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Praça Expedicionário Assunção, 168 – Bairro Centro Nova Lima – MG – CEP: 34.000-000 Telefone: (31) 3541-2666 EELLEETTRRÔÔNNIICCAA AANNAALLÓÓGGIICCAA SENAI – “Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial” Centro de Formação Profissional “AFONSO GRECO” Presidente da FIEMG Olavo Machado Gestor do SENAI Petrônio Machado Zica Diretor Regional do SENAI e Superintendente de Conhecimento e Tecnologia Lúcio Sampaio Gerente de Educação e Tecnologia Edmar Fernando de Alcântara Sumário PRESIDENTE DA FIEMG .................................................................................................................... 2 APRESENTAÇÃO .............................................................................................................................. 6 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 7 FÍSICA DOS SEMICONDUTORES .................................................................................................... 8 ESTRUTURA ATÔMICA ........................................................................................................................ 8 CRISTAIS .......................................................................................................................................... 9 DOPAGEM ....................................................................................................................................... 10 DIODOS ............................................................................................................................................ 13 POLARIZAÇÕES DO DIODO ................................................................................................................ 13 COMPONENTES LINEARES ................................................................................................................ 14 CARACTERÍSTICAS DOS DIODOS ....................................................................................................... 14 LINHAS DE CARGA ........................................................................................................................... 16 APROXIMAÇÕES DO DIODO ............................................................................................................... 16 TESTE ESTÁTICO DO DIODO.............................................................................................................. 17 CIRCUITOS COM DIODOS .............................................................................................................. 18 LIMITADOR ...................................................................................................................................... 18 ASSOCIAÇÃO DE IIMITADORES .......................................................................................................... 19 GRAMPEADOR DE CC ...................................................................................................................... 19 DETETOR DE PICO A PICO ................................................................................................................ 19 OUTROS TIPOS DE DIODOS .......................................................................................................... 20 DIODO EMISSOR DE LUZ (LED) ........................................................................................................ 20 INDICADOR DE SETE SEGMENTOS ..................................................................................................... 21 FOTODIODO .................................................................................................................................... 21 OPTOACOPLADOR COM FOTODIODO ................................................................................................. 22 DIODO SCHOTTKY ........................................................................................................................... 22 VARACTOR ..................................................................................................................................... 23 DIODOS DE CORRENTE CONSTANTE.................................................................................................. 24 DIODOS DE RECUPERAÇÃO EM DEGRAU ............................................................................................ 24 DIODOS DE RETAGUARDA ................................................................................................................ 25 DIODO TÚNEL .................................................................................................................................. 26 VARISTORES ................................................................................................................................... 26 LDR - LIGHT DEPENDENT RESISTOR (RESISTOR DEPENDENTE DE LUZ) .............................................. 27 TERMISTORES ................................................................................................................................. 27 CIRCUITOS RETIFICADORES ........................................................................................................ 29 RETIFICADOR DE MEIA ONDA (RMO) ................................................................................................ 29 RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA(CONVENCIONAL ROC) ..................................................... 31 RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA EM PONTE(RCOP) ...................................................................... 33 FILTROS EM FONTES DE ALIMENTAÇÃO ............................................................................................. 33 RETIFICADOR DE MEIA ONDA COM FILTRO ......................................................................................... 34 RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA COM FILTRO A CAPACITOR. ........................................................... 35 RETIFICADOR EM PONTE COM FILTRO A CAPACITOR ........................................................................... 35 O DIODO ZENER ............................................................................................................................. 37 REGULAÇÃO DE TENSÃO .................................................................................................................. 38 O REGULADOR ZENER ..................................................................................................................... 39 TRANSISTOR BIPOLAR DE JUNÇÃO (TBJ) ................................................................................. 41 ESTRUTURA FÍSICA .......................................................................................................................... 41 SÍMBOLOS DOS TRANSISTORES NPN E PNP ..................................................................................... 45 CONEXÕES DO TRANSISTOR BIPOLAR ............................................................................................... 46 CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DO TRANSISTOR ................................................................................. 49 ESPECIFICAÇÕES DE UM TBJ ........................................................................................................... 52 O MODO DE OPERAÇÃO COMO CHAVE ............................................................................................... 53 RETA DE CARGA CC PARA CIRCUITOS TRANSISTORIZADOS ................................................................ 54 OUTROS TRANSISTORES ESPECIAIS ..................................................................................................59 POLARIZAÇÃO DO TRANSISTOR BIPOLAR ........................................................................................... 61 REGULADORES DE TENSÃO ........................................................................................................ 71 REGULADOR SHUNT OU PARALELO ................................................................................................... 71 REGULADOR SÉRIE .......................................................................................................................... 71 REGULADOR COM REALIMENTAÇÃO DA TENSÃO ................................................................................ 72 LIMITAÇÃO DE CORRENTE ................................................................................................................ 73 REGULAÇÃO DE TENSÃO .................................................................................................................. 74 REGULADORES MONOLÍTICOS .......................................................................................................... 74 AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA EM ÁUDIO ............................................................................. 78 CLASSE A ....................................................................................................................................... 78 CLASSE B ....................................................................................................................................... 84 AMPLIFICADOR PUSH PUII ................................................................................................................ 85 AMPLIFICADOR PUSH PULL CLASSE B POLARIZADO OU CLASSE AB ..................................................... 87 DISSIPADORES DE CALOR ................................................................................................................ 90 TRANSISTOR DE JUNÇÃO POR EFEITO DE CAMPO (JFET OU FET) ...................................... 91 COMPARAÇÃO ENTRE FET E TRANSISTOR BIPOLAR ........................................................................... 91 TIPOS DE FET ................................................................................................................................ 91 TRANSISTOR DE EFEITO DE CAMPO DE JUNÇÃO (JFET) ..................................................................... 91 APLICAÇÕES DO JFET COMO CHAVE ................................................................................................ 97 FET DE ÓXIDO METÁLICO (OU DE PORTA ISOLADA) - MOSFET DEFINIÇÕES ÚTEIS .............................. 98 IGBT (!NSULATED GATE BIPOLAR TRANSISTOR) ............................................................................. 106 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 111 Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 6/111 Apresentação “Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do conhecimento. “ Peter Drucker O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção, coleta, disseminação e uso da informação. O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país,sabe disso , e ,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito da competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo, com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de educação continuada.” Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento , na sua área tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia, da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet- é tão importante quanto zelar pela produção de material didático. Isto porque, nos embates diários,instrutores e alunos , nas diversas oficinas e laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos. O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada ! Gerência de Educação e Tecnologia Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 7/111 Introdução Este estudo tem como objetivo diferenciar alguns dos mais variados tipos de componentes eletrônicos, concebidos a partir de semicondutores, apontando características físicas e construtivas dos mesmos. Analisaremos também o funcionamento eletroeletrônico destes, a fim de que possamos entender com mais clareza e objetividade o funcionamento de diversos circuitos que empregam tais componentes. Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 8/111 Física dos semicondutores Estrutura atômica Sob o ponto de vista da física, sabemos que os corpos, constituídos de diversos tipos de matéria, podem ser divididos em partes menores. A menor porção da matéria é a molécula, que, por sua vez, pode ser dividida em partes ainda menores, denominados átomos. A estrutura atômica de diversos tipos de materiais pode ser estudada detalhadamente pela química, não constituindo, entretanto, papel relevante em nosso estudo. Contudo, é de fundamental importância entendermos a estrutura do átomo, que é mostrada abaixo pelo modelo planificado de Bohr. Nela, podemos perceber claramente que o átomo é formado por um núcleo, contendo prótons com carga positiva e nêutrons com carga nula, e, girando em órbitas elípticas em torno desse núcleo, os elétrons com carga negativa. (Fig. 1.1) Níveis de energia Cada camada ou órbita pode ser representada, em um gráfico, como sendo níveis de energia, onde os elétrons distam do núcleo raios proporcionais á força de interação mútua entre eles e o núcleo. A figura 1.2 ilustra o que foi descrito. Bandas de energia As bandas de energia são órbitas controladas por cargas de átomos adjacentes. A banda de energia mais externa do átomo é denominada banda de valência, local onde ocorrem as reações químicas. Os átomos que têm quatro (04) elétrons na última camada (de valência) são denominados semicondutores. Podemos citar como exemplos os átomos de silício e germânio, que têm número atômico igual a 14 e 32, respectivamente. Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 9/111 Cristais Os cristais são combinações de átomos iguais, por exemplo de silício, unidos através de ligações covalentes, conforme a figura 1.4. Lacuna Denomina-se lacuna o “buraco” que fica quando um elétron de valência é levado, por meio de uma energia externa, a um nível mais alto. Considerando este fato, podemos afirmar que a lacuna age como uma carga positiva, pois significa “ausência de elétron”. Condução em cristais Em uma rede cristalina, à temperatura zero absoluto (-2730C), não há fluxo de corrente elétrica,pois os elétrons estão fortemente presos às ligações covalentes. A figura 1 .5 ilustra o que foi descrito. Acima do zero absoluto, a rede cristalina recebe energia térmica, ocorrendo quebras de ligações covalentes. Elétrons da banda de valência passam para a banda de condução, gerando pares elétrons - lacunas. Com o aumento da temperatura tem-se mais elétrons na banda de condução. (Fig. 1 .6) O silício não é isolante nem condutor; é, portanto, um semicondutor. Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 10/111 Silicio x germânio Na temperatura ambiente, o silício praticamente não tem eiétrons livres, comparado com o germânio. Esta é a principal razão para que o si! ício tenha maior aplicação na fabricação de dispositivos eletrônicos. Corrente de lacunas Um semicondutor oferece dois trajetos para a corrente: um, através da banda de condução (elétrons); e outro, através da banda de valência (lacunas). Nos condutores temos apenas corrente de elétrons, o que os diferencia dos semicondutores. (Fig. 1.7) Observação Um elétron na banda de condução gera uma lacuna na banda de valência. Aumentando-se o número de elétrons na banda de condução, garante-se o aumento do número de lacunas na banda de valência (pares elétrons - lacunas). Recombinação A recombinação ocorre quando elétrons da banda de condução se dirigem para a banda de valência, preenchendo uma lacuna, caso a banda de condução intercepte a banda de valência de outro átomo. Assim a lacuna desaparece. O tempo médio entre a criação e o desaparecimento de uma lacuna é de nano segundos (ns) e microssegundos (~ts). Dopagem Uma rede formada por apenas um tipo de átomo semicondutor origina uma estrutura cristalina denominada semicondutor intríseco ou cristal puro. O processo pelo qual introduzimos átomos de impurezas num cristal, de modo a aumentar tanto o número de elétrons livres quanto o de lacunas, denomina-se dopagem. Dopagem tipo N Significa aumentar o número de elétrons na banda de condução, Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 11/111 acrescentando átomos pentavalentes (cinco elétrons na última camada). Percebemos pela figura 1.9 que, com a dopagem N, obtém-se aumento no número de elétrons na banda de condução, enquanto na banda de valência temos apenas o surgimento de algumas lacunas, originadas pela energia térmica. Assim, denominamos os elétrons como portadores majoritários, e as lacunas, portadores minoritários. Podemos dizer, então, que temos um semicondutor do tipo N. Exemplo de impurezas doadoras: fósforo, antimônio, arsênio. Dopagem tipo P Significa aumentar o número de lacunas na banda de valência, acrescentando átomos trivalentes (três elétrons na última camada). Percebemos pela figura 1.10 que, com a dopagem P, obtém-se um aumento no número de lacunas na banda de valência em relação ao número de elétrons na banda de condução. Assim, denominamos os elétrons portadores minoritários, e as lacunas, portadores majoritários. Podemos dizer, então, que temos um semicondutor do tipo R Exemplos de impurezas aceitadoras: alumínio, boro, gálio. Resistência de corpo Resistência de corpo é a característica intrínseca do semicondutor dopado. Um semicondutor levemente dopado tem resistência de corpo alta. Aumentando-se a dopagem a resistência diminui. Diodo não polarizado (junção PN) Podemos observar a junção de dois semicondutores, um dopado ‘R’ e outro dopado “N”, na figura 1.11. Próximo à região da junção ocorre o fenômeno da recombinação, ou seja, elétrons da região “N” atravessam a junção, preenchendo as lacunas próximas desta, originando um campo elétrico que diminui esse efeito à medida que isso ocorre. Com isso, origina-se uma camada nas proximidades da junção, que se comporta como uma barreira de potencial entre as duas regiões, denominada zona ou camada de depleção, valendo aproximadamente 0,7V para o silício e 0,3V para o germânio, à temperatura ambiente. Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 12/111 Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 13/111 DIODOS Polarizações do diodo Existem duas formas de se polarizar um diodo: • polarização direta; • polarização reversa. Polarização direta A partir do momento em que o valor da fonte supera a barreira de potencial, a corrente se torna alta, tendo seu valor vinculado ao valor da fonte. Polarização reversa A camada de depleção se alarga à medida que aumenta a diferença de potencial da fonte. Existe apenas uma pequena corrente de portadores minoritários. Corrente de saturação (Is) - Corrente de saturação é a corrente reversa produzida por portadores minoritários. Esta tem seu valor dobrado para cada 1000 de aumento de temperatura. Corrente de fuga superficial (IFs) - Origina-se devido a impurezas da superfície criarem um caminho ôhmico para corrente. Corrente reversa (IR) - Geralmente dada para uma determinada tensão reversa (VR) e uma temperatura ambiente (Ta)• sFSr III Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 14/111 Exemplo O diodo 1 N91 4 tem uma corrente reversa (IR) igual a 25nA, para uma tensão reversa de 20V, a uma temperatura ambiente de 2500. Tensão de ruptura (VR) - Nível de tensão reversa para a qual o diodo conduz. Para retificadores, V R >50V. Avalanche - Ocorre quando, na camada de depleção, um elétron deslocado ganha velocidade, podendo desalojar um elétron de valência. O par de elétrons deslocados continua ganhando velocidade, e quanto maior for a polarização reversa, maior será a velocidade, desalojando mais elétrons de valência. Devido ao elevado número de elétrons livres, o diodo conduzirá intensamente e será danificado pelo excesso de potência dissipada. Terminologias A seguir temos algumas terminologias empregadas na determinação de características elétricas de diodos, com seus respectivos significados. VBR: Tensão de ruptura VRWM:Tensão reversa máxima de trabalho PIV: Tensão de pico inversa PRV: Tensão reversa de pico BV: Tensão de ruptura VRM: Tensão reversa máxima Componentes lineares Os componentes cujo gráfico tensão x corrente origina uma reta são de- nominados componentes lineares. O gráfico 1 ilustra, com detalhes, o que foi descrito. Características dos diodos Gráfico do diodo Podemos distinguir duas regiões distintas no gráfico 2. No primeiro quadrante, inicialmente não há corrente fluindo pelo diodo. Aumentando-se gradativamente a polarização direta, atinge-se um ponto no qual o diodo inicia a condução. Para diodos de silício, esta tensão de limiar é de aproximadamente 0,7V, denominada tensão de joeiho. A partir daí, aumentos sucessivos na tensão de polarização implicam grandes variações na corrente direta. No terceiro quadrante, aumentando-se gradativamente a polarização reversa, obtém-se apenas o fluxo de uma corrente inicialmente desprezível (corrente de fuga, da ordem de nano ampéres). Caso esta tensão atinja o valor de ruptura (dado pelo fabricante - BV), o diodo conduzirá intensamente e será destruído por causa da dissipação excessiva de potência. Eletrônicaanalógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 15/111 Símbolo do diodo A figura 2.3 ilustra o símbolo esquemático de um diodo retificador. O lado N é chamado de cátodo e o lado P é o ânodo. A figura 2.4 ilustra o circuito com diodo. Resistência de carregamento Abaixo de 0,7V predomina a resistência não-linear da camada de depleção e, em função disso, o aumento da tensão de polarização não provoca aumento na corrente. Acima de 0,7V, a única oposição à corrente é a resistência linear das regiões P e N. Especificação de potência e de corrente As folhas de dados dos fabricantes de diodos trazem, entre outras, informações dos limites máximos de dissipação de calor (potência) e de condução de corrente, sendo que, uma vez desrespeitados tais limites, pode-se danificar irreparavelmente os mesmos. A seguir apresentamos dois exemplos de especificação de potência e corrente de diodos: • diodo 1 N91 4, potência máxima igual a 250mW; • diodo 1 N4002, corrente máxima igual a lA. Classes de diodos Os diodos são classificados, de acordo com sua potência máxima, em diodos de sinais, cuja potência é menor que meio Watt (1/2W), e retificadores, cuja potência émaior que meio Watt (1/2W). • Exemplos • Diodo 1N914, pequeno sinal (0,25W). • Diodo 1 N4003, retificador (1W). Resístor limitador de corrente (R5) Conforme visto anteriormente, elevando-se a tensão de polarização direta do diodo acima da tensão de joelho ele conduz, e a única oposição à elevação desta corrente éa resistência de corpo, ou seja, a resistência linear das regiões P e N. Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 16/111 Isso originaria um valor alto de corrente, que destruiria o diodo. A fim de evitar que isto ocorra, e inserido um resistor (R~) em série com o diodo, que tem como função limitar a máxima corrente direta do mesmo. Linhas de carga Uma forma de determinar com exatidão os valores de tensão e corrente do diodo é através da linha (reta) de carga. Dois pontos determinam a reta de carga, sendo eles a saturação e o corte. Para a saturação consideramos o diodo como uma chave fechada, isto é, com uma tensão direta (VD) igual a zero; e para o corte, como uma chave aberta, ou seja, sem fluxo de corrente (1=0). A corrente de trabalho (quiescente) é determinada levando-se em conta a queda de tensão da barreira de potencial do diodo e a relação entre a fonte e o resistor limitador (R5) (Fig. 2.5). A interseção entre a curva do diodo e a reta de carga determina o ponto de trabalho do circuito ou ponto quiescente (ponto Q). As coordenadas deste ponto são os valores de tensão de trabalho (V0) e corrente de trabalho (IQ). (Gráf3). Aproximações do diodo Para análise de circuitos eletrônicos, devemos lembrar que respostas matematicamente exatas não têm muito sentido, do ponto de vista prático, se considerarmos que dispositivos tais como resistores, diodos etc.., possuem tolerância de valores. Énecessario, portanto conhecer tais variáveis, a fim de que se possam aproximar ao máximo os valores teóricos dos práticos. A seguir apresentaremos as aproximações, considerando diodos de silício. Primeira aproximação - diodo ideal Considera-se como diodo ideal, ou primeira aproximação, o fato do mesmo agir como um condutor perfeito, isto é, queda de tensão zero quando polarizado diretamente; e isolante perfeito, corrente zero, quando polarizado reversamente. Segunda aproximação Para que o diodo comece a conduzir, é necessário que a tensão de polarização ultrapasse o valor da barreira de potencial. Em se tratando de diodos Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 17/111 de silício, o limiar da condução situa-se próximo de 0,7V. A idéia é comparar o diodo a uma chave ideal ligada em série com uma bateria de 0,7V, que se fecha assim que a tensão de polarização direta ultrapassa este valor, e que se abre toda vez que ela se torna menor que 0,7V ou reversa (negativa). A figura 2.7 ilustra com detalhes o que foi descrito. Terceira aproximação Como terceira aproximação do diodo, inclui-se ao circuito da segunda aproximação uma resistência ligada em série com a bateria, que representa a resistência linear das regiões P e N (resistência de corpo - RD). A corrente direta, fluindo através desta resistência, origina uma queda de tensão, que varia proporcionalmente ao aumento da corrente; isto é, quanto maior a corrente, maior será a queda de tensão através de RD. A tensão total, através do diodo (VF), é igual à soma da tensão de limiar (0,7V) com a queda de tensão através da resistência de corpo ( DR )’ A figura 2.8 ilustra o que foi descrito. ).(7,0 DFF RIVV Observação Geralmente, utiliza-se a segunda aproximação para resolução de circuitos envolvendo diodos. Resistência de corrente contínua (CC) de um diodo Na polarização direta, a resistência CC do diodo diminui à medida que a corrente aumenta; e na polarização reversa o mesmo acontece, à medida que a tensão de polarização reversa se aproxima do valor da ruptura. Teste estático do diodo Utilizando o ohmímetro, podemos detectar se um diodo encontra-se em curto ou aberto. Isto é possível através da relação entre as medidas de resistência direta e reversa do mesmo. Um diodo será considerado em bom estado, pelo teste estático se a relação entre as medidas de resistência direta pela reversa for igual ou maior que 1/1000. Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 18/111 Circuitos com Diodos Limitador Sua função é limitar sinais de tensão abaixo ou acima de um determinado nível, variando assim a forma dos mesmos. Os imitadores podem ser positivos, negativos e polarizados. Limitador positivo Também chamado ceifador, o circuito retira partes positivas do sinal. No primeiro semiciclo do sinal de entrada (Ve), o diodo está polarizado diretamente e conduz. Assim, a tensão de saída (“a) fica limitada ao valor de condução do diodo (0,7V). Quando inverte o sinal de entrada, o diodo fica polarizado reversamente, indo para o corte (chave aberta). Assim teremos, idealmente, todo o sinal de entrada sobre a carga (na saída, V0). Fazendo uma relação entre a carga (RL) e o resistor imitador (R) maior ou igual a 100, obtém-se sobre a carga praticamente todo o sinal de entrada. Limitador negativo Invertendo-se a polaridade do diodo, obtém-se um imitador negativo. Limitador polarizado Consiste em ligar em série um gerador CC com o diodo, a fim de conseguir ceifar o sinal em V + 0,7V para limitadores positivos e -v - 0,7V para limitadores negativos, conforme as figuras 3.3 e 3.4. Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 19/111 Associação de Iimitadores Podemos, em algumas situações, necessitar de limitação do sinal de entrada em ambos os semiciclos, ou seja, positivo e negativo. Para tal, utilizamos os circuitos limitadores associados, de forma que possamos obter o efeito desejado, de acordo com a figura 3.5. Grampeador de CC Sua função é somar uma tensão contínua ao sinal de entrada. Grampeador positivo No primeiro semiciclo negativo da tensão deentrada, o diodo está polarizado diretamente e conduz, levando o capacitor a carregar até aproximadamente PV Pouco depois do pico negativo, o diodo corta. Fazendo a constante RLC muito maior que o período (T) do sinal de entrada, o capacítor permanece carregado completamente durante todo o tempo em que o diodo estiver cortado. Invertendo-se a polaridade do diodo, obtém-se um grampeador negativo. Detetor de pico a pico Consiste em associar em cascata um grampeador de CC e um retificador de pico (D2). Devemos fazer a constante RLC muito maior que o período do sinal de entrada, a fim de obtermos uma tensão contínua de aproximadamente PV2 e uma ondulação de saída pequena. Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 20/111 Outros tipos de Diodos Diodo emissor de luz (LED) o LED difere dos diodos comuns pelo fato de que, quando polarizado diretamente, irradia energia em forma de luz, enquanto nos diodos comuns ela é irradiada em forma de calor. Consiste em um cristal com junção PN. Quando ocorre polarização direta, movem-se os elétrons da região N em direção às lacunas da região P. Desta maneira há uma recombinação (elétrons livres + lacunas), ocasionando liberação de energia, a qual se propaga em forma de luz. A figura 4.1 ilustra o funcio- namento do LED. Vantagens - Baixo consumo de potência, vida longa e chaveamento rápido (liga/desliga). Detalhes construtivos - São utilizados elementos tais como gálio, arsênio e o fósforo, podendo irradiar-se no vermelho, verde, amarelo, azul, laranja ou infravermelho. A figura 4.2 ilustra a forma física de um LED. Tensão e corrente no LED - A tensão do LED )( LEDV varia de aproximadamente 1,35 a 3V, e a corrente )( LEDI máxima 1 3OmA, sendo considerados como valores usuais VVLED 2 e mAI LED 20 Símbolo do LED A figura 4.3 ilustra o símbolo esquemático do LED Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 21/111 Orientação para projeto - Utilizar fonte ( SV ) e resistor ( SR ) altos para obter brilho aproximadamente constante com LED’s. • Exemplo Para o TIL 222 (verde) VaVLED 38,1 mAI LED 25 Utilizando uma fonte ( SV ) igual a 20V e um resistor ( SR ) de 750W, LEDI igual a: mA R VV R VV I S LEDS LED 24 750 220 Indicador de sete segmentos Consiste de um arranjo com sete LED’s, cada um constituindo um segmento de base numérica, cujo formato se assemelha ao número oito. Tal arranjo tem um terminal comum, podendo ser tanto o cátodo quanto o ânodo. O indicador apresentado na figura 4.5 é de ânodo comum, podendo ser também de cátodo comum. Fotodiodo O fotodiodo é um dispositivo semicondutor que converte intensidade luminosa em quantidade elétrica. Sua operação está limitada à região reversa. A figura 4.6 mostra um arranjo básico de sua construção. Símbolo do fotodiodo Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 22/111 Circuito À medida que a luz se torna mais brilhante, a corrente reversa aumenta, diminuindo a queda de tensão no diodo e aumentando a queda no resistor imitador de corrente R5. Optoacoplador com fotodiodo O optoacoplador associa um LED e um fotodiodo em um só invólucro. Este dispositivo é muito utilizado para interfaceamento de circuitos eletrônicos com isolação, pois a conexão é através da luz. Diodo Schottky Para melhor compreendermos o funcionamento do diodo Schottky, devemos esclarecer dois pontos de fundamental importância, que são o armazenamento de cargas e o tempo de recuperação reversa. Armazenamento de cargas Denomina-se armazenamento de cargas o efeito causado pelo fato de elétrons livres e lacunas perdurarem, por um breve espaço de tempo, em diferentes bandas de energia próximas da junção, em um diodo diretamente polarizado. Quanto maior a corrente direta, maior o armazenamento de cargas. Tempo de recuperaçao reversa ( RRt ) O tempo de recuperação reversa (tRR) é o tempo que a corrente reversa, originada pelo armazenamento de cargas, leva para desligar um diodo diretamente polarizado. Tal efeito é mais acentuado em altas freqüências (MHz). Efeito na retificação - O efeito causado pelo tempo de recuperação reversa em circuitos retificadores de alta freqüência é ilustrado na figura 4.10, onde podemos ver claramente que, no momento em que a tensão do sinal que está sendo Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 23/111 retificado se torna negativa, polarizando reversamente o diodo, não acontece o corte do mesmo, ou seja, ele continua conduzindo durante um pequeno espaço de tempo ( RRt ). O diodo Schottky é a solução para esse problema. Características físicas Sabe-se que os metais não têm lacunas e os elétrons livres do lado N ocupam órbitas menores. Quando o Schottky épolarizado diretamente, estes ganham energia suficiente para ocupar órbitas maiores, atravessando a junção e penetrando no metal, produzindo uma grande corrente direta. Como não há lacunas nos metais, não há armazenamento de cargas nem tempo de recuperação reversa ( RRt ). Símbolo do diodo Schottky Queda de tensão típica = 0,25V Aplicação: Fontes de alimentação de baixa tensão; circuitos de alta freqüência. Circuito retificador com Schottky Varactor Também conhecido por capacitância de tensão variável, epicap, varicap e diodo de sintonia, o varactor é otimizado para sua capacitância variável. Tem inúmeras aplicações em equipamentos de comunicação, dentre os quais podemos citar receptores de televisão e FM. Seu princípio de funcionamento baseia-se no controle da capacitância através da tensão, quando reversamente polarizado. Se a tensão reversa e/ou a freqüência aumentam, a capacitância de transição diminui. Símbolo do varactor Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 24/111 Circuito equivalente Na figura 4.15 é apresentado o circuito equivalente de um diodo reversamente polarizado com a respectiva curva da capacitância de transição x tensão: Especificações do varactor Valor de referência de capacitância medida a uma tensão reversa, tipicamente iguala -4V. • Exemplo Diodo 1N5142,15pFem -4V. Faixa de sintonia e faixa de tensão: para o 1N 5142, a faixa de sintonia é 3:1 e a faixa de tensão, de -4V a - 60V. • Exemplo pFapFCt 515 , quando 604 aV Conectando-se um indutor em paralelo com o varactor, obtém-se um circuito ressonante, cuja freqüência de ressonância dada por: LC f r 2 1 A largura da faixa de sintonia depende do nível de dopagem. Uma maior concentração de cargas nas proximidades da junção leva a uma camada de depleção mais estreita e, com isso, a uma capacitância maior. Diodos de corrente constante Estes dispositivos mantêm a corrente constante dentro de um determinado intervalo de tensão. Exemplo 1 N5305, corrente típica 2mA, faixa de tensão de 2 a 100V. Compliance Denomina-se compliance o alcance de tensão ao longo do qual o diodo pode funcionar. Para o diodo 1 N5305, estevalor é de 98V. Diodos de recuperação em degrau Os diodos de recuperação em degrau têm um perfil de dopagem, de modo que a densidade de portadores diminui perto da junção, conforme o gráfico 4. Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 25/111 Funcionamento Durante o semiciclo positivo, o diodo conduz como qualquer outro diodo de silício, mas durante o semiciclo negativo cria-se uma corrente reversa por um breve instante, devido às cargas armazenadas; aí, subitamente, a corrente cai a zero como se de repente o diodo se abrisse. A figura 4.16 ilustra o que foi dito, bem como o símbolo do diodo. Sua aplicação se dá em circuitos multiplicadores de freqüência, onde a freqüência de saída é um múltiplo da freqüência de entrada, utilizando-se circuitos ressonantes para filtrar as harmônicas em relação à freqüência fundamental (2f, 3f .... nf). Diodos de Retaguarda São diodos otimizados para condução melhor no sentido reverso do que no direto. Analisando a curva característica I x V do diodo de retaguarda, vemos claramente esse fato. Isso é conseguido aumentando-se o nível de dopagem do diodo zener. Sua aplicação se dá na retificação de sinais fracos, cuja amplitude se situe entre 0,1 e 0,7V. Símbolo e circuito O seu símbolo se assemelha ao de um diodo zener e o circuito aplicativo é mostrado na figura 4.17. Na polarização direta, temos aproximadamente 0,5V sobre o diodo e a saída, V0= 0. Na polarização reversa temos, aproximadamente, 0,1V sobre o diodo e, portanto, 0,4V na saída, obtendo assim um retificador de meia onda (RMO). Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 26/111 Diodo túnel Constitui um diodo túnel um diodo de retaguarda fortemente dopado, de forma a se obter a ruptura próxima de 0V. Esse aumento na dopagem faz com que a curva direta seja distorcida, conforme o gráfico 6. Analisando este gráfico, observamos a condução imediata na polarização direta. Quando a tensão atinge um valor Vp (pico), a corrente atinge um valor máximo Ip, (pico). A partir dai, à medida que a tensão aumenta, a corrente diminui. Quando a tensão atinge um valor VV (tensão de vale), a corrente atinge um valor VI (corrente de vale). A região compreendida entre Vp e VV é considerada região de resistência negativa, pois a corrente diminui com o aumento da tensão. Isso é útil em circuitos de alta freqüência, chamados osciladores, que são capazes de converter potência CC em potência CA. . Símbolo do diodo túnel Varistores Também chamados supressores de transitório, têm por função filtrar a linha de alimentação, eliminando os problemas causados pelos transitórios (descargas, falha na linha de alimentação, chaveamento de carga reativa etc...). São fabricados para diversos valores de tensão de ruptura e corrente de pico. Varistores são resistências dependentes da tensão com uma curva característica V x I simétrica, conforme o gráfico 7. Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 27/111 No exemplo dado, a especificação 510V - 810K 150, fornecida pelo manual da lcotron, significa: • SIOV - varistor de óxido metálico • S1OK - diâmetro nominal do disco (lOmm); • 150-tensão eficaz nominal 150 efV ou aproximadamente 2l2 máxV Símbolos dos Varistores LDR - Light Dependent Resistor (resistor dependente de luz) Constituído de material semicondutor, caracteriza-se por possuir resistência que varia em função da incidência de luz. No escuro, a resistência do LDR é alta, e, à medida que aumenta a incidência de luz, esta resistência sofre reduções que não são lineares, conforme o gráfico 8. Os LDR’s podem ser do tipo sulfeto de cádmio, cuja curva espectral abrange parte das radiações visíveis, ou sulfeto de chumbo, cuja curva espectral está fora do alcance da visão humana (infravermelho). Símbolos dos LDR Aplicações Utilizados principalmente em dispositivos sensores, como contagem de objetos, controle automático de brilho, detecção de dispositivos pela cor, em fotômetros para otimização de processos fotográficos etc. Termistores Os termistores são componentes semicondutores cuja resistência varia com a temperatura. São utilizados como transdutores de temperatura em sinal elétrico. Dependendo da forma como a resistência se altera em função da temperatura, os termistores se classificam em PTC (Positive Temperature Coeficient) e NTC (Negative Temperature Coeficient). Assim, temos que o PTC aumenta sua resistência quando a temperatura aumenta, e o NTC diminui sua resistência Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 28/111 quando a temperatura aumenta. A seguir, são ilustradas as curvas características de resistência versus temperatura de cada um deles. (Gráf. 9) Símbolos dos termistores Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 29/111 Circuitos retificadores Os retificadores são circuitos cuja função é converter uma tensão alternada em contínua, visto que a maioria dos dispositivos eletrônicos precisam de tensão contínua para seu funcionamento adequado. Os retificadores podem ser de meia onda ou de onda completa. Retificador de meia onda (RMO) Funcionamento Durante o semiciclo positivo, na entrada, o diodo está polarizado diretamente e conduz. Então, o semiciclo positivo aparece na saída. Durante o semiciclo negativo, na entrada, o diodo está polarizado reversamente e não conduz. Assim, o semiciclo negativo não aparece na saída, ficando sobre o diodo. Forma de onda de tensão na saída (V0) O valor médio da tensão de saída ( CCV ) vale aproximadamente 31,8% do valor de pico ou máximo ( PV ), dado por P P V P V 381,0 ou seja, aproximadamente 45% da tensão eficaz de entrada (0,45 efV ). efmed VVccV 45,0 Devido ao fato da tensão contínua na saída ser pulsante, isto é, ainda conter variações da componente alternada de entrada, é possível determinar o valor da tensão eficaz na saída (Vac). Este valor, nos retificadores de meia onda, corresponde à metade do valor de pico ou máximo (Vp), expresso matematicamente por: 2 Vp Vac A intensidade da corrente média no diodo ( medI ) é igual à corrente de carga ( LI ) e vale: RL V II CCLméd A freqüência de saída do circuito (f0) é igual à freqüência de entrada (fe)’ visto Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 30/111 que os períodos das formas de onda de tensão de entrada ( entV ) e tensão de saída (V0) são iguais. EO FF O diodo deve ser especificado, respeitando-se o valor de corrente direta ( FI ) e tensão reversa ( RV ). LmédF III máxR VPIVV Observação PIV significa tensão de pico inversa. Formas de onda de tensão de entrada (Ve) saída (lIa) e sobre o diodo (VD) Fator de ripple ( ) Fator de ripple é a relação, na saída de um retificador, entre a tensão alternada e a tensão contínua, dada em percentual. %100. cc AC VV Transformador O transformador, dispositivo sem partes necessariamente em movimento, utilizado para abaixar ou elevar a tensão alternada da rede elétrica. É constituído basicamente por dois enrolamentos, sendo um primário e o outro secundário. Relação de transformação ( nouRt ) - E a relação entre a tensão no primário (Vp ou V1) e no secundário (Vs ou V2) ou entre o número de espiras do primário (Np) e o número de espiras de secundário (Ns), expresso por: S P S P N N V V Princípio de funcionamento - Baseia-se na indução mútua, ou seja, uma corrente variável ao circular pelo enrolamento primário produz um campo magnético variável. As linhas de forças deste campo magnético variável cortam o enrolamento secundário, induzindo no mesmo uma tensão. Quando NS<Np,Vs<Vp e quando Ns>Np, Vs>Vp. O transformador não funciona com CC pura. Normalmente, utiliza-se uma derivação central (center tape) no enrolamento secundário, a fim de Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 31/111 se conseguir duas tensões iguais e opostas (simétricas). O enrolamento primário também pode ser constituído de forma que possa proporcionar uma ligação bivolt, isto é 110/220V. As tensões acV e bcV estão defasadas de 180° entre si. As correntes elétricas no transformador - A relação entre a corrente do primário (Ip) e a do secundário (Is) é igual à relação entre o número de espiras do enrolamento secundário (Ns) e do enrolamento primário (Np), expresso por: S P P S N N I I RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA(convencional ROC) A tensão (Vcc) na carga é igual a: máx médocc V VVV 2 A tensão eficaz (vac) na saída é igual a: 2 máx ac V V Funcionamento Sempre teremos um diodo conduzindo e outro cortado. Quando A for positivo, B é negativo e teremos D1 conduzindo e D2 cortado. Quando A for negativo, B é positivo e teremos D1 cortado e D2 conduzindo. Considerando a freqüência de entrada igual a 60Hz, teremos cada diodo conduzindo 60 vezes por segundo, e na saída, portanto, 120 pulsos por segundo. Conclui-se assim que a freqüência na saída dobra, ou seja, é igual a 120Hz. A corrente média na carga (IL) vale: RL V I ccL A corrente média em cada diodo (Ia) vale: 2 2! L DD I II Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 32/111 A freqüência de saída (f0), conforme visto anteriormente, é igual ao dobro da freqüência de entrada (fe) O PIV nos diodos é igual ao dobro da tensão máxima de cada enrolamento secundário, ou seja, acV22 ou PIV = 2abV Fator de ripple ( ): %100. cc AC V V Assim sendo, o rendimento é da ordem de: %48 Formas de onda de corrente nos diodos ( 21 dd IeI ),corrente na carga ( LI ), tensão na carga ( oV ) e tensão nos diodos ( 21 dd VeV ) Observação O valor da tensão máxima na saída è igual ao valor máximo de cada enrolamento , desprezando-se a queda de tensão no diodo em condução. 2 máx ac V V Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 33/111 Retificador de onda completa em ponte(RCOP) A tensão Vcc na carga è igual a: máx médocc V VVV 2 Funcionamento O princípio de funcionamento è idêntico ao de onda completa convencional. Diferi apenas no fato de ter dois diodos conduzindo e dois cortados por vez. Filtros em fontes de alimentação A tensão na saída dos retificadores apresenta uma ondulação (variação) muito grande, o que a torna inadequada para alimentação de circuitos eletrônicos. O filtro tem a função de tornar a forma de onda da saída (tensão de saída) próxima de uma corrente contínua pura. Podemos dizer que o filtro reduz a ondulação na saída. O filtro mais utilizado é constituído de um capacitor (C) de alta capacitância ligado em paralelo com a carga (RL). Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 34/111 Retificador de meia onda com filtro Funcionamento Quando a tensão de entrada é positiva, o diodo conduz e o capacitor se carrega com o valor da tensão máxima ( máxV ). Ao inverter a polaridade da entrada o diodo está cortado e o capacitor se descarrega lentamente sobre a carga. O capacitor será recarregado com uma freqüência igual à da rede de entrada. O ângulo de condução de diodo diminui e é representado, no gráfico 14, pela área hachurada. A tensão de saída não volta mais a zero. 2 ond ccmáx V VV 2 ond máxcc V VV Cálculo da tensão de ondulação (Vond) cf I Vond . sendo que 2 ond máxcc V VV cfRL V V máxcc ..2 1 1 Cálculo de Vcc em função de Icc(quando RL não è dado) cf I vV ccmáxcc .2 e )(2 ccmáx cc vvf I C Pode-se tomar como regra prática o dimensionamento do capacitor de filtro na proporção de 1uF/mA. A tensão de pico reversa sobre o diodo é igual ao dobro da tensão máxima, ou: PIV=2vmáx Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 35/111 Retificador de onda completa com filtro a capacitor. 2 ond máxcc V VV Pelo gráfico 15 apresentado, podemos verificar que a freqüência de saída do filtro é igual ao dobro da freqüência da rede de entrada, visto que cada diodo conduz um semiciclo. O capacitor será recarregado o dobro de vezes em relação ao circuito de meia onda. Com isso, conclui-se que a tensão de ondulação (Vond) diminui. Se retirarmos a carga (RL) obteremos, na saída, um sinal contínuo no valor de Vmáx, conforme o gráfico 16. Retificador em ponte com filtro a capacitor Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 36/111 Considerações finais - Em se tratando de sinais de entrada pequenos, considera-se a queda de tensão no diodo (0,7V) para RMO e ROC convencional e 1,4V para ROC em ponte na determinação da tensão máxima de saída, ou seja: 7,0)()( máxemáxo VV ou 4,1)()( máxemáxo VV Como regra prática adota-se - Desprezar a queda de tensão no diodo para RMO e ROC convencional quando o sinal de entrada for maior ou igual a 10V. Desprezar a queda de tensão nos diodos para ROC em ponte quando o sinal de entrada for maior ou igual a 20V. Corrente de surto (‘a) Considerando um retificador com filtro capacitivo de entrada, temos uma condição crítica no momento em que o circuito é ligado. O capacitor está inicialmente descarregado, daí a saída do retificador ser colocada temporariamente em curto, visto que a alta corrente de carga inicial do capacitor flui através do retificador e do secundário do transformador. Sabendo-se que as únicas resistências que limitam esta corrente são as resistências de corpo do(s) diodo(s) e do secundário do transformador, podemos obtê-la por: sec).( Rrn V I b p s Onde Is -corrente de surto,em ampère n - n2 de diodos em condução N – n° de diodos em condução rb - resistência de corpo do diodo R sec - resistência do secundário do transformador Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 37/111 O diodo zener O diodo zener é otimizado para trabalhar na região de ruptura. Ao contrário dos diodos retificadores, os diodos zener trabalham melhor na região de ruptura. O diodo zener tem um nível de dopagem superior ao do diodo retificador. Variando o nível de dopagem, o fabricante pode produzir diodos com tensões de ruptura de 2 até 200V. Quando polarizado diretamente, o diodo zener se comporta como um diodo retificador, conduzindo a aproximadamente 0,7V. Na região de polarização reversa (entre o zero e a ruptura) ele apresenta apenas uma pequena fuga ou corrente reversa. Quando o polarizamos reversamente e é atingida a ruptura, o diodo zener conduz, mantendo a tensão reversa entre seus terminais praticamente constante (Vz), com valores que podem variar de acordo com especificações do fabricante, O diodo zener é a parte importante dos reguladores de tensão, circuitos que mantêm a tensão na carga praticamente constante mesmo que ocorram variações da linha ou da resistência de carga. Símbolo do diodo zener Curva característica I x V Especificações Vz- tensão zener Izt - corrente zener de teste Izm - corrente zener máxima especificada Pzm - potência especificada A potência dissipada num diodo zener é igual ao produto da sua tensão pela corrente. Ou seja: Pz = Vz x Iz Um diodo zener de 10V, com potência especificada de 500mW, tem uma corrente máxima especificada de: Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 38/111 mA V mW I ZM 50 10 500 No exemplo dado, o diodo zener funcionará sem se danificar se a corrente que fluir por ele não ultrapassar o valor de 50mA. Resistência zener Quando um diodo zener trabalha na região de ruptura, se variamos a corrente zener notamos uma ligeira variação na tensão zener (Vz). Isto indica que o diodo zener tem uma pequena resistência de corpo. Os fabricantes especificam a resistência zener para a mesma corrente de teste utilizada para medir Vz. A resistência zener para esta corrente de teste é simbolizada por RzT (ou Zzt). Regulação de tensão O diodo zener é, as vezes, chamado de diodo regulador de tensão porque mantém uma tensão de saída praticamente constante. Em funcionamento normal, o diodo zener deve ser polarizado reversamente, e, para produzir a ruptura, a tensão da fonte deve ser maior que a tensão zener Vz. Ao ligarmos o diodo zener, sempre utilizamos um resistor conectado em série com a fonte a fim de limitar a corrente máxima a um nível dentro da especificação do fabricante, pois, se a potência dissipada no componente for superior à especificada, o diodo provavelmente se danificará. A figura 7.2 mostra a forma de ligar o diodo zener para trabalhar como regulador de tensão. No circuito da figura 7.2, se fizermos Vz = 10V, Vs= 20V e Rs=1kohm, podemos determinar o ponto de interseção vertical (ponto de saturação) fazendo Vz igual a zero, e calculando o valor de Iz obteremos 2OmA. Da mesma maneira podemos obter o ponto de interseção horizontal (ruptura) fazendo Iz igual a zero (diodo zener aberto) e determinando o valor de Vz, que será de 20V. Para uma fonte Vs = 30V, os valores de Iz e Vz serão respectivamente 3OmA e 30V. A seguir, veremos duas retas de carga cujos extremos foram obtidos acima. Podemos observar, no gráfico 19, que tivemos dois pontos de interseção na curva do diodo (Q1 e Q2) para Vz = 20V e Vs = 30V. Comparando os pontos Q1 e Q2 notamos que a corrente sobre o diodo zener variou em 10mA, porém a tensão Vz manteve-se praticamente inalterada (10V). Esta é a idéia básica de regulação de tensão. A tensão de saída manteve-se praticamente inalterada, mesmo que a tensão de entrada sofresse variações. Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 39/111 O diodo zener ideal Para algumas análises de defeito podemos considerar a região de ruptura como um valor constante de tensão, mesmo que a corrente varie, o que equivale a desconsiderar a resistência zener. Um diodo zener na região de ruptura se comporta como uma bateria. Para análises podemos substituir o diodo zener por fonte de tensão Vz. A figura 7.3 mostra a aproximação ideal para um diodo zener. Em uma segunda aproximação, considerando agora a resistência zener, devemos analisar o diodo zener como uma fonte de tensão Vz em série com uma resistência Rz. A figura 7.4 mostra-nos o diodo zener em uma segunda aproximação. A resistência zener é relativamente pequena e provoca uma queda de tensão maior a cada aumento da tensão Vs. Isto quer dizer que, se a tensão Vs variar, a corrente Iz irá variar também, fazendo com que a tensão zener Vz varie ligeiramente. Este fato pode ser descrito em uma equação, que veremos a seguir. O regulador zener A figura 7.5 mostra o diodo zener utilizado para regular a tensão na resistência de carga. Neste caso teremos duas malhas, sendo que a corrente Irs será igual à soma da corrente no zener com a corrente na carga. A corrente Iz jamais deve ultrapassar o valor de Izmáx determinado a partir da potência máxima especificada pelo fabricante. Para que o diodo zener mantenha constante a tensão entre seus terminais, é necessário que haja uma corrente mínima que garanta a ruptura. Esta corrente mínima é determinada com 10% de Izmáx. Para verificarmos se teremos tensão suficiente para colocar o zener em ruptura, devemos tirar o zener do circuito e calcular o divisor de tensão formado entre Rs e a carga RL, como na figura 7.6. Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 40/111 O valor da tensão VRL deverá se maior que a tensão Vz, pois, caso contrário, o zener não entrará em condução, não havendo assim regulação de tensão. Ondulação no resistor de carga Um regulador, normalmente, é alimentado por um retificador com um filtro capacitivo. A tensão de carga é mantida praticamente constante, apesar da ondulação do retificador. O regulador zener reduz consideravelmente a ondulação, mas não totalmente. Determinaremos agora o valor de ondulação residual no regulador, considerando a segunda aproximação para o diodo zener. Vimos, anteriormente, que a variação na tensão zener é determinada pelo produto da variação da corrente zener pela resistência zener. ZZZ RIV . Da mesma forma, poderemos determinar a variação da tensão na fonte Vs como sendo o produto da corrente pelo valor do resistor Rs. SSS RIV . Considerando a relação entre as variações de entrada e de saída, teremos: SS ZZ S Z RI RI V V . . Para uma resistência de carga constante, a variação na corrente zener é igual à variação na corrente da fonte. Com a primeira condição satisfeita, garantimos que o regulador sener tenha variações menores que a variação da fonte(pelo menos de100 vezes). No caso da segunda condição, o regulador zener comporta-se como fonte de tensão estabilizada. Coeficiente de temperatura Da mesma forma que em todos os dispositivos semicondutores, variações térmicas no ambiente causam variaçõesna tensão zener. O efeito da temperatura é apresentado nos manuais de fabricante como coeficiente de temperatura. É importante saber que, para diodos zener com tensões de ruptura menores que 5V, o coeficiente de temperatura é negativo. Para os diodos zener com tensões de ruptura maiores que 6V,o coeficiente de temperatura é positivo. Portanto, os diodos Zener com tensões de ruptura entre 5 e 6V têm seu coeficiente de temperatura variando do negativo para o positivo, permitindo-nos determinar um ponto no qual o diodo zener tenha um coeficiente de temperatura nulo. Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 41/111 Transistor bipolar de junção (TBJ) Após o estudo do diodo de junção, que é o componente essencial de dois terminais, vamos agora começar a abordar dispositivos semicondutores de três terminais. Eles são muito mais utilizados e de funções mais complexas, que vão desde amplificação de sinais até a lógica digital. O nome transistor bipolar reflete o fato de o fluxo de corrente nestes elementos ser bidirecional, ou seja, uma parte é formada por elétrons e outra por lacunas. Outro fato curioso está no nome: o prefixo TRANS vem da palavra inglesa TRANSFER e o sufixo ISTOR de RESISTOR. Combinando ambas, temos algo semelhante a resistor de transferência. A medida que nos aprofundarmos no estudo do dispositivo mostraremos esta característica fundamental. Enfim, o transistor de junção (que fora desenvolvido no início da década de 50) revolucionou a tecnologia até alcançar o estágio atual. Para se ter uma idéia do significado da invenção do transistor, historiadores da ciência referem-se à nossa época como a Era do Transistor! Estrutura física Afigura 8.1, a seguir, mostra duas estruturas cristalinas: uma NPN e outra PNP. Visualmente percebem-se três regiões: emissor, base e coletor. O emissor é dopado fortemente, pois dele partem os elétrons para a outra região, a base. Na base, que é fina e fracamente dopada, a maioria dos elétrons injetados pelo emissor passa para o coletor. O coletor é a maior das três regiões, pois nele é gerada uma quantidade de calor maior, e é assim designado pelo fato dos elétrons da base convergirem para lá (diz-se que o coletor junta os elétrons da base). O nível de dopagem do coletor é intermediário, está entre o da base e o do emissor. Modo de acomodação de cargas Vimos, no estudo do diodo semicondutor, o que ocorre quando unimos um material tipo P com outro tipo N. Quando a junção é feita, a repulsão interna entre os elétrons livres no material N provoca a difusão desses através da junção, originando o fenômeno da recombinação no lado P. Dessa maneira são formadas duas camadas de depleção, uma em cada diodo. Veja que a camada situada no diodo emissor é mais estreita que a do diodo coletor. O nível de dopagem é o responsável direto destas dimensões, pois quanto mais portadores majoritários uma região possuir (o emissor é densamente dopado), maior será a quantidade de íons formados em uma região fronteiriça de menor dimensão. Isso justifica as dimensões mostradas, mas os desenhos não são via de regra e, sim, uma representação esquemática. Faremos a abordagem dos transistores de silício pelos mesmos motivos que nos levaram a fazer tal escolha para o diodo, objeto de nossos estudos anteriores. Tais motivos eram as especificações de tensão/corrente mais altas e a menor sensibilidade à temperatura. Lembre-se, também, que a 250C a barreira de Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 42/111 potencial era aproximadamente 0,7V. Na figura 8.2 temos a ilustração da estrutura cristalina NPN com as regiões sombreadas. Estudaremos a estrutura PNP mais adiante. Modos de operação - polarização Observe, nas figuras anteriores, que existem duas junções nas estruturas cristalinas: uma entre base-coletor e outra entre base-emissor. O diodo situado entre base-emissor é denominado diodo emissor e o outro, entre base-coletor, diodo coletor. Como são dois diodos, temos quatro hipóteses para polarização simultânea de todos eles. Veja o quadro a seguir: Denominação do modo de polarização Diodo emissor Diodo coletor Corte Reverso Reverso Não se aplica Reverso Direto Ativo Direto Reverso Saturação Direto direto Os modos de corte e saturação são aqueles em que o transistor é usado para operar como chave eletrônica em circuitos lógicos (por exemplo, em computadores). No modo ativo, o transistor opera como fonte de corrente e é capaz de amplificar sinais. Vejamos, adiante, a descrição da operação em cada um dos modos. Modo ativo do transistor NPN - polarização direta-reversa - Esta situação está ilustrada na figura 8.3. Duas fontes de tensão externas são usadas para estabelecer as condições de operação. A tensão VBE faz com que a base tipo P esteja em um potencial mais alto do que o emissor tipo N; portanto, se a d.d.p. entre as duas regiões for aproximadamente 0,7V, este diodo está diretamente polarizado. A tensão na junção base-coletor VCB faz com que o coletor tipo n esteja em um potencial mais alto do que a base tipo P; portanto, este diodo está reversamente polarizado. O fluxo de corrente no TBJ NPN na polarização direta - reversa - Na descrição que faremos do fluxo de corrente, no circuito da figura 8.3, serão Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 43/111 considerados os componentes da corrente de difusão. A corrente de deriva, devido aos portadores minoritários gerados termicamente, é muito pequena e pode ser desprezada. Se a fonte VBB for suficiente para garantir 0,7V em VBE, os elétrons livres do emissor invadem a base em grande quantidade, devido à repulsão causada pelo pólo negativo de VBB. Na região da base tipo P, poucos elétrons provenientes do emissor recombinam-se com as lacunas (a base é fracamente dopada!) e os que encontram lacuna são solvidos pelo positivo de VBB, descendo pelo terminal da base. Contudo, a maior parte dos elétrons livres não encontra lacuna para se recombinar e passa através da larga camada de depleção do coletor. Ao vencer a barreira de íons negativos dentro da região-base, mas na fronteira do coletor, os elétrons sofrem grande repulsão e entram, definitivamente, na região do coletor, sendo atraídos para fora do transistor pelo potencial positivo de Vcc. A base fina e fracamente dopada, essencialmente, determina a quantidade de elétrons que formam a corrente de coletor. Observe que a corrente do coletor é a maior parcela da corrente de emissor, visto que, pela base, a recombinação é propositadamente pequena. A pequena corrente que escoa pelo terminal da base, freqüentemente, é denominada corrente de recombinação, sendo constituída pelos elétrons que encontraram lacuna nessa região. Por isso, alguns autores de livros textos dizem que “a espessura da base dá a quase todos os elétrons livres injetados pelo emissor vida média para se difundirem através da região do coletor”. Aqui, cabe frisar alguns aspectos do funcionamento do transistor. Para vencer a camada de depleção do coletor, grande parte da energia dos elétrons é dissipada em forma de calor, e o transistor deve ser capaz de trocá-la com o meio ambiente o mais depressa possível. A primeira tentativa é dos fabricantes, que fazem a região do coletor a maior de todas (quanto maior a área de um corpo, mais calor ele troca com o meio circundante). Outra solução é o uso externo de irradiadores para aumentara transferência de calor, normalmente feito pelo usuário. Acompanhe passo a passo, na figura 8.4, a seqüência descrita através das ilustrações: Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 44/111 Relação entre as correntes Ib, Ic e Ie - Você já tem conhecimento sobre a ordem de grandeza entre as correntes que circulam no transístor polarizado direta e reversamente. Esta relação depende do nível de dopagem entre as regiões constituintes do transístor. Como foi mencionado, a base, o coletor e o emissor são fraca, média e intensamente dopados, respectivamente. Na prática, os transístores modernos de baixa potência têm corrente de coletor, que são cerca de 99% da corrente de emissor. Portanto, resta à base 1 %. Dados estes percentuais, é razoável admitir e relacioná-las por meio de números adimensionais denominados e . A relação mede quão próxima a corrente de coletor Ic está de Ie ou seja, é o quociente entre elas. é a razão entre Ic e Ib, e basicamente nos permite dizer o quanto os portadores majoritários do emissor (os elétrons) fluem pelo coletor e qual a taxa que se recombina na base. Matematicamente, temos: E C I I e B C I I Observação E freqüente o uso de feh (índices maiúsculos) para representar o envolvendo Ic e Ib contínuos. Muitos se referem a ele como cc. O cc é representado por feh (índices minúsculos). • Exemplo Um transístor tem as seguintes correntes: Ie = 40,8mA, Ic= 4OmA Ib = 0,8mA. Assim, podemos calcular e usando as relações anteriores: E C I I =0,98 B C I I =50 As bandas de energia no TBJ NPN De maneira semelhante ao diodo, podemos analisar o funcionamento do transistor bipolar usando diagramas de energia. Lembrando que usamos apenas as bandas de valência e de condução - pois do ponto de vista da eletrônica é onde ocorre a circulação de corrente - verificamos que existem duas regiões de transição entre as bandas, uma devido ao diodo emissor e outra ao diodo coletor. Observe-as: Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 45/111 Foram colocadas as polaridades das fontes VBB e Vcc no lado esquerdo, direito e no meio da região da base. O negativo do lado esquerdo refere-se às duas fontes, o positivo na base à fonte VBB e o símbolo de mais positivo (++) à fonte Vcc. O negativo repele os elétrons livres na região do emissor (se VBB> 0,7V) e esses atravessam a primeira camada de depleção; no esquema é o primeiro desnível emissor-base. O diagrama mostra que a região da base está a um nível de energia maior que o emissor; por isso os elétrons devem receber, no mínimo, esse desnível para mudar de região. Na base, os elétrons são portadores minoritários (a base é P), porém em maior quantidade. Alguns elétrons interceptam as poucas órbitas vazias (lacunas) e se recombinam, sendo atraídos pelo potencial positivo da base. A grande maioria segue o percurso da região do coletor descendo pelo segundo desnível (base-coletor), que no esquema é o mais acentuado, atraídos pelo potencial mais positivo de Vcc. A razão do desnível mais acentuado é a maior dissipação de potência na região do coletor (diodo reversamente polarizado), isso correspondendo claramente a uma queda no nível de energia (observe que o emissor tem mais energia que o coletor). Em suma, a análise acima é similar à feita utilizando-se as estruturas cristalinas. No entanto, pelo diagrama de energia podemos discriminar onde os processos ocorrem, enquanto para a estrutura cristalina não há esse nível de compreensão. Símbolos dos transistores NPN e PNP Apesar de estarmos estudando a estrutura transistora tipo NPN, apresentamos a seguir os símbolos de ambos os tipos. Preste bastante atenção às setas nos transistores. Elas representam a região do emissor e indicam o sentido convencional da corrente. Até agora temos trabalhado com o sentido real, corrente entrando pelo emissor e saindo pela base e pelo coletor. Mas, como de costume, usamos o sentido convencional e, para o TBJ NPN, elas entram pela base ( BI )e pelo coletor ( CI ), saindo pelo emissor ( EI ) Observe o símbolo do transistor PNP: ele está de cabeça para baixo. É de praxe desenhá-lo assim e o motivo será explicado futuramente. Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 46/111 Conexões do transistor bipolar Nossa avaliação do funcionamento do transistor tem sido realizada sob o circuito montado com a estrutura cristalina NPN. Existem configurações típicas elaboradas com o TBJ e é essencial aprender a reconhecê-las apenas com um olhar lançado sobre um circuito transistorizado. São três as configurações com terminal em comum: base, emissor e coletor. Observe-as: Observação Se você retornar à ilustração da estrutura cristalina NPN em funcionamento, verá que se trata de uma configuração em base comum, pois este terminal é comum a VBB e Vcc. Análise na configuração Emissor-Comum (EC) Entre as três configurações do TBJ, a mais utilizada, na prática, é a em emissor comum, requerendo assim uma análise mais cuidadosa. Faremos o emprego da estrutura cristalina do TBJ NPN pela última vez, pois daqui para frente sempre empregaremos o símbolo em nossas análises. Para analisar a ligação Ec, primeiramente colocamos o transistor na vertical, com o emissor em baixo. Cuidamos para que esse terminal seja realmente comum às duas fontes, ligando os negativos nele. Dois resistores Rb e Rc limitam a corrente na base e no coletor, nessa ordem. Veja a ilustração da figura 8.8. Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 47/111 Achamos mais conveniente apresentar as três etapas de funcionamento acompanhadas de ilustrações apropriadas. Vamos omitir as fontes e os resistores para simplificar, mas admita que Vcc » VBB, com VBB > 0,7V, e que utilizaremos o sentido real para as correntes. 1° Etapa - injeção de portadores no emissor - Nesta etapa, a polarização correta do diodo emissor permite às fontes injetarem elétrons no interior do emissor pela repulsão mútua entre elétrons das fontes e os livres e em excesso pertencentes a essa região. 2° Etapa - entrada dos elétrons na base e recombinação com as lacunas - Nesta etapa, os elétrons do emissor têm energia suficiente para vencer a barreira de potencial do diodo emissor e penetrar na base. Lá, poucos elétrons livres encontram lacuna em sua trajetória, mas os que conseguem se recombinam e formam a corrente da base. A grande maioria mantém a trajetória em direção ao coletor pela repulsão contínua provocada pelo campo elétrico das fontes. Eletrônica analógica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico 48/111 3° Etapa - elétrons atravessando o diodo coletor e formando a corrente - Aqui, os elétrons livres do emissor, que não conseguiram se recombinar na base, atravessam a grande região de depleção do coletor (diodo reverso) deixando boa parte da energia adquirida das fontes e sendo atraídos pelo forte potencial positivo de Vcc. Leis de Kirchhoff no TBJ na configuração EC - As leis de kirchhoff aplicadas ao transistor na última das etapas anteriores
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