Buscar

Gerenciamento de resíduos

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Departamento de Engenharia Civil 
Giovanna Sônia Motta Mancilha
Maria Victória Cunha Silva de Lima
Mayara Sant’Anna de Souza
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil 
Taubaté - SP
2018
INTRODUÇÃO
A construção civil é uma grande influenciadora do desenvolvimento econômico e social do país. Apesar disso, a construção civil é uma das grandes consumidoras de recursos não renováveis. 
Outro fato importante é que este setor atue como um dos maiores geradores de resíduos, popularmente conhecido como entulhos. A geração de resíduos é feite desde o início das obras, com a implantação do canteiro de obras até o término da construção; a geração de resíduos também é muito grande quando feita demolição de construções.
A questão dos resíduos da construção civil é prevista na Resolução Conama nº 307, que classifica e determinar formas ideais de depositar, transportar e armazenar estes materiais. 
Através da classificação dos resíduos, e identificando a grande demanda de geração deste na construção civil, vê-se necessário realizar estudo sobre o gerenciamento destes resíduos; identificando os materiais gerados, suas formas de reciclagem, forma de transporte e armazenamento no destino. 
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é levantar as classes de resíduos da construção civil, legislações vigentes, alternativas para reciclagem de cada material, meios de armazenamento e através destes dados elaborar um plano de gerenciamento de resíduos da construção civil. 
CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
Os resíduos da construção civil, de acordo com a Resolução CONAMA 307 de 5 de julho de 2002, são divididos em Classe A, Classe B, Classe C e Classe D. Cada classe possui sua caracterização e materiais que a constituem. 
CLASSE A
Segundo o Artigo 3º da Res. Conama 307; os resíduos pertencentes à Classe A são reutilizáveis ou recicláveis, como agregados tais como: 
De construção civil, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; 
De construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc), argamassa e concreto;
De processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio-fios etc) produzidas nos canteiros de obras. 
Entre os materiais da Classe A podemos apresentar: 
Resíduos de concreto (comento, argamassa concreto, blocos e peças pré-moldadas);
Tijolos;
Resíduos de Cerâmica vermelha (telhas, ladrilhos, blocos);
Louças sanitárias;
Telhas;
Azulejos e pisos cerâmicos vidrados; 
Solos e rochas sem substâncias perigosas;
Lodo de dragagem;
Areia e brita.
 CLASSE B
São os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias e gesso. 
Como materiais da classe B, podemos apontar: 
Gesso;
Cobre; 
Bronze;
Latão; 
Alumínio;
Chumbo;
Zinco;
Ferro;
Aço;
Estanho;
Sucatas metálicas;
Cabos que não contenham hidrocarbonetos ou outras substâncias perigosas;
Magnésio;
Níquel;
Madeira serrada sem tratamento (Tábuas, palinetes, vigas, ferragens); 
Madeira compensada, laminada ou envernizada; 
Plásticos (mantas de cura, embalagens de produtos, telas de proteção, PVC, PET etc); 
Embalagens de papel ou cartão; 
Embalagens de madeira; 
Embalagens de metal (ferroso);
Embalagens de metal (não-ferroso); 
Mistura de embalagens;
Embalagens de vidro;
Embalagens têxteis;
Vidro (plano, liso, translúcido, refletivo ou temperados); 
Materiais de construção a base de gesso não contaminados com substâncias perigosas; 
Misturas betuminosas não contendo alcatrão (asfalto modificado, emulsão asfáltica e mantas asfálticas); 
Misturas de resíduos de construção e demolição não contendo mercúrio, PCB e substâncias perigosas (resíduos têxteis, carpetes, tecidos de decoração);
Materiais de isolamento não contendo amianto ou substâncias perigosas (Lã de vidro e lã de rocha);
Resíduos de Borracha exceto pneus.
CLASSE C
São os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação.
Como materiais da classe C, podemos indicar:
Plásticos (neoprene, plásticos reforçados com fibras (forros em lã de vidro com revestimento em PVC);
Resíduos de colas e vedantes não contendo solventes orgânicos ou outras substâncias perigosas (selantes, massa plástica, epóxi);
Resíduos de tintas e vernizes não contendo solventes orgânicos ou outras substâncias perigosas;
Misturas de resíduos de construção e demolição não contendo mercúrio, PCB e substâncias perigosas (Lixas (papel e areia), forros (argamassa, EPS, lãs de vidro);
Embalagens de papel e cartão (com materiais cimentícios, gesso, cal);
CLASSE D 
São resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde.
Como materiais da classe D, podemos atentar:
Tintas, produtos adesivos, colas e resinas contendo substâncias perigosas (restos e borras de tintas e pigmentos, graxas, solventes, selantes, desmoldantes, aditivos);
Embalagens de qualquer tipo contendo ou contaminadas por substâncias perigosas;
Resíduos de soldadura (Eletrodos);
Misturas ou frações separadas de cimento, tijolos, ladrilhos, telhas e materiais cerâmicos contendo substâncias perigosas;
Vidro, plástico e madeira, misturados ou não, contendo ou contaminados com substâncias perigosas - (Madeiras tratadas com creosoto, fungicidas, poliuretano, etc);
Misturas betuminosas contendo alcatrão;
Asfalto e produtos de alcatrão - (solução asfáltica);
Resíduos metálicos contaminados com substâncias perigosas;
Cabos contendo hidrocarbonetos, alcatrão ou outras substâncias perigosas;
Solos e rochas contendo contaminados com bifenilas policloradas (PCB);
Solos e rochas contendo outras substâncias perigosas -
Lama bentonítica contaminada;
Britas de linhas ferroviárias contendo substâncias perigosas;
Materiais de isolamento contendo amianto;
Outros materiais de isolamento contendo ou constituídos por substâncias perigosas;
Materiais de construção contendo amianto (por exemplo, telhas, tubos, etc.);
Materiais de construção à base de gesso contaminados com substâncias perigosas;
Resíduos de construção e demolição contendo mercúrio;
Resíduos de construção e demolição contendo PCB (por exemplo, vedantes com PCB, revestimentos de piso à base de resinas com PCB, condensadores de uso doméstico com PCB).
DESTINO, RECICLAGEM E ARMAZENAMENTO DOS RESÍDUOS
4.1. DESTINO
De acordo com o Art. 10 da resolução CONAMA 307, devem ser destinados da seguinte forma: 
I - Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados;
a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua
utilização ou reciclagem futura;
II - Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de
armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou
reciclagem futura;
III - Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com
as normas técnicas específicas;
IV - Classe D: deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em
conformidade com as normas técnicas específicas.
4.2. RECICLAGEM 
Cada material possui uma forma correta de reciclagem ou reaproveitamento, o que é de fundamental importância ao conhecimento, uma vez que existe a possibilidade de o Aterro de Resíduos reciclar estes materiais. 
4.2.1. Classe A
Resíduos provenientes do concreto: Estes resíduos podem ser quebrados com a demolição (britadeiras, explosivos),
triturados em menores pedaços e transformados em agregados de concreto; este agregado pode ser utilizado na fabricação de novos blocos que poderão ser utilizados na construção civil novamente (exceto na parte estrutural da construção), na mistura de pavimentação e em enchimento de piso.
Tijolos: Os tijolos, assim como o concreto, podem ser utilizados em misturas de pavimentação e na fabricação de novos tijolos para utilização não estrutural.
Resíduos de Cerâmica Vermelha: Segue a mesma reciclagem dos Tijolos e dos resíduos de concreto. Podem ser reutilizados em forma de agregado para fabricação de novas peças, de pavimentação, enchimento de piso, bem como utilização destes resíduos em obras como mosaicos.
Louças Sanitárias: Louças sanitárias também são conhecidas como cerâmica branca. Nos Estados Unidos, podem ser reutilizadas em Calçadas ecológicas, sendo moídas e utilizadas como matéria prima para a construção destas calçadas. Em caso de peças quebradas sem uso, algumas empresas acabam reutilizando estas peças moídas para fabricar peças novas. Além disso, estas louças, quando bem trituradas, ainda podem ser utilizadas na produção de argamassa. 
Areia e brita: Podem ser utilizados em pavimentação, contenção de encostas, canalização de córregos, uso em argamasse e concreto. Da mesma maneira, pode-se fabricar componentes de construção - blocos, briquetes, tubos para drenagem, placas. 
4.2.2. Classe B
Gesso: Deve passar pelo processo de moagem e calcinação. Quando submetido somente à moagem, pode ser reutilizado como fertilizante para correção do pH do solo e na indústria de cimento. Quando submetido tanto à moagem quanto à calcinação, ele pode retornar para os processos de produção de novos produtos. 
Madeira: Deve-se verificar a possibilidade da reutilização das peças mesmo que tenham sido danificadas na desforma, ou por outro motivo qualquer, recortando-as adequadamente de modo a utilizá-las em outros locais, ou seja, utilizar uma mesma peça mais de uma vez, dando-lhe uma sobrevida, o que significa economia de dinheiro e matéria-prima. Além disso, deve-se reutilizar, o máximo possível, componentes e embalagens de madeira dos diversos produtos que chegam na obra, procurando recuperá-los. 
Deve-se, ainda, evitar que a madeira usada nas fôrmas seja tratada com produtos químicos e que se evite o emprego desnecessário de pregos, para facilitar a desforma ou sua reciclagem.
As peças a serem reutilizadas deverão ser empilhadas o mais próximo possível dos locais de reaproveitamento. Caso o aproveitamento das peças não for feito próximo ao local de geração, elas deverão ser estocadas em pilhas devidamente sinalizadas nos pavimentos inferiores, preferencialmente no térreo ou subsolo.
 As peças de madeira devem ser utilizadas de acordo com o projeto e, na falta deste, de forma a evitar perdas com cortes desnecessários. Deve-se verificar a possibilidade do reuso das peças, ou seja, utilizar uma mesma peça mais de uma vez, dando-lhe uma sobrevida, o que significa economia de dinheiro e matéria-prima.
Metais: Sobras de vergalhões podem ser utilizadas como esperas, estribos e outras peças de comprimento reduzido. No caso de Pregos, estes devem ser recolhidos na desforma e deve-se avaliar a possibilidade de desentortá-los para reutilização. As sobras de fios e cabos elétricos podem ser usadas em emendas e ligações de comprimento reduzido. Outros metais podem ser utilizados onde for mais apropriado. No caso de latões de tinta, estes podem ser doados para sua utilização como vaso de plantas, ou usos sustentáveis. 
Papelão e Sacarias: Para possibilitar a reciclagem do papel e papelão não contaminados deve-se protegê-los das intempéries. Os sacos de cimento, após umedecidos, poderão ser usados na vedação de frestas das formas de lajes e pés de pilares, também podem ser utilizados na produção de manta asfáltica. 
Plásticos: Na obra é difícil que estes resíduos sejam reutilizados, mas fora dela, algumas empresas interessadas podem recolher estes resíduos, segrega-los e submeter este material a reciclagem através de fusão ou processos químicos. 
Vidro: Pode-se, no caso de pequenas quebras, identificar esquadrias com espaço para instalação de vidro menor e ajustá-lo para o reaproveitamento nestes pontos. Em caso de não haver possibilidade de utilização na obra, os vidros podem ser encaminhados para locais especializados, onde podem passar por processo de reciclagem. Estes vidros devem passar por processo de moagem, depois devem ser peneirados e submetidos a temperaturas altas para que possam se tornar outros produtos. 
4.2.3. Classe C
Segundo a Resolução Conama 307 essa classificação não possui formas de reciclagem, seu destino deve ser em locais apropriados, como um posto de recebimento de resíduos da construção civil. 
4.2.4. Classe D
Solventes: O processo é relativamente simples: os solventes são filtrados para que os materiais sólidos sejam separados do líquido. Na sequencia, eles são enviados para destiladores, onde são aquecidos até a ebulição. Nesse momento, o solvente evapora e deixa os contaminantes no destilador. O gás, em seguida, é condensado e resfriado para retomar o estado líquido. Finalmente, passa por processo de reestabilização e rebalanceamento e se transforma novamente em solvente, pronto para ser reutilizado, desde que seja aprovado em laudo técnico. Caso ele não apresente condições de ser utilizado na mesma função, pode ser usado como gerador de energia térmica ou até ser incinerado também para gerar energia.
Asfalto e produtos de alcatrão: O processo de reciclagem asfáltica é feito in situ. A área flexível do pavimento e parte de sua base é totalmente retirada e triturada. As lâminas penetram profundamente no asfalto, retirando toda a camada danificada e possíveis rachaduras reflexivas ou outras más-formações. Em todos os casos é adicionado um estabilizador, que deve ser escolhido de acordo com as características do pavimento. Os aditivos são completamente misturados e agregados ao material reciclado, em um processo que combina pós-aquecimento e secagem, garantindo o controle total da umidade do asfalto a ser posteriormente recolocado.
Vale ressaltar que estes materiais são nocivos tanto ao meio ambiente quanto ser humano. Os produtos devem ser manuseados e armazenados de forma adequada, bem como encaminhados para empresas específicas para dar fins adequados. 
4.3. FORMAS DE ARMAZENAMENTO
4.3.1. CLASSE A
O acondicionamento inicial pode ser feito em pilhas formadas próximas aos locais de geração, nos respectivos pavimentos, sendo observados os procedimentos de segregação.
 O armazenamento final pode ser feito em caçambas estacionárias devidamente identificadas e exclusivas para cada tipo de resíduo (resíduos à base de concreto e argamassa e resíduos à base de produtos cerâmicos).
 No caso da impossibilidade de segregação dos resíduos à base de concreto e argamassa dos resíduos predominantemente cerâmicos vermelhos, ambos deverão ser colocados em caçambas estacionárias isentas de contaminantes para posterior encaminhamento às Usinas de Reciclagem.
4.3.2. CLASSE B
MADEIRAS 
Para o acondicionamento temporário desses resíduos, devem ser usados tambores devidamente identificados na cor preta conforme resolução Nº 275 do CONAMA e com furos no fundo, dispostos nos pavimentos da obra. Após atingir a sua capacidade máxima, os tambores são transportados horizontalmente em carrinhos e, verticalmente, em pranchas ou guinchos até o térreo onde serão depositados em caçambas, especialmente destinadas para recebê-los. O armazenamento central, caso necessário, deverá ser feito em baias cobertas e sinalizadas.
METAIS
O acondicionamento temporário pode ser feito em bombonas devidamente identificadas na cor amarela conforme resolução Nº 275 do CONAMA, sinalizadas e revestidas internamente por sacos de ráfia ou em fardos e por pavimento. No caso de vergalhões de aço isto é feito no local de corte e montagem das armaduras. O armazenamento pode ser feito em baias sinalizadas. 
PAPELÃO
E SACARIAS
O acondicionamento temporário deve ser feito separadamente para as sacarias contaminadas e para o papel e papelão não contaminados. Podem ser utilizadas bombonas sinalizadas e devidamente identificadas na cor azul(papel –papelão), vermelho(plástico) ou cinza(contaminados), conforme resolução Nº 275 do CONAMA e revestidas internamente por sacos de ráfia, fardos ou bags, próximos aos locais de geração.
O armazenamento pode ser feito em baias sinalizadas, bags ou fardos mantidos em local coberto, sendo que devem estar protegidos contra umidade.
PLÁSTICO
Podem ser utilizadas bombonas sinalizadas e devidamente identificadas na cor vermelha e cinza contaminado conforme resolução Nº 275 do CONAMA e revestidas internamente por sacos de ráfia, próximas aos locais de geração. O armazenamento pode ser feito também em baias sinalizadas ou bags.
VIDRO
Armazenar em recipiente do tipo bombona ou caixotes de madeira sinalizados e identificados na cor verde conforme resolução Nº 275 do CONAMA, cujas paredes não possam ser perfuradas pelas pontas dos cacos. Sempre que os resíduos atingirem a proximidade da borda efetuar a destinação, a fim de se evitar acidentes.
SOLOS E AREIA
Neste caso, devem ser armazenados cobertos por lona ou algo que impossibilite o levante de poeira; devem ser mantidos úmidos, diminuindo poeira, mau estar, problema à saúde e poluição. 
GESSO
Acondicionamento inicial (no momento da geração): em pilhas formadas próximas aos locais de geração dos resíduos, nos respectivos pavimentos.
 Armazenamento final: Em caçambas estacionárias, evitando a contaminação dos resíduos de alvenaria, concreto e outros.
4.3.3. CLASSE C
Devem ser encaminhados para aterros especificamente licenciados para receber resíduos perigosos, bem como para dar a destinação correta para estes.
4.3.4. CLASSE D
AMIANTO
O amianto deve ser manuseado observando-se os cuidados indicados pelo fabricante. No momento de sua geração, o resíduo deverá ser imediatamente transportado para o local de armazenamento final. Este pode ser feito em baias sinalizadas e identificadas na cor laranja, conforme resolução Nº 275 do CONAMA e para uso restrito.
DEMAIS PRODUTOS
Deverá ser transportado, logo após o uso, para o local de acondicionamento final, devidamente sinalizado e identificado na cor laranja, conforme resolução Nº 275 do CONAMA e de acesso restrito às pessoas que, durante suas tarefas, manuseiem esses resíduos.
ESTUDO DE CASO
5.1. SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
O Município em 2006 através da lei 7.146/06 instituiu o Plano Integrado de Gerenciamento e o Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos. O Sistema é constituído de: 
- Rede de pontos de entrega para pequenos volumes de resíduos de construção civil e resíduos volumosos denominados como PEVs;
 - Serviço de disque coleta para pequenos volumes, de acesso telefônico a pequenos transportadores privados de resíduos de construção civil e volumosos; 
- Rede de áreas para recepção de grandes volumes. Áreas de transbordo e triagem (ATT), áreas de reciclagem e aterros de resíduos da construção civil; 
- Ações de informação e educação ambiental;
- Ações para controle e fiscalização;
 - Ação de gestão integrada a ser desenvolvida por Núcleo Permanente de Gestão que garanta a unicidade das ações prevista no Plano Integrado.
Figura 01: Sistema de Gestão de Resíduos da Construção Civil
	
Fonte: Prefeitura de São José dos Campos (2015) 
Em 2011 começou operar o Sistema Eletrônico de Controle ainda sem a obrigatoriedade do uso. Através da lei municipal nº 8.696/2012 foi oficializado o Sistema de Controle de Resíduos da Construção Civil, com a finalidade de monitorar a geração, transporte e destinação final de resíduos da Construção Civil gerados no município, tornando obrigatório seu uso.
5.1.1. Área de Transbordo de Triagem (ATT) 
São seis ATTs localizadas em São José Campos e todas foram licenciadas e instaladas entre 2006 e 2012, e recadastrados em 2014. No processo de recadastramento foi observado que a maioria das ATTs que continuaram operando possuía um acumulo muito grande de RCC em seus pátios, algumas utilizando os mesmos para nivelamento do terreno, algumas situada em terreno muito reduzido com espaço insuficiente para manejo de resíduos e uma destas ATT se especializou em resíduos de madeira havendo inclusive processamento prévio para destinação a empresa de produção de briquetes para queima.
5.1.2. Recicladores 
São cinco recicladores de resíduos da construção civil Classe A, cadastrados no sistema de controle eletrônico: 2 localizados em São José dos Campos. 
 A RCC - RECICLAGEM E USINA DA CONSTRUÇÃO CIVIL AMBIENTAL, recepciona e processa quase a totalidade dos resíduos da construção civil produzidos pelos grandes geradores privados; 
 A AB SOLUÇÕES AMBIENTAIS processa os resíduos do poder público municipal (dos PEVs e obras públicas); esta recicladora utiliza-se de 112 equipamentos móveis de processamento de entulho dimensionado para atendimento ao Município. 
 A RECENTULHOS AGREGADOS RECICLADOS PARA CONSTRUÇÃO, iniciou sua operação em abril de 2015, portanto com um potencial de absorção de processamento de resíduos localizados distante de seu limite de operação; no entanto, o Município de Jacareí é seu foco de captação de resíduos. 
 A BIOMASS SOLUÇÕES AMBIENTAIS LTDA EPP, processa basicamente resíduo de madeira para produção de briquetes para queima em substituição a lenha. 
 A PAULO HENRIQUE MARCONDES CESAR E OUTROS é uma construtora que estruturou um processo de reciclagem de gesso proveniente de suas próprias obras para utilização como corretivo de solo para pastagem
A pouca oferta de locais para destinação adequada de RCC, as limitações de controle e fiscalização da movimentação destes resíduos impulsiona o surgimento de áreas de despejos irregulares de grandes volumes de resíduos.
5.1.3. Aterro para Inertes de Resíduos da Construção Civil 
O aterro da ENGEP AMBIENTAL LTDA, cadastrado no sistema eletrônico de controle que recepciona resíduos Classe A, é um aterro sanitário e utiliza o resíduo apenas na manutenção do acesso de serviço do próprio aterro e manutenção das estradas rurais de acesso ao mesmo. O aterro sanitário da Urbam – ETRS recepciona resíduos Classe B gerados por obras públicas do município. ESSENCIS ECOSSISTEMA LTDA em São José dos Campos e RESICONTROL SOLUÇÕES AMBIENTAIS em Tremembé recepcionam resíduos Classe C e D, provenientes de obras particulares e públicas do município.
5.2. JACAREÍ
O Município de Jacareí, com extensão territorial de 464,272km², está inserido na Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, no Estado de São Paulo e ocupa uma área de 463 km2 com um relevo plano. A Prefeitura Municipal de Jacareí foi autorizada pela Lei Municipal nº 5.140 de 24 de janeiro de 2008, a delegar pelo regime de concessão administrativa a prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.
A partir de 15 de janeiro de 2010 o município assinou o contrato de concessão municipal com a sociedade de propósito específico “Concessão Ambiental Jacareí Ltda.” pelo prazo de 20 anos, baseado em uma Parceria Público-Privada (PPP), desta data em diante então a concessão passa a prestar os serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.
Em 2015, Jacareí possuía um aterro sanitário que estava próximo de atingir a cota máxima de aterramento do lixo produzido na cidade, para tanto foi selecionada uma nova área para implantação do novo aterro sanitário, ambos estão localizados na gleba da prefeitura chamada de “Fazenda Itaguassú” situada no bairro “Cidade Salvador”, a área do terreno é de 792.550 m².
Os resíduos sólidos inertes e entulho (Classe IIB) até o ano de 2013 eram dispostos no terreno da fazenda Itaguassu junto ao complexo do aterro sanitário, este aterro foi fechado pois, a disposição não seguia os critérios técnicos de disposição.
Os resíduos inertes eram descarregados e dele era separado somente as madeiras e os ferros,
que eram destinados para a cooperativa de reciclagem, o restante dos resíduos eram dispostos sem controle.
A solução veio com o contrato da empresa “Concessão Ambiental Jacareí Ltda.”, neste contrato está previsto a construção da Unidade de Triagem.
Primeiro os resíduos são recebidos e descarregados em um pátio onde é feita a triagem dos vários tipos de resíduos. 
A Reciclagem de Resíduos da Construção Civil já está em operação, após a triagem os resíduos são enviados para o triturador e em seguida peneirados assim obtém-se um material de várias granulometrias podendo ser aproveitados para diversos fins.
Em seguida depois e triturar e separar por tipo e granulometria os resíduos vão para o pátio e ficam à disposição da prefeitura para uso na cidade.
5.3. MINAS GERAIS
5.3.1. Etapas da elaboração do Programa de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil 
a) formação de equipe técnica: A formação da equipe para elaboração, implantação e coordenação do programa deve ser preferencialmente multidisciplinar. A comissão deve desenvolver: 
• treinamento e capacitação dos agentes responsáveis diretamente pela operacionalização do programa, como funcionários da prefeitura, associação de catadores e/ou carroceiros etc; 
• proposição de ações que visem ao monitoramento, fiscalização e manutenção do programa. 
b) elaboração do diagnóstico da situação atual dos RCCs São obtidas informações como: 
• caracterização dos RCCs (levantamento qualitativo e quantitativo); 
• análise das possíveis condições de deposições de RCCs. c) elaboração, implantação e coordenação do Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. 
Após o término das etapas, a equipe técnica deve elaborar o programa que fará parte integrante do Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos da Construção Civil – PGIRCC. As etapas de implantação e coordenação deverão ser realizadas posteriormente.
 5.3.2. Classificação e separação no Canteiro de Obras 
Para implantação da coleta seletiva dos resíduos em uma obra, foram sugeridos os seguintes passos:
 • 1º Passo: planejamento das ações a serem efetivadas e onde serão implantadas, a fim de direcionar os esforços para que sejam alcançadas as metas. 
• 2º Passo: mobilização de pessoal, que pode ser feita por meio de palestras, complementada por cartazes, mensagens em contracheques e outros meios apropriados. 
• 3º Passo: caracterização dos RCCs gerados nas principais fases da obra, sendo variável durante sua execução. 
• 4º Passo: avaliação da viabilidade do uso dos componentes do entulho. 
• 5º Passo: desenvolvimento de todo o processo e providências relativas a acordos, contratos, licenças, autorizações e demais documentos que permitam a utilização dos resíduos da construção civil; 
• 6º Passo: desenvolvimento e documentação dos procedimentos adotados para seleção, acondicionamento, despacho e retirada dos resíduos da obra. Providenciar recipientes para acondicionamento dos materiais a serem segregados. Em cada pavimento, quando for o caso, deve-se ter recipiente para coleta seletiva, identificado conforme o material a ser selecionado. No andar térreo, é importante a instalação de baias para acumular os resíduos coletados. A normalização do padrão de cores para os resíduos é dada pela Resolução Conama 275/2001.
• 7º Passo: estabelecimento de logística do transporte para retirada dos resíduos selecionados, de maneira a evitar o acúmulo no canteiro de obra, o que pode desestimular a coleta seletiva.
• 8º Passo: capacitação de todos os envolvidos, por meio de treinamento. Também é necessário treinamento específico dirigido aos funcionários que irão efetuar a remoção dos resíduos de construção civil dos recipientes para as baias.
5.3.3. Proposta de Gestão Diferenciada do Entulho
Grande parte do entulho de construção civil era disposta em diversos pontos de descarte aleatório nas cidades, de forma clandestina em encostas, terrenos baldios, córregos, valas, praias, estradas, trazendo, como consequência, criação de pontos de lixo, mau cheiro, doenças, obstrução do sistema de drenagem, inundações, insegurança no trânsito, deslizamentos e proliferação de insetos e animais nocivos. 
Dessa forma, foi necessária a adoção de medidas que visavam corrigir esses problemas. Um modelo escolhido baseia-se na seleção e implantação de áreas, em pontos estratégicos próximos ao centro de geração de tais resíduos, com a finalidade de receber, reaproveitar e reciclar esses entulhos.
implantação de Postos de Descarga de Entulho (PDEs) - Áreas selecionadas para descargas oficializadas de entulho, localizadas próximas aos centros de produção dos resíduos. O entulho disposto temporariamente será transportado para outro local onde se fará o reaproveitamento ou destino final. 
 implantação de Bases de Descarga de Entulho (BDE) – Maiores áreas destinadas a descargas oficializadas de entulho licenciadas pelas prefeituras, localizadas próximas a grandes centros produtores de entulho, com a finalidade de receber, reaproveitar e reciclar grande volume desse material.
 Esses resíduos poderão ser provenientes dos Postos de Descarga de Entulho e dos geradores acima do limite de volume especificado no PGIRCC municipal. Essas áreas poderão ser escolhidas entre aquelas com topografia acidentada ou já degradadas, para propiciar sua correção, reaproveitando-se o entulho disposto, promovendo a maximização da eficácia da coleta e transporte desse resíduo, até que sejam elaborados os estudos e as pesquisas necessários à implantação da reciclagem.
5.3.4. Suporte dos Projetos implementados
Programa de informação, educação ambiental e mobilização comunitária: objetiva atingir os agentes envolvidos com a questão da deposição de entulho por meio dos veículos de comunicação (rádio, televisão, jornal), folhetos, cartazes, placas e programas específicos desenvolvidos.
 Programa de fiscalização, orientação e monitoramento: baseado na legislação existente e em parceria com outros órgãos afins, esse programa será intensificado nas áreas de descarte aleatório, fazendo cumprir as metas do projeto e corrigir os hábitos inadequados da população. 
Programa de remediação de áreas degradadas pelo descarte clandestino de entulho: tem como finalidade melhorar e transformar o uso das áreas de descarte clandestino de entulho, por meio da limpeza e execução de jardins, plantio de árvores e outros.
5.3.5. Infraestrutura Necessária 
As áreas escolhidas para receber os materiais inertes precisaram passar por uma limpeza geral, bem como instalação da infraestrutura para a sua finalidade, a saber: 
• Paisagismo: para evitar impacto visual negativo. Por serem bem próximos a residências, os terrenos dos Postos de Descarga de Entulho e Bases de Descarga de Entulho deverão ser murados, identificados e dotados de portões.
 • Guarita: para abrigar o pessoal da vigilância, responsável pelo controle da entrada e saída de veículos. 
• Escritório: para utilização dos auxiliares administrativos, bem como servir de guarda dos controles administrativos e de almoxarifado geral. 
• Área de descarga e triagem: local onde a descarga é efetuada pelos usuários e poder público, como também a separação manual dos materiais. 
• Área de classificação: local destinado a separar os agregados graúdos dos miúdos, por meio do processo de peneiramento.
• Baias para armazenamento: locais para a separação, classificação e armazenamento dos materiais até a utilização ou comercialização. 
• Área para rejeito: local destinado a armazenar os rejeitos ou aguardar o transporte para o aterro. 
• Sinalização: confecção de placas indicativas e informativas com logomarca e instaladas nos postos e bases. 
• Equipamentos e veículos: caminhões para o transporte dos resíduos até a base de descarga; trator de esteira para espalhamento, compactação e aterramento nas áreas, de acordo com a necessidade; e equipamentos para a reciclagem, de acordo com o definido no PGIRCC. 
• Funcionários: para controle de entrada e saída de veículos, indicação de locais
de descarga e segurança dos postos e bases de descarga de entulho.
• Estudos Ambientais: realização de estudos ambientais necessários à implantação dos postos e bases, em conformidade com as normas e outras regulamentações ambientais existentes. 
• Projetos: têm função de ordenar a disposição de entulho na cidade; tornar eficaz a coleta, o transporte e o destino final; propiciar o tratamento para dar toda condição de utilização dos postos e bases; e controlar efetivamente os pontos possíveis de depósito clandestino. O projeto conta também com um serviço de atendimento ao público, em que o usuário poderá solicitar informações sobre a remoção de seu entulho.
ÁREA PARA O ATERRO
A cidade escolhida para receber o aterro é Campos do Jordão. O município, por não possuir um aterro na cidade, acaba por transportar seus resíduos sólidos para outra cidade, como Tremembé, que recebe o lixo produzido pelo município. 
6.1. O MUNICÍPIO DE CAMPOS DO JORDÃO 
O município de Campos do Jordão é um município localizado no Estado de São Paulo, mais precisamente na Serra da Mantiqueira. Com uma população estimada de 51.454 habitantes (IBGE, 2017), o município que é conhecido como a “Suíça Brasileira” tem sua economia voltada para o turismo. 
Figura 01: Localização do Município de Campos do Jordão no Estado de São Paulo 
	
Fonte: Tudo Rocha (2017)
Caracterizada também por seus bosques e áreas verdes, o município localiza-se em área de preservação permanente (APP). 
6.2. GESTÃO DOS RESÍDUOS
Por localizar-se em uma área de preservação permanente, o Plano Diretor do município não permite construção de aterros no município, necessitando utilizar do aterro de outro município. Todo resíduo urbano de Campos do Jordão é descartado no aterro sanitário em Tremembé. 
Mesmo não sendo permitido, percebe-se que é de grande necessidade que haja um aterro no município, não apenas para os resíduos urbanos, mas para os resíduos da construção civil. A justificativa para que haja um aterro na cidade de Campos do Jordão é o custo que o município tem para transportar todo resíduos para Tremembé. Mesmo sendo uma cidade vizinha, há custo com combustível, há aumento de congestionamento – uma vez que os caminhões cheios precisam estar em menor velocidade - há custo também em manutenção dos veículos que transportam estes resíduos; em caso de transportadoras terceirizadas, há o custo destas empresas; há também um valor que para Tremembé por desejar os resíduos no aterro da cidade. Estes aspectos não apenas encarecem o transporte, mas fazem com que o município necessite de um plano de logística bem elaborado para gerir estes transportes. 
De acordo com o Grupo Resitec: 
A estrutura operacional disponível é a mesma que opera os resíduos sólidos do município. A prefeitura não possui nenhum maquinário exclusivo especial para a coleta, transporte ou destinação final, como caçambas, caminhões coletores de caçambas ou britador de inertes, sendo todo o processo terceirizado conforme necessidade.
Ainda segundo o Grupo Resitec, o município possuí um local de transbordo, que se localiza da rua Luiz Gonzaga Arroba Martins, S/N, no bairro Santa Cruz e é mantido pela prefeitura através de uma terceirizada com o objetivo de atender a demanda de descarte de resíduos da construção civil e poda das árvores. Atualmente o local encontra-se embargado, e a prefeitura procura adequação do mesmo, e, ainda outra forma de destinação adequada para os resíduos da construção civil.
Figura 02: Aterro Inerte de Campos do Jordão
	
Fonte: Grupo Resitec (2013)
De acordo com a Resitec, também, há um processo junto à CETESB que visa o encerramento das atividades deste transbordo, mas faz-se necessária a definição de um novo local para destinação de todos os resíduos gerados. Um fato preocupante é que esta área que foi designada para transbordo de resíduos da construção civil acaba recebendo diversos tipos de resíduos, chegando misturados com outras cargas. 
Figura 03: Visão geral do aterro de inertes de Campos do Jordão
	
Fonte: Grupo Resitec (2013)
Observando a imagem acima é possível identificar que é de grande necessidade um local adequando para despejo dos resíduos da construção civil, de forma que estes resíduos sejam armazenados de forma correta, que não haja outros componentes – como resíduos urbanos – misturados a eles. É de extrema importância gerir estes resíduos de forma mais eficiente, para que cada classe tenha sua destinação correta. 
6.3. LEGISLAÇÃO ACERCA DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
3.3.1. Lei nº 3.036/07
O município de Campos do Jordão possui em suas leis, a Lei nº 3036/07, onde trata de alguns aspectos dos resíduos oriundos da construção civil. Os artigos de maior importância seguem abaixo, cuja fonte foi o site Leis Municipais. 
Art. 8º - Os resíduos da construção civil são classificados, para efeito desta Lei, da seguinte forma: 
I - Classe A: resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: 
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; 
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc...), argamassa e concreto;
 c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc...) produzidas nos canteiros de obras; 
II - Classe B: resíduos recicláveis (lixo seco) para outras destinações, tais como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e outros; 
III - Classe C: resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso;
 IV - Classe D: resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.
Art. 9º - Os geradores de resíduos da construção civil deverão ter como objetivo prioritário a não geração desses e, secundariamente, a redução, reutilização, reciclagem e destinação final ambientalmente correta. 
Parágrafo Único - Os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares, em áreas de "bota fora", encostas, corpos d`água, lotes vagos e em áreas protegidas por lei, ou sem a expressa autorização do órgão ambiental competente.
Art. 10º - Os planos de gerenciamento de resíduos da construção civil serão elaborados e implementados pelos geradores e terão como objetivo estabelecer os procedimentos necessários para o manejo e destinação ambientalmente adequados dos resíduos. 
§ 1º - O plano de gerenciamento de resíduos da construção civil, de empreendimentos e atividades não enquadrados na legislação como objeto de licenciamento ambiental, deverá ser apresentado juntamente com o projeto do empreendimento para análise pelo órgão ambiental competente do Poder Público Municipal, em conformidade com o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos. 
§ 2º - O plano de gerenciamento de resíduos da construção civil de atividades e empreendimentos sujeitos ao controle ambiental, deverá ser analisado dentro do processo de licenciamento, junto ao órgão ambiental competente.
Art. 11 - Os planos de gerenciamento de resíduos da construção civil deverão contemplar as seguintes etapas: 
I - Caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar e quantificar os resíduos conforme os estágios de construção da obra; 
II - Triagem: deverá ser realizada pelo gerador ou coletador na origem, ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade, respeitadas as classes de resíduos estabelecidas no artigo 8º desta Lei;
 III - Acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a geração até a etapa de transporte, assegurando, em todos os casos em que seja possível, as condições de reutilização
e de reciclagem;
 IV - Transporte: deverá ser realizado em conformidade com as etapas anteriores e de acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos; 
V - Destinação: deverá ser realizada atendendo as normas definidas no artigo 12 da presente Lei.
Art. 12 - Os resíduos da construção civil deverão ser destinados das seguintes formas:
 I - Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura; 
II - Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura; 
III - Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas especificas; 
IV - Classe D: deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas para resíduos perigosos.
Art. 13 - Os resíduos da Classe A provenientes da construção civil, assim como os resíduos provenientes de limpeza de jardim, logradouros públicos e podas e cortes de árvores, deverão ser encaminhados para o aterra de inertes municipal onde será dada sua destinação correta, sendo cobrada uma taxa de 1 (uma) UFESP para manutenção de máquinas e equipamentos do aterro de inertes.
 OBSERVAÇÃO: UFESP significa Unidade Fiscal do Estado de São Paulo, e seu valor é equivalente a R$25,70 (de acordo com a tabela de 2018).
6.3.2. Lei 3.515/12 
Esta lei, de 05 de maio de 2012 tem por finalidade dispor sobre a destinação dos resíduos da construção civil no município. 
Art. 1º - Ficam as obras, sejam privadas ou públicas, com 300,00 m2 (trezentos metros quadrados) ou mais, situadas no Município de Campos do Jordão, obrigadas a comprovarem a conformidade do destino adequado dos resíduos da construção civil, sob pena da não concessão de habite-se ou certidão de conclusão.
 Parágrafo Único - A comprovação do cumprimento desta determinação deverá estar documentada junto ao processo de aprovação da obra.
PROJETO DO POSTO DE RECEBIMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Para que o aterro consiga receber carga suficiente de resíduos de construção civil sem que seu espaço se esgote em pouco tempo, a estimativa é que seja necessária uma área de 3.500 a 4.000 m². Esta área deve ser de fácil acesso, em ponto estratégico para que não haja grande deslocamento, de modo a baratear o transporte para o aterro. 
7.1. MATERIAIS A RECEBER
Analisando a legislação e de acordo com o que foi estudado, foi decidido que a Área de Recebimento de Resíduos da Construção Civil elaborada ficará responsável por receber resíduos Classe A e Classe B. 
7.2. ATIVIDADES EXERCIDAS NO LOCAL 
O posto de recebimento de resíduos, receberá os resíduos da Classe A e B, onde estes passarão por triagem e serão separados de acordo com a classe e com o tipo de material. No caso de materiais que necessitem ser moídos para reciclagem, nossa área contará com espaço para realizar esta atividade. 
Não será realizado o processo de reciclagem dos materiais; logo, todo material recebido, após passar pela triagem e separação, será destinado à empresa responsável por reciclar cada material. 
7.3. PROGRAMA DE NECESSIDADES 
Abaixo estão listadas as áreas necessárias para que o Posto de Recebimento de Resíduos funcione: 
 Ações paisagística para não causar impacto negativo à população do entorno, uma vez que é localizado próximo a áreas residenciais. O terreno também deverá ser murado e dotado de portões, tanto para melhor segurança quanto para melhora visual do local;
Estacionamento tanto para os veículos de funcionários como para os caminhões;
Prédio administrativo, que contempla sala de reunião, sala de escritório, recepção, enfim; 
Balança para os caminhões;
Vestiário para os funcionários; 
Refeitório ou cozinha;
Sanitários;
Área de triagem;
Área de armazenagem;
Galpão de separação dos resíduos;
Guarita para dar apoio aos vigilantes ou seguranças do local.
7.4. ÁREA DO ATERRO
Visando uma área de fácil acesso, para que os transportes de resíduos consigam chegar com facilidade sem gastar muito, foi escolhida a área que segue abaixo. 
Figura 04: Área selecionada para o Posto de Recebimento
	
Fonte: Autoras. Google Earth (2018) 
Para melhor identificar a área selecionada, na imagem a seguir é possível identificar a área do posto de recebimento no município de Campos do Jordão. 
Figura 05: Localização da área escolhida no município de Campos do Jordão
	
Fonte: Autoras. Google Earth. (2018)
7.5. ÁREA DO ENTÔRNO
A área prevista para posto de recebimento de resíduos da construção civil fica próxima a áreas residenciais, mas é possível identificar que há um grande espaço em área verde e área ainda não construída. 
O ponto negativo é que fica próximo à residências, o que pode gerar reclamações devido à movimentação de caminhões; o lado positivo é que, por se localizar próximo à áreas residenciais, o transporte de resíduos da construção civil não fica muito longe, tampouco de difícil acesso. 
7.6. ACESSO
O acesso ao posto de recebimento de resíduos da construção civil pode se dar através da Rodovia Floriano Pinheiro ou pela Avenida José A. Manso.
Caso a entrada seja pela rodovia, pode haver congestionamento devido ao movimento de caminhões, entretanto é uma via que atravessa quase que toda a cidade de Campos do Jordão sendo melhor para o transporte sem desvio de rota. 
A segunda possibilidade, acessando a área escolhida pela Avenida José A. Manso, pode ocasionar reclamações futuras da comunidade do entorno devido à constante movimentação de caminhões, também restringe todo fluxo de caminhões à uma avenida de área residencial. Um ponto positivo de escolha do acesso pela avenida é que desviaria o transito da rodovia, prevenindo congestionamentos na rodovia. 
CONCLUSÃO 
Através do estudo realizado, primeiramente foi instantânea a conclusão de que é de extrema importância que o município escolhido tenha uma área para receber os resíduos da construção civil, que é objeto de estudo do presente trabalho; bem como uma área para receber os resíduos urbanos, que não são foco deste estudo. 
Também se concluiu que a construção civil é uma das grandes geradoras de resíduos, tanto na construção quanto na demolição, logo é necessário que haja uma gestão destes resíduos de forma efetiva, bem como um descarte correto. Também é necessário que haja consciência de que alguns materiais podem ser reutilizados ainda no canteiro de obras, diminuindo a carga de resíduos grados. Mas, ainda assim, alguns resíduos não podem ser reutilizados dentro do canteiro de obras, necessitando de um local adequado para despejo e armazenagem, onde há possibilidade de reciclagem ou, em casos de materiais perigosos, pode-se dar uma destinação correta que não prejudique o meio ambiente ou a saúde púbica. 
Logo, um município possuir uma plano de gerenciamento de resíduos e um local adequado para destinação destes, é de suma importância para todo município.
REFERÊNCIAS
LIMA, Rosimeire Suzuki; LIMA, Ruy Reynaldo Rosa. Guia para Elaboração de Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Paraná: Crea, 2012. 60 p. Disponível em: <http://www.cuiaba.mt.gov.br/upload/arquivo/cartilhaResiduos_web2012.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2018.
PLANO de Gerenciamento Integrado de Resíduos da Construção Civil – PGIRCC / Ana Lúcia Maia... [et al.]. -- Belo Horizonte: Fundação Estadual do Meio Ambiente: Fundação Israel Pinheiro, 2009. 44 p. ; il.
RESITEC (Taubaté). PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO MUNICÍPIO DE CAMPOS DO JORDÃO - SP. Taubaté. 205 p.
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS. Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de São José dos Campos. Julho, 2015. 276p. Disponível em <http://arquivos.ambiente.sp.gov.br/cpla/2017/05/sao-jose-dos-campos.pdf> Acesso 08 jun. 2018. 
 SINDUSCON (Minas Gerais) (Org.). ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO
DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL. 2. ed. Belo Horizonte: Sinduscon, 2008. 80 p.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando

Outros materiais