Buscar

MESTRADO RESUMO: 2 Texto: OLSEN, Ana Carolina Lopes. Direitos fundamentais sociais: efetividade frente à reserva do possível. Curitiba: Juruá, 2008, p.63-113

Prévia do material em texto

INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITOS FUNDAMENTAIS
CURSO DE MESTRADO
DISCIPLINA: REALIZAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS
PROFESSOR: ANTÔNIO JOSÉ DE MATTOS NETO
ALUNOS (especiais): MARCOS PAULO LEAL BORGES 
 MARINA ANGELIM BORDALLO
RESUMO: 2 Texto: OLSEN, Ana Carolina Lopes. Direitos fundamentais sociais: efetividade frente à reserva do possível. Curitiba: Juruá, 2008, p.63-113
Positivados na Constituição da República Federativa de 1988, os direitos fundamentais sociais, são normas de caráter principiológicos cujo conteúdo, segundo Alexy, apontam para um “mínimo vital” ou ainda um “conteúdo máximo”, ou seja, princípios que tutelam a existência, a própria vida o que geram obrigações prima facie de prestações positivas do Estado, uma vez que são a própria razão de ser deste. 
Uma latente discussão gira em torno do princípio da proporcionalidade que, segundo Luís Virgílio Afonso da Silva, “a exigência da proporcionalidade decorre da própria estrutura dos direitos fundamentais”, pois “quanto mais severamente for atingido um direito fundamental maior deve ser o peso do princípio contraposto”, e ainda Raquel Denise Stumm que faz menção a ideia de que este representa a limitação de Poder. O importante é entender que esta proporcionalidade, agora nas palavras da autora em voga (OLSEN) oferece a instrumentalidade à ponderação de princípios que tendo por base um sistema de precedentes poderá oferecer segurança jurídica contra supostos atos discricionários do sistema judiciário de modo que sua aplicação geralmente requer ponderação.
O princípio que ampara a interpretação nas normas de direitos fundamentais sociais é o da máxima efetividade, uma vez que a constituição é ponto de partida para a interpretação, este princípio busca o sentido de maior eficácia, utilizando todas as suas potencialidades, desta feita, ao requererem do Estado prestações positivas, de cunho econômico por exemplo, visualizamos a busca dessa efetividade.
Ocorre que esses direitos fundamentais sociais que exigem uma prestação que demande as finanças do Estado esbarram nos chamados direitos sob a reserva do possível, ou seja, aguardam pela suficiência dos recursos econômicos do Estado.
Assim, a autora (OLSEN), traz a luz das discussões jurídicas a “pedra angular” em que se firma o Estado a fim de restringir, limitar suas responsabilidades para com as obrigações pelas quais foi criado, ou seja, obrigações jusfundamentais, prestações positivas.
Congruente as afirmações de Alexy, sobre o “mínimo vital” conteúdo dos direitos fundamentais sociais, é que a fundamentação da reserva do possível deve ser restritiva e ponderada de acordo com cada caso concreto, uma vez que a exigência do direito segue sua existência de ser exigido.
Outrossim, utilizam da fundamentação de que são os direitos fundamentais sociais normas programáticas como forma de justificar a tardia atuação Estatal, o que se desmonta sob o argumento que estes conferem verdadeiros direitos aos seus titulares e podem ser qualificados como direitos fundamentais subjetivos, pois tutelam o direito de defesa que vincula o dever do Estado de proteção à vida.
Neste contexto, o mínimo vital e a proporcionalidade como proibição da incapacidade de atuação estatal podem significar parâmetros de constitucionalidade para efetivação das normas, e determinar o afastamento da reserva do possível como restrição dos direitos fundamentais sociais eliminando assim a questão político-ideológica que não concebe os direitos sociais como direitos subjetivos.

Continue navegando