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REVISÃO AV2 DISCIPLINA ALFABETIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO LITERATURA, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: A FORMAÇÃO DO LEITOR ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO O significado de letramento surge para ampliar o conceito de alfabetização, chamando a atenção não apenas para o domínio da tecnologia do ler e do escrever (codificar e decodificar), mas também para os usos dessas habilidades em práticas sociais em que escrever e ler são necessários. O domínio e o uso da língua escrita trazem consequências sociais, culturais, políticas, econômicas, cognitivas, linguísticas, quer para o grupo social em que seja introduzida, quer para o indivíduo que aprenda a usá-la. Letramento é o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever, de usar essas habilidades em práticas sociais, é o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da língua escrita e de ter-se inserido num mundo organizado diferentemente: a cultura escrita. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO Como são muito variados os usos sociais da escrita e as competências a eles associadas (de ler um bilhete simples a escrever um romance), é frequente levar em consideração níveis de letramento (dos mais elementares aos mais complexos). Tendo em vista as diferentes funções (para se distrair, para se informar e se posicionar, por exemplo) e as formas pelas quais as pessoas têm acesso à língua escrita – com ampla autonomia, com ajuda do professor ou da professora, ou mesmo por meio de alguém que escreve, por exemplo, cartas ditadas por analfabetos. O letramento é o desenvolvimento de competências e habilidades para o uso efetivo da língua portuguesa em práticas sociais, enquanto a alfabetização é a aprendizagem do sistema de escrita alfabética. Ambos os processos devem se desenvolver de forma concomitante, já que alfabetização e letramento são processos complementares, na medida em que a mera decodificação de signos linguísticos não habilita nenhum sujeito a desfrutar do uso social da língua, utilizando-a como prática social. 4 DIVERSIDADE TEXTUAL Para alfabetizar, letrando, deve haver um trabalho intencional de sensibilização, por meio de atividades específicas de comunicação, por exemplo: escrever para alguém que não está presente (bilhetes, correspondência escolar), contar uma história por escrito, produzir um jornal escolar, cartaz etc. Assim a escrita passa a ter função social. 5 DIVERSIDADE TEXTUAL Na etapa de sensibilização, a criança deve ser ajudada para compreender as exigências das variações da escrita, de acordo com o gênero de texto, o leitor potencial, os objetivos do autor etc. Alguns tipos de textos, de uso corrente na vida social, devem ser trabalhados ao longo do ensino fundamental, em diferentes projetos e em diferentes momentos: Narrativas (histórias de autoria conhecida, ou não; contos de fadas; histórias do folclore, lendas; histórias de vida; "casos" da vida cotidiana). Listas (de compras, de coisas a fazer, de heróis favoritos, de personagens, de meninos e meninas, de brincadeiras etc.). Poemas (para serem aprendidos de cor, para serem recitados ou lidos silenciosamente). Receitas de cozinha (receitas simples e econômicas podem eventualmente ser preparadas na escola). 6 DIVERSIDADE TEXTUAL Quadrinhos (crianças não só leem, mas produzem suas próprias histórias). Bilhetes, cartas e e-mails. Convites (para festas escolares, exposições, reuniões de pais). Cartazes, textos de propaganda (para promover campanhas), elaboração de slides [ppt]. Agendas, diários, blogs [textos de natureza íntima]. Textos didáticos (de Português, Matemática, Estudos Sociais, Ciências etc.). Reportagens (sobre o que está ocorrendo na escola, no bairro, na cidade). Relatórios de visitas ou de pesquisa. Documentos da vida cotidiana. Bulas (de remédios de uso comum). Normas e instruções (como montar um brinquedo, organizar um jogo etc.). 7 DIVERSIDADE TEXTUAL O que se pode observar em cada tipo de texto: A situação social em que o texto foi ou será usado: uma carta ou bilhete; um convite; um artigo ou uma reportagem, um requerimento, uma certidão, uma lista etc. aparecem em contextos sociais diferentes. O local ou locais em que o texto foi ou será encontrado: na rua, na escola, no jornal, no mercado, no tribunal, na televisão etc. A "silhueta" do texto. As formas gráficas de uma receita de cozinha, de um poema, de uma lista são diferentes. 8 LITERATURA E A FORMAÇÃO DO SUJEITO LEITOR Contar histórias não é apenas uma atividade lúdica, mas sim um instrumento importante na transmissão de conhecimentos. A leitura de contos contribui para o desenvolvimento da imaginação memória linguagem capacidade de reflexão construção da identidade É ouvindo histórias que a criança pode sentir emoções importantes e compreender também o seu significado. 9 LITERATURA E A FORMAÇÃO DO SUJEITO LEITOR Ao interessar-se pelas histórias, a criança vai querer ouvi-las várias vezes, por se identificar com as personagens ou com determinadas circunstâncias. Optar por contos que abordem situações do dia-a-dia, que a criança já enfrentou ou irá possivelmente enfrentar, como o medo a solidão a morte Conflitos entrada para a escola... 10 TÓPICO 3.3. LITERATURA E A FORMAÇÃO DO SUJEITO LEITOR O amor pelos livros não é coisa que apareça de repente. O contato da criança com o livro pode acontecer muito antes do que os adultos imaginam. As crianças bem pequenas interessam-se pelas cores, formas e figuras que os livros possuem e que mais tarde, darão significados a elas, identificando-as e nomeando-as. É importante que o livro seja tocado pela criança, folheado... A partir daí, ela começa a gostar dos livros, percebe que eles fazem parte de um mundo fascinante, onde a fantasia apresenta-se por meio de palavras e desenhos. 11 LITERATURA E A FORMAÇÃO DO SUJEITO LEITOR É preciso ajudar a criança a descobrir o que os livros podem oferecer. Pais e professores têm um papel fundamental nesta descoberta como estimuladores e incentivadores da leitura: Crie hábitos de leitura, como a “hora da história”. Escolha uma história adequada à idade da criança. Opte por temas do interesse da criança (princesas, super-heróis... e/ou que representem situações vividas pela criança como medo do escuro, entrada na escola...). Imite vozes e utilize movimentos com o corpo, de modo a manter a atenção da criança. Peça à criança que reconte a história que ouviu. Explique o significado de novas palavras, sempre que necessário. Crie um espaço próprio para a leitura (um cantinho, com tapetes/almofadas no chão, que permita sentar-se ao nível da criança). 12 SABERES, AFETOS, PRÁTICAS, SENTIDOS, DESEJOS E VONTADES: O DESAFIO DE SER ALFABETIZADOR O desafio de ser alfabetizador Quais são as dificuldades do professor alfabetizador em sala de aula? Nos dias atuais a sociedade tem atribuído ao professor a grande responsabilidade de sanar as carências intelectuais dos alunos e evitar que estes sejam futuros analfabetos funcionais. Nesta busca constante por novos métodos e práticas pedagógicas o professor tem visto a alfabetização como uma fase distinta, que requer mais conhecimentos específicos na área. Falar de alfabetização é um tanto complexo até mesmo pela diversidade de métodos utilizados, e ainda devido às dificuldades de aprendizagem dos alunos, reprovações e evasão escolar. O processo de alfabetização e letramento na escola ocorre de forma contínua, remetendo ao educador um papel importante como mediador do processo da aquisição da leitura e escrita, com intervenções pedagógicas coerentes, já que os conhecimentos resultam da pluralidade de sentidos e significações compartilhadas no coletivo, que aos poucos vão sendo produzidos. TÓPICO 4.1. Ensino globalizado O professor alfabetizador se encontra apreensivo diante de tamanha responsabilidade no cenário educacional. Diante de tantos desafios, é visível a fuga dos professores dos anos iniciais das salas de alfabetização, assim poucos encaram e adquirem experiências metodológico-pedagógicas para enriquecer o universo da alfabetização. O alfabetizador será o agente que estimulará as descobertas da língua escrita até chegar à escrita convencional. Outro desafio bem pertinente é a falta de apoio e acompanhamento dos pais na vida escolar dos filhos, o professor se depara sozinho nesta missão de alfabetizar a qualquer custo. Um fator bem interessante é que os pais atribuem ao professor a culpa do fracasso escolar do filho, assim se estabelece no seio escolar a "briga" histórica entre Escola X família. As principais características necessárias ao professor alfabetizador Dentre as competências profissionais do Programa do Professor Alfabetizador, destaca-se: encarar os alunos como pessoas que precisam ter sucesso em suas aprendizagens para se desenvolverem pessoalmente e para terem uma imagem positiva de si mesmos, orientando-se por esse pressuposto; desenvolver um trabalho de alfabetização adequado às necessidades de aprendizagem dos alunos, acreditando que todos são capazes de aprender; reconhecer-se como modelo de referência para alunos: como leitor, como usuário da escrita e como parceiro durante as atividades; utilizar o conhecimento disponível sobre os processos de aprendizagem dos quais depende a alfabetização, para planejar as atividades de leitura e escrita; As principais características necessárias ao professor alfabetizador observar o desempenho dos alunos durante as atividades, bem como as suas interações nas situações de parceria, para fazer intervenções pedagógicas adequadas; planejar atividades de alfabetização desafiadoras, considerando o nível do conhecimento real dos alunos; formar agrupamentos produtivos de alunos, considerando seus conhecimentos e suas características pessoais; selecionar diferentes tipos de textos, que sejam apropriados para o trabalho; utilizar instrumentos funcionais de registro do desempenho e da evolução dos alunos, de planejamento e de documentação do trabalho pedagógico; responsabilizar-se pelos resultados obtidos em relação às aprendizagens dos alunos. A formação de um alfabetizador O alfabetizador deve buscar, com o seu trabalho, conhecimento sobre a linguagem, pois os alunos fazem parte desse processo comunicativo. Nesse sentido, é fundamental reconhecer que o processo alfabetizador é um processo de interação com a língua, em que os aprendentes tornam-se produtores e realizam ações de reflexão sobre a linguagem. Saber o que se vai ensinar é indispensável para a condução do processo educativo, que considera que “a mais alta função da educação consiste em produzir um indivíduo integrado, capaz de entrar em relação com o todo”. Assim, “só consegue ensinar algo aquele que também está disposto a aprender”, e a formação do professor é um passo significativo para se encontrar o caminho que o leve a uma educação capaz de formar o cidadão crítico e reflexivo. É importantíssimo saber sobre os níveis de evolução da língua escrita e também trabalhar com os níveis para conhecer como a criança se desenvolve no processo de aquisição da escrita.
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