta manifestação.
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Formação dos Contratos
Direito Civil III
• Tempo de formação dos contratos
b) Entre pessoas ausentes, quatro teorias se destacam:
i. Teoria da declaração propriamente dita (agnição): o contrato reputa-se formado quando o 
oblato escreve a resposta.
ii. Teoria da expedição: o contrato reputa-se formado no momento em que o oblato envia 
sua resposta (art. 434, caput, CC).
iii. Teoria da recepção: o contrato reputa-se concluído no momento em que a aceitação é 
entregue ao proponente.
iv. Teoria da informação (cognição): o contrato reputa-se concluído no momento em que o 
proponente é cientificado da aceitação.
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Formação dos Contratos
Direito Civil III
• Tempo de formação dos contratos
Que teoria deve prevalecer?
Veja as exceções contidas no art. 434, CC: “os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que 
a aceitação é expedida, exceto: I- no caso do artigo antecedente [retratação]; II- se o proponente se 
houver comprometido a esperar resposta; III- se ela não chegar no prazo convencionado”. 
Diante dessas exceções é possível afirmar que o Código Civil adotou como regra a teoria da expedição 
e como exceção a teoria da recepção. 
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Formação dos Contratos
Direito Civil III
• Lugar de formação dos contratos
Determinar o lugar de formação dos contratos é importante para as situações em que este não 
coincide com o foro de eleição contratual.
O lugar de formação dos contratos é aquele em que se realiza a proposta, conforme disposto no art. 
435, CC.
A norma contida no art. 435, CC é dispositiva, ou seja, admite previsão em contrário.
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Interpretação dos Contratos
Direito Civil III
• Interpretação dos contratos
Toda manifestação de vontade necessita de interpretação para que se identifique o seu alcance e 
significado, bem como, para que se possa executá-la corretamente.
Portanto, interpretar um contrato é determinar seu sentido e alcance, é dar sentido às palavras 
(escritas ou faladas).
Ensina Caio Mário (2010, p. 51) que “a interpretação é, portanto, uma atividade voltada a reconhecer 
e a reconstruir o significado das fontes de valoração jurídica que constituem o seu objeto”.
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Interpretação dos ContratosDireito Civil III
• Interpretação dos contratos
A interpretação contratual pode ser:
• Declaratória: quando tem como único escopo a descoberta da intenção comum dos 
contratantes no momento da celebração do contrato;
• Construtiva ou integrativa quando objetiva o aproveitamento do contrato, mediante o 
suprimento das lacunas e pontos omissos deixados pelas partes.
O Código Civil não enumerou regras de interpretação de forma sistemática.
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Interpretação dos Contratos
Direito Civil III
• Interpretação dos contratos - Regras de caráter SUBJETIVO:
 A intenção dos contratantes prevalece sobre o sentido literal da linguagem;
 A interpretação do contrato não pode jamais colidir com o seu conteúdo;
 Deve-se interpretar uma cláusula pelas outras contidas no ato;
 Por mais gerais que sejam as expressões usadas no contrato, ele só compreende coisas que as 
partes tinham em vista contratar;
 Quando há referência a um caso a título de esclarecimento, não se presumem excluídos os casos 
não expressos; 
 O instrumento de contrato contém expressa e clara declaração de vontade, eventual declaração 
enunciativa existente em papel anexo não altera o sentido da disposição principal; 
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Interpretação dos Contratos
Direito Civil III
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
• Interpretação dos contratos - Regras de caráter OBJETIVO:
 Quando o contrato ou cláusula apresenta duplo sentido, deve-se interpretá-lo de maneira que 
possa gerar algum efeito. As expressões que se apresentam sem sentido nenhum devem ser 
rejeitadas;
 As cláusulas ambíguas se interpretam de acordo com o costume do lugar em que foram 
estipuladas;
 As expressões com mais de um sentido devem, em caso de dúvida, ser entendidas da maneira que 
mais se conforme à natureza e ao objeto do contrato;
 As cláusulas inscritas nas condições gerais do contrato, impressas ou formuladas por um dos 
contratantes, interpretam-se, na dúvida, em favor do outro;
 Nos contratos gratuitos a interpretação deve se favorecer o devedor; e nos onerosos, no de se 
alcançar um equilíbrio equitativo entre os interesses das partes.
Interpretação dos Contratos
Direito Civil III
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
• Interpretação dos contratos - Regras de caráter OBJETIVO:
 Quando o objeto da convenção é uma universalidade, compreendem-se nela todas as coisas que a 
compõem, inclusive as que as partes não tiveram conhecimento;
 Uma cláusula concebida no plural distribui-se, muitas vezes, em diversas cláusulas singulares;
 Contratos celebrados na vigência do Código Civil de 1916 – deve-se observar a regra contida no 
art. 2.035, CC.
Interpretação dos Contratos
Direito Civil III
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
• Interpretação dos contratos – Princípios Básicos:
 Art. 111, CC: o silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e 
não for necessária a declaração de vontade expressa;
 Art. 112, CC: nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do 
que ao sentido literal da linguagem;
 Art. 113, CC: os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar 
da sua celebração;
 Art. 114, CC: os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente;
 Art. 423, CC: quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-
se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente;
 Art. 424, CC: nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada 
do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Leitura Complementar
Direito Civil III
Para conhecer os efeitos da oferta e da 
aceitação nas relações de consumo (CDC) 
assista ao vídeo disponível em: 
<http://www.conteudojuridico.com.br/aula-em-
video,direito-do-consumidor-diogenes-
carvalho-a-oferta-do-cdc-programa-saber-
direito-aula-03,50922.html>, acesso em 
21/06/2016.
ASCENSÃO, José de Oliveira. Cláusulas 
contratuais gerais, cláusulas abusivas e o novo 
código civil. Disponível em: 
<http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/direito/ar
ticle/viewFile/1744/1441>, acesso em 
21/06/2016.
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Leitura Complementar
Direito Civil III
LISBOA, Roberto Senise; BIONI, Bruno Ricardo. 
A formação e a conclusão dos contratos 
eletrônicos. Disponível em: 
<http://www.revistaseletronicas.fmu.br/index.p
hp/FMUD/article/download/86/84>, acesso em 
21/06/2016.
SOUZA, Vinicius Roberto Prioli. Formação, 
pressupostos e a classificação dos contratos 
eletrônicos. Disponível em: 
<http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_a
rtigos_leitura&artigo_id=6395>, acesso em 
21/06/2016.
AULA 2: INTERPRETAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
CONTEÚDO DA PRÓXIMA AULA
Classificação dos contratos;
Promessa de fato de terceiro;
Estipulação em favor de terceiro;
Contrato com pessoa a declarar.
DIREITO CIVIL III
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Direito Civil III
Introdução à Teoria Contratual
CLASSICIAÇÃO DOS CONTRATOS
1
ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE 3º
3
PRÓXIMOS 
PASSOS
PROMESSA DE FATO DE 3º
2
CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR
4
Classificação dos Contratos
Direito Civil III
• Classificação dos contratos
O ato de classificar é um exercício exclusivamente analítico decorrente da lógica da própria pessoa 
que realiza a taxinomia. Por isso, as classificações variam de autor para autor, cada um tentando impor 
sua própria lógica conforme variados modelos abstratos. 
A classificação permite uma ‘arrumação exaustiva da realidade’, afinal as classes de contratos resultam 
de repartições feitas com base em critérios que têm a ver com a ocorrência ou a verificação de certas 
qualidades. A recondução de contrato a esta ou àquela classe não significa mais do que a sua 
repartição do que o seu agrupamento, consoante se tenha esta ou aquela característica. [...]. Esta 
necessidade de classificação se vincula ao domínio teórico da matéria, hábil em seu tratamento 
coerente e coeso, atribuindo certeza e segurança jurídica aos critérios de decidibilidade. (FARIAS; 
ROSENVALD, 2015, p. 246)
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Classificação dos Contratos
Direito Civil III
• Contratos considerados em si mesmos
• Quanto aos direitos e deveres das partes (presença de sinalagma)
ou quanto à natureza da obrigação
Unilateral: são os contratos que criam obrigações unicamente para uma das partes; 
Bilateral (sinalagmático ou de prestações correlatas): são os contratos que geram obrigações 
(recíprocas) para ambos os contratantes, como a compra e venda, a locação, o contrato de 
transporte. Há dependência recíproca das obrigações (sinalagma); 
Plurilaterais ou plúrimos: são os contratos que contêm mais de duas partes cuja prestação de 
cada uma se dirige à realização de um fim comum, como, por exemplo, o contrato de sociedade 
e o contrato de consórcio, em que cada sócio é uma parte. 
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Classificação dos Contratos
Direito Civil III
• Quanto ao sacrifício ou atribuição patrimonial das partes
Gratuitos ou benéficos: são aqueles em que apenas uma das partes aufere benefício ou 
vantagem, onerando a outra parte, como sucede na doação pura e no comodato. 
a) Gratuitos propriamente ditos: acarretam a diminuição patrimonial a uma das partes 
como ocorre nas doações puras. Ex.: oferecer uma carona a um amigo;
b) Desinteressados: não acarretam a diminuição patrimonial a uma das partes, embora 
beneficiem uma delas. Ex.: comodato e mútuo. 
Onerosos: são contratos em que ambosos contratantes obtêm proveito, ao qual, porém, 
corresponde um sacrifício patrimonial. Em geral, todo contrato bilateral é oneroso. Exceção –
ex.: mandato (ex. com pagamento a posteriori de despesas necessárias à sua execução). 
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Classificação dos Contratos
Direito Civil III
• Quanto ao momento de aperfeiçoamento do contrato ou quanto à constituição do contrato
Consensuais (solo consensu): são aqueles que se formam unicamente pelo acordo de vontades, 
independente da entrega da coisa ou de determinada forma. São exemplos a compra e venda 
de móveis pura (art. 482, CC); a locação e o mandato;
Reais: são os que exigem, para se aperfeiçoar, além do consentimento, a entrega da coisa que 
lhe serve de objeto, como os contratos de depósito, comodato e mútuo. 
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Classificação dos Contratos
Direito Civil III
• Quanto aos riscos envolvidos
Os contratos onerosos podem ser:
Comutativos: as partes podem antever as vantagens e os sacrifícios que terão, pois não 
envolvem riscos. 
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Classificação dos Contratos
Direito Civil III
• Quanto aos riscos envolvidos
Aleatórios (ou de esperança): alea significa sorte, acaso, evento incerto. São contratos em que 
o objeto é marcado pelo risco. Uma das partes assume o risco do fato acontecer ou não, dando-
lhe ou não o retorno patrimonial desejado. Os contratos aleatórios estão previstos nos arts. 458 
a 461 do Código Civil e podem ser:
a) Aleatórios por natureza: é o contrato bilateral e oneroso em que pelo menos um dos 
contraentes não pode antever a vantagem que receberá, em troca da
prestação fornecida;
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Classificação dos Contratos
Direito Civil III
• Quanto aos riscos envolvidos
Aleatórios (ou de esperança): alea significa sorte, acaso, evento incerto. São contratos em que 
o objeto é marcado pelo risco. Uma das partes assume o risco do fato acontecer ou não, dando-
lhe ou não o retorno patrimonial desejado. Os contratos aleatórios estão previstos nos arts. 458 
a 461 do Código Civil e podem ser:
b) Acidentalmente aleatórios: são contratos tipicamente comutativos que por certas 
circunstâncias tornam-se aleatórios. 
1. Venda de coisas futuras: o risco pode se referir: 
• à própria existência da coisa – art. 458, CC (com assunção de risco 
pela existência). Trata-se de hipótese de emptio spei ou venda da 
esperança, da probabilidade das coisas ou fatos existirem;
• à quantidade – art. 459, CC (sem assunção de risco pela 
existência). Emptio rei speratae ou venda de coisa esperada. O 
risco assumido concerne à maior ou menor quantidade da coisa. 
Se nada existir o contrato será nulo, por falta de objeto.
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Classificação dos Contratos
Direito Civil III
• Quanto aos riscos envolvidos
Aleatórios (ou de esperança): alea significa sorte, acaso, evento incerto. São contratos em que 
o objeto é marcado pelo risco. Uma das partes assume o risco do fato acontecer ou não, dando-
lhe ou não o retorno patrimonial desejado. Os contratos aleatórios estão previstos nos arts. 458 
a 461 do Código Civil e podem ser:
b) Acidentalmente aleatórios: são contratos tipicamente comutativos que por certas 
circunstâncias tornam-se aleatórios. 
2. Venda de coisas existentes mas expostas a risco: - arts. 460 e 461, CC. 
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Classificação dos Contratos
Direito Civil III
• Quanto à previsão legal
Típicos: são os contratos regulados pela lei, os que têm o seu perfil nela traçado. São exemplos 
de contratos típicos as vinte e três espécies previstas no Código Civil;
Atípicos: são os contratos que resultam de um acordo de vontades, não tendo, porém, as 
características e os requisitos definidos na lei. Exemplos: hospedagem; factoring; engineering;
Os contratos atípicos podem ser:
a) atípicos propriamente ditos: frutos da autonomia privada, constituindo negócio 
jurídico diferenciado, sem similar no ordenamento jurídico;
b) mistos: formados pela conjugação de contratos típicos com elementos de negócios 
não positivados.
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Classificação dos Contratos
Direito Civil III
• Quanto à designação
Nominados (ou confeccionados): aqueles que têm designação própria, abrangendo as espécies 
contratuais que têm nomen iuris;
Inominados (ou sob medida): são contratos que não possuem denominação própria. 
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Classificação dos Contratos
Direito Civil III
• Quanto à negociação do conteúdo
Paritários: os contratos tradicionais, em que as partes discutem livremente as condições, 
porque se encontram em situações de igualdade;
De adesão: os que não admitem a liberdade de discussão das cláusulas contratuais;
Contratos-tipo ou contratos de massa, em série ou por formulários: aproximam-se dos 
contratos de adesão, pois também são apresentados em fórmulas pré-redigidas por uma das 
partes, mas não lhe é essencial a desigualdade econômica entre as partes; 
Coativo (ditado, imposto, forçado) é o contrato que se realiza sem o pressuposto do livre 
consentimento de uma das partes. Exemplo: DPVAT
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Classificação dos Contratos
Direito Civil III
• Quanto às formalidades
Solenes ou formais: são os contratos que devem obedecer à forma prescrita em lei para se 
aperfeiçoar (a forma é ad solemnitatem, ou seja, elemento de validade do negócio). 
Há diferença entre contrato solene e contrato formal?
Não solenes, não formais ou de forma livre: basta o consentimento das partes para a sua 
formação, quando a lei não exige nenhuma formalidade para o seu aperfeiçoamento (arts. 107 
e 109, CC). A forma, neste caso, é ad probationem tantum, ou seja, apenas auxilia na prova
do ato.
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Classificação dos Contratos
Direito Civil III
• Quanto ao momento de cumprimento
De execução instantânea ou imediata ou de execução única: contratos que se consumam num 
só ato, sendo cumpridos imediatamente após a sua celebração; 
De execução diferida ou retardada: os que devem ser cumpridos também em um só ato, mas 
em momento futuro;
De trato sucessivo (de execução periódica; em prestações; débito permanente; ou de 
execução continuada): são os que se cumprem por meio de atos reiterados, são contratos que 
se protraem no tempo. 
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Classificação dos Contratos
Direito Civil III
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
• Quanto à pessoalidade
Personalíssimo (intuitu personae, pessoal): é o contrato celebrado em atenção às qualidades 
pessoais de um dos contraentes; 
Impessoal: é o contrato cuja prestação pode ser cumprida indiferentemente pelo obrigado ou 
por terceiro; 
Individual: é contrato em que as vontades são individualmente consideradas, ainda que envolva 
várias pessoas; 
Coletivo (normativo): trata-se de forma contratual que alcança grupos não individualizados, 
unidos por uma relação de fato ou jurídica;
Autocontrato (contrato consigo mesmo): ocorre quando a pessoa realiza um contrato consigo 
mesma (ex.: art. 685, CC). 
Classificação dos Contratos
Direito Civil III
• Quanto à função econômica
De troca: os que se caracterizam pela permuta de utilidades econômicas;
Associativos: os que se caracterizam pela coincidência de seus fins;
De prevenção de riscos: os que se caracterizam pela assunção de riscos por parte de um
dos contratantes;
De crédito: os que se caracterizam pela obtenção de um bem com intenção de
restituição futura;
De atividade: os que se caracterizam pela prestação de uma conduta de fato da qual decorre autilidade econômica.
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Classificação dos Contratos
Direito Civil III
• Quanto à definitividade
Preliminar ou pré-contrato (pactum de contrahendo): é o contrato por via do qual ambas as 
partes ou uma delas se compromete a celebrar mais tarde outro contrato, que será o principal;
Definitivo: tem objetos diversos, de acordo com a natureza de cada avença, sendo marcado 
pela definitividade.
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Classificação dos Contratos
Direito Civil III
• Quanto ao tempo de duração
Por tempo determinado: vigora durante prazo certo e estipulado pelas partes ou pela lei;
Por tempo indeterminado: não possui duração prevista.
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Classificação dos Contratos
Direito Civil III
• Contratos reciprocamente considerados
Principal: é o que tem existência própria, autônoma;
Acessório ou adjeto: é o contrato cuja existência depende da existência de outros contratos;
Derivado ou subcontrato: é o que tem por objeto direitos estabelecidos em outro contrato, 
denominado básico ou principal, como por exemplo a sublocação, a subempreitada, a 
subconcessão.
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Efeitos dos Contratos
Direito Civil III
• Promessa de fato de terceiro (arts. 439 e 440, CC)
A promessa de fato de terceiro foi prevista no Código Civil de 1916 na Parte Geral do Direito das 
Obrigações. 
No Código Civil de 2002 (art. 439, CC) foi corretamente deslocada para a Parte Geral dos Contratos 
designando o contrato que “produzirá efeitos em relação a terceiro se uma pessoa se comprometer 
com outra a obter a prestação de fato de um terceiro não participante dele” (DINIZ, 2012, p. 118). O 
único vinculado é aquele que promete fato de outrem.
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Efeitos dos Contratos
Direito Civil III
• Promessa de fato de terceiro (arts. 439 e 440, CC)
Lembre-se: o promitente age em nome próprio!
São fases da promessa:
1) Formação: os contratantes estabelecem negócio jurídico pelo qual o promitente se compromete 
a realizar uma obrigação de fazer (infungível) em benefício do credor. Trata-se de uma obrigação 
de resultado em que a responsabilidade do promitente é objetiva;
2) Execução: surge a terceira pessoa que concorda com a avença.
O credor é sempre o mesmo, mas os devedores serão sucessivos!
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Efeitos dos Contratos
Direito Civil III
• Promessa de fato de terceiro 
A promessa de fato de terceiro tem forma livre e consensual.
Exclusão de responsabilidade do promitente:
I. Art. 439, parágrafo único, CC: tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge 
do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo 
regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens;
II. Art. 440, CC: o promitente será exonerado da responsabilidade se o terceiro descumprir a 
obrigação após ter dado a sua anuência.
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Efeitos dos Contratos
Direito Civil III
• Estipulação em favor de terceiros (arts. 436 a 438, CC)
No Direito brasileiro a estipulação em favor de terceiros foi inserida no ordenamento pelo Código Civil 
de 1916 (arts. 1.098 a 1.100) e, atualmente, encontra-se prevista nos arts. 436 a 438, CC/02. 
A estipulação em favor de terceiros, como exceção ao princípio da relatividade subjetiva dos efeitos 
dos contratos, ocorre “quando num contrato entre duas pessoas, pactua-se que a vantagem 
resultante do ajuste reverterá em benefício de terceiro, estranho à convenção e nela não 
representado” (RODRIGUES, 2009, p. 93).
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Efeitos dos Contratos
Direito Civil III
• Estipulação em favor de terceiros (arts. 436 a 438, CC)
“Dá-se estipulação em favor de terceiro quando, num contrato entre duas pessoas, pactua-se que a 
vantagem resultante do ajuste reverterá em benefício de terceiro, estranho à convenção e nela não 
representado” (Silvio Rodrigues, v. III, p. 93).
Partes: 
Estipulante ou promissário: aquele que estabelece a obrigação;
Promitente ou devedor: aquele que deverá cumprir a obrigação.
Atenção: o terceiro (beneficiário) não é parte contratual!
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Efeitos dos Contratos
Direito Civil III
• Estipulação em favor de terceiros (arts. 436 a 438, CC)
Não sendo o beneficiário parte contratual, não precisa anuir com a formação do contrato. Bem como, 
sua substituição pode ser realizada pelo estipulante independente de sua autorização (art. 438, CC).
Os beneficiários, embora estranhos ao contrato, tornam-se credores do promitente.
Tanto o estipulante quanto o beneficiário poderão exigir o cumprimento da obrigação (art. 436, CC). 
Art. 437, CC – uma vez estipulado que o beneficiário pode reclamar a execução do contrato, o 
estipulante perde o direito de exonerar o promitente e a estipulação torna-se irrevogável.
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Efeitos dos Contratos
Direito Civil III
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
• Contrato com pessoa a declarar (arts. 467 a 471, CC)
Contrato com pessoa a declarar ou contrato com pessoa a nomear, reserva de nomeação, pro amico
eligendo, pro amico electo, electio amici, sibi aut amico vel eligendo.
Foi introduzido no Direito brasileiro pelo Código Civil 2002 – art. 467, CC. “Trata-se de contrato em 
que uma das partes se reserva a faculdade de designar uma outra pessoa que assuma a sua posição 
na relação contratual, como se o contrato fosse celebrado com esta última” (Antunes Varela).
Trata-se de negócio jurídico bilateral que se aperfeiçoa quando a pessoa nomeada toma o lugar na 
relação contratual. Os seus efeitos, portanto, são ex tunc, projetando-se sobre a pessoa designada.
Partes:
Promitente: que assume o compromisso de reconhecer o nomeado;
Estipulante: que pactua em seu favor a cláusula de substituição;
Electus: quem aceita a indicação.
Efeitos dos Contratos
Direito Civil III
• Contrato com pessoa a declarar (arts. 467 a 471, CC)
A principal função desse contrato é permitir ao contratante que, por questões pessoais ou 
econômicas, não quer aparecer, valha-se de um intermediário que estipula em nome próprio, mas 
reservando-se declarar em favor de quem efetivamente estipulou. Por isso, não é admitida em 
obrigações personalíssimas.
O contrato com pessoa a declarar não pode ser feito em contratos que não admitam a representação 
ou é indispensável a determinação dos contratantes.
Art. 468, CC – a indicação da pessoa nomeada deve ser comunicada à outra parte no prazo estipulado 
ou, na falta desse, em 05 dias da conclusão do contrato, para que seja considerada como aceita.
Se dentro do prazo de cinco dias (se outro não foi estipulado pelas partes) o electus não se manifestar, 
o estipulante poderá indicar outra pessoa.
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Efeitos dos Contratos
Direito Civil III
• Contrato com pessoa a declarar (arts. 467 a 471, CC)
Até a aceitação do nomeado o contrato produz seus efeitos normalmente entre as
partes contratantes.
A aceitação do nomeado, para ser eficaz, deve ser feita da mesma forma que as partes utilizaram
para o contrato.
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Efeitos dos Contratos
Direito Civil III
• Contrato com pessoa a declarar (arts. 467 a 471, CC)
Art. 470 e 471, CC – será o contrato de responsabilidade dos contratantes originários:
• Se não houver indicação da pessoa no prazo legal ou no prazo estipulado pelas partes;
• Se o nomeado se recusar a aceitar a nomeação;
• Se a pessoa nomeada era insolvente ou incapaz, e a outra pessoa o desconhecia o fato no 
momento da indicaçãoAULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
Leitura Complementar
Direito Civil III
FROTA, Mário. Os contratos de consumo –
realidades sociojurídicas que se perpectivam
sob novos influxos. Disponível em: 
<http://www.revistajustitia.com.br/artigos/59a
2z2.pdf>, acesso em 21/06/2016.
TADEUS, Silney Alves. Do contrato com pessoa a 
declarar. Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_a
rtigos_leitura&artigo_id=3727>, acesso em 
21/06/2016.
TARTUCE, Flávio. Os contratos coligados e a sua 
importante função social. Disponível em: 
<http://www.flaviotartuce.adv.br/artigos/2>, 
acesso em 21/06/2016.
AULA 3: CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DOS CONTRATOS
CONTEÚDO DA PRÓXIMA AULA
Garantias contratuais;
Vícios redibitórios;
Evicção.
DIREITO CIVIL III
AULA 4: GARANTIAS
AULA 4: GARANTIAS
Direito Civil III
Introdução à Garantias
VÍCIOS REDIBITÓRIOS
1
PRÓXIMOS 
PASSOS
EVICÇÃO
2
Vícios Redibitórios (arts. 441 a 446, CC)
Direito Civil III
“Vícios redibitórios são defeitos ocultos [recônditos ou não aparentes] existentes na coisa alienada, 
objeto de contrato comutativo, não comuns às congêneres, que a tornam imprópria ao uso a que se 
destina ou lhe diminuem o valor, de tal modo que o ato negocial não se realizaria se esses defeitos 
fossem conhecidos, dando ao adquirente ação para redibir o contrato ou para obter abatimento no 
preço” (GONÇALVES, 2013, p. 106).
É teoria que tem por fundamento:
 A quebra da sinalagma;
 O princípio de garantia da utilidade natural da coisa adquirida;
 O princípio do equilíbrio contratual (equivalência material).
AULA 4: GARANTIAS
Vícios Redibitórios (arts. 441 a 446, CC)
Direito Civil III
Requisitos:
 O defeito deve prejudicar o uso da coisa ou lhe diminuir sensivelmente o valor;
 O defeito deve ser grave (efetiva inutilidade do objeto);
 O defeito deve ser oculto ou desconhecido do adquirente;
 O defeito deve existir no momento da formação do contrato e perdurar até o momento da 
reclamação (art. 444, CC);
 O contrato deve ser comutativo; doação onerosa ou doação remuneratória;
 O contrato deve se referir a obrigação de dar coisa certa.
A teoria dos vícios redibitórios não se aplica aos contratos aleatórios.
A prova da existência do vício e de sua anterioridade à tradição compete ao adquirente. 
AULA 4: GARANTIAS
Vícios Redibitórios (arts. 441 a 446, CC)
Direito Civil III
Ações edilícias
1. Ação redibitória – art. 443, CC – destina-se a rejeitar o bem e restitui-lo ao alienante, e pode ser 
cumulada com perdas e danos;
2. Ação quanti minoris ou estimatória – destina-se a requerer o abatimento proporcional do preço, 
levando-se em conta a extensão do defeito.
A escolha da ação a ser proposta cabe ao adquirente, salvo no caso de perecimento do bem, em 
virtude do defeito oculto, pois, nesta hipótese, obrigatoriamente, deve-se propor a redibitória.
Escolhida a ação, ela é irrevogável.
Não cabe ação edilícia:
No caso de coisa vendida conjuntamente (art. 503, CC);
Em caso de inadimplemento contratual (art. 389, CC);
Na hipótese de erro quanto às qualidades essenciais do objeto.
AULA 4: GARANTIAS
Vícios Redibitórios (arts. 441 a 446, CC)
Direito Civil III
Prazos para reclamar sobre os vícios: arts. 445 e 446, CC (são prazos decadenciais):
a) 30 dias contados da tradição, se a coisa for bem móvel;
b) 1 ano da tradição, se a coisa for bem imóvel;
c) Se a coisa já estava em poder do adquirente esses prazos serão reduzidos à metade e contados a 
partir da alienação;
d) Se a coisa for bem semovente os prazos serão os previstos em leis especiais e, não havendo, 
serão os dos usos locais;
e) No entanto, se pela natureza do vício ele só foi conhecido mais tarde, o prazo para as ações deve 
ser contado a partir do momento do seu conhecimento pelo adquirente até no máximo 180 dias 
para bens móveis e 1 ano para bens imóveis.
Enunciado n. 174, III Jornada de Direito Civil: em se tratando de vício oculto, o adquirente tem os 
prazos do caput do art. 445 para obter a redibição ou abatimento de preço, desde que os vícios se 
revelem nos prazos estabelecidos no parágrafo primeiro, fluindo, entretanto, a partir do 
conhecimento do defeito.
AULA 4: GARANTIAS
Vícios Redibitórios (arts. 441 a 446, CC)
Direito Civil III
Os prazos para exercício das garantias por vícios redibitórios não correm durante a vigência das 
cláusulas de garantia contratual (art. 446, CC).
As partes podem ajustar cláusula excludente de garantia pelos vícios redibitórios ou cláusula 
aumentativa da garantia (art. 446, CC).
O alienante, no entanto, não poderá invocar a excludente da cláusula de garantia se tinha 
conhecimento do vício e nada comunicou ao adquirente (dolo por omissão, art. 147, CC).
AULA 4: GARANTIAS
Evicção (arts. 447 a 457, CC)
Direito Civil III
Evicção vem do latim, evictione, que significa o ato ou efeito de vencer; e de envicere, ser vencido. 
Evicção é a perda da coisa em virtude de sentença judicial ou ato administrativo que a atribui a 
outrem por causa jurídica preexistente ao contrato. Trata-se de um defeito do direito transmitido (art. 
447, CC).
Fundamento jurídico: princípio de garantia (opera ex vi legis); boa-fé e equidade contratual.
É cláusula de garantia implícita em todo contrato oneroso.
Personagens:
Alienante: quem transfere o bem;
Evicto: adquirente vencido;
Evictor: terceiro reivindicante.
AULA 4: GARANTIAS
Evicção (arts. 447 a 457, CC)
Direito Civil III
Requisitos:
 Perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa adquirida;
 Onerosidade da aquisição;
 Ignorância, pelo adquirente, da litigiosidade da coisa; 
 Anterioridade do direito do evictor;
 Privação de direitos sobre a coisa determinada por ato judicial ou ato administrativo;
 Ausência de cláusula excludente de responsabilidade;
 Denunciação da lida ao alienante (arts. 456, CC e 125, II, CPC).
Enunciado n. 29, I Jornada de Direito Civil: Art. 456: a interpretação do art. 456 do novo Código Civil 
permite ao evicto a denunciação direta de qualquer dos responsáveis pelo vício.
Enunciado n. 433, V Jornada de Direito Civil: a ausência de denunciação da lide ao alienante, na 
evicção, não impede o exercício de pretensão reparatória por meio de via autônoma.
AULA 4: GARANTIAS
Evicção (arts. 447 a 457, CC)
Direito Civil III
A evicção pode ser:
 Total: abrange a integralidade do direito sobre o bem;
 Parcial: atinge parte do direito sobre o bem ou implica na supressão de uma situação jurídica que 
precedeu o negócio jurídico.
Sendo a evicção total, o evicto terá direito (art. 450, CC):
 Restituição das quantias pagas, com juros e correção monetária; 
 Indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; 
 Indenização das benfeitorias necessárias e úteis que não tiverem sido pagas pelo reivindicante;
 Indenização das despesas do contrato e prejuízos decorrentes da perda do direito;
 Ressarcimento das despesas judiciais e honorários advocatícios.
Os direitos do evicto persistem mesmo que a coisa se deteriore (sem dolo) – art. 451, CC.
AULA 4: GARANTIAS
Evicção (arts. 447 a 457, CC)
Direito Civil III
Sendo a evicção parcial:
 Se a perda for de parte considerável da coisa, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato 
ou o abatimento proporcional do preço – art. 455, CC;
 Se não for parte considerável, cabe somente o direito à indenização proporcional com a respectiva 
retenção do bem.
A garantia contra a evicção pode ser contratualmente reforçada, diminuída ou até excluída (art. 448, 
CC). No entanto, a cláusula de exclusão não tem eficácia plena, pois não impede o evicto de propor 
ação por perdas e danos.
AULA 4: GARANTIAS
Evicção (arts. 447 a 457, CC)
Direito Civil III
O adquirentenão pode demandar pela evicção quando faltar algum dos seus pressupostos essenciais, 
como por exemplo:
 Se a perda não ocorrer em virtude de sentença, mas se resultar de caso fortuito, força maior, 
roubo, furto, provimento administrativo, mesmo que o perecimento se dê na pendência da lide;
 Se o adquirente sabia que a coisa era alheia, porque seria ele cúmplice da apropriação indevida;
 Se o adquirente sabia que a coisa era litigiosa, estando ciente de que a prestação do outro 
contratante dependia de acerto judicial que lhe podia ser desfavorável (art. 457, CC);
 Se foi informado do risco da evicção e o assumiu expressamente, liberando o alienante das 
respectivas consequências (art. 449, CC).
AULA 4: GARANTIAS
Leitura Complementar
Direito Civil III
CARVALHO, José Carlos Maldonado. Garantia 
legal e garantia contratual: vício oculto e 
decadência no CDC. Disponível em: 
<http://cgj.tjrj.jus.br/c/document_library/get_fi
le?uuid=1296b43c-e9fd-4905-9632-
a6da3616d852&groupId=10136>, acesso em 
22/06/2016.
BENJAMIM, Antonio Herman de Vasconcellos. 
Teoria da qualidade. Disponível em: 
<http://bdjur.stj.jus.br/jspui/bitstream/2011/16
339/Teoria_Qualidade.pdf>, acesso em 
22/06/2016.
AULA 4: GARANTIAS
CONTEÚDO DA PRÓXIMA AULA
Contrato preliminar;
Extinção dos contratos.
DIREITO CIVIL III
AULA 5: CONTRATO PRELIMINAR E EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
AULA 5: CONTRATO PRELIMINAR E EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Direito Civil III
Contrato Preliminar e Extinção dos Contratos
CONTRATO PRELIMINAR
1
PRÓXIMOS 
PASSOS
EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
2
Contrato Preliminar (arts. 462 a 466, CC – Novidade da Codificação Civil de 2002)
Direito Civil III
Contrato preliminar, promessa de contratar, compromisso, pactum de contrahendo, antecontrato, 
contrato-promessa, contrato preparatório ou pré-contrato.
É o instrumento pelo qual as partes se obrigam reciprocamente a concluir um contrato com conteúdo 
determinado. Cria um futuro contrahere, por isso, representa uma obrigação de fazer.
“O contrato preliminar é aquele cujo objeto consiste na celebração de outro contrato (o definitivo)” 
(COELHO, 2016, p. 95). Assim, seu:
Objeto imediato: é a obrigação de fazer (manifestação de declaração de vontade);
Objeto mediato: é o contrato definitivo.
Atenção: o contrato preliminar não precisa observar a mesma forma do contrato definitivo 
(princípio do consensualismo).
AULA 5: CONTRATO PRELIMINAR E EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Contrato Preliminar
Direito Civil III
Contrato preliminar no plano material pode ser:
a) Unilateral: quando apenas uma parte promete a realização do contrato definitivo;
b) Bilateral: quando ambas as partes se comprometem à realização do contrato definitivo.
A promessa de contratar, contida no contrato preliminar, é irrevogável e irretratável, exceto se prevista 
expressamente cláusula de arrependimento (direito potestativo de retratação, art. 473, CC).
O contrato preliminar deve indicar os elementos mínimos do contrato que se pretende realizar (art. 
462, CC).
Para gerar efeitos inter partes não é preciso levar o contrato preliminar a registro.
Para gerar efeitos com relação a terceiros é preciso que o contrato preliminar tenha sido registrado 
(art. 463, parágrafo único, CC).
Enunciado n. 30, I Jornada de Direito Civil. Art. 463: a disposição do parágrafo único do art. 463 do 
novo CC deve ser interpretada como fator de eficácia perante terceiros.
AULA 5: CONTRATO PRELIMINAR E EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Contrato Preliminar
Direito Civil III
Contrato preliminar pode ser:
a) Oneroso: quando fixa uma contraprestação;
b) Gratuito: quando não fixa nenhum tipo de contraprestação.
Realizado o contrato preliminar, havendo implemento do termo ou da condição, qualquer das partes 
poderá exigir a celebração do contrato definitivo (tutela específica), desde que nele não conste 
cláusula de arrependimento. O contrato definitivo deverá ser realizado em um prazo razoável (art. 
463, CC).
Esgotado o prazo assinado ao promitente para que efetive o contrato definitivo, poderá o juiz, a 
pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao 
contrato preliminar, salvo se a isto se opuser à natureza da obrigação (art. 464, CC).
No entanto, caso a execução específica não seja de interesse do credor ou se a isso se opuser a 
natureza da obrigação, o credor poderá pleitear perdas e danos (art. 465, CC).
AULA 5: CONTRATO PRELIMINAR E EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Extinção dos Contratos (arts. 472 a 480, CC)
Direito Civil III
Extinção é gênero cujas expressões sinônimas são dissolução ou desfazimento do contrato.
A extinção caracteriza-se por ser um fato jurídico que coloca fim ao vínculo contratual.
Em regra, os contratos se extinguem pelo cumprimento das prestações contratadas. No entanto, 
excepecionalmente, a extinção decorrerá de outros fatores que podem ser:
a) Anteriores ou contemporâneos à celebração do contrato;
b) Posteriores (supervenientes) à celebração do contrato.
AULA 5: CONTRATO PRELIMINAR E EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Extinção dos Contratos (arts. 472 a 480, CC)
Direito Civil III
AULA 5: CONTRATO PRELIMINAR E EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Extinção
Natural
Cumprimento do 
pactuado
Verificação de fato 
eficacial
Causa anterior ou 
contemporânea
Invalidades
Nulidades 
absolutas
Nulidades relativas
Cláusula resolutiva
Cláusula de 
arrependimento
Causa posterior
Resilição
Unilateral
Renúncia
Revogação
Denúncia
Resgate
Retratação
Bilateral (distrato)
Resolução
Inadimplemento 
voluntário
Inadimplemento 
fortuito
Onerosidade 
excessiva
Frustração do fim 
do contrato
Rescisão
Vícios
Vícios redibitórios
Evicção
Morte do 
contratante 
Extinção dos Contratos (arts. 472 a 480, CC) – Fatos Anteriores ou Contemporâneos 
Direito Civil III
A extinção por fatos anteriores ou contemporâneos à extinção dos contratos decorre de:
I. Invalidades e Inexistência:
a) Nulidades absolutas – arts. 166 e 167, CC – efeitos ex tunc;
b) Nulidades relativas – art. 171, CC – efeitos ex nunc;
c) Inexistência do negócio jurídico (falta de elementos essenciais).
II. Cláusula resolutiva ou resolutória: uma parte não pode exigir o adimplemento contratual da 
outra sem ter cumprido a própria prestação (art. 474, CC).
a) Presente apenas em contratos bilaterais;
b) Pode ser expressa (pacto comissório, gera efeitos automáticos e ex tunc) ou tácita (legal ou 
implícita, depende de interpelação judicial);
c) A parte lesada pode requerer: resolução do contrato ou execução específica da prestação, 
em ambos os casos cumulando com perdas e danos (art. 475, CC).
AULA 5: CONTRATO PRELIMINAR E EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Extinção dos Contratos (arts. 472 a 480, CC) – Fatos Anteriores ou Contemporâneos 
Direito Civil III
A extinção por fatos anteriores ou contemporâneos à extinção dos contratos decorre de:
III. Direito de arrependimento: quando expressamente previsto autoriza a resilição unilateral 
(direito potestativo). É direito que deve ser exercido antes da execução do contrato.
AULA 5: CONTRATO PRELIMINAR E EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Extinção dos Contratos (arts. 472 a 480, CC) – Fatos Supervenientes à Celebração 
do Contrato
Direito Civil III
A extinção por fato superveniente à celebração do contrato pode decorrer de:
I. Perecimento do objeto;
II. Por exigir esforço extraordinário e injustificável de uma das partes contratantes;
III. Em razão de impedimentos físicos ou jurídicos.
Como são causas supervenientes, serão caracterizadas como causas de inadimplemento contratual.
Entre as causas de extinção temos a resolução, a resilição e a rescisão contratual.
AULA 5: CONTRATO PRELIMINAR E EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Direito Civil III
AULA 5: CONTRATO PRELIMINARE EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Causas de Extinção dos Contratos
Resolução
decorre de inadimplemento 
(descumprimento) fortuito ou 
voluntário.
Resilição
decorre de vontade unilateral 
(resilição unilateral) ou
bilateral (resilição bilateral ou 
distrato).
Rescisão
decorre de vícios (defeitos) 
intrínsecos ou extrínsecos do 
negócio jurídico.
Extinção dos Contratos (arts. 472 a 480, CC) – Fatos Supervenientes à Celebração 
do Contrato
Direito Civil III
I. Resilição é forma de extinção dos contratos por simples declaração de vontade e pode ser:
a) Unilateral: decorrer de cláusula expressa no contrato ou autorizada por lei;
Atenção: “dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos 
consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de 
transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos” (art. 473, parágrafo 
único, CC). 
b) Bilateral (ou distrato; mútuo consenso; mútuo dissenso; retratação bilateral): deve ter a 
mesma forma do contrato, quando este exigir forma especial (art. 472, CC). A dissolução 
convencional do contrato gera efeitos ex nunc.
A resilição é declaração receptícia de vontade e opera efeitos ex nunc – art. 473, CC.
AULA 5: CONTRATO PRELIMINAR E EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Extinção dos Contratos (arts. 472 a 480, CC) – Fatos Supervenientes à Celebração 
do Contrato
Direito Civil III
II. Rescisão: é causa de extinção dos contratos por ineficácia ou invalidade (estudados em Direito 
Civil I), ou seja, por vícios inerentes ao próprio objeto da relação contratual e, por isso, depende 
de declaração judicial. Opera efeitos ex nunc.
III. Resolução: é a extinção do contrato por:
a) Inadimplemento fortuito (involuntário): decorre de caso fortuito ou força maior conforme 
as regras dos arts. 393 e 399, CC. Em regra gera, efeitos ex tunc. 
b) Inadimplemento voluntário: decorre de ato voluntário e uma ou de ambas as partes 
contratantes.
Art. 475, CC: a parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato ou exigir-
lhe o cumprimento, podendo exigir em ambas as hipóteses perdas e danos.
Exceção de contrato não cumprido (exceptio non adimpleti contractus): é forma de condição 
resolutiva tácita prevista no art. 476, CC que pode determinar a extinção do contrato bilateral 
por mútuo inadimplemento. Tem por fundamento a boa-fé objetiva.
AULA 5: CONTRATO PRELIMINAR E EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Extinção dos Contratos (arts. 472 a 480, CC) – Fatos Supervenientes à Celebração 
do Contrato
Direito Civil III
Inadimplemento antecipado (quebra antecipada do contrato): ocorre quando “as partes avençaram o 
momento para o adimplemento de suas respectivas obrigações, porém, em instante anterior ao termo 
pactuado, um dos contratantes já demonstra inequívoca intenção de não cumprir a sua prestação, 
pois pratica uma conduta concludente no sentido do inadimplemento” (FARIAS; ROSENVALD, 2015, p. 
542). Trata-se de violação ao princípio da boa-fé objetiva, pois a conduta revela a falta de interesse da 
parte em dar cumprimento ao avençado. 
Enunciado n. 436, V Jornada de Direito Civil: a resolução da relação jurídica contratual também pode 
decorrer de inadimplemento antecipado.
Enunciado n. 436, V Jornada de Direito Civil: a exceção de inseguridade prevista no art. 477, também 
pode ser oposta à parte cuja conduta põe manifestamente em risco a execução do programa 
contratual.
AULA 5: CONTRATO PRELIMINAR E EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Extinção dos Contratos (arts. 472 a 480, CC) – Fatos Supervenientes à Celebração 
do Contrato
Direito Civil III
Resolução por onersosidade excessiva: reconhece que fatos supervenientes à celebração do contrato, 
qualquer que seja sua natureza, podem interferir diretamente no equilíbrio contratual.
Fundamento: princípio da justiça contratual.
Aplica-se a contratos comutativos e execução diferida ou trato sucessivo. Exceção: art. 480, CC.
Art. 478, CC: “nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se 
tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para outra, em virtude de acontecimentos 
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da 
sentença que a decretar retroagirão à data da citação”.
Para requerer a resolução por onerosidade excessiva é necessário:
a) que o fato superveniente seja extraordinário;
b) que o fato superveniente seja imprevisível (imprevisibilidade objetiva);
c) que o fato superveniente gere extrema vantagem para uma das partes (Enunciado n. 365, IV 
Jornada de Direito Civil).
AULA 5: CONTRATO PRELIMINAR E EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Extinção dos Contratos (arts. 472 a 480, CC) – Fatos Supervenientes à Celebração 
do Contrato
Direito Civil III
A resolução por onerosidade excessiva poderá ser evitada se o outro contratante se oferecer para 
modificar equitativamente as condições do contrato, buscando-se reequilibrá-lo (art. 479, CC) (vide 
Enunciado n. 367, IV Jornada de Direito Civil).
Atenção: o juiz não pode determinar a revisão ex officio, a revisão deverá ser requerida pela parte 
demandada.
AULA 5: CONTRATO PRELIMINAR E EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Extinção dos Contratos (arts. 472 a 480, CC) – Fatos Supervenientes à Celebração 
do Contrato
Direito Civil III
Resolução por frustração do fim do contrato é hipótese que também decorre do reconhecimento da 
função social dos contratos e que se caracterizará quando a parte, por fatos alheios à sua esfera de 
atuação, teve sua pretensão fática frustrada, não podendo ser lhe imposto o cumprimento do 
contrato pelo inesperado desaparecimento da causa do negócio jurídico. 
Trata-se de hipótese de impossibilidade relativa do contrato.
Morte de um dos contratantes
Em regra, o falecimento dos contratantes não extingue o vínculo contratual. No entanto, tratando-se 
de contrato personalíssimo (intuitu personae) a morte de um dos contratantes gera a extinção 
automática do contrato (cessação contratual) com efeitos ex nunc.
AULA 5: CONTRATO PRELIMINAR E EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Extinção dos Contratos (arts. 472 a 480, CC) – Fatos Supervenientes à Celebração 
do Contrato
Leitura Complementar
Direito Civil III
AZEVEDO, Álvaro Villaça. Inaplicabilidade da 
teoria da imprevisão e onerosidade excessiva 
na extinção dos contratos. Disponível em: 
<http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_a
rtigos_leitura&artigo_id=5890>, acesso em 
23/06/2016.
DUQUE, Bruna Lyra. A revisão contratual no 
código civil e no código de defesa do 
consumidor. Disponível em: 
<http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_a
rtigos_leitura&artigo_id=2216>, acesso em 
23/06/2016.
AULA 5: CONTRATO PRELIMINAR E EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Leitura Complementar
Direito Civil III
BORNHOLDT, Rodrigo Meyer; GLITZ, Frederico 
Eduardo Zenedin. Novo código civil e revisão 
dos contratos. Disponível em: 
<http://www.fredericoglitz.adv.br/biblioteca_de
talhe/74/novo-codigo-civil-e-revisao-dos-
contratos>, acesso em 23/06/2016.
ROSENVALD, Nelson. A promessa de compra e 
venda no código civil de 2002. Disponível em: 
<https://www.flaviotartuce.adv.br/assets/uploa
ds/artigosc/ROSENVALD_COMPRA.doc>,
SANTOS, Flaviano Adolfo. Anotações sobre a 
promessa de compra e venda. Disponível em: 
<http://www.ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leit
ura&artigo_id=13146>, acesso em 23/06/2016.
AULA 5: CONTRATO PRELIMINAR E EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
CONTEÚDO DA PRÓXIMA AULA
Do contrato de compra e venda.
DIREITO CIVIL III
AULA 6: CONTRATO DE COMPRA E VENDA
AULA 6: CONTRATO DE COMPRA E VENDA
Direito Civil III
Introdução à Teoria Contratual
CONCEITO
1
PRÓXIMOS 
PASSOS
ELEMENTOS E EFEITOS
2
OBRIGAÇÕES
3
LIMITAÇÕES
4
ESPÉCIES

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