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Curso: ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
 
 
Disciplina: Contabilidade 
 
 
 
 
 
Prof. Marcelo Demicheli 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A apostila é material complementar e não a literatura básica da disciplina. 
 
 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 2 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
UNIDADE 01 - ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA ......................................................... 3 
1. A CONTABILIDADE SOCIETÁRIA ..................................................................................... 3 
1.1 Conceito ................................................................................................................................. 3 
1.2 Equação Fundamental do Patrimônio (também denominada de equação contábil) ...... 3 
1.3 Contabilidade: objetivos e finalidade ................................................................................. 4 
2. ESTRUTURA PATRIMONIAL .............................................................................................. 5 
3. COMPOSIÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................... 7 
4. ATOS E FATOS CONTÁBEIS .............................................................................................. 10 
5. PLANO DE CONTAS ............................................................................................................. 10 
6. LIVROS CONTÁBEIS ........................................................................................................... 19 
 
UNIDADE 02 - APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ............... 20 
2.1 LEI 11.638 DE 2007 ................................................................................................................ 20 
2.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ................................................................................... 23 
2.2.1 BALANÇO PATRIMONIAL .................................................................................... 24 
2.2.2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO - DR ........................................................... 26 
2.2.3 DEMONSTRAÇÃO DE MUTAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO - DMPL .... 26 
2.3 RELATÓRIO DA DIRETORIA .......................................................................................... 27 
2.4 PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES ........................................................ 27 
2.5 NOTAS EXPLICATIVAS .................................................................................................... 28 
 
UNIDADE 03 - ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO E 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO ......................................................................................................... 29 
3.1 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ............................................................................. 29 
3.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE ................................................ 34 
3.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ................................................................................................... 35 
3.4 A DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL) ..... 37 
 
UNIDADE 04 - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA GESTÃO ................................ 43 
4.1 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - DVA ................................................ 43 
4.2 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA - DFC ......................................................... 48 
4.3EBITDA - LUCRO ANTES DOS JUROS, IMPOSTOS, DEPRECIAÇÃO E 
AMORTIZAÇÃO ....................................................................................................................... 50 
4.4 SISTEMA DE GESTÃO EMPRESARIAL – ERP ............................................................. 52 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 3 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
UNIDADE 01 - ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA 
 
1. A CONTABILIDADE SOCIETÁRIA 
 
1.1 Conceito 
 
Conceito oficial formulado no 1º Congresso Brasileiro de Contabilistas, realizado no Rio de 
Janeiro em 1924: “Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de 
controle e de registro relativas à administração econômica”. 
 
“É a ciência (ou técnica, segundo alguns) que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no 
patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses 
fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o 
resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial”. Hilário Franco, Contabilidade 
Geral, Editora Atlas. 
 
“É um sistema muito bem idealizado que permite registrar as transações de uma entidade que 
possam ser expressas em termos monetários e informar os reflexos dessas transações na situação 
econômico-financeira em uma determinada data.” Nélson Gouveia. 
 
1.2 Equação Fundamental do Patrimônio (também denominada de equação contábil) 
 
O conjunto de bens, direitos e obrigações é denominado de Patrimônio. A peça contábil que 
apresenta em forma ordenada o conjunto desses bens, direitos e obrigações é denominada de 
Balanço Patrimonial, que em síntese, é um resumo do Patrimônio em certa data. 
 
A equação Bens + Direitos – Obrigações (= PL) indica a parte líquida da empresa, isto é, o que 
sobraria para os sócios proprietários se a empresa liquidasse todos os seus compromissos 
(dívidas). Esta parte líquida, pertencente aos proprietários é denominada de Patrimônio 
Líquido. 
 
Como forma de apresentação do Balanço Patrimonial, convencionou-se que o lado dos Bens e 
Direitos, por ser positivo para a Entidade, é chamado de Ativo (aquilo que atua, exerce ação: os 
itens do ativo geram produção, novos recursos para a empresa). O lado das obrigações tem duas 
divisões distintas: 
a) as obrigações exigíveis – aquelas que serão cobradas (deverão ser pagas) no dia do vencimento 
– é o Passivo (tem uma conotação negativa); 
b) as obrigações da Entidade com os seus proprietários – as obrigações que não serão exigidas – 
o Patrimônio Líquido. 
 
O lado do Passivo indica onde a empresa obteve seus recursos, e é assim composta de Capitais 
de Terceiros e Capitais Próprios. O Capital de Terceiros é formado por recursos de indivíduos 
ou entidades emprestados à empresa (fonte externa de capital). Assim, dívidas com os bancos, 
fornecedores de mercadorias, governo, entre outros, representam capitais de terceiros. 
 
 
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 4 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
A forma de representar o patrimônio de uma entidade é apresentada graficamente como a seguir: 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO / Patrim. Liquido 
- Investimentos de recursos - - Origens de recursos - 
Bens e direitos Obrigações para com terceiros 
Obrigações para com os proprietários 
 
O Passivo significa Origem (fonte) de capital, que pode ser externa (Capital de terceiros) ou 
interna (Capital Próprio ou Patrimônio Líquido). O Ativo significa Aplicações (destino) de 
Recursos originados no Passivo. 
 
Em consequência destes conceitos, é possível explicar o porquê de o Ativo ser sempre igual ao 
Passivo: uma empresa não pode aplicar aquilo que não tem origem. Em outras palavras, se 
houve uma origem de recursos de R$ 1.000,00, a empresa só pode aplicar R$ 1.000,00 e não R$ 
800,00 ou R$ 2.000,00. 
 
Assim, se o Patrimônio Líquido, por exemplo, é acrescido porlucro do exercício, o Ativo será 
incrementado pelo mesmo montante do Lucro, pois se torna uma aplicação do resultado. 
 
Exemplo: 
ATIVO 
 
PASSIVO + PAT. LÍQUIDO 
Caixa 3.000 Exigível 
 Financiamento 5.000 
Veículo 6.000 
 Patrimônio Líquido 
 Capital 4.000 
 
Total do Ativo 9.000 Total do Passivo e Pat. Líq. 9.000 
Desta forma, pode-se entender melhor a acepção do termo Balanço, que se origina de balança = 
equilíbrio nos dois lados (devemos pensar, evidentemente, em balança de dois pratos). 
 
1.3 Contabilidade: objetivos e finalidade 
Objetivo da Contabilidade 
O objetivo da Contabilidade é permitir o estudo, o registro e o controle dos fatos decorrentes da 
gestão do patrimônio das entidades econômico-administrativas. Gerando informações e 
atendendo a legislação. 
 
Finalidade da Contabilidade 
A principal finalidade da Contabilidade é permitir a obtenção de informações econômica e 
financeira acerca da entidade. As informações de natureza econômica compreendem, 
principalmente, os fluxos de receitas e de despesas, que geram lucros ou prejuízos, e as variações 
no patrimônio da entidade. As informações de natureza financeira abrangem principalmente os 
fluxos de caixa e do capital de giro. Possibilitar a consolidação de informações econômico-
financeiras e a elaboração de relatórios que facilitem a tomada de decisões. 
 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 5 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
2. ESTRUTURA PATRIMONIAL 
 
Representação gráfica do patrimônio: 
 
O patrimônio de uma empresa é representado contabilmente por um gráfico em forma de “T”, no 
lado esquerdo, denominado: lado ATIVO; são classificados os bens e os direitos. No lado 
direito, denominado: lado PASSIVO; são classificadas as obrigações. O gráfico em “T”, também 
utilizado para representar a situação patrimonial de uma empresa, denomina-se Balanço 
Patrimonial, que reflete a posição econômico-financeia de uma empresa em uma determinada 
data. 
 
Na prática, entretanto, nem sempre a soma dos bens e direitos é igual a soma das obrigações. 
Assim, a diferença entre os bens e direitos menos as obrigações para com terceiros denomina-se 
Situação Líquida (ou Patrimônio Líquido), que será demonstrada no gráfico sempre no lado do 
passivo, como se fosse um peso no prato da balança; para manter o equilíbrio entre os dois lados. 
Em outras palavras, os ativos de uma empresa (bens e direitos) serão sempre iguais às obrigações 
para com os credores (obrigações para com terceiros) e para os sócios ou acionistas (proprietários 
do negócio). 
 
 
 
 
ATIVO 
 
PASSIVO EXIGÍVEL 
 
(Deveres e obrigações) 
Capital de terceiros 
 
(Bens e Direitos) 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
(Capital Próprio) 
 
 
 
Ativo 
Conjuntos de bens e direitos, tangíveis e/ou intangíveis de uma empresa, expressos em moeda, 
que irão gerar benefícios presentes ou futuros. 
 
Exemplo: Dinheiro em caixa ou banco, contas a receber, mercadorias, terrenos, máquinas, 
veículos, prédios e outros. 
 
Passivo e Patrimônio 
Passivo é o conjunto dos deveres e obrigações de uma empresa, expressos em moeda. São 
dívidas, são valores devidos aos credores. Os credores podem ser terceiros ou proprietários. 
 
Exemplo: Fornecedores, contas a pagar, títulos a pagar, salários e impostos a pagar e outros. 
 
 
 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 6 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
Patrimônio é o conjunto de bens, direitos, deveres e obrigações de uma entidade, ou seja, abrange 
tudo que uma entidade tem (ativo) e tudo aquilo que deve (passivo). 
 
Patrimônio Líquido 
É a diferença entre o valor do ativo e das obrigações com terceiros (passivo exigível) de uma 
entidade em determinado momento, ou seja, representa o valor que os proprietários/acionistas de 
uma empresa têm aplicado no negócio, é formado pelo capital social, reservas e lucros/prejuízos 
acumulados. 
 
Capital Próprio e de Terceiros 
Capital próprio: corresponde ao conceito de patrimônio líquido e abrange o capital inicial e suas 
variações. 
Capital de terceiros: corresponde aos investimentos feitos na empresa com recursos provenientes 
de terceiros. 
 
Situação líquida ou Patrimônio Líquido 
 
A situação líquida é a diferença entre o ativo e o passivo. Embora esta denominação seja 
sinônima de Patrimônio Líquido, é mais adequado o uso deste último. No Balanço as contas 
serão classificadas nos seguintes grupos: 
a) Ativo: 
Ativo Circulante 
Não Circulante: Ativo Realizável à Longo Prazo; Ativo Investimento, Ativo Imobilizado 
e Ativo Intangível. 
 
b) Passivo: 
Passivo Circulante 
Passivo Não Circulante 
 
c) Patrimônio Líquido; dividido em Capital Social, Reservas de Capital, Reservas de Lucros 
e Prejuízos Acumulados. 
 
Quanto ao estado patrimonial de uma empresa, é mais adequado dizer que a empresa se encontra 
em Situação Líquida Positiva, Negativa ou Nula. 
 
ATIVO – PASSIVO (circulante + Não circulante) >0; Situação Positiva. 
ATIVO – PASSIVO (circulante + Não circulante) < 0; Situação Negativa. 
ATIVO – PASSIVO (circulante + Não circulante) = 0; Situação Nula. 
 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 7 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
3. COMPOSIÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL 
 
Balanço Patrimonial divide-se em grupos de contas, de mesmas características, facilitando, dessa 
forma a sua leitura, interpretação e análise. 
 
ATIVO PASSIVO / PL 
 
CIRCULANTE 
São contas que estão constantemente em 
giro (movimento), sendo que a conversão 
em dinheiro será, no máximo, nos próprios 
360 dias. 
 
NÃO CIRCULANTE 
. Realizável à Longo Prazo 
São bens e direitos, que se transformarão 
em dinheiro após um ano da data do balanço 
(mensal / anual). 
 
. Ativo Investimento 
 São as inversões financeiras de caráter 
permanente que geram rendimentos e não 
são necessários à manutenção da atividade 
fundamental da empresa. 
 
. Ativo Imobilizado 
São itens de natureza permanente que serão 
utilizados para a manutenção da atividade 
básica da empresa. 
 
. Ativo Intangível 
São aqueles que, embora não possuam 
existência física, representam uma aplicação 
de capital indispensável aos objetivos da 
empresa e cujo valor reside em direitos de 
propriedade; aqui se enquadram os direitos 
sobre marcas, patentes, direitos autorais etc. 
 
 
 
CIRCULANTE 
São obrigações exigíveis que serão 
liquidadas no próximo exercício social (nos 
próximos 360 dias após o levantamento do 
balanço). 
 
NÃO CIRCULANTE 
Exigível à Longo Prazo “Nome Facultativo” 
São as obrigações exigíveis que serão 
liquidadas com prazo superior a um ano – 
(dívidas / obrigações de longo prazo). 
 
 
 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
São os recursos dos proprietários aplicados 
na empresa. Os recursos significam o 
capital mais o seu rendimento no tempo, 
formado por lucros obtidos e reservas 
constituídas para eventuais contingências. 
Para todos os grupos acima, são apresentados totais: "Total do Circulante", "Total do 
Realizável à Longo Prazo", "Total do Ativo", etc. 
 
DELIBERAÇÃO CVM Nº 488, DE 03 DE OUTUBRO DE 2005. 
Aprovao Pronunciamento do IBRACON NPC nº 27 sobre Demonstrações Contábeis – 
Apresentação e Divulgações. 
 
Conta é o nome técnico que identifica um componente patrimonial (bem, direito, obrigação para 
com terceiros ou patrimônio líquido) ou um componente de resultado (despesa ou receita). 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 8 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
Todos os acontecimentos que ocorrem diariamente na vida da empresa, responsáveis pela gestão 
do patrimônio – como compras, vendas, pagamentos, recebimentos, etc., são registrados pela 
Contabilidade em contas próprias. Assim, toda movimentação de dinheiro efetuada dentro da 
entidade é registrada em uma Conta denominada Caixa; os objetos comercializados pela entidade 
são registrados em uma conta denominada Mercadorias ou Estoques, e assim por diante. 
 
ATIVO CIRCULANTE: bens e direitos realizáveis até um ano da data do balanço. Devem estar 
registrados de acordo com o grau de liquidez, em ordem decrescente. 
 
ATIVO NÃO CIRCULANTE: 
Realizável à Longo Prazo: os direitos realizáveis após um ano e adiantamentos ou empréstimos 
a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas, ou participantes no lucro da 
companhia, desde que não constituam negócios usuais na exploração do objeto da companhia. 
Por exemplo: Se a empresa emprestar dinheiro a uma empresa coligada ou controlada 
independente do prazo para pagamento, será registrado nesse grupo, no entanto, se a empresa 
efetuar alguma venda objeto de seu negócio, com prazo inferior a 360 dias, o valor a receber será 
registrado na conta Clientes no ativo circulante. 
 
Investimento: os investimentos permanentes são as aplicações de recursos em participações em 
outras sociedades e em direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo realizável (não 
destinados à realização por venda) e que não se destinam à manutenção da atividade da empresa. 
 
O caráter que os distingue dos investimentos temporários é exatamente a intenção de 
permanência. Essa intenção é normalmente manifestada no momento da aquisição do direito, 
mas pode também ocorrer posteriormente, materializando-se através de seu registro no ativo 
permanente. 
Normalmente, o grupo de Investimentos Permanentes inclui as seguintes contas: 
 
PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS 
Participações Permanentes em Outras Sociedades - Método do Custo 
Participações Permanentes em Outras Sociedades - Método de Equivalência Patrimonial 
Participações em Fundos de Investimentos em Incentivos Fiscais 
Empreendimentos em Parceria - Sociedades sem personalidade Jurídica 
Provisão para Perdas Permanentes (conta credora) 
 
DEMAIS INVESTIMENTOS PERMANENTES 
Obras-de-arte; Imóveis (para renda ou futura utilização); Amortização Acumulada (conta 
credora). 
A lei que dispõe sobre a estrutura das contas no balanço, classifica os investimentos como o 
primeiro subgrupo do ativo permanente, segundo o critério da ordem decrescente de grau de 
liquidez. 
As contas serão classificadas do seguinte modo: Em investimentos: as participações permanentes 
em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e 
que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa. 
 
 
Imobilizado: o Ativo Imobilizado é formado pelo conjunto de bens e direitos necessários à 
manutenção das atividades da empresa, na forma tangível (bens corpóreos ou tangíveis possuem 
expressão física, como, por exemplo, imóveis, máquinas, móveis, instalações etc.). 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 9 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
O Ativo Imobilizado, de forma geral, é composto das seguintes contas: 
· Terrenos. 
· Obras Civis. 
· Instalações. 
· Máquinas, Aparelhos e Equipamentos. 
· Móveis e Utensílios. 
· Veículos. 
· Florestamento e Reflorestamento. 
· Depreciação, e Exaustão Acumuladas (contas credoras). 
· Imobilizações em Andamento. 
 
A Lei classifica os seguintes itens no grupo do ativo imobilizado: 
No ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das 
atividades da companhia e da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de 
propriedade industrial ou comercial; 
 
Fica evidenciado que a classificação de bens no Ativo Imobilizado não se acha vinculada à 
natureza destes, e sim, ao objeto de sua utilização. Desta forma, qualquer direito que represente 
bens que não estejam empregados na manutenção das atividades da empresa ou a isso destinado 
deve ser classificado fora do Ativo Imobilizado. 
 
As contas redutoras do Ativo Imobilizado (Depreciação, Amortização ou Exaustão) são 
explicadas no parágrafo 2º do artigo 183: 
Parágrafo 2º- A diminuição de valor dos elementos do ativo imobilizado será registrada 
periodicamente nas contas de: 
a) Depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens 
físicos sujeitos a desgastes ou perdas de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência; 
b) Amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de 
direitos de propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de 
duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente 
limitado; 
c) Exaustão, quando corresponder à perda de valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo 
objeto seja recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração. 
 
Intangível: é formado pelo conjunto de bens e direitos necessários à manutenção das atividades 
da empresa, na forma intangível (marcas, patentes etc.). 
· Marcas, Direitos e Patentes Industriais. 
· Direitos sobre Recursos Naturais. 
· Depreciação, Amortização e Exaustão Acumuladas (contas credoras). 
 
MARCAS E PATENTES: Registro contábil 
São registrados, na contabilidade, no Ativo Intangível os direitos que tenham por objeto bens 
destinados à manutenção das atividades da entidade ou exercidos com essa finalidade, inclusive 
os de propriedade industrial ou comercial. 
 
Portanto, o que caracteriza o Ativo Intangível é a finalidade da aplicação, ou seja, ser o bem ou o 
direito destinado à exploração do objeto social e à manutenção da atividade empresarial. 
. Bens incorpóreos ou intangíveis, que são aqueles que, embora não possuam existência física, 
representam uma aplicação de capital indispensável aos objetivos da empresa e cujo valor reside 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 10 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
em direitos de propriedade que são legalmente conferidos aos seus possuidores; aqui se 
enquadram os direitos sobre marcas, patentes, direitos autorais etc. 
 
PASSIVO CIRCULANTE: as obrigações (dívidas) vencíveis até um ano da data do balanço. 
 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE: passivo Exigível à Longo Prazo: as obrigações (dívidas) 
vencíveis após um ano e adiantamentos ou empréstimos provenientes de sociedades coligadas ou 
controladas, diretores, acionistas, ou participantes no lucro da companhia, desde que não 
constituam negócios usuais na exploração do objeto da companhia. 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO: são classificadas as contas que representam os recursos próprios da 
empresa, ou seja, recursos aplicados pelos sócios ou acionistas, bem como, os recursos gerados 
pela própria atividade da empresa. Dentro desse grupo temos o Capital Social, as Reservas e osLucros/Prejuízos Acumulados (Nas sociedades por Ação esta conta não poderá ser publicada 
com saldo positivo). 
 
4. ATOS E FATOS CONTÁBEIS 
 
Os ATOS CONTÁBEIS têm a característica de não alterar a situação patrimonial embora, 
potencialmente, possam trazer efeitos à estrutura patrimonial. Podemos destacar, dentre a 
infinidade de atos, a assinatura de contratos, a remessa de duplicatas para cobrança bancária, 
hipotecas, avais e fianças prestadas, dentre outros. Por si só, são atividades que não provocam 
alterações patrimoniais, mas que podem trazê-las. 
 
Os FATOS CONTÁBEIS, por outro lado, são as atividades exercidas que modificam a estrutura 
patrimonial, em seus elementos e valores. Os fatos contábeis são classificados em: 
1 Fatos contábeis permutativos ou compensativos; 
2 Fatos contábeis modificativos; 
3 Fatos contábeis mistos ou compostos. 
 
 
11 -- FFAATTOOSS PPEERRMMUUTTAATTIIVVOOSS OOUU CCOOMMPPEENNSSAATTIIVVOOSS 
São os fatos que modificam o valor dos bens, direitos e obrigações sem, entretanto, alterar a 
situação líquida do patrimônio. 
 
22 -- FFAATTOOSS MMOODDIIFFIICCAATTIIVVOOSS 
Os FATOS MODIFICATIVOS têm a característica de, a partir de uma alteração em um elemento ativo 
ou passivo, modificar a situação líquida. 
 
33 -- FFAATTOOSS MMIISSTTOOSS OOUU CCOOMMPPOOSSTTOOSS 
Os fatos mistos ou compostos são os que combinam a permutação de elementos patrimoniais 
com a alteração da situação líquida. 
 
 
 
5. PLANO DE CONTAS 
 
Plano de Contas é um conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplinam as tarefas do setor 
de Contabilidade, objetivando a uniformização dos registros contábeis. Cada empresa deverá 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 11 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
elaborar seu Plano de contas, tendo em vista suas particularidades e observando, ainda, os 
Princípios Fundamentais da Contabilidade, as normas legais e o regulamento do Imposto de 
Renda. 
 
Na elaboração do plano de contas, deve ser levado em conta: a complexidade das operações 
desenvolvidas pela empresa de forma a torná-la não excessivo e de difícil consulta. Deve ser 
FLEXÍVEL, ou seja, adaptar-se com facilidade às alterações internas e externas devido a novos 
tipos de fatos provocados pela administração ou pela própria estrutura do País, suprimindo ou 
adicionando novas contas. O plano de contas para satisfazer seus objetivos deve ser simples tanto 
no que se refere à consulta, como na interpretação da função e funcionamento das contas, visto 
ser, no processo de escrituração, muito consultando pelos responsáveis. 
 
As contas do Ativo: serão apresentadas de acordo com a sua rapidez de conversão em dinheiro, 
ou seja, de acordo com o seu grau de liquidez (capacidade de se transformar em dinheiro mais 
rapidamente). 
As contas do Passivo: serão apresentadas de acordo com o seu vencimento, isto é, serão 
destacadas prioritariamente as contas que deverão ser pagas mais rapidamente, embora, muitas 
vezes, há dificuldades em se estabelecer o que será pago primeiro. 
 
Função das contas: 
As contas exercem papel de grande importância no processo contábil. É através delas que a 
Contabilidade consegue atingir o seu objetivo, que consiste no registro e no controle dos fatos 
responsáveis pela gestão do patrimônio da entidade. Na escola italiana (século XIX), alguns 
contabilistas conceituavam a Contabilidade como “A ciência das contas”. 
 
O Plano de Contas poderá compor-se de partes, como por exemplo: 
. Elenco de contas – que consiste na relação das contas (nomes e códigos) 
. Manual de contas – que é um quadro explicativo do uso adequado de cada uma das contas, 
compreendendo suas funções e a natureza do saldo de cada conta. 
As contas contábeis ainda se subdividem em: 
. Contas de primeiro grau: contas principais, normalmente sintéticas. 
. Contas de segundo grau: ou subcontas, também denominadas de contas analíticas. 
 
 Importante: Um plano de contas bem elaborado permite que os dados registrados se 
transformem em informações relevantes para as organizações. Estas informações podem 
estar tanto nos Demonstrativos Contábeis, principalmente no Balanço Patrimonial e na 
Demonstração de Resultado do Exercício - DRE, como também, em relatórios específicos 
para a administração. 
 
 
A seguir será apresentado um modelo de Plano de Contas. Cada empresa em função da 
complexidade de suas operações deverá adequar o Plano de Contas de acordo com as suas 
necessidades, podendo abrir quantos subgrupos necessitar. No entanto, deverá ser de simples 
aplicação. 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 12 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
 
PLANO DE CONTAS 
1. ATIVO 
ATIVO CICULANTE 
1.1 Ativo Circulante 
1.1.1 Disponibilidades 
1.1.1.1 Caixa 
1.1.1.2 Bancos Conta Movimento 
1.1.1.2.01 Banco A 
1.1.1.2.02 Banco B 
1.1.1.3 Títulos e Valores Mobiliários 
1.1.1.3.01 Fundos de Investimentos 
1.1.1.3.02 Aplicações CDB 
1.1.1.3.03 Aplicações em ações 
1.1.1.3.04 Aplicações Financeiras em Moeda Estrangeira 
1.1.1.3.05 Debêntures 
1.1.1.3.06 Outras Aplicações 
1.1.1.3.99 (-) Provisão para Perdas em Aplicações 
1.1.2 Valores a Receber 
1.1.2.1 Clientes 
1.1.2.1.01 Cliente A 
1.1.2.1.02 Cliente B 
1.1.2.1.03 Cliente C 
1.1.2.1.98 (-) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa 
1.1.2.2 (-) Duplicatas Descontadas 
1.1.2.2.01 Duplicatas descontadas 
1.1.2.2.02 Juros a apropriar 
1.1.2.3 Outras Contas a Receber 
1.1.2.3.01 Empréstimos a Receber 
1.1.2.3.02 Adiantamento a Funcionários 
1.1.2.3.03 Adiantamento a Fornecedores 
1.1.2.3.04 Dividendos a Receber 
1.1.2.31 Impostos a Recuperar 
1.1.2.31.01 IPI a Recuperar 
1.1.2.31.02 ICMS a Recuperar 
1.1.2.31.03 PIS a Recuperar 
1.1.2.31.04 COFINS a Recuperar 
1.1.2.31.05 IR a Recuperar 
1.1.2.31.06 CSLL a Recuperar 
1.1.3 Estoques 
1.1.3.1 Estoque 
1.1.3.1.01 Mercadorias para Revenda 
1.1.3.1.02 Produtos Acabados 
1.1.3.1.03 Produtos em Elaboração 
1.1.3.1.04 Matérias-primas 
1.1.3.1.05 Almoxarifado 
1.1.3.2 (-) Provisão para ajuste ao valor de mercado 
1.1.3.3 (-) Provisão para Perdas nos Estoques 
1.1.4 Despesas Antecipadas 
1.1.4.1 Despesas Antecipadas 
1.1.4.1.01 Seguros Pagos Antecipados 
1.1.4.1.02 Aluguéis Pagos Antecipados 
1.1.4.1.03 Periódicos Pagos Antecipados 
1.1.4.1.04 IPVA Pagos Antecipados 
1.1.4.1.05 IPTU Pagos Antecipados 
 
 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 13 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
ATIVO NÃO CICULANTE 
1.2 Ativo Realizável à Longo Prazo 
1.2.1 Valores a Receber 
1.2.1.1 Clientes 
1.2.1.1.01 Cliente A 
1.2.1.1.02 Cliente B 
1.2.1.1.03 Cliente C 
1.2.1.1.04 (-) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa 
1.2.1.1.05 (-) Ajuste a valor presente 
1.2.1.2 (-) Duplicatas Descontadas 
1.2.1.2.01 Duplicatas Descontadas 
1.2.1.2.02 Juros a apropriar 
1.2.1.3 Outras Contas a Receber 
1.2.1.3.01 Empréstimos a Receber 
1.2.1.3.02 Adiantamento a Funcionários 
1.2.1.3.03 Adiantamento a Fornecedores 
1.2.1.3.04 Empréstimos a Diretores 
1.2.1.3.05 Empréstimos a Controladas/Coligadas 
1.2.1.3.06 Dividendos a Receber 
1.2.1.3.07 (-) Ajuste a valor presente 
1.2.1.4 Títulos e Valores Mobiliários 
1.2.1.5 Impostos a Recuperar 
1.2.1.5.01 IPI a Recuperar 
1.2.1.5.02 ICMS a Recuperar 
1.2.1.5.03 PIS a Recuperar 
1.2.1.5.04 COFINS a Recuperar 
1.2.1.5.05 IR a Recuperar 
1.2.1.5.06 CSLL a Recuperar 
1.2.1.6 Despesas Antecipadas 
1.2.1.6.01Seguros Pagos Antecipados 
1.2.1.6.02 Aluguéis Pagos Antecipados 
1.2.1.6.03 Periódicos Pagos Antecipados 
 
1.3 Ativo Permanente (ATUALMENTE FACULTATIVO) 
1.3.1 Investimentos 
1.3.1.1 Participações Permanentes em Outras Sociedades Avaliadas por MEP 
1.3.1.1.01 Investimento Controlada A 
1.3.1.1.02 Investimento Controlada B 
1.3.1.1.03 Investimento Coligada A 
1.3.1.1.04 Investimento Coligada B 
1.3.1.1.05 Ágio na Aquisição de Investimento 
1.3.1.1.06 (-) Deságio Aquisição de Investimento 
1.3.1.2 Participações em Outras Sociedades Avaliadas pelo CUSTO 
1.3.1.2.01 Investimento A 
1.3.1.2.02 Investimento B 
1.3.1.2.03 (-) Provisão para Perdas 
1.3.1.3 Outros Investimentos 
1.3.1.3.01 Obras de Arte 
1.3.1.3.02 Terrenos 
1.3.1.3.03 Outros Imóveis Não de Uso 
1.3.1.3.04 (-) Provisão para Perdas 
 
1.3.2 Imobilizado 
1.3.2.1 Imobilizações em curso 
1.3.2.2 Imobilizações de Uso 
1.3.2.2.01 Terrenos 
1.3.2.2.02 Edificações 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 14 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
1.3.2.2.03 Instalações 
1.3.2.2.04 Máquinas e Equipamentos 
1.3.2.2.05 Equipamentos de Informática 
1.3.2.2.06 Móveis e Utensílios 
1.3.2.2.07 Veículos 
1.3.2.2.08 Benfeitorias em imóveis de terceiros 
1.3.2.2.09 Florestamento e reflorestamento 
1.3.2.2.10 Direitos sobre recursos naturais 
1.3.2.3 (-) Depreciação, amortização e exaustão acumulada. 
1.3.2.4 (-) Ajuste Recuperação dos Ativos. 
 
1.3.3 Ativo Intangível 
1.3.3.1.01 Marcas, Direitos e Patentes. 
1.3.3.1.02 Direitos sobre recursos naturais 
1.3.3.2 (-) amortização e exaustão acumuladas 
 
2. PASSIVO 
PASSIVO CICULANTE 
2.1 Passivo Circulante 
2.1.1.1 Fornecedores 
2.1.1.1.01 Fornecedor A 
2.1.1.1.02 Fornecedor B 
2.1.1.2 Obrigações Trabalhistas 
2.1.1.2.01 Ordenados e salários a pagar 
2.1.1.2.02 Honorários da Administração a Pagar 
2.1.1.3 Obrigações Fiscais e sociais 
2.1.1.3.01 ICMS a recolher 
2.1.1.3.02 ISSQN a Recolher 
2.1.1.3.03 IPI a Recolher 
2.1.1.3.04 INSS a Recolher 
2.1.1.3.05 FGTS a Recolher 
2.1.1.3.06 COFINS a Recolher 
2.1.1.3.07 IRPJ a Recolher 
2.1.1.3.08 CSLL a Recolher 
2.1.1.3.09 Impostos retidos na fonte a recolher 
2.1.1.4 Outras Obrigações 
2.1.1.4.01 Água e Esgoto 
2.1.1.4.02 Energia Elétrica a Pagar 
2.1.1.4.03 Telefonia Fixa e móvel a Pagar 
2.1.1.4.04 Aluguéis a Pagar 
2.1.1.5 Adiantamento de clientes 
2.1.1.5.01 Cliente A 
2.1.1.5.02 Cliente B 
2.1.1.6 Debêntures 
2.1.1.6.01 Conversíveis em ações 
2.1.1.6.02 Não conversíveis em ações 
2.1.1.6.03 Juros e participações 
2.1.1.7 Provisões trabalhistas 
2.1.1.7.01 Provisão de Férias a Pagar 
2.1.1.7.02 Provisão de 13. º Salário a Pagar 
2.1.1.8 Outras provisões 
2.1.1.8.01 Dividendos a Pagar 
2.1.1.8.02 Juros sobre Capital Próprio a Pagar 
2.1.1.8.03 Participações de Empregados a Pagar 
2.1.1.8.04 Participações de Administração a Pagar 
2.1.1.8.05 Participações de partes beneficiárias 
2.1.1.8.06 Riscos fiscais e outros passivos contingentes 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 15 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
2.1.1.9 Empréstimos e Financiamentos 
2.1.1.9.01 Banco A 
2.1.1.9.02 Banco B 
2.1.1.9.03 Juros a pagar de empréstimo e financiamento 
2.1.1.9.04 (-) Encargos financeiros a transcorrer 
 
2.1 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
2.2.1.1 Fornecedores 
2.2.1.1.01 Fornecedor A 
2.2.1.1.02 Fornecedor B 
2.2.1.2 Obrigações Fiscais e sociais 
2.2.1.2.01 IRPJ diferido 
2.2.1.2.02 CSLL diferido 
2.2.1.3 Debêntures 
2.2.1.3.01 Conversíveis em ações 
2.2.1.3.02 Não conversíveis em ações 
2.2.1.3.03 Juros e participações 
2.2.1.4 Adiantamento de clientes 
2.2.1.4.01 Cliente A 
2.2.1.4.02 Cliente B 
2.2.1.5 Outras provisões 
2.2.1.5.01 Dividendos a Pagar 
2.2.1.5.02 Juros sobre Capital Próprio a Pagar 
2.2.1.5.03 Participações de Empregados a Pagar 
2.2.1.5.04 Participações de Administração a Pagar 
2.2.1.5.05 Participações de partes beneficiárias 
2.2.1.5.06 Riscos fiscais e outros passivos contingentes 
2.2.1.6 Empréstimos e Financiamentos 
2.2.1.6.01 Banco A 
2.2.1.6.02 Banco B 
2.2.1.6.03 Juros a pagar de empréstimo e financiamento 
2.2.1.6.04 (-) Encargos financeiros a transcorrer 
2.2.1.6.05 Empréstimos de Empresas Controladas e Coligadas 
2.2.1.7 Ajuste a Valor Presente 
2.2.1.7.01 (-) Ajuste a Valor Presente 
 
2.3 Participações Minoritárias 
2.3.1 Participações Minoritárias 
2.3.1.1 Participações de Acionistas Minoritários de Controladas 
 
 
2.4 Patrimônio Líquido 
 
2.4.1 Capital Social 
2.4.1.1 Capital Social 
2.4.1.1.01 Capital Subscrito 
2.4.1.1.02 (-) Capital a Integralizar 
2.4.2 Reservas 
2.4.2.1 Reservas de Capital 
2.4.2.1.01 Ágio na Emissão de Ações 
2.4.2.1.02 Doações e Subvenções para Investimentos 
2.4.2.1.03 Prêmio na Emissão de Debêntures 
2.4.2.2 Ajuste de Avaliação Patrimonial (lei 11.638/07) 
2.4.2.2.01 Res. Reavaliação de Ativos Próprios. 
2.4.2.2.02 Res. Reavaliação de Ativos de Coligadas e Controladas. 
2.4.2.3 Reservas de Lucro 
2.4.2.3.01 Reserva Legal 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 16 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
2.4.2.3.02 Reserva Estatutária 
2.4.2.3.03 Reserva de Contingências 
2.4.2.3.04 Reserva de Lucros a Realizar 
2.4.2.3.05 Reserva Para Futuras Expansões 
2.4.2.3.06 Reserva Especial para Dividendo Obrigatório não Distribuído 
2.4.3 Prejuízos Acumulados 
2.4.3.1 Prejuízos de Exercícios Anteriores 
2.4.3.1.01 (-) Prejuízos Acumulados 
2.4.3.2 Lucros (Prejuízos) do Exercício Corrente 
2.4.3.2.01 Lucros Acumulados 
2.4.3.2.02 (-) Prejuízos Acumulados 
2.4.4 (-) Ações em Tesouraria 
2.4.4.1 (-) Ações em Tesouraria 
2.4.4.1.01 Ações em Tesouraria 
 
3. CONTAS DE RESULTADO 
3.1 Receita Operacional Líquida de Vendas de Mercadorias, Produtos e Serviços. 
3.1.1 Receita Operacional Bruta de Vendas de Mercadorias, Produtos e Serviços. 
3.1.1.1 Venda de Produtos 
3.1.1.1.01 Mercado Nacional 
3.1.1.1.02 Exportação 
3.1.1.2 Venda de Mercadorias 
3.1.1.2.01 Mercado Nacional 
3.1.1.2.02 Exportação 
3.1.1.3 Prestação de Serviços 
3.1.1.3.01 Mercado Nacional 
3.1.1.3.02 Exportação 
3.1.2 Deduções da Receita Bruta 
3.1.2.1 Vendas canceladas 
3.1.2.1.01 Produtos 
3.1.2.1.02 Mercadorias 
3.1.2.1.03 Prestação de Serviço 
 
3.1.2.2 Abatimentos 
3.1.2.2.01 Produtos 
3.1.2.2.02 Mercadorias 
3.1.2.2.03 Prestação de Serviço 
3.1.2.3 Impostos Incidentes sobre vendas 
3.1.2.3.01 IPI- Imposto sobre Produtos Industrializados 
3.1.2.3.02 ICMS- Impostos sobre Circulação de Mercadorias 
3.1.2.3.03 ISSQN- Imposto Sobre Serviços 
3.1.2.3.04 PIS sobre faturamento 
3.1.2.3.05 COFINS sobre faturamento 
3.2 Custo Produtos, Mercadorias, Serviços e Produção. 
3.2.1 Custo Produtos e Mercadorias Vendidas e Serviços Prestados 
3.2.1.1 Custo Produtos e Mercadorias Vendidas e Serviços Prestados Custos Diretos 
3.2.1.1.01 Custo das Mercadorias Vendidas 
3.2.1.1.02 Custo dos Produtos Vendidos 
3.2.1.1.03 Custo dos Serviços Prestados 
3.2.2 Custos de Produção 
3.2.2.1 Custos Diretos 
3.2.2.1.01 Custo com matéria-prima 
3.2.2.1.02 Custo com materiais auxiliares 
3.2.2.1.03 Custos com mão-de-obra 
3.2.2.1.04 Depreciação, Amortização e Exaustão 
3.2.2.1.05 Outros custos de produção 
3.2.2.2 Custos Indiretos 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 17 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
3.2.2.2.01 Custo com matéria-prima 
3.2.2.2.02 Custo com materiais auxiliares 
3.2.2.2.03 Custos com mão-de-obra 
3.2.2.2.04 Depreciação, Amortização e Exaustão 
3.2.2.2.05 Outroscustos de produção 
3.3 Despesas Operacionais 
3.3.1 Despesas com Vendas 
3.3.1.1 Despesas com Pessoal 
3.3.1.1.01 Salários 
3.3.1.1.02 Comissões 
3.3.1.1.03 Férias 
3.3.1.1.04 13º Salários 
3.3.1.1.05 Previdência Social 
3.3.1.1.06 FGTS 
3.3.1.1.07 Benefícios 
3.3.1.2 Outras despesas com vendas 
3.3.1.2.01 Ocupação 
3.3.1.2.02 Utilidades e Serviços 
3.3.1.2.03 Gerais 
3.3.1.2.04 Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa 
3.3.2 Despesas Gerais e Administrativas 
3.3.2.1 Despesas com Pessoal 
3.3.2.1.01 Salários 
3.3.2.1.02 Férias 
3.3.2.1.03 13º Salários 
3.3.2.1.04 Previdência Social 
3.3.2.1.05 FGTS 
3.3.2.1.06 Benefícios 
 
3.3.2.2 Despesas com Diretoria 
3.3.2.2.01 Pró-labore e Honorários 
3.3.2.2.02 Encargos Sociais 
3.3.2.3 Outras Despesas Gerais e Administrativas 
3.3.2.3.01 Serviços de terceiros 
3.3.2.3.02 Previdência Social 
3.3.2.3.03 Aluguéis e condomínios 
3.3.2.3.04 Água e esgoto 
3.3.2.3.05 Energia elétrica 
3.3.2.3.06 Combustíveis e Lubrificantes 
3.3.2.3.07 Manutenção e reparos 
3.3.2.3.08 Despesas com viagens 
3.3.2.3.09 Despesas com condução 
3.3.2.3.10 Despesas com comunicação 
3.3.2.3.11 Custos com treinamento 
3.3.2.3.12 Revistas e publicações 
3.3.2.3.13 Contribuições e Doações 
3.3.2.3.14 Impostos e taxas diversas 
3.3.2.3.15 Depreciação, Amortização e Exaustão. 
3.3.2.3.16 Material de escritório e expediente 
3.3.2.3.17 Despesas diversas 
3.3.2.4 Despesas Tributárias 
3.3.2.4.01 Imposto Predial e Territorial 
3.3.2.4.02 Imposto sobre propriedade de veículos 
3.3.2.4.03 Contribuição Sindical 
3.3.2.4.04 COFINS sobre outras receitas 
3.3.2.4.05 PIS sobre outras receitas 
3.3.2.4.06 Outras despesas tributárias 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 18 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
3.3.2.5 Despesas com provisões 
3.3.2.5.01 Provisões para perdas 
3.3.2.5.02 Constituição de provisão para despesas com riscos e contingências 
3.3.2.5.03 Reversão de provisões 
 
3.3.3 Resultado Financeiro Líquido 
3.3.3.1 Despesas Financeiras 
3.3.3.1.01 Descontos Financeiros Concedidos 
3.3.3.1.02 Juros Passivos 
3.3.3.1.03 Comissões e Despesas Bancárias 
3.3.3.1.04 Contribuição CPMF 
3.3.3.1.05 Variações Cambiais Passivas 
3.3.3.1.06 Variações Monetárias Passivas 
3.3.3.2 Receitas Financeiras 
3.3.3.2.01 Descontos Financeiros Obtidos 
3.3.3.2.02 Juros Ativos 
3.3.3.2.03 Rendimento de Aplicações Financeiras 
3.3.3.2.04 Variações Monetárias Ativas 
3.3.3.2.05 Variações Cambiais Ativas 
 
3.3.4 Resultado de Participações Societárias 
3.3.4.1 Resultado de equivalência Patrimonial 
3.3.4.1.01 Lucro na equivalência Patrimonial 
3.3.4.1.02 Prejuízo na equivalência Patrimonial 
3.3.4.2 Lucros e dividendos recebidos 
3.3.4.2.01 Lucros e dividendos recebidos 
3.3.4.3 Rendimento de outros investimentos 
3.3.4.3.01 Rendimento de outros investimentos 
3.3.4.4 Amortização de ágio ou deságio de investimentos 
3.3.4.4.01 Ágio 
3.3.4.4.02 Deságio 
 
3.4 Provisões Tributárias 
3.4.1 Provisões Tributárias 
3.4.1.1 Contribuição Social 
3.4.1.1.01 Contribuição Social 
3.4.1.2 Imposto de Renda 
3.4.1.2.01 Imposto de Renda 
3.5 Participações e Contribuições 
3.5.1 Participações em Resultados 
3.5.1.1 Participações em Resultados 
3.5.1.1.01 Participação de empregados 
3.5.1.1.02 Participação de administradores 
3.5.1.1.03 Participação de partes beneficiárias 
3.5.1.1.04 Participação de Debêntures 
3.5.1.1.05 Participação Acionista Minoritário 
3.5.2 Contribuições em Resultados 
3.5.2.1 Contribuições em Resultados 
3.5.2.1.01 Instituições ou Fundo de Assistência ou previdência a empregados 
3.6 Reversão de Juros sobre Capital Próprio 
3.6.1 Reversão de Juros sobre Capital Próprio 
3.6.1.1 Reversão de Juros sobre Capital Próprio 
3.6.1.1.01 Reversão de Juros sobre Capital Próprio 
3.7 Apuração de Resultado do Exercício 
3.7.1 Apuração de Resultado do Exercício 
3.7.1.1 Apuração de Resultado do Exercício 
3.7.1.1.01 Apuração de Resultado do Exercício 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 19 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
6. LIVROS CONTÁBEIS 
 
Do ponto de vista contábil, a escrituração é feita, basicamente em dois livros: (o DIÁRIO, e o 
RAZÃO). O mais importante desses livros é o RAZÃO. O Livro Diário é um livro OBRIGATÓRIO, 
cronológico e que tem por função abrigar toda a movimentação da empresa, dia-a-dia, 
representada pelos lançamentos contábeis. Deve ter numeração tipográfica seqüencial, pode ser 
substituído por fichas soltas ou avulsas, também numeradas. É admitida a escrituração resumida 
no Diário, por totais que não excedam o período de um mês das contas cujas operações sejam 
numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares 
para o registro individualizado. O livro RAZÃO é, com a nova determinação legal citada, 
OBRIGATÓRIO pela legislação fiscal e SISTEMÁTICO. Registra todas as operações ocorridas na 
empresa e anteriormente registradas no Diário só que a sua forma de ordenação toma por 
preponderante a conta, daí ser sistemático. O livro Razão, por sua forma de escriturar, permite 
que a cada momento seja conhecido o saldo de todas as contas devendo, pelo método das 
partidas dobradas, a soma de todos os saldos devedores ser igual a soma de todos os saldos 
credores. É de enorme utilidade nas conciliações de contas, levantamento de balancetes de 
verificação e demais demonstrativos. Podemos até generalizar dizendo que o livro Diário guarda 
a importância histórica pelo registro cronológico dos fatos. 
 
Resumindo... 
Diário: Livro ou conjunto de fichas obrigatório por lei, que registra oficialmente todas as 
transações de uma empresa. Mostrando os fatos contábeis em partidas dobradas na ordem 
rigorosamente cronológica do dia, mês e ano. Com folhas numeradas seguidamente, contendo 
termo de abertura e encerramento a ser submetidos à autenticação do órgão competente do 
registro do Comércio. Constando obrigatoriamente: histórico, data da operação, título das 
contas, valor. (Ordenado por data) 
Razão: Um livro atualmente obrigatório, que foi durante muito tempo facultativo. Consiste no 
agrupamento de valores em contas de mesma natureza e de forma racional. Contas 
individualizadas, controlando movimentações de débitos, créditos e saldo. (Ordenado por 
conta) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 20 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
UNIDADE 02 - APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS 
 
2.1 LEI 11.638 DE 2007 
 
A Lei 11.638/07 (antigo projeto de lei 3.741/2000), promulgada 28.12.07 altera, revoga e 
introduz novos dispositivos à Lei das Sociedades por Ações (antiga Lei nº 6.385, de 07.12.76 e 
Lei 6.404, de 15.12.76), destacadamente em relação ao capítulo XV que trata de matéria contábil. 
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm) 
 
Em face da relevância das modificações introduzidas pela nova lei e do fato de que a matéria não 
se encontra ainda integralmente disciplinada, e será, portanto, objeto de gradativa normatização 
por parte da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), do Conselho Federal de Contabilidade 
(CFC) e do IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, desta forma se torna 
importante o acompanhamento do tema junto à mídia, site da CVM e outras fontes correlatas. 
 
As modificações introduzidas pelo normativo refletem uma mudança conceitual na abordagem 
das práticas contábeis,na medida em que são privilegiados “princípios” em vez de parâmetros 
objetivos, incorporando significativo grau de subjetividade na aplicação das regras e exigindo, 
por conseguinte, maior capacidade de julgamento por parte de auditores e contadores. 
 
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e o IBRACON – Instituto dos Auditores 
Independentes do Brasil, na qualidade de entidades que possuem legitimidade para apresentar 
sugestões de interesse público aos profissionais da Contabilidade e aos usuários das 
Demonstrações Contábeis, criou o Grupo de Estudo sobre Convergência das Práticas Contábeis. 
Considerando como base, as Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS) emitidas pelo IASB 
– International Accounting Standards Board. 
 
O objetivo é buscar a evolução das Normas Brasileiras de Contabilidade, principalmente pela sua 
atual importância no contexto nacional e internacional. Esse trabalho conjunto tem por objetivo 
constituir-se num avanço, que servirá de base para a busca das soluções que venham viabilizar a 
pretendida unificação das normas no Brasil e a sua convergência para com as normas 
internacionais. 
 
Algumas alterações na Lei 11638/2007 
1. Demonstrações Financeiras 
Não existe mais a DOAR na lei da contabilidade. Agora as demonstrações financeiras 
obrigatórias são: 
-BP (Balanço Patrimonial). 
-DLPA (Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados). 
-DRE (Demonstração do Resultado do Exercício). 
-DFC (Demonstração de Fluxos de Caixa). 
-DVA (Demonstração de Valor Adicionado)  para companhia aberta. 
 
Observação: A companhia fechada não será obrigada a apresentar a DFC se na data do balanço 
apresentar um Patrimônio Líquido inferior a dois milhões de reais. 
 
 
 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 21 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
 
 
2. Escrituração 
Os lançamentos de ajustes efetuados exclusivamente para harmonização das normas contábeis 
com as disposições de lei tributária ou especial não poderão ser base de incidência de impostos e 
contribuições nem ter quaisquer outros efeitos tributários. 
As disposições da lei tributária ou de legislação especial deverão ser observadas mediante 
registro: 
- Em livros auxiliares, sem modificação da escrituração mercantil; ou 
- No caso da elaboração das demonstrações para fins tributários, na escrituração mercantil, desde 
que sejam efetuados em seguida lançamentos contábeis adicionais que assegurem a preparação e 
a divulgação de demonstrações financeiras com observância do disposto no artigo 177 (caput) da 
Lei 6404/76, devendo ser essas demonstrações auditadas por auditor independente registrado na 
CVM. 
 
3. Demonstração do Valor Adicionado 
Esta demonstração não era exigida no texto da Lei 6404/76, agora é obrigatória. A DVA indicará 
no mínimo o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que 
contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, 
governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. 
 
4. Companhias de Grande Porte que não é S/A 
A companhia de grande porte que não é S/A deve seguir a Lei 11638 sobre: 
- A escrituração, 
- Elaboração das demonstrações financeiras, 
- Obrigatoriedade de auditoria independente por auditor registrado na CVM. 
(Fica a seu critério a publicação deste demonstrativo). 
O que é uma sociedade de grande porte? 
Uma sociedade ou conjunto de sociedade (com controle comum) que tiver no exercício social 
anterior: 
- Ativo total superior a R$ 240.000.000,00, 
- Receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00. 
 
Desde o início de janeiro de 2008 a contabilidade e a auditoria brasileira entraram em uma nova 
fase de desenvolvimento que aponta para a convergência das normas brasileiras com as 
internacionais, fato que muitos especialistas e profissionais da área consideram como sendo o 
mais importante desde a criação da Lei das Sociedades Anônimas, a Lei 6404 de 15 de dezembro 
de 1976. 
 
Outro ponto importante diz respeito ao reconhecimento do trabalho do Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis como órgão competente para emissão de normas contábeis já em 
alinhamento às normas internacionais. 
 
IFRS 
INTERNATIONAL FINANCIAL REPORTING STANDARDS - IFRS (Relatório padrão 
internacional de contabilidade financeira). 
As normas Internacionais de Contabilidade (International Accounting Standards – IAS) 
atualmente conhecida como normas IFRS, são um conjunto de pronunciamentos referentes a 
contabilidade internacional, publicados e revisados pelo IASB (International Accounting 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 22 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
Standards Board). As IFRS foram adotadas pelos países da União Européia a partir de 
31/12/2005, com o objetivo de harmonizar as demonstrações financeiras consolidadas pelas 
empresas européias de capital aberto, atingindo aproximadamente 7000 companhias. 
Os pilares do IFRS são: A Comparabilidade e Transparência 
 
A SEC dos Estados Unidos declarou que para as empresas estrangeiras, as demonstrações 
contábeis pelos IFRS poderão ser utilizadas na captação de recursos, sem necessidades de 
reconciliação com o USGAAP (Princípios Contábeis Geralmente Aceitos nos USA). 
O Brasil passou a adotar oficialmente os IFRS quando a Comissão de Valores Mobiliários 
Brasileira emitiu a Instrução CVM 457/07 de 13/07/2007, exigindo que as empresas de capital 
aberto, apresentem oficialmente até 2010 suas Demonstrações Contábeis Consolidadas com base 
nas normas IFRS. 
 
Ao colocar o Brasil oficialmente na trilha da harmonização das normas contábeis no mundo, a 
nova lei traz diversas mudanças que vão facilitar a vida dos investidores, acadêmicos, jornalistas 
e quem mais precise decifrar os números das empresas abertas. (Valor Econômico) 
 
PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC) 
 
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi idealizado a partir da união de esforços e 
comunhão de objetivos das seguintes entidades: 
 
- ABRASCA (Associação Brasileira das Companhias Abertas); 
- APIMEC NACIONAL (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado 
de Capitais); 
- BOVESPA; BM&FBOVESPA S.A.(Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros); 
- CFC (Conselho Federal de Contabilidade); 
- FIPECAFI (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) 
- IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil) 
Em função das necessidades de: 
- convergência internacional das normas contábeis (redução de custo de elaboração de relatórios 
contábeis, redução de riscos e custo nas análises e decisões, redução de custo de capital); 
- centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil, diversas entidades o fazem); 
- representação e processo democráticos na produção dessas informações (produtores da 
informação contábil, auditor, usuário, intermediário, academia, governo). 
 
CRIAÇÃO E OBJETIVO 
Criado pela Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC tem como objetivo "o estudo, o preparo e a 
emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de 
informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora 
brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre 
em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais". 
 
 
 
 
Disciplina: ContabilidadeProf. Marcelo Demicheli 23 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS 
- Totalmente autônomo das entidades representadas, deliberando por 2/3 de seus membros; 
- O Conselho Federal de Contabilidade fornece a estrutura necessária; 
- As seis entidades compõem o CPC, mas outras poderão vir a ser convidadas futuramente; 
- Os membros do CPC, dois por entidade, na maioria, Contadores, não auferem remuneração. 
Além dos 12 membros atuais, serão sempre convidados a participar representantes dos seguintes 
órgãos: - Banco Central do Brasil; - Comissão de Valores Mobiliários (CVM); - Secretaria da 
Receita Federal; - Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). 
Produtos do CPC: Pronunciamentos Técnicos; Orientações; e Interpretações. 
Os Pronunciamentos Técnicos serão obrigatoriamente submetidos a audiências públicas. As 
Orientações e Interpretações poderão, também, sofrer esse processo. 
Pronunciamentos Técnicos (Fonte: www.cpc.org.br) 
 
Dentre as Características Contábeis tratadas nos Pronunciamentos, salienta-se a da Primazia da 
Essência Sobre a Forma. A obediência a esse princípio ou característica é fundamental para a 
qualidade das informações contábeis e a melhor representação econômica possível da posição 
financeira e do desempenho de qualquer entidade. 
 
2.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
Lei nº11.638 de 28/12/07 (antes 6.404 de 15/12/76) Sobre Demonstrações Contábeis – 
Apresentação e Divulgações. 
 
Anualmente, na data de encerramento do exercício social, as empresas preparam (para efeitos 
legais e para apresentação aos usuários interessados) um conjunto de demonstrações chamado de 
demonstrações financeiras ou contábeis. 
 
As demonstrações contábeis de publicação obrigatória são as seguintes: 
 
Componentes das Demonstrações Contábeis 
Um conjunto completo de demonstrações contábeis inclui os seguintes componentes: 
a. Balanço Patrimonial; 
b. Demonstração do Resultado; 
c. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido *; 
d. Demonstração dos Fluxos de Caixa* (substituição a DOAR, Demonstração das Origens e 
Aplicações de Recursos); 
e. Demonstração do Valor Adicionado*, 
f. Notas explicativas, incluindo a descrição das práticas contábeis. 
 
*Condicionada ao tipo de sociedade e faturamento (Sociedade Anônima de capital aberto ou 
Ltda. de grande porte) 
 
Muitas entidades apresentam, além das demonstrações contábeis, informações adicionais, como 
balanço social, relatórios sobre custos e outros fatores relacionados a questões ambientais, 
particularmente em setores de indústria em que esses fatores são materiais no processo de tomada 
de decisão econômica pelos usuários das demonstrações contábeis. Esses relatórios e 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 24 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
demonstrações adicionais não estão abrangidos pelas normas que regulam a emissão de um 
conjunto completo de demonstrações contábeis. Assim, quando divulgadas, serão efetuadas 
como informação complementar às demonstrações contábeis, não se confundindo com os 
quadros desta ou com as notas explicativas. 
 
• Relatório da Administração 
• Parecer da auditoria 
 
Assim como os balancetes de verificação, estas demonstrações financeiras se baseiam nos 
registros contábeis das empresas. Representam um conjunto de demonstrações destinado a 
apresentar a posição econômico-financeira da empresa em determinada data. 
 
Embora as informações contidas nessas demonstrações sejam fundamentais para a análise da 
situação da empresa naquela data, isoladamente, sem informações adicionais que possam servir 
de comparação, torna-se difícil para qualquer analista ou interessado estabelecer uma tendência 
da empresa, bem como, verificar se, em relação a uma data anterior, a posição econômico-
financeira da melhorou ou piorou. Dessa forma, para uma melhor apresentação, as 
demonstrações financeiras normalmente devem indicar as cifras correspondentes às mesmas 
demonstrações do exercício ou período contábil anterior, ou seja, as demonstrações contábeis 
devem ser comparativas. 
 
2.2.1 BALANÇO PATRIMONIAL 
É uma das principais demonstrações contábeis financeiras, através dele podemos acompanhar os 
acontecimentos econômicos. 
 
Tem o objetivo de demonstrar de forma padronizada e ordenada, a posição dos bens e direitos 
(ativo), obrigações (passivo) e patrimônio líquido de uma entidade, num determinado momento. 
 
“O balanço patrimonial representa uma “fotografia” da empresa em determinada data, 
expressa em valores monetários.” Nelson Gouveia. 
 
Classificação das Contas no Balanço Patrimonial 
 
Conforme o art. 178 da Lei 6404/76 (Lei das S.A), “as contas serão classificadas segundo os 
elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e análise 
da situação financeira da companhia”. 
 
Com objetivo de permitir aos analistas de balanço uma adequada análise e interpretação da 
situação patrimonial e financeira de uma empresa, a referida Lei, através dos seus artigos 178 e 
179 definiram que a ordem das contas do ativo deve obedecer a um critério decrescente de 
liquidez e que as contas do passivo seguirão ordem decrescente de exigibilidade. 
 
Portanto, no ativo serão apresentadas em primeiro lugar as contas mais rapidamente conversíveis 
em dinheiro: Caixa, Bancos, Duplicatas a Receber, Estoques etc. E no passivo, serão 
classificadas primeiramente as contas com exigibilidade mais imediata: Fornecedores, 
Empréstimos Bancários, Impostos a Pagar, Salários a Pagar etc. 
 
 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 25 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
CIA EXEMPLO - 31.12.X2 
 
ATIVO 31.12.X2 31.12.X1 PASSIVO 31.12.X2 31.12.X1 
 
CIRCULANTE 300.000 250.000 CIRCULANTE 230.000 220.000 
CAIXA 10.000 20.000 FORNECEDORES 80.000 75.000 
BANCO C /MOVTO. 15.000 30.000 FINANCIAMENTOS 75.000 50.000 
APLICAÇÃO FINANCEIRA 80.000 70.000 CONTAS A PAGAR 20.000 18.000 
CLIENTES 120.000 110.000 SALÁRIOS A PAGAR 3.000 2.000 
 (-) DUPL. DESCONTADA (10.000) (30.000) IMPOSTOS A PAGAR 25.000 40.000 
ESTOQUE 50.000 40.000 PROV. 13° SALÁRIO e FÉRIAS 2.000 5.000 
IMPOSTOS A RECUPERAR 20.000 5.000 DIVIDENDOS A PAGAR 15.000 25.000 
DESPESAS ANTECIPADAS 15.000 5.000 ADIANTAMENTO DE CLIENTES 10.000 5.000 
NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE 
REALIZÁVEL À LONGO PRAZO 70.000 80.000 EXIGÍVEL À LONGO PRAZO (X) 90.000 140.000 
EMPRÉSTIMO A ACIONISTAS 20.000 30.000 FINANCIAMENTOS 50.000 100.000 
EMPRÉSTIMO A CONTROLADAS 50.000 50.000 EMPRÉSTIMOS DE COLIGADAS 40.000 40.000 
 
PERMANENTE 350.000 290.000 RESULTADO DE EXERC.FUTURO 20.000 0 
 RECEITA ANTECIPADA 20.000 - 
INVESTIMENTO 120.000 90.000 
PARTICIPAÇÃO EM COLIGADAS e 
CONTROLADAS 
 70.000 60.000 
INVESTIMENTO EM AÇÕES 50.000 30.000 
 
IMOBILIZADO 190.000 170.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 380.000 260.000 
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 90.000 60.000 CAPITAL SOCIAL 280.000 205.000 
MÓVEIS E UTENSÍLIOS 25.000 25.000 RESERVA LEGAL 7.000 4.000 
VEÍCULOS 45.000 30.000 RESERVA DE LUCROS 93.000 51.000 
IMÓVEIS 40.000 40.000 PREJ. ACUMULADOS 
COMPUTADORES 20.000 20.000 
TERRENOS - 5.000 
 (-) DEPRECIAÇÃO ACUMULADA (30.000) (10.000) 
 
DIFERIDO 40.000 30.000GASTOS PRÉ-OPERACIONAIS 50.000 35.000 
 (-) AMORTIZAÇÃO ACUMULADA (10.000) (5.000) 
 
TOTAL DO ATIVO 720.000 620.000 TOTAL DO PASSIVO 720.000 620.000 
 
A rubrica que se encontrar riscada, tem objetivo de destacar as alterações da Contabilidade com a 
sua nova normatização (lei 11.638/07). 
 
 
 
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2.2.2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO - DR 
 
Segunda demonstração financeira exigida pela legislação brasileira, a primeira é o balanço 
patrimonial. Ela indica o resultado (lucro ou prejuízo) do exercício/período apurado. 
Tem o objetivo de demonstrar de forma ordenada e padronizada, as receitas realizadas e as 
despesas incorridas durante o exercício, que resultam em lucro ou prejuízo líquido do exercício. 
 
Dentre muitas finalidades do Demonstrativo de Resultado pode-se citar como as mais 
importantes: 
• Os acionistas e quotistas são informados sobre os resultados das operações. 
• Os bancos podem apurar, através dele, a rentabilidade das empresas para atender aos 
financiamentos solicitados pelas mesmas. 
• Interessa aos investidores de ações e debêntures. 
• Aos próprios administradores para medirem suas eficiências e, quando necessário, alterarem a 
política dos negócios da empresa, como por exemplo: alteração de preços, aumento da 
produção, expansão da propaganda etc. 
 
2.2.3 DEMONSTRAÇÃO DE MUTAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO - DMPL 
 
Fornece a movimentação ocorrida durante o exercício nas diversas contas do Patrimônio 
Líquido, faz clara indicação do fluxo de uma conta para outra e indica a origem e o valor de cada 
acréscimo ou diminuição no Exercício. É extremamente importante para empresas que tenham 
seu Patrimônio Líquido formado por diversas contas e mantenham com elas inúmeras transações. 
Algumas informações relevantes podem ser vistas nessa demonstração, como por exemplo: 
 Montante de dividendos distribuídos no ano; 
 Forma de aumento do capital social. 
 
2.2.4 A DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA 
 
A Demonstração do Fluxo de Caixa tem como objetivo principal disponibilizar aos seus 
usuários: 
. Capacidade de geração de caixa; Demanda de caixa; Fontes de ingressos de caixa; Restrições ao 
caixa e equivalentes de caixa. 
 
Método Direto: Demonstra as entradas e saídas brutas de recursos dos principais componentes 
das atividades operacionais, como os recebimentos pelas vendas de produtos e serviços e os 
pagamentos a fornecedores e empregados. 
 
Método Indireto: Faz a conciliação entre o lucro líquido, e o total de recursos oriundos das 
atividades operacionais, destacando os itens econômicos (depreciações, amortizações, etc.) e as 
variações nas contas patrimoniais operacionais (contas a receber, estoques, fornecedores, etc.). 
Nas demonstrações os fluxos são classificados em três categorias, segundo a sua natureza e por 
Atividades: Operacionais, de Investimentos e de Financiamentos. 
 
A Demonstração de Origem e Aplicações de Recursos (mais conhecida como Doar) tem por 
objetivo apresentar de forma ordenada e sumariada as origens e aplicações de recursos. 
Entretanto, ela não é mais obrigatória, sendo muito pouco utilizada pelas empresas. As origens 
são representadas pelos aumentos no Capital Circulante Líquido. As Aplicações de recursos são 
representadas pelas diminuições. Esta demonstração explica a variação do CCL - Capital 
Circulante Líquido ou Capital de Giro Líquido, ocorrida de um período para outro (geralmente 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 27 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
um ano). Ajuda-nos a compreender como e porque a posição financeira mudou de um exercício 
para outro. 
 
2.3 RELATÓRIOS DA DIRETORIA 
Também chamado de Relatório da Administração, representa um necessário e importante 
complemento às demonstrações financeiras publicadas por uma empresa, em termos de 
permitir o fornecimento de dados e informações adicionais que sejam úteis aos usuários no seu 
julgamento e processo de tomada de decisões. 
 
2.4 PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES 
“Avaliação” feita por entidade externa e competente com intuito de garantir aos usuários da 
contabilidade: segurança, transparência e confiabilidade nas informações contábeis. 
 
O Parecer dos Auditores Independentes, também faz parte do conjunto de documentos 
publicados junto com as demonstrações financeiras, é o documento mediante o qual o auditor 
expressa sua opinião, de forma clara e objetiva, sobre as demonstrações financeiras da empresa. 
 
O parecer classifica-se segundo a natureza da opinião que contém. Existem quatro tipos de 
parecer: 
 
Parecer sem ressalva: indica que o auditor está convencido de que as demonstrações contábeis 
foram elaboradas de acordo com as normas de contabilidade em todos os aspectos relevantes. 
 
Modelo: 
Senhores Administradores da Cia Exemplo 
 
Examinamos as demonstrações financeiras da Cia Exemplo levantado em 31 de dezembro de 
20X2, elaboradas sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de 
expressar uma opinião sobre estas demonstrações. 
 
Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria e compreenderam: (a) 
o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e o 
sistema contábil e de controles internos da entidade; (b) a constatação, com base em testes, das 
evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgadas; (c) a 
avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela 
administração da entidade, bem como, da apresentação das demonstrações contábeis tomadas 
em conjunto. 
 
Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas representam adequadamente, em 
todos os aspectos relevantes a posição patrimonial e financeira da Cia Exemplo em 31 de 
Dezembro de 20X2, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as 
origens e aplicações de recursos referentes ao exercício findo naquela data, de acordo com os 
Princípios Fundamentais de Contabilidade e da legislação societária brasileira. 
 
Local e data 
Assinatura 
Nome do Auditor - responsável técnico 
Contador / n.º de registro no CRC 
 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 28 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
Parecer com ressalva: é emitido quando o auditor conclui que o efeito de qualquer discordância 
ou restrição na extensão de um trabalho não é de tal magnitude que requeira adverso ou 
abstenção de opinião. O parecer com ressalva deve obedecer ao modelo do parecer sem ressalva, 
com a utilização das expressões “exceto por”, “exceto quanto” ou “com exceção de”, referindo-
se aos efeitos do assunto objeto da ressalva. 
 
Parecer adverso: o auditor emite a opinião de que as demonstrações contábeis não representam, 
adequadamente, a posição patrimonial e financeira e/ou o resultado das operações e/ou as 
mutações do patrimônio líquido e/ou as origens e aplicações dos recursos da entidade, nas datas e 
períodos indicados, de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade. 
 
Parecer com abstenção de opinião: é aquele em que o auditor deixa de emitir opinião sobre as 
demonstrações contábeis por não ter obtido comprovação suficiente para fundamentá-la. 
 
2.5 NOTAS EXPLICATIVAS 
 
Notas de rodapé;informações adicionais; informações importantes e relevantes que 
complementam ou explicam as demonstrações financeiras. 
 
Notas explicativas - contêm informações adicionais àquelas apresentadas no balanço patrimonial 
e nas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa (ou 
das origens e aplicações de recursos). As notas devem fornecer, além das políticas e práticas 
contábeis, descrições de fatos ou eventos e detalhes de rubricas apresentadas nas demonstrações 
acima ou informações sobre valores que não são passíveis de inclusão naquelas demonstrações. 
 
As notas explicativas são informações complementares às demonstrações financeiras, 
representando parte integrante das mesmas. As notas podem ser usadas para descrever práticas 
contábeis utilizadas pela entidade, para explicações adicionais e composição de determinadas 
contas ou operações específicas. E ainda, para que os analistas e demais usuários das 
demonstrações financeiras possam melhor avaliar a situação da empresa e os seus resultados, 
bem como, comparar os índices de rentabilidade setorial, é muito importante que se destaque 
qual é o objeto social da empresa, qual é sua atividade. 
 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 29 
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UNIDADE 03 - ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO E 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
 
3.1 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO 
 
O patrimônio líquido de uma companhia é alterado através dos recursos investidos pelos 
acionistas e através dos resultados apurados em cada período, decorrentes de suas atividades. 
 
O resultado representa a diferença entre as receitas e as despesas, custos e impostos. A sociedade 
tem lucro quando as receitas são superiores às despesas; caso contrário, a empresa incorre em 
prejuízo. 
 
O patrimônio e o resultado da sociedade são apurados através da metodologia das partidas 
dobradas (cada lançamento tem a sua contra partida equivalente), cujas vantagens são: 
 Proporciona um completo registro de cada transação; 
 Propicia a comprovação aritmética dos registros, mostrando que o total dos lançamentos 
dos débitos é igual ao total dos lançamentos dos créditos, e como conseqüência, o total de 
todos os saldos devedores será igual ao total dos saldos credores; 
 os saldos das contas de receitas e despesas podem ser agrupados em uma conta de 
resultado, que demonstra o lucro ou prejuízo no período. 
 
As receitas são apuradas principalmente em função da venda de bens, mercadorias ou serviços 
(independente do seu recebimento ou não), bem como por rendimentos provenientes da aplicação 
de recursos em títulos de governo ou particulares. Geralmente, o ingresso de receitas ocasiona 
aumento dos ativos da sociedade. As contas de receita são de natureza credora e são geralmente 
reconhecidas na contabilidade quando ocorre a transferência do bem/produto. 
 
As despesas / custos, em linhas gerais, representam a utilização de bens e serviços. 
Normalmente as despesas estão associadas ao aumento de contas de passivo ou à redução de 
contas de ativo. As contas de despesas são de natureza devedora. 
 
 
CONCEITOS DE CONTAS DE RESULTADO 
 
Receita 
Considera-se como receita de uma empresa as operações relacionadas à venda de bens e 
produtos, prestação de serviços e ainda o resultado positivo de aplicações financeiras, exemplo: 
Receita de Vendas Receita Financeira 
Receita de Serviços Prestados Receita de aluguel 
 
Despesa 
É o bem ou serviço consumido na obtenção de receitas. As despesas estão relacionadas com a 
administração e a comercialização. 
Salários e Encargos Juros sobre empréstimo 
Aluguel de salas Comissões de Vendedores 
Gastos com material de limpeza Gastos com propaganda 
 
 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 30 
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Custo 
São a expressão, monetariamente quantificada, da utilização de recursos para adquirir ou 
processar um determinado bem, seguindo a sua cadeia de agregação de valores no âmbito de uma 
organização. 
São, portanto, todos os gastos desembolsáveis ou não, utilizados diretamente na cadeia produtiva 
da empresa, exemplo de custos numa indústria: 
 Salários e encargos dos funcionários da linha de produção. 
 Matéria prima. 
 Depreciação de todos os bens utilizados diretamente na produção. 
 Água, energia elétrica e outros utilizados diretamente na produção. 
 
Resultado 
É a diferença entre as receitas e os custos e despesas em um determinado período, quando as 
receitas são maiores que os custos/despesas chamamos de lucro, quando os custos/despesas são 
maiores que as receitas chamamos de prejuízo. 
Exemplo: 
Receitas 1.000 Receitas 1.000 
Custos/despesas (600) Custos/despesas (1.200) 
Lucro 400 Prejuízo (200) 
 
A apuração do resultado das operações é efetuada normalmente ao final de cada mês, mediante o 
encerramento das contas de receitas e de despesas, em contrapartida com a conta de “Resultado 
do Período”, cujo saldo é em seguida transferido para a conta de Lucros Acumulados. 
A conta de Lucros Acumulados representa a parcela do patrimônio líquido oriunda de resultados 
positivos incorridos pela companhia, ou seja, é o excesso de todos os lucros apurados, desde o 
início da sociedade, sobre as distribuições de dividendos e as transferências para outras contas do 
patrimônio líquido. Os dividendos significam pagamentos de lucros aos proprietários da 
empresa. 
 
 
O objetivo principal da demonstração do resultado do exercício é relatar o lucro ou prejuízo 
apurado pela empresa em determinado exercício social. A cada exercício será apurado o 
resultado do período – lucro ou prejuízo, conforme disposição da Lei das Sociedades por Ações. 
Em cada final de período, assim, todas as despesas e receitas são “transferidas / refletidas” da 
Demonstração do Resultado do Exercício, para o Patrimônio Líquido. 
 
 
 
 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 31 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
As contas de resultado são representadas na DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO 
EXERCÍCIO – DRE, que tem a seguinte estrutura: 
 
Modelo de Demonstração de Resultado do Exercício 
 
(+) Receita Bruta de Vendas e Serviços 
(-) Impostos sobre Vendas 
(-) Devoluções de Vendas 
(-) Descontos Concedidos 
= Receita Líquida 
(-) Custo dos Produtos e Serviços Vendidos (CPSV) 
= Lucro Bruto 
 
Despesas/Receitas Operacionais 
(-) Despesas com Vendas 
(-) Despesas Gerais e Administrativas 
(+-) Outras Receitas / Despesas Operacionais 
(+-) Resultado de Equivalência Patrimonial 
= Resultado Operacional Antes dos Efeitos Financeiros 
(-) Despesas Financeiras 
(+) Receitas Financeiras 
(+-) Resultado Não Operacional 
= Lucro Antes do Imp. Renda / Contr. Social e Participações. 
(-) 
(-) 
Imposto de Renda e Contribuição Social 
Participações e Contribuições 
= Lucro (prejuízo) Líquido do Exercício 
 “Modelo Simplificado”: Demonstração de Resultado do Exercício 
Receita Bruta de Vendas e Serviços 
(-) Impostos sobre Vendas 
= RECEITA LÍQUIDA 
(-) C.P.S.V. 
= LUCRO BRUTO 
Desp. / Rec. Operacionais 
Desp. com Vendas 
Desp. Gerais Adm 
Outras Rec./Desp. Operacionais 
= Resultado Operacional Antes dos Efeitos Financeiros 
Receitas Financeiras 
Despesas Financeiras 
Resultado Não Operacional 
= Lucro Antes do Imp. de Renda e CS 
IR/CS= Lucro (prejuízo) Líquido 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 32 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – DRE 
CIA EXEMPLO - 31.12. X2 
 31.12. X2 31.12. X1 
 
RECEITA BRUTA DE VENDAS 250.000 350.000 
DEDUÇÕES DE RECEITAS: 
 Impostos Sobre a Receita (45.000) (60.000) 
 Devolução de Vendas (5.000) (10.000) 
 
RECEITA LÍQUIDA 200.000 280.000 
 
CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS - CPV (90.000) (115.000) 
 
LUCRO BRUTO 110.000 165.000 
 
DESPESAS/RECEITAS OPERACIONAIS: (35.000) (55.000) 
DESPESAS COM VENDAS (20.000) (25.000) 
DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS (30.000) (40.000) 
DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS (2.000) (7.000) 
OUTRAS DESP. E RECEITAS OPERACIONAIS. 7.000 12.000 
RESULTADO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 10.000 5.000 
LUCRO OPERACIONAL ANTES EFEITOS FIN. 75.000 110.000 
 
RESULTADO NÃO OPERACIONAL 8.000 10.000 
 
LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA 83.000 120.000 
 
 
 
IMPOSTO DE RENDA e CONTR. SOCIAL. (23.000) (40.000) 
 
 
 
 
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 60.000 80.000 
Síntese das Contas da DRE 
 
Receita Bruta Valor total das vendas e ou serviços 
 
Deduções da receita bruta Impostos sobre a receita: ICMS-ISS-PIS-COFINS 
Descontos concedidos na N. Fiscal e Vendas devolvidas. 
Receita Líquida de Vendas É o saldo das vendas após suas deduções, importante 
para comparação regional e setorial. 
CMV - Custo das Mercadorias 
Vendidas 
CPV - Custo dos Produtos 
Vendidos 
CSP - Custo dos Serviços 
Prestados 
CMV - custo de aquisição das mercadorias vendidas em se 
tratando de comércio. CPV - custo da produção em se 
tratando de indústria. CSP - custo do serviço prestado em se 
tratando de serviços. No caso da indústria e prestação de 
serviço teremos, inclusive, a depreciação dos bens utilizados 
no processo produtivo. 
Lucro Bruto de Vendas Serve para se medir o grau de alavancagem das vendas. 
Despesas e Receitas 
Operacionais 
Despesas incorridas no processo de geração de receitas, e 
outras receitas de pequena expressão inerentes ao negócio, se 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 33 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
dividem em: 
Despesas Comerciais (com 
vendas) 
Comissões, pessoal departamento de vendas, propaganda, 
provisão para devedores duvidosos, aluguéis, depreciações 
etc. 
Despesas 
Gerais e Administrativas 
Pessoal administrativo, comunicações, serviços gerais, mat. 
escritório, aluguéis, depreciações etc. 
 
Receitas e (despesas) financeiras Juros, variações monetárias e variações cambiais, tanto os 
recebidos como os pagos, deve ser lançado pelo líquido. 
(Deve ser divulgado após o Resultado Operacional) 
 
Outras Receitas / despesas 
operacionais 
Receita na venda de sucata, receita de aluguel, despesa com 
multas e outros. 
 
Equivalência Patrimonial (pode 
ser lançado como outras 
receitas/despesas operacionais) 
Receitas e despesas decorrentes do resultado de 
investimentos em outras empresas, que tenha participação. 
 
Resultado Operacional 
Serve para medir a rentabilidade do negócio principal da 
empresa, alguns excluem para esta análise as despesas e 
receitas financeiras, como também, o resultado da 
equivalência patrimonial. 
Resultado não Operacional Receita de venda e/ou baixa de bens e direitos do Ativo 
Permanente (investimento, imobilizado e diferido). 
 
Lucro Antes do Imposto de 
Renda 
Lucro que será ajustado no LALUR para cálculo do 
imposto de renda e contribuição social. 
 
Imposto de Renda e 
Contribuição Social 
Despesas com imposto de renda e contribuição social. 
 
Lucro Líquido do Exercício 
Valor líquido que será transferido para a Conta 
Lucros/Prejuízos acumulados no Balanço Patrimonial, 
serve para apurar a rentabilidade da empresa. 
 
 
 
A rubrica que se encontrar riscada, tem objetivo de destacar as alterações da 
Contabilidade com a sua nova normatização (lei 11.638/07). 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 34 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
 
3.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE 
(Fonte: ttp://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/demonstracaoresultadoabrangente.htm) 
 
O Financial Accounting Standards Board (FASB) estabeleceu, em junho de 1997, os padrões de 
relatório e divulgação dos resultados abrangentes e seus componentes como um dos itens que 
integram o conjunto de demonstrações financeiras. O conceito de resultados abrangentes 
(comprehensive income) foi introduzido pela publicação do FASB Concepts nº 3 – Elements of 
Financial Statements of Business Enterprises. 
 
A demonstração de resultados abrangentes é uma importante ferramenta de análise gerencial, 
pois, respeitando o princípio de competência de exercícios, atualiza o capital próprio dos sócios, 
através do registro no patrimônio líquido (e não no resultado) das receitas e despesas incorridas, 
porém de realização financeira “incerta”, uma vez que decorrem de investimentos de longo 
prazo, sem data prevista de resgate ou outra forma de alienação. Na prática o resultado 
abrangente visa apresentar os ajustes efetuados no Patrimônio Líquido como se fosse um lucro da 
empresa, por exemplo, a conta ajuste da avaliação patrimonial, registra as modificações de ativos 
e passivos a valor justo, que pelo princípio da competência não entram na DRE, no entanto, no 
lucro abrangente estas variações serão computadas, a fim de apresentar o lucro o mais próximo 
da realidade econômica da empresa. 
 
O CPC 26, aprovado pelo Conselho Federal de Contabilidade estabelece que o lucro abrangente 
seja calculado a partir do lucro líquido apurado na DRE, assim a demonstração do resultado 
abrangente deve, no mínimo, incluir o resultado líquido do período, além de cada item dos outros 
resultados abrangentes classificados conforme sua natureza e a parcela dos outros resultados 
abrangentes de empresas investidas reconhecida por meio do método de equivalência 
patrimonial. São exemplos de itens que comporão a DRA: as variações na reserva de reavaliação 
quando esta permitida em lei; ganhos e perdas atuariais em planos de pensão; ganhos e perdas 
derivados de conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior; ajustes de 
avaliação patrimonial relativo aos ganhos; perdas na mensuração de ativos financeiros para 
venda, e; ajustes de avaliação patrimonial relativo à efetiva parcela de ganhos ou perdas de 
instrumentos de hedge. 
 
 
 
 
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3.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
Na estrutura patrimonial, a diferença entre o valor dos ativos e o dos passivos representa o 
Patrimônio Liquido, que é o valor contábil pertencente aos proprietários, acionistas e sócios. De 
acordo com a Lei no 6.404/76, com o texto modificado pela Lei no 11.941/09, o Patrimônio 
Líquido é dividido em: 
 
a) Capital Social – representa valores recebidos dos sócios e também aqueles gerados pela 
empresa que foram formalmente incorporados ao Capital (lucros a que os sócios renunciaram e 
incorporaram como capital); 
b) Reservas de Capital – representam valores recebidos que não transitaram e não transitarão 
pelo resultado; 
c) Ajustesde Avaliação Patrimonial – representam as contrapartidas de aumentos ou diminuições 
de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência de sua avaliação a valor 
justo, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de 
competência; algumas poderão não transitar pelo resultado, sendo transferidas diretamente para 
lucros ou prejuízos acumulados; 
d) Reservas de Lucros – representam lucros obtidos e reconhecidos pela empresa, retidos com 
finalidade específica; 
e) Ações em Tesouraria – representam as ações da companhia que são adquiridas pela própria 
sociedade; 
f) Prejuízos Acumulados – representam resultados negativos gerados pela empresa à espera de 
absorção futura; no caso de sociedades que não por ações, podem ser Lucros ou Prejuízos 
Acumulados, pois pode também abranger lucros à espera de destinação futura. 
 
O Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis dispõe 
que, após a identificação do Patrimônio Líquido da entidade, deve ser apresentada de forma 
destacada a participação dos “não Controladores”, ou minoritários, no Patrimônio Líquido. 
 
Ações 
A ação é a menor parcela em que se divide o capital social da companhia. As ações podem ser 
ordinárias, ou preferenciais, ou de fruição, de acordo com a natureza dos direitos ou vantagens 
conferidos a seus titulares. A Lei no 6.404/76, em seu art. 176, estabelece que informações sobre 
o número, espécies e classes das ações do capital social devem ser evidenciadas em notas 
explicativas para melhor compreensão sobre capital. 
 
Capital social 
O investimento efetuado na companhia pelos acionistas é representado pelo Capital Social. Este 
abrange não só as parcelas entregues pelos acionistas como também os valores obtidos pela 
sociedade, e que, por decisões dos proprietários, foram incorporados ao Capital Social, 
representando uma espécie de investimento derivado da renúncia a sua distribuição na forma de 
dinheiro ou de outros bens. É como se os acionistas recebessem essas reservas e as reinvestissem 
na sociedade. Essa renúncia pode ser temporária, já que existe a possibilidade da devolução do 
capital aos acionistas. 
 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 36 
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Reservas de capital 
As Reservas de Capital são constituídas de valores recebidos pela companhia e que não transitam 
pelo Resultado. Constam como tais reservas o ágio na emissão de ações, a alienação de partes 
beneficiárias e de bônus de subscrição. 
 
Ajustes de avaliação patrimonial 
A conta Ajustes de Avaliação Patrimonial foi introduzida na contabilidade brasileira pela Lei no 
11.638/07 para receber as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a 
elementos do ativo e do passivo, em decorrência de sua avaliação a valor justo, enquanto não 
computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência. São registradas 
nessa conta, por exemplo, as variações de preço de mercado dos instrumentos financeiros, 
quando destinados à venda futura, e as diferenças no valor de ativos e passivos avaliados a preço 
de mercado nas reorganizações societárias, podendo o seu saldo ser credor ou devedor. Cabe 
salientar que a conta “Ajustes de Avaliação Patrimonial” não corresponde a uma conta de 
reserva, uma vez que seus valores ainda não transitaram pelo resultado. Sendo assim, ela não 
deverá ser considerada quando do calculo do limite referente à proporção das reservas de lucros 
em relação ao capital. 
 
Reservas de lucros 
Reservas de lucros são as constituídas pela apropriação de lucros da companhia, como previsto 
pelo § 4o do art. 182 da Lei no 6.404/76. Conforme § 6o do art. 202 dessa Lei, adicionado pela 
Lei no 10.303/01, caso ainda existam lucros remanescentes, após a segregação para pagamentos 
dos dividendos obrigatórios e após a destinação para as diversas reservas de lucros, estes devem 
ser também distribuídos como dividendos. Esse novo parágrafo acaba por determinar que as 
companhias sempre dêem destinação total para os lucros auferidos. Na verdade, no caso das 
sociedades por ações, elas devem, em princípio, distribuir todos os lucros obtidos; só não podem 
ser distribuídos os determinados pela lei (reserva legal), os autorizados pela lei (reserva de 
contingências e reserva de lucros a realizar), os determinados pelo estatuto social (reserva 
estatutária) e aqueles que a assembléia dos acionistas concordar em não distribuir após 
justificativa fundamentada pela administração (reserva de lucros para expansão – para novos 
investimentos, por exemplo). 
 
Reserva legal 
Essa reserva, basicamente instituída para dar proteção ao credor, é tratada no art. 193 da Lei no 
6.404/76 e deverá ser constituída com a destinação de 5% do lucro líquido do exercício. Será 
constituída obrigatoriamente, pela companhia, até que seu valor atinja 20% do capital social 
realizado, quando então deixará de ser acrescida; ou poderá, a critério da companhia, deixar de 
receber créditos, quando o saldo desta reserva, somado ao montante das Reservas de Capital, 
atingir 30% do capital social. 
 
A utilização da reserva legal está restrita à compensação de prejuízos e ao aumento do capital 
social. Essa incorporação ao capital pode ser feita a qualquer momento a critério da companhia. 
A compensação de prejuízos ocorrerá obrigatoriamente quando ainda houver saldo de prejuízos, 
após terem sido absorvidos os saldos de Lucros Acumulados e das demais Reservas de Lucros 
(parágrafo único do art. 189 da Lei no 6.404/76) 
 
Reservas estatutárias 
As reservas estatutárias são constituídas por determinação do estatuto da companhia, como 
destinação de uma parcela dos lucros do exercício. A empresa deverá criar subcontas conforme a 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 37 
PUC Minas Virtual – Curso de Administração 
 
 
 
natureza a que se refere, e com intitulação que indique sua finalidade. Para cada reserva 
estatutária, todavia, a empresa terá que, em seu estatuto: 
a) definir sua finalidade de modo preciso e completo; 
b) fixar os critérios para determinar a parcela anual do lucro líquido a ser utilizada; 
c) estabelecer seu limite máximo. 
 
A assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar parte do lucro 
líquido à formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição 
do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado. A proposta dos 
órgãos da administração deverá indicar a causa da perda prevista e justificar, com as razões de 
prudência que a recomendem, a constituição da reserva. “A reserva será revertida no exercício 
em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a 
perda.’’ É também cabível essa reserva quando há expectativas de paralisações temporárias 
grandes e extraordinárias devido a substituições anormais de equipamentos, perspectivas 
anômalas de escassez de matérias-primas etc. 
 
Reservas de lucros a realizar 
Essa reserva é constituída por meio da destinação de uma parcela dos lucros do exercício, sendo, 
todavia, optativa sua constituição. O objetivo de constituí-la é não distribuir dividendos 
obrigatórios sobre a parcela de lucros ainda não realizada financeiramente (apesar de contábil e 
economicamente realizada) pela companhia, quando tais dividendos excederem a parcela 
financeiramente realizada do lucro líquido do exercício. Como a Contabilidadeconsidera, para a 
apuração do lucro, não somente os fatos financeiros, mas também os econômicos, dificilmente 
todo o lucro apurado da companhia resulta em um aumento correspondente em seu ativo 
circulante. 
 
Obs. O registro de Reservas depende muito da estratégia de Gestão da Entidade e não são 
necessariamente todas registradas. 
 
3.4 A DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL) 
 
Entre os grupos existentes no Balanço Patrimonial, devemos ressaltar a importância do 
Patrimônio Líquido das entidades, sem redução de valor aos demais. É no Patrimônio Líquido 
que identificamos o “Capital Próprio”, ou seja, o valor da empresa pertencente aos sócios, 
quotistas, acionistas e proprietários. Para informar toda alteração (mutação) ocorrida nesse grupo 
existe a Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido – DMPL. 
 
A DMPL Fornece a movimentação ocorrida durante o exercício nas diversas contas do 
Patrimônio Líquido, faz clara indicação do fluxo de uma conta para outra e indica a origem e o 
valor de cada acréscimo ou diminuição no Exercício. É extremamente importante para empresas 
que tenham seu Patrimônio Líquido formado por diversas contas e mantenham com elas 
inúmeras transações. 
 
Algumas informações relevantes podem ser vistas nessa demonstração, como por exemplo: 
▪ Montante de dividendos distribuídos no ano 
▪ Forma de aumento do capital social 
▪ Distribuição dos lucros 
▪ Constituição de Reservas 
 
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A norma brasileira de contabilidade NBC-T-3.5: da Demonstração das Mutações do Patrimônio 
Líquido aborda aspectos específicos desta demonstração. 
 
O subitem 3.5.1 apresenta seu conceito: 
"3.5.1.1 _ A demonstração das mutações do patrimônio líquido é a demonstração contábil 
destinada a evidenciar, num determinado período, a movimentação das contas que integram o 
patrimônio da Entidade." 
 
O subitem 3.5.2 trata do conteúdo e estrutura desta demonstração: 
3.5.2.1 _ A demonstração das mutações do patrimônio líquido discriminará: 
a) os saldos no início do período; 
b) os ajustes de exercícios anteriores; 
c) as reversões e transferências de reservas e lucros; 
d) os aumentos de capital discriminando sua natureza; 
e) a redução de capital; 
f) as destinações do lucro líquido do período; 
g) o resultado líquido do período; 
h) as compensações de prejuízos; 
i) os lucros distribuídos; 
j) os saldos no final do período. 
 
A demonstração das mutações do patrimônio líquido, cuja elaboração e publicação era facultada 
pela Lei nº 6.404/76 (artigo 186, § 2º), passou a ser obrigatoriamente elaborada e publicada pelas 
companhias abertas, por força da Instrução CVM nº 59, de 22.12.86 e Lei 11.638/07. 
 
Dividendos 
Pela atual legislação societária, as companhias devem, na data do balanço, contabilizar a 
destinação do lucro líquido proposta pela Administração, inclusive a provisão para Dividendos 
Propostos, que figurará no Passivo Circulante. Os dividendos significam pagamentos de lucros 
aos proprietários da empresa, sobre os quais a empresa pagou o imposto sobre a pessoa jurídica. 
 
Modelo: 
DMPL - DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
Saldo em ___/___ Capital Reserva Resultado Reserva TOTAL 
Discriminação Social Legal Investim. Exercício Lucros 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saldo em: 
 
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Vejamos a Mutação do Pat. Líquido da Cia Amigos, levando-se em consideração que no 
ano de 20X2 ocorreu o seguinte: 
1. Lucro do Exercício no valor de $ 60.000 
2. Constituição da Reserva Legal de 5% do Lucro Líquido do exercício 
3. Aumento de Capital Social em dinheiro no valor de $ 75.000 
4. Distribuição de Dividendos de 25% do Lucro Líquido 
 
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
CIA AMIGOS - 31.12.X2 
 
 
 Capital 
Social 
 Reserva 
Legal 
Reserva de 
Lucros 
Total do 
Pat.Liq. 
Saldo inicial - 31.12.X1 205.000 4.000 51.000 260.000 
Resultado do Exercício 1 60.000 60.000 
Constituição da Res. Legal 2 3.000 (3.000) - 
Capitalização em dinheiro 3 75.000 75.000 
Distribuição de Dividendos 4 (15.000) (15.000) 
SALDO EM 31.12.X2 280.000 7.000 93.000 380.000 
 
A Demonstração 
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) não tem sua publicação 
obrigatória pela Lei 6.404/76, no entanto, com a publicação da Resolução n.º1.185/09, do CFC, 
ela passou a fazer parte do conjunto de demonstrações de divulgação obrigatória. Este 
demonstrativo é de grande importância, pois nos mostra toda a movimentação ocorrida no 
Patrimônio Líquido num dado período, além da formação de todas as reservas. A DMPL 
substitui a Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA), já que as informações 
apresentadas na DLPA fazem parte da DMPL. 
 
O CPC 26 trata das diversas demonstrações contábeis obrigatórias no Brasil, encontramos no 
“item 106” deste pronunciamento alguns comentários sobre a DMPL: 
 
A demonstração das mutações do patrimônio líquido inclui as seguintes informações: 
a) O resultado abrangente do período, apresentando separadamente o montante total atribuível 
aos proprietários da entidade controladora e o montante correspondente à participação de não 
controladores; 
A Demonstração do Resultado Abrangente não pode ser apresentada exclusivamente na DMPL. 
 
b) Para cada componente do patrimônio líquido, os efeitos da aplicação retrospectiva ou da 
reapresentação retrospectiva, reconhecidos de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 23 – 
Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro; 
 
 
Disciplina: Contabilidade Prof. Marcelo Demicheli 40 
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c) Para cada componente do patrimônio líquido, a conciliação do saldo no início e no final do 
período, demonstrando-se separadamente as mutações decorrentes: 
i) do resultado líquido; 
ii) de cada item dos outros resultados abrangentes; e 
iii) de transações com os proprietários realizadas na condição de proprietário, demonstrando 
separadamente suas integralizações e as distribuições realizadas, bem como modificações nas 
participações em controladas que não implicaram perda do controle.” 
 
O item “a” supracitado aborda dois aspectos introduzidos pelo CPC 26, quais sejam: a 
divulgação do resultado abrangente e a divulgação da participação dos “não controladores” no 
Patrimônio Líquido das controladas. O resultado abrangente poderá ser evidenciado na DMPL 
utilizando-se uma coluna, ou através da apresentação da Demonstração do Resultado Abrangente 
do Exercício (DRAE) dentro da DMPL. Já a participação dos “não controladores” no Patrimônio 
Líquido das controladas deverá ser evidenciada através da inserção de uma outra coluna na 
DMPL. 
 
O item “b” é assim detalhado no referido Pronunciamento: “O item 106 (b) requer a divulgação 
na demonstração das mutações do patrimônio líquido do ajuste total para cada componente do 
patrimônio líquido resultante de alterações nas políticas contábeis e, separadamente, de correções 
de erros. Esses ajustes devem ser divulgados para cada período anterior e no início do período 
atual.”Deverá ainda ser apresentado na DMPL ou em Notas Explicativas, “o montante de dividendos 
reconhecidos como distribuição aos proprietários durante o período e o respectivo montante por 
ação”. 
 
A DMPL requer a divulgação do ajuste total para cada componente do patrimônio líquido 
resultante de alterações nas políticas contábeis e, separadamente, de correções de erros. 
 
O CPC 26 estabelece também que deve ser divulgado no Balanço Patrimonial, na Demonstração 
das Mutações do Patrimônio Líquido ou nas Notas Explicativas: 
a) para cada classe de ações do capital: 
i) a quantidade de ações autorizadas; 
ii) a quantidade de ações subscritas e inteiramente integralizadas, e subscritas mas não 
integralizadas; 
iii) o valor nominal por ação, ou informar que as ações não têm valor nominal; 
iv) a conciliação da quantidade de ações em circulação no início e no fim do período; 
v) os direitos, preferências e restrições associados a essa classe de ações incluindo restrições na 
distribuição de dividendos e no reembolso de capital; 
vi) ações ou quotas da entidade mantidas pela própria entidade (ações ou quotas em tesouraria) 
ou por controladas ou coligadas; e 
vii) ações reservadas para emissão em função de opções e contratos para a venda de ações, 
incluindo os prazos e respectivos montantes;e 
 
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b) uma descrição da natureza e da finalidade de cada reserva dentro do patrimônio líquido 
 
Como qualquer conta contábil, as contas patrimoniais podem sofrer diversas alterações no curso 
das atividades normais da entidade. Podemos ver abaixo alguns itens que afetam o patrimônio 
total: 
.Acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo líquido dos exercícios; 
.Redução por dividendos; 
.Redução por pagamento a crédito de juros sobre o capital próprio; 
.Acréscimo por reavaliação de ativos, nos casos em que a lei permitir; 
.Acréscimo por doações ou subvenções para investimentos recebidos, desde que transitarem pelo 
resultado; 
.Acréscimo por subscrição e integralização de capital; 
.Acréscimo pelo recebimento de valor que exceda o valor nominal das ações integralizadas ou o 
preço de emissão das ações sem valor nominal; 
.Acréscimo por prêmio recebido na emissão de debêntures após transitar pelo resultado; 
.Acréscimo ou redução por ajustes de exercícios anteriores; 
.Redução por gastos na emissão de ações; 
.Ajuste de avaliação patrimonial; 
.Ganhos ou perdas acumulados na conversão. 
 
Por outro lado, há alguns itens que não farão o patrimônio líquido registrado variar, nem para 
mais nem para menos. Podemos considerar estes itens como uma mera transferência de valores 
entre contas pertencentes ao PL: Aumento de capital com utilização de lucros e reservas; 
.Apropriações do lucro líquido do exercício, por meio da conta de Lucros Acumulados, para a 
formação de reservas, como a Reserva Legal, Reserva de Lucros a Realizar, Reserva para 
Contingências etc.; 
.Reversões de reservas patrimoniais para a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados; 
.Compensação de prejuízos com reservas. 
 
O Dividendo por Ação 
Adicionalmente, o § 2o do art. 186 da Lei das Sociedades por Ações estabelece que “a 
demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por 
ação do capital social’’. Assim, deve ser divulgado o quanto está sendo destinado para 
pagamento por ação e, se existir diferença de dividendos por espécie e/ou classe de ações, deve 
ser especificado o valor atribuído a cada uma delas. 
 
Essa informação pode ser dada na própria linha que indica o valor dos Dividendos. Tal 
informação poderia, alternativamente, ser fornecida por meio de Nota Explicativa, quando forem 
muitas as classes de ações com valores diferentes de dividendos. 
 
A divulgação do Dividendo por Ação é informação de grande utilidade, particularmente para 
empresas de capital aberto. De fato, um investidor, ao ver o valor total dos dividendos propostos, 
 
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pode não saber quanto realmente lhe caberá, já que podem existir várias classes e espécies de 
ações dessa empresa, além de poderem existir ações em tesouraria e ações sem valor nominal. 
Assim, tomando conhecimento do valor do dividendo que cabe para cada ação, o investidor 
saberá de imediato o valor total do dividendo que receberá, se aprovado pela Assembléia Geral. 
Alguns estudos apontam o Dividendo por Ação como um dos fatores que mais influencia o valor 
da ação no mercado. A base simplista para calcular o valor do Dividendo por Ação é a divisão do 
valor total dos dividendos contabilizados no ano pelo número de ações em circulação de que é 
formado o capital social. 
 
Caso a apresentação analítica da demonstração das mutações do Patrimônio Líquido que 
contemple todas as subcontas existentes na companhia fique mui to extensa para fins de 
publicação, poderão ser utilizados recursos alternativos de apresentação, como notas explicativas 
e quadros auxiliares. 
 
Os conceitos abordados neste capítulo relativos à “demonstração das mutações do patrimônio 
líquido” também são aplicáveis às entidades de pequeno e médio porte. 
 
 
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UNIDADE 04 - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA GESTÃO 
 
4.1 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - DVA 
A democratização da informação através da Demonstração do Valor Adicionado - DVA 
Marcelo Demicheli 
Resumo do Artigo publicado no jornal o Tempo. 
 
O Valor Adicionado, denominação como é conhecida a Demonstração do Valor 
Adicionado (DVA), vem cada vez mais se tornando um valioso instrumento para a 
avaliação dos negócios, contribuindo em muito para a integração do conjunto das 
demonstrações financeiras. A DVA se constitui em um importante diferencial de 
informação, acessível a um grande número de usuários. 
 
Apesar de utilizar dados originados dos demonstrativos de resultados das empresas, o 
produto final gerado pela demonstração da DVA traz em seu escopo informações 
relevantes, permitindo uma série de análises e considerações. A substancial diferença 
entre a Demonstração do Resultado do Exercício e a DVA é que o primeiro demonstra 
apenas a riqueza final gerada pela empresa para os sócios e acionistas, o que não 
deixa de ser importante. Porém, é incompleta. Com uma visão mais abrangente, o 
Valor Adicionado vem demonstrar toda a riqueza gerada pela organização, que vinha 
diluída em outras nomenclaturas na demonstração do resultado do exercício. Alocada 
assim de uma maneira social, na DVA identificam-se não só a “riqueza total gerada”, 
bem como sua distribuição entre todos aqueles que diretamente e indiretamente 
compartilham com a “entidade”: o trabalho, o governo, terceiros e o capital, 
compondo um conjunto distinto de informações destinadas a apresentar para a 
comunidade e a sociedade em geral as contribuições dos resultados gerados pelo 
empreendimento. A DVA, sem dúvida, é um moderno instrumento para a 
democratização das informações contábeis. 
 
Contribuindo de forma mais relevante, estão as empresas, que captam recursos do 
exterior, obtendo o ingresso de divisas através de suas exportações e as distribuem da 
forma mais equilibrada possível, remunerando em percentuais expressivos, além docapital, o trabalho e o governo, ajudando assim a manutenção e a melhoraria da 
distribuição de riqueza e equilíbrio social do país. 
 
 
Anos atrás, uma nova demonstração financeira surgiu na Europa, principalmente por influência 
da França e da Alemanha. Juntando-se ao balanço, às demonstrações de resultados dos 
lucros/prejuízos acumulados e fluxo de caixa (substituindo a de origens e aplicações de 
recursos), surgiu a demonstração do valor adicionado. 
 
Exemplo: 
Imagine que uma família de agricultores tenha guardado sementes do ano anterior e que, no novo 
ano, as tenha plantado sem adicionar qualquer fertilizante e sem comprar qualquer outro insumo, 
aplicando tão-somente sua mão-de-obra e usando a natureza. Digamos que venda toda sua 
produção, mas que a família tenha uma ótima idéia do Princípio da Entidade e que saiba atribuir 
valor à sua própria mão-de-obra empregada; mas terá de pagar Imposto de Renda. Admitimos, 
então, que ela chegue à seguinte situação: 
 
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 DRE - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO 
Vendas 3.000 
Mão-de-obra (1.200) 
Lucro Antes do IR. 1.800 
Imposto de Renda (360) 
Lucro Líquido 1.440 
 
Se aceitarmos que o valor da mão-de-obra está corretamente mensurado em termos de valor de 
mercado, teremos nesta demonstração que o efetivo lucro está devidamente calculado. Mas o que 
tem a ver esse lucro com o conceito de valor adicionado? Qual foi a riqueza criada por essa 
família? 
 
Podemos ver que o valor criado de riqueza não é lucro líquido. A riqueza total gerada pela 
família, neste exemplo muito simples, foi igual a todo o valor da venda. Toda a riqueza criada foi 
vendida, e ela é de R$ 3.000 e teve a seguinte distribuição. 
 
Riqueza que remunerou a mão-de-obra + 1.200 
Riqueza que remunerou o capital + 1.440 
Riqueza entregue ao Estado (Imposto) + 360 
Riqueza total produzida = valor adicionado = 3.000 
 
Neste exemplo, fica claro qual a riqueza nova criada e qual sua a distribuição/remuneração: 
Trabalho, Capital e Estado. Admitimos agora que, no ano seguinte, a família que analisamos 
compre insumos e contrate empregados. 
 
 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO - ANO 2 
Vendas 9.000 
Sementes e fertilizantes (1.800) 
Mão-de-obra 
 “CLT” 2.600 
 “Família” 1.300 (3.900) 
 
Lucro Antes do I.Renda 3.300 
Imposto de Renda (660) 
Lucro Líquido 2.640 
 
Riqueza gerada = 7.200 (9.000 - 1.800) que usou para remunerar: 
 - o trabalho empregado 3.900 
 - o capital empregado 2.640 
 - o governo 660 
Total: 7.200 
 
Parece ficar bem clara a diferença entre os objetivos das Demonstrações do Resultado e do Valor 
Adicionado: a primeira procura verificar, no final, qual parte da riqueza criada é da empresa na 
forma de lucro líquido; a outra procura evidenciar o total de riqueza criada pela empresa e toda 
sua distribuição. 
 
 
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A soma dos valores agregados nada mais é do que a soma das riquezas criadas. A soma dos 
valores agregados de um país é seu Produto Interno Bruto, o famoso PIB. 
Deve ser entendido que, no fundo, a demonstração do valor adicionado nada mais é do que 
uma readaptação dos próprios itens da Demonstração do Resultado. 
 
Obs.: Qualquer município, antes de dar incentivo para alguma empresa nele se instalar, poderia 
querer analisar o projeto sob esse ângulo e acompanhá-lo posteriormente. 
 
OS PRINCIPAIS COMPONENTES DE DEMONSTRAÇÃO 
 
De forma geral, calcula-se o valor adicionado pela diferença entre as vendas brutas e o total dos 
insumos adquiridos de terceiros (custo das mercadorias vendidas, matéria-prima e outros 
materiais consumidos, serviços adquiridos de outras empresas etc.). 
 
Na distribuição do valor agregado deve ser evidenciado o valor destinado a toda a mão-de-obra 
(separadamente dos encargos que vão ao governo na forma dos encargos sociais – INSS), ao 
governo (todos os impostos, não só o de renda); aos capitais de terceiros na forma de juros; ao 
capital próprio (lucro líquido e acionista). 
 
Alguns consideram que o INSS deveria ficar como parte da mão-de-obra, e não como governo, 
porém os encargos previdenciários devem ser classificados na rubrica Governo, de acordo com o 
Ofício-circular CVM/SNC/SEP nº 01/2004. Algumas discussões se fazem com relação às 
amortizações do ativo permanente (depreciações, amortizações propriamente ditas e exaustões). 
Muitos autores e vários países consideram essas amortizações como valor adicionado retido. 
Assim, uma forma simples de ter a demonstração de valor adicionado poderia ser: 
 
 
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO 
 
Cálculo do Valor Adicionado 
Vendas Brutas 24.600 
Menos: 
 Matéria-Prima consumida (14.800) 
 Serviços Adquiridos de Terceiros (400) 
 Valor Adicionado Bruto 9.400 
 (-) Retenção (depreciações / amortizações) (100) 
 Valor Adicionado a distribuir 9.300 
 
O objetivo deste Pronunciamento Técnico é estabelecer critérios para elaboração e apresentação da 
Demonstração do Valor Adicionado (DVA), a qual representa um dos elementos componentes do 
Balanço Social e tem por finalidade evidenciar a riqueza criada pela entidade e sua distribuição, durante 
determinado período. Sua elaboração deve levar em conta o Pronunciamento Conceitual Básico do CPC 
intitulado Estrutura Conceitual Básica para a elaboração e apresentação das Demonstrações Contábeis. 
Seus dados, em sua grande maioria, são obtidos principalmente a partir da Demonstração do Resultado. 
 
 
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Alcance e Apresentação 
A entidade deve elaborar a DVA e apresentá-la como parte integrante das suas demonstrações contábeis 
divulgadas ao final de cada exercício social. 
A elaboração da DVA consolidada deve basear-se nas demonstrações consolidadas e evidenciar a 
participação dos sócios não controladores, conforme o modelo anexo. 
A DVA deve proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis informações relativas à riqueza 
criada pela entidade em determinado período e a forma como tais riquezas foram distribuídas. 
A distribuição da riqueza criada deve ser detalhada, minimamente, da seguinte forma: 
a) Pessoal e encargos; 
b) Impostos, taxas e contribuições; 
c) Juros e aluguéis; 
d) Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos; 
e) Lucros retidos/prejuízos do exercício. 
As entidades mercantis (comerciais e industriais) e prestadoras de serviços devem utilizar o Modelo I, 
aplicável às empresas em geral, enquanto que para atividades específicas, tais como atividades de 
intermediação financeira (instituições financeiras bancárias) e de seguros, devem ser utilizados os 
modelos específicos (II e III). 
Exemplo prático: 
Com base nessas informações de receitas, custos e despesas, elabore a Demonstração do Valor 
Adicionado. Pagamentos e Recebimentos causam efeitos no Caixa, mas não na DRE nem na DVA. 
Vendas: 250.000 a 
Consumo de materiais adquiridos de terceiros: (50.000) b 
Receitas financeiras: 20.000 c 
Despesas de aluguel: (5.000) j 
Receitas de aluguel: 2.500 d 
Pagamento de salários: (60.000) 
Despesa financeira:(12.500) l 
Impostos pagos: (5.000) 
Juros sobre capital próprio: (25.000) i 
Despesa de depreciação: (12.500) e 
Dividendos pagos: 5.000 
Despesa de seguros: (10.000) f 
Serviço de terceiros alocados no custo: (30.000) g 
Provisão para créditos de liquidação duvidosa: (7.500) h 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 – RECEITAS 242.500 
 1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços 250.000 a 
1.2) Provisão para devedores duvidosos – Reversão/(Constituição) (7.500) 
h 
1.3) Não operacionais 
 
2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS 
 
(90.000) 
 2.1) Matérias-primas consumidas (50.000) b 
2.2) Custos das mercadorias e serviços vendidos (30.000) 
 
2.3) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros (10.000) 
f 
2.4) Perda / Recuperação de valores ativos 
 3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2) 152.500 
 
4 – RETENÇÕES 
 
(12.500) 
 4.1) Depreciação, amortização e exaustão (12.500) e 
5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4) 140.000 
 
6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 22.500 
 6.1) Resultado de equivalência patrimonial 
 6.2) Receitas financeiras 20.000 c 
6.3) Outras Receitas 2.500 d 
7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) 162.500 
 8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 162.500 
 8.1) Pessoal e encargos 
 8.2) Impostos, taxas e contribuições 
 8.3) Juros e aluguéis 17.500 j+l 
8.4) Juros sobre capital próprio e dividendos 25.000 i 
8.5) Lucros retidos / prejuízo do exercício 120.000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4.2 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA - DFC 
 
Este demonstrativo indica a origem de todo dinheiro que entrou no Caixa, bem como, a 
aplicação de todo o dinheiro que saiu em determinado período, apurando dessa forma o 
Resultado do Fluxo Financeiro da empresa. 
 
Por isso, é um valioso instrumento de gestão para a Área Financeira que poderá elaborar um 
planejamento eficiente, com o objetivo de manter a saúde financeira da empresa em bom estado, 
mantendo sempre o equilíbrio no confronto das entradas com as saídas, verificando a necessidade 
de captar recursos (financiamentos) ou analisando a melhor forma de aplicar o superávit. 
 
Um fator muito importante para manter o bom equilíbrio financeiro da empresa é a relação do 
prazo médio de recebimento de clientes e o prazo médio de pagamento a fornecedores, ou seja, o 
ideal é que o prazo médio de recebimentos seja inferior ao prazo médio de pagamentos. 
 
Vale ressaltar, que as contas de provisão para perda em investimento, depreciação, amortização e 
equivalência patrimonial não afetam o Fluxo de Caixa, embora reflitam no resultado. Esta é uma 
das razões que muitas vezes a empresa está apresentando prejuízo, mas, encontra-se em boa 
situação financeira. 
 
Entende-se como Caixa, não só o valor que está propriamente dito no Caixa, como também, o 
valor que está depositado em conta-corrente no Banco, a maioria das empresas incluem também 
as Aplicações Financeiras por se tratar de um recurso que “normalmente” está à disposição (em 
caso de resgate antes do prazo de vencimento a empresa perderá os rendimentos). Em nossos 
estudos da Demonstração do Fluxo de Caixa, vamos, portanto, considerar os saldos das contas: 
Caixa, Banco c/Movimento e Aplicação Financeira. 
 
Neste estudo vamos dar uma abordagem diferente daquela que simplesmente apresenta que o 
Saldo Final é igual ao Saldo Inicial + Entradas - Saídas. Vamos abordar o Fluxo de Caixa 
Indireto também conhecido como Cash-Flow. 
 
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), ao contrário da DOAR, passou a ser um relatório 
obrigatório pela contabilidade para todas as sociedades de capital aberto ou com patrimônio 
líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). Esta obrigatoriedade vigora desde 
01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007, e desta forma torna-se mais um importante relatório 
para a tomada de decisões gerenciais. 
 
De forma condensada, esta demonstração indica a origem de todo o dinheiro que entrou no caixa 
em determinado período e, ainda, o Resultado do Fluxo Financeiro. Assim como a Demonstração 
de Resultados de Exercícios, a DFC é uma demonstração dinâmica e também está contida no 
balanço patrimonial. 
 
A Demonstração do Fluxo de Caixa irá indicar quais foram às saídas e entradas de dinheiro no 
caixa durante o período e o resultado desse fluxo. 
 
 
 
 
 
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As Principais Transações que Afetam o Caixa 
 
a) Transações que Aumentam o Caixa (Disponível) 
- Integralização do Capital pelos proprietários em dinheiro; 
- Empréstimos bancários e financiamentos oriundos das instituições financeiras; 
- Vendas de Ativos Permanentes; 
- Outras entradas (juros recebidos, indenizações de seguros, etc.). 
 
b) Transações que Diminuem o Caixa (Disponível) 
- Pagamento de dividendos aos acionistas; 
- Pagamento de juros, correção monetária de dívidas; 
- Aquisição de itens do Ativo Permanente; 
- Compra à vista e pagamento de fornecedores; 
- Pagamentos de despesas (custo), contas a pagar e outros. 
 
Transações que não Afetam o Caixa 
Dentre as transações realizadas pela empresa, algumas não afetam o caixa, isto é, não há encaixe 
e nem desencaixe de dinheiro, como por exemplo: - Depreciação, amortização e exaustão; - 
Provisão para devedores duvidosos; - Correção monetária de balanço; - Acréscimo ou 
diminuições de investimentos avaliados pelo método de equivalência patrimonial, sem significar 
que houve vendas ou novas aquisições. 
 
Método Indireto 
O Método Indireto é aquele em que os recursos provenientes das atividades operacionais são 
demonstrados a partir do lucro líquido, ajustado pelos itens considerados na contas de resultado, 
porém sem afetar o caixa da empresa. O Método Indireto é feito com base nos ajustes do lucro 
líquido do exercício que se encontra na Demonstração de Resultado. 
 
O Relatório de Fluxo de Caixa 
O relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em três grandes áreas: 
I - Atividades Operacionais; 
II - Atividades de Investimento; 
III - Atividades de Financiamento. 
 
As Atividades Operacionais são explicadas pelas receitas e gastos decorrentes da 
industrialização, comercialização ou prestação de serviços da empresa. Estas atividades têm 
ligação com o capital circulante líquido da empresa. 
 
As Atividades de Investimentos são os gastos efetuados no Ativo não Circulante. 
 
As Atividades de Financiamento são os recursos obtidos do Exigível em Longo Prazo e do 
Patrimônio Líquido. Devem ser incluídos aqui os empréstimos e financiamentos de curto prazo. 
As saídas correspondem à amortização destas dívidas e os valores pagos aos acionistas a título de 
dividendos, distribuição de lucros. 
 
 
 
 
 
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A seguir um modelo simplificado de DFC, baseado no modelo FAS 95, ou seja, fazendo uma 
segregação dos tipos de atividades:1. Das Atividades Operacionais 
(+) Recebimentos de Clientes e outros 
(-) Pagamentos a Fornecedores 
(-) Pagamentos a Funcionários 
(-) Recolhimentos ao Governo 
(-) Pagamentos a Credores Diversos 
 
2. Das Atividades de Investimentos 
(+) Recebimento de Venda de Imobilizado 
(-) Aquisição de Ativo Permanente 
(+) Recebimento de Dividendos 
 
3. Das Atividades de Financiamentos 
(+) Novos Empréstimos 
(-) Amortização de Empréstimos 
(+) Emissão de Debêntures 
(+) Integralização de Capital 
(-) Pagamento de Dividendos 
 
Aumento/Diminuição nas Disponibilidades 
Quando há um aumento nos ativos circulantes (estoques, contas a receber), o raciocínio é que foi 
usado dinheiro do caixa, para comprar estoques ou conceder crédito a clientes. De maneira 
inversa, se os estoques ou clientes diminuírem é porque a empresa está tendo receita ou 
recebimento de clientes. Os aumentos do Ativo Circulante usam caixa, as diminuições 
produzem caixa. Os aumentos do Passivo Circulante têm o efeito oposto sobre o caixa. Quando 
os fornecedores concedem créditos, o caixa é liberado para outras atividades. Quando a empresa 
diminui a conta de fornecedores, é que ela está usando caixa para solver compromissos. 
 
Conclusão 
A demonstração é uma ferramenta que permite ao administrador financeiro melhorar o 
planejamento financeiro da empresa, conseguindo, com isso, que o Caixa fique livre de excessos 
e que a empresa conheça antecipadamente as suas necessidades de dinheiro. Dessa maneira, a 
demonstração deverá sempre ser comparada com o efetivo desempenho de Caixa da empresa 
para poder alcançar toda a sua utilidade nas previsões orçamentárias e de investimentos, 
assim como ser aperfeiçoada para tornar-se cada vez mais objetiva e próxima da 
realidade. 
 
4.3 EBITDA - LUCRO ANTES DOS JUROS, IMPOSTOS, DEPRECIAÇÃO E 
AMORTIZAÇÃO 
 
Earning Before Interest Taxes Depreciation and Amortization (Lucro antes dos juros, impostos, 
depreciação e amortização). EBITDA é o lucro genuinamente derivado dos ativos operacionais 
antes de computadas, a depreciação e a amortização. É como se introduzíssemos, agora, a 
seguinte linha na Demonstração do Resultado: 
 
 
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• Dessa forma, pode-se dizer que: a diferença entre o lucro operacional (genuíno, 
tecnicamente falando, não o legalmente utilizado no Brasil) mais a exclusão dos efeitos 
do valor das depreciações e amortizações é o EBITDA. 
• Qual o pontecial que os ativos da empresa foram capazes de gerar (caixa) no período. 
• USANDO O EBITDA PARA SE AVALIAR A EMPRESA 
• A alavancagem produzida pela dívida. 
 
INSTRUÇÃO CVM Nº 527, DE 04 DE OUTUBRO DE 2012. 
Com fundamento no inciso I, do parágrafo único do art. 22 da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 
1976, 
 
Esta Instrução rege a divulgação voluntária pelas companhias abertas de informações 
denominadas LAJIDA (EBITDA) – Lucro Antes dos Juros, Impostos sobre Renda incluindo 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, 
 
Art. 2º O cálculo do LAJIDA e do LAJIR deve ter como base os números apresentados nas 
demonstrações contábeis de propósito gerais previstas no Pronunciamento Técnico CPC 26 – 
Apresentação das Demonstrações Contábeis 
 
I – LAJIDA - resultado líquido do período, acrescido dos tributos sobre o lucro, das despesas 
financeiras líquidas das receitas financeiras e das depreciações, amortizações e exaustões; 
 
Art. 4º A companhia pode optar por divulgar os valores do LAJIDA e do LAJIR excluindo os 
resultados líquidos vinculados às operações descontinuadas, como especificadas no 
Pronunciamento Técnico CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação 
Descontinuada, e ajustado por outros itens que contribuam para a informação sobre o potencial 
de geração bruta de caixa. 
 
Art. 5º A divulgação prevista no art. 4º desta Instrução deve ser sempre identificada pelo termo 
“ajustado”. 
 
 
 
 
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4.4 SISTEMA DE GESTÃO EMPRESARIAL – ERP 
 
ERP– Um “sistema de informação”, um software, que tem a função de integrar diversos 
processos de uma organização, com a finalidade de controlar toda a gestão da entidade, 
produzindo e utilizando informações em tempo real. Ajudando na tomada de decisões. 
 
A concorrência e a competitividade no mundo empresarial globalizado estão cada vez mais 
acirradas, já que a procura de novos mercados é contínua. Qualquer diferencial, seja estratégico 
ou tecnológico, é de muita importância e pode ser decisivo para que a organização encontre uma 
posição melhor diante da concorrência. Entre alguns diferenciais possíveis, um software 
empresarial que administra, gerencia, controla e fornece diversas informações é uma alternativa 
interessante, na tentativa de superar a concorrência. Trata-se de um sistema integrado de gestão, 
cuja característica principal é a flexibilidade, atendendo a quaisquer tipos de negócios e 
empresas. Este software, Enterprise Resource Planning - ERP, tem conquistado cada vez mais 
admiradores e adeptos no mundo empresarial, todos com o objetivo comum de obter melhores 
resultados, embora não se possa afirmar que tal ferramenta irá resolver, por si só, todos os 
problemas da empresa e trazer inúmeros benefícios; sua contribuição efetiva dependerá da 
abrangência de sua utilização na gestão dos negócios e da preparação de seus usuários, ou seja, as 
pessoas que vão alimentar dados e obter informações. 
 
Na segunda metade da década de 1990, com a evolução dos sistemas de informação, os 
chamados ERP (Enterprise Resource Planning), ou Sistemas de Gestão Empresarial (também 
conhecidos como Sistemas Integrados de Gestão), passaram a ser bastante utilizados nas 
empresas brasileiras. Tais sistemas promovem a integração das diversas áreas da organização, 
consolidando dados e gerando informações para os diversos níveis gerenciais. 
 
Os sistemas ERP surgiram a partir da evolução dos sistemas de Planejamento dos Recursos de 
Manufatura (Manufacturing Resources Planning) - MRPII, quando passaram a englobar outros 
aspectos da organização, além daqueles inerentes ao processo produtivo. O destino final das 
informações, cujo fluxo abrange todos os processos contemplados, partindo das vendas, 
passando por produção, compras, logística, custos, etc., é justamente a área financeira das 
organizações, mais precisamente, o setor contábil. 
 
Gestão contábil 
Muito se tem falado sobre a evolução da humanidade. Em todos os setores, tem-se assistido a um 
constante desenvolvimento. A cada dia, novas tecnologias surgem e substituem outras que se 
acreditava serem insuperáveis. As organizações não ficam à margem desse processo. A 
velocidade com que se ocorrem às mudanças, sejam no campo tecnológico, humano ou 
financeiro, obriga as empresas a se adaptarem muito rapidamente aos novos processos. Obriga-as 
também a implementar sistemas e controles cada vez mais sofisticados e confiáveis, mediante a 
adoção de softwares integrados e de medidas administrativas que viabilizem a satisfatória 
execução de suas atividades. Diversos estudos têm evidenciado que a importância da 
contabilidade aumenta paralelamente ao desenvolvimento econômico da sociedade. 
 
A contabilidade é, portanto, o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões, 
coletando todos os dados financeiros, mensurando-os monetariamente, registrando-ose 
sumariando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para a 
tomada de decisões. 
 
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Conceito de um Sistema de Gestão Integrada 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Curso Básico de Contabilidade. São Paulo, Atlas, 1995. 
 
ATLAS, Manuais de Legislação. Lei das S.A. São Paulo: Atlas, 1991. 
 
Equipe de Professores da FEA da USP. Contabilidade Introdutória. 9 Ed. S.Paulo: Atlas. 1998. 
 
FIPECAFI. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. 5 ed. S.Paulo: Atlas, 2000. 
 
FIPECAFI. Manual de Contabilidade Societária: Aplicável a todas as Sociedades de acordo 
com as Normas Internacionais e do CPC. 1 ed. S.Paulo: Atlas, 2010. 
 
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