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DO QUE SE TRATA UM CONSELHO MUNICIPAL DE DIREITOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES_

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DO QUE SE TRATA UM CONSELHO
MUNICIPAL DE DIREITOS DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES?
Site: Ambiente Virtual de Aprendizagem MOOC
Curso: Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente
Livro:
DO QUE SE TRATA UM CONSELHO MUNICIPAL DE DIREITOS DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES?
Impresso
por:
Letícia Souza Santos
Data: sábado, 3 jul 2021, 18:01
Í
https://mooc.escolavirtual.gov.br/
Índice
1. O Conselho Municipal de Direitos de Crianças e Adolescentes
1.1. Natureza e funcionamento dos Conselhos
2. Quem forma os Conselhos? Quem são os conselheiros?
2.1. O que está previsto na Legislação?
2.2. Estrutura dos Conselhos
3. O que é o Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente?
3.1. Fontes do FIA
3.2. Atribuições do CONANDA com relação ao FIA
3.3. Planos de Ação e Aplicação
3.4. Planejamento orçamentário
4. Controle Social - o que é isso?
1. O Conselho Municipal de Direitos de Crianças e
Adolescentes
Preparados/as?
Conselho de Direitos e seu contexto histórico
A natureza e o funcionamento dos conselhos derivam do modelo constitucional brasileiro de organização do Estado
Democrático de Direito, sob regime federativo, fundado na descentralização político-administrativa e na
participação popular para elaboração de suas políticas. Essa “descentralização político-administrativa propicia a
participação direta dos representantes dos setores da população interessados, especialmente em nível municipal,
mais sensíveis aos problemas da comunidade”, com isso há um aumento do controle social dos governos, como meio
de assegurar o caráter democrático das decisões e das políticas sociais públicas.
[Os conselhos são órgãos de deliberação colegiada de caráter permanente, autônomo, de composição paritária entre
governo e sociedade civil, vinculados à estrutura dos órgãos da administração pública municipal, com finalidade de
discutir, formular, planejar e fiscalizar as políticas públicas de atendimento e que destinam às crianças e aos
adolescentes.]
[Dessa maneira, o Conselho de Direitos é um canal de participação social dos cidadãos, que tem como objetivo fazer
com que suas demandas e prioridades orientem as políticas públicas de atendimento à infância e juventude. É um
órgão criado por determinação do Estatuto da Criança e do Adolescente, fazendo assim parte do Poder Executivo,
devendo ser organizado em cada unidade federativa.]
Vale ressaltar que é atribuição do Executivo Municipal elaborar o projeto de lei para criação do Conselho e
encaminhá-lo ao Legislativo Municipal para aprovação, mas cabe a sociedade civil o papel de provocar e sensibilizar
o poder executivo para tomar essa iniciativa. Sendo assim, os Conselhos dos Direitos da Criança e do
Adolescente devem ser criados por meio de lei específica, integrando a estrutura de Governo Federal, dos
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, com total autonomia decisória quanto às matérias de sua
competência.
Dessa forma, o município tem que organizar o Conselho Municipal de Direito da Criança e do Adolescente da
maneira prevista pelo ECA. E se alguma Lei Estadual, Municipal, Lei Orgânica do Município ou Decreto
estiver propondo uma organização do Conselho diferente do que está previsto pela ECA, como proceder? Se
existir alguma legislação local contrária ao ECA, pode-se tomar três atitudes: Mudar a legislação, mediante
mobilização da Sociedade Civil e dos parlamentares interessados; Denunciar junto ao Ministério Público,
provocando assim a sua necessária atuação; e, Promover uma ação judicial.
Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente devem ser, portanto, instrumentos altamente democráticos,
deliberativos, e autônomos. O que isso quer dizer? Se alguma deliberação foi tomada e ficou caracterizado o “ato
jurídico perfeito”, nenhuma instância, como por exemplo, o prefeito, tem poder de veto sobre essas deliberações,
porque o Estatuto da Criança e do Adolescente diz que o conselho é “deliberativo”.
 
Importante:
Os Conselhos de Direito da Criança e do Adolescente existem nas esferas nacional, estadual e municipal nos termos
do art. 260, § 2°, da Lei n° 8.069/90: Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do adolescente (CONANDA),
Conselhos Estaduais dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONSECA) e Conselhos Municipais Direitos da
Criança e do Adolescente (CMDCA), respectivamente. É importante mencionar a Resolução do Conselho Nacional
dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) n.º 105/05, com as alterações das Resoluções 106/05 e
116/05, a qual estabelece parâmetros para a criação e o funcionamento dos Conselhos dos Direitos da Criança e do
Adolescente nos três níveis da Federação.
Resumindo: Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente são órgãos deliberativos responsáveis por
assegurar, na União, nos estados, Distrito Federal e nos municípios, prioridade para a infância e a
adolescência. Previstos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n° 8.069 de 13 de julho de 1990), os
conselhos formulam e acompanham a execução das políticas públicas de atendimento à infância e à
adolescência.
 
DICA: Para que o Conselho possa planejar ações de atendimento aos direitos da criança e do adolescente, se faz
necessária a realização de um diagnóstico local sobre as condições da infância e juventude, especialmente para evitar
a execução de medidas repetitivas ou sobrepostas, as quais, inevitavelmente, causam o desperdício das verbas
públicas. A atividade de planejamento deve focar tanto as políticas básicas quanto às ações emergenciais.
1.1. Natureza e funcionamento dos Conselhos
Qual a natureza e funcionamento dos Conselhos?
Os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente são órgãos de natureza jurídica pública, autônomos e
independentes, não estando subordinados hierarquicamente ao governo, e são especiais devido à sua estrutura e
funcionamento específicos. Isto é, são instâncias públicas essencialmente colegiadas e estão conceituadas
juridicamente no inc. II do art. 204 da Constituição Federal e no inc. II do art. 88 da Lei Federal nº 8.069/90
(Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA) como órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os
níveis, assegurada a participação popular paritária por meio de organizações representativas, segundo leis federal,
estaduais, municipais e do Distrito Federal. O ECA estabelece as diretrizes da política de atendimento na área
infantojuvenil e determina em seus incisos II e III a necessidade de:
II - Criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente, órgãos
deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio de
organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais;
III - Criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização político-administrativa;
Do ponto de vista de sua natureza jurídica, o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente é um colegiado, ou
seja, compõe-se de forma paritária por agentes públicos, e seus atos são emanados de decisão coletiva e não de
agente singular. Possui administração descentralizada e autônoma – com capacidade pública para decidir as questões
que lhes são próprias, com a peculiaridade de que suas deliberações se tornam vontade estatal, e não vontade do
órgão, sujeitando o próprio Estado ao seu cumprimento.
Qual o papel e as atribuições dos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente na articulação do
Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente?
Os Conselhos Municipais pela própria natureza devem garantir a efetivação dos direitos da criança e do adolescente
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Isso quer dizer que a principal função
do conselho municipal dos direitos da criança é transformar os direitos, firmados no Estatuto da Criança e do
Adolescente, em políticas públicas para a infância e a adolescência,e isso perpassa por sua formulação,
implementação e avaliação.
Segundo Frota (2012), o processo de efetivação das políticas públicas demanda a atuação dos conselhos nas
seguintes frentes:
1) Conhecer os direitos previstos no ECA;
2) Identificar as violações recorrentes aos direitos da criança e os principais problemas que afetam a população
infantojuvenil no município;
3) Construir consensos quanto às prioridades e formas de atuação, entre os atores e instituições públicas que
compõem o rede de atendimento aos direitos da criança;
4) Elaborar políticas públicas, projetos, planos de ação e planos de aplicação de recursos para atender as prioridades
estabelecidas;
5) Gerir os recursos do fundo municipal dos direitos da criança;
6) Encaminhar as políticas e projetos para o poder público – governo municipal e/ou ONGs às quais se atribuem
responsabilidades em termos de implementação;
7) Avaliar e monitorar o processo de implementação das políticas e projetos públicos para a infância.
 
E quais são as principais atribuições e competências dos Conselhos?
- Deliberar sobre as políticas de assistência destinadas ao público infantojuvenil;
- Formular as diretrizes para a política de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente em
âmbito municipal;
- Fiscalizar o cumprimento das políticas públicas para a infância e à adolescência executadas pelo poder público e
por entidades não-governamentais;
- Acompanhar a elaboração e a execução dos orçamentos públicos, com o objetivo de assegurar que sejam
destinados os recursos necessários para a execução das ações destinadas ao atendimento das crianças e adolescentes.
Inclusive participar da elaboração da proposta orçamentária destinada à execução das políticas públicas no que se
refere aos Conselhos Tutelares;
- Conhecer a realidade do seu território de atuação e definir as prioridades para o atendimento da população
infantojuvenil. O efetivo conhecimento da realidade local se dá através de diversos processos, conforme indica a
resolução nº 106/2005 do CONANDA: a) criação de um sistema integrado de atendimento, que possa ser operado
tanto pelo poder público quanto pelas organizações cíveis; b) o recadastramento das entidades e dos programas em
execução; c) a identificação dos problemas locais e das possíveis soluções ou encaminhamentos; d) o levantamento
dos Projetos de Lei relacionados com os interesses da criança e do adolescente junto ao Poder Legislativo local, e) a
participação e o acompanhamento dos processos que definem as leis orçamentárias; f) a elaboração de consultas à
comunidade, inclusive por meio de audiências públicas; g) a realização de estudos e pesquisas; e h) o
acompanhamento da elaboração e da execução das ações e dos programas de atendimento, indicando as
modificações e melhorias necessárias.
- Definir, em um plano que considere as prioridades da infância e adolescência de sua região de abrangência, a ações
a serem executadas;
- Gerir o Fundo Municipal para a Infância e Adolescência (FIA), definindo os parâmetros para a utilização dos
recursos, ou seja, definindo o percentual de utilização de seus recursos, alocando-os nas respectivas áreas, de acordo
com as prioridades definidas no planejamento anual, como também controlar e fiscalizar o emprego e utilização dos
recursos destinados a esse fundo;
- Convocar as Conferências dos Direitos da Criança e do Adolescente;
- Presidir o processo para escolha dos membros do Conselho Tutelar, assim como nomear e dar posse aos membros
do respectivo Conselho Tutelar.
- Promover a articulação entre os diversos atores que integram a rede de proteção à criança e ao adolescente;
- Manifestar-se sobre a conveniência e oportunidade de implementação de programas e serviços, bem como sobre a
criação de programas governamentais;
- Divulgar o ECA (Lei Federal n.º 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente) no âmbito
do Município;
- Informar e sensibilizar a comunidade, através dos diferentes órgãos de comunicação e outros meios, sobre os
indicadores sociais da criança e do adolescente na sociedade;
- Registrar as entidades da rede de serviços que atuam no atendimento de crianças e adolescentes, e controlar as
ações (programas) das entidades governamentais e não-governamentais. Assim sendo, as entidades deverão
proceder à inscrição de seus programas, especificando os regimes de atendimento, no Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de suas alterações, do que fará
comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária.
Os programas de proteção e socioeducativos destinados a crianças e adolescentes, respectivamente, que devem
ser registrados no Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente são aqueles a que se refere o
artigo 90 do Estatuto da Criança e do Adolescente, em regime de:
I - Orientação e apoio sociofamiliar;
II - Apoio socioeducativo em meio aberto;
III - Colocação familiar;
IV - Acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009);
V - Prestação de serviços à comunidade; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012);
VI - Liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012);
VII - Semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012);
VIII - Internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012).
Vale salientar que Programas que não possuírem essas características não devem (não precisam) ser
registrados no Conselho Municipal. Os programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente, constituindo-se critérios para renovação da autorização de
funcionamento.
Sabendo do papel dos Conselhos, fazemos uma indagação: o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente pode fiscalizar o Conselho Tutelar ou exigir a tomada de decisões do mesmo? Não, o Conselho
Municipal não fiscaliza e nem pode mandar nas decisões do Conselho Tutelar. Ambos são órgãos deliberativos,
autônomos, de acordo com as atribuições definidas pelo ECA. O Conselho Tutelar atende casos concretos de
ameaça ou violação de direitos da Criança e do Adolescente. Já o Conselho de Direitos Municipal não
recebe denúncias de casos concretos. O Conselho Municipal formula a Política do município quanto aos direitos
e deveres da população infantojuvenil, além de controlar os programas de proteção e os recursos do fundo
público da criança e do adolescente.
2. Quem forma os Conselhos? Quem são os
conselheiros?
São representantes da população, mas não são considerados servidores públicos, e sim agentes políticos no
exercício do mandato eletivo a qual foram eleitos, com duração determinada pela lei ou regimento do
Conselho. 
Os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente têm composição paritária entre governo e sociedade civil, ou
seja, 50% das suas vagas são compostas por membros do poder público e os outros 50% de suas vagas são
compostas por representantes da sociedade civil.
A composição dos Conselhos e a nomeação dos seus membros são estabelecidas de acordo com Resolução do
CONANDA, inclusive as recomendações, contendo procedimentos que garantem a representação pluralista de todos
os segmentos da sociedade, envolvidos de alguma forma na promoção e proteção de direitos humanos,
particularmente através de organizações da sociedade civil, sindicatos, entidades sociais de atendimento a crianças e
adolescentes, organizações profissionais interessadas, entidades representativas do pensamento científico, religioso e
filosófico e outros nessa linha.
De acordo com o Art. 140 do Estatuto da Criança e do Adolescente, “são impedidos de servir no mesmo Conselho
marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro ou nora, irmãos, cunhados, tio e sobrinho, padrasto ou
madrasta e enteado”.
Compete ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente regulamentar o processo de
escolha, a inscrição dos candidatos, a forma de votação, a nomeação e posse dos candidatos mais votados.
Os representantesdo governo junto aos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente deverão ser designados
pelo Chefe do Executivo no prazo máximo de 30 (trinta) dias após à sua posse.
Para cada titular deverá ser indicado um suplente, que substituirá aquele em caso de ausência ou impedimento, de
acordo com o que dispuser o REGIMENTO INTERNO[1] do Conselho.
A representação da sociedade civil garantirá a participação da comunidade por meio de organizações representativas
escolhidas em fórum próprio. Poderão participar do processo de escolha organizações da sociedade civil constituídas
há, pelo menos, dois anos com atuação no âmbito territorial correspondente. O processo de escolha dos
representantes da sociedade civil junto ao Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente deve observar
as seguintes diretrizes:
a) Instauração pelo Conselho do referido processo até 60 dias antes do término do mandato;
b) Designação de uma comissão eleitoral composta por conselheiros representantes da sociedade civil para organizar
e realizar o processo eleitoral;
c) Convocação de assembleia para deliberar exclusivamente sobre a escolha.
O mandato no Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente pertencerá à organização da sociedade civil eleita,
que indicará um de seus membros para atuar como seu representante. A eventual substituição dos representantes das
organizações da sociedade civil no Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente deverá ser previamente
comunicada e justificada para que não cause prejuízo algum às atividades do Conselho, assim como no caso de
representantes do governo.
O Ministério Público deverá ser solicitado a acompanhar e fiscalizar o processo eleitoral de escolha dos
representantes das organizações da sociedade civil.
O mandato dos representantes da sociedade civil junto aos Conselhos dos Direitos da Criança e do
Adolescente será de 02 (dois) anos.
Como os conselhos contam com a participação paritária de representantes do poder público e da sociedade civil, isso
pode ser um complicador para atuação dos conselheiros, já que muitas vezes as pessoas indicadas pelo poder público
local não possuem identificação com a temática e não colocam a participação no conselho como uma prioridade, o
que pode prejudicar a tomada de decisões, as ações deliberativas e discussões.
Em Natal/RN, por exemplo, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMDICA) é
“formado por 07 representantes titulares da sociedade civil e 07 representantes do governo municipal, e tem entre
suas principais competências: elaborar as políticas de atendimento às crianças e aos adolescentes e fiscalizar as
ações das políticas básicas de governo, que são desenvolvidas em Natal e que se destinam a infância e a
adolescência”.
Já em São Paulo/SP, o CMDCA criado pela Lei Municipal Nº 11.123, de 22 de novembro de 1991, é formado por 16
representantes, sendo 8 do Poder Público Municipal e 8 eleitos da Sociedade Civil, com igual número de suplentes.
Como percebemos, a quantidade de conselheiros varia conforme o município e a Lei de criação do respectivo
Conselho Municipal e regimento interno.
Para facilitar a compreensão, vamos utilizar o exemplo da cidade do Natal/RN:
De acordo com a lei de criação do COMDICA, Lei Nº 5.759, de 16 de Novembro de 2006, que dispõe sobre a
Política Municipal de Atendimento dos Direitos da Criança e do Adolescente na cidade do Natal/RN, e dá outras
providências, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente é composto por 14 membros titulares
e suplentes em igual número, observada a composição paritária de seus membros, nos termos do artigo 88, inciso II,
da Lei n° 8.069/90 nos seguintes termos:
I - 07 (sete) representantes do Poder Público a ser designados pelo Chefe do Executivo Municipal dentre pessoas
com poderes de decisão no âmbito das seguintes Secretarias: Secretaria Municipal de Educação, Procuradoria Geral
do Município (PGM), Secretaria Municipal de Saúde (SMS); Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social
(SEMTAS); Secretaria Municipal de Desenvolvimento Comunitário (SMDC); Secretaria Especial de Esporte e Lazer
(SEL); Secretaria Municipal de Planejamento (SEMPLA).
2.1. O que está previsto na Legislação?
O exercício da função de Conselheiro requer disponibilidade para efetivo desempenho de suas funções em razão do
interesse público relevante e da prioridade absoluta assegurada aos direitos da Criança e do Adolescente. Com
relação às eleições de conselheiros, as manifestações e votos dos representantes do governo vinculam a
administração pública, e os 07 (sete) representantes titulares e seus respectivos suplentes de entidades não
governamentais representativas da sociedade civil que atuem no Município de Natal, desde que atuem diretamente
no atendimento dos Direitos da Criança e do Adolescente ou na pesquisa e promoção desses direitos, que estejam em
funcionamento regular e constituídos a pelo menos 02 (dois) anos, para poder participar das eleições para
conselheiros. 
O mandato no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente pertencerá à organização da sociedade
civil eleita, que indicará um de seus membros para atuar como seu representante. O mandato dos representantes da
sociedade civil junto ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente será de 02 (dois) anos, sendo
vedada a prorrogação de mandato ou recondução automática. Os subsequentes processos de renovação dos
conselheiros não-governamentais serão de responsabilidade do próprio Conselho Municipal de Direitos da Criança e
do Adolescente e deverão ser desencadeados no mínimo 90 (noventa) dias antes do vencimento dos respectivos
mandatos, com a participação de representantes do Fórum dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Os representantes da sociedade civil junto ao Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente serão
empossados no prazo máximo de 10 (dez) dias após a proclamação do resultado do respectivo processo de escolha,
com a publicação dos nomes dos conselheiros titulares e seus suplentes, bem como das entidades às quais pertencem.
Em qualquer caso, será o representante do Ministério Público pessoalmente notificado a acompanhar o processo de
escolha das entidades não-governamentais integrantes do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, sendo informado de todas as etapas do certame, desde sua deflagração até a posse dos conselheiros
escolhidos. É vedada a indicação de nomes ou qualquer outra forma de ingerência do Poder Executivo sobre o
processo de escolha dos representantes da sociedade civil junto ao Conselho de Direitos da Criança e do
Adolescente.
O mandato dos membros do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente será vinculado ao tempo
em que permanecerem à frente das Secretarias ou Departamentos Municipais, no caso dos representantes do
governo. O mandato dos membros do CMDCA poderá ser cassado, mediante procedimento administrativo a
ser instaurado pelo próprio Órgão, na forma e nas hipóteses previstas na Lei. Sendo assim, a lei local deverá
dispor sobre as situações em que os representantes do governo e das organizações da sociedade civil poderão ter seus
mandatos suspensos ou cassados.
A função de membro do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente é considerada de
interesse público relevante e não é remunerada em qualquer hipótese. Entretanto, caberá à administração
pública, no nível respectivo, o custeio ou reembolso das despesas decorrentes de transporte, alimentação e
hospedagem dos membros do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, titulares ou suplentes, para que
possam comparecer a reuniões ordinárias e extraordinárias, bem como a eventos e solenidades nos quais devam
representar oficialmente o Conselho, mediante dotação orçamentária específica.
Não existe limite para o número de membros do Conselho, entretanto recomenda-se que este número não seja
excessivamente grande para evitar a dispersão e problemas na operacionalização e funcionamentodo
Conselho, como falta de coro nas plenárias, que poderia prejudicar as discussões e resolutividade.
A efetividade do trabalho dos conselheiros depende do preparo, do empenho e da forma de atuação desses
membros do conselho! Assim, o conselheiro precisa conhecer a legislação e as principais questões da sua área,
entender a organização da política e o funcionamento do Estado (UNICEF, 2005).
O conselheiro deve ter compromisso com os seguintes princípios éticos: 1. Reconhecimento da liberdade, igualdade
e dignidade humana como valores supremos de uma sociedade pluralista, justa, democrática e solidária; 2. Defesa
intransigente dos direitos humanos como universais, indivisíveis e interdependentes, e recusa do arbítrio e do
autoritarismo; 3. Reconhecimento da democracia enquanto socialização da participação política e da riqueza
socialmente produzida; 4. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito e discriminação, incentivando a
promoção do respeito à diversidade; 5. Compromisso com o constante processo de formação dos membros do
Conselho; 6. Disponibilidade tanto pessoal quanto institucional para o exercício dessa função de relevância pública e
estar em exercício de função ou cargo que disponha de condições legais para tomada de decisão, bem como ter
acesso a informações referentes aos órgãos públicos ou organizações da sociedade civil que representa.
2.2. Estrutura dos Conselhos
Como deve ser estruturado o Conselho? 
O Conselho deve ser composto por um plenário integrado por todos os conselheiros e por uma Secretaria
Executiva. A Secretaria deve ter suas atribuições definidas em seu regimento interno e acompanhar a
execução das deliberações do conselho, além de servir de apoio administrativo às suas atividades. O presidente
do conselho deve ser eleito entre os conselheiros, por meio de uma plenária, inexistindo norma que lhe assegure a
condição de presidente nato.
A estrutura funcional mínima do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente deve ser composta por
presidência, secretaria, plenário e comissões temáticas. Cabe à presidência representar, judicial e extrajudicialmente,
o Conselho dos Direitos, além de convocar e presidir as reuniões plenárias. A secretaria executiva é responsável
pelas atividades administrativas e de assessoramento da presidência. O plenário como instância deliberativa, deve
apreciar os atos e as decisões dos demais componentes. Por fim, as comissões temáticas, conforme já indica seu
nome, cuidará de estudos em temas específicos. Cada comissão será encarregada do preparo e da análise de
determinada matéria, a ser, posteriormente, apreciada em reunião plenária. Essas comissões possuem natureza
auxiliar, pois não devem substituir as plenárias, onde deve ser realizada as tomadas de decisões (MPSC, 2013).
Cabe à administração pública, nos diversos níveis do Poder Executivo, fornecer recursos humanos e estrutura
técnica, administrativa e institucional necessárias ao adequado e ininterrupto funcionamento do Conselho Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente, devendo para tanto instituir dotação orçamentária específica que não
onere o Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente. Essa dotação orçamentária deverá contemplar os recursos
necessários ao custeio das atividades desempenhadas pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente,
inclusive despesas com capacitação dos conselheiros. O Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente
deverá contar com espaço físico adequado ao seu pleno funcionamento, cuja localização será amplamente
divulgada e deve ser dotado de todos os recursos necessários ao seu regular funcionamento.
 
Quais organizações da sociedade civil podem fazer parte do Conselho Municipal? Polícia Civil, por exemplo,
pode?
De acordo com o ECA, o processo de escolha das organizações sociais é municipalizado. Recomenda-se que os
representantes sejam, em sua maioria, da esfera municipal de governo. Os órgãos da esfera estadual, sediados nos
municípios poderão compor o Conselho Municipal desde que, atuem direta ou indiretamente na promoção de
direitos relacionados ao segmento criança/adolescente. Assim, os representantes da Sociedade Civil no Conselho são
os representantes de organismos ou entidades privadas ou de movimentos comunitários, organizados como pessoas
jurídicas, com atuação expressiva na defesa dos direitos de crianças e adolescentes.
 Dessa forma, fazem parte do Conselho Municipal organizações municipais, logo, as Polícias Civis, que são
organizações estaduais, não devem a princípio fazer parte do Conselho Municipal, a não ser que tenham
atuação expressiva na temática dos direitos. A Câmara de Vereadores e seus membros, também não devem, pois
são membros do Poder Legislativo e estão proibidos pela Constituição Federal de fazer parte de órgãos do Poder
Executivo. Entretanto, a lei não impede que sejam indicados representantes da esfera estadual ou mesmo federal.
O que é um Regimento Interno? Quem deve elaborar o Regimento Interno do Conselho?
O regimento compõe-se de normas de organização e funcionamento interno dos Conselhos, devendo ser elaborado e
aprovado pelo próprio Conselho. Devem estar indicadas, no Regimento Interno, as formas de como deverão ocorrer
as discussões, as deliberações e a votação das matérias colocadas em pauta, inclusive como serão solucionadas as
hipóteses de empate, além da forma como se dará a participação dos membros nas assembleias. A prática tem
ensinado que quanto antes se der a sua formulação, melhores são os resultados, uma vez que para muitas questões e
demandas surgidas no dia-a-dia dos conselheiros, o Regimento Interno é o melhor instrumento para se encontrar a
solução ou se basear no que foi definido coletivamente. Ao final desse módulo, anexamos um modelo do regimento
interno do CMDCA/SP.
Quais são os limites do Regimento Interno?
Como todo ato administrativo, o regimento interno não pode exceder os limites do que já é previsto no
Estatuto da Criança e do Adolescente e na lei de criação do Conselho e demais normativas de hierarquia
superior e deve contemplar os mecanismos que garantem o pleno funcionamento do Conselho.
Agora vamos recapitular alguns conceitos estudados neste módulo:
O que é um CMDCA? O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente é uma expressão da
chamada “democracia participativa”, prevista no art. 1º, parágrafo único e art. 204, II, da Constituição Federal,
através da qual a sociedade civil organizada é chamada a debater com o governo os problemas existentes na área da
infância e da juventude e, para estes, encontrar soluções efetivas e duradouras. Os conselhos estão vinculados
administrativamente ao governo do estado ou ao município, mas têm autonomia para pautar seus trabalhos e para
acionar Conselhos Tutelares, as Delegacias de Proteção Especial e as instâncias do Poder Judiciário, como o
Ministério Público, as Defensorias Públicas e os Juizados Especiais da Infância e Juventude, que compõem a rede de
proteção aos direitos de crianças e adolescentes.
Qual a função do Conselho? É o órgão público que detém, no município, a competência e a legitimidade para
deliberar acerca das políticas públicas a serem implementadas pelo Poder Público local em prol da população
infantojuvenil, incumbindo-lhe ainda a fiscalização da correta e adequada execução dessas mesmas políticas e dos
recursos públicos (art. 227, §7º c/c art. 204, da CF e art. 88, inciso II, do ECA).
E qual a relação do CMDCA com a Prefeitura? O CMDCA integra a estrutura administrativa do município, do
poder Executivo, e, em conjunto com a sociedade civil, após amplo debate, decidirão acerca das ações, serviços e
programas de atendimento a crianças, adolescentes e suas respectivas famílias, a serem implementados. As decisões
do CMDCA, portanto, são resultantes do debate entre governo e sociedade civil e os respectivos conselheiros eleito
e, uma vez que essas decisões são formalizadas e publicadas, tornam-se política pública,que devem ser cumpridas
em regime de prioridade absoluta com aporte dos recursos orçamentários que se fizerem necessários.
IMPORTANTE: O Município pode se recusar a executar uma política pública deliberada pelo CMDCA? Não!
Quem detém a competência e a legitimidade para definir quais as políticas públicas que o município deve
implementar, para o atendimento e a proteção integral da população infantojuvenil é o CMDCA (art. 227, §7º c/c art.
204, inciso II, da CF e art. 88, inciso II, do ECA). As deliberações do CMDCA vinculam (obrigam) o Executivo, não
podendo o Prefeito questionar sua conveniência e oportunidade.
Na Biblioteca do curso você poderá acessar um modelo de regimento intermo.
3. O que é o Fundo dos Direitos da Criança e do
Adolescente?
O Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente (FIA) é uma fonte de recursos própria que se destina à
promoção e defesa dos direitos desses cidadãos. 
O Fundo tem por objetivo facilitar a captação e aplicação de recursos destinados ao desenvolvimento de políticas,
ações e programas de atendimento e defesa dos direitos da criança e ao adolescente. O funcionamento do fundo deve
ser regulamentado em decreto e é fundamental que a lei esteja de acordo com o ECA. O Fundo foi um instrumento
criado através do artigo 88 do ECA e é vinculado totalmente aos Conselhos de Direito.
Admite-se um único Fundo da Infância e da Juventude para cada esfera de competência (Nacional, Estadual,
Distrital ou Municipal), não podendo ocorrer o seu desmembramento ou a criação de outro fundo com igual
finalidade, conforme determina o CONANDA! Vale ressaltar que, uma vez constituído, não pode-se falar na
extinção do FIA, situação que seria uma afronta gravíssima ao princípio da prioridade absoluta de crianças e
adolescentes, prejudicando a captação e aplicação de recursos,
Os recursos captados pelo Fundo para a Infância e Adolescência deverão ser utilizados exclusivamente na
implementação de ações de programas de atendimento às crianças, adolescentes e suas respectivas famílias, na forma
do disposto no Art. 90 do ECA: Programas de proteção em regime de orientação e apoio sociofamiliar, apoio
socioeducativo em meio aberto, colocação familiar e abrigo (incisos I ao IV) e programas socioeducativos em
regime de liberdade assistida, semiliberdade e internação (incisos V ao VII), constantes na Lei nº 8.069/90.
Uma forma de utilizar o recurso do Fundo é por meio de um Edital de Chamamento de projeto, cujas
instituições da sociedade civil ou governamental que possuem registro no Conselho podem inscrever seus
projetos. O Conselho aprova esses projetos, e a partir dessa aprovação, as instituições podem ir atrás de pessoas
física ou jurídica que queiram destinar o seu recurso para apoiar o respectivo projeto. Segundo o Conselheiro Vitor,
em fala no vídeo gravado para este curso, sabe-se que nos locais onde o Conselho elabora essa norma do Edital de
Chamada Pública a arrecadação do Fundo tende a crescer! E “quanto mais se arrecada, quanto mais o Fundo é
ativo, mais a Política Pública da Criança e do Adolescente será favorecida. Sem recurso não há política pública e
sem Política Pública não há o atendimento direto a crianças e adolescentes”, lembrando que criança e
adolescente devem ser prioridade absoluta, então o recurso também deve ser.
DICA IMPORTANTE: Para mais informações a respeito do Fundo da Infância e Adolescência e sobre as formas
de arrecadação e utilização de recursos, basta acessar os vídeos abaixo. O conselheiro Vitor Benez Pegler, do
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, apresenta esses dois temas de forma didática e
acessível a todas as pessoas!
LINK dos vídeos:
3.1. Fontes do FIA
O Fundo para a Infância e Adolescência é constituído por diferentes fontes: dotação orçamentária do Executivo
Municipal, definido anualmente e de verbas adicionais, que a lei estabelecer no decurso de cada exercício; de
transferências de recursos financeiros do governo federal através do Fundo Nacional e do governo estadual pelo
Fundo Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente; pelas doações que podem ser deduzidas do imposto de
renda de acordo com os limites estabelecidos em lei, auxílios, contribuições e legados que lhe venham a ser
destinados; pelos valores provenientes de multas decorrentes de condenações em ações civis ou de imposição de
penalidades administrativas previstas no ECA; resultados de eventos promocionais de qualquer natureza, como
campanhas de arrecadação promovidas pelo CMDCA; por outros recursos que lhe forem destinados; pelas rendas
eventuais, inclusive as resultantes de depósitos e rentabilidade de aplicações no mercado financeiro. Cabe aos
municípios e respectivos conselhos fixar critérios de captação e destinação do Fundo.
Vale ressaltar que o Fundo não é do Conselho Municipal, é do município! O papel do Conselho é definir como a
prefeitura vai gastar o recurso. A liberação desses recursos deve seguir as normas que garante a prioridade no
atendimento às crianças e adolescentes estabelecidas no ECA. Dessa forma, é preciso garantir que a prioridade
definida no ECA seja obedecida pelas prefeituras! O recurso do Fundo só é gasto efetivamente com autorização dos
Conselhos.
O Conselho de Direito é gestor do FIA!
Como foi dito anteriormente, uma das fontes de captação de recursos é por meio de doações de pessoas físicas e
jurídicas. As pessoas jurídicas podem designar para o Fundo até 1% do imposto de renda devido (lucro real) e as
pessoas físicas podem destinar até 6% do imposto devido. O Decreto nº 794/1993 fixou em 1% (um por cento) o
limite máximo de dedução do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas, correspondente às doações em favor dos
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente. Por sua vez, a Lei no 9.532/1997, por seu art. 22, fixou o limite
para 6% (seis) do valor do imposto devido para pessoas físicas. Em outras palavras, tudo o que é doado é abatido do
imposto a pagar até o limite legal. Então, o Fundo é um instrumento muito importante, porque traz recursos extra
orçamentários, como as doações de pessoas físicas e jurídicas que iriam pro Governo Federal de qualquer maneira,
caindo diretamente no município, porém com a destinação das doações para o Fundo, esse recurso vai diretamente
para o Conselho, que é a instância de controle desses recursos.
Sendo assim, o Fundo Municipal é um fundo público que se destina a financiar os programas preconizados pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente.
Cabe também ao Conselho de Direito participar e acompanhar a elaboração, aprovação e execução do PPA (Plano
Plurianual), LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária) e LOA (Lei Orçamentária Anual) do município e suas execuções,
indicando alterações necessárias à consecução dos objetivos da política dos direitos da criança e do adolescente,
além de gerir o Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente no sentido de definir a utilização dos respectivos
recursos por meio de plano de aplicação como já foi descrito neste tópico. Vale salientar que não compete ao
Conselho a execução ou ordenação dos recursos do Fundo, cabendo ao órgão público ao qual se vincula a ordenação
e execução administrativas desses recursos, assim como consta na Resolução N.º 105/2005 do CONANDA.
O CONANDA estabeleceu, por meio da Resolução nº 137, de 21 de janeiro de 2010 e, posteriormente, através de
alteração na Resolução nº 194, parâmetros para a criação e o funcionamento dos Fundos Nacional, Estaduais,
Distrital e Municipais da Infância e da Adolescência!
Na Biblioteca você encontra um Modelo de Decreto de Criação do Fundo Municipal da Infância e da
Adolescência. 
3.2. Atribuições do CONANDA com relação ao FIA
O CONANDA enumerou algumas atribuições dos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente com relação
ao FIA:
Cabe ao Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, em relação aos Fundos dos Direitos da Criança e do
Adolescente, sem prejuízo das demais atribuições:
I - elaborar e deliberar sobre a política de promoção, proteção, defesa e atendimentodos direitos da criança e do
adolescente no seu âmbito de ação;
II - promover a realização periódica de diagnósticos relativos à situação da infância e da adolescência bem como do
Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente no âmbito de sua competência;
III - elaborar planos de ação anuais ou plurianuais, contendo os programas a serem implementados no âmbito da
política de promoção, proteção, defesa e atendimento dos direitos da criança e do adolescente, e as respectivas
metas, considerando os resultados dos diagnósticos realizados e observando os prazos legais do ciclo orçamentário;
IV - elaborar anualmente o plano de aplicação dos recursos do Fundo, considerando as metas estabelecidas para o
período, em conformidade com o plano de ação;
V - elaborar editais fixando os procedimentos e critérios para a aprovação de projetos a serem financiados com
recursos do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente, em consonância com o estabelecido no plano de
aplicação e obediência aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade;
VI - publicizar os projetos selecionados com base nos editais a serem financiados pelo Fundo dos Direitos da
Criança e do Adolescente;
VII - monitorar e avaliar a aplicação dos recursos do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente, por
intermédio de balancetes trimestrais, relatório financeiro e o balanço anual do fundo dos Direitos da Criança e do
Adolescente, sem prejuízo de outras formas, garantindo a devida publicização dessas informações, em sintonia com
o disposto em legislação específica;
VIII - monitorar e fiscalizar os programas, projetos e ações financiadas com os recursos do Fundo, segundo critérios
e meios definidos pelos próprios Conselhos, bem como solicitar aos responsáveis, a qualquer tempo, as informações
necessárias ao acompanhamento e à avaliação das atividades apoiadas pelo Fundo dos Direitos da Criança e do
Adolescente;
IX - desenvolver atividades relacionadas à ampliação da captação de recursos para o Fundo; 
X - mobilizar a sociedade para participar no processo de elaboração e implementação da política de promoção,
proteção, defesa e atendimento dos direitos da criança e do adolescente, bem como na fiscalização da aplicação dos
recursos do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente.
3.3. Planos de Ação e Aplicação
Nesse contexto, a grande responsabilidade do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente é a elaboração dos
planos de “ação” e de “aplicação”. O Plano de Ação é deliberação de ordem política, no qual estão especificados os
objetivos, as metas e as diretrizes estabelecidas pelo Conselho dos Direitos (MPSC, 2013).
O Plano de ação é o documento que tem como objetivo estabelecer as deliberações do Conselho de Direitos,
estruturando as atividades que devem ser implementadas com os recursos do Fundo, durante determinado período e
contendo o planejamento estratégico das ações voltadas ao atendimento das crianças e dos adolescentes,
notadamente em situação de risco pessoal e social. No Plano de Aplicação são distribuídos os recursos existentes de
acordo com as prioridades e os objetivos fixados pelo Conselho (Tavares, 2007).
O Plano de Aplicação é o instrumento tático pelo qual são determinados os recursos que serão utilizados para a
implementação das ações eleitas como prioritárias pelos Conselhos de Direitos, (Tavares, 2007). Os Planos do Fundo
da Infância e da Adolescência deverão corresponder à realidade da localidade de abrangência do Conselho dos
Direitos, de modo que os programas e as metas traçadas sejam compatíveis com o orçamento e com as necessidades
locais.
Ambos os planos deverão ser elaborados pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente e
encaminhados à Chefia do Poder Executivo, a qual, por sua vez, deverá incluí-los no Projeto de Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO), uma vez que o orçamento é único! Após essa etapa, os planos devem seguir
para aprovação do Poder Legislativo e, sendo aprovados, retornam ao Executivo para sanção.
DICA: Os Conselhos podem criar uma comissão permanente para acompanhamento da execução orçamentária,
devendo esta comissão apresentar relatório periódico que permita avaliar a efetiva implementação da política de
atendimento dos direitos da criança e do adolescente.
3.4. Planejamento orçamentário
Qual a relação e a participação do Conselho dos Direitos com o planejamento orçamentário através do Fundo
da Política da Criança e do Adolescente?
O papel fundamental do Conselho em relação ao Fundo é o de fixar critérios para a aplicação dos
recursos. Cabe ao Conselho gerir o Fundo, isto é, deliberar, gestionar, exercer o controle, fixar critérios para
aplicação dos recursos, que devem ser destinados exclusivamente às políticas, programas e ações dirigidas à
promoção, proteção e controle social dos direitos das crianças e dos adolescentes. A administração do Fundo poderá
ser feita por uma Junta Administrativa, por um gestor ou pela Secretaria à qual o Conselho está vinculado.
O Administrador do FIA possui uma série de atribuições, a começar pela abertura da conta corrente do Fundo. O
Conanda enumerou alguns dos procedimentos de competência do Administrador do Fundo:
O Gestor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente, nomeado pelo Poder Executivo, deve ser
responsável pelos seguintes procedimentos, dentre outros inerentes ao cargo:
I - coordenar a execução do Plano Anual de Aplicação dos recursos do Fundo dos Direitos da Criança e do
Adolescente, elaborado e aprovado pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente;
II - executar e acompanhar o ingresso de receitas e o pagamento das despesas do Fundo dos Direitos da Criança e do
Adolescente;
III - emitir empenhos, cheques e ordens de pagamento das despesas do Fundo dos Direitos da Criança e do
Adolescente;
IV - fornecer o comprovante de doação/destinação ao contribuinte, contendo a identificação do órgão do Poder
Executivo, endereço e número de inscrição no CNPJ no cabeçalho e, no corpo, o n° de ordem, nome completo do
doador/destinador, CPF/CNPJ, endereço, identidade, valor efetivamente recebido, local e data, devidamente firmado
em conjunto com o Presidente do Conselho, para dar a quitação da operação;
V - encaminhar à Secretaria da Receita Federal a Declaração de Benefícios Fiscais (DBF), por intermédio da
Internet, até o último dia útil do mês de março, em relação ao ano calendário anterior;
VI - comunicar obrigatoriamente aos contribuintes, até o último dia útil do mês de março a efetiva apresentação da
Declaração de Benefícios Fiscais (DBF), da qual conste, obrigatoriamente o nome ou razão social, CPF do
contribuinte ou CNPJ, data e valor destinado;
VII - apresentar, trimestralmente ou quando solicitada pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, a
análise e avaliação da situação econômico-financeira do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente, através de
balancetes e relatórios de gestão;
VIII - manter arquivados, pelo prazo previsto em lei, os documentos comprobatórios da movimentação das receitas e
despesas do Fundo, para fins de acompanhamento e fiscalização; e
IX - observar, quando do desempenho de suas atribuições, o princípio da prioridade absoluta à criança e ao
adolescente, conforme disposto no art. 4o , caput e parágrafo único, alínea b, da Lei no 8.069 de 1990 e art. 227,
caput, da Constituição Federal.
Sendo assim, cabe ao Administrador a coordenação da execução dos recursos do FIA nos moldes do Plano Anual de
Aplicação, elaborado pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente. Da mesma forma, é atribuição
apresentar ao Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente a análise e a avaliação da situação econômico-
financeira do respectivo Fundo.
E ainda deverá executar e acompanhar a entrada de receitas e o pagamento das despesas do Fundo, além de emitir
cheques e ordens de pagamento de tais despesas. Por fim, é de sua responsabilidade a prestação de contas,
mensalmente, ao Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescentee, anualmente, ao Poder Legislativo, ao
Tribunal de Contas e ao Ministério Público! (MPSC, 2013)
Com relação aos recursos:
- É possível doar para organizações específicas, pré-cadastradas no Fundo, desde que uma parcela dos recursos
doados seja destinado a outros projetos a critério do Conselho. Isso é uma questão polêmica, pois vincula uma
doação a um projeto específico! Há dois posicionamentos antagônicos referentes a esse tema: O primeiro se
manifesta sobre a possibilidade de doações vinculadas, uma vez que isso facilita a captação de recursos para o
desenvolvimento de ações, programas e projetos na área da criança e adolescente. Essa corrente tem respaldo na
resolução nº 137 do CONANDA que admite que o doador indique sua preferência para aplicação dos recursos – há
um parecer positivo do Ministério Público de Goiás sobre esses assunto. O outro posicionamento, manifesta-se pela
impossibilidade desse tipo de doação vinculada, pois seria competência dos Conselhos de Direito da Criança e do
Adolescente a destinação do recurso que passou a ser público (MPSC, 2013).
- Como arrecadar? O Fundo da Infância e da Adolescência é composto por receitas próprias e específicas. Segundo o
art. 10 da Resolução nº 137 do Conanda, os Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente devem ter como
receitas:
 I - recursos públicos que lhes forem destinados, consignados no Orçamento da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, inclusive mediante transferências do tipo “fundo a fundo” entre essas esferas de governo,
desde que previsto na legislação específica;
II - doações de pessoas físicas e jurídicas;
III - destinações de receitas dedutíveis do Imposto de Renda, com incentivos fiscais, nos termos do Estatuto da
Criança e do Adolescente e demais legislações pertinentes.
IV - contribuições de governos estrangeiros e de organismos internacionais multilaterais;
V - o resultado de aplicações no mercado financeiro, observada a legislação pertinente; 
VI - recursos provenientes de multas, concursos de prognósticos, dentre outros que lhe forem destinados.
 
O Fundo destina-se, necessariamente, ao atendimento de políticas, programas e ações direcionadas, exclusivamente,
à promoção e à defesa dos direitos da criança e do adolescente e, para a liberação de suas verbas, deverá haver a
devida aprovação pelo Conselho de Direitos.
O Ministério Público de Santa Catarina elaborou um quadro sobre a destinação do uso das verbas do FIA,
com o que é ou não permitido (MPSC, 2013):
Permitido Não permitido
Implementar programas de incentivo ao
acolhimento familiar; Financiar o desenvolvimento
de programas e serviços de medidas de proteção;
Financiar cursos de capacitação de professores,
membros do Conselho Tutelar, Conselhos de
Direitos e quaisquer outros profissionais que
atuem na promoção e na defesa dos direitos da
criança e do adolescente; Financiar programas
voltados à implementação das medidas
socioeducativas; Adquirir material permanente e
de consumo ou outro insumo necessário ao
desenvolvimento dos programas e projetos;
Custear programas de atendimento à criança e ao
adolescente.
Pagar membro do Conselho Tutelar; Manter o
funcionamento dos Conselhos dos Direitos da
Criança e do Adolescente; Manter o
funcionamento do Conselho Tutelar; Financiar
políticas públicas que já disponham de fundos
específicos; Custear coleta de material para
investigação de paternidade; Construir, reformar,
ampliar, adquirir ou locar imóveis necessários à
implantação e implementação de programas e
projetos; Construir centros de educação infantil;
Adquirir medicamentos, óculos, próteses e outros
meios necessários ao tratamento, habilitação ou
reabilitação de crianças e adolescentes.
 
- Como prestar contas à Receita Federal dos recursos utilizados? A Secretaria da Receita Federal regulamenta a
comprovação das doações feitas aos FIA por meio da Instrução Normativa nº 258/2002, expedida em 17 de
dezembro de 2002, e a posterior Normativa nº 1311, de 28 de dezembro de 2012, que regulamentou os
procedimentos para utilização dos benefícios fiscais relativos ao Imposto de Renda das Pessoas Físicas nas doações
ao FIA. A pessoa física pode deduzir do imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual as doações feitas em
espécie ou em bens, no ano-calendário anterior à referida declaração, aos Fundos Nacional, estaduais, Distrital e
municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente, beneficiados pelas doações, devem emitir recibo em favor do
doador, assinado por pessoa competente e pelo presidente do Conselho correspondente, especificando: o número de
ordem; o nome, número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e o endereço do emitente; o
nome, número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doador; a data da doação e valor recebido; e o
ano-calendário a que se refere à doação. O comprovante pode ser emitido anualmente, desde que sejam
discriminados os valores doados mês a mês. No caso de doação em bens, o comprovante deve conter a identificação
dos bens, mediante descrição em campo próprio ou em relação anexa ao comprovante, informando também, se
houve avaliação, o nome, número de inscrição no CPF ou no CNPJ e endereço dos avaliadores.
Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos FIA deverão informar anualmente à RFB os dados
relativos ao valor das doações recebidas identificando número de inscrição no CPF, valor doado e
especificando se a doação foi em espécie ou em bens, nos termos no art. 57. Em caso de descumprimento das
obrigações previstas na normativa, a RFB dará conhecimento do fato ao Ministério Público. O artigo 57 determina
que a prestação de informações será efetuada por meio da Declaração de Benefícios Fiscais (DBF), em meio
digital, na forma, prazo e condições a serem definidas em instrução normativa específica do Secretário da
RFB. A pessoa física beneficiária dos incentivos de que trata a respectiva Normativa prestará informações, sobre a
dedução efetuada, na Ficha de Doações Efetuadas na Declaração de Ajuste Anual. A RFB efetuará o repasse das
doações diretamente aos fundos indicados pelos contribuintes na Declaração de Ajuste Anual, depositando os
valores nas contas bancárias específicas informadas pelos FIA
Para mais informações, acessar o link da Normativa RFB Nº 1311, de 28 de dezembro de 2012:
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=39251
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=39251
4. Controle Social - o que é isso?
O Controle Social é efeito da ação dos indivíduos e das comunidades sobre a gestão das instituições públicas,
governamentais ou privadas das quais são usuários. Essa concepção é advinda da Constituição Federal de
1988, enquanto instrumento de efetivação da participação popular no processo de gestão político –
administrativa – financeira e técnico-operativa. 
O controle do Estado é exercido pela sociedade na garantia dos direitos fundamentais e dos princípios democráticos
balizados nos preceitos constitucionais. A expressão do Controle Social passa a ser utilizada como indicativo que
deve haver um controle do poder público pela sociedade, especialmente no âmbito local, na definição de metas,
objetivos e planos de ação, superando assim os mecanismos tradicionais de controle técnico-burocráticos.
Somente com a avaliação dos resultados obtidos no controle das ações políticas, torna-se possível averiguar o
planejamento realizado inicialmente pelo Conselho com os avanços efetivamente obtidos. A análise de resultados
trará novos parâmetros para que se realize, com êxito, um novo ciclo de planejamento e controle social. Nessa
medida, a avaliação dos resultados das políticas em curso é etapa indispensável para avançarmos adequadamente
para o atendimento das reais necessidades infanto-juvenis.
Dessa maneira, a participação popular é o meio de controle social,exercido pela sociedade civil, para a
garantia dos direitos e controle de recursos orçamentários. A participação direta na administração pública
acontece por meio da atuação dos conselhos. Assim, ter um Conselho Municipal de Direitos forte é um importante
indicador do compromisso do município com os direitos da infância e adolescência.
Como já dissemos, é obrigação do poder executivo local criar o CMDCA e o Fundo Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente – uma fonte de recursos própria que o ECA assegura para financiar ações e
programas para atendimento e defesa dos direitos da população infantojuvenil.
Deste modo, o controle social é exercido soberanamente pela sociedade civil, através das suas organizações
representativas, por meio dos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente, que são compostos por igual
número de representantes do governo e da sociedade civil organizada, garantindo assim a ampla participação da
população, no processo de formulação e controle da política de atendimento aos direitos da criança e ao adolescente,
dos seus programas e serviços (SIMÕES, 2008).
Vale salientar que a garantia de condições adequadas de estrutura e funcionamento do Conselho é
pressuposto fundamental para a construção do seu papel político-institucional. 
Como já foi relatado em tópico anterior, o funcionamento dos Conselhos depende do apoio de uma estrutura
organizacional pública e administrativa, com uma secretaria-executiva dos Conselhos dos Direitos da Criança e do
Adolescente, além do apoio institucional necessário ao seu regular funcionamento. As leis de criação dos respectivos
conselhos devem prever sua definição e estrutura organizacional no âmbito do órgão de sua vinculação
administrativa, considerando suas necessidades e as adequações à realidade local do respectivo poder público.
O trabalho dos Conselhos dos Direitos estrutura-se em comissões temáticas paritárias, como uma de Controle Social.
Estas se encarregam de preparar e analisar as matérias que serão apreciadas na plenária. Face à sua natureza apenas
auxiliar, não substitui a realização das plenárias, que é o foro onde deverão ser tomadas todas as decisões do
respectivo Conselho.
Determina a Resolução n.º 105/05 do CONANDA:
Seção II - Da estrutura necessária ao funcionamento do Conselho dos Direitos.
Art.4º. Cabe à Administração Pública, nos diversos níveis do Poder Executivo, fornecer recursos humanos e
estrutura técnica, administrativa e institucional necessários ao adequado e ininterrupto funcionamento do Conselho
dos Direitos da Criança e do Adolescente, devendo para tanto instituir dotação orçamentária específica que não
onere o Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente. § 1º. A dotação orçamentária a que se refere o caput deste
artigo deverá contemplar os recursos necessários ao custeio das atividades desempenhadas pelo Conselho dos
Direitos da Criança e do Adolescente, inclusive despesas com capacitação dos conselheiros; § 2º. O Conselho dos
Direitos da Criança e do Adolescente deverá contar com espaço físico adequado ao seu pleno funcionamento, cuja
localização será amplamente divulgada e dotado de todos os recursos necessários ao seu regular funcionamento.

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