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Fluxo de energia e de matéria nos ecossistemas Odum (1953) retratou os ecossistemas como diagramas de fluxo de energia Fatores abióticos que interferem na produção primária • Água: A taxa de fotossíntese depende da disponibilidade de umidade do solo, da capacidade de uma planta tolerar a perda de água e da influência da temperatura do ar e da radiação solar sobre a taxa de transpiração. • Nutrientes: Os fertilizantes estimulam o crescimento vegetal na maioria dos ambientes. Variação da produção primária entre ecossistemas • A combinação favorável de grande insolação, temperatura quente, precipitação abundante e grande quantidade de nutrientes em algumas partes dos trópicos úmidos resulta na maior produtividade terrestre do planeta. • Ecossistemas temperados e árticos: baixas temperaturas e longas noites de inverno reduzema produção. • Ecossistemas tropicais:maior produtividade. • Ecossistemas brejosos: grande produtividade. • Ecossistemas oceânicos: a escassez de nutrientes minerais limita a produtividade para um décimo daquela das florestas temperadas, ou até menos. • Ecossistemas de água doce: produtividade superior que oceanos. Produtividade e o gradiente latitudinal • A produtividade dos biomas de florestas aumenta com a diminuiçao da latitude, produzindo uma tendência geral para ambientes terrestres e lagos. • Para oceanos a produtividade aumenta com a proximidade ao continente. A energia atravessa os ecossistemas em velocidades diferentes • As eficiências ecológicas descrevem que proporção da energia assimilada pelas plantas acaba alcançando cada nível trófico superior de um ecossistema. • A taxa de transferência de energia entre os níveis tróficos ou, inversamente, seu tempo de residência em cada nível trófico, proporciona um segundo índice da dinâmica energética de um ecossistema. • Quanto maior o tempo, maior a acumulação de energia. O fluxo de energia e a ciclagem de nutrientes nos ecossistemas • C - Entra como CO2 na fotossíntese • PPL= açucares, proteína, gordura, celulose • CONSUMIDO • DEFECADO • ASSIMILADO • INCORPORADO PRA PRODUÇAO SECUNDÁRIA OU • Trabalho = liberado em forma de calor • Retorna à atmosfera como CO2 • Não pode ser reciclado, mas fica disponível para a fotossíntese O fluxo de energia e a ciclagem de nutrientes nos ecossistemas Cada joule de energia só pode ser utilizado uma vez. Os blocos construtores de biomassa podem mudar a forma da molécula da qual fazem parte (p. ex.: nitrato-N para proteína-N para nitrato-N). A retenção de nutrientes para a biomassa viva diminui a disponibilidade para o restante da comunidade. Diagrama de fluxo de energia x ciclo de nutrientes Figura 18.1 Diagrama mostrando a relação entre o fluxo de energia (setas mais claras) e a ciclagem de nutrientes. Os nutrientes localizados na matéria orgânica (setas mais escuras) são distinguidas do estado inorgânico livre (seta branca). DOM = Matéria orgânica morta; NPP = Produção primária líquida O fluxo de energia e a ciclagem de nutrientes nos ecossistemas • A ciclagem de nutrientes nunca é perfeita. Parte dos elementos é estocada e outros (p. ex.: N e S) podem ser perdidos para a atmosfera. • Assim como recebe materiais fruto do intemperismo. Biogeoquímica e ciclos biogeoquímicos Ciência que estuda os processos químicos que ocorrem dentro dos compartimentos. Compartimentos dos elementos químicos Atmosfera (CO2, N) Litosfera (Ca, Ca CO2) Hidrosfera (água, carbonato de cálcio, fosfato) Compartimentos dos organismos vivos C em celulose N em proteína P em trifosfato de adenosina Biogeoquímica e ciclos biogeoquímicos • Os fluxos geoquímicos ocorrem na ausência de vida ou não. • Vulcanismo, erosão, degradação • Entretanto, os organismos alteram a disponibilidade desses elementos no manancial geoquímico. • Pode ser estudada em escala local • Pode ser estudada em escala global (compartimentos mais amplos = oceano, atmosfera) Estoques de nutrientes Componentes dos estoques de nutrientes de um sistema terrestre e de um aquático. Observe que as duas comunidades estão ligadas por um fluxo de corrente, que é uma saída importante para o sistema aquático. As entradas são mostradas em marrom, e as saídas em preto. Estoques de nutrientes em ecossistemas terrestres Intemperismo • Fontes de Ca, Fe, Mg, P, K CO2 atmosférico • Fonte de C para as comunidades terrestres N atmosférico • Fonte de N para as comunidades terrestres Bactérias e algas verdes azuladas • Nitrogenase – N atmosférico – NH4 + Estoques de nutrientes em ecossistemas terrestres • Bactérias de vida livre • Fonte de N para as comunidades terrestres • Nódulos de raízes com bactérias simbiontes fixadoras de N Estoques de nutrientes em ecossistemas terrestres • Deposição úmida (chuva, neve, neblina) • Chuva 1. Gases traço – ácido de enxofre e nitrogênio 2. Aerossóis – ricos em sódio, cloreto, sulfato, potássio 3. Partículas de poeira de incêndio, vulcões, vendavais – ricas em cálcio, potássio e sulfato. • Os nutrientes dissolvidos na precipitação tornam-se disponíveis às plantas quando a água alcança o solo e é absorvida pelas raízes ou pelas folhas. Estoques de nutrientes em ecossistemas terrestres • Deposição seca (importante para comunidades em estação longa) • Florestas de carvalho espanhol (Quercus pyrenaica) em ocasiões mais da metade de Mg, Fe, P, K, Zn e Cu eram recebidos pelo dossel • Em locais úmidos essa diferença não foi significante. Deposição seca E ÚMIDA Aporte atmosférico anual como deposição úmida (WF) e deposição seca (DF), comparado com a demanda anual de nutrientes (ND, considerada para o crescimento das árvores acima da superfície do solo), para quatro florestas de carvalho ao longo de um gradiente de precipitação (S1 é o local mais úmido, S4, o local mais seco) (Marcos e Lancho, 2002) Deposição seca E ÚMIDA Aporte atmosférico anual como deposição úmida (WF) e deposição seca (DF), comparado com a demanda anual de nutrientes (ND, considerada para o crescimento das árvores acima da superfície do solo), para quatro florestas de carvalho ao longo de um gradiente de precipitação (S1 é o local mais úmido, S4, o local mais seco) (Marcos e Lancho, 2002) Deposição seca E ÚMIDA Aporte atmosférico anual como deposição úmida (WF) e deposição seca (DF), comparado com a demanda anual de nutrientes (ND, considerada para o crescimento das árvores acima da superfície do solo), para quatro florestas de carvalho ao longo de um gradiente de precipitação (S1 é o local mais úmido, S4, o local mais seco) (Marcos e Lancho, 2002) Deposição de nutrientes • O aporte de nutrientes depende da capacidade da floresta em interceptar aqueles movidos horizontalmente no ar. • Weathers et al. (2001) – • N, S, Ca: borda 17 a 56% maior que no interior da floresta. • A fragmentação pode comprometer a entrada de nutrientes Saídas de nutrientes dos ecossistemas Água corrente – papel importante na saída de nutrientes Em planícies inundáveis - o fluxo corrente pode aumentar a entrada de nutrientes Nitrogênio na planta – herbívoro come - Herbívoro morre– Nitrogênio volta para o solo Liberação de nutrientes para a atmosfera= perda Equilíbrio anual no estoque de C Saídas de nutrientes dos ecossistemas• Terpenos – dosséis de florestas • NH3 – excrementos de vertebrados • Fogo • converte grande parte do C da comunidade em CO2 • N em queimadas = N volátil Saídas de nutrientes dos ecossistemas • Fluxo da corrente • Água drenada – nutrientes particulados e dissolvidos • Maior a perda = maior a descarga • Rocha com matriz permeável • Fluxo • Água subterrânea que pode desembocar a certa distancia da comunidade e a certo período Entradas e saídas variam com a idade da floresta • A floresta madura é um dreno líquido de carbono (entrada maior que a saída) • Uma floresta jovem é uma fonte líquida de carbono (saída maior que a entrada) Estoques anuais de carbono para uma floresta madura e uma floresta jovem, ambas com Pinus ponderosa. Os valores de armazenamento do carbono estão em g C m-2, e a produtividade primária liquida (NPP) e a respiração heterotrófica (Rh) estão em g C m-2 ano -1 (setas). Os números acima da superfície do solo representam o armazenamento de carbono na folhagem das árvores, na biomassa restante da floresta, nas plantas do sub-bosque e na madeira morta sobre o chão da floresta. Os números logo abaixo da superfície do solo se referem às raízes das árvores e à serrapilheira. Os números abaixo correspondem ao carbono do solo (Segundo Law et al. 2001) Importância da ciclagem de nutrientes em relação às entradas e saídas Tabela 18.1 Estoques anuais de nutrientes para bacias arborizadas de Hubbard Brook (Kg ha-1 ano -1) As entradas correspondem às perdas na água corrente como material dissolvido e matéria orgânica particulada (segundo Likens et al. 1971) Entrada Saída Variação líquida A variação líquida é positiva quando a bacia ganha matéria e é negativa quando ela perde. Figura 18.6 Concentração de íons na água corrente da bacia desflorestada artificialmente e de uma bacia-controle em Hubbard Brook. O momento do desflorestamento está indicado por setas. Observe que o eixo vertical dos nitratos tem uma descontinuidade (Segundo Likens e Borman, 1975). Bacia desflorestada Bacia-controle Estoques de nutrientes em comunidades aquáticas – CURSOS D’ÁGUA • Pequena fração disponível para as interações bióticas. • Deslocamento de nutrientes em espiral. • Comunidade biológica (bactérias, fungos e algas) absorvem nutrientes na fase biótica do espiral. • A decomposição libera moléculas inorgânicas de nutrientes. Lagos • Mg e Ca crescem à jusante – Intemperismo. • Decréscimo da PPL à jusante – nutrientes consumidos pelo plâncton. • Em outras condições é mais comum que a PPL aumente à jusante Estuários • Marcador - isótopo N. • Grande parte obteve o N através da rota baseada em detritos vegetais. • Fluxo e a importância dos sistemas pastejador e decompositor pode variar de um estuário para outro. Estuários A QUÍMICA ESTUARINA É INFLUENCIADA PELAS CARACTERÍSTICAS DA BACIA ATRAVÉS DA QUAL OS RIOS FLUEM. IMPACTO ANTRÓPICO (APORTE DE FERTILIZANTES, CORTE DE ÁRVORES, PRECIPITAÇÃO ÁCIDA) FAVORECE A EXPORTAÇÃO DE N SOB A FORMA INORGÂNICA (APENAS 2% SOB FORMA ORGÂNICA) (VAN BREEMAN 2002). POR OUTRO LADO, UM RIO SUL-AMERICANO BEM CONSERVADO, EXPORTOU 70% DE SEU N SOB FORMA ORGÂNICA. Estuários • Rios australianos – forma de exportação de N e P é orgânica. • A medida em que a população (maior escoamento de material de origem agrícola e de esgotos) e perda de vegetação (menor retenção de nutrientes) aumenta a exportação de N e P a forma inorgânica. Plataformas continentais dos oceanos • A natureza das bacias hidrográficas influenciam os estoques de nutrientes das regiões costeiras. • Cerca de 25% dos rios do mundo são submetidos a represamentos ou desvios • Silicato – essencial para as diatomáceas no mar. • Os efeitos da redução dos silicatos para a produtividade no mar, podem ser expressivos na Ásia Oriental, onde os principais rios tem sido represados em taxas aceleradas. Figura 18.13 Concentrações de silicato dissolvido (SiD) junto às desembocaduras (a) do Rio Kalixalven, não –represado, e (b) do Rio Lulealven, represado (Humborg et al. 2002). Plataformas continentais dos oceanos Ressurgência local – abastece a PPL • Ressurgências impulsionadas pelo vento em resposta a brisas sazonais de orientação N-NE • Ressurgência acionada pela transgressão da Corrente Australiana Oriental (EAC) • Ressurgência causada pela separação da EAC da costa. Três categorias estudadas na costa leste da AUS: Figura 18.14 Contornos das concentrações de nitrato durante eventos de ressurgência ao longo da Costa de New South Wales, em (a) Urunga (movida pelo vento), (b) Diamond Head (movida por transgressão) e (c) Point Stephens (movida por separação). O gráfico da parte inferior indica as concentrações médias de nitrato que podem ser consideradas características desses locais, na ausência de um evento de ressurgência. Oceanos abertos •Os principais transformadores de carbono dissolvido são o fitoplâncton pequeno e grande. •A parte que alcança o fundo é consumido pela biota das profundezas, parte remineralizada em forma orgânica e uma pequena proporção é incorporada ao sedimento. Figura 18.15 Transformações do carbono no oceano aberto, mediadas biologicamente (segundo Fasham et al. 2001). Oceanos abertos • Apenas uma pequena porção de carbono fixado próximo à superfície chega ao fundo oceânico Oceanos abertos •Floração de primavera no Atlântico Norte causa uma sucessão de espécies fitoplanctônicas dominantes. •Uma sucessão de diatomáceas consumiu o silicato. •Uma sucessão de flagelados consumiu o nitrito restante. Ciclo hidrológico A importância da vegetação para a manutenção do ciclo hidrológico A vegetação pode interceptar a água impedindo retorne à atmosfera: 1. Ao captar parte dela pela folhagem, onde ela pode evaporar; 2. Ao impedir que parte seja drenada a partir da água do solo mediante sua incorporação à corrente de transpiração. Ciclo de matéria e fluxo de energia • Ao servir de alimento para outro membro da biocenose, o ser vivo lhe fornece energia e matéria; e assim estas vão passando de organismo a organismo (Assim funciona a máquina do ecossistema). • Cadeia alimentar: seqüência de relações tróficas pelas quais a energia passa através do ecossistema • Níveis tróficos: elos da cadeia alimentar • Pirâmide de energia: menos energia alcançando sucessivamente cada nível trófico superior 10% 15% 20% Largura da barra: produtividade liquida de um nível trófico no ecossistema Apenas 5% a 20% da energia passam de um nível trófico para outro • As plantas utilizam entre 15% e 70% da energia luminosa assimilada pela fotossíntese para manutenção, tornando, portanto, esta fração indisponível para os consumidores. • Os herbívoros e carnívoros são mais ativos do que as plantas e gastam correspondentemente mais de sua energia assimilada para manutenção. • Como resultado, a produção de cada nível trófico é tipicamente apenas de 5% a 20% daquela do nível inferior. • Nem todos os componentes do alimento são digeríveis: pêlos, penas, exoesqueletos de insetos, cartilagens e ossos, em alimentos de origem animal, assim como celulose e lignina, em alimentos de origem vegetal. • Essas substâncias podem ser defecadas ou regurgitadas. energia assimilada = energia ingerida - energia egestada produção = energia assimilada – respiração – excreção Eficiênciade assimilação depende da digestibilidade da dieta • Eficiência ecológica: percentagem de energia transferida de um nível trófico para outro. • Eficiência de assimilação (EA): razão entre a assimilação e a ingestão, geralmente expressa como uma porcentagem. • O valor energético das plantas para os seus consumidores depende de sua qualidade alimentar ou de lignina, celulose e outros materiais não digeríveis elas contem. • Herbívoros: EA de 80% da energia das sementes e de 60-80% da vegetação jovem. • Pastadores (elefantes, gado, gafanhotos): EA de 30-40% • Predadores: EA de 60-90% (alimentos de origem animal são mais facilmente digeridos do que os de origem vegetal. – Vertebrados são mais eficientemente digeridas que insetos (exoesqueleto constitui fração maior do corpo) – Insetívoros; EA de 70-80% •Milipedes, que se alimentam de celulose e lignina, apenas 15% de EA • Decomposição: desintegração gradual de matéria orgânica morta realizada por agentes físicos e biológicos. – Decompositores:Bactérias e fungos – Detritívoros: Invertebrados como moluscos, opiliões, isópteros, etc. – Microbívoros especialistas:animais diminutos que se alimentam de bactérias e fungos, mas capazes de eliminar detritos dos seus intestinos. • Consumo de restos vegetais – Lignina e celulose: problema digestivo para animais consumidores, requer celulases. – Detritívoros se associam bactérias e fungos: • Mutualismo obrigatório: entre detritívoro e uma microflora intestinal específica permanente (bactérias) ou microfauna (protozoários em cupins intestinais). • “Rumens externos”: animais assimilam os produtos da microflora produtora de celulase associada com restos vegetais em decomposição ou fezes.
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