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Capítulo 7

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CAP 7 – ISOLAMENTO DO CAMPO OPERATÓRIO 
- Isolamento do campo operatório: conjunto de procedimentos que visa eliminar 
ou minimizar a umidade, afastar e proteger os tecidos moles para facilitar o acesso 
e a visualização, reduzir o numero de m.o na região do procedimento, bem como 
proteger as vias respiratória e digestiva do paciente. 
 
ISOLAMENTO ABSOLUTO 
- Vantagens do isolamento absoluto: 
1. Obtenção de um campo operatório limpo e seco. 
2. Melhor acesso e visibilidade, promovidos pelo afastamento dos tecidos 
moles e maior observação dos detalhes dos dentes. 
3. Garante as melhores propriedades dos materiais dentários. 
4. Contribui também para a proteção do paciente, evitando a deglutição ou 
aspiração de materiais ou instrumentos utilizados, bem como reduzindo 
danos ao tecido mole. 
- Casos que inviabilizam ou dificultam o isolamento: dentes em estágios iniciais 
da erupção, dentes mal posicionados, pacientes com problemas respiratórios 
intensos e alergia ao látex. 
 
LENÇOL DE BORRACHA 
- Chamado também de dique de borracha. 
- Tem de varias cores. Melhor: azul, complementar à cor amarela dos dentes, 
aumenta a percepção de contraste e é relaxante para a visão. 
 
ARCO PARA ISOLAMENTO 
- Utilizado para manter as bordas do elástico em posição. 
- Tipos de arcos: 
*Arco Yong: forma de U 
*Arco Ostby: forma hexagonal, anatomicamente planejada para melhor adaptação 
à face, proporcionando melhor afastamento da região nasal, facilitando a 
respiração do paciente. 
- Os arcos podem ser confeccionados em metal ou plástico (não interfere na 
radiografia). 
*Arcos integrados ao lençol: facilita a colocação do isolamento, pois tem alta 
flexibilidade, minimizando a necessidade da colocação de grampos. (Optradam 
Ivoclar-Vivadent) 
 
PERFURADOR 
- Utilizado para confeccionar as perfurações no lençol de borracha, nas quais serão 
encaixados os dentes. 
- Mais utilizado para dique de borracha: Ainsworth -> pino com ponta afiada que 
encaixa em uma plataforma giratória com vários orifícios (gera melhor 
isolamentos em dentes com diâmetros cervicais diferentes). 
- Modelo Invory ->também possui plataforma giratória. 
- Perfurações Parciais: podem causar ruptura da borracha, ou causar esgarçamento 
-> perda de vedamento e penetração de saliva. Causas: falta de afiamento das 
bordas dos orifícios do perfurador. 
 
GRAMPOS 
- Retentores do lençol de borracha. Confeccionados de metal flexível ou de 
plástico (descartáveis). Podem ser utilizados como instrumentos retratores de 
gengiva. 
- Confeccionados em diferentes tamanhos, conforme o grupo de dentes. 
- Composto pela alça ou arco que une dois ramos horizontais (com garras ou 
mordentes que prendem no colo dental), e orifícios redondos ou entalhes para 
encaixe da pinça porta-grampo. Orifícios retangulares que guiam a espátula de 
inserção N˚1 para posicionamento do lençol sob a asa do grampo. 
- Os grampos possuem flexibilidade para ultrapassarem a bossa e se posicionarem 
na região do colo. 
- Geralmente são utilizados os grampos 200 a 205 para molares, 206 a 209 para 
pré-molares, 210 e 211 para incisivos e caninos superiores e inferiores 
respectivamente. Mas existem grampos sem asas (volume menor, outra técnica de 
colocação). 
- Grampos afastadores gengivais: casos de dentes semi-erupcionados ou lesões 
muito próximas ao limite gengival (garras voltadas para baixo). 
 
PINÇA PORTA GRAMPO 
- Utilizada para apreender e distender os grampos, permitindo seu posicionamento 
ou a remoção dos dentes. 
- Mais usados: Palmer, Brewer, Ivory. 
 
OUTROS RETENTORES 
- Alem dos grampos, existem outros meios para reter e estabilizar o lençol: 
 
AMARRIAS COM FIO DENTAL 
- Estabilizar o lençol na região cervical quando houver dificuldade de invaginação 
do lençol e para promover maior afastamento gengival. 
 
TIRAS, ANÉIS E AMARRILHOS ELÁSTICOS 
- Tiras ou anéis são confeccionados com látex natural, podem substituir grampos 
e amarilhas com fio ou serem utilizadas juntamente com estes. Utilizadas mais 
distal quando do isolamento dos dentes anteriores, e mais mesial quando dos 
dentes posteriores. 
- Anéis elásticos são utilizados em ortodontia, varias espessuras. O melhor para 
usar com o dique de borracha são os anéis utilizados para unir o arco ortodôntico 
ao braquete, pois possuem menor espessura. 
 
TIRAS DE LENÇOL DE BORRACHA 
- Em casos de dente com grande expulsividade, existe a tendência de o lençol 
escapar na interproximal do último dente isolado, para resolver, pequenos pedaços 
do lençol são recortados e posicionados na região interproximal para auxiliar na 
fixação. 
 
SELEÇÃO DO NUMERO DE DENTES A SEREM ISOLADOS 
- Isolamento absoluto de apenas 1 dente: CLASSE V ou quando há apenas 1 dente 
na hemiarcada. 
- No min 1 dente anterior e 1 dente posterior: CLASSES I e II. Ou até deve-se 
fazer o isolamento de toda a arcada para que se possa apoiar nos dentes vizinhos 
(desnecessário). 
- Canino a canino ou de 1pm a 1pm: dentes anteriores. 
- Muitas vezes o lençol é dispensável quando os contatos proximais são apertados. 
 
TÉCNICA PARA REALIZÇÃO DO ISOLAMENTO ABSOLUTO 
- Sequência: 
 
PREPARO DA BOCA 
- Avaliar a necessidade de anestesia (geralmente não necessita, exceto, em casos 
de grampos afastadores gengivais e alguns casos de amarrias). 
- Testar o grampo que melhor se adapta ao dente mais distal aqueles que serão 
isolados, possibilitando melhor acesso e visualização do campo operatório. A alça 
do grampo deve estar voltada para a distal do ultimo dente a ser isolado, afastando 
o lençol. 
 
PREPARO DO LENÇOL DE BORRACHA 
- Preparado para se ajustar adequadamente aos dentes a serem isolados. 
- Técnicas: 
*Carimbo: padronizado com elevações correspondentes ao posicionamento dos 
dentes. É pratico, mas não considera a individualização da posição dental em casos 
específicos, como mal posicionados e ausentes. 
*Gabarito: de papel ou plástico, com perfurações correspondentes aos dentes de 
forma padronizada, permitindo o registro no plástico com uma caneta de ponta 
porosa (esferográfica não permite marcação adequada). Prático mas há falta de 
individualização. 
*Marcação da posição dos dentes na boca: montar o lençol no arco e posiciona-lo 
centralizado na boca. Com a ponta dos dedos distende-se o lençol ate a arcada a 
ser isolada, permitindo a visualização do contorno dos dentes abaixo do lençol, 
marca-se então a região central da oclusal dos dentes (posteriores) ou borda incisal 
(anteriores), utilizando caneta de ponta porosa. Permite individualização. 
 
PERFURAÇÃO DO LENÇOL 
- A colocação do isolamento pode ser realizada de 4 formas diferentes: 
Colocação do conjunto grampo/lençol/arco: grampos com asa (encaixada 
na perfuração do ultimo dente a ser isolado, com alça para distal). Lubrificar as 
perfurações da região interna do lençol (lubrificante hidrossolúvel – ex: gel 
bloqueador de oxigênio, gel lubrificante ky ou a própria saliva do paciente), 
facilitando a passagem da borracha nos contatos interdentais. Posiciona-se a pinça 
nos orifícios redondos e leva-se o conjunto lençol/arco/grampo na boca. Grampo 
distendido deve ser adaptado ao colo do dente, antes de soltar o grampo, testar sua 
estabilidade. Com espátula de inserção N˚1, soltar o lençol da asa do grampo para 
adapta-lo ao colo do dente. Adaptam os dentes nos orifícios, inicia-se pelo dente 
mais anterior, com o auxilio dos dedos, do fio dental e da espátula de inserção n1. 
Colocação do lençol sobre o grampo: geralmente, quando o grampo não 
possui asa, impedindo sua adaptação previa ao lençol. Lençol deve ser bem flexível 
e devidamente lubrificado pois irá se distender bastante.Adaptar o grampo ao 
dente e posicionar o lençol montado no arco com os dedos de forma que o orifício 
seja alargado e encaixado soba alça e garras do grampo. Depois encaixam-se os 
outros dentes. 
Colocação de lençol e grampo sem asa, sem o arco: encaixar a alça do 
grampo sem asa no orifício do lençol correspondente ao dente mais distal a ser 
isolado e mantê-lo distendido com a pinça na mão direita. Com a mão esquerda, 
franzir o lençol para facilitar a visualização do encaixo do grampo no dente. Abre-
se o lençol, passando-o pelo grampo e adapta-o ao arco. 
Colocação do grampo sobre o lençol: restaurações de CLASSE V ou lesões 
cervicais não cariosas, utilizando o grampo afastador gengival 212, pois não 
apresenta asa, portanto não permite a técnica de conjunto. Lençol montado no arco, 
encaixar o orifício do lençol corresponde ao dente a ser isolado e puxa-lo para a 
cervical. Encaixe a pinça, distendendo o grampo, e posicionando suas garras na 
região cervical da face lingual do dente. Movimenta-se o grampo na direção 
gengival da face vestibular, afastando o tecido gengival ate que a lesão ou preparo 
fiquem expostos. Lesões com grande extensão: grampo 212 modificado. Aplicar 
godiva, caso seja necessário para estabilizar o grampo. 
 
IMPORTANCIA DA INVAGINAÇÃO DO LENÇOL 
- O lençol de borracha deve ser invaginado na região do sulco gengival dos dentes 
isolados, visando a eliminação da ação da pressão positiva criada pela língua e 
bochecha, que levam o extravasamento da saliva, sangue ou fluxo do fluido 
gengival sobre o lençol, obtendo-se um vedamento correto na região cervical dos 
dentes. Nas faces proximais a invaginação deve ser feita com o fio dental 
(removido pela vestibular ou lingual). Nas faces livres, utiliza-se a espátula de 
inserção N˚1, empurrando o lençol para dentro do sulco gengival, juntamente com 
jato de ar da seringa tríplice. 
 
REMOÇÃO DO ISOLAMENTO 
- Remover grampo, esticar o lençol em direção vestibular e cortar os istmos. Antes 
de remover averiguar se não há restos de lençol nos dentes. Deve-se ainda, 
massagear a gengiva na região do dente que recebeu grampo para estimular o 
retorno da circulação sanguínea nos locais onde ela foi dificultada pela pressão do 
grampo. 
 
ISOLAMENTO ABSOLUTO NA PRESENÇA DE PRÓTESES FIXAS 
- Risco de gerar fraturas ou trincas. 
 
TÉCNICAS DAS AMARRIAS 
- Marca-se a posição dos dentes na boca, perfurações com maiores orifícios nas 
áreas das PPF. Posiciona o lençol, fixando o grampo no dente mais distalizado, e 
encaixam-se as perfurações nos dentes, exceto o pôntico. Passa-se o fio dental 
montado em uma agulha de sutura com ponta romba pelo orifício na região mesial 
do retentor da PPF (de vestibular para lingual). Retornar a agulha no mesmo 
orifício, de lingual para vestibular, sob o pôntico e suturar as duas pontas do fio 
por vestibular. Repetir na região mesial pôntico. 
 
SELAMENTO DE IRREGULARIDADES NO ISOLAMENTO ABSOLUTO 
- Algumas falhas: perfurações inadequadas do lençol, que impedem a proteção 
correta da papila e a invaginação no sulco gengival. Para selar: resinas 
polimerizáveis flexíveis (barreiras gengivais). Evitar cianoacrilato (transparente, 
pode entrar no preparo cavitário e impedir a adesão). No entanto, se o lençol rasgar 
longe do preparo, pode-se colar um pedaço adicional do lençol com cianoacrilato. 
Pode-se utiliza-lo também para fixar o lençol no tecido gengival, sem encosta-lo 
no dente, quando há necessidade de exposição da cervical de diversos dentes (Ex: 
facetas laminadas). 
 
ISOLAMENTO RELATIVO 
- Afastar tecidos moles ao redor dos dentes, controlar relativamente a umidade. 
Não elimina riscos de contaminação e acidentes. 
- É indicado normalmente na impossibilidade do isolamento absoluto, quando o 
isolamento limita a avaliação estética do campo operatório ou em casos específicos 
(pacientes com obstruções nasais, ou respiradores bucais em que a tentativa de 
isolamento absoluto fracassou). Indicado também para dentes parcialmente 
irrompidos ou mal posicionados, que impedem a colocação do grampo retentor. 
Deve ser usado em paciente alérgicos a látex quando não há lençol sem látex ou 
luvas de vinil. Em exames clínicos, aplicação de flúor, restaurações provisórias. 
- Permite restaurar vários dentes simultaneamente, diferente do IA que permite 
apenas 2. 
- Atentar para região dos ductos das glândulas salivares, recobertos por materiais 
absorvidos. 
 
TECNICA PARA CONFECÇÃO DO ISOLAMENTO RELATIVO 
 
DENTES ANTERIORES SUPERIORES 
- 2 roletes de algodão no fundo de sulco, um de cada lado do freio, ou recortar no 
algodão espaço para o sulco, para que o algodão se adapte e não se mova. Pacientes 
com freios discretos pode-se usar apenas um algodão. 
 
DENTES ANTERIORES INFERIORES 
- 2 roletes de algodão no fundo de sulco de cada lado do freio vestibular inferior. 
1 rolete de algodão de cada lado do freio lingual (bloqueando a saída das glândulas 
submandibular, sublingual e glândulas salivares menores). Quando freio for 
discreto deve-se posicionar um algodão extenso. 
 
DENTES POSTERIORES SUPERIORES 
- 1 rolete de algodão no fundo do sulco da região posterior, bloqueando a saída da 
saliva do ducto da parótida e afastando a bochecha pode-se usa absorvente salivar. 
Sugador mantido no soalho ou na região retromolar. 
 
DENTES POSTERIORES INFERIORES 
- Região que merece mais atenção e cuidado (muita saliva). Rolete de algodão no 
ducto da parótida, 1 rolete no sulco vestibular inferior. 1 ou 2 roletes na região 
posterior do soalho, sob a língua (absorve-se saliva e afasta a língua). Sugadores 
posicionados. 
 
ISOLAMENTO RELATIVO COM AFASTAMENTO GENGIVAL 
- Soluções adstringentes: cloreto de alumínio, sulfato de alumínio, cloreto de zinco 
ou sulfato férrico – agem localmente, rara resposta sistêmica. Promovem 
homeostasia adequada dos tecidos gengivais.

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