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3. Conselho tutelar e Conselho de direitos

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Por Bruna Daronch
ATUALIZADO EM 08/07/2018[1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ]
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
	1. POLÍTICA DE TRATAMENTO DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES
Para que se compreenda o que estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei 8.069/90 - acerca da Política de Atendimento à Criança e ao Adolescente de maneira a realmente garantir a plena efetivação dos direitos infanto-juvenis, englobando a necessária implicação dos aspectos - participação popular, descentralização e trabalho em rede de serviços, é necessário entender que a política de atendimento exige a intervenção de diversos órgãos e autoridades, que possuem atribuições específicas e diferenciadas a desempenhar, mas têm igual responsabilidade na identificação e construção de soluções dos problemas existentes, tanto no plano individual quanto coletivo do atendimento ao segmento infanto- adolescente.
Assim, indica-se a existência de um “sentido” de corresponsabilidade entre todos os atores que compõem essa política, o que, por sua vez, exige uma mudança de mentalidade e de conduta por parte de cada um dos integrantes do chamado “Sistema de Garantias dos Direitos Infanto-Juvenis”, aos quais não mais se permite continuar a pensar e agir como institucional e culturalmente estabelecia o revogado “Código de Menores” de 1927, como, infelizmente, continua ocorrendo em boa parte dos municípios brasileiros.
#ATENÇÃO: No paradigma anterior (direito do menor), situava-se a Política Nacional do Bem-Estar do Menor, que emanava da órbita federal e se submetia amplamente ao arbítrio do Poder Judiciário através dos Juizados de Menores.
Essa política de atendimento se baseia em importantes pilares que não SE pode esquecer:
1) Participação popular: uma das diretrizes da política de atendimento é a criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais. Além disso, um dos órgãos mais importantes da política de atendimento é o conselho tutelar, o qual é formado por pessoas da comunidade que se candidatam e são eleitas para exercer a função.
2) Descentralização/ municipalização do atendimento:: O Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente deve estar próximo daqueles que protege. Por isso, a ideia é que haja a descentralização dos serviços, pra que, em seu próprio município, o infante possa ter seus direitos protegidos.
3) Trabalho em rede: para que haja a efetiva proteção da criança e do adolescente, os órgãos do Sistema de Garantias deve atuar de forma articulada (em rede).
4) Princípio da intervenção precoce: a participação popular, a descentralização e o trabalho em rede têm como grande objetivo possibilitar a intervenção precoce do Sistema de Direitos da Criança e do Adolescente quando um infante está em situação de vulnerabilidade ou de risco social. O objetivo é se evitar que uma criança e/ ou adolescente tenha os seus direitos violados.
E como essa política de atendimento é aplicada?
O ECA, a partir do seu art. 86, diz como a política de atendimento será feita, quais são suas diretrizes, suas linhas de ação, quais são e como devem funcionar as entidades que a executam e como é controlado o trabalho desenvolvido por tais entidades.
A política de atendimento vincula o Poder Executivo (predominantemente), nas suas três esferas de governo (federal, estadual e municipal), a oferecer condições necessárias ao atendimento dos direitos de crianças e adolescentes que demandam uma prestação positiva do estado para se concretizar.
A lei estimula a colaboração de organizações não governamentais com o Executivo para cumprimento de tal tarefa. O Estado pode oferecer o serviço por meio das entidades não governamentais (parcerias diversas com repasse de recursos público) ou trabalhar conjuntamente ao lado delas (sem repasse direto de recursos). A responsabilidade última, todavia, é sempre do Estado. As instituições privadas, que operam sem repasse de dinheiro público, também integram a política de atendimento e, assim, estão submetidas a suas regras e princípios, devendo agir de forma articulada.
O art. 86 fala em conjunto articulado de ações da União, Estados, Distrito Federal e Municípios: Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
A articulação vertical entre os entes federados tem sido garantida em vários setores da política pública por meio do que se convencionou chamar de gestão por sistemas. O primeiro foi o Sistema Único de Saúde (SUS), cuja matriz serviu de referência ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Temos também o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). 
Na educação, ainda que não esteja formalizado em um instrumento jurídico, pode-se falar em sistema de educação, considerando as regras que distribuem atribuições a cada um dos entes federativos, definem as fontes de financiamento e a partição dos recursos. Lembre-se que esses sistemas, como forma de preservação do pacto federativo, sempre dependem da adesão do ente federado (estado ou município).
Quais são as linhas de ação da política de atendimento?
O Estatuto institui, juridicamente, o que ele denomina de “linhas de ação da política de atendimento”. Tais linhas de ação são âmbitos operativos juridicamente reconhecidos como espaços de agir humanos necessários à consecução dos fins sociais a que o Estatuto se destina.
O Estatuto divide o conjunto de ações da sociedade e do Estado em 07 (sete) grandes linhas:
I) Políticas sociais básicas - São “a linha de frente”, exigíveis com fundamento no artigo 227 da CF, no parágrafo único do artigo 4º, e nos arts. 5º e 6º do ECA. São garantidas por meio dos mecanismos previstos nos arts. 88 e 208 do ECA, ou seja, o não oferecimento ou oferta irregular dos serviços públicos ofendem o “atendimento dos direitos” previstos nessa lei;
II) serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de proteção social e de prevenção e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências;         (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) - Dentre as políticas públicas (educação, saúde, esporte, cultura, lazer, profissionalização, saneamento, urbanização) sobressai a de assistência social. A assistência social é universal (inclui a proteção da infância e da adolescência). Logo, é com essa dimensão jurídica que se deve interpretar o art. 87, II, ECA.
III) Serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão - com o ECA fica estatuído que, mesmo que haja pleno atendimento à população infanto-juvenil, através das políticas públicas, aí incluída a abrangente política pública da assistência social. Ainda assim, se nelas houver falhas, estas devem ser sanadas pela via administrativa ou pela via judicial, e bem assim responsabilizar eventuais agentes.
IV) Serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e adolescentes desaparecidos - na vigênciado direito anterior, grande foi o número constatado de crianças e adolescentes ou seus pais desaparecidos, com consequências particularmente danosas às pessoas e à organização social, sem que sistemas de correção de tais tipos de desvios às normas de proteção houvessem sido criados ao longo dos anos. Por essa razão, fica estatuído que serviços de identificação e localização devem ser criados.
V) Proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente - para que, na ordem prática da vida, se tenham mecanismos concretos de fazer valer os direitos, o ECA diz que as comunidades podem exigir, pela via administrativa ou pela via judicial que a presença de entidades de defesa dos direitos se viabilize, quando obstáculos indevidos se interpuserem à sua criação.
VI) Políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças e adolescentes;
VII) Campanhas de estímulo ao acolhimento sob a forma de guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos - as campanhas de estímulo ao acolhimento sob a forma de guarda têm o mérito de envolver as pessoas e famílias e conscientizá-las a respeito do valor da solidariedade como instrumento de transformação social, abrindo os horizontes e perspectivas positivas para crianças/adolescentes em situação de risco.
#NÃOCONFUNDIR: Fique atento à diferença entre linhas de ação e diretrizes da política de atendimento.
	Diretrizes de política de atendimento
	Linhas de ação
	As diretrizes são vetores de orientação da política, correspondendo a verbos como municipalizar, criar, manter, integrar, mobilizar.
	As linhas de ação correspondem a determinados tipos de políticas, programas ou serviços que devem ser oferecidos. No rol previsto, há duas categorias gerais: políticas sociais básicas (universais, direito de todos e dever do estado – saúde, educação), serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de proteção social e de prevenção e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências; e cinco tipos bem específicos de serviços, alguns ainda pouco implantados no País, como o de localização de pais, responsável, crianças e adolescentes desaparecidos. A proteção jurídico-social é uma modalidade de serviço cujo conteúdo não é plenamente claro até os dias de hoje.
As diretrizes da política seguem uma tripla tendência, que não pode ser esquecida, e que vêm da intepretação da Constituição Federal: municipalização, participação popular e intersetorialidade. 
O Município deve ser o ente responsável pela oferta, ainda que com apoio técnico e financeiro dos Estados e da União, da maioria dos serviços, especialmente os mais básicos voltados ao atendimento da população. Costumam estar sob responsabilidade do Estado (ente estadual) os serviços de maior complexidade e de menor demanda que as cidades de menor porte não conseguem manter e, por isso, faz-se ideal a regionalização do atendimento.
Intersetorialidade é a diretriz que reclama uma integração, em rede, de vários órgãos, de modo a garantir o suprimento simultâneo das diferentes necessidades de cada pessoa em cada situação. O ECA estabelece a diretriz da integração no atendimento inicial, preferencialmente em um mesmo local, em duas situações: a) ao adolescente, assim que lhe é atribuída a prática de ato infracional 83; b) à criança ou adolescente, assim que inserida em acolhimento institucional ou familiar. 
#ATENÇÃO: A Defensoria Pública é listada entre os órgãos que devem participar do atendimento inicial nos dois casos, além do Ministério Público e Judiciário. Deve-se atentar ao fato de que o Conselho Tutelar participa da integração operacional apenas nos casos de acolhimento.
A diretriz da participação é importantíssima. Ela depende de mobilização da opinião pública e concretiza-se, sobretudo, por meio de duas grandes instâncias: os Conselhos Tutelares e os Conselhos de Direitos. Nos Conselhos Tutelares, a participação se dá de forma direta: o cidadão se candidata individualmente para ser escolhido conselheiro. Nos Conselhos de Direitos, a participação se dá por meio de “organizações representativas” da sociedade civil organizada, ou seja, a cadeira pertence à organização.
#OLHAOGANCHO Conselho de Direitos x Conselho Tutelar
O Conselho de Direitos: a) opera nos três níveis (nacional – CONANDA, estadual e municipal); b) metade de seus membros são do governo e metade representam a sociedade civil – paritário; c) sua função é deliberar a política pública – normativa – e controlar sua execução; d) gere um fundo de recursos destinados a custear algumas iniciativas da política de atendimento – FIA; e) o exercício da função não é remunerado.
Por sua vez, o Conselho Tutelar: a) só existe no âmbito do município; b) seus membros são todos escolhidos por votação popular e não há representantes governamentais; c) sua função principal é atender casos concretos e aplicar medidas de proteção ou medidas pertinentes aos pais; d) não há fundo a ser gerido pelo Conselho Tutelar, mas sua infraestrutura é custeada pelo Município; e) o exercício da função de conselheiro é remunerado.
Você sabe o que significa “Sistema de Garantia de Direitos”? #AGRADEOEXAMINADOR
O Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente constitui-se na articulação e integração das instâncias públicas governamentais e da sociedade civil, na aplicação de instrumentos normativos e no funcionamento dos mecanismos de promoção, defesa e controle para a efetivação dos direitos humanos da criança e do adolescente, nos níveis Federal, Estadual, Distrital e Municipal.
O Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGD) é disciplinado pela Resolução nº 113/2006, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).
Em seu art. 1º, esse instrumento normativo determina que tal sistema se caracteriza pela articulação e integração das instâncias públicas governamentais e da sociedade civil, na aplicação de instrumentos normativos e no funcionamento dos mecanismos de promoção, defesa e controle para a efetivação dos direitos do segmento infanto-juvenil, nos níveis federal, estadual, distrital e municipal.
Ademais, afirma que o Sistema de Garantia de Direitos se articulará com todos os sistemas nacionais de operacionalização de políticas públicas, em especial nas áreas orçamentária, da saúde, educação, assistência social, trabalho, segurança pública, planejamento, relações exteriores e promoção da igualdade e valorização da diversidade (art. 1º, §1º, da Resolução Conanda nº. 113/2006).
Quais são os eixos estratégicos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente?
Segundo o art. 5º da Resolução Conanda nº 113/2006, são eixos estratégicos do SGD: defesa dos direitos humanos; promoção dos direitos humanos e controle da efetivação dos direitos humanos.
EIXO DEFESA: caracteriza-se pela garantia do acesso à justiça. Nele se situam: órgãos públicos judiciais (especialmente Varas da Infância e Juventude e suas equipes multiprofissionais); o Ministério Público; a Defensoria Pública; a Advocacia Pública; a Polícia Civil Judiciária, inclusive a polícia técnica; Polícia Militar; Conselhos Tutelares; ouvidorias e entidades sociais de defesa dos direitos humanos, incumbidas de prestar proteção jurídico-social.
EIXO PROMOÇÃO: operacionaliza-se através do desenvolvimento da política de atendimento da criança e do adolescente, prevista no art. 86 do ECA, que integra o âmbito maior da política de promoção e proteção dos direitos humanos. Desenvolve-se de maneira TRANSVERSAL E INTERSETORIAL, articulando todas as políticas públicas (infraestruturantes, institucionais, econômicas e sociais) e integrando suasações. O desenvolvimento dessa política implica: satisfação das necessidades básicas das crianças e adolescentes pelas políticas públicas; participação da população, através de organizações representativas, na formulação e no controle de políticas públicas; descentralização política e administrativa, cabendo a coordenação das políticas e a edição de normas gerais à esfera federal e a coordenação e execução dessas políticas e dos respectivos programas às esferas estadual, distrital e municipal, bem como às entidades sociais; controle social e institucional (interno e externo) da sua implementação e operacionalização.
EIXO CONTROLE: é operacionalizado por intermédio das instâncias públicas colegiadas próprias, nas quais se assegure a paridade da participação de órgãos governamentais e de entidades sociais, como: conselhos de direitos da criança e do adolescente; conselhos setoriais de formulação e controle de políticas públicas e os órgãos e os poderes de controle interno e externo definidos nos arts. 71, 72, 73, 74 e 75 da CF (Tribunais de Contas).
#APROFUNDACOACH #ALERTADEPRIMEIRAFASE #NÃOCAIANAPEGADINHA #CASCADEBANANA:
O art. 1º da Lei n. 12.594/2012 (Lei do Sinase) , em seus §§ 3º, 4º e 5º, traz algumas definições que auxiliam a compreensão dos termos utilizados no capítulo da Política de Atendimento: a) programa de atendimento: a organização e o funcionamento, por unidade, das condições necessárias ao cumprimento das medidas socioeducativas; b) unidade: base física necessária para a organização e o funcionamento de programa de atendimento; c) entidade de atendimento: pessoa jurídica de direito público ou privado que instala e mantém a unidade e os recursos humanos e materiais necessários ao desenvolvimento de programas de atendimento. 
#RESUMINDO:
a) Entidade: pessoa jurídica; 
b) Unidade: base física; 
c) Programa: maneira pela qual recursos físicos e humanos são organizados para atenderem a determinado objetivo e prestar determinado serviço. 
2. CONSELHOS TUTELARES
Os Conselhos Tutelares surgiram no ordenamento jurídico brasileiro com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente.
No Brasil, os Conselhos Tutelares são órgãos municipais destinados a zelar pelos direitos das crianças e adolescentes. Sua competência e organização estão previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (artigos 131 a 140).
O Conselho Tutelar é um órgão autônomo e permanente, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
É importante destacar que ele não depende de autorização para o exercício das atribuições legais que lhe foram conferidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Trata-se de órgão público autônomo, no desempenho de suas atribuições legais, não se subordina aos Poderes Executivo e Legislativo Municipais, ao Poder Judiciário ou ao Ministério Público. 
O art. 135 do ECA afirma que “O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral”.
Os Conselheiros exercem suas funções com independência, inclusive para denunciar e corrigir distorções existentes na própria administração municipal relativas ao atendimento às crianças e adolescentes.
#SELIGA #OLHAOGANCHO:
	Lei municipal ou distrital deve disciplinar o Conselho Tutelar
	Cada Município (e o DF) deve editar lei municipal (ou distrital) dispondo sobre o respectivo Conselho Tutelar. Como vimos, cada Município (e região administrativa do DF) deve possuir, no mínimo, 1 Conselho Tutelar. Nada impede, no entanto, que o Município possua mais de um Conselho, o que é absolutamente normal (e recomendável) nas cidades maiores. A lei municipal (ou distrital) não poderá contrariar as normas gerais que são estabelecidas pelo ECA. 
Quais assuntos devem ser obrigatoriamente tratados pela lei municipal (ou distrital): Local, dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar; Remuneração dos membros do Conselho Tutelar, o que inclui cobertura previdenciária, férias anuais remuneradas (acrescidas de 1/3), licença-maternidade, licença-paternidade e gratificação natalina; Regras sobre o processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, que deverão ser obrigatoriamente escolhidos pela população local (a lei municipal pode exigir dos candidatos, por exemplo, uma prova de conhecimentos sobre os direitos da criança e do adolescente). 
A lei orçamentária do Município (e do DF) deverá trazer a previsão dos recursos necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação continuada dos Conselheiros Tutelares.
2.1 Características:
São características essenciais da existência do Conselho Tutelar:
a) Estabilidade (permanência);
b) Autonomia; e
c) Não-jurisdicionalização de seus atos.
O Conselho Tutelar é permanente porque integra definitivamente o conjunto de instituições brasileiras, estando, portanto, sujeito e subordinado ao ordenamento jurídico do país. A permanência caracteriza-se pela ação contínua e ininterrupta, não podendo sofrer solução de continuidade. Após ser criado, o Conselho Tutelar não pode desaparecer; apenas seus membros são renovados.
É autônomo porque em suas decisões, tem independência no exercício das atribuições que lhe foram prescritas pelo ECA. Ou seja, é autônomo porque não necessita de determinação judicial para decidir e aplicar as medidas protetivas, nos termos do Estatuto.
O Conselho Tutelar é órgão não jurisdicional porque não pertence ao Poder Judiciário e não exerce suas funções. 
Como órgão público, tem natureza administrativa e executiva, vinculado ao Poder Executivo Municipal, não podendo exercer o papel e as funções do Poder Judiciário na apreciação e julgamento dos conflitos e interesses. O Conselho Tutelar não é revestido de poder para fazer cumprir determinações legais ou punir quem as infrinja. Mas poderá “encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança e do adolescente” (art. 136, IV, do ECA.)
#RESUMEAÊCOACH #AJUDAMARCINHO:
	Conceito e características O Conselho Tutelar é...
	- um órgão público municipal
	Vinculado ao orçamento do Poder Executivo municipal.
	- Permanente
	O Conselho Tutelar deve sempre existir em todos os municípios. 
A figura do Conselho Tutelar somente poderia ser extinta por lei federal que alterasse o ECA.
	- Autônomo
	Essa é uma autonomia técnica, ou seja, autonomia para o exercício de suas atribuições previstas no ECA. 
Contudo, vale ressaltar que tal autonomia não é absoluta, estando o Conselho Tutelar subordinado à lei, ao cumprimento das determinações judiciais e à fiscalização do Ministério Público.
	- não jurisdicional
	O Conselho Tutelar é um órgão de atribuições administrativas (executórias). Desse modo, o Conselho Tutelar não pode: 
(i) resolver conflitos de interesse (decidir sobre guarda, alimentos, visitas etc.); 
(ii) impor sanções.
	- encarregado pela sociedade
	Os membros do Conselho Tutelar são sempre escolhidos pela população local por meio de eleição. 
Assim, nenhuma lei municipal pode estabelecer que os Conselheiros Tutelares sejam escolhidos pelo Prefeito ou por qualquer outra forma que não seja eleição com a participação da população local.
	- zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
	A finalidade do Conselho Tutelar é, portanto, a de fiscalizar o cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, previstos no ECA e em outros diplomas legais ou internacionais. 
As atribuições detalhadas do Conselho Tutelar estão elencadas no art. 136 do ECA.
2.2 Composição:
#SELIGA: Em cada Município haverá, no mínimo, um Conselho Tutelar composto de cinco membros, escolhidos pela comunidade local para mandato de quatro anos,permitida uma recondução (art. 132 ECA).
Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos (art. 133 ECA):
I - reconhecida idoneidade moral;
II - idade superior a 21 (vinte e um) anos;
III - residir no Município.
O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante o exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral (art. 135 ECA).
O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público Estadual.
#RESUMEAÊCOACH #AJUDAMARCINHO:
	Obrigatoriedade, composição e escolha do Conselho Tutelar
	A existência do Conselho Tutelar é obrigatória
	Haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar em cada Município. Como no DF não há Municípios, a Lei determina que haja um Conselho Tutelar em cada Região Administrativa.
	Composição
	Cada Conselho Tutelar é composto por 5 (cinco) membros.
	Forma de escolha
	Os membros do Conselho Tutelar são sempre escolhidos pela população local por meio de eleição.
	Mandato
	Os membros do Conselho Tutelar são eleitos para cumprir um mandato de 4 (quatro) anos. 
Atenção: antes da Lei n. 12.696/2012 esse mandato era de 3 anos.
	Recondução (“reeleição”)
	É possível a recondução do Conselheiro Tutelar? 
SIM. É permitida 1 (uma) recondução, mediante novo processo de escolha.
Desse modo, a recondução do Conselheiro não é automática, exigindo que ele concorra novamente e seja eleito pela população local para cumprir esse segundo mandato.
	É permitido que o Conselheiro Tutelar exerça três mandatos não consecutivos?
	O art. 132 do ECA afirma que os Conselheiros Tutelares são escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida 1 (uma) recondução. 
Não há, portanto, qualquer vedação de que o Conselheiro Tutelar exerça três mandatos não consecutivos. 
Ex: João é escolhido Conselheiro em 2015. Em 2019 concorre à recondução, sendo eleito para um novo mandato. Em 2023, João não poderá mais concorrer, no entanto, nada impede que, em 2027, ele novamente concorra. A proibição é de que o Conselheiro exerça três mandatos consecutivos.
2.3 Candidatura e Impedimentos nos Conselhos Tutelares:
	Requisitos para que a pessoa possa se candidatar a Conselheiro Tutelar
	Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, devem ser exigidos os seguintes requisitos: 
I - reconhecida idoneidade moral; 
II - idade superior a 21 anos (#CASCADEBANANA: Essa idade não se alterou com o CC-2002); 
III - residir no município.
	Escolha dos Conselheiros Tutelares
	Regulamentação da eleição
	O ECA prevê algumas normas sobre a escolha dos Conselheiros Tutelares (ex: requisitos para a candidatura, mandato, dias da eleição e da posse etc).
No entanto, o próprio ECA determina que a lei municipal deverá estabelecer outras regras sobre o processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar. 
Desse modo, o processo de escolha dos Conselheiros deve estar previsto em lei municipal, que observe as normas do ECA.
	Responsabilidade pela realização da eleição
	O processo para a escolha dos Conselheiros será responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
	Papel do MP
	O Ministério Público atuará na fiscalização da eleição do Conselho Tutelar.
	Proibida a compra de votos 
	No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno valor (ex: bonés, camisas, chaveiros etc).
	Data da eleição 
	A escolha dos Conselheiros Tutelares ocorrerá de 4 em 4 anos e será realizada sempre no primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente ao da eleição presidencial. 
Ex: em 2014 haverá eleições presidenciais. Logo, a escolha dos Conselheiros Tutelares acontecerá no primeiro domingo de outubro do ano de 2015. Depois, ocorrerá no primeiro domingo de outubro de 2019 e assim por diante. 
Vale ressaltar que agora a escolha dos Conselheiros Tutelares ocorre em data unificada em todo o território nacional.
	Posse 
	A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de escolha. Ex: 10 de janeiro de 2016.
As regras de impedimentos para o exercício da função de Conselheiros foram estabelecidas no art. 140 do ECA.
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma deste artigo, em relação à autoridade judiciária e ao representante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital.
Em suma, são impedidos de servir no mesmo Conselho: marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
Estende-se o impedimento do conselheiro em relação à autoridade judiciária e ao representante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital.
#AJUDAMARCINHO #OLHAOSUPERGANCHO¹ #NOVIDADE:
	Remuneração paga aos Conselheiros Tutelares (novidade)
	
A função de Conselheiro Tutelar é remunerada?
	Antes da Lei n. 12.696/2012
	Atualmente
	A remuneração do Conselheiro Tutelar era eventual, ou seja, nem sempre ocorria. 
A lei municipal que disciplinava o Conselho Tutelar poderia prever que a função de Conselheiro seria não remunerada (voluntária).
	A remuneração do Conselheiro Tutelar é atualmente obrigatória. 
A lei municipal que disciplina o Conselho Tutelar deve prever, obrigatoriamente, uma remuneração para a função de Conselheiro. 
Não existe mais a função de Conselheiro Tutelar sem remuneração.
Com a Lei n. 12.696/12, o Conselheiro Tutelar passa a ter, obrigatoriamente, direito às seguintes verbas: 
Remuneração 
(Não inferior a um salário-mínimo) 
Cobertura previdenciária 
(O Conselheiro Tutelar pode ser enquadrado pela Lei municipal em regime próprio de previdência do Município. Caso não haja essa previsão, ele será considerado como contribuinte individual do regime geral da previdência) 
Gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal; 
Licença-maternidade; 
 Licença-paternidade; 
Gratificação natalina.
#AJUDAMARCINHO #OLHAOSUPERGANCHO² #NOVIDADE:
	Conselheiro Tutelar NÃO tem mais direito à prisão especial
	
A Lei n. 12.696/2012 revogou a parte final do art. 135 do ECA, que previa que o Conselheiro Tutelar teria direito à prisão especial em caso de crime comum. Compare:
	Antes da Lei n.º 12.696/2012
	Atualmente
	Art. 135. O exercício da função de conselheiro constituirá serviço público relevante, estabelecerá presunção de idoneidade moral e assegurará prisão especial, em caso de crime comum, até o julgamento definitivo.
	Art. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral.
A revogação foi correta, considerando que não havia qualquer motivo que justificasse esse “privilégio” em favor dos Conselheiros, de sorte que o dispositivo era de questionável constitucionalidade. 
Percebe-se uma tendência de serem reduzidas ou até mesmo eliminadas as previsões que existiam nas leis sobre “prisão especial”. Cito como outro exemplo o caso do jurado no Tribunal do Júri. As prerrogativas que o Conselheiro Tutelar possuía eram iguais às previstas para os jurados. A Lei nº 12.403/2011 também retirou a prisão especial dos jurados. Veja:
#OLHAOGANCHO #TUDOJUNTOEMISTURADO:
Jurados(Tribunal do Júri) – Código de Processo Penal
	Antes da Lei n. 12.403/2011
	Atualmente
	Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço público relevante, estabelecerá presunção de idoneidade moral e assegurará prisão especial, em caso de crime comum, até o julgamento definitivo.
	Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral.
2.4 Atribuições:
Disciplina o art. 136, da Lei n° 8.069/90, que são atribuições do Conselho Tutelar:
I – atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII;
II – atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
III – promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas deliberações.
IV – encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente;
V – encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
VI – providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;
VII – expedir notificações;
VIII – requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário;
IX – assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
X – representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;
XI – representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural.
#IMPORTANTE¹: Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento e as providências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social da família. Com base nessas informações, o MP irá ingressar com um pedido ao juiz para que ele determine o afastamento da criança ou adolescente do convívio familiar. 
#IMPORTANTE²: As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse.
3. CONSELHOS DE DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Ao contrário dos Conselhos Tutelares, os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente existem na esfera nacional, na estadual e na municipal, nos termos do art. 260, § 2°, do ECA.
Art. 260. §2º: Os Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente fixarão critérios de utilização, através de planos de aplicação das doações subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente, órfãos ou abandonado, na forma do disposto no art. 227, § 3º, VI, da Constituição Federal.
§ 2º Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e adolescentes e para programas de atenção integral à primeira infância em áreas de maior carência socioeconômica e em situações de calamidade.[2: Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016.]
Também, no art. 88 II, do ECA podemos encontrar a definição dos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente como “órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais”:
“Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
I - municipalização do atendimento;
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais; “
Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente são órgãos deliberativos responsáveis por assegurar, na União, nos estados, Distrito Federal e nos municípios, prioridade para a infância e a adolescência. Previstos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente os conselhos formulam e acompanham a execução das políticas públicas de atendimento à infância e à adolescência.
#AGRADEOEXAMINADOR #TEMADESEGUNDAFASE:
#DICADACOACH: Quer uma dica valiosa para responder questão de segunda fase, principalmente se você não estiver dominando completamente o que foi perguntado? Explore sempre o instituto ao qual se refere a questão, demonstre conhecimento sobre conceito previsão legal e natureza jurídica. Pense numa gosta que examinador adora: natureza jurídica. 
Assim, caso sua questão envolva o tema não deixe de falar que a natureza jurídica dos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente está firmada no próprio art. 88 do ECA, quando indica que são órgãos, de natureza pública, autônomos e especiais. 
a) órgão especial – devido à sua estrutura e funcionamento específicos;
b) órgão autônomo e independente – não está subordinado hierarquicamente ao governo;
c) administração descentralizada – com capacidade pública para decidir as questões que lhes são afetas, com a peculiaridade de que suas deliberações se tornam vontade estatal, e não vontade do órgão, sujeitando o próprio Estado ao seu cumprimento.
Entre as principais atribuições dos Conselhos dos Direitos, destacam-se:
- Formular as diretrizes para a política de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente em âmbito federal, estadual e municipal, de acordo com suas respectivas esferas de atuação;
- Fiscalizar o cumprimento das políticas públicas para a infância e à adolescência executadas pelo poder público e por entidades não-governamentais;
- Acompanhar a elaboração e a execução dos orçamentos públicos nas esferas federal, estadual, distrital e municipal, com o objetivo de assegurar que sejam destinados os recursos necessários para a execução das ações destinadas ao atendimento das crianças e adolescentes;
- Conhecer a realidade do seu território de atuação e definir as prioridades para o atendimento da população infanto-juvenil;
- Definir, em um plano que considere as prioridades da infância e adolescência de sua região de abrangência, a ações a serem executadas;
- Gerir o Fundo para a Infância e Adolescência (FIA), definindo os parâmetros para a utilização dos recursos;
- Convocar, nas esferas nacional, estadual, distrital e municipal, as Conferências dos Direitos da Criança e do Adolescente;
- Promover a articulação entre os diversos atores que integram a rede de proteção à criança e ao adolescente;
- Registrar as entidades da sociedade civil que atuam no atendimento de crianças e adolescentes.
#SELIGA: Os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente têm composição paritária entre governo e sociedade civil.
	4. DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO
	DIPLOMA
	DISPOSITIVO
	Estatuto da Criança e do Adolescente
	Art. 86 a 89; 131 a 140
	Lei n. 12.594/2012
	Art. 1º
	Resolução Conanda nº 113/2006
	Integralmente
	5. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
Zapata, Fabiana Botelho; Frasseto, Flávio Américo; Gomes, Marcos Vinicius Manso Lopes, Coleção Defensoria Pública Ponto a Ponto Direitos da criança e do adolescente, 2016.Cavalcante, Márcio André Lopes, Informativos esquematizados do Dizer o Direito.
Materiais das Turmas Especiais do Ciclosr3.

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