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Universidade de Mogi das Cruzes
Engenharia Civil
GUILHERME SUCHARSKI
KAREN BATISTA DOS SANTOS
Estruturas de contenção em Gabiões
Mogi das Cruzes-SP
2019
Universidade de Mogi das Cruzes
Engenharia Civil
GUILHERME SUCHARSKI
KAREN BATISTA DOS SANTOS
Estruturas de contenção em Gabiões
		
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Civil da Universidade de Mogi das Cruzes como parte dos requisitos para obtenção da graduação em Engenharia Civil.
Profº Orientador: Urbano M. R. Pereira
Mogi das Cruzes-SP
2019
GUILHERME SUCHARSKI
KAREN BATISTA DOS SANTOS
Estruturas de contenção em Gabiões
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Civil da Universidade de Mogi das Cruzes como parte dos requisitos para obtenção da graduação em Engenharia Civil.
Aprovado em.................
BANCA EXAMINADORA
Professor Urbano M. R. Pereira 
Universidade de Mogi das Cruzes – UMC
SUMÁRIO
1. Introdução	8
1.1 Objetivo	10
2. Fundamentação	11
2.1 Tipos de Gabiões	11
2.1.1 Gabiões Tipo Caixa 	11
2.1.2 Gabiões Tipo Saco 	12
2.1.3 Gabiões Colchão Reno 	14
2.2 Estruturas de contenção em gabiões e suas caracteristicas	16
 2.3 Custos de um gabião	20
3. Desenvolvimento – Construção de Gabiões	21
3.1 Preparação da Fundação	21
3.2 Gabiões das camadas de base	21
3.3 Escalonamento entre camadas	21
3.4 Construção de Gabiões tipo Caixa	23
3.4.1 Operações Finais	23
3.4.2 Montagem e Colocação	23
3.4.3 Enchimento	23
3.4.4 Fechamento	24
3.5 Construção de Gabiões tipo Saco 	25
3.5.1 Operações Finais 	25
3.5.2 Montagem 	25
3.5.3 Enchimento e Fechamento 	25
3.5.4 Colocação 	25
3.6 Construção de Gabiões tipo Colchao Reno	26
3.6.1 Operações Finais	26
3.6.2 Montagem	26
3.6.3 Posicionamento e Enchimento	27
3.7 Aterro	27
3.8 Drenagem	29
4. Ensaios	31
4.1 Provas de Compressão Simples	31
4.2 Verificação de estabilidade contra deslizamento	32
4.3 Verificação de estabilidade contra tombamento	32
4.4 Verificação da estabilidade contra a ruptura global	33
4.5 Determinação dos Empuxos	34
5. Conclusão	35
6. Referências Bibliográficas	36
Resumo
Este trabalho tem como objetivo principal estudar as estruturas de contenção (muro em Gabião), a ideia principal é mostrar uma alternativa de contenção com um custo-benefício bem atrativo. Vimos que com a ampliação das construções, gera uma diminuição da vegetação e por consequências encontramos solos mais instáveis. Com base nessas informações trazemos uma solução que parece ser simples, mas com uma efetividade alta. Em nosso trabalho adotamos como exemplo três tipos de gabião, tipo caixa, tipo saco e tipo colchão Reno que possuem uma estrutura metálica em forma de paralelepípedo, que será preenchido com um agregado escolhido. O muro do tipo gabião visa oferecer estabilidade contra ruptura de maciços de terra ou rocha, evitando o escorregamento, desabamentos entre outros fenômenos causados pelo peso próprio ou carregamentos externos (construção de edificação, aterramentos, aumento da poro-pressão causado pelas chuvas fortes). E por fim iremos mostrar suas principais aplicações e uma breve comparação com os outros muros de contenção existentes.
Palavra-chave: Muro de gabião, necessidade atual e tipos de Gabiões.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Fig 1 – Gabião tipo caixa..........................................................................................11
Fig 2 – Gabião tipo Saco..........................................................................................13
Fig 3 – Gabião tipo caixa..........................................................................................15
 Fig 4 – muro em Gabião...........................................................................................17
Fig 5 – Muro Gabião escalonado..............................................................................22
Fig 6 – Preenchimento Gabião tipo caixa.................................................................24
Fig 7 –Instalação Gabião tipo caixa.........................................................................27
Fig 8 – Drenagem superficial...................................................................................30
Fig 9 – Medidas contra o deslizamento....................................................................32
Introdução
Atualmente existem várias soluções para a construção de uma estrutura de contenção como muro de pedra seca, muro de concreto ciclópico, muro de solo pneu entre outros. Apesar de serem utilizados diferentes matérias todos tem o mesmo objetivo: como já diz o nome, serve para conter a terra evitando futuros desastres e não apresentar riscos de desmoronamento.
Podemos dividir em dois tipos as contenções: a de gravidade (objeto desse estudo) e a de flexão. O tipo ‘gravidade’ usados no mercado hoje são formados por: pedras podendo ser ou não argamassadas, concreto, gabiões, depende da característica do projeto.
Após analisarmos os vários tipos de contenções existentes, optamos pela escolha do muro em gabião, pelo custo benefício é o mais prático e viável a instalação deles nas encostas, de fácil mobilidade possui vantagens chamativas em relação aos concorrentes. 
O muro do tipo gabião tem origem italiana e foi usada pela primeira vez no século XIX, e hoje se tornou um tradicional sistema de contenção. A primeira obra desse tipo no Brasil foi no início dos anos 70, e desde então é altamente utilizada em todo o país. O gabião é constituído por gaiolas metálicas formados por fios de aço galvanizado de malhas hexagonais com dupla torção, e por fim são preenchidas com rocha ou material não friável, normalmente, são utilizados basalto, seixo ou granito.
8
Os parâmetros para a construção desse tipo de contenção são essenciais para a boa efetividade do projeto, ou seja, sem a uma boa tecnologia por traz do processo, não adianta querer buscar uma alta efetividade. Segundo GERSCOVICH: “a qualidade do projeto depende da confiabilidade das investigações de campo e laboratório e da capacidade do projetista em interpretar os resultados experimentais.”, com isso tiramos a ideia de que envolve todo um conjunto de conceitos práticos e teóricos, para uma realização coerente da contenção. 
OBJETIVO
Esse projeto tem como importância mostrar características de um muro de contenção através de pesquisas e levantamentos de dados. Dentro desse objetivo inicial iremos mostrar suas vantagens e desvantagens, como também comparar o custo benefício de um tipo para o outro, oferecendo o maior número possível de informações a respeito das características e demonstrar o porquê escolhemos esse tema
2. Fundamentação
2.1 Muro de gravidade
Muros de gravidade são estruturas corridas que se opõem aos empuxos horizontais pelo peso próprio, geralmente esses muros são utilizados para conter desníveis não muito grandes, cerca de 5 metros.
Ao contrário de estruturas como estacas e paredes diafragma, as estruturas de gravidade resistem ao empuxo do terreno por efeito do seu próprio peso, que faz com que surja uma força de atrito com o solo. 
2.1.1 Muro de gabião
São muros de gravidade, podem ser feitos de malhas de arame galvanizado cheio de pedras com granulometria pelo menos 1,5 vezes maior que a abertura da malha metálica. São empregados para faixas de alturas similares ao muro de gravidade. A Figura 1 abaixo ilustra um muro de contenção em gabiões.
 Representação básica de um muro de contenção do tipo gabião.
Todas as partes são firmemente unidas entre si através de costuras de arames com a mesma característica da malha das gaiolas, formando uma estrutura única. Como já mencionado o gabião é uma estrutura simples, porém trará muitas vantagens
2.1.2 Gabião tipo caixa
O gabião tipo caixa é uma estrutura produzidaa partir de um único pano de malha hexagonal de dupla torção, que forma a base, a tampa e as paredes frontal e traseira. As estas panos bases são unidas, durante a fabricação, painéis que formarão as duas paredes das extremidades e os diafragmas.
Depois de retirado do fardo, cada elemento deve ser completamente desdobrado e montado em obra, assumindo a forma de um paralelepípedo. É posteriormente transportado e instalado, conforme definido em projeto, e amarrado, ainda vazio, aos gabiões já instalados. Deve ser preenchido com pedras, com diâmetro médio nunca inferior à menor dimensão da malha hexagonal. A rede, em malha hexagonal de dupla torção, é produzida com arames de aço com baixo teor de carbono, revestidos com uma liga de zinco, que é anticorrosivo. Quando em contato com água, é aconselhável que seja utilizada a malha produzida com arames com revestimento adicional de material plástico, que oferece uma proteção definitiva contra a corrosão.
Figura 02: Gabião tipo Caixa 
Fonte: http://www.epga-representacoes.pt (2018)
As dimensões dos gabiões caixa são padronizadas conforme tabela abaixo:
Tabela 01: Dimensões Gabião Caixa
	Gabiões Caixa com Diafragmas
	Dimensões Padrão
	Volume m³
	Diafragmas
	Comprimento (m)
	Largura (m)
	Altura (m)
	
	
	1,5
	1
	0,5
	0,75
	-
	2
	1
	0,5
	1
	1
	3
	1
	0,5
	1,5
	2
	4
	1
	0,5
	2
	3
	1,5
	1
	1
	15
	-
	2
	1
	1
	2
	1
	3
	1
	1
	3
	2
	4
	1
	1
	4
	3
Fonte: MACCAFERRI (2018)
2.1.3 Gabiões Tipo Saco
Os gabiões tipo saco são estruturas metálicas em forma de cilindro, constituídos por um único pano de malha hexagonal de dupla torção que, em suas bordas livres, apresenta m arame especial que passa alternadamente pelas malhas para permitir a montagem da peça no canteiro (figura 2.4.3). 
 Como diz Dr. Leister (2013) É um tipo de gabião extremamente versátil devido a seu formato cilíndrico e método construtivo, sendo que as operações de montagem e enchimento são realizadas em obra para posterior instalação, com o auxílio de equipamentos mecânicos. 
É mais usualmente empregado como apoio para estruturas de contenção, onde tenha água ou sobre solos com pouca capacidade de suporte, devido a sua grande facilidade de colocação. 
É muito utilizado em obras de emergência. Depois de montado, ele é enchido de forma rápida, perto de onde será utilização. Seu enchimento é realizado pela extremidade (tipo saco) ou pela lateral (tipo bolsa). Depois de concluídas estas etapas, os gabiões tipo saco podem ser estocados ou podem ser imediatamente lançados no local de aplicação com o auxílio de máquinas. O enchimento com pedras não depende de uma arrumação tão criteriosa quanto os gabiões tipo caixa, devido às características e funções que desempenham nas obras em que são empregados. 
Tabela 02: Dimensões Gabião tipo Saco
	Gabiões Tipo Saco
	Dimensões Padrão
	
	
	
	Comprimento (m)
	Diâmetro (m)
	Volume m³
	
	
	
	2
	0,65
	0,65
	
	
	
	
	3
	0,65
	1
	
	
	
	
	4
	0,65
	1,3
	
	
	
	
	5
	0,65
	1,65
	
	
	
	
	6
	0,65
	2,00
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Fonte: MACCAFERRI (2018)
Figura 03: Gabião tipo Saco
Fonte: MACCAFERRI (2018)
2.1.4 Gabiões Tipo Colchão Reno
Este tipo de gabião é caracterizado pela grande área e pequena espessura, ele é formado em duas partes separadas a base e a tampa, ambas confeccionadas com a mesma malha hexagonal de dupla torção, assim como os outros dois tipos vistos anteriormente.
A sua base é dobrada durante a produção para formar os diafragmas, um a cada metro, os quais dividem o colchão em compartimentos de aproximadamente dois metros quadrados. No local de aplicação é desdobrado e montado para que assuma a forma de paralelepípedo e posteriormente transportado e posicionado conforme especificado em projeto, e então, costurado, ainda vazio, aos demais. Deve ser preenchido com pedras, com diâmetro médio nunca inferior a menor dimensão da malha hexagonal. São estruturas flexíveis adequadas para a construção de obras de apoio tais como plataformas de deformação para proteger a base dos muros, canaletas de drenagem, revestimento de taludes além de sua função principal, que é atuar como revestimento flexível de margens e fundo de cursos d’água. 
Como estes elementos trabalham em contato constante com água e em ambientes normalmente agressivos, utiliza-se, para a produção dos colchões Reno, a malha produzida com arames com revestimento adicional de material plástico, que oferece uma proteção definitiva contra a corrosão. As dimensões mais comuns destes gabiões estão na tabela abaixo:
Tabela 03: Dimensões dos gabiões tipo colchão Reno
	Gabiões Tipo Colchão Reno
	Dimensões Padrão
	Área m²
	Diafragmas
	Comprimento (m)
	Largura (m)
	Altura (m)
	
	
	3
	2
	0,17
	6
	2
	4
	2
	0,17
	8
	3
	5
	2
	0,17
	10
	4
	6
	2
	0,17
	12
	5
	3
	2
	0,23
	6
	2
	4
	2
	0,23
	8
	3
	5
	2
	0,23
	10
	4
	6
	2
	0,23
	12
	5
	3
	2
	0,3
	6
	2
	4
	2
	0,3
	8
	3
	5
	2
	0,3
	10
	4
	6
	2
	0,3
	12
	5
Fonte: MACCAFERRI (2018)
Figura 04: Gabião tipo colchão Reno
Fonte: http://www.epga-representacoes.pt (2018)
2.2 Estabilidade
2.2.1 Verificação de estabilidade contra deslizamento
A verificação quanto ao deslizamento do gabião é imprescindível, em definição, deslizamento ocorre quando a resistência ao deslizamento ao longo da base do muro somado ao empuxo passivo disponível, não é suficiente, ou seja, é menor do que o empuxo ativo.
O deslizamento pela base é o mais comum, para aumentar o fator de segurança, duas soluções podem ser adotadas, não que seja cessada a possibilidade de deslizamento, porém, sua estabilidade aumenta, pode-se construir a base do muro com uma determinada inclinação, assim reduzindo o valor do empuxo sobre a estrutura, outra possibilidade é o alongamento do muro dentro da base, assim é feito uma espécie de travamento do muro e aumenta assim o seu empuxo passivo.
 Figura 07: medidas contra o deslizamento.
	Fonte: http://www.eng.uerj.br (2019)
2.1.2 Verificação de estabilidade contra tombamento
O tombamento da estrutura de arrimo pode ocorrer quando o valor do momento do empuxo ativo em relação a um ponto situado no pé do muro supera o valor do momento do peso próprio da estrutura, somando ao momento do empuxo passivo.
O coeficiente de segurança contra tombamento é dado por:
Este coeficiente de segurança não deve ser menor ou igual a 1,5.
2.2.3 Verificação de estabilidade contra ruptura global
Além das possibilidades de tombamento e deslizamento da estrutura, pode-se haver uma ruptura global do maciço na superfície em que se encontra a estrutura, isto é o entorno do muro, isso ocorre devido a baixa capacidade de resistência do solo abaixo da fundação.
Este tipo de ruptura é o mesmo que ocorre em taludes, devido a formação de blocos e seu peso sobre outros tipos de solos, pode haver deslizamentos de terra, o método para verificar esta ruptura é o mesmo utilizado para os taludes.
Para a verificação é utilizado o método das cunhas, este método divide o maciço a ser verificado em vários planos ‘’cunhas’’ a relação da resistência desta cunha e a resistência mobilizada para ente plano determina o coeficiente de segurança a ser adotado, neste método várias tentativas são feitas, variando o tamanho da cunha e a sua superfície mais crítica e assim verificando o menor valor de coeficiente de segurança possível, este valor obtido deve ser menor do que o coeficiente obtido na verificação do deslizamento.
2.2.4 Determinação dos empuxos.
Para as analises do muro a determinação dos empuxos atuantes são essenciais, as teorias mais utilizadas são as Rankine e Coulomb, que resultam em valores bem próximos ao real, porém, várias características dos solos devem ser determinadas de forma precisa, para fornecer parâmetros adequados.
É necessário considerar a resistência aocisalhamento do solo que devem ser determinadas em laboratório, podendo para pequenas obras utilizado um método empírico a partir do SPT de campo. O peso especifico do solo no estado natural e na saturação por completo, o ângulo de atrito entre solo e mura, os carregamentos que serão feitos no muro através de trânsito ou estruturas sobre eles construídas e os abalos sísmicos da região instalada.
2.3 Estruturas de contenção em gabiões e suas características. 
As estruturas de contenção em gabiões já são tradicionalmente utilizadas desde os anos 70 no Brasil, pode-se encontra-las principalmente em contenções de aterros em Rodovias e rios, são constituídas por elementos metálicos feitos com telas de malha hexagonal de dupla torção em forma de gaiola com dupla torção, enchidos com pedras. Essas estruturas são extremamente vantajosas, do ponto de vista técnico e econômico, na construção de estruturas de contenção, pois possuem um conjunto de características funcionais que não se encontra em outros tipos de estruturas. 
As normas que regulam as construções de gabiões são a ABNT NBR 10514/88 que regula as malhas de aço utilizadas para a construção de gabiões, a ABNT NBR 11682/06 sobre estabilidade de encostas, ABNT NBR 6122 – Projeto e Execução de Fundações
Estas estruturas são aplicadas na grande maioria para contenções de encostas, em beiras de rodovias, margens de rios ou de taludes com possibilidades de deslizamento. 
Figura 05: muro em Gabião
 
Fonte: http://www.diprotec.com.br (2018)
Todas as unidades são firmemente unidas umas nas outras através de costuras com arames iguais aos da malha, de modo a formar uma estrutura monolítica. A escolha do material a ser usado, seja no que se refere às características da malha quanto ao que se refere ao material de enchimento, é de fundamental importância para a obtenção de uma estrutura realmente eficaz.
A malha, em particular, deve possuir as seguintes características para atender de forma a não comprometer a estrutura, deve ter elevada resistência mecânica, ter elevada resistência à corrosão, ser flexível e não desfiar facilmente.
 O tipo de malha metálica que melhor atende a estes requisitos é aquela do tipo hexagonal de dupla torção, produzida com arames de baixo teor de carbono, revestidos com liga de zinco 95%, alumínio 5% e terras raras, com ou sem revestimento plástico. A construção de gabiões é de uma forma geral simples, porém, a sua importância em contenções e grande e complexa, pode-se destacar algumas características importantes dos gabiões, que são:
Monolíticas: Todos os elementos que formam as estruturas são unidos entre si através de amarrações executadas ao longo de todas as arestas em contato. 
O resultado é um bloco homogêneo que tem as mesmas características de resistência em qualquer ponto da estrutura.
Resistentes: Pode parecer que uma estrutura formada por telas metálicas não tem resistência estrutural ou durabilidade, porém, as telas utilizadas são em malha hexagonal de dupla torção que proporciona distribuição mais uniforme dos esforços a que são submetidas e tem resistência nominal de tração considerável, esta dupla torção impede o desfiamento da tela, caso ocorram rupturas em alguns dos arames que a compõem. 
Duráveis: Para garantir maior durabilidade os arames recebem revestimentos especiais para evitar sua corrosão. O primeiro tipo de revestimento é resultado de uma tecnologia moderna e consiste de uma liga composta por Zinco, Alumínio e Terras Raras que é aplicada ao arame por imersão a quente. Este revestimento é utilizado quando a estrutura está localizada em um ambiente não agressivo. Nestas condições a vida útil do revestimento supera em muito os 50 anos. Quando a estrutura estiver em contato direto com ambientes quimicamente agressivos, ambientes litorâneos ou zonas com alto grau de contaminação, é preciso a adoção de um revestimento adicional em material plástico, o que torna o arame totalmente inerte a ataques químicos. Estes revestimentos, aplicados aos arames que formam as malhas dos gabiões, garantem que a deterioração da estrutura será extremamente lenta e com efeitos não mais graves do que se registra em qualquer outro tipo de solução, mesmo quando inseridas em ambientes agressivos, caracterizando-as como obras definitivas. Deve-se também considerar que, com o tempo, o preenchimento dos vazios entre as pedras pela deposição de solo transportado pelas águas e/ou vento e o crescimento das raízes das plantas que se desenvolvem nos gabiões, consolidam ainda mais a estrutura e aumentam seu peso melhorando sua estabilidade.
Armadas: São estruturas armadas, em condição de resistirem a solicitações de tração e corte. A armadura metálica não tem somente a função de conter as pedras, mas também de suportar e distribuir os esforços de tração oriundos daqueles que agem sobre a estrutura, mesmo quando tais esforços são ocasionados de assentamentos ou recalques localizados e não previstos em cálculo. Tal característica, não existe nas contenções de pedra argamassada e concreto ciclópico que são rígidas, é de fundamental importância quando a estrutura está apoiada sobre solos de pobres.
Flexíveis: Permitem a adaptação das estruturas a acomodações e movimentos do terreno, sem perder sua estabilidade e eficiência. Devido à flexibilidade, é o único tipo de estrutura que dispensa fundações profundas, mesmo quando construídas sobre solos com baixa capacidade de suporte. Essa característica também permite, na maioria dos casos, que a estrutura se deforme muito antes do colapso permitindo a detecção antecipada do problema e propiciando a oportunidade de realizar intervenções de recuperação, minimizando gastos e evitando acidentes com proporções trágicas.
Permeáveis: A drenagem são causas principais de problemas em estruturas de contenção, devido as características dos materiais e a forma de montagem dos gabiões, estes são autodrenantes e totalmente permeáveis aliviando o empuxo hidrostático.
De baixo impacto ambiental: As obras de engenharia de infraestrutura devem causar o menor impacto possível ao meio ambiente necessitando a aprovação por parte dos órgãos competentes. As estruturas em gabiões são favoráveis a este conceito, durante sua construção e ao longo da vida de trabalho da obra. Devido a sua composição não interpõem obstáculo impermeável para as águas de infiltração e percolação. Com isso, principalmente nas obras de proteção hidráulica, as linhas de fluxo não se alteram e o impacto para a flora e fauna local é o menor possível. Integram-se rapidamente ao meio, possibilitando que o ecossistema, anterior à obra, se recupere quase que totalmente. 
Práticas e versáteis: Apresentam extrema facilidade construtiva, já que os materiais utilizados são secos, telas metálicas, pedras e tábuas e a mão-de-obra necessária para montagem e enchimento dos elementos é basicamente formada por serventes, coordenados por mestres de-obras. Devido a estas características, podem ser construídas em qualquer condição ambiental. Por não exigirem mão-de-obra especializada, são extremamente vantajosas em locais com poucos recursos, podendo também ser construídas sob regime de mutirão, trazendo, em ambos os casos, benefícios sociais ao local de construção. Quando se opta por enchimento mecânico dos elementos, pode-se usar qualquer tipo de equipamento destinado a escavações em obras de terraplanagem. Toda estrutura em gabiões entra em funcionamento tão logo os elementos sejam preenchidos, isto é, imediatamente, não sendo necessários tempos de cura e desforma. Isso permite que o aterro seja lançado imediatamente após a construção do muro. 
Econômicas: Comparando com outros tipos de soluções, com as mesmas resistências estruturais, apresentam custos diretos e indiretos mais baixos. Pode-se ainda construir em etapas, adequando cada etapa ao balanço financeiro da obra. 
Custos de um gabião
A construção de um gabião não exige grande complexibilidade, sendo assim seu custo é baixo, a tabela abaixo exemplifica os custospara a construção de 1m³ de um gabião com caixa de 2x1x1 de rede de torção tripla no formato hexagonal de (caixa) com arame galvanizado, o preço total neste orçamento foi de R$ 218,38 para 1m³ de construção.
Tabela 04: custos de um gabião
Fonte: http://www.brasil.geradordeprecos.info. Acesso em: 09 de junho de 2019, 15:52.
3. APLICABILIDADE
Preparação da Fundação
A fundação do muro gabião é diretamente feita no solo do local, face a face, é uma prática recomendada a retirada de aproximadamente 0,30 m do solo superficial para engastar o muro, desta forma elimina-se o solo superficial com maior concentração de material orgânico e aumenta a sua resistência ao desmoronamento e/ou deslizamento.
A preparação do solo para fundação do muro é simples, faz-se apenas um nivelamento do terreno na sua cota solicitada e já inicia-se o muro, se desejar um melhor suporte dependendo do solo, um lastro de pedra ou um concreto magro são boas alternativas.
Gabiões das camadas de base
É uma prática no início da montagem dos gabiões que as camadas de base sejam montadas com a dimensão maior do gabião de forma ortogonal em relação a face externa da estrutura que será protegida, em estruturas com alturas a partir de 4,5m de altura os gabiões da camada base, devem ter altura de 0,5m, pois assim apresentam uma quantidade maior de malha que aumentarão a resistência ao corte e compressão, tornando a estrutura estável e resistente.
18
Escalonamentos entre camadas
O acréscimo ou decréscimo do comprimento transversal entre uma camada e outra do muro não deve ultrapassar 0,5 m para estruturas com degraus internos ou externos, quando o degrau for centralizado, admitisse até o dobro desse valor, assim também para as camadas de base.
 A última camada de gabiões da estrutura (topo) deverá ter comprimento transversal mínimo de 1,0 m. 
Estruturas com degraus internos e paramento externo plano geralmente são preferidas por razões estéticas ou de limitação de espaço. Do ponto de vista estático, as estruturas com degraus externos resultam mais estáveis. Para estruturas com escalonamento interno e altura superior a 5,0 m, recomendasse que a camada de base seja disposta com escalonamento externo. É também conveniente que essas estruturas sejam inclinadas em pelo menos 6º ou apresentem escalonamento externo de 10cm entre camadas. Esses procedimentos contribuem para a melhor estética da obra, principalmente se a estrutura apresentar pequenas deformações.
Figura 05: Muro Gabião escalonado
Fonte: http://3.bp.blogspot.com (2013)
Construção de Gabião tipo Caixa
3.4.1 Operações iniciais
Para que a funcionalidade dos gabiões sejam garantidas, devem ser seguidas as instruções de montagem e quais os matérias devem ser utilizados para o preenchimento das gaiolas.
Os gabiões tipo caixa são fornecidos dobrados e agrupados em fardos para facilitar o transporte, manuseio e o acondicionamento. Esses fardos devem sem armazenados, quando possível, em lugares próximos aonde será montado, para facilitar o manuseio das peças individuais. Também é recomendado reservar uma área limpa, com terreno plano e duro para os trabalhos de pré-montagem das caixas.
 Figura 0 : Fardo de gabião.
3.4.2 Montagem e colocação
A montagem consiste, inicialmente, em transportá-la, ainda dobrada, ao lugar preparado para a montagem, onde então será desdobrada sobre uma superfície rígida e plana e serão tiradas todas as irregularidades. A seguir, a face frontal e a tampa são dobradas e levantadas até a posição vertical, assim como a face posterior. Obtém se assim o formato de uma caixa. Uma vez formada esta caixa, unem-se fios de borda que se sobressaem nos cantos dos panos de tela torcendo-os entre si prendendo toda a estrutura.
O elemento do gabião já montado é transportado para o local de aplicação, de acordo com o projeto, e posicionados uns ao lado dos outros, todas as suas arestas de contato devem ser amarradas umas nas outras, unindo toda a camada, exceto as tampas, para garantir a estética e acabamento do muro, utiliza-se gabaritos de madeira na contenção das gaiolas posicionadas, evitando maiores deformações durante o enchimento.
 
Montagem do gabião. b) Amarração dos cantos
3.4.3 Enchimento
Para o enchimento deve-se utilizar pedras que garantam a resistência da estrutura, estas não podem ser solúveis no contato com a água e devem ter diâmetro adequado.
O enchimento deve ser feito de forma que a acomodação das pedras não permita um índice de vazios maior do que 40%. Para estruturas de 1m de altura deve-se preencher inicialmente 0,3m e instalar tirantes da face frontal para a face posterior, depois preencher mais 0,3m e instalar outros tirantes, assim mantendo a forma do gabião e evitando sua deformação, as células vizinhas devem ser preenchidas em conjunto, não diferenciando em 0,3m o nível de uma para a outra.
Finalizando, deve ser preencher o restante da gaiola não ultrapassando 5cm da sua borda superior.
Figura 06: Preenchimento Gabião tipo caixa
 
Fonte: MACCAFERRI (2019)
3.4.4 Fechamento
Para finalizar abaixa-se a tampa e a amarra em todo seu perímetro as faces da gaiola, procedendo assim todo o fechamento, se possível deve-se amarrar a tampa aos gabiões vizinhos.
Construção de Gabião tipo Saco
3.5.1 Operações iniciais
Da mesma forma que o gabião caixa, o gabião tipo saco deve ser levado para o local próximo da aplicação para posterior montagem, o gabião é constituído por um único pano em malha hexagonal de dupla torção. Dois arames, com as mesmas características e de maior diâmetro, são inseridos na malha, um em cada extremidade, perpendicularmente às torções deixando as extremidades salientes.
3.5.2 Montagem 
A malha do gabião é enrolada no sentido longitudinal formando uma forma de cilindro, usando um arame é amarrado em torno de 20 a 30 cm de suas bordas longitudinais em cada extremo do cilindro, as extremidades são amarradas de forma individual com arame para fortalecimento e fechamento destas.
O mesmo arame de amarração, cortado em pedaços com comprimento de 1,5 vezes a circunferência do cilindro, é inserido cruzando a malha no sentido perpendicular ao das torções, a cada metro, deixando as extremidades salientes dobradas para trás (tirantes). 
3.5.3 Enchimento e Fechamento
No enchimento deve-se utilizar pedras com as mesmas características mencionadas no gabião caixa e respeitando o limite de 40% de espaços vazios.
Quando o preenchimento chegar até a um tirante já fixado, este deve ser amarrado nas bordas do cilindro e também é passado um arame em volta do diâmetro do gabião para fixação fechando de forma progressiva.
Colocação
Para a colocação dos gabiões tipo saco é utilizado maquinário adequado, os gabiões são amarrados nas extremidades, de preferência no mesmo local dos tirantes, e são içados até o local de aplicação
 Figura : Gabião tipo saco
Construção de Gabião tipo Colchão Reno
3.6.1 Operações iniciais
Serão transportados para o local de instalação para posterior montagem. O colchão é constituído por uma malha única que formará a base, as paredes laterais e os diafragmas. Quatro cortes, em suas extremidades, indicam onde deverão ser dobradas as paredes. Outros dois cortes delimitam a largura dos diafragmas. Quatro espirais mantêm unidas as paredes duplas que formam os diafragmas. Outro painel de malha forma a tampa do colchão. As bases e as tampas são colocadas em fardos separados. 
3.6.2 Montagem
Após transportar o gabião para o local de aplicação, tira-se todas as deformações da base já instalada no local, levanta-se todos os diafragmas ao longo do gabião e também suas paredes laterais, com sarrafos de madeira faz-se o alinhamento das dobras para evitar deformações.
Após levantadas todas as paredes, longitudinais e verticais, procede-se o amarramento de umas nas outras, formando assim a estrutura final e pronta para posicionamentoe enchimento. 
 Figura 07: Instalação gabião tipo Colchão Reno
Fonte:http://www.terracell.pt (2017)
3.6.3 Posicionamento e Enchimento
Após montados os gabiões são posicionados no local final de instalação, este local deve ser previamente preparado, nivelado e livre de raízes, pedras e outros, se o talude for inclinado é necessário a ancoragem do gabião.
	Da mesma forma que o tipo caixa, os gabiões colchão reno devem ser amarrados uns aos outros, fortalecendo sua resistência
 O seu enchimento deve ser feito da parte inferior para a parte superior do talude, neste tipo os espaços vazios não devem ultrapassar a 30% e as pedras utilizadas devem ser o máximo possível uniformes, os diafragmas devem permanecer na vertical e o preenchimento deve ultrapassar no máximo 3 cm da borda superior, após o preenchimento as tampas são posicionadas e amarradas em todo o perímetro.
3.7 Aterro
Após a finalização da montagem do gabião já é possível iniciar o aterro, este processo deve demandar grande atenção por parte dos responsáveis pela execução pois é parte importante na obtenção da resistência final da contenção.
Nesse processo deve-se eliminar ou minimizar a ocorrência posterior de erosões, rupturas, recalque.
A execução do aterro é feita espalhando o material por toda a superfície em camadas não superiores a 25cm e utilizando equipamento adequado realizar a compactação desta camada. A faixa de solo até 1m em contato com a estrutura do gabião, deve ser compactada manualmente.
O aterro deve ser realizado durante a montagem do gabião, ou seja, a cada camada montada de gabião, procede-se o aterro de seu tardoz.
O controle da qualidade das camadas do aterro é importante, de forma visual, controle geométrico e o grau de compactação através de ensaios
3.8 Drenagem
Parte importante para a manutenção da estrutura e da sua resistência é a drenagem. O muro gabião devido a sua alta permeabilidade não necessita de sistema especifico de drenagem, porém, as partes integrantes da contenção merecem atenção, uma delas é o aterro, que deve ter sistema de drenagem previsto para a captação e dissipação da água da chuva, evitando erosões, rupturas e posteriores deslizamentos.
Para um sistema eficiente de drenagem é necessário subdividi-lo em superficial e profunda.
A drenagem superficial deve ser dimensionada levando-se em consideração a área de contribuição e os índices pluviométricos da região, essa drenagem consiste em captar as águas superficiais e leva-las até local adequado para sua dissipação, é feita com canaletas, escadas hidráulicas ou tubulações, que são instaladas em locais estratégicos no sentido do escoamento da água, trechos desta captação podem ligar até pontos de dissipação de energia, caixas de coletas, que irão redirecionar água para outro trecho de canaleta ou até o ponto final de descarte da água.
A proteção superficial do talude também é necessária, evitando a penetração excessiva no solo e a erosão, essa proteção é feita com imprimação asfáltica, com a cimentação ou de forma natural com grama em conjunto com biomantas.
Figura 08: Drenagem Superficial 
Fonte: MACCAFERRI (2019)
 
Já a drenagem profunda age em conjunto com a drenagem superficial, nesta drenagem o objetivo e coletar e destinar as águas de percolação do solo, reduzindo a vazão de percolação e a pressão neutra no aterro.
A drenagem profunda é feita com drenos, horizontais com pequeno caimento que retira a água com a força gravitacional, com poços de alivio, ponteiras, trincheiras drenantes ou galerias.
Projetos de drenagem profunda específicos devem ser elaborados para cada situação, prevendo a solução mais adequada para cada caso.
3.9 Características da malha hexagonal de dupla torção
A malha hexagonal de dupla torção é um componente que envolve os gabiões é um elemento que resiste a tração, é feito um entrelaçamento dos fios de arame, formando hexágonos da mesma dimensão. Essa malha é o elemento responsável por garantir que o material de preenchimento fique confinado com estabilidade e segurança, pelas normas impostas pelas obras de construção civil. Sendo assim, as propriedades mecânicas e durabilidade da malha hexagonal metálica devem ser conhecidas e estudadas, para transmitir informações técnicas suficientes para elaborar um projeto de muro de arrimo em gabiões.
 Figura : dimensões da malha
3.9.1 PROPRIEDADES DOS ARAMES USADOS NOS GABIÕES.
Os arames utilizados na fabricação da malha hexagonal de dupla torção são compostos por uma liga de ferro e de carbono, geralmente esses materiais possuem 0,008% até 2,0% de carbono, além de outros elementos de liga, que apresentam baixo teor de carbono. Estes são aços dúctil, macio, e de fácil manuseio. Esses arames passam por um processo de produção, e segue por fases de trefilação, logo após é realizado o processo de zincagem e galvanização, para garantir a proteção galvânica do aço, e pode ser feito o recobrimento com plástico para aumentar ainda mais a durabilidade.
Uma vez produzidos, os arames tem suas propriedades físicas e químicas testadas segundo as normas vigentes do país de origem, e então são aplicados testes de tração, podendo ele ser alongado, flexionado ou torcido, sem que se rompa. A norma brasileira ABNT – NBR 8964-13 diz que a resistência a tração do arame em função do diâmetro do fio do aço deve estar entre 380 Mpa e 500Mpa, alongamentos mínimos realizados em amostra com 300 mm de comprimento deve ser 13%. O critério de termino do ensaio é a ruptura da amostra ou seu alcance da máxima carga aplicada sobre ele. A ruptura é definida quando a malha não é capaz de suportar o aumento da aplicação da força. Estas medidas nos permitem obter a força máxima, a deformação relativa e os diagramas de carga- deformação.
3.9.2 MANTA GEOTEXTIL. 
No tardoz da estrutura, ou seja, na parte de trás, que ficará em contato com o talude, é preciso colocar manta geotêxtil não tecido. Esta manta permite a passagem da água, mas evita que o solo seja transportado por entre as pedras, ocasionando a erosão do talude num fenômeno conhecido como carreamento dos finos do solo.
 Figura : Utilização da manta geotêxtil no perímetro do Gabião.
4. NORMAS
Na execução deste trabalho podem ser consultadas as seguintes normas:
- NBR 8964 - Arame de aço baixo teor de carbono zincado para gabiões.
- NBR 7143 - Plásticos – moldagem por compressão de corpos-de-prova de materiais termoplásticos - procedimento.
- NBR 7452 - Plásticos – atmosfera padrão para condicionamento e ensaio - Especificação.
- NBR 7456 - Materiais plásticos – determinação da dureza Shore por meio de um durômetro - Método de ensaio.
- MB 1160 - Determinação da massa específica de plásticos com o uso de picnômetro - Método de ensaio.
- MB 1163 - Determinação de propriedades mecânicas das matérias plásticas - Métodos de ensaio.
- ASTM D 1203 - Loss of plasticizer from plastics (activated carbon methods), tests for.
- ASTM D 2287 - Nonrigid vinyl chloride polymer and copolymer molding and extrusion compounds, specification for.
Ensaios
4.1 Prova de compressão simples
Este ensaio se realiza com a aplicação simples de carga em cima do Gabião e a verificação de alguns aspectos de sua resistência, como a sua resistência máxima a essa compressão, os fenômenos que ocorrem devido ao aumento de carga aplicada, o colapso da estrutura que é quando a malha se rompe e as pedras do enchimento se rompem, a influência do sentido das malhas em relação ao sentido da carga aplicada e o efeito da presença de diafragmas nas estruturas.
A resistência à compressão dos muros gabiões é alta, como exemplo segundo MACCAFERRI (2013) um gabião de dimensões com 0,5 x 0,52 x 0,49 suportou uma tensão de 34,8 kg/cm² até a sua ruptura.
Uma característica negativa dos muros gabiões é a sua baixa elasticidade, as deformações causadas na estrutura só são reversíveis se forem aplicadas cargas muito baixas. 
Com o confinamentodas laterais a resistência aumento considerável, esta característica é bem encontrada nos locais de aplicação, quando o gabião é utilizado travado entre barrancos ou outras estruturas.
5. VANTAGENS E DESVANTAGENS 
Os gabiões são utilizados frequentemente em rodovias, como muros de arrimo para a contenção e estabilidade de encostas ao longo das rodovias. Também são utilizados como quebra-mares e em construções hidráulicas, devido à sua capacidade de drenagem. Desde o século XIX, este elemento tem sido utilizado em construções e também nos projetos arquitetônicos, tornando-se uma tendência também como elemento do paisagismo.
Entre os pontos positivos de se utilizar gabiões nos projetos, é que ele é um material que não produz muitos resíduos na construção, além de ser uma estrutura permeável que apresenta grande durabilidade. Todo gabião, mesmo sendo permeável precisa possuir um sistema de drenagem específico, para auxiliar na drenagem da água que percorre pelo solo.
Outra preocupação dos construtores ao elaborar um projeto é o impacto ambiental. Toda a estrutura do gabião pode ser feita a partir de matérias recicláveis, como pedras vendidas por fornecedores locais ou até mesmo de rios. Entulhos e materiais alternativos também são alternativas para não causar impacto ambiental. Contudo, é importante estar atento ao ciclo de vida deste tipo de material.
No paisagismo de fachada, os gabiões demonstram ser um elemento-chave. Ao apresentarem um efeito de drenagem, ou seja, características de permeabilidade, esta estrutura ajuda na consolidação do solo, evitando o aparecimento de erosões internas. Além desses fatores, os gabiões permitem que a vegetação cresça naturalmente, mantendo inclusive o equilíbrio do eco sistema.
Então suas principais vantagens são:
Flexibilidade: permite que o muro sofra recalques e deformações sem romper.
Permeabilidade: que facilita a drenagem do muro sem que tenha necessidade de usar barbacãs ou processos similares, tornando o muro autodrenante.
Agilidade e facilidade durante a execução do muro: facilitando a mão-de-obra que não precisa ser muito qualificada.
Baixo impacto ambiental: a vegetação local se integra com o muro.
Baixo custo: devido ao uso de materiais naturais e mão de obra não especializada.
E suas desvantagens são:
Largura da base: Como é ela quem da a estabilidade do muro, apresenta grandes dimensões, comprometendo uma grande parte do terreno
Manutenção: Para pilhas de gabião muito altas, qualquer dano ou desgaste nas partes mais baixas, devem ser feitos a remoção das camadas de cima para fazer o reparo.
Resistencia: Em casos de fluxos muito altos de água, a malha pode romper e acabar derramando os agregados.
Inspeção: Os muros de gabião devem ser inspecionados regularmente para garantir sua integridade. Quando ocorre qualquer tempestade, eles devem ser imediatamente avaliados para verificar seus desgastes.
5. Conclusão
Com a finalização da pesquisa para este trabalho de conclusão de curso sobre os muros gabiões, estas estruturas são utilizadas a vários séculos pelo homem e se mostra eficaz até hoje, são estruturas de baixo impacto ambiental pois não demandam grandes movimentações de terra, desmatamento e não causando grandes modificações no local construído.
Três tipos de gabiões foram abrangidos na pesquisa por serem os mais utilizados, o tipo caixa, o tipo saco e o tipo colchão Reno, que devem ser escolhidos em virtude do resultado esperado, o tipo caixa é o mais utilizado, aplica-se em encostas de rodovias, margens de curso d’água e contenção de taludes em geral.
São algumas características dos gabiões a grande resistência a compressão, ao corte, sua permeabilidade, durabilidade, facilidade de execução. Ensaios devem ser realizados para verificação de sua resistência à carga que será aplicada, ensaios em relação ao deslizamento, ao tombamento também são necessários, sendo possível a aplicação de soluções para diminuição destes riscos, para estes ensaios deve se conhecer os empuxos passivo e ativo da estrutura e seus momentos. Gabiões são versáteis, podendo ser empregados em vários tipos de obras com diversas finalidades, de uma simples contenção em encostas para até mesmo a apoio e proteção de pontes, conseguindo até ter um papel interessante na área arquitetônica com sua fácil integração ao meio. 
Uma contrapartida negativa dos muros gabiões é a necessidade de grande transporte de material, no caso as pedras, que pode causar dificuldade devido ao local de construção, outra negatividade é a baixa elasticidade, o muro só tem capacidade de voltar ao seu estado inicial se a carga de compressão for baixa.
Por fim, os custos foram pesquisados e realmente são baixos, são gastos aproximadamente R$ 220,00 para a construção de 1m³ de gabião, utilizando uma quantidade pequena de mão de obra.
Ao fim, pode-se entender os métodos de construção de gabiões e a sua alta eficiência em soluções de contenção.
6. Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Arame de aço para gabiões – ABNT NBR 08964 de 07/1985
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto Geotécnico ABNT NBR 8044 de 06/1983
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Estabilidade de taludes ABNT NBR 11682 de 09/1991
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto e execuções de fundações ABNT NBR 6122 de 04/1996
CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações 7ªed. ed. Rio de Janeiro Ltc,2015. 163 p.
GERSCOVICH,Denise M.S. Estabilidade de taludes 2ªed. ed. São Paulo Oficina de Textos,2016. 122 p.
MARCHETTI,Osvaldemar; Muros de Arrimo 1ªed. ed. Blucher, 2008. 150 p.
Obras de contenção – disponível em https://www.maccaferri.com/.../pc-br-fundacoes. Acesso em 15 de marco de 2019 ás 10:00h.

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