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RESUMO PROVA – PROCESSO CIVIL III – 2ª ESTÁGIO 1) TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL a) Sentença penal condenatória transitada em julgado (inc. VI do Art. 515) Já restou fixada a culpa do condenado. Torna certa a obrigação de indenizar. Não é aplicável a fase de conhecimento e não é possível a execução provisória. Apenas contra a pessoa física do condenado. É possível que a vítima aguarde o término da ação criminal ao invés de ajuizar a ação civil (Art. 200, CC). Não é obrigatório suspender a civil. Há sentença durante a ação de indenização: - Ação civil é extinta por perda superveniente do objeto ou de interesse de agir, com sucumbência em desfavor do réu. - Pode dar continuidade para fixar o quantum debeatur. Não faz coisa julgada no civil (não repercute) a sentença penal absolutória: DICA – IFI - Insuficiência de provas; (pode produzir provas que o MP não fez) - Em razão de que o fato não constitui crime; (Pode ser ilícito civil) - Inexistência de culpa criminal. (Pode ser para reparação civil) Poderá postular reparação no civil. Faz coisa julgada no civil (repercute) a sentença penal absolutória: DICA – INI - Inexistência do fato; - Negativa de autoria; - Excludente de ilicitude. Não poderá postular reparação no civil. b) Sentença arbitral (inc. VII do Art. 515) Não produzido por um magistrado e necessita de processo de execução. Trata-se de conferir eficácia executiva sem que haja necessidade de homologação pelo Judiciário. Há um processo autônomo com citação. c) Sentença ou Decisão interlocutória estrangeira (incs. VIII e IX do Art. 515) É necessário a homologação pelo STJ para ser executada no Brasil, reclamando o processo de execução, face a inexistência da citação civil. Logo, a natureza dessa homologação é constitutiva. A execução será procedida perante juiz federal de primeiro grau de jurisdição (CF, art. 109, X). É autônoma com citação do executado. 2) TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL São aqueles atos produzidos fora de um processo, em que a lei confere eficácia executiva e formalizados por ato de vontade das partes. São documentos que não foram produzidos por um juízo, mas que a lei deu eficácia executiva. Devedor é citador para pagar em até 3 dias sob pena de haver penhora; caso não pague, é acrescido 10% sobre o valor em honorários (caso pague, é reduzido 5%). CARTULARIDADE é preciso exibir o título ou a cártula para que possa ser tido como credor. Executado pode se defender por embargos. a) Títulos de Créditos (Art. 784, inc. I) LITERALIDADE: Somente pode se considerar aquilo que expressamente estiver contido. CAUSAL → A emissão está condicionada a um negócio jurídico subjacente. Vinculado a origem. 1) Letra de Câmbio → É um instrumento de declaração unilateral de vontade, no qual é uma ordem de pagamento do sacador para que o sacado, pague a terceiro (tomador) determinada quantia certa, em um local e em uma data, ou prazo, especificados ou não. É necessário o aceite do sacado na letra de câmbio. 2) Duplicata → É um título de crédito genuinamente brasileiro, que documenta uma compra e venda ou prestação de serviço. Apenas se aceito pelo devedor (impede o protesto); caso contrário, deve haver o protesto e comprovante da entrega ou da prestação dos serviços. NÃO CAUSAL → Detém autonomia e liberta-se do negócio anterior. Não vinculado a origem. 1) Nota Promissória → Submete aos requisitos da Letra de Câmbio. O emitente denomina o beneficiário como uma promessa de pagamento. Emitente promete pagar certa quantia a favor de outrem ou a sua ordem. 2) Cheque → É uma ordem de pagamento à vista. Após a recursa e a devolução é que será possível. Tem força executiva por até 6 meses. b) Escritura ou documento público assinado pelo devedor. (Art. 784, inc. II) Basta a intervenção do Tabelião, sendo dispensada até a assinatura de testemunhas e do devedor. Escritura pública é negócio jurídico estabelecido perante tabelião. Nesse caso não se exige (a despeito da lei) a assinatura do devedor. Documento público é negócio jurídico estabelecido perante oficial público. Contem a declaração de vontade do devedor comprometendo-se. - Nota de Empenho → Reconhece despesa de órgão público. c) Documento particular assinado pelo devedor e por 2 testemunhas. (Art. 784, inc. III) O documento há que reconhecer uma obrigação de pagar, entregar ou de fazer ou não fazer. Se o documento tem previsão em lei como título executivo não será necessária a assinatura das testemunhas. Sua necessidade advém da não executoriedade do documento, portanto, as testemunhas têm essa função: atribuir eficácia de título aos documentos que a lei não previu como tal. As testemunhas devem ser presenciais no ato da assinatura do instrumento. Além de ser obrigatório a assinatura de 2 testemunhas. d) Instrumento de transação referendado pelo MP, defensoria, advocacia, conciliador ou mediador... (Art. 784, inc. IV) O instrumento de transação é extrajudicial. Este instrumento não necessita de duas testemunhas. Não exige assinatura de quem chancela o acordo, mas apenas o ato jurídico homologatório. Se for advogado único para as duas partes, uma só assinatura é plausível. e) Contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e por caução. (Art. 784, inc. V) Hipoteca > Garantia com imóvel Penhor > Garantira com móvel Anticrese > Garantia com bens da empresa Qualquer contrato assegurado por direito real de garantia, os direitos reais (recai sobre um determinado bem) de garantia são acessórios a obrigação principal. O que se executa não é propriamente a garantia, mas o crédito que ela protege (o contrato). A garantia é apenas o instrumento de facilitação da exigência do direito do credor. A caução (assegurar ao credor o pagamento) pode ser real ou fidejussória. Contrato garantido por fiador ou por avalista não é título executivo. f) Contrato de seguro de vida em caso de morte. (Art. 784, inc. VI) É uma indenização ao beneficiário instruído. Contrato de Seguro de Vida e Evento Morte cumulativamente. É necessário apresentar a quitação das parcelas. Deve acompanhar: Apólice + Certidão de Óbito. Apólice > Documento proveniente de contrato entre a seguradora e o segurado. Não havendo contrato, é possível apenas com a apólice do seguro. (STJ) g) Crédito decorrente de Foro ou Laudêmio. (Art. 784, inc. VII) Foro → É a renda anual que o enfiteuta paga ao proprietário do imóvel. Em outras palavras, é uma taxa a pagar pela utilização do imóvel. Laudêmio → É o valor devido pelo alienante ao senhorio direto para se aperfeiçoar a venda a transferência (para terceiros) do domínio útil por venda ou dação em pagamento. Por fim, deve haver a prova de alienação do bem. Quantia a ser paga ao proprietário quando houver a transferência do domínio. Enfiteuse → Direito real que o proprietário faculta o uso do domínio útil de um bem imóvel mediante garantia a outrem. h) Crédito de aluguel e encargos acessórios. (Art. 784, inc. VIII) Cita-se o Contrato de Locação. Deve haver a assinatura do locador e do locatário. O contrato escrito de locação é título executivo. Apesar de dispensar a assinatura de duas testemunhas, o único contrato que torna título executivo é o escrito, do valor principal e dos acessórios (água, luz, IPTU), desde que previstas na avença. O fiador poderá ser executado caso haja garantia por fiador. Quanto aos encargos acessórios, depende do prévio pagamento pelo locador; caso contrário, não poderá executar, por faltar legitimidade ativa. Alémque devem estar previstos no contrato. i) Certidão da Dívida Ativa da Fazenda Pública (CDA). (Art. 784, inc. IX) Dívida ativa é qualquer valor atribuído pela lei à União, ao Distrito Federal, aos Estados, aos Municípios, às autarquias e às fundações públicas. Poder Público tem o direito de fazer a inscrição da dívida por falta de pagamento de tributo. É uma execução fiscal. Não necessitando da participação do devedor. j) Créditos de contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício. (Art. 784, inc. X) Faz-se mister a previsão em convenção condominial ou assembleia geral, devendo ser comprovado documentalmente. Permite que o condomínio proceda a execução contra o condômino. k) A certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a emolumentos e demais despesas. (Art. 784, inc. XI) É suficiente o ato do Tabelião que goza de presunção de veracidade ou fé pública. 3) PENHORABILIDADE E IMPENHORABILIDADE É a sujeição do patrimônio de determinada pessoa ao cumprimento de uma obrigação, podendo, de forma excepcional, alcançar outros sujeitos, tais como o fiador, desconsideração da pessoa jurídica etc. A Obrigação e a Responsabilidade surgem de forma simultânea, sendo que esta só fluirá na hipótese de inadimplemento. Logo, se houver o cumprimento obrigacional não haverá a apuração de responsabilidade. a) Bens Sujeitos a Execução (Art. 789 do CPC) A penhora tem como principal individualizar bens que, conforme dispõe a Art. 789 do CPC, são todos aqueles que tem valor econômico, presentes e futuros podem ser alcançados. Bem corpóreos ou incorpóreos que tenham valor. O executado perde o patrimônio no limite da dívida. Sendo que algumas situações seria deixar o devedor sem nada e por valores da dignidade da pessoa humana, ao último estágio do desenvolvimento, que assegure o mínimo para proteção própria e familiar. b) Bens Impenhoráveis (Art. 832 do CPC) Recai sobre alguns bens do executado ou terceiros repousa no princípio da dignidade humana no âmbito patrimonial. É uma responsabilidade patrimonial garantindo o mínimo para a dignidade da pessoa humana. Não constitui direito indisponível, podendo a parte abrir mão de um bem impenhorável, permitindo sua constrição judicial, ou mesmo estabelecer regra. c) Absolutamente Impenhoráveis (Art. 833 do CPC) INCISO I → Não decorrer somente da vontade da lei, mas também da vontade das partes. Bens alienados ou doados com cláusula de impenhorabilidade não respondem por dívidas. INCISO II → Exceção: a) os de elevado valor ou b) que ultrapassem as necessidades de um médio padrão de vida. Ambas necessitam da concreção do magistrado para que se possa dar correta vigência ao dispositivo. INCISO III → Apenas aquele padrão médio de vida. INCISO IV → Até 50 salários mínimos é impenhorável. O Excedente poderá penhorar. Caso não haja outro meio possível, o STJ entende que é possível penhorar mesmo inferior a 50 salários mínimos, mas somente até 30% do total. INCISO V → Objetiva proteger o rendimento do trabalhador por meio do seu salário ou a nomenclatura pertinente. Objetos necessários ao exercício da profissão. Exceto: Objetos de financiamento e vinculados a garantia de negócio jurídico ou em dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária. INCISO VI → É o valor do seguro que é impenhorável. INCISO VII → É necessário provar a relação da aquisição do material com a utilização na obra para usufruir da garantia da impenhorabilidade. Contudo, se a obra for penhorada, os bens também o serão pela regra da acessoriedade. INCISO VIII → Compete ao executado provar que a pequena propriedade rural é usada para uso familiar (STJ). d) Relativamente Impenhoráveis (Art. 834 do CPC) e) Bens de Família (Lei 8.009/90) A própria norma estabelece que o único bem da entidade familiar não se sujeita à expropriação. Independe da área ou do valor do bem, é protegido a dignidade da pessoa humana. Quem estabelece qual é o bem de família não é a lei, mas a própria família. Súmula 364 – STJ: Abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. A Impenhorabilidade do bem de família pode ser alegada e comprovada a qualquer tempo, até a arrematação do bem, não gerando a preclusão, isto é, a perda do direito de se manifestar. (STJ) São impenhoráveis os bens de família, como imóvel residencial, os bens móveis e utensílios. Trata-se de lei que, somada ao art. 833 do CPC, protege o direito a moradia (art. 6, CF), a dignidade humana do executado (no plano patrimonial), o mínimo existencial e atende aos preceitos da menor onerosidade do devedor (art. 805, CPC). Assim, em regra, a impenhorabilidade atinge o único bem da entidade familiar, destinado à moradia. É penhorável bens de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida, conforme dados estatísticos do IBGE. Súmula 486 – STJ: É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família. - A renda obtida com a locação como única fonte de subsistência ou à moradia da família não pode ser penhorada. É uma matéria de ordem pública que pode ser suscitada a qualquer tempo ou grau de jurisdição, sendo necessário apenas uma simples petição nos autos ou impugnação ao cumprimento de sentença e/ou embargos à execução do caso. - Pode ser reconhecida de ofício pelo juiz a qualquer tempo. HIPÓTESES DE PENHORA DA CASA FAMILIAR 1) Casa financiada, enquanto não for quitado; 2) Dívida alimentar 3) Fruto de atividade ilícita 4) Não pagamento de tributos que incidem sobre a casa; 5) Dívida trabalhista, quando realizada dentro da própria casa; 6) Fiador em Contrato de Locação a. Locador poderá penhorar bens do fiador b. Súmula 594 do STJ i. É válida a penhora de bem familiar pertencente ao fiador. f) É possível penhorar salário? Regra Geral → É impenhorável. Exceto: - Pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem: > Autoriza prisão pelo inadimplemento de obrigação alimentar. - O excedente 50 (cinquenta) salários- mínimos mensais. > Em última hipótese, em sendo menor a 50, pode até 30% do salário (STJ). 4) RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL A responsabilidade é do devedor, entretanto, quando este não tiver bens ou são insuficientes, poderá recair sobre bens de terceiros. CONCEITO → É a sujeição do patrimônio do responsável (executado ou terceiro) para com o processo, independentemente desses bens estarem ou não em poder do devedor. ARTIGO 789 do CPC → O devedor ou o responsável responde pelo cumprimento de suas obrigações com todos os seus bens presentes no momento da distribuição da execução. Responde também com os futuros, adquiridos na constância do processo, e com os passados, desde que a alienação esteja tipificada como fraude contra credores. ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADE (Art. 790, CPC): - Responsabilidade Patrimonial Primária → Os bens do devedor estão sujeitos a responsabilidade. - Responsabilidade Patrimonial Secundária → Não é obrigado material (pois não contraiu a dívida), mas é responsável executivo com seu patrimônio. Bens de terceiros. a) Bens do Sucessor a Título Singular (Art. 790, I) Em qualquer execução que determinado bem seja garantia (havendo direito real ou não), a responsabilidade está garantida no sentido de o bem responder pela obrigação firmada. A insolvência somente ocorre na execução.No cumprimento de sentença, após a detectar a insolvência, a ineficácia das alienações irá retroagir até a citação da fase de cognição (fase de conhecimento). - Direito de Sequela → Direito de perseguir o bem onde quer que se encontre, tem eficácia erga omnes. AÇÃO REIPERSECUTÓRIA → Quando reivindica a posse ou propriedade sobre uma coisa, geralmente em ações de execução de dívidas ou de posse e propriedade. - Repercute sobre a propriedade ou a posse de um bem. - Para fins de registro imobiliário, somente será evidenciado quando o negócio jurídico anulável tiver por objeto bem imóvel. ALIENAÇÃO DE COISA LITIGIOSA → Se o devedor aliena coisa durante a tramitação do processo a um terceiro (adquirente ou cessionário), este também é alcançado pelos efeitos da decisão judicial que analisar tal negócio jurídico em virtude da fraude a execução, desde que tenha sido procedida a averbação no Tabelionato de registro de Imóveis. - É ineficaz perante o credor. TUTELAS CAUTELARES ou PROVISÓRIAS: ARRESTO → Exige o periculum in mora e o fumus boni juris para preservar os bens do devedor como garantia de uma futura penhora e expropriação de bens. Assim sendo, busca protegê-los ou para ulterior expropriação e conversão em pecúnia. Quando aquele ameaça dilapidar o patrimônio para se tornar insolvente, quando houver obrigação de pagar ou converter se possa converter em dinheiro. Pode-se recair sobre bens INDETERMINADOS, tais como móveis ou imóveis, corpóreos ou incorpóreos, mas que sejam alienáveis e que detenham valor econômico de forma a permitir que possa recair a penhora em momento futuro, já que pode ser convertido em penhora. - Visa garantir o pagamento por meio da apreensão dos bens do devedor. ARROLAMENTO DE BENS → Visa evitar o extravio ou dissipação de bens e como tal busca enumerar ou colecionar ou inventariar os bens e possível entrega a um depositário para fins de conservação. - É a contagem, a identificação de bens do devedor. SEQUESTRO → Execução de entrega de coisa certa (móvel ou imóvel), para vindoura entrega ao autor, logo, direcionada a bens determinados e específicos com o objetivo de torná-los indisponíveis, posto que discutidos em processo judicial. Se não for adotada tal providência constritiva corre o risco do mencionado bem específico ser extraviado, sumir ou ser danificado com prejuízo a uma futura execução. - É a arrecadação de um bem específico, que fica indisponível até a decisão final, com o objetivo de evitar a deterioração ou a perda do bem. - REQUISITOS: = Periculum in mora → existência à integridade do bem. = Fomus boni juris → Indícios que o autor tem direito a determinado bem. CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DA FRAUDE RECONHECIDA EM JUÍZO → Se Ineficácia da Alienação. Se o devedor pagar o débito com o credor, a alienação (venda, doação etc...) perdurará como íntegra, ainda que tenha sido reconhecida a fraude. b) Bens do Sócio (Art. 790, II) Há situações em que os bens do sócio respondem pela obrigação contraída pela empresa ou por um dos sócios em detrimento da pessoa jurídica. Nesses casos, a responsabilidade do sócio não é secundária, mas primária. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA → Em regras, nas empresas de LTDA e S.A. se o patrimônio (bens) da pessoa jurídica é suficiente, os bens dos sócios ficam a salvo do alcance da responsabilidade executiva. - Há Abuso de Autoridade Jurídica com desvio de finalidade ou Confusão Patrimonial. - INVERSA → Evitar que bens fiquem na pessoa física, mas na jurídica (Art. 133 do CPC). Porém para retirar o véu protetivo pode-se aplicar a regra do art. 50 do CC ou do art. 28 do CDC se existir relação consumerista, mas exige-se o procedimento próprio disciplinado no art. 133 a 137 do CPC. c) Bens do Devedor ainda que com Terceiros (Art. 790, III) É uma responsabilidade primária do próprio devedor. Caso o bem a ser penhorado e futuramente alienado esteja na posse de locatário, deverá o futuro adquirente respeitar o contrato estabelecido como se locador fosse. d) Bens do Cônjuge ou Companheiro (Art. 790, IV) Impera a presunção legal de que o débito, ainda que contraído apenas por um cônjuge, foi revertido em favor do casal, qualquer que seja o regime de casamento. - Regime Comunhão Universal de Bens → Todos os bens são comuns, inclusive os anteriores ao casamento. Ambos serão responsáveis. - Regime Comunhão Parcial → Bens durante o casamento são comuns ao casal, ambos são responsáveis. - Separação de Bens → Cada cônjuge é responsável, não há responsabilidade solidária. e) Bens Alienados ou Gravados (Art. 790, V) O terceiro perderá o bem adquirido para que este retorne ao patrimônio do devedor para ser revertido para a quitação do débito. - Reconhecida a fraude, será anulada a alienação ou a oneração e o bem se sujeitará. FRAUDE CONTRA CREDORES → É a alienação de bens, com o objetivo de tornar-se insolvente e frustrar o pagamento, ANTES da existência de ação, e tal desfazimento implica o ajuizamento de ação própria, a AÇÃO PAULIANA ou REVOCATÓRIA. - Executado, de forma dolosa, aliena a integridade de seu patrimônio para frustrar o pagamento da obrigação. AÇÃO PAULIANA ou REVOCATÓRIA → Visa invalidar o ato de alienação ou oneração do bem. Apenas poderá ser proposta (produzir efetivamente os efeitos pretendidos com a ação) em face de terceiros se demonstrada a má-fé. A sentença não terá caráter constitutivo, porquanto não irá desfazer o negócio jurídico. - Reconhece a anulabilidade do negócio jurídico. - Não pode ser substituída por embargos de terceiros (Súmula 195 do STJ). AÇÃO PAULIANA ou REVOCATÓRIA → Requisitos: - Eventus damni (elemento objetivo) → O devedor deve praticar atos para se reduzir à insolvência. Dessa forma, deve praticar atos de tal modo que seu passivo se torne maior que seu ativo. ➔ Exige a prática de um ato que reduza o patrimônio do devedor, deixando-o insolvente. - Consilium fraudis (elemento subjetivo) → Não exige que o terceiro adquirente esteja em conluio fraudulento com o alienante para prejudicar credores. Basta a ciência da sua situação de insolvência. ➔ É o propósito de fraudar os créditos, com vontade do devedor e ciência do terceiro. FRAUDE CONTRA A EXECUÇÃO → É a alienação de bens, com o objetivo de tornar-se insolvente e frustrar o pagamento, APÓS o início da ação, e a anulação do ato pode ocorrer no curso da mesma lide. Pode ocorrer com a venda de qualquer bem do patrimônio, e não apenas de determinado bem específico, desde que resulte a insolvência. - Qualquer bem do patrimônio do devedor. A fraude a execução é um ato atentatório à dignidade e a administração do Judiciário, podendo o executado ser cominado em multa de até 20% (vinte por cento) do valor do débito. ÔNUS DA PROVA → Em caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição. Caso de imóvel sujeito a registro e não foi feita a devida averbação, será ônus do exequente demonstrar a má-fé do terceiro. SÚMULA 375 DO STJ - A má-fé do terceiro não será presumida, salvo se houver a averbação (inscrição) da penhora, pois tem eficácia erga omnes. = Averbação torna pública a execução. = A alienação ocorreu depois da averbação. = Mesmo sem haver a citação. - Caso não tenha averbação, dependerá de provas da má-fé do terceiro. f) Bens cuja alienação tenha sido reconhecida (Art. 790, VI) Não permite o desfazimento do negócio de maneira incidental como é possibilitado na fraude a execuçãoe nem por Embargos de Terceiro, mas em ação autônoma. - Pressupõe Ação Pauliana → Ação declaratória de ineficácia da alienação. g) Bens do responsável em caso de desconsideração da personalidade jurídica (Art. 790, VII) Existe o procedimento específico disciplinado nos art. 133 e seguintes do CPC, sendo que só haverá fraude a partir (isto é, após) da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar. - Há Abuso de Autoridade Jurídica com desvio de finalidade ou Confusão Patrimonial. - Deve ser provado pelo credor.
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