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SOCIOLOGIA JURÍDICA - CC 1 ao 9 (1)

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SOCIOLOGIA JURÍDICA 
 
 
Semana Aula: 1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA SOCIOLOGIA 
JURÍDICA. 
 
CASO CONCRETO A função social do direito é o fim comum que a norma jurídica deve 
atender dentro de um ambiente que viabilize a paz social. O direito sempre teve uma função social. 
A norma jurídica e criada para reger relações jurídicas, e nisso, a disciplina da norma deve 
alcançar o fim para o qual foi criada. Se ela não atinge o seu desiderato não há como disciplinar as 
relações jurídicas, e, portanto, não cumpre sua função, seu objeto. Nisso, há que se ter presente que 
não há norma jurídica puramente individual, na medida em que ela regula relações humanas, sejam 
relações puramente de direito privado, relações de ordem pública, coletivas e/ou difusas. Por meio da 
função social do direito, o legislador objetiva humanizar as relações jurídicas, adotando novos 
valores que o mundo, em especial, o mundo ocidental, adotou com a evolução dos processos humanos 
e dos anseios das camadas sociais de alcançar melhores dias, pondo fim aos valores individualistas 
que presidiram os séculos XVII ao XIX e parte do século XX. Nesse processo de humanização, é 
vedado ao homem obter vantagens em descompasso com os comandos normativos. (CARVALHO, 
Francisco José. A função social do Direito e a efetividade das Normas Jurídicas. Disponível em: 
http://www.cartaforense.com.br/conteudo/artigos/a-funcao-social-dodireito-e-a-efetividade-das-
normas-juridicas/7940) 
 
a. Como podemos notar, a função social do direito é um tema de grande 
importância na Sociologia Jurídica. Assim, com base nos ensinamentos de sala de 
aula, podemos afirmar que a única função do direito na sociedade é a composição 
de conflitos de interesses que poderiam perturbar o equilíbrio e a ordem social? 
Justifique sua resposta. 
Sugestão de gabarito: Não. O direito tem ao menos uma dimensão preventiva e 
outra compositiva, apesar de as classificações serem variadas, o direito não pode ser 
pensado como um instrumento unicamente de composição dos conflitos. A 
classificação de Edna Raquel importa nas seguintes categorias: (i) preventiva, na 
qual, valendo-se do disciplinamento social, estabelecendo regras de conduta social, 
direitos e deveres, o direito preocupa-se em evitar ou prevenir o conflito; (ii) função 
compositiva, isto quer dizer que o direito identifica, arranja e resolve os conflitos 
que poderiam perturbar o equilíbrio e a ordem social; (ii) controle social, de acordo 
com a autora, o direito é socializador em última instância. Só é necessário quando a 
conduta humana já se distanciou da tradição cultural aprendida pela educação, pela 
moral e religião, e alcançou o nível do ilícito, ou do crime; e (iii) função de regulação 
social, nesta função, o caráter organizador do direito conduz o comportamento 
jurídico, influenciando na formação dos hábitos dos sujeitos sociais, seu agir e suas 
perspectivas, e com isso evitando que venham a surgir conflitos (note-se que as duas 
últimas têm caráter eminentemente preventivo, o que pode levar o aluno a enfatizar 
apenas as duas primeiras dimensões). Assim, os comportamentos vão se orientando 
no sentido recomendado pelos modelos normativos do ordenamento jurídico. A 
regulação social é possibilitada por meio do caráter persuasivo das normas jurídicas, 
que trazem o poder de influenciar, condicionar e convencer os membros de um 
grupo social. Caso contrário, a própria norma estabelece sanções corretivas. O 
direito é produto da própria sociedade. O direito é um fenômeno cultural. 
 
 
Semana Aula: 2. SOCIOLOGIA JURIDICA COMO CIENCIA SOCIAL. 
 
CASO CONCRETO Em ação de arbitragem, AGU evita que cofres públicos percam R$ 6 bi. 
Decisão colocou fim a nove ações judiciais que poderiam levar ao pagamento de uma indenização ao 
Grupo Libera, que atua no Porto de Santos. Por Agência Brasil. 9 jan 2019. A Advocacia 
Geral da União (AGU) obteve uma sentença arbitral para determinar que o Grupo Libra, que 
atua no Porto de Santos, pague R$ 2 bilhões aos cofres públicos. O valor é referente aos repasses 
previstos no contrato de exploração da área do porto que deixaram de ser pagos pela empresa em 
função de discordâncias com o contrato de concessão, assinado em 1998, com a Companhia Docas 
do Estado de São Paulo (Codesp). De acordo com a AGU, foi a primeira vez que o órgão 
participou voluntariamente de um procedimento arbitral no país, que colocou fim a nove ações 
judiciais e poderiam levar ao pagamento de uma indenização de aproximadamente R$ 6 bilhões à 
empresa portuária. Conforme a sentença arbitral, a empresa deixou de pagar a integralidade do 
contrato durante o período no qual os valores foram questionados. É incontroverso que Libra 
deixou de realizar o pagamento da integralidade do preço ajustado durante toda a vigência do 
contrato. Para tanto, invocou, em diversas ações judiciais, os alegados descumprimentos de Codesp e 
as situações de desequilíbrio econômico-financeiro do contrato?, diz o texto da sentença. (Disponível 
em: https://exame.abril.com.br/economia/em-acao-de-arbitragem-agu-evitaque-cofres-publicos-
percam-r-6-bi/ ) Na notícia acima, verifica-se a utilização de um dos meios alternativos de 
resolução de conflitos que existem no direito brasileiro que é a arbitragem. 
 
a. Quais são as principais características da arbitragem? 
Sugestão de gabarito: As principais características podem ser encontradas na lei 
9307/93. Forma de composição extrajudicial dos conflitos, considerada por alguns 
doutrinadores como um equivalente jurisdicional, na medida em que a decisão 
proferida pelo juiz arbitral vale como uma sentença judicial. A arbitragem tem como 
traços marcantes a intervenção de um terceiro, fora do poder judiciário para a 
resolução do conflito; o consenso entre as partes, pois a arbitragem somente será 
aplicável quando houver livre escolha dos envolvidos; e a disponibilidade dos 
direitos envolvidos. Além disso, tem o árbitro o poder de solucionar o conflito, 
aplicando o direito ao caso concreto e sua decisão tem a mesma força de uma 
sentença judicial. A arbitragem, normalmente, constitui-se num procedimento mais 
rápido e econômico para as partes, vez que não se prolonga no tempo, como 
acontece nos processos judiciais. Os árbitros escolhidos normalmente se reputam 
especialistas nos assuntos pelos quais são chamados a intervir, fazendo com que as 
suas decisões apresentem um alto grau de qualidade. Além disso, o procedimento 
arbitral é confidencial, de forma que as questões relacionadas ao litígio permaneçam, 
tão somente, entre os interessados. Como a impera a liberdade das partes dentro do 
procedimento arbitral, todas as escolhas efetuadas implicam consequências diretas, 
que vão desde a escolha do árbitro até a escolha das regras a serem estabelecidas 
durante o procedimento. Dessa forma, o mais importante é saber utilizar essa 
liberdade da forma mais eficiente possível, sob pena da arbitragem se tornar um 
caminho muito mais penoso do que qualquer outra demanda judicial. Assim, é de 
suma importância que os árbitros sejam devidamente qualificados; que as regras 
procedimentais sejam claras e precisas e que as partes contem com advogados 
qualificados que serão responsáveis pela defesa dos interesses das partes no litígio. 
 
 
b. Trata-se de meio autocompositivo ou heterocompositivo de resolução de 
conflitos? Justifique. 
Sugestão de gabarito: De acordo com a doutrina majoritária (Fredie Didier Jr.), 
trata-se de meio heterocompositivo. Na heterocomposição, a decisão é proferida 
por um terceiro, enquanto na autocomposição o resultado é alcançado pelas 
próprias partes. 
 
c. Na sua cidade possui câmara arbitral? Em caso positivo, cite doisexemplos. Em 
caso negativo, pesquise a câmara arbitral mais próxima de sua cidade. 
Sugestão de gabarito: CCMA-RJ, C.A.S.A., FGV, ABRH, CAMES, etc. 
 
 
 
Semana Aula: 3. O DIREITO ALEM DO ESTADO. 
 
CASO CONCRETO 14/07/16 06:00 . Milícia impõe regras à Força Nacional no Rio. 
Marcos Nunes e Flavia Junqueira. Os agentes da Força Nacional que participarão do esquema de 
segurança da Olimpíada - um aparato que prevê o combate a ações criminosas e até a terroristas - 
estão tendo de se submeter às ordens da milícia na Zona Oeste do Rio. Segundo agentes 
denunciaram ao EXTRA, os 3.500 PMs, policiais civis e bombeiros de vários estados do Brasil 
não podem circular armados pela Gardênia Azul e foram impedidos até de instalar internet nos 
apartamentos onde estão alojados, no condomínio Vila Carioca, do "Minha casa, minha vida", no 
bairro do Anil. Como a milícia explora o sinal a cabo na região e, de acordo com os agentes, as 
operadoras de internet fixa são impedidas de atuar na área pelos paramilitares, a saída é que cada 
policial use a própria internet móvel, pagando do próprio bolso. O Ministério da Justiça informou, 
por meio de nota, que vai apurar as informações e encaminhá-las à Polícia Federal, à Subsecretaria 
de Inteligência da Secretaria de Segurança e à Delegacia de Repressão às Ações Criminosas 
Organizadas (Draco). O Vila Carioca, ainda não inaugurado, começou a ser ocupado pela Força 
Nacional em maio. Os agentes que concordaram em conversar com o EXTRA, sob a condição de 
anonimato, estão no Rio há cerca de 15 dias. Contam ter recebido as orientações sobre as restrições 
impostas pela milícia de seus coordenadores -policiais militares, policiais civis e bombeiros têm 
coordenações separadas -dentro do próprio conjunto habitacional, assim que os grupos chegavam ao 
Vila Carioca. As determinações eram passadas sempre a grupos de poucos agentes por vez. ? A 
gente já cansou de ver gente armada na Gardênia - contou um dos militares da Força Nacional. 
Além da arma, a orientação aos agentes é que não andem com a identidade policial. Segundo 
dizem os agentes, a Gardênia Azul é uma "área branca", ou seja, sem risco para os policiais, já 
que estão levando lucro para a comunidade ao comprar produtos. [...] O Ministério da Justiça e 
Cidadania afirmou que "não existe tolerância com atividades criminosas" e que irá apurar a 
denúncia de que milícias estão interferindo no trabalho da Força Nacional. (disponível em: 
https://extra.globo.com/casos-de-policia/milicia-impoe-regras-forcanacional-no-rio-
19707975.html). O fato narrado acima evidencia a existência do fenômeno conhecido como 
pluralismo jurídico. 
 
a) Quais as principais diferenças entre o Monismo e o Pluralismo jurídico? 
Sugestão de gabarito: I) Escola Monista: entende que somente o corpo político 
está apto a criar as normas de direito. Esta doutrina tem como base a ciência do 
direito, razão pela qual diverge da ótica da Sociologia Jurídica que entende que 
mesmo antes de existir o Estado já havia prescrições jurídicas. Para os monistas 
somente o Estado possui tanto o monopólio da violência legal, quanto o monopólio 
da produção do direito (direito positivo). Inexistindo outra fonte de produção do 
direito que não a estatal. Esta é a posição dos positivistas. Hans Kelsen defendia que 
o Direito é o Estado, e o Estado é o direito. Essa concepção, expoente máximo do 
monismo jurídico contemporâneo no Ocidente, vai coincidir com um período 
marcado por duas guerras mundiais, pela depressão econômica, crises, e pelos 
tremendos avanços da ligação entre a ciência e a técnica que produzirá o 
crescimento organizado das forças produtivas sob o intervencionismo estatal. Nos 
fins do século XX, a cultura jurídica, marcada pelos princípios do Monismo entra 
em um processo de esgotamento. II) Escola Pluralista: o pluralismo jurídico surge 
com uma alternativa em virtude da insuficiência da crítica jurídica tradicional. 
Levanta a possibilidade da existência de uma pluralidade de ordenamentos em um 
mesmo espaço temporal e geográfico. A crítica do Direito de acordo com a tradição 
se preocupou em mostrar os efeitos do Direito como instrumento de dominação. O 
pluralismo considera que todo grupo social de certa consistência ou expressão pode 
criar normas de funcionamento, as quais ultrapassando o caráter de simples 
regulamentos adquirem o alcance de verdadeiras regras jurídicas. O advento do 
Direito Alternativo busca resgatar a possibilidade transformadora do jurídico, 
colocando-a a serviço da libertação, naquelas sociedades marcadas pela desigualdade 
e pela exclusão social. 
 
b) A notícia apresentada estaria mais próxima da ideia de Pluralismo Jurídico 
desenvolvida por Boaventura de Souza Santos ou Antônio Carlos Wolkmer? 
Justifique. 
Sugestão de gabarito: Boaventura trabalha com a ideia que existem esferas sociais 
nas quais vigem leis alternativas e demonstra o caráter próprio do novo pluralismo 
jurídico nos resultados de sua pesquisa sobre a relação entre o que chama de "lei da 
favela" e "lei do asfalto". Nesse estudo, o autor procura explicar a normatização que 
ocorre dentro de uma favela localizada no Rio de Janeiro (do Jacarezinho) em 
relação aos mais variados assuntos do dia a dia de seus habitantes. Tais regras 
podem estar em acordo com os valores sustentados pelo direito oficial 
(hegemônicas) ou em desacordo (não hegemônicas). Por outro lado, Wolkmer 
trabalha com a perspectiva segundo a qual a população é que interpreta as categorias 
abertas da Constituição, como “dignidade da pessoa humana”, “livre iniciativa” e 
“função social da propriedade”, dando-lhes novos significados com o decorrer do 
tempo e, assim, alterando o direito. No exemplo acima, estamos diante de um 
fenômeno de pluralismo jurídico nos moldes apresentados por Boaventura. 
 
 
 
Semana Aula: 4. REPERCUÇÕES SOCIAIS DA NORMA JURÍDICA 
FORMALMENTE VÁLIDA. 
 
CASO CONCRETO Segundo a Ana Lúcia Sabadell, os fatores de eficácia da norma no direito 
referentes à situação social são fatores ligados às condições da vida na sociedade em determinado 
momento. O sistema de relações sociais e a atitude do poder político diante da sociedade civil 
influenciam as chances de aplicação (quota de eficácia). 
(SABADELL, Ana Lúcia. Manual de Sociologia Jurídica. 6.ed. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 2013, p. 37). 
 
a. Com base nesta teoria, apresente estes fatores, conceituando-os de forma sucinta, 
além de citar alguma norma que tenha se tornado eficaz por influência destes 
fatores. 
Sugestão de gabarito: Fatores referentes à situação social: são fatores ligados às 
condições da vida na sociedade, em determinado momento histórico. O sistema de 
relações sociais e a atitude do poder político frente à sociedade civil influenciam 
diretamente as chances de aplicação das normas vigentes, tais como: a) Participação 
dos cidadãos no processo de elaboração e aplicação das normas; (Lei da Ficha 
Limpa) b) Coesão social: isto é, quanto mais consenso houver entre os cidadãos 
com relação à política do Estado, mais forte será o grau de eficácia das normas 
vigentes; (CDC) c) Adequação da norma à situação política e às relações de força 
dominantes: uma norma que corresponde à realidade política e social possui mais 
chances de ser cumprida; (Reforma Trabalhista); e d) Contemporaneidade das 
normas com a sociedade (Lei Carolina Dieckmann). 
 
 
 
Semana Aula: 5. EFEITOS POSITIVOS E NEGATIVOS DAS NORMAS. 
 
CASO CONCRETO 09/11/2010 14h27- Atualizado em 09/11/2010 19h39. CNJ 
afasta juiz que comparou Lei Maria da Penha a "regras diabólicas". Edílson Rodrigues ficará 
afastado por ao menos 2 anos, recebendo salário. Em 2009, o juizfoi acusado de preconceito 
contra a mulher. Débora Santos. Do G1, em Brasília. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) 
determinou nesta terça-feira (9) o afastamento por pelo menos dois anos do juiz Edilson 
Rumbelsperger Rodrigues, da comarca de Sete Lagoas (MG). Ele foi acusado de usar linguagem 
discriminatória e preconceituosa em sentenças nas quais considerou inconstitucional a Lei Maria da 
Penha e de rejeitar pedidos de medidas contra homens que agrediram e ameaçaram suas 
companheiras. Na época, Rodrigues atacou a lei em algumas sentenças, classificando-a como um 
"conjunto de regras diabólicas". Ainda segundo o juiz, a "desgraça humana" teria começado por 
causa da mulher. "A vingar esse conjunto de regras diabólicas, a família estará em perigo (..) Ora, 
a desgraça humana começou no Éden: por causa da mulher. Todos nós sabemos, mas também em 
virtude da ingenuidade, da tolice e da fragilidade emocional do homem", segundo trechos de decisões 
do juiz. Rodrigues responde a processo administrativo no CNJ desde setembro do ano passado. Na 
época, ele negou que tenha havido "excesso de linguagem" e se defendeu da acusação de preconceito. 
"Eu não ofendi a parte e nem a quem quer que seja. Eu me insurgi contra uma lei em tese, e 
mesmo assim, parte dela. Combato um feminismo exagerado, que negligencia a função paterna, que 
quer igualdade sim, mas fazendo questão de serem mantidas intactas todas as benesses da 
feminilidade", afirmou o juiz. Por 9 votos a 6, os membros do CNJ decidiram colocar o juiz em 
disponibilidade, sanção pela qual o magistrado é afastado de suas funções por pelo menos 2 anos, 
recebendo salário proporcional ao tempo de serviço. Só depois desse período ele pode pedir 
autorização para voltar a atuar?[...]. (disponível em: 
http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/11/cnj-afasta-juiz-que-comparou-lei-maria-dapenha-
regras-diabolicas.html). 
 
a. Nos primeiros anos de sua vigência a Lei Maria da Penha não era aplicada por 
alguns Juízes no Brasil, tornando-a , assim, ineficaz. Identifique no texto o efeito 
negativo provocado pela lei, apresentando, de forma objetiva, os outros efeitos 
negativos que uma norma pode provocar. 
Sugestão de gabarito: O caso concreto identifica o efeito negativo de ineficácia 
pelo comportamento misoneísta do magistrado. Misoneísmo é a aversão às 
inovações ou transformações do status quo. Velhos hábitos, costumes emperrados, 
privilégios de grupos, impedem que lei seja aplicada e mesmo elaborada. Quase 
sempre são grandes interesses de grupos que estão por trás ou mesmo é comodismo 
da autoridade que não leva a sério a aplicação da lei. Outros efeitos negativos que a 
norma pode provocar: (i) ineficácia pela desatualização da lei - a lei pode estar em 
perfeita adequação com a realidade no momento de sua criação, mas, com o passar 
do tempo, acaba sendo ultrapassada, pois os fatos são dinâmicos, estão sempre 
evoluindo, enquanto a lei é estática. Logo, com o passar do tempo, a lei se torna 
ineficaz, desatualizada; (ii) ineficácia pela antecipação da lei à realidade social 
existente - muitas vezes o legislador vê uma lei que funciona em determinado país e 
quer implantá-la em seu país. No entanto, nem sempre há correspondência entre as 
realidades sociais dos países e a lei cai no vazio; (iii) Por omissão da autoridade em 
aplicá-la - nesse caso a sanção por descumprimento não é aplicada o que pode 
estimular novas transgressões; (iv) pela falta de estrutura adequada à aplicação da lei: 
as leis podem ser boas e eficazes, as autoridades competentes e responsáveis, mas a 
norma não atingirá seus objetivos sociais se não houver uma estrutura para que 
possa ser aplicada devidamente. Esse é o caso da estrutura do Judiciário em nosso 
país. Pode-se afirmar que pior que não ter leis é tê-las e não aplicá-las. Montesquieu 
afirmava que quando vou a determinado país não indago se aí há leis boas, porque 
leis boas há em toda parte, mas sim se as executam. 
 
 
 
Semana Aula: 6. SOCIEDADE BRASILEIRA E INSTITUICOES DE 
DIREITO. 
 
CASO CONCRETO O SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO O sistema eleitoral é 
baseado no voto direto e secreto, ou seja, o eleitor vota diretamente no candidato ao cargo a ser 
preenchido, de maneira sigilosa, já que seu voto não pode ser divulgado a terceiros. Acontece que as 
distorções na representação política que atingem os dois atores principais (eleitor e candidato) podem 
ser assim formuladas: 1. (uma eleição) será ainda mais democrática quanto menores forem as 
desigualdades prevalecentes no sistema eleitoral que atribuem valor diferente ao voto; no limite, o 
voto de todos e de cada um deverá ter o mesmo valor. 2. quanto maior a proporcionalidade efetivada 
pela lei eleitoral, mais democrático será o sistema eleitoral. Primeiro, porque tratará com igualdade 
os partidos, independentemente de sua força eleitoral; e, segundo, porque será menos excludente, no 
sentido de não negar representação política às parcelas do eleitorado que tiverem optado por partidos 
que vierem a se revelar eleitoralmente menores? (Lima Junior, 1997b, p. 84). As distorções em um 
sistema de representação têm sido reunidas na literatura sob o título geral de desproporcionalidades 
que atingem o cidadão eleitor, o partido, o sistema partidário como um todo e o próprio Poder 
Legislativo. 
 
Tendo em conta as distorções especificas do processo eleitoral brasileiro 
mencionadas no texto, em relação a condição dos eleitores e dos candidatos, 
responda: 
 
a. Qual o processo de seleção dos legisladores no Brasil? Quais as principais 
distorções que este processo apresenta? 
Sugestão de gabarito: É o processo eleitoral através do voto popular direto. No 
entanto, à exceção do Senador, a votação não é majoritária, mas proporcional. Isso 
provoca a inclusão de Deputados Federais, Estaduais e Vereadores que não 
obtiveram uma quantidade expressiva de votos devido ao seu partido ou coligação 
(vedada a partir de 2020: EC nº 97). No caso dos Senadores, as distorções se 
apresentam no caso dos suplentes, que podem assumir o cargo do Senador eleito 
(em caso de vacância) mesmo sem terem adquirido votos. 
 
b. De que maneira a Justiça Eleitoral Brasileira tem contribuído para o 
aprimoramento do sistema político vigente? 
Sugestão de gabarito: A Justiça Eleitoral colabora para evitar distorções na 
principal característica do regime político democrático: o voto. Garante que o voto 
seja manifestado de modo livre. Como exemplo disso, a Justiça Estadual já analisou 
que a distribuição de gasolina para carreata configura captação ilícita de votos. 
 
 
 
Semana Aula: 7. FUNCAO SOCIAL DO JUDICIARIO E FUNÇÕES 
AUXILIARES A JUSTICA. 
 
CASO CONCRETO Luiz Edson Fachin toma posse como novo ministro do Supremo 
Magistrado substituiu Joaquim Barbosa, que deixou a Corte há dez meses. Jurista, professor e 
advogado se especializou em direito civil e de família. Em uma cerimônia concorrida, o jurista e 
advogado Luiz Edson Fachin tomou posse nesta terça-feira (16) como ministro do Supremo 
Tribunal Federal (STF). O novo magistrado ocupará a cadeira deixada vaga, em agosto do ano 
passado, com a aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa. Com a chegada de Fachin, a 
Suprema Corte volta a ter 11 ministros. 
(Retirado do site: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/06/, acesso em 26 
jun 2015). 
 
A notícia acima trata da posse do mais novo ministro do STF. Tendo em conta que 
também fazem parte do Poder Judiciário juízes e desembargadores, responda: 
 
a) Quais são as formas de escolha de magistrados no Brasil? Identifique na 
Constituição Federal vigente o fundamento legal desse critério. 
Sugestão de gabarito: Concurso público enomeação do Executivo (quinto 
constitucional). 
 
b) Quais têm sido as principais críticas a este modelo, tomando como base a leitura 
do Livro Didático? 
Sugestão de gabarito: Ao Poder Judiciário não há indicação direta ou participação 
popular no acesso aos cargos de juízes e ministros dos tribunais, o que indica uma 
menor legitimidade na forma de acesso. O critério de acesso foi opção do 
constituinte, sendo certo que em outros ordenamentos jurídicos há juízes eleitos 
pelo povo. Ressalte-se, porém, que a forma de acesso aos cargos do Poder 
Judiciário, apesar de não haver participação popular, não deixa de guardar um 
indício de legitimidade, pois se apresenta assim definida no texto constitucional (há 
uma vontade presumida do povo), sendo, porém, bem menos representativa que a 
forma de acesso dos membros dos demais poderes. O acesso ao Poder Judiciário 
nos cargos de primeiro grau se dá mediante concurso público, sendo evidente a 
opção do constituinte pelo critério do mérito no acesso (art.93, I, da CRFB/88), em 
vez do critério representação popular. Contudo, o acesso aos Tribunais Judiciários 
se dá mediante escolha de integrantes por pequenas castas sociais, na forma prevista 
na Constituição, restando aqui afastados a participação popular e o critério de 
mérito. Por força do modelo de freios e contrapesos, inerente à separação dos 
poderes, tem-se que a escolha dos membros do STF se dá por interferência do 
Executivo e do Legislativo. Os ministros do STF são indicados e nomeados com 
ampla liberdade pelo Presidente da República, tendo apenas alguns limites prévios 
definidos na CF/88 para efeito de escolha, tais como, o critério da idade (maior de 
35 e menor de 65 anos) e o critério extremamente subjetivo de notável saber 
jurídico e reputação ilibada. Há previsão de aprovação da escolha presidencial pela 
maioria absoluta do Senado Federal, o que tem implicado historicamente em 
verdadeiro ato de chancela, mera homologação. O acesso e a composição do Poder 
Judiciário resulta, pois, de critérios que fogem à participação popular, sendo certo 
que nos tribunais, quanto mais alta for a hierarquia da corte (Tribunais, um quinto; 
STJ, um terço; por exemplo) mais fluido e aberto é o critério de acesso, restando 
muita liberdade ao Executivo na escolha de tais membros, o que implica em menor 
legitimidade. Ademais, os membros do Poder Judiciário, diferentemente daqueles 
mandatários do Executivo e do Legislativo têm vitaliciedade, ou seja, exercitam o 
poder político de forma mais permanente. Resta, portanto, concluir, que o titular do 
poder político não tem participação direta no processo de repasse da função 
jurisdicional aos membros do Poder Judiciário, o que torna o primeiro ciclo poder 
muito menos legítimo que o referente aos demais poderes do Estado. Além disso, 
os mecanismos de controle do acesso ao Poder Judiciário por parte do povo são 
reduzidos, haja vista a ampla liberdade na escolha dos membros dos tribunais, 
ficando o controle mais voltado à realização dos concursos públicos. O concurso 
público é passível de críticas à medida que enfatiza o aspecto legalista da formação 
do juiz (que, em tese, deveria ser uma preocupação maior dos advogados, que 
aventam as teses jurídicas para a simples apreciação do juízo), isso promove uma 
estrutura mais preocupada com a sua coerência interna do que com a justiça ou os 
valores sociais. Como pronunciado pelo juízo americano responsável pelo Caso 
Sheela: “há casos nos quais a misericórdia supera a justiça”, isso significa que o juiz 
deve estar atento não apenas à lei, mas aos seus reflexos na sociedade também. 
 
c) O que seria necessário para melhorar esse sistema? 
Sugestão de gabarito: Tendo em conta que o critério de acesso e composição são 
previstos na Constituição, sendo, pois, válidos, resta apenas a possibilidade de 
minorar ou mesmo otimizar o acesso em proveito do povo pelo menos quanto à 
qualificação dos integrantes, o que se daria notadamente mediante duas posturas 
básicas: a) otimização na seleção através dos concursos públicos para os cargos de 
juízes de primeiro grau, o que se daria por meio de provas mais coerentes com a 
realidade da judicatura e com a diminuição no subjetivismo dos critérios de 
aprovação no certame; b) aperfeiçoamento dos magistrados tanto em sua formação 
jurídica, como em disciplinas afins à realidade social; c) eleição com voto de juiz 
para escolha dos juízes dos tribunais. 
 
 
 
Semana Aula: 8. DEMOCRATIZACAO DOS TRIBUNAIS E ACESSO À 
JUSTIÇA. 
 
CASO CONCRETO A questão do Judiciário é alvo de estudos e debates, não só no Brasil, mas 
como em outros Estados Democráticos, onde a solução definitiva dos conflitos sociais passa pela 
decisão judicial. Nessa dimensão, analise o texto a seguir, e após responda: Por sua vez, Palomba 
obteve resultados curiosamente coincidentes com os de Castellano e Pace, no trabalho em que 
analisou a administração da justiça na região napolitana, indicando que a litigiosidade na Itália, 
diminuiu em consequência das condições que desencorajam as partes a ingressar em juízo, entre elas 
o alto custo dos processos e a lentidão que se observa em seu andamento? 
(ROSA, Miranda. Sociologia do direito: o fenômeno jurídico como fato social. Rio 
de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. P.144) 
 
a. O texto aborda o fenômeno conhecido como "fuga dos tribunais que ocorre 
tanto na Itália, como no Brasil, apesar dos avanços trazidos pelos Juizados 
Especiais. Comente o texto fazendo uma comparação com a nossa própria realidade 
no Brasil. 
Sugestão de gabarito: O aluno deverá perceber os fatores que evidenciam a 
chamada crise do judiciário, abordando, entre outras: Acesso aos tribunais, custo 
dos processos, lentidão e morosidade, infraestrutura e eficácia ou justiça das 
decisões judiciais. Também pode analisar se a criação dos Juizados Especiais trouxe 
algum avanço. 
 
 
 
Semana Aula: 9. FATORES DE TRANSFORMAÇÃO DO DIREITO E O 
PAPEL DA OPINIÃO PUBLICA. 
 
CASO CONCRETO Leia o texto abaixo e, a seguir responda ao que se pede: Para 
ser instrumento eficaz ao bem-estar e progresso social, o Direito deve estar sempre 
adequado à realidade, refletindo as instituições e a vontade coletiva. A sua evolução 
deve expressar sempre um esforço do legislador em realizar a adaptação de suas 
normas ao momento histórico. Os fatores que influenciam a vida social, 
provocando-lhe mutações, vão produzir igual efeito no setor jurídico, determinando 
alterações no Direito Positivo. Esses fatores, chamados sociais e também jurídicos, 
funcionam como motores da vida social e do Direito. Fatores jurídicos são, pois, 
elementos que condicionam os fenômenos sociais e, em consequência, induzem 
transformações no Direito .Não obstante ser este o aminho científico, Georges 
Ripert, impressionado com as distorções que se passam na gênese da lei, declarou: 
"O Direito nasce na luta e pelo triunfo dos mais fortes"... "O mais forte sai 
vencedor de um combate cujo prêmio é a lei. Após o que o jurista declara 
gravemente que a lei é a expressão da vontade geral. Ela não é nunca senão a 
expressão da vontade de alguns." 
 
(Lês Forces Créatrices du Droit, apud Machado Netto e Zahidé Machado Netto, O 
Direito e a Vida Social, São Paulo: Nacional, 1966, pp. 79 e 81.) 
 
 
a. O texto faz referência aos fatores de transformação sócio-jurídica e apresenta, 
através das declarações de Georges Ripert a influência de um desses fatores. 
Indique-o. 
Sugestão de gabarito: O texto faz referência aos fatores de transformação sócio-
jurídica e apresenta, através das declarações de Georges Ripert a influência de um 
desses fatores. Indique-o. Resposta: Fatorpolítico. 
 
b. Forneça um exemplo de fatores econômicos e culturais que tenham determinado 
alterações no Direito Positivo no Brasil ou em outro país. 
Sugestão de gabarito: O aluno poderá fornecer qualquer exemplo: a) de lei que seja 
fruto de pressões econômicas ou que venham a regular a economia do país em 
questão. Ex: os Planos Cruzado, Real, Collor, o CDC, etc, b) lei que seja reflexo dos 
valores culturais presentes no determinado país. Ex: Lei da União Estável, Lei 
francesa sobre o uso do véu, etc.

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