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PC3 Web 1 A data da sessão de julgamento da apelação interposta por Manoel Carlos foi devidamente publicada no Diário Oficial. Diante do alto número de recursos pautados para serem julgados, o julgamento da apelação de Manoel foi transferida para sessão do dia seguinte. Após o julgamento desfavorável do respectivo recurso, o advogado de Manoel requereu a nulidade do julgamento vez que não foi intimado e que o recurso não poderia ter sido julgado no dia posterior à data previamente designada. Assiste razão ao patrono de Manoel? Não assiste razão ao pleiteado pelo advogado de Manoel pois o Código de processo civil 2015 em seu art. 935 diz que em julgamentos expressamente adiado para primeira sessão seguinte a primeira data, é dispensado o prazo previsto em lei. Web 2 João ingressou com uma ação de reintegração de posse em face de Valdomiro visando obter a retomada de seu imóvel como também a indenização por perdas e danos. A pretensão foi acolhida em parte pelo juízo tão somente para determinar a reintegração do autor na posse do imóvel. O autor interpõe recurso de apelação para o respectivo Tribunal de Justiça visando obter a indenização por perdas e danos, o que foi negado pela Câmara que apreciou o recurso. O recorrente, diante da omissão do colegiado acerca de pontos relevantes abordados no recurso, apresenta pedido de reconsideração no prazo de 15 dias, que foi rejeitado imediatamente pelo relator. Diante do caso indaga-se: a) O pedido de reconsideração possui natureza recursal? Não. Apesar de ter os mesmos objetivos de um recurso, o pedido de reconsideração não previsto em lei como um recuso e sua natureza jurídica é de sucedâneo recursal. b) Poderia o relator aplicar o princípio da fungibilidade recursal nesse caso? Não, tendo em vista que este princípio só poderá ser aplicado em caso de dúvida sobre qual recurso deverá ser interposto. No caso em tela se o pedido de reconsideração tivesse sido formulado no prazo previsto, poderia ser acolhido na forma de embargos de declaração. Web 3 Marcos Antônio ingressou com uma ação declaratória em face do plano de saúde Vida Saudável, responsável por atender importante parcela da população brasileira, visando obter reconhecimento da abusividade de determinada cláusula que impede o tratamento de pacientes com doenças infectocontagiosas. Diante da repercussão social do julgado, a associação de portadores de HIV solicitou seu ingresso como amicus curiae, o que foi prontamente autorizado pelo juiz da causa. Diante do caso indaga-se: a) Poderá a associação atuar como se parte fosse? Não, tendo em vista que o Amicus Curiae não tem natureza jurídica de parte processual e não pode assumir como parte. Ele é o terceiro admitido no processo visando fornecer subsídios instrutórios (jurídicos ou probáticos) à resolução do caso em trela. b) Qual a diferença entre amicus curiae e a assistência simples? Amicus curiae é alguém que, mesmo não sendo parte, em razão de seus conhecimentos específicos e técnico além de sua representatividade, é chamado ou se oferece para intervir em processo relevante com o objetivo de apresentar ao Tribunal a sua opinião sobre o debate que está sendo travado nos autos, já a assistência simples vem a ser quando um terceiro juridicamente interessado apresenta interesse jurídico na demanda mas não poderia ter figurado como réu. A principal diferença entre ambos é no aspecto formal. Enquanto o assistente precisa demonstrar interesse jurídico, o amicus curiae precisa demonstrar representatividade adequada nas causas de forte repercussão social. Web 4 Carlos ingressou com uma ação indenizatória em face da Construtora JSP com o objetivo de obter indenização pela demora na entrega de seu imóvel. Após a citação, constatou-se que a construtora encerrou suas atividades irregularmente, o que motivou o autor a requerer a desconsideração da personalidade jurídica, que foi indeferido de plano pelo juiz. Terminada a instrução, o juiz condenou a construtora a indenizar ao autor no valor de R$10.000,00, devidamente atualizado e com juros legais. Irresignado com a sentença o autor interpôs recurso de apelação visando reformar a decisão interlocutória que indeferiu a desconsideração da personalidade como também aumentar o valor fixado a título de indenização. Diante do caso indaga-se: a) A apelação de Carlos foi formulada adequadamente? Não, para rever a questão da desconsideração da personalidade jurídica, com base no que está previsto no NCPC Carlos deveria ter interposto um gravo de instrumento em vez de uma apelação. b) O juiz sentenciante poderá inadmitir o recurso de Carlos? Não, com base no NCPC o juízo de inadmissibilidade deverá ser feito pelo juízo ad quem ou seja o tribunal. Web 5 Rafael e José impetraram Mandado de Segurança em face do Município visando obter a reintegração na Guarda Municipal, considerando que foram exonerados arbitrariamente por abuso de poder da municipalidade. O juiz excluiu José sob o fundamento de que, na hipótese, não cabe litisconsórcio. José interpôs agravo de instrumento que, após a devida distribuição, foi inadmitido sob o fundamento de que contra a referida decisão o recurso cabível é a apelação. Agiu adequadamente o Relator? Não. O relator não agiu adequadamente visto que previsão de um julgamento eletrônico foi revogada do NCPC, assim esse tipo de julgamento não encontra previsão legal. Web 6 Marcia ingressou com uma ação de revisão de cláusulas contratuais em face da Editora Encanto no I Juizado Especial da Comarca de Salvador. Após a realização da audiência de instrução e julgamento o juiz proferiu sentença julgando procedente o pedido da autora. A ré opôs embargos de declaração, sob o argumento de que houve erro material e omissão no julgado, no prazo legal, sendo este rejeitado pelo julgador. Após a publicação da decisão que julgou os embargos a empresa embargante interpôs recurso inominado no prazo de 10 dias. O recurso foi inadmitido pelo juiz por intempestividade, considerando a regra disposta no art. 50 da Lei nº 9.099/95. Agiu adequadamente o juiz? Não. O Art. 1065 do NCPC veio alterar o que estava disposto no Art. 50 da Lei 9.099/95, podendo o embargo de declaração interromper o prazo, porém não pode o suspender. Web 7 Determinado Tribunal Regional Federal confirmou a sentença proferida por juízo federal no sentido de negar a equiparação de soldos entre militares das forças armadas. Inconformado, o recorrente interpôs recurso extraordinário, que foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal. O Ministro Relator entendeu que a violação ao texto constitucional era reflexa, por necessitar de revisão de lei federal, e inadmitiu o recurso extraordinário. Agiu adequadamente o relator? Não. Por se tratar de uma hipótese de violação reflexa, o relator deveria converter o Recurso Extraordinário em Recurso Especial e remeter os autos ao STJ. Web 8 Diante da multiplicidade de recursos especiais com fundamento em idêntica questão de direito em face da União, o Presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) selecionou dois recursos representativos da controvérsia e encaminhou para o Superior Tribunal de Justiça para o julgamento repetitivo. O relator no STJ determinou a suspensão de todos os processos afetados pendentes em tramitação no território nacional. Diante dessa circunstância indaga-se a) em relação aos processos suspensos em todo território nacional, é possível a desistência da ação? Em que fase processual? Sim. Até a pronúncia da sentença é possível haver uma desistência da ação. b) caso a parte identifique que a controvérsia estabelecidano julgamento repetitivo diverge da controvérsia existente em seu processo, como deverá proceder? A parte deverá fazer um requerimento e nele demonstrar os fatos distintos dos outros processos e solicitar pelo prosseguimento do feito. Web 9 Antônio Silva, funcionário público, ajuizou ação em face do município de Jacarezinho, alegando que o Plano de Cargos e Salários de sua categoria profissional, estabelece como critério de progressão, níveis de escolaridade diferenciados e isso violaria o princípio da isonomia e o artigo 39, §1° da CRFB, eis que para o exercício do cargo exige-se apenas nível médio. Diante dos fatos, requereu seu reenquadramento na forma da Lei Municipal n. 388/2011, realizando de forma imediata a majoração de seu salário-base. O magistrado em sentença julgou procedente o pedido de Antônio. Inconformado, o ente público recorreu alegando, dentre outros motivos, que os requisitos estabelecidos na lei municipal são constitucionalmente válidos. O órgão colegiado, por unanimidade, acordou em suscitar o incidente processual cabível. Indaga-se: Qual incidente processual enquadra-se na hipótese? Explique e fundamente a sua resposta. O incidente processual que se enquadrada é o Incidente de arguição de inconstitucionalidade. No controle difuso poderá o órgão judiciário analisar a questão como fundamentação do pedido, não declarando a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma norma. Web 10 Em sessão plenária o Supremo Tribunal Federal alterou o entendimento pacificado através do precedente judicial extraído da ADPF 186, no sentido de admitir a constitucionalidade das cotas raciais nas universidades públicas, determinando que a partir da data da referida sessão o único critério a ser utilizado para ingresso nas universidades deve ter como base a meritocracia. Considerando a sistemática de aplicação dos precedentes judiciais podemos afirmar que o Supremo Tribunal Federal agiu adequadamente? O sistema de procedentes adotado com o NCPC determina que é necessária uma modulação temporal nos casos que exista uma necessidade de manutenção da segurança jurídica e atenção aos interesses sociais. No caso em tela, o tema que está sendo debatido no precedente alterado tem uma ampla repercussão social, assim é necessária uma modulação temporal. Web 11 Arlete celebrou com José um contrato de promessa de compra e venda de um imóvel cujo pagamento do valor do bem foi parcelado em 50 parcelas de R$10.000.00. José, diante da necessidade financeira, realizou contrato de mútuo com o Banco XZV onde ofereceu o referido imóvel em garantia, sem comunicar previamente a Arlete. Diante do descumprimento do contrato de mútuo por José, o Banco instaurou processo judicial visando a execução da garantia. Considerando que José está em local incerto e Arlete não mais vem recebendo os boletos para pagamento das parcelas, a compradora propôs ação de consignação em pagamento, nos termos do art. 547 do CPC, em face de José e do Banco XZV, pois teve dúvida acerca da titularidade do crédito. O juiz extinguiu o feito, sem resolução do mérito, por entender que inexiste, nesse caso, interesse de agir vez que não há dúvida acerca de quem é o titular do crédito. O juiz agiu corretamente? Não. Em ações onde exista alguma dúvida acerca de quem é a parte legitima para receber o pagamento deve ser interposta justamente uma Ação de Consignação. Web 12 Lindalva, após preencher todos os requisitos legais pertinentes, peticionou ao 10° cartório de Notas da cidade do Rio de Janeiro pleiteando o reconhecimento extrajudicial de usucapião do imóvel localizado no município de Juiz de Fora, Minas Gerais. Sobre o tema, indaga-se: É possível ser acolhido o pleito de Lindalva pelo Tabelião? Fundamente a sua resposta Não, com base no Art. 1.071 do NCPC o pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião em cartório deverá ocorrer diretamente no cartório de registro de imóveis da comarca onde está citado o imóvel em discussão. Web 13 Fernando José propôs ação de Reintegração de Posse em face de Pedro Feijó sob o fundamento de que o réu praticou esbulho possessório. A demanda tramitou regularmente e, ao final, o juiz julgou procedente o pedido possessório para determinar a retomada da posse do imóvel em favor de Fernando. Após o trânsito em julgado e a consequente expedição do competente mandado de Reintegração, Diego de Sá e sua esposa Marieta opuseram embargos de terceiros, nos termos do art. 674 do CPC, para defesa de sua propriedade alegando, para tanto, que têm a posse mansa e pacífica do imóvel há mais de 12 anos. Por outro lado, argumentaram, também, que adquiriram a posse do imóvel antes mesmo do bem se tornar litigioso. Agiu corretamente o advogado de Diego e Marieta ao opor embargos de terceiros para a defesa da posse de seus clientes? Sim. Os embargos de terceiros são uma opção para defesa da posse, no caso em tela os solicitantes adquiriam a posse do antes mesmo da coisa ter se tornado litigiosa. Entretanto, após o transito julgado não há o que se falar sobre produção de feitos em relação a terceiros. Web 14 Maria de Souza propôs ação de inventário judicial para partilha de bens de seu falecido marido Carlos Otávio. Além da inventariante foram incluídos, também, nas primeiras declarações Othon Souza e Maurício Souza, herdeiros do de cujus. Considerando que Carlos era sócio da Empresa de Transportes Via Jato, a inventariante propôs Apuração de Haveres para viabilizar, através da respectiva perícia, o valor do saldo devido ao de cujus pela sociedade empresária. O juiz instaurou o incidente em apartado e, após a perícia contábil, homologou o valor do saldo credor fixado na apuração de haveres em favor do Espólio de Carlos Otávio. A Empresa Via Jato interpôs recurso de apelação sob o argumento de que a apuração de haveres, por se tratar de matéria de alta indagação, deveria ter sido processada pelo juízo cível razão pela qual o juízo orfanológico é absolutamente incompetente, nos termos do art. 612 do CPC. O Tribunal de Justiça confirmou a decisão proferida pelo juízo orfanológico. Os argumentos da Empresa procedem? Não. Existe um entendimento aceito de forma majoritária pelo STJ que versa que a necessidade de realização da perícia contábil não constitui um fundamento para o deslocamento da competência para o juízo cível. Web 15 Deise Lucia e Álvaro ingressaram com uma ação de separação judicial consensual perante o Juízo de Família da Comarca de Recife. O juiz indeferiu a petição inicial sob o argumento de que a separação judicial consensual foi extinta após a Emenda Constitucional nº66/2010. O juiz agiu adequadamente? Não, o juiz agiu de forma incorreta. A referida emenda constitucional em seu texto suprime o requisito de separação previa judicial por mais de um ano ou comprovada de fato por mais de dois, seu texto nada refere em relação a extinção do procedimento de separação judicial consensual quando existir a intenção de romper de forma imediata o vínculo conjugal. O NCPC reforçou esse entendimento em seu art. 731 versa que a homologação do divórcio ou da separação observados os requisitos legais, pode ser requerida em petição assinada por ambos como no caso concreto em tela. Web 16 a) Maria alugou de Mauro imóvel residencial urbano. Ocorre que a locatária está desempregada há 5 meses, razão pela qual encontra-se inadimplente com sua obrigação contratual. Mauro, inconformado com o atraso de Maria, aproveitou que esta não se encontrava no referido imóvel, adentrou no mesmo, retirou todos os pertences pessoais de Maria e trocou a fechadura. Diante dos fatos narrados, indaga-se: a) Qual ação possessória é cabível a defesa dos interessesde Maria? A melhor ação para defender os interesses de maria seria uma Ação de Reintegração de Posse, uma vez que se trata de um esbulho possessório. Pode-se ainda incluir o pedido de perdas e danos na mesma ação. b) Qual remédio processual caberia a Mauro para reaver o seu imóvel e receber os encargos da locação em atraso? Fundamente a sua resposta. Para Mauro reaver seu imóvel o mais indicado seria entrar com uma ação de despejo. Como Maria não está arcando com sua parte no que foi acordado entre as partes, deverá Mauro entrar com uma ação e despejo e reaver seu imóvel.
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