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Tônus muscular e imersão5.1
O tônus é uma propriedade muscular de 
controle nervoso involuntário, responsável 
por auxiliar o corpo a manter uma postura e 
realizar movimentos. Pode ser defi nido tam-
bém como uma tensão elástica que permite 
ao músculo se contrair. A fi sioterapia aquática, 
através dos princípios físicos da água, favorece 
e é capaz de equilibrar as alterações de tonici-
dade em um corpo, melhorando, dessa forma, 
o controle dos movimentos, o equilíbrio postu-
ral, a marcha, a fl exibilidade, a força muscular 
e a qualidade de vida do paciente. A imersão aquática em água térmica provoca no corpo um es-
tado de vasodilatação, promovendo o relaxamento das fi bras musculares e, consequentemente, 
a diminuição do tônus muscular (DI MASI, 2000; ALLEN et al., 2008). 
Campion (2000) afi rma que:
o relaxamento das fi bras musculares ocorre por uma redução dos estímulos sim-
páticos e aumento da atividade do sistema parassimpático; o hipotálamo envia a 
resposta corporal ao relaxamento, diminuindo o consumo de oxigênio, reduzindo o 
tônus muscular e a resistência arterial à passagem do sangue, aumentando o aporte 
sanguíneo para as estruturas corporais, dessa forma, facilitando a mobilização dos 
segmentos. 
Já a imersão em água gelada causa a reação fi siológica inversa, provocando um quadro 
de vasoconstrição corporal, promovendo o recrutamento e a ativação da contração das fi -
bras musculares, favorecendo, assim, o aumento do tônus (ALLEN et al., 2008). O empuxo 
também exerce infl uência sobre o tônus muscular, pois a viscosidade junto com a força da 
gravidade dão resistência à execução de um exercício, que podem causar um excesso de 
informações, conduzindo a um estado de hiperestimulação e aumento da tonicidade (BA-
TES, HANSON, 1998);
PAUSA PARA REFLETIR
A maioria das disfunções neurológicas provoca a diminuição e a perda da força muscular, logo, 
seria correto e essencial prescrever exercícios de força e resistência para todos esses pacientes? 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 120
Tônus muscular5.1.1
O tônus muscular possui uma característica dinâmica, podendo sofrer alterações de es-
tado pela mudança da posição de um membro, pela alteração do decúbito do corpo, por 
elementos sistêmicos, condições ambientais e por razões emocionais e comportamentais. 
Quando um paciente possui o tônus aumentado, dizemos que há uma condição de hiperto-
nia e/ou espasticidade, já quando o tônus está diminuído é denominado hipotonia (BATES; 
HANSON, 1998). Outra condição possível é um tônus está fl utuante, em que este é instável, 
passando constantemente de um estado hipotônico para hipertônico e vice-versa, todavia, 
quando a fase de hipotonia é predominante sobre a fase de hipertonia, classifi camos como 
um caso de ataxia (ALLEN et al., 2008).
Avaliar o tônus muscular não é uma tarefa simples. A avaliação é feita, comumente, pelo 
fi sioterapeuta por meio da visualização e mobilização do paciente. Com isso, o profi ssio-
nal consegue verifi car se o tônus está normal, aumentado ou diminuído, mas não é capaz 
de graduá-lo. Para uma classifi cação mais fi dedigna, pode-se utilizar a escala de Ashworth, 
que possui uma versão validada e adaptada à língua portuguesa, capaz de mensurar o tônus 
muscular em graus (0 a 4) de acordo com a resistência oferecida pelo paciente à realização de 
um alongamento passivo. Observe, no Quadro 1, as características e os itens que compõem a 
graduação da escala de Ashworth (POSSAMAI; SANTOS, 2013). 
Quadro 1. Escala de avaliação do tônus muscular de Ashworth adaptada à língua portuguesa
Grau Descrição
0 Tônus normal
1
Discreto aumento do tônus muscular, manifestado por contração e relaxamen-
to ou por uma resistência mínima no fi nal do movimento quando a articulação 
afetada é fl etida ou estendida. 
1+
Discreto aumento do tônus muscular, manifestado por contração associada a 
uma resistência mínima durante o restante (menos da metade) da amplitude 
de movimento.
2 Aumento mais pronunciado do tônus muscular durante a maior parte da ampli-tude de movimento, mas a movimentação passiva é facilmente realizada.
3 Aumento considerável do tônus muscular e a movimentação passiva é realiza-da com difi culdade. 
4 Articulação afetada rígida em fl exão ou extensão.
Fonte: SPOSITO; RIBERTO, 2010. (Adaptado).
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 121
A escala de avaliação do tônus muscular de Ashworth é uma das citadas na literatura mé-
dica como opção confi ável na utilização clínica multiprofi ssional. Um ponto importante que 
deve se ressaltar é que a avaliação do tônus deve sempre ser realizada em solo, pois a imersão 
aquática pode induzir a um erro de mensuração, já que as propriedades físicas da água têm o 
poder de alterar a tonicidade de um corpo (FORNAZARI, 2017).
Hipertonia, hipotonia e ataxia muscular5.1.2
A hipertonia e o estado de espasticidade ocorrem por uma acentuação dos refl exos, sobre-
tudo pela superexcitabilidade do refl exo de estiramento, pois os mecanismos de inibição 
da contração muscular não conseguem agir sobre os músculos antagonistas e promover o seu 
relaxamento (BATES; HANSON, 1998). Essa condição está diretamente relacionada a uma lesão 
no neurônio motor superior, que compromete os sinais das vias nervosas descendentes, fa-
zendo com que o paciente tenha a sua funcionalidade prejudicada por um quadro de défi cit de 
força muscular, perda do controle dos movimentos, aumento da rigidez articular, diminuição 
da amplitude de movimento (ADM), aumento da atividade dos refl exos e presença de refl exos 
patológicos, como o refl exo de Babinski (CARVALHO, 2018). 
Figura 1. Criança apresentando hipertonia e espasticidade. Fonte: REED, 2007. (Adaptado).
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 122
Figura 2. Adulto com hipertonia e espasticidade. Fonte: CAMPION, 2000. (Adaptado).
Os pacientes hipotônicos apresentam um sistema vestibular desorganizado, incapaz de rea-
gir ao meio externo de forma adequada, não conseguindo, então, processar de modo correto 
as sensações vestibulares, ou seja, o acometido não obtém a mesma informação que pessoas 
com o tônus normal recebem por meio do movimento corporal (MORRIS, 2000). A hipotonia 
pode ser desenvolvida em consequência do comprometimento de diversas estruturas. Por 
essa razão é classifi cada em dois grupos: as de causa primária, também denominadas causa 
intrínseca (mais raras), estão associadas ao acometimento das estruturas que compõem o 
arco refl exo, afetando a unidade motora periférica, o motoneurônio medular, os nervos, as 
raízes e os músculos; as de causas secundárias estão relacionadas a lesões no SNC, disfunções 
dos tendões e ligamentos, patologias sistêmicas graves e síndromes genéticas (REED, 2007). 
PAUSA PARA REFLETIR
Quais são os sinais positivos e negativos da síndrome do neurônio motor superior? 
Pacientes hipotônicos, sobretudo na fase da infância, apresentam algumas características 
e reações físicas comuns. Por exemplo, na mobilização passiva percebe-se facilmente uma 
ausência acentuada de resistência ao movimento, conforme pode ser observado nas Figs. 
4 e 5. Na posição ventral, em suspensão, possuem muita difi culdade em segurar a cabeça, 
podendo ser completamente incapazes de mantê-la erguida. O mesmo acontece durante uma 
manobra de tração pelas mãos, na posição supina (REED, 2007). 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 123
Figura 3. Criança apresentando hipotonia em manobra de suspensão ventral. Fonte: REED, 2007. (Adaptado).
Figura 4. Criança apresentando hipotonia em manobra de tração pelas mãos. Fonte: REED, 2007. (Adaptado).
A ataxia muscular não é considerada uma doença, mas um sintoma decorrente de uma 
lesão ou doença neurológica subjacente (CARVALHO, 2018), que provoca a perda da coorde-
nação motora e doequilíbrio, acometendo diretamente a capacidade de controlar as ações 
musculares durante a realização de movimentos voluntários, como deambular e escrever. A 
ataxia pode comprometer a função de qualquer músculo do corpo humano, inclusive os envol-
vidos na respiração, deglutição e de controle esfi ncteriano (ALLEN et al. 2008).
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 124
Figura 5. Alterações provocadas pela ataxia. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 12/09/2019. (Adaptado).
Sintomas da ataxia:
Falta de
coordenação
Tronco 
cerebral
Neurônio 
motor
Fibra 
muscular
Mielina
Músculo
Cerebelo 
Cérebro
Cérebro
Junção neuromuscular
Fala arrastada
Problemas 
cardíacos 
Anormalidades 
na marcha
Movimentos 
anormais dos 
olhos
Problemas para 
comer e engolir
Tremores e deterioração 
das habilidades 
motoras fi nas
Difi culdade para 
caminhar e falta de 
equilíbrio
ATAXIA
Ataxia é uma doença degenerativa do sistema nervoso 
que consiste na falta de coordenação nos músculos dos 
movimentos voluntários.
ESCLARECIMENTO:
As ataxias podem ser hereditárias ou adquiridas. As hereditárias são um grupo de 
patologias geneticamente determinadas, que podem ser subdividas em autossô-
micas recessivas (herança de um gene recessivo do pai e da mãe) e autossômicas 
dominantes (herança de um gene dominante do pai ou da mãe). Os casos de ata-
xias adquiridas não possuem associação genética e podem ser desenvolvidas pelo 
uso de drogas, alcoolismo, alterações do sistema neuroimunológico (por exemplo a 
esclerose múltipla) e lesões cerebrais causadas por traumas. 
micas recessivas (herança de um gene recessivo do pai e da mãe) e autossômicas micas recessivas (herança de um gene recessivo do pai e da mãe) e autossômicas 
As ataxias podem ser hereditárias ou adquiridas. As hereditárias são um grupo de 
patologias geneticamente determinadas, que podem ser subdividas em autossô-
micas recessivas (herança de um gene recessivo do pai e da mãe) e autossômicas 
dominantes (herança de um gene dominante do pai ou da mãe). Os casos de ata-
xias adquiridas não possuem associação genética e podem ser desenvolvidas pelo 
dominantes (herança de um gene dominante do pai ou da mãe). Os casos de ata-
xias adquiridas não possuem associação genética e podem ser desenvolvidas pelo 
uso de drogas, alcoolismo, alterações do sistema neuroimunológico (por exemplo a 
As ataxias podem ser hereditárias ou adquiridas. As hereditárias são um grupo de 
patologias geneticamente determinadas, que podem ser subdividas em autossô-patologias geneticamente determinadas, que podem ser subdividas em autossô-patologias geneticamente determinadas, que podem ser subdividas em autossô-patologias geneticamente determinadas, que podem ser subdividas em autossô-patologias geneticamente determinadas, que podem ser subdividas em autossô-
micas recessivas (herança de um gene recessivo do pai e da mãe) e autossômicas 
dominantes (herança de um gene dominante do pai ou da mãe). Os casos de ata-
xias adquiridas não possuem associação genética e podem ser desenvolvidas pelo 
micas recessivas (herança de um gene recessivo do pai e da mãe) e autossômicas micas recessivas (herança de um gene recessivo do pai e da mãe) e autossômicas micas recessivas (herança de um gene recessivo do pai e da mãe) e autossômicas micas recessivas (herança de um gene recessivo do pai e da mãe) e autossômicas 
dominantes (herança de um gene dominante do pai ou da mãe). Os casos de ata-dominantes (herança de um gene dominante do pai ou da mãe). Os casos de ata-
xias adquiridas não possuem associação genética e podem ser desenvolvidas pelo xias adquiridas não possuem associação genética e podem ser desenvolvidas pelo xias adquiridas não possuem associação genética e podem ser desenvolvidas pelo xias adquiridas não possuem associação genética e podem ser desenvolvidas pelo 
uso de drogas, alcoolismo, alterações do sistema neuroimunológico (por exemplo a 
Princípios físicos da imersão atuantes sobre o tônus 
muscular
5.1.3
O corpo imerso na água sofre alterações de comportamento que podem favorecer a aqui-
sição de habilidades funcionais. Isso é possível graças à presença dos princípios físicos da 
água (DI MASI, 2000). Para tratar pacientes hipertônicos, a temperatura da água deve estar 
elevada, recomendando-se acima dos 33 °C, pois dessa forma haverá um aumento da circula-
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 125
ção sanguínea que irá nutrir e irrigar melhor a região imersa, fazendo com que esses músculos 
relaxem mais, diminuindo, assim, o tônus muscular e a rigidez articular. As piscinas mantidas 
a baixas temperaturas promovem ao paciente, no momento da imersão, a contração das suas 
fi bras musculares, favorecendo o aumento do tônus, sendo indicado, portanto, nos casos de 
hipotonia (BATES; HANSON, 1998; CAMPION, 2000).
Os músculos hipotônicos têm densidade diminuída em relação a um músculo com tônus 
normal, logo, um paciente que apresente essa condição tenderá a fl utuar mais durante a imer-
são aquática. O mecanismo contrário ocorre com os pacientes hipertônicos, que possuem a 
densidade muscular aumentada, tendendo a afundar mais (FORNAZARI, 2017). Além dos efei-
tos da temperatura da água, existem vários outros fatores de alterações do tônus observados 
durante a imersão. Uma dessas teorias afi rma que, no solo, o tônus aumenta conforme o cor-
po se eleva contra a gravidade, enquanto na água a força da gravidade é minimizada porque 
o empuxo é proporcional ao peso do corpo da água deslocada, assim a diminuição do tônus 
seria prevista. Todavia, a característica dinâmica da base de sustentação e a instabilidade pro-
vêm estímulos para o recrutamento das fi bras musculares, assim sendo, estes devem ser con-
trolados e conduzidos de maneira a serem favoráveis ao tratamento (REED, 2007).
Outro aspecto que contribui para a diminuição da hipertonia é o emprego da fl utuabilidade 
como um meio de auxílio aos movimentos, facilitando sua execução. A necessidade de recru-
tamento das fi bras musculares diminui, portanto o tônus também é reduzido. Na imersão, os 
sinais aferentes proprioceptivos e táteis são diminuídos, acontece a redução do envio de sinais 
facilitadores aos músculos extensores e a dessensibilização do fuso muscular, diminuindo a ação 
das fi bras gama. Essa seria outra teoria para a diminuição do tônus, pois os sinais aferentes re-
duzidos provocam uma resposta mais ordenada ao estímulo gravitacional em indivíduos hiper-
tônicos, possibilitando que estes tenham um controle maior de seus movimentos (REED, 2007).
A turbulência da água é uma propriedade que promove a resistência, favorecendo o au-
mento do tônus muscular. Assim sendo, nos casos de hipertonia, os exercícios que utilizem 
essa ação serão contraindicados. A água exerce uma função de suporte ao corpo através das 
propriedades de empuxo e fl utuação, favorecendo a aquisição postural de uma forma mais 
independente para pacientes com disfunção de tonicidade (REED, 2007).
Cuidados e precauções no ambiente aquático na 
reabilitação de pacientes neurológicos
5.1.4
A reabilitação adequada dos pacientes portadores de lesões e doenças neurológicas é di-
retamente correlacionada ao domínio dos mecanismos fi siopatológicos presentes e da com-
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 126
preensão do embate dela no paciente. A realização de uma boa avaliação favorece a pres-
crição de um programa terapêutico adequado, de modo a minimizar as complicações e 
promover a funcionalidade do paciente (CAMPION, 2000). Por meio da avaliação, o fisiotera-
peuta consegue identificar as limitações presentes e com base nelas pode manter os cuidados 
necessários com a segurança do paciente, tendo em vista que as lesões neurológicas podem 
provocar alterações posturais, de controle domovimento, do tônus muscular, do equilíbrio e 
até mesmo o comprometimento cognitivo, aumentando o risco de intercorrências durante o 
atendimento (JAKAITIS et al., 2017).
Uma das precauções que o fisioterapeuta deve ter ao atender pacientes neurológicos é 
de reservar um horário em que possa dedicar-lhes total atenção, supervisionando individual-
mente os seus movimentos, já que os déficits cerebrais e os sintomas apresentados dificultam 
o entendimento dos comandos e a correta execução dos exercícios. A chance de ocorrer um 
afogamento acidental também é maior, pois a alteração do tônus muscular dificulta e até mes-
mo impede o controle postural adequado, fazendo com que o corpo e as vias aéreas tendam a 
permanecer submersos (MORRIS, 2000). 
Outros cuidados importantes e precauções necessárias são relacionados a (MORRIS, 2000; 
JAKAITIS et al., 2017; CAMPION, 2000):
• Adequação da temperatura da água ao quadro clínico apresentado;
• Assistência na saída da piscina para evitar acidentes;
• Adaptação dos pacientes novos à água;
• Duração do atendimento para que não se torne exaustivo e desestimulante;
• Verificação da presença de sinais e sintomas que representam contraindicações absolutas 
à imersão hídrica, como doenças de pele contagiosas e alterações hemodinâmicas não con-
troladas;
• Ausência de reflexo da tosse impedindo a submersão;
• A manutenção de pacientes com traqueostomia somente em ortostatismo ou em posição 
supina;
• Estabelecimento de um protocolo de primeiros socorros;
• Recomendações ao paciente com incontinência fecal ou urinária do uso de protetores ou 
fraldas adequadas ao ambiente aquático;
• Colocação de curativos impermeáveis sobre feridas;
• Controle da temperatura, já que pacientes neurológicos apresentam dificuldade em regu-
lar a temperatura, tendendo à prostração pelo calor e à hipotermia; 
• Presença de um encaminhamento médico como forma de respaldo nos casos considera-
dos graves ou que representem algum risco. 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 127
Fisioterapia neurofuncional pediátrica5.2
As atividades motoras são essenciais para o desenvolvimento da criança. Ao brincar e 
se movimentar, a criança passa a descobrir o mundo por meio de seu corpo, desenvolvendo 
assim o seu potencial motor e cognitivo. Crianças que possuem lesões neurológicas tendem a 
não conseguir explorar o ambiente e a não se desenvolver adequadamente. Nesses casos, é 
recomendando o acompanhamento por uma equipe de reabilitação multiprofi ssional e inter-
disciplinar, incluindo a fi sioterapia neurofuncional (BERTOLUCCI et al., 2016).
A fi sioterapia neurofuncional pediátrica tem por objetivo promover o desenvolvimento neu-
ropsicomotor da criança de modo a minimizar os seus atrasos cognitivos e motores e prevenir 
a instalação de deformidades osteomusculares e de outras complicações que possam agravar 
o quadro e limitar ainda mais as suas funções. O ambiente aquático permite uma infi nidade 
de métodos terapêuticos, que são embasados sobretudo na hidrocinesioterapia, que pode ser 
realizada de forma passiva, ativa-assistida e ou resistida. De forma geral, os exercícios devem 
englobar atividades lúdicas que estimulem a coordenação motora, as reações posturais, o ga-
nho de força, a fl exibilidade, o equilíbrio e as habilidades que levem à aquisição da mobilidade 
e independência física (KOPCZYNSKI et al., 2012).
As crianças com doenças neurológicas, assim como todas as outras, devem ser colocadas em 
todas as posições e decúbitos posturais, de modo a estimular o seu desenvolvimento. O ortosta-
tismo também deve ser estimulado no atendimento, ainda que a deambulação não seja possível, 
pois há diversos outros benefícios envolvidos, como a diminuição da ocorrência de úlceras de 
pressão e a sensação de descarga de peso sobre os membros inferiores. Crianças que necessi-
tam usar cadeira de rodas devem realizar exercícios de fortalecimento de membros superiores 
para facilitar a sua locomoção. As que apresentarem difi culdade de movimentar os membros 
superiores devem ser estimuladas por meio da exploração de sua motricidade espontânea e 
com criatividade para a exploração do ambiente ao seu redor, propiciando, assim, a estimulação 
do movimento. O fi sioterapeuta deve também prescrever atividades que estimulem a aquisição 
da habilidade de realizar transferências da cadeira de rodas para outro local, como, por exemplo, 
para uma poltrona (BERTOLUCCI et al., 2016; KOPCZYNSKI et al., 2012; ASSIS et al., 2012).
A avaliação postural deve ser realizada com frequência, pois durante a fase de crescimento 
é comum o desenvolvimento de deformidades na coluna vertebral em pacientes neurológicos, 
principalmente os que possuem défi cit de mobilidade. Outro aspecto importante na reabili-
tação neurofuncional pediátrica é a orientação familiar, pois é a família que está em contato 
diário com o paciente e pode e deve realizar estímulos adequados em casa para otimizar o 
tratamento (ASSIS et al., 2012).
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 128
Visão geral5.2.1
Segundo a Associação Brasileira de Fisioterapia Neurofuncional (ABRAFIN):
a fi sioterapia neurofuncional pediátrica é uma área que atua de forma preventiva, 
curativa, adaptativa ou paliativa nas sequelas resultantes de danos ao sistema ner-
voso, abrangendo tanto o SNC como o Sistema Nervoso Periférico (SNP), bem como 
doenças neuromusculares, tendo o profi ssional da área a responsabilidade de avaliar 
o paciente, dar o diagnóstico cinético funcional, prescrever o tratamento e defi nir o 
momento da alta.
As disfunções oriundas de danos cerebrais provocados por doenças neurológicas ou por 
lesões secundárias variam conforme a região e a extensão acometida. A principal dis-
função motora decorrente do comprometimento do SNC é a hipertonia. Já nas lesões do SNP 
observa-se o efeito contrário, a instalação de um quadro de hipotonia (FORNAZARI, 2017). O 
objetivo da fi sioterapia neurofuncional pediátrica é a reabilitação da criança como um todo, 
almejando restaurar funções como: força, resistência, equilíbrio, mobilidade, deambulação e 
coordenação motora grossa e fi na. De forma resumida, a reabilitação neurofuncional busca 
proporcionar a independência física da criança, o aumento da sua qualidade de vida e a sua 
reinserção social (CARVALHO, 2018). 
Figura 6. Esquematização do mecanismo de ação de uma doença/lesão sobre o sistema nervoso central (SNC). Fonte: SPOSITO; RIBER-
TO, 2010. (Adaptado).
Patologia do SNC
Patologia musculoesquelética
Sinais positivos da
síndrome do neurônio
motor superior
• Espasticidade
• Hiperrefl exia
• Clônus
• Co-contração
Perda da inibição do
neurônio motor inferior
Perda da conexão do
neurônio motor inferior
(e outras vias)
Sinais negativos da
síndrome do neurônio
motor superior
• Fraqueza
• Fadigabilidade
• Defi ciência de equilíbrio
• Defi ciência sensorial
• Encurtamento muscular
• Torção óssea
• Instabilidade muscular
• Artrite degenerativa
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 129
Fases neuroevolutivas – visão geral5.2.2
O desenvolvimento neuropsicomotor ocorre em um ritmo acelerado do nascimento do 
bebê até os dois primeiros anos de vida. As conquistas adquiridas nessa fase são capazes 
de gerar infl uências positivas por toda a vida, mas também atrasos que podem afetar ne-
gativamente a vida do paciente (FORNAZARI, 2017). As mudanças evolutivas que acontecem 
nesse período são decorrentes de um complexo desenvolvimento neurológico, o qual sofre 
infl uência de fatores ambientais e genéticos. A compreensão das fases neuroevolutivas 
é de importância fundamental na prática clínica neurológica, principalmente nos casos em 
que o paciente apresenta ou tem chance iminente de apresentar uma disfunção motora porconta de uma patologia cerebral ou lesão nervosa (ORSINI, 2010). 
O fi sioterapeuta precisa conhecer as fases de desenvolvimento para poder avaliar o 
paciente adequadamente, reconhecendo as reações esperadas para a idade e percebendo 
a ausência de respostas motoras que deveriam estar presentes. Nos primeiros anos de 
vida, a evolução do desenvolvimento segue uma sequência ordenada, em que são normais 
pequenos atrasos decorrentes da variabilidade individual. Um programa de reabilitação 
neurológica possui como objetivo central a minimização das incapacidades e o aperfeiçoa-
mento da função (CAMPION, 2000).
O desenvolvimento neuroevolutivo do bebê segue a seguinte ordem:
• Controle cervical;
• Extensão de tronco;
• Rolamento em bloco;
• Rolamento dissociado;
• Sentar – controle frontal, lateral e posterior;
• Arrasto;
• Quatro apoios; 
• Engatinha (não é um marco motor obrigatório);
• Ajoelhado;
• Ortostatismo;
• Marcha – lateral e para frente.
Gallahue e Ozmun afi rmam que a neuroevolução e o consequente desenvolvimento motor 
são compostos por quatro fases: fase motora rudimentar, fase motora fundamental, fase mo-
tora refl exiva e fase motora especializada (Fig. 7). 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 130
Figura 7. Fases neuroevolutivas do desenvolvimento motor. Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2003. (Adaptado).
Faixas etárias
aproximadas
de desenvolvimento
Fase motora
especializada
Os estágios de
desenvolvimento motor
Estágio maduro
Estágio elementar
Estágio inicial
Estágio de pré-controle
Estágio de inibição de reflexos
Estágio de decodificação
de informação
Estágio de decodificação
de informação
Estágio de utilização permanente
Estágio de aplicação
Estágio transitório
Fase motora
fundamental
Fase motora
rudimentar
Fase motora
reflexiva
Acima de 14 anos
De 11 a 13 anos
De 7 a 10 anos
De 6 a 7 anos
De 4 a 5 anos
De 2 a 3 anos
De 1 a 2 anos
Do nascimento
até 1 ano
De 4 meses a 1 ano
Dentro do útero
até 4 meses 
de idade
Utilização 
permanente
recreativa
Utilização 
permanente
competitiva
Utilização 
permanente
na vida diária
Segundo Gallahue e Ozmun (2003),
o processo de desenvolvimento motor revela-se basicamente por alterações no compor-
tamento motor. Todos nós, bebês, crianças, adolescentes e adultos estamos envolvidos 
no processo permanente de aprender a mover-se com controle e competência, em re-
lação aos desafios que enfrentamos diariamente em um mundo em constate mutação.
A fase motora reflexiva compreende os reflexos, que são as primeiras formas de movimento 
humano. Estes movimentos são involuntários e constituem a base para as fases do desenvolvi-
mento motor. A fase de movimentos rudimentares ocorre de uma forma maturacional, apresen-
tando uma ordem de desenvolvimento previsível. São englobados nessa fase os movimentos esta-
bilizadores (controle cefálico), as ações de alcançar, agarrar e soltar, e os movimentos locomotores 
de arrastar-se, engatinhar e caminhar. A fase de movimentos fundamentais incluem as habilidades 
motoras da primeira infância, representando um período no qual a criança explora e experimenta 
as capacidades motoras de seu corpo. A fase de movimentos especializados lapida e refina pro-
gressivamente as habilidades estabilizadoras, locomotoras e manipulativas (MORRIS, 2000).
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 131
Controle motor5.2.3
O sistema nervoso possui estruturas responsáveis por controlar os músculos e seus 
respectivos movimentos. Essas estruturas são denominadas motoneurônios, que, junta-
mente com as fibras musculares, formam uma unidade motora. Músculos que possuem 
uma grande unidade motora apresentam menos controle e precisão, já quando a unidade 
é pequena, o controle motor e a precisão do movimento são maiores (FORNAZARI, 2017). 
O controle motor ajuda a regular: a contração dos músculos, o momento de execução de 
um movimento, os ajustes posturais adequados para o movimento, a inércia dos mem-
bros e a disposição mecânica dos músculos, ossos e articulações antes do movimento 
iniciar (MORRiS, 2000).
Para entrar em ação, o controle motor recebe sinais proprioceptivos e do ambiente, 
e possui três níveis de controle: na medula espinhal, no córtex motor e no tronco en-
cefálico. O controle no nível da medula espinhal é responsável por regular o reflexo de 
estiramento e o tônus muscula; no nível do tronco encefálico controla os movimentos 
finos, o equilíbrio e a postura; no nível do córtex primário controla o sentido e a força 
do movimento, no córtex suplementar controla os movimentos bilaterais e no córtex 
pré-motor controla movimentos proximais que arremessam o braço no sentido desejado 
(CARVALHO, 2018).
A primeira conquista de controle motor que o bebê obtém é o controle da sua cabeça. 
Essa capacidade já deve estar presente até, no máximo, o terceiro mês de vida. O con-
trole sobre o corpo para produzir movimentos de rolar deve surgir até o quinto mês e o 
controle do tronco para permanecer sentado deve começar a aparecer nos seis meses. 
Por volta dos doze meses, a criança começa a manter o controle do seu corpo em posição 
ortostática, dando seus primeiros passos (MORRIS, 2000).
ESCLARECIMENTO:
É importante ressaltar que as fases das conquistas do controle motor não de-
vem ser seguidas como uma regra rígida, pois pequenas variações de tempo são 
normais, principalmente quando o nascimento do bebê ocorre de forma prema-
tura, ou seja, antes de 38 semanas de gestação, sendo necessário, nesses casos, 
corrigir a idade da criança para avaliar a sua fase de desenvolvimento motor 
fi dedignamente, já que a idade cronológica não será representativa do quadro 
motor real esperado. 
normais, principalmente quando o nascimento do bebê ocorre de forma prema-normais, principalmente quando o nascimento do bebê ocorre de forma prema-
É importante ressaltar que as fases das conquistas do controle motor não de-
vem ser seguidas como uma regra rígida, pois pequenas variações de tempo são 
normais, principalmente quando o nascimento do bebê ocorre de forma prema-
tura, ou seja, antes de 38 semanas de gestação, sendo necessário, nesses casos, 
corrigir a idade da criança para avaliar a sua fase de desenvolvimento motor 
fi dedignamente, já que a idade cronológica não será representativa do quadro 
É importante ressaltar que as fases das conquistas do controle motor não de-
vem ser seguidas como uma regra rígida, pois pequenas variações de tempo são vem ser seguidas como uma regra rígida, pois pequenas variações de tempo são vem ser seguidas como uma regra rígida, pois pequenas variações de tempo são vem ser seguidas como uma regra rígida, pois pequenas variações de tempo são vem ser seguidas como uma regra rígida, pois pequenas variações de tempo são 
normais, principalmente quando o nascimento do bebê ocorre de forma prema-
tura, ou seja, antes de 38 semanas de gestação, sendo necessário, nesses casos, 
corrigir a idade da criança para avaliar a sua fase de desenvolvimento motor 
normais, principalmente quando o nascimento do bebê ocorre de forma prema-normais, principalmente quando o nascimento do bebê ocorre de forma prema-normais, principalmente quando o nascimento do bebê ocorre de forma prema-normais, principalmente quando o nascimento do bebê ocorre de forma prema-
tura, ou seja, antes de 38 semanas de gestação, sendo necessário, nesses casos, tura, ou seja, antes de 38 semanas de gestação, sendo necessário, nesses casos, 
corrigir a idade da criança para avaliar a sua fase de desenvolvimento motor corrigir a idade da criança para avaliar a sua fase de desenvolvimento motor corrigir a idade da criança para avaliar a sua fase de desenvolvimento motor corrigir a idade da criança para avaliar a sua fase de desenvolvimento motorfi dedignamente, já que a idade cronológica não será representativa do quadro 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 132
Principais patologias neuropediátricas reabilitadas em 
ambiente aquático
5.2.4
A neuropediatra é uma área de atuação clínica desafi adora para os fi sioterapeutas, pois as 
crianças nem sempre estão dispostas a colaborar com o tratamento, havendo, por isso, a ne-
cessidade de utilizar condutas terapêuticas lúdicas para a conquista de resultados positivos. 
A fi sioterapia aquática é uma técnica de reabilitação comumente bem aceita pelas crianças, 
pois a água lhes desperta diferentes sensações, entre elas o prazer e a curiosidade pelo 
novo. Os exercícios hídricos podem ser empregados nas lesões neurológicas oriundas do 
SNC e do SNP, que provocam incapacidades e prejuízos funcionais (DI MASI, 2000). As dis-
funções clínicas causadas pelas doenças neurológicas são determinadas pela extensão e 
pelo local da lesão. Os principais sintomas tratados pela fi sioterapia aquática em pacientes 
neuropediátricos são: fraqueza muscular, instabilidade postural, alteração de tônus e sen-
sibilidade, diminuição da amplitude de movimento e da coordenação motora, incapacidade 
de deambular e efetuar mudanças de decúbito. As principais patologias, lesões, desordens e 
síndromes neuropediátricas que causam esses sintomas são: Síndrome de Down, encefalo-
patia crônica não progressiva (ECNP), traumatismo cranioencefálico (TCE), poliomielite, me-
ningite, atrofi a muscular espinhal, lesão medular, distrofi a muscular de Duchenne, encefa-
lopatia hipóxico-isquêmica, autismo, microcefalia e mielomeningocele (BIASOLI; MACHADO, 
2006; SPOSITO; RIBERTO, 2010).
ESCLARECIMENTO:
Nas doenças neurológicas ou nos acometimentos cerebrais, vários fatores in-
terferem na capacidade da realização de atividades funcionais, pois pacientes 
com a mesma doença e comprometimentos similares podem apresentar inca-
pacidades diferentes. Dessa forma, o local anatômico da lesão, a síndrome por 
ele gerada e o processo fi siopatológico causado agem de forma característica e 
individual, devendo, portanto, cada paciente receber um tratamento individuali-
zado e específi co, não existindo uma “fórmula” universal ou padrão. 
com a mesma doença e comprometimentos similares podem apresentar inca-com a mesma doença e comprometimentos similares podem apresentar inca-
Nas doenças neurológicas ou nos acometimentos cerebrais, vários fatores in-
terferem na capacidade da realização de atividades funcionais, pois pacientes 
com a mesma doença e comprometimentos similares podem apresentar inca-
pacidades diferentes. Dessa forma, o local anatômico da lesão, a síndrome por 
ele gerada e o processo fi siopatológico causado agem de forma característica e 
individual, devendo, portanto, cada paciente receber um tratamento individuali-
pacidades diferentes. Dessa forma, o local anatômico da lesão, a síndrome por 
ele gerada e o processo fi siopatológico causado agem de forma característica e 
individual, devendo, portanto, cada paciente receber um tratamento individuali-
zado e específi co, não existindo uma “fórmula” universal ou padrão. 
Nas doenças neurológicas ou nos acometimentos cerebrais, vários fatores in-
terferem na capacidade da realização de atividades funcionais, pois pacientes terferem na capacidade da realização de atividades funcionais, pois pacientes terferem na capacidade da realização de atividades funcionais, pois pacientes terferem na capacidade da realização de atividades funcionais, pois pacientes terferem na capacidade da realização de atividades funcionais, pois pacientes 
com a mesma doença e comprometimentos similares podem apresentar inca-
pacidades diferentes. Dessa forma, o local anatômico da lesão, a síndrome por 
ele gerada e o processo fi siopatológico causado agem de forma característica e 
com a mesma doença e comprometimentos similares podem apresentar inca-com a mesma doença e comprometimentos similares podem apresentar inca-com a mesma doença e comprometimentos similares podem apresentar inca-com a mesma doença e comprometimentos similares podem apresentar inca-
pacidades diferentes. Dessa forma, o local anatômico da lesão, a síndrome por pacidades diferentes. Dessa forma, o local anatômico da lesão, a síndrome por 
ele gerada e o processo fi siopatológico causado agem de forma característica e ele gerada e o processo fi siopatológico causado agem de forma característica e ele gerada e o processo fi siopatológico causado agem de forma característica e ele gerada e o processo fi siopatológico causado agem de forma característica e 
individual, devendo, portanto, cada paciente receber um tratamento individuali-
Fisioterapia neurofuncional adulta5.3
A reabilitação de pacientes com doenças e lesões neurológicas por vezes parece complexa, 
pois envolve, na maioria dos casos, um conjunto de disfunções físicas, cognitivas, perceptuais, de 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 133
comunicação, comportamentais e sociais. Quase sempre os familiares do paciente procuram o 
fisioterapeuta com questionamentos sobre quais serão as perspectivas futuras para este, desde 
a expectativa de vida até o grau de independência que pode ser atingido; o fisioterapeuta deve 
ter muita cautela ao realizar qualquer afirmação nesse sentido, visto que cada paciente respon-
de de uma maneira ao tratamento, não sendo possível estipular prazos fixos de melhora, alta 
e até mesmo de sobrevivência, já que estes aspectos envolvem vários outros fatores além da 
fisioterapia (BERTOLUCCI et al., 2016; KOPCZYNSKI et al., 2012; ASSIS ET et al., 2012).
A maioria das lesões e doenças neurológicas não possui uma cura definitiva, mas podem 
ser tratadas visando à melhora da qualidade de vida, de modo a maximizar a capacidade fun-
cional e minimizar as comorbidades secundárias. A fisioterapia neurofuncional se baseia na 
premissa da neuroplasticidade, que é definida como a capacidade de adaptação e regenera-
ção do SNC e do SNP, um fenômeno capaz de fazer com que o sistema nervoso modifique as 
conexões sinápticas. É um conceito amplo, que engloba desde reações às lesões traumáticas 
destrutivas até leves alterações decorrentes dos processos de aprendizagem e memória, ou 
seja, a neuroplasticidade é capaz de recuperar uma função fisiológica perdida em virtude de 
uma lesão (BERTOLUCCI et al., 2016).
Cada lesão neurológica possui características específicas que devem ser respeitadas para 
uma otimização terapêutica. O fisioterapeuta deve concentrar o programa de reabilitação em 
três pontos importantes: na potencialidade funcional, nas incapacidades decorrentes das di-
versas condições patológicas e na prevenção de incapacidades secundárias (BERTOLUCCI et al., 
2016; KOPCZYNSKI et al., 2012). O tratamento de pacientes com doenças neurodegenerativas, 
como a esclerose lateral amiotrófica, vai depender da velocidade de evolução da doença. Nos 
casos de progressão rápida, os exercícios não devem ser direcionados para o fortalecimento 
muscular e sim para a manutenção da postura e mobilidade (BERTOLUCCI et al., 2016).
Os pacientes fisicamente inativos possuem o dobro do risco de desenvolver uma doença co-
ronariana. Como a fraqueza é um sintoma comum dos pacientes com doença neuromuscular, 
a maioria dos pacientes mantém uma vida sedentária, tendendo ao sobrepeso. O resultado do 
sedentarismo é que o paciente passa a não ter apenas a fraqueza da doença em si, mas uma 
fraqueza adicional por desuso, que agravará ainda mais as limitações e restrições (BERTOLUCCI 
et al., 2016). A fisioterapia aquática é altamente recomendada na reabilitação neurofuncional 
por conta dos princípios físicos da água que facilitam os movimentos, que por vezes se tornam 
extremamente difíceis de serem realizados em solo (ASSIS et al., 2012).
Uma boaavaliação funcional, com um programa terapêutico individualizado e específico, 
ajuda o fisioterapeuta a prevenir contraturas e deformidades nos pacientes; alivia a dor; esti-
mula a força e a adequação do tônus muscular; promove o ganho de amplitude de movimento 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 134
articular; evita a atrofi a por desuso; e propicia o ganho de mobilidade e independência, fi cando 
evidente, dessa forma, que o conhecimento da fi siopatologia da lesão neurológica permite que 
a reabilitação esteja um passo à frente das perdas, possibilitando a minimização das disfun-
ções (KOPCZYNSKI et al., 2012; ASSIS et al., 2012).
Visão geral5.3.1
Enfrentar as incapacidades decorrentes das doenças neurológicas é um antigo desafi o mun-
dial. Nas últimas décadas, o número de pacientes que sobrevivem a traumas e patologias ce-
rebrais vem crescendo graças ao avanço científi co das intervenções terapêuticas. Todavia, a 
preocupação atual é em fornecer qualidade de vida, independência e funcionalidade a esses 
sobreviventes. A atuação do profi ssional fi sioterapeuta se mostra essencial nesse processo para 
reabilitar e tratar esses pacientes (BATES; HANSON, 1998). As principais causas de disfunções 
neurológicas nos pacientes adultos são decorrentes de acidente vascular cerebral (AVC), trau-
matismos cranianos provocados por acidentes, tumores cerebrais e Mal de Parkinson. Os sinto-
mas comumente apresentados nesses casos são: défi cit de equilíbrio, hipertonia ou hipotonia, 
fraqueza muscular, difi culdade de se locomover e diminuição da amplitude de movimento. A 
fi sioterapia aquática é um método efi caz e traz inúmeros benefícios para esses pacientes, pois 
faz a associação das propriedades físicas da água com o movimento realizado no exercício, oti-
mizando assim os resultados quando comparado à reabilitação em solo (BATES; HANSON, 1998).
Controle motor5.3.2
Diferentemente dos bebês e das crianças, que estão em constante desenvolvimento da aqui-
sição de habilidades motoras, indivíduos adultos saudáveis possuem um controle motor comple-
tamente desenvolvido, que possibilita a realização de diferentes movimentos, a manutenção de 
posturas em decúbitos variados e a contração muscular adequada. No entanto, em virtude de 
alguma doença neurológica ou lesão subjacente, este controle pode ser comprometido, fazendo 
com que o indivíduo tenha prejuízos funcionais, como a difi culdade de deambular e a incapaci-
dade de manter uma postura ereta (ROCHA, 1994). A fi sioterapia aquática possui técnicas espe-
cífi cas que atuam na reabilitação e na restauração do controle motor. Essas são empregadas 
com base nas quatro fases do controle motor, que são: mobilidade, estabilidade, mobilidade 
controlada e habilidade (MORRIS, 2000).
Morris (2000) diferencia desempenho do controle motor de aprendizado do controle motor, 
afi rmando que:
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 135
o desempenho do controle motor relaciona-se com a habilidade demonstrada du-
rante a sessão da prática, esta habilidade pode ou não ser incorporada em habili-
dade funcional duradoura. O aprendizado do controle motor refere-se à habilidade 
observada após a passagem de um período signifi cativo entre a sessão de prática e 
a observação da habilidade. 
O aprendizado do controle motor, portanto, é mais um indicativo de alteração funcional 
permanente e as variáveis que infl uenciam este aprendizado incluem o tipo de exercício e do 
feedback fornecido ao paciente (CARVALHO, 2018).
Principais patologias neurofuncionais adultas reabilitadas 
em ambiente aquático
5.3.3
A idade adulta é marcada como uma fase de conquista da independência física, porém 
essa independência pode se tornar limitada pela presença de uma patologia neurológica ou 
em decorrência de um dano cerebral. A fi sioterapia aquática é uma técnica de reabilitação 
que tem como objetivo promover a independência funcional, através de exercícios terapêuti-
cos que integram recursos motores, sensoriais, cognitivos e comportamentais. As principais 
patologias neurológicas que afetam adultos e são atendidas em ambiente aquático são: Mal 
de Parkinson, acidente vascular cerebral (AVC), tumores cerebrais, TCE, trauma raquimedu-
lar, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófi ca (ELA), Síndrome de Guillain-Barré e mie-
lopatias (SPOSITO; RIBERTO, 2010).
Técnicas fi sioterápicas neurofuncionais 5.4
Existem inúmeras técnicas desenvolvidas para o tratamento de lesões neurológicas em 
meio aquático, no entanto a simples utilização dos princípios físicos da água e da hidroci-
nesioterapia proporcionam excelentes resultados aos pacientes, já que a água facilita a 
realização dos movimentos e proporciona a sustentação do peso corporal (ASSIS et al., 2012).
A teoria neuromaturacional é amplamente utilizada e funciona como base para muitas técni-
cas aplicadas na fi sioterapia aquática neurofuncional. Essa teoria afi rma que as mudanças nas 
habilidades motoras grossas durante a infância ocorrem exclusivamente devido à maturação 
neurológica do SNC, que possui um aumento signifi cativo de mielinização e uma concomitante 
inibição dos núcleos subcorticais do encéfalo, possibilitando uma melhor integração entre as 
redes neurais do SNC. Segundo essa teoria, as instruções para o surgimento de habilidades 
motoras são codifi cadas no cérebro. O córtex cerebral é visto como o centro organizacional 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 136
para o controle motor, e o meio ambiente desempenha uma função secundária no desenvolvi-
mento das habilidades motoras (KOPCZYNSKI et al., 2012).
Empregam-se quatro categorias de intervenção nas técnicas que se baseiam na teoria neu-
romaturacional. Essas quatro devem se associar para cobrir todos os pontos das disfunções 
dos movimentos presentes. São elas: enfoque biomecânico, que usa os princípios da cinética 
e da cinemática para os movimentos, incluindo a resistência e as forças necessárias para me-
lhorar as atividades de vida diária; enfoque neurofisiológico e do desenvolvimento, que são 
realizados juntos e incluem uma combinação de técnicas neurofisiológicas e do conhecimento 
da sequência do desenvolvimento neuropsicomotor; e enfoque sensorial, que promove expe-
riências variadas, proporcionando uma aferência motora adequada (KOPCZYNSKI et al., 2012).
O método dos anéis de Bad Ragaz é uma técnica que usa flutuadores (denominados de 
anéis) em locais específicos do corpo do paciente com o objetivo de facilitar a execução de 
exercícios para ganho de coordenação motora e fortalecimento muscular. O método Halliwick 
é uma técnica que foi desenvolvida inicialmente para ensinar pacientes com incapacidades de 
nadar, mas também é utilizada e adaptada à fisioterapia neurofuncional, de modo a promover 
a independência física. O Watsu é uma técnica de alongamento muscular muito utilizada para 
promover o ganho de flexibilidade e a amplitude de movimento, visto que muitos pacientes 
com lesões neurológicas tendem a adquirir um estado de encurtamento dos tecidos moles 
pela imobilidade e pelo próprio mecanismo da doença (ASSIS et al., 2012).
Nos casos em que o paciente já possuía o desenvolvimento motor completo antes da 
instalação da lesão neurológica, o fisiotera-
peuta deve empregar técnicas focadas na 
reaprendizagem das funções motoras. Já 
nos pacientes que nasceram com a lesão ou 
a adquiriram antes do completo desenvol-
vimento neuropscicomotor, o fisioterapeuta 
deve estimular precocemente o aprendiza-
do motor e o desenvolvimento de habilida-
des (ASSIS et al., 2012).
Independentemente da técnica emprega-
da, os objetivos terapêuticos propostos sem-
pre vão depender da individualidade de cada 
caso, no entanto estas devem sempre priori-
zar a manutenção da independência física dopaciente (BERTOLUCCI et al., 2016). As técni-
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 137
cas de reabilitação aquática neurofuncionais consideradas ideais são aquelas que focam em 
manter a movimentação ativa, a amplitude de movimento, a força muscular e a capacidade 
respiratória pelo máximo de tempo possível, promovendo, dessa forma, uma melhor qualida-
de de vida ao paciente (KOPCZYNSKI et al., 2012).
A duração do tratamento de nenhuma técnica terapêutica pode ser determinada com 
precisão, pois o tempo entre o início e o fi nal (alta) é relacionado à gravidade de cada caso 
e às metas traçadas. Quando estas são atingidas, existe ainda a possibilidade de o paciente 
entrar para um programa de reabilitação desportiva, no qual o foco da terapia se modifi ca 
para a prática de esportes adaptados, como, por exemplo, a natação (BERTOLUCCI et al., 
2016; KOPCZYNSKI et al., 2012).
As alterações funcionais, sejam elas de ordem motora, sensorial ou psicocognitiva, não afe-
tam apenas o paciente, mas também as pessoas que convivem com ele, pois na maioria das 
vezes uma nova rotina precisa ser implementada. Assim, promover a adaptação do paciente 
para voltar a realizar tarefas da sua vida diária é responsabilidade também do fi sioterapeuta, 
por isso as técnicas de exercícios aplicadas devem ser coerentes e focadas na reabilitação das 
habilidades que eram comumente desempenhadas antes da lesão (ASSIS et al., 2012).
Todas as técnicas de tratamento possuem benefícios específi cos e muitas vezes decidir qual 
é a mais benéfi ca se torna uma tarefa difícil para o profi ssional. Para facilitar essa escolha, o 
fi sioterapeuta deve observar com atenção as difi culdades apresentadas e as evoluções con-
quistadas pelo paciente, de modo a adequar e modifi car, se necessário, a técnica empregada, 
já que um programa de reabilitação é constituído por diferentes fases e objetivos funcionais 
(BERTOLUCCI et al., 2016).
Técnicas de reabilitação aquática para as fases 
neuroevolutivas
5.4.1
A reabilitação neuroevolutiva é baseada no reconhecimento de dois aspectos impor-
tantes: primeiramente que a interferência da maturação normal do cérebro devido a uma 
lesão levará a um atraso ou a uma perda do desenvolvimento motor; depois que há a pre-
sença de padrões de postura e movimento anormal, devido à atividade refl exa anormal.
Com base nestes dois conceitos, foram desenvolvidos muitos programas de tratamen-
to. Estes objetivam inibir os padrões de reflexos anormais e estimular os padrões 
motores normais. Segundo Morris (2000),
o desenvolvimento normal, em seus dois aspectos de evolução das reações nor-
mais, e a mudança dos padrões totais e primitivos, para padrões de movimentos 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 138
mais complexos e seletivos, torna possível o estudo do desenvolvimento dos 
padrões de coordenação e aplicar este conhecimento no tratamento pacientes 
com idades variadas.
O conceito Bobath é um método neuroevolutivo amplamente utilizado no mundo todo. 
A meta dessa técnica é incentivar e aumentar a habilidade de movimentação funcional 
de uma maneira coordenada. Bobath engloba três estratégias de tratamento: facilitação, 
inibição e estimulação. Previamente ao início da facilitação, deve-se adequar o tônus 
do paciente, seja através da inibição ou de uma estimulação, de acordo com o quadro 
apresentado. A estimulação pode começar a partir do momento em que o tônus for ade-
quado. As estratégias de inibição e facilitação são guiadas pelo fisioterapeuta por meio 
de postos-chaves de controle, os quais o manuseio influencia seguimentos a distância. 
A cabeça, o esterno, o ombro e o quadril são considerados pontos-chave proximais, já o 
cotovelo, o punho, o joelho e o tornozelo distais. As estratégias de estimulação são capa-
zes de aumentar o tônus postural e regular a ação dos músculos agonistas, antagonistas 
e sinergistas (DI MASI, 2000).
Crianças com lesões neurológicas que apresentam atraso no desenvolvimento neu-
roevolutivo devem realizar exercícios aquáticos que favoreçam os marcos motores e o 
correto desenvolvimento (ORSINI, 2010). A reabilitação deve consistir no treinamento de 
ações que favoreçam levantar, caminhar, pegar e manusear objetos, e exercícios que 
organizem o tônus muscular, pois assim haverá uma melhora da flexibilidade, amplitude 
de movimento, da força, dos padrões de movimento e das capacidades motoras básicas 
para a mobilidade funcional (DI MASI, 2000).
ESCLARECIMENTO:
Cada fase neuroevolutiva do desenvolvimento motor é importante e deve ser 
respeitada. O fi sioterapeuta não deve objetivar uma aquisição de modo a ante-
cipar uma fase que só iria acontecer meses depois, pois o bebê pode não estar 
preparado fi sicamente para executá-la. Um exemplo de antecipação precoce da 
função é o emprego do andador em bebês com seis ou sete meses de vida. Essa 
ação limita o período de tempo da criança de permanecer e se movimentar no 
chão, fazendo com que esta deixe de experimentar posturas importantes para 
o seu desenvolvimento. Além disso, a Sociedade Brasileira de Pediatria não re-
comenda o uso de andadores por estarem relacionados a alterações de posicio-
namento dos membros inferiores e ao risco de acidentes. 
preparado fi sicamente para executá-la. Um exemplo de antecipação precoce da preparado fi sicamente para executá-la. Um exemplo de antecipação precoce da 
Cada fase neuroevolutiva do desenvolvimento motor é importante e deve ser 
respeitada. O fi sioterapeuta não deve objetivar uma aquisição de modo a ante-
cipar uma fase que só iria acontecer meses depois, pois o bebê pode não estar 
preparado fi sicamente para executá-la. Um exemplo de antecipação precoce da 
função é o emprego do andador em bebês com seis ou sete meses de vida. Essa 
ação limita o período de tempo da criança de permanecer e se movimentar no 
função é o emprego do andador em bebês com seis ou sete meses de vida. Essa 
ação limita o período de tempo da criança de permanecer e se movimentar no 
chão, fazendo com que esta deixe de experimentar posturas importantes para 
o seu desenvolvimento. Além disso, a Sociedade Brasileira de Pediatria não re-
comenda o uso de andadores por estarem relacionados a alterações de posicio-
namento dos membros inferiores e ao risco de acidentes. 
Cada fase neuroevolutiva do desenvolvimento motor é importante e deve ser 
respeitada. O fi sioterapeuta não deve objetivar uma aquisição de modo a ante-respeitada. O fi sioterapeuta não deve objetivar uma aquisição de modo a ante-
cipar uma fase que só iria acontecer meses depois, pois o bebê pode não estar 
respeitada. O fi sioterapeuta não deve objetivar uma aquisição de modo a ante-
cipar uma fase que só iria acontecer meses depois, pois o bebê pode não estar 
respeitada. O fi sioterapeuta não deve objetivar uma aquisição de modo a ante-
cipar uma fase que só iria acontecer meses depois, pois o bebê pode não estar 
respeitada. O fi sioterapeuta não deve objetivar uma aquisição de modo a ante-
cipar uma fase que só iria acontecer meses depois, pois o bebê pode não estar cipar uma fase que só iria acontecer meses depois, pois o bebê pode não estar 
preparado fi sicamente para executá-la. Um exemplo de antecipação precoce da 
função é o emprego do andador em bebês com seis ou sete meses de vida. Essa 
ação limita o período de tempo da criança de permanecer e se movimentar no 
chão, fazendo com que esta deixe de experimentar posturas importantes para 
preparado fi sicamente para executá-la. Um exemplo de antecipação precoce da preparado fi sicamente para executá-la. Um exemplo de antecipação precoce da 
função é o emprego do andador em bebês com seis ou sete meses de vida. Essa função é o emprego do andador em bebês com seis ou sete meses de vida. Essa 
ação limitao período de tempo da criança de permanecer e se movimentar no ação limita o período de tempo da criança de permanecer e se movimentar no ação limita o período de tempo da criança de permanecer e se movimentar no 
chão, fazendo com que esta deixe de experimentar posturas importantes para chão, fazendo com que esta deixe de experimentar posturas importantes para chão, fazendo com que esta deixe de experimentar posturas importantes para 
o seu desenvolvimento. Além disso, a Sociedade Brasileira de Pediatria não re-
comenda o uso de andadores por estarem relacionados a alterações de posicio-
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 139
Técnicas de reabilitação aquática para as fases do 
controle motor
5.4.2
A reabilitação aquática do controle motor deve ser específi ca para cada fase: mobilidade, 
estabilidade, mobilidade controlada e habilidade. Cada uma é mais complexa do que a 
anterior e por isso os exercícios também devem ser. Na primeira fase, o fi sioterapeuta deve es-
timular o ganho de mobilidade, ou seja, de movimento por meio de exercícios ativo-assistidos, 
ativos ou passivos, dependendo da condição do paciente; na fase de estabilidade, os exercícios 
devem estimular o corpo a desempenhar uma ação de suporte; na mobilidade controlada, o fi -
sioterapeuta deve promover e estimular o paciente a realizar os exercícios corretamente, com 
controle, equilíbrio e fl uência; e, fi nalmente, na fase de habilidade devem-se realizar os ajustes 
fi nos da função e estimular a execução dos movimentos ao máximo (MORRIS, 2000; BIASOLI; 
MACHADO, 2006).
O fi sioterapeuta pode usar o fl uxo turbu-
lento da água a favor do paciente para pro-
mover a aquisição do controle motor, pois o 
fl uxo turbulento provocado pela água em mo-
vimento e pela movimentação do corpo em 
diferentes velocidades exige uma maior esta-
bilização do corpo e uma maior ativação dos 
músculos abdominais e do tronco. O fi siotera-
peuta pode, ainda, orientar o paciente a con-
trair os seus músculos abdominais durante o 
exercício, de modo a potencializar o controle 
motor ainda mais (CAMPION, 2000).
Técnicas de reabilitação aquática para adequação 
de tônus
5.4.3
O primeiro passo para a reabilitação aquática do tônus muscular é adequar a temperatura 
da água a ele, mantendo-a mais elevada nos casos de hipertonia e mais amena nos casos de 
hipotonia. Os exercícios prescritos aos pacientes hipertônicos devem ser focados na realização 
de movimentos lentos e alongamentos suaves, de modo que se evite estimular a ativação e a 
contração das fi bras musculares, sendo contraindicado, portanto, exercícios resistivos e exte-
nuantes (BATES; HANSON, 1998). 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 140
Diagrama 1. Relação do tipo de tônus e a respectiva conduta clínica
HIPERTONIA Inibição
TÔNUS NORMAL Facilitação
HIPOTONIA Estimulação
Já as técnicas empregadas para a reabilitação da hipotonia devem consistir em movimentos 
rápidos, contra uma resistência, favorecendo o fortalecimento muscular, o ganho de equilíbrio 
estático e dinâmico e o controle postural. É fundamental que o exercício estimule a contração 
e a ativação das fibras musculares. Técnicas de alongamento e de aumento da amplitude de 
movimento são contraindicadas para pacientes hipotônicos (CAMPION, 2000).
Proposta de Atividade
Agora é a hora de pôr em prática tudo o que você aprendeu até aqui! Para isso, elabore e 
descreva um exemplo de exercício aquático terapêutico indicado para um paciente hipertônico 
pediátrico e outro para um paciente hipotônico adulto. Seja detalhista em seu relato e aborde 
de que forma esse exercício irá melhorar a condição patológica apresentada. Ao produzir seu 
caso clínico, considere as leituras básicas e complementares realizadas.
Recapitulando
A necessidade do estabelecimento de estratégias de reabilitação neuromotora tem au-
mentado constantemente à medida que a tecnologia e as opções de tratamento médico são 
aperfeiçoadas, aumentando a expectativa de sobrevida da população que já passou por uma 
doença ou lesão neurológica. Entre as principais disfunções e sequelas que permanecem no 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 141
paciente após o dano neurológico se destacam, devido à maior frequência de acometimento, 
alterações de tônus muscular, fraqueza muscular, déficit de equilíbrio, dificuldade de loco-
moção e diminuição da amplitude de movimento. 
O ambiente aquático é um meio adequado para tratar e reabilitar satisfatoriamente as 
lesões neurológicas, sobretudo as que envolvem a presença de hipertonia e hipotonia, já 
que a própria temperatura da água favorece a normalização dessa condição. A água térmica 
é apropriada para os pacientes hipertônicos, pois esta favorece o relaxamento das fibras 
musculares que estão superativadas e contraídas, e a água fria é benéfica para os pacientes 
hipotônicos, pois esta estimula a ativação das fibras musculares, aumentando o mecanismo 
de contração que está diminuído ou ausente. 
Os casos de hipotonia podem ser desenvolvidos em consequência do comprometimento 
de diversas estruturas e por causas variadas, como por síndromes genéticas, como a Síndro-
me de Down, e por doenças sistêmicas, como a esclerose lateral amiotrófica. Embora comu-
mente nesses dois exemplos haja um déficit de força muscular, nem sempre os exercícios 
de resistência são indicados e benéficos para disfunções cerebrais. Na esclerose, o déficit de 
força está diretamente relacionado à desmielinizarão e à morte dos neurônios que contro-
lam os músculos e seus respectivos movimentos. Deste modo, nenhum tipo de exercício será 
efetivo para recuperar a força perdida. 
Outra contraindicação dos exercícios de fortalecimento é nos casos de hipertonia, pois 
estes possuem uma contração exacerbada das fibras musculares e com a realização de exer-
cícios de resistência esse quadro clínico seria ainda mais acentuado. Já os sinais positivos da 
síndrome do neurônio motor superior são a espasticidade, hiperreflexia, clônus e co-contra-
ção. Os sinais negativos são fraqueza, fadigabilidade, deficiência de equilíbrio e deficiência 
sensorial.
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 142
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FISIOTERAPIA AQUÁTICA 143
Introdução ao conceito Halliwick6.1
Halliwick, como um conceito, foi originalmente criado para ensinar defi cientes físicos a na-
dar e, dessa forma, proporcionar mais independência no ambiente aquático a essas pessoas 
(CAMPION, 2000). O método possui como princípio a “teoria geral dos sistemas de ensino”, que 
prega que nenhum conhecimento ou informação pertence unicamente a uma profi ssão, e sim 
a uma equipe multidisciplinar que concentra informações oriundas de muitos campos de estu-
do, sendo Halliwick um método que nasceu da integração da engenharia com a mecânica dos 
líquidos; da Medicina com a Neurofi siologia; da Pedagogia com os meios de ensinar e educar e 
da Sociologia e Psicologia com as técnicas de dinâmicas de grupo (CUNNINGHAM, 2000).
Defi nição e objetivo6.1.1
O método Halliwick é uma técnica de ensino 
ativa e dinâmica, fundamentada nos princípios 
da hidrostática, hidrodinâmica e na mecânica 
dos corpos. O objetivo desse método é propor-
cionar inputs sensoriais, movimentos aquáti-
cos independentes, o controle da respiração, 
do equilíbrio, e ensinar o paciente a nadar, por 
meio de uma abordagem de solução de pro-
blemas (JAKAITIS et al., 2017; BIASOLI; MACHADO, 2006). O método não restringe nenhum perfi l 
de público, principalmente portadores de defi ciência física; o ensino se dá de forma progressiva 
e gradual, envolvendo atividades lúdicas e obedecendo a uma sequência lógica de princípios, 
ou seja, ocorre através de um processo de aprendizagem estruturado, no qual torna possível 
que qualquer indivíduo evolua até alcançar a independência física na água, através do controle 
dos movimentos, do ganho de equilíbrio e da melhora da capacidade cardiorrespiratória, favo-
recendo assim a inclusão social e o aumento da autoconfi ança dos pacientes (CARVALHO, 2018). 
Os principais objetivos do conceito são o controle da respiração, do equilíbrio e a liberdade de 
movimentos (CAMPION, 2000).
Além do ensino da prática da natação, o método Halliwick é utilizado terapeuticamente por 
muitos profi ssionais da saúde para tratar e reabilitar pacientes pediátricos e adultos com dife-
rentes alterações do desenvolvimento neuropsicomotor, podendo ser aplicado para conquis-
tar objetivos de todos os elementos da Classifi cação Internacional da Funcionalidade, Inca-
pacidade e Saúde (CIF), a qual tem ampla aplicabilidade na fi sioterapia (JAKAITIS et al., 2017).
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 146
Histórico6.1.2
James McMillan, o responsável por desenvolver o método Halliwick, nasceu em Londres 
no ano de 1913. Engenheiro de formação, McMillan fazia questão de sempre afi rmar que não 
possuía nenhum curso formal na área das ciências médicas, sendo o seu método embasado 
inteiramente em sua experiência pessoal como nadador competitivo, no seu conhecimento 
como engenheiro, em suas análises durante seu trabalho com pessoas defi cientes e de muitas 
conversas com membros importantes da comunidade médica da época (CUNNINGHAM, 2000; 
CAMPION, 2000).
A inspiração para criar essa metodologia de treinamento se deu após McMillan voltar da 
guerra, em 1946, não se sentindo mais plenamente capaz de competir na natação. A partir daí, 
ele passou a adotar uma nova rotina, seguindo o mesmo caminho de grande parte dos seus 
amigos do clube de natação, que passavam, com a idade, a ensinar associados mais jovens a 
nadar. Próximo ao clube que frequentava, havia uma instituição para meninas com defi ciência 
física que dependia de doações para funcionar. Era uma prática comum dos moradores da 
região realizar eventos sociais periodicamente para arrecadar contribuições (BIASOLI; MACHA-
DO, 2006; CUNNINGHAM, 2000).
McMillan considerava essa prática um tanto quanto insignifi cante, pois acreditava que po-
dia fazer mais por aquelas meninas se começasse a agir de forma mais ativa. Foi então que 
resolveu procurar a direção da instituição e propôs ensinar as alunas a nadar; inicialmente, sua 
proposta foi motivo de piada e considerada absurda pelos membros da diretoria, que foram 
categóricos ao dizer a McMillan que as meninas apresentavam espasticidade e eram completa-
mente incapazes fi sicamente. Passado algum tempo, a ideia de ensinar as meninas a nadar foi 
ganhando repercussão entre os pais e a comunidade. McMillan recebeu então apoio de outros 
atletas, sobretudo de jogadores de polo aquático, que se propuseram a ajudar as meninas 
(CUNNINGHAM, 2000).
A metodologia de ensino aplicada tinha como objetivo inicial a integração com a água e com 
os professores. Porém, o projeto mal havia iniciado e uma enxurrada de críticas começou a 
DICA:
Saiba mais sobre o uso da CIF, elaborada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), 
em 2001, que é utilizada no mundo inteiro por diferentes profi ssionais, inclusive o 
fi sioterapeuta especialista em reabilitação aquática. Um guia prático e esclarecedor 
para o uso da CIF está disponível para download no site da OMS.
Saiba mais sobre o uso da CIF, elaborada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), 
em 2001, que é utilizada no mundo inteiro por diferentes profi ssionais, inclusive o 
fi sioterapeuta especialista em reabilitação aquática. Um guia prático e esclarecedor 
em 2001, que é utilizada no mundo inteiro por diferentes profi ssionais, inclusive o 
Saiba mais sobre o uso da CIF, elaborada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), 
em 2001, que é utilizada no mundo inteiro por diferentes profi ssionais, inclusive o em 2001, que é utilizada no mundo inteiro por diferentes profi ssionais, inclusive o 
fi sioterapeuta especialista em reabilitação aquática. Um guia prático e esclarecedor 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 147
surgir, pois a técnica de ensino aplicada não previa a utilização de flutuadores, já que McMillan 
acreditava que não se devia substituir a órtese utilizada para se movimentar em solo por aces-
sórios de flutuação; sua ideia era que a água se tornasse um ambiente no qual elas pudessem 
ser livres (FORNAZARI, 2017). Em seguida, ele enfrentou uma forte oposição da comunidade 
médica local, que acreditava que a espasticidade evoluiria para uma condição de hipertonia 
na água fria, resultando em um quadro de espasmos. Todavia, isso nunca aconteceu. Por fim, 
surgiram alegações que reivindicavam o direito de McMillan criar um programa nesse formato, 
sendo que não possuía uma formação médica. James McMillan nunca se deixou abalar pelas 
constantes críticas que recebia e continuou a desenvolver a sua técnica de ensino da natação 
(CUNNINGHAM, 2000).
Com o passar do tempo e com a nítida melhora da postura, do controle cefálico e dos 
movimentos das meninas, uma comissão médica procurou McMillan para saber o que ele 
estava fazendo para conseguir esses resultados; a resposta foi que elas estavam sendo 
ensinadas a se equilibrarem na água por meio dos princípios da mecânica dos líquidos, 
com instantes de inércia para controlar movimentos indesejados, como os movimentos em 
torno da linha mediana, e movimento e forma do corpo por estimulação tátil. A quantida-
de de pessoas interessadasem participar das aulas aumentava a cada semana e o clube 
começou a não comportar mais toda essa demanda, surgindo a necessidade de expandir 
para mais locais (CUNNINGHAM, 2000).
Muitos voluntários procuraram McMillan para se candidatarem a instrutor de Halliwick, o 
que culminou, em 1952, numa organização nacional de ensino para promover a continuidade 
do desenvolvimento do método. Com o intuito de estimular cada vez mais o progresso dos 
alunos e o surgimento de mais locais de natação para deficientes, McMillan propôs um cam-
peonato entre clubes, que objetivava incluir todos os tipos e graus de deficiências, de modo 
que cada participante tivesse uma probabilidade igual de vencer. Os organizadores tinham a 
ambição de no futuro convidar pessoas saudáveis fisicamente para competir junto, de modo 
que houvesse integração e inclusão social entre os participantes, o que de fato se concretizou.
Em 1970, uma equipe formada por deficientes físicos enfrentou o desafio de atravessar o 
Canal da Mancha contra uma equipe de não deficientes. Participaram dois amputados, dois 
portadores de sequelas de poliomielite, um paraplégico e um hemiplégico com visão parcial. 
O resultado foi uma travessia bem-sucedida, feita num total de 14 horas e 1 minuto, sendo 
a mais rápida do ano até então, o que levou à conquista de um troféu internacional (CUN-
NINGHAM, 2000; GARCIA et al., 2012).
Em virtude do evidente sucesso da sua metodologia, James McMillan publicou duas obras 
descrevendo em detalhes os seus conceitos, ministrou muitos cursos e participou de con-
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 148
gressos por vários países, difundindo o seu conhecimento e qualifi cando outros profi ssionais. 
Em 1994, aos 81 anos de idade, McMillan veio a falecer, porém o seu legado permanece vivo 
e continua a benefi ciar e transformar milhares de vidas por todo o mundo, através das mãos 
de inúmeros especialistas que aplicam diariamente a sua metodologia (CUNNINGHAM, 2000).
Filosofi a6.2
O método Halliwick foi desenvolvido sobre uma fi losofi a de natureza recreativa que enfati-
za a independência na água aos portadores de defi ciência física por meio de suas habilidades 
nesse ambiente e não por suas difi culdades em solo. A construção da fi losofi a desse progra-
ma se deu através da integração de várias disciplinas em torno de um objetivo específi co e 
na crença do desenvolvimento dos estágios de maturação do ser humano (CAMPION, 2000; 
CARVALHO, 2018). Fazem parte da fi losofi a do programa (CAMPION, 2000; CARVALHO, 2018):
• Ensinar o paciente a alcançar a felicidade na água e somente depois do domínio do progra-
ma dos dez pontos ensinar as técnicas de natação;
• Não usar fl utuadores para auxiliar os pacientes;
• Empregar apenas instrutores capacitados e treinados para auxiliar os pacientes;
• Realizar o ensino dentro da água, para que todos fi quem no mesmo nível;
• Chamar os pacientes somente pelo seu primeiro nome, para reforçar a igualdade entre todos;
• O ritmo de ensino deve ser adaptado a cada paciente;
• Encorajar o progresso das aquisições de habilidades, mas sem pressão;
• O ensino deve seguir uma lógica sequencial, para garantir o domínio dos conceitos básicos;
• Exaltar sempre as habilidades presentes e nunca a defi ciência;
• As atividades devem ser lúdicas, através de jogos, para que as conquistas venham acom-
panhadas com prazer;
• O pensamento deve ser sempre positivo.
Nadador e professor6.2.1
James McMillan não possuía nenhuma formação nas áreas de licenciatura ou de bacha-
relado em Educação Física. No entanto, por meio de sua vasta experiência profi ssional e de 
vida como engenheiro, nadador e competidor, foi capaz de desenvolver o método Halliwick. 
Como criador e instrutor do método, ele era denominado e chamado por seus alunos e pela 
população de “professor” (NORM; HANSON, 1998; BIASOLI; MACHADO, 2006). A demanda por 
mais professores para atender e ensinar portadores de defi ciência a nadar foi aumentando 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 149
gradualmente, obrigando McMillan a pedir ajuda a seus colegas de natação do clube que fre-
quentava (a maioria praticava há mais de 30 anos a natação); grande parte destes aceitaram a 
proposta. McMillan passou então a ensinar sua metodologia a seus colegas que, assim como 
ele, não possuíam qualquer formação profi ssional na área médica ou da Educação Física; eram 
considerados competentes a se tornarem professores quando compreendiam os princípios de 
manejo e as atividades do programa (NORM; HANSON, 1998).
McMillan tinha o hábito de chamar seus alunos de nadadores e considerava fundamental 
o estabelecimento de um bom relacionamento e uma boa interação entre nadador e profes-
sor para a conquista de resultados positivos durante o programa de ensino. Cada nadador era 
acompanhado individualmente por um professor até que se sentisse confi ante e possuísse habi-
lidades sufi cientes em determinado movimento. A função do professor durante o atendimento 
era dirigir o exercício, observar o que acontecia e corrigir o indesejável; já o nadador deveria ser 
a pessoa que realiza a maior parte do “trabalho”, e não o professor (CUNNINGHAM, 2000). 
ESCLARECIMENTO:
As duplas formadas entre professor e nadador eram constantemente alteradas 
para o que nadador não fi casse habituado somente a um único professor.
As duplas formadas entre professor e nadador eram constantemente alteradas As duplas formadas entre professor e nadador eram constantemente alteradas As duplas formadas entre professor e nadador eram constantemente alteradas As duplas formadas entre professor e nadador eram constantemente alteradas As duplas formadas entre professor e nadador eram constantemente alteradas As duplas formadas entre professor e nadador eram constantemente alteradas As duplas formadas entre professor e nadador eram constantemente alteradas As duplas formadas entre professor e nadador eram constantemente alteradas As duplas formadas entre professor e nadador eram constantemente alteradas 
Entre as décadas de 70 e 90, a formação no método Halliwick passou por algumas mu-
danças, ganhando um caráter mais formal. James McMillan passou a ministrar cursos por 
vários países (inclusive no Brasil), divididos em dois módulos: básico e avançado. Cada 
módulo durava em média cinco dias, com oito horas de aula diárias divididas em partes 
teóricas e práticas.
O curso básico começava como a grande maioria de qualquer curso de terapia aquáti-
ca, em que são explicados os efeitos dos princípios físicos da água sobre o corpo huma-
no. Porém, o diferencial de McMillan era associar a engenharia a esses princípios, aden-
trando em detalhes muito mais profundos e específicos do que qualquer outro curso, 
principalmente nos assuntos relacionados à turbulência da água, propagação de ondas e 
metacentro. Eram ensinadas ainda habilidades de pré-natação através de recursos lúdi-
cos e atividades em grupos.
O curso avançado começava com uma revisão do curso básico, revendo princípios im-
portantes do equilíbrio do corpo na água e do programa dos dez pontos. Eram ensinados 
exercícios específi cos se baseando nos princípios da mecânica dos líquidos, como as forças 
que agem sobre o corpo, em vez do uso de qualquer outra forma de manipulação manual. 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 150
Focava-se também em ensinar técnicas de um modo mais “terapeuta-paciente” do que “pro-
fessor-aluno”, demonstrando-se possibilidades de exercícios para serem utilizados com po-
pulações adultas, além de crianças e técnicas de tratamento de lesões ortopédicas e neuro-
lógicas (NORM; HANSON, 1998; CUNNINGHAM, 2000).
Uso de fl utuadores 6.2.2
James considerava que o uso de fl utuadores não trazia benefícios aos pacientes e atrapalha-
va o processo de evolução e ganho de habilidades, poisum dos objetivos do método Halliwick 
é aumentar a consciência corporal e de movimentos na água, e o emprego de fl utuadores 
acabaria anulando esse objetivo (CAMPION, 2000). O paciente deveria dar o máximo de seu 
próprio desenvolvimento e descobrir como controlar seu equilíbrio de uma forma fi siológica; 
fl utuadores ou qualquer outra ajuda de fl utuação seriam métodos artifi ciais que prejudicariam 
o aprendizado. O método Halliwick considera como motivos para não usar fl utuadores os se-
guintes aspectos (FORNAZARI, 2017):
• Por manter a cabeça fora da água, o que não possibilita o controle respiratório;
• Difi cultar a aprendizagem da posição ideal do corpo;
• Inibir a aquisição e execução de habilidades, como imergir e rolar;
• Impelir a aquisição do controle de movimentos rotacionais indesejáveis e difi cultar a cor-
reção da assimetria;
• Gerar uma sensação de falsa segurança e dependência;
• Não ser adaptável como o apoio do terapeuta.
Metodologia do conceito6.2.3
A metodologia do conceito Halliwick buscava ajudar pessoas com incapacidades a torna-
rem-se mais independentes no ambiente aquático, através do ensino da natação de um modo 
recreativo e lúdico, enfatizando as habilidades dos alunos e não as suas defi ciências em terra 
(CUNNINGHAM, 2000). O programa de ensino é baseado em quatro conceitos fundamentais 
que seguem a sequência pela qual o córtex cerebral compreende o movimento físico. São eles: 
adaptação mental; restauração do equilíbrio; inibição; e facilitação (NORM; HANSON, 1998). A 
metodologia de Halliwick afi rma que o ensino das técnicas deve ser realizado de forma lógica e 
gradual por meio de uma abordagem integrativa voltada à participação total, intelectual, sen-
sorial e motora do aluno, podendo as atividades serem realizadas de forma individual ou em 
grupos (GARCIA et al., 2012).
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 151
Níveis dos grupos6.2.4
James McMillan preconizava que os atendimentos fossem realizados em grupos de no máximo 
sete pessoas. A formação dos grupos era feita com base no nível de habilidades dos participantes e 
nunca pelo tipo de defi ciência apresentada, ou seja, um único grupo poderia possuir integrantes com 
diferentes ou iguais tipos de defi ciência, desde que suas capacidades prévias ou adquiridas fossem 
semelhantes, por exemplo: duas pessoas com amputação de mão, duas com amputação de pé, duas 
com paralisia cerebral e hipertonia e uma com síndrome de Down e hipotonia, todas as sete capazes 
de se manter equilibradas na água sem se apoiar (CAMPION, 2000; CUNNINGHAM, 2000).
Durante o atendimento em grupo, cada participante recebe a atenção de um professor que segue 
a dinâmica de um professor líder mais experiente. McMillan considerava importante a realização de 
exercícios em grupos separados pelo nível de habilidade, não pela mesma defi ciência, por acreditar 
que estes proporcionam a otimização do aprendizado, favorecendo a compreensão dos exercícios 
uns com os outros através da troca de experiências e da socialização (GARCIA et al., 2012).
Programa dos dez pontos6.3
O método Halliwick possui uma estrutura de ensino denominada “programa dos dez pon-
tos”. Estes seguem um padrão de aplicabilidade sequencial o domínio de todos os pontos torna 
possível a formação de um nadador seguro e confi ante. Os seguintes elementos constituem o 
programa (JAKAITIS et al., 2017; CUNNINGHAM, 2000):
1) Adaptação mental: ensina o aluno a reagir adequadamente ao ambiente aquático e às 
novas situações impostas. 
Figura 1. Exercícios de adaptação mental. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 17/09/2019.
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 152
Figura 2. Estimulação do controle da rotação transversal. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 17/09/2019.
Figura 3. Estimulação do controle da rotação sagital. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 17/09/2019.
2) Desprendimento/desligamento: é um elemento contínuo do programa em que o aluno 
vai ganhando independência física e mental e automaticamente se sentindo mais seguro e 
confiante, precisando de menos auxilio do instrutor, até que faz o seu completo “desligamen-
to” deste. Por exemplo: um aluno que sente medo de entrar na água necessita de mais auxílio 
físico, verbal e visual; com o passar do tempo, ele vai se tornando mais confiante, diminuindo 
essa sensação inicial de medo, não sendo mais necessária tanta ajuda do instrutor.
3) Controle da rotação transversal/vertical: é a capacidade de controlar movimentos em 
torno do eixo frontal-transversal. Por exemplo: manter a posição ortostática sem desequilibrar 
para frente ou para trás. 
4) Controle da rotação sagital: é a capacidade de controlar movimentos laterais em torno 
do eixo sagital-transversal. Por exemplo: realizar movimentos alternados de transferência de 
peso corporal para os lados direito e esquerdo. 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 153
Figura 5. Treino de inversão mental. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 17/09/2019.
5) Controle da rotação longitudinal/lateral: é a capacidade de controlar movimentos em 
torno do eixo sagital-frontal, tanto na posição vertical quanto em flutuação na horizontal. Por 
exemplo: flutuar na posição prona, com a face na água, girar para a posição supina. 
Figura 4. Estimulação do controle da rotação longitudinal. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 17/09/2019.
6) Controle da rotação combinada: é a capacidade de controlar movimentos na combina-
ção de qualquer rotação. Por exemplo: retomar a uma posição estável, em flutuação de costas, 
depois de perder o equilíbrio à frente.
7) Empuxo: é uma propriedade física da água que favorece a flutuação do corpo. McMillan 
considerava o empuxo como uma espécie de “inversão mental”, porque a forma de pensar 
deve ser invertida na água de modo que perceba que o corpo flutua com a ação do empuxo 
e não afunda com o efeito da gravidade. Exercícios de submersão são realizados para que o 
aluno sinta a ação do empuxo e perceba o quão difícil é se manter submerso. 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 154
8) Equilíbrio e imobilidade: é a capacidade de se manter em posição estática na água, a 
qual depende do controle do equilíbrio físico e mental. A partir do momento que o equilíbrio 
é conquistado, outros exercícios passam a ser realizados mais facilmente. A flutuação é um 
exemplo de equilíbrio e imobilidade. 
Figura 6. Exercício de flutuação treinando o equilíbrio e a imobilidade. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 17/09/2019.
Figura 7. Exercício de remo com as mãos. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 17/09/2019.
9) Turbulência e deslize: para compreender melhor este elemento, podemos pensar na 
seguinte situação: um paciente flutuando de costas é movimentado através da água pelo ins-
trutor sem nenhum contato físico entre eles. Isso é possível quando o instrutor faz turbulência 
embaixo do ombro do nadador ao mesmo tempo em que caminha para trás. O nadador tem 
que controlar rotações indesejadas e não realizar qualquer movimento de propulsão.
10) Progressões simples e movimentações básicas: envolvem movimentos de propulsão, 
que podem ser realizados com braços, pernas ou tronco. É importante estimular esses mo-
vimentos, pois o ato de nadar envolve uma certa complexidade e requer coordenação, pois 
envolvem elevar os braços fora da água e deslizar. Por exemplo: em supino, aplaudir as coxas 
ou realizar movimentos de remos com as mãos. 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 155
Esses dez pontos são baseados no processo de aprendizagem motora, sendo que o pacien-
te precisa, antes de tudo, ajustar-se mentalmente ao meio líquido para depois equilibrar-se 
nele, por meio de movimentos amplos das extremidades (CARVALHO, 2018). 
ESCLARECIMENTO:
Embora os dez pontos tenham sido originalmente criados para facilitar o ensino da 
natação, eles não se limitam a essa função, podendoser adaptados e empregados 
aos programas de reabilitação aquática pelo fi sioterapeuta.
Embora os dez pontos tenham sido originalmente criados para facilitar o ensino da Embora os dez pontos tenham sido originalmente criados para facilitar o ensino da Embora os dez pontos tenham sido originalmente criados para facilitar o ensino da 
natação, eles não se limitam a essa função, podendo ser adaptados e empregados 
Embora os dez pontos tenham sido originalmente criados para facilitar o ensino da Embora os dez pontos tenham sido originalmente criados para facilitar o ensino da Embora os dez pontos tenham sido originalmente criados para facilitar o ensino da Embora os dez pontos tenham sido originalmente criados para facilitar o ensino da Embora os dez pontos tenham sido originalmente criados para facilitar o ensino da 
natação, eles não se limitam a essa função, podendo ser adaptados e empregados 
Embora os dez pontos tenham sido originalmente criados para facilitar o ensino da 
natação, eles não se limitam a essa função, podendo ser adaptados e empregados natação, eles não se limitam a essa função, podendo ser adaptados e empregados natação, eles não se limitam a essa função, podendo ser adaptados e empregados natação, eles não se limitam a essa função, podendo ser adaptados e empregados natação, eles não se limitam a essa função, podendo ser adaptados e empregados natação, eles não se limitam a essa função, podendo ser adaptados e empregados 
Em seu livro Fisioterapia aquática, de 2018, o autor Marcus Carvalho comenta sobre o pro-
grama dos dez pontos:
“O programa dos dez pontos é um processo de aprendizagem estruturado através do 
qual o nadador, mesmo sem experiência prévia, progride à independência na água 
controlando movimentos corporais, melhorando capacidades cardiorrespiratórias, 
equilíbrio e motricidade, tornando-se mais confi ante e participativo física e social-
mente. Para muitos é a oportunidade de ser competente e independente na água e 
aprender a nadar, enquanto que para outros permite a participação e inclusão atra-
vés de atividades aquáticas diversas.” (CARVALHO, 2018).
Esses dez pontos podem ser classifi cados em três estágios principais que condizem com a 
ordem na qual se deve ensinar o método. Os estágios são os seguintes (JAKAITIS et al., 2017):
• Estágio 1 – ajuste mental: é o momento de adaptação ao ambiente aquático, em que o corpo 
do paciente é estimulado a responder a diferentes situações na água e a enfrentar o diferente; 
• Estágio 2 – controle do equilíbrio: o fi sioterapeuta deve utilizar atividades refl exas pri-
mitivas para ensinar o paciente a controlar o seu corpo em diferentes posições e, assim, evitar 
movimentos indesejados e a perda do controle postural durante a imersão;
• Estágio 3 – movimento: visa a facilitar o movimento desejado mentalmente e controlá-lo fi si-
camente, não imperiosamente perfeito, mas adequado à capacidade funcional de cada paciente.
Adaptação mental e desprendimento6.3.1
Ao iniciar qualquer atividade em ambiente aquático, é comum a presença de certo receio 
em relação à imersão do corpo, pois este não é um meio ao qual o ser humano está acostuma-
do a permanecer no dia a dia. Sendo assim, é muito importante que o terapeuta ou instrutor 
inclua um período de adaptação à água, antes de começar a passar os exercícios mais comple-
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 156
Figura 8. Exercício de adaptação ao ambiente aquático. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 17/09/2019.
xos ou propriamente ditos do programa de reabilitação (CAMPION, 2000). A adaptação mental 
no método Halliwick é um processo contínuo, presente em todo o programa dos dez pontos. 
Por exemplo: adquirir o controle da respiração pode ser exercitado como uma habilidade es-
pecífica de somente assoprar em cima da água, mas que posteriormente será associada a ou-
tra habilidade, como agachar ao fundo da piscina e realizar a expiração lentamente pela boca 
ou narinas (DI MASI, 2000; JAKAITIS et al., 2017).
O paciente não deve se sentir inseguro ao começar a realizar os exercícios que envolvam 
permanecer sem apoio na água, devendo o profissional trabalhar previamente com o ajuste 
mental, o qual pode ser realizado por experiências graduais na água, passando noções de cons-
ciência espacial, corporal e da mecânica inversa provocada pelo empuxo (CARVALHO, 2018). Os 
principais objetivos da fase de adaptação mental são mostrar os efeitos e as sensações que a 
água é capaz de provocar, como a simples ação de molhar, adentrar os orifícios corporais, pro-
vocar instabilidade, sentir que esta é pesada (sensação devido à força de arrasto e impedância) 
e que possui movimento pelo efeito da turbulência (JAKAITIS et al., 2017). O ajuste mental pre-
para o paciente para dar respostas e reações automáticas de forma adequada e independente 
durante os exercícios aquáticos. Uma importante conquista dessa fase é o controle respirató-
rio, que ensina os momentos corretos da inspiração e da expiração, evitando que o paciente 
entre em pânico por medo de se afogar. Outro ponto importante da realização da adaptação 
é que a água possui efeitos sobre o corpo diferentes dos experimentados em solo, sendo ne-
cessário um tempo para aprender a lidar com o empuxo, a pressão hidrostática, a turbulência 
etc. (DI MASI, 2000; JAKAITIS et al., 2017). Um cuidado importante que o profissional deve ter é 
com relação à quantidade de novas informações mostradas em um atendimento, pois o que é 
para ser um novo desafio pode se tornar uma estimulação excessiva, causando um quadro de 
estresse psicológico ao paciente (JAKAITIS et al., 2017). 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 157
PAUSA PARA REFLETIR
Pacientes que apresentam quadros de fobia à água podem se beneficiar da técnica de adap-
tação mental para perder o pânico?
O desprendimento está relacionado a estimular o paciente a se desapegar de uma expe-
riência anterior, considerada segura, e enfrentar uma nova experiência, com outros desafios 
(CARVALHO, 2018). O fisioterapeuta pode trabalhar esse aspecto, por exemplo, retirando de 
forma gradual o apoio manual fornecido na água ou ocultando a visão do paciente. É impor-
tante esclarecer que a ideia principal dessa técnica não é apenas dificultar a execução do exer-
cício, mas variá-lo, de modo que promova o desenvolvimento de uma habilidade. Ao término 
de cada ciclo de desprendimento, o paciente deverá ter conquistado a independência e as 
habilidades necessárias para reproduzir o exercício treinado. Sendo assim, o desprendimento 
é uma ação contínua, presente em todas as atividades dos dez pontos (JAKAITIS et al., 2017; 
CAMPION, 2000).
Observe no Quadro 1 uma lista de habilidades que associam exemplos de características 
presentes nos exercícios e movimentos, que sugerem se o aluno está preparado para se des-
prender da fase atual e evoluir para o próximo ciclo. 
Quadro 1. Características da execução de movimentos que revelam
o grau de controle em uma habilidade
Habilidade recente Habilidade recente
Execução variável Execução variável
Menos precisa Menos precisa
Baixa velocidade Baixa velocidade
Muita cocontração Muita cocontração
Requer controle visual Requer controle visual
Adaptações posturais visíveis Adaptações posturais visíveis
Menor flexibilidade de desempenho Menor flexibilidade de desempenho
Fonte: JAKAITIS et al., 2017, p. 182. (Adaptado).
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 158
Existem várias formas e tipos de desprendimentos, como, por exemplo: de um professor 
ou terapeuta em específi co, da borda ou do fundo da piscina, de um determinado grupo para 
outro mais avançado, da unidade etc. (GARCIA et al., 2012).
Controle das rotações6.3.2
O corpo na água é capaz de realizar diferentes tipos de rotações, como a sagital, transver-
sal, longitudinal e em rotação combinada;ser capaz de manter o controle sobre todas essas 
rotações requer treino e habilidades específi cas, que podem ser adquiridas com o método 
Halliwick (FORNAZARI, 2017).
As rotações sagitais incluem os movimentos de fl exão lateral da coluna vertebral e a abdução 
e adução dos membros inferiores e superiores. Esses movimentos são realizados na maioria das 
vezes com pequenas amplitudes de movimento (ADM), pois o foco é mudar a descarga de peso e 
o centro de gravidade (CG) no plano frontal, podendo estas ser praticadas em diversas posições, 
como em sedestação ou ortostatismo. Quando executadas com o corpo na vertical, são mais 
funcionais; porém, é possível realizar estas em supino, como na modalidade de natação crawl 
(JAKAITIS et al., 2017). É comum associar nessa prática uma atividade que envolva o alcançar com 
um braço ou um movimento que seja realizado com a mão acompanhada pelo olhar.
Na reabilitação, o fi sioterapeuta pode empregar a rotação sagital para estabilizar ou mobi-
lizar a coluna vertebral através de movimentos de fl exão lateral, para alongar o tronco, para 
estimular reações de equilíbrio, consciência corporal, movimentos de abdução de membros 
superiores ou inferiores ou ainda para gerar descarga de peso alternadamente sobre os mem-
bros inferiores (CARVALHO, 2018).
O ensino do controle das rotações transversais deve ser realizado gradualmente, estimulan-
do inicialmente pequenos movimentos, como colocar a cabeça em anteroposição ao expirar 
juntamente com uma atividade de tentar alcançar com a mão (JAKAITIS et al., 2017). A ADM 
deve ser aumentada aos poucos, conforme a evolução for constatada; uma maneira de se au-
mentar esta é adicionando a rotação longitudinal para aumentar a distância dos movimentos 
de alcance (CARVALHO, 2018). Uma aplicação fundamental da aquisição da rotação transversal 
é a capacidade de conseguir agachar e sentar e depois levantar; a posição estabelecida ao aga-
char é ponto inicial para a importante alteração postural de ereto para supino – em supino, o 
corpo se movimenta como a uma canoa (CUNNINGHAM, 2000). Para facilitar a aquisição desse 
controle, o terapeuta pode dar os seguintes comandos: manter a cabeça à frente, alcançar a 
frente com os braços, pegar algo acima da água, expirar, fl exionar a coluna cervical, quadris, 
joelhos e tentar sentar no fundo da piscina (JAKAITIS et al., 2017).
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 159
Clinicamente, todos os elementos da rotação transversal podem ser utilizados na fi sioterapia 
aquática: posicionamento da cabeça sobre o tronco, alinhamento da coluna vertebral, manuten-
ção de uma depressão escapular adequada, controle da rotação pélvica, desenvolvimento de 
movimentos simétricos, contração excêntrica da região abdominal, etc. (JAKAITIS et al., 2017).
A rotação longitudinal é a mais importante quando o aluno está posicionado em supino; a 
estimulação do controle desta pode ser feita incialmente em posições eretas. James McMillan 
recomendava a formação de uma roda com a participação de vários alunos, na qual estes de-
veriam passar algum objeto para o colega ao lado, ou virar a face para trás como se fosse con-
versar com alguém enquanto caminha, de modo que o CG se desloque (DI MASI, 2000; JAKAI-
TIS et al., 2017). Os primeiros movimentos em um plano horizontal são simétricos, diminuindo 
gradualmente o raio da rotação. O apoio deve ser proporcionado no centro de equilíbrio (CE) 
e o controle do equilíbrio concentra-se nas atividades contra rotacionais da cabeça. Depois, 
o aluno deve girar o corpo ativamente, realizando a rotação com a cabeça e cruzando a linha 
medial do corpo com o braço e a perna. O objetivo fi nal é conseguir completar a rotação de 
360°, voltando à posição supina, garantindo a segurança para respirar (CUNNINGHAM, 2000).
A rotação longitudinal exige uma dissociação entre cintura pélvica, escapular e cabeça, du-
rante um movimento rápido que também associa o controle da respiração. Na fi sioterapia, 
esse tipo de rotação é empregado para estimular reações de consciência corporal, como o 
endireitamento da cabeça ao tronco, para diminuir o tônus dos músculos do tronco espásticos 
(exemplo: grande dorsal e quadrado lombar) e para aumentar a função estabilizadora dos 
músculos abdominais ativos na rotação, favorecendo assim a deambulação e o nadar (CUN-
NINGHAM, 2000; CARVALHO 2018).
O controle da rotação combinada envolve as rotações longitudinal e transversa no momen-
to da rotação à frente e as rotações longitudinal e sagital no momento da rotação de lado. É 
comum que no início o aluno tenha a impressão de que esta é uma rotação bem mais com-
plexa e difícil do que as outras. No entanto, esta mostra ser bem mais simples, pois associa 
as rotações já aprendidas previamente (CUN-
NINGHAM, 2000). Ter o domínio da rotação 
combinada ajuda o aluno a não ter problemas 
quando se desequilibrar, fazendo-lhe girar até 
a posição supina (JAKAITIS et al., 2017).
Portadores de defi ciência física geralmen-
te possuem uma distribuição assimétrica de 
densidade e gravidade específi ca, sendo fun-
damental, portanto, que sejam estimulados a 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 160
manterem o controle da rotação combinada para a sua independência na água. Na fi sioterapia, 
a rotação combinada é utilizada principalmente para tornar o paciente capaz de se levantar 
após a queda, já que a água possibilita esse treino (cair e levantar) sem o risco de se machucar 
que o solo possui; o recomendado é iniciar esse tipo de exercício em uma piscina com pro-
fundidade maior, com mais empuxo e pouca gravidade, e progredir com o tempo para uma 
profundidade menor (JAKAITIS et al., 2017; FORNAZARI, 2017).
Empuxo e equilíbrio em imobilidade6.3.3
James McMillan considerava importante que cada aluno sentisse o efeito que o empuxo 
proporciona sobre o corpo imerso, pois assim compreenderiam que o corpo não afunda na 
água de forma defi nitiva, tendendo sempre a retornar à superfície (CARVALHO, 2018). Após 
conhecer esse princípio, a maioria dos alunos perdia o medo e a sensação de insegurança de 
ser incapaz de emergir para respirar quando necessário; conseguir reproduzir de forma práti-
ca esse conceito, aguardando em posições diferentes enquanto vai emergindo depois de uma 
imersão intencional, signifi cava ser livre na água (JAKAITIS et al., 2017).
Ser capaz de manter o equilíbrio de uma forma estática é um ponto fundamental para atingir 
o controle rotacional do corpo durante a imersão; para estimular a aquisição deste, o terapeuta 
pode provocar uma turbulência de modo manual na água, associadamente com o emprego da 
ativação muscular contra rotacional em todos os controles rotacionais para alcançar a estabili-
dade nessa fase (JAKAITIS et al., 2017). A habilidade de manter-se imóvel na água é dependente 
do controle do equilíbrio físico e mental. A fl utuação é um exemplo de equilíbrio e imobilidade 
(CARVALHO, 2018). Como nesse ponto do programa o foco é na manutenção da postura e na 
estabilidade do equilíbrio, o aluno deve responder aos exercícios mantendo constantemente o 
controle do seu corpo, não realizando compensações, como o alargamento da base de apoio, 
movimentos com as mãos ou enrijecimento dos músculos (JAKAITIS et al., 2017).
Deslize turbulento e braçada simples6.3.4
O deslizamento turbulento é uma sequência dinâmica em equilíbrio estático, em que o fi sio-
terapeuta movimenta o paciente pela água ao mesmo tempo em que o paciente precisa manter 
seu corpo imóvel e equilibrado, promovendo dessa forma a estimulação do controle dinâmico 
do tronco. Vamos imaginar a seguinte situação para facilitar a compreensão dessa sequência: 
o paciente se posiciona em supino na água, mantendo a sua coluna alinhada, os quadris esten-
didos e o troncosimétrico, controlando assim todas as suas rotações; o fi sioterapeuta então se 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 161
aproxima do paciente e o arrasta na esteira da turbulência, a qual foi formada pelo seu deslo-
camento até o paciente, gerando então um desafi o ao controle do equilíbrio pela ação da turbu-
lência (JAKAITIS et al., 2017; FORNAZARI, 2017).
Métodos e técnicas6.4
A metodologia de ensino e as técnicas aplicadas do conceito Halliwick objetivavam tornar o 
aluno mentalmente adaptado e fi sicamente capaz de se movimentar de forma independente 
dentro da água. Com isso, esperava-se que a sua autoconfi ança fosse aumentada e extrapolada 
para as suas atividades em solo. Para a realização dos atendimentos, os alunos eram divididos 
e separados em grupos, os quais eram constituídos de acordo com o nível de habilidade con-
quistado. James McMillan separava esses grupos por cores: o grupo vermelho era composto 
pelos alunos iniciantes, sendo este o primeiro nível do programa; o amarelo englobava os alunos 
que evoluíam do nível vermelho e envolvia exercícios mais complexos que exigiam equilíbrio 
e controle de rotações; e o verde era o último grupo, representando a fase fi nal do programa, 
que tinha por objetivo promover de vez a total independência do aluno na água (DI MASI, 2000; 
CARVALHO, 2018). 
Diagrama 1. Classifi cação dos grupos de nadadores por cores e nível de complexidade das 
técnicas de exercício aplicadas no conceito Halliwick
Nível I
Iniciante
Nível II
Intermediário
Nível III
Avançado
Independentemente do nível de classifi cação, as técnicas de ensino do conceito Halliwick não 
permitiam o uso de objetos que facilitassem a fl utuação. Outro método importante do conceito é 
que todos os grupos realizavam atividades que envolviam a ludicidade, pois McMillan acreditava 
fi rmemente que o aprendizado era possível por meio de brincadeiras, e que quando se tornava 
prazeroso resultava em uma melhor e mais rápida evolução do aluno, sendo comum e frequente 
em suas aulas o uso de música e jogos motivacionais (DI MASI, 2000). O programa também con-
templava técnicas de ensino para entrar e sair de dentro da piscina, podendo estas técnicas serem 
realizadas das seguintes maneiras (CARVALHO, 2018; DI MASI, 2000; CAMPION, 2000):
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 162
• Entrada de frente: o aluno se senta de frente para a piscina; o professor fi ca imerso e de 
frente para o aluno, fornecendo apoio no seu tronco enquanto o aluno deve segurar nos ombros 
do professor, ocorrendo o deslocamento para dentro da piscina em seguida. Outra possibilidade é 
realizar o apoio no antebraço do aluno ou em suas mãos, que deverão estar voltadas para baixo. 
Figura 9. Entrada de frente com o aluno apoiando nos ombros do professor. Fonte: CAMPION, 2000. (Adaptado).
Figura 10. Entrada com rotação combinada. Fonte: CAMPION, 2000. (Adaptado).
• Entrada com rotação combinada: o professor fi ca em pé dentro da piscina e de lado para 
o aluno, de modo que consiga fornecer um apoio para este. Em seguida, o aluno inclina-se para a 
água e o professor faz o seu giro, apoiando-o pelo braço; antes de entrar na água, o nadador com-
pleta o giro de modo que entre de costas. 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 163
• Saída em zigue-zague: o professor auxilia o aluno a chegar à borda da piscina. O aluno deve, 
então, esticar seus braços no piso para fora desta. O professor segura em suas pernas, levantan-
do-o e impulsionando-o para fora; o aluno faz movimentos de zigue-zague com o seu tronco até 
esticar completamente o seu corpo para fora; posteriormente, o professor segura nos joelhos e 
nas coxas do aluno e o vira para cima, o aluno então segura nas mãos do professor, sentando-se, 
podendo assim levantar com mais segurança e facilidade. 
Figura 11. Sequência da saída da piscina em zigue-zague. Fonte: CAMPION, 2000. (Adaptado).
• Saída lateral: realizada nos casos de defi ciência severa ou em emergências em que o aluno 
precisa ser levantado da água para sair, sendo necessários quatro professores para a realização 
desta; um fora da água, para proteger a cabeça do aluno, e três dentro da piscina, que segurarão o 
aluno deitado com os braços esticados ao longo do corpo e erguerão este simultaneamente, colo-
cando-o com cuidado para fora da piscina. Dois dos professores imersos deverão segurar o aluno 
nas extremidades superiores e inferiores e um no tronco deste.
PAUSA PARA REFLETIR
Agora que você já foi apresentado aos dois tipos principais de saídas da piscina, refl ita: em que 
tipos de defi ciência o terapeuta deve optar pela saída do paciente da piscina de forma lateral?
Técnicas para o nível vermelho6.4.1
Todos os participantes se enquadraram no nível vermelho, que é o primeiro nível. Nesse mo-
mento, são priorizadas atividades que proporcionam a adaptação ao meio líquido, a indepen-
dência e o controle da respiração, contemplando as fases 1, de ajuste mental, e 2, de despren-
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 164
dimento. São utilizadas técnicas de ajuste gradual para promover uma maior confi ança dentro 
da água, evitando que o aluno reaja contra os efeitos do empuxo e da fl utuação (GARCIA et al., 
2012; CAMPION, 2000).
No nível vermelho, são preconizados os exercícios na posição vertical, considerada mais sim-
ples do que o posicionamento na horizontal. Exemplos de técnicas utilizadas são: entrada na pis-
cina de frente com ajuda manual ou de equipamento; caminhar na água em diferentes direções; 
pequenos saltos; exercícios respiratórios focando o controle da expiração em imersão, fl utuação 
na vertical, movimentos de pequena amplitude com os membros superiores e inferiores e saída 
em zigue-zague (GARCIA et al., 2012).
Técnicas para o nível amarelo6.4.2
O nível amarelo engloba técnicas de exercício que estimulem a troca de posição da 
vertical para a horizontal e de trás para supino, envolvendo atividades com a execução de 
rotações transversal, sagital, longitudinal e combinada, associadas a empuxo, equilíbrio 
em imobilidade, turbulência e deslize, ou seja, são priorizadas as atividades ligadas ao 
controle do equilíbrio e às rotações do corpo em seus diversos eixos. No nível amarelo, o 
professor ou o terapeuta só deve intervir com toques no aluno se for para auxiliar no seu 
equilíbrio (GARCIA et al., 2012; CAMPION, 2000). 
DICA:
Em 1986, a Conferência Científi ca Internacional do conceito Halliwick ocorreu na 
Universidade Radboud, na Holanda. Ao vivo, James McMillan demonstrou aos es-
pectadores ali presentes algumas de suas técnicas de exercício. Essa demonstra-
ção foi gravada e você tem a rara oportunidade de poder assistir a uma aula com 
o próprio criador do método. O vídeo está disponível gratuitamente no site ofi cial 
do conceito Halliwick. A sua duração é de aproximadamente 25 minutos, sendo 
dividido em cinco fragmentos. Escolha ao menos um desses e contemple as téc-
nicas de McMillan.
Universidade Radboud, na Holanda. Ao vivo, James McMillan demonstrou aos es-
pectadores ali presentes algumas de suas técnicas de exercício. Essa demonstra-
ção foi gravada e você tem a rara oportunidade de poder assistir a uma aula com 
o próprio criador do método. O vídeo está disponível gratuitamente no site ofi cial 
do conceito Halliwick. A sua duração é de aproximadamente 25 minutos, sendo 
pectadores ali presentes algumas de suas técnicas de exercício. Essa demonstra-pectadores ali presentes algumas de suas técnicas de exercício. Essa demonstra-
Em 1986, a Conferência Científi ca Internacional do conceito Halliwick ocorreu na 
Universidade Radboud, na Holanda. Ao vivo, James McMillan demonstrou aos es-
pectadores ali presentes algumas de suas técnicas de exercício. Essa demonstra-
ção foi gravada e você tem a rara oportunidade de poder assistir a umaaula com 
o próprio criador do método. O vídeo está disponível gratuitamente no site ofi cial 
do conceito Halliwick. A sua duração é de aproximadamente 25 minutos, sendo 
ção foi gravada e você tem a rara oportunidade de poder assistir a uma aula com 
o próprio criador do método. O vídeo está disponível gratuitamente no site ofi cial 
do conceito Halliwick. A sua duração é de aproximadamente 25 minutos, sendo 
dividido em cinco fragmentos. Escolha ao menos um desses e contemple as téc-
Exemplos de técnicas utilizadas nesse nível são: entrada frontal na piscina sem ajuda, 
entrada em rotação combinada, deambulação por dez metros na água, saltar em diversas 
direções, saída em zigue-zague, sentar no fundo da piscina, pegar objeto imerso no fundo 
da piscina, fl utuar na posição vertical e horizontal, girar verticalmente ao redor do eixo 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 165
horizontal realizando uma rotação de 360° com o corpo e a realização de exercícios de 
deslizamento, turbulento, no qual o aluno se mantém em supino e imóvel e o professor 
gera uma turbulência próxima da cabeça do aluno, induzindo-o ao equilíbrio na fl utuação 
e favorecendo-lhe o controle do movimento corporal (GARCIA et al., 2012).
Técnicas para o nível verde6.4.3
Após a adaptação ao meio aquático e a aquisição de certo controle do equilíbrio, o aluno 
evolui para o nível verde, no qual são realizadas técnicas de exercícios de movimentos de pro-
pulsão em que o aluno se desloca na água em progressões simples, associando movimentos 
com as pernas, braços e/ou tronco, estimulando com que este seja capaz de nadar de forma 
adaptada (GARCIA et al., 2012; CAMPION, 2000).
O objetivo do nível verde é propiciar total independência e liberdade de movimentos na 
água; é nesse nível que os alunos começam a participar de inúmeras atividades com indepen-
dência, como as competições, vivenciando pela primeira vez em muitos casos a sensação de 
liberdade completa dos movimentos. Exemplos de técnicas de estimulação utilizadas nesse 
nível são: entrada pela borda da piscina com rotação combinada sem ajuda, rotação longi-
tudinal 360°, rotação combinada para todas as direções, fl utuação horizontal imóvel por dez 
segundos, resgate de objetos maiores no fundo da piscina, nadar por dez metros sem parar, 
exercícios resistidos, grandes saltos e saída em zigue-zague (GARCIA et al., 2012).
Proposta de Atividade
Agora é a hora de pôr em prática tudo o que você aprendeu neste capítulo! Para isso, elabore 
uma lista com cinco exemplos de atividades aquáticas baseadas no conceito Halliwick que po-
dem ser utilizadas pelo fi sioterapeuta na reabilitação de um paciente com síndrome de Down. 
Ao produzir a sua lista de exercícios, considere as leituras básicas e complementares realizadas.
Recapitulando
O conceito Halliwick foi desenvolvido por James McMillan para propiciar mais independên-
cia aos portadores de defi ciência física na água, através do ensino da natação. Sua metodo-
logia de ensino era composta por dez pontos que contemplavam princípios de instrução que 
seguiam a ordem pela qual o córtex cerebral é capaz de aprender o movimento. Inicialmente, 
McMillan trabalhava com a adaptação mental do nadador, mostrando-lhe os efeitos e as sen-
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 166
sações que a água é capaz de provocar, aumentando assim a autoconfiança do nadador, que 
na maioria das vezes se encontrava baixa e era acompanhada por sensações de insegurança 
e medo da água. Nos casos em que essa insegurança era exacerbada em um quadro de fo-
bia, McMillan não recomendava a inclusão do acometido ao seu programa. 
Embora a ideia principal do método seja o ensino da natação, o conceito Halliwick pode 
ser adaptado e utilizado para tratar e reabilitar pacientes na fisioterapia aquática. Os princi-
pais benefícios identificados nesse caso são: a melhora da marcha, do equilíbrio e do contro-
le postural; o ganho de consciência corporal e espacial e o ganho de mobilidade articular. O 
conceito Halliwick engloba todos os aspectos de um atendimento em ambiente aquático, en-
sinando o nadador desde como entrar na piscina a como sair desta no final da aula. Os prin-
cipais meios de entrada são de frente e em rotação combinada, e as saídas em zigue-zague 
e lateral, mas a saída lateral somente é usada quando o nadador é incapaz de sair de outra 
maneira, como nas deficiências que envolvem paralisias de membros essenciais para essa 
ação, tetraplegia, hemiplegia, amputação total de membros superiores e hipotonia severa. 
James McMillan, o idealizador do método, faleceu em 1994, deixando um extenso legado 
aos seus discípulos, os quais vêm passando os seus ensinamentos adiante através de cursos 
em todo o mundo.
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 167
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FORNAZARI, L. P. Ciências da saúde e fisioterapia aquática. Guarapuava: UNICENTRO, 2017.
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pdf>. Acesso em: 02 set. 2019.
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 168
Método Watsu7.1
O método Watsu é uma forma de terapia aquática passiva que proporciona ao paciente um 
estado de relaxamento profundo (mental e físico) por meio de movimentos rítmicos realizados 
pelo fi sioterapeuta. Além do relaxamento muscular, o Watsu promove o ganho de amplitude 
de movimento articular, o alongamento dos tecidos moles e a inibição do tônus muscular. 
Diferente de outras técnicas de reabilitação aquática que se baseiam em contato, o Watsu 
foca a exploração que a água possibilita, levando tanto o fi sioterapeuta quanto o paciente a 
novos níveis de conexão e confi ança. Durante uma sessão de Watsu, o fi sioterapeuta mantém 
o paciente posicionado em seu colo na maior parte do tempo; a partir dessa posição, várias se-
quências de movimentos são realizadas, os quais possuem níveis de complexidade diferentes 
que são evoluídos conforme a progressão do paciente. (ASSIS et al, 2012; PARREIRA et al, 2011; 
DULL, 2000; CARVALHO, 2018). 
Defi nição, objetivos, histórico, indicações e contraindicações7.1.1
O termo Watsu é proveniente da junção das palavras water (água em inglês) e shiatsu, refe-
rente a uma forma de terapia oriental manual para o reequilíbrio físico e energético do corpo 
(JAKAITIS et al, 2017). O criador do método Watsu foi Harold Dull, que estudou Shiatsu Zen no 
Japão com o mestre Masunaga na década de 60. OShiatsu Zen difere do Shiatsu tradicional, 
pois nele há uma forte associação do corpo com o espirito, sendo realizados alongamentos 
passivos, mobilizações articulares e pressões em pontos específi cos para equilibrar fl uxos de 
energia por meio dos meridianos (caminho por onde a energia passa) (CARVALHO, 2018; PAR-
REIRA et al, 2011).
Ao retornar para a Califórnia, Harold começou a realizar atendimentos de Shiatsu Zen, mas, 
diferentemente do que havia aprendido, resolveu inovar: ao invés de aplicar as suas técnicas 
em solo, levou os pacientes para o ambiente aquático. Com estes imersos em água aqueci-
da, começou a observar uma otimização dos benefícios da técnica original, passando então 
a integrar conceitos orientais e ocidentais. O objetivo original do Watsu não era ser uma me-
todologia terapêutica voltada a “pacientes”, pois qualquer pessoa poderia usufruir dos seus 
benefícios, independentemente de possuir ou não uma doença, sendo a técnica indicada para 
todos aqueles que buscam promover a sensação de bem-estar do corpo e da mente (CARVA-
LHO, 2018; DULL, 2000).
Com o passar do tempo, a metodologia do Watsu foi se modifi cando. Fisioterapeutas da rea-
bilitação aquática passaram a aplicar o método a distúrbios neuromusculares, e evidenciaram 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 171
uma melhora extremamente positiva dos pacientes. Atualmente, os atendimentos de Watsu 
envolvem o reequilíbrio energético do corpo, juntamente com o alongamento e a mobilização 
passiva dos tecidos moles. A duração de uma sessão de Watsu deve variar de 45 minutos a 
uma hora, dependendo de cada caso; a temperatura da água deve ser mantida acima dos 34 
graus e a profundidade da piscina deve ser entre o umbigo e a região peitoral do fi sioterapeuta 
(CARVALHO, 2018; FORNAZARI, 2017; DULL, 2000). 
ESCLARECIMENTO:
O método Watsu utiliza muitos termos e conceitos que são estranhos à medicina 
ocidental, causando inicialmente certa resistência aos praticantes da terapia aquá-
tica convencional, visto que essa não é uma prática comum no Brasil, mas que pos-
sui evidência científi ca dos seus resultados. 
ocidental, causando inicialmente certa resistência aos praticantes da terapia aquá-
O método Watsu utiliza muitos termos e conceitos que são estranhos à medicina 
ocidental, causando inicialmente certa resistência aos praticantes da terapia aquá-ocidental, causando inicialmente certa resistência aos praticantes da terapia aquá-
tica convencional, visto que essa não é uma prática comum no Brasil, mas que pos-
O método Watsu utiliza muitos termos e conceitos que são estranhos à medicina O método Watsu utiliza muitos termos e conceitos que são estranhos à medicina O método Watsu utiliza muitos termos e conceitos que são estranhos à medicina O método Watsu utiliza muitos termos e conceitos que são estranhos à medicina O método Watsu utiliza muitos termos e conceitos que são estranhos à medicina O método Watsu utiliza muitos termos e conceitos que são estranhos à medicina 
ocidental, causando inicialmente certa resistência aos praticantes da terapia aquá-
tica convencional, visto que essa não é uma prática comum no Brasil, mas que pos-
ocidental, causando inicialmente certa resistência aos praticantes da terapia aquá-ocidental, causando inicialmente certa resistência aos praticantes da terapia aquá-ocidental, causando inicialmente certa resistência aos praticantes da terapia aquá-ocidental, causando inicialmente certa resistência aos praticantes da terapia aquá-
tica convencional, visto que essa não é uma prática comum no Brasil, mas que pos-tica convencional, visto que essa não é uma prática comum no Brasil, mas que pos-tica convencional, visto que essa não é uma prática comum no Brasil, mas que pos-
O Watsu é recomendado àqueles que buscam aumentar a fl exibilidade e a amplitude de 
movimento, relaxar o corpo, aliviar processos álgicos e normalizar o tônus muscular (ASSIS et 
al., 2012; CARVALHO, 2018). É também indicado nos casos de depressão, estresse, ansiedade e 
insônia, visto que os movimentos e os toques do fi sioterapeuta desbloqueiam pontos de ten-
sões mentais, podendo liberar emoções negativas, uma vez que há o aumento da sensibilidade 
dos tecidos e o favorecimento do fl uxo sanguíneo (FORNAZARI, 2017; DULL, 2000). 
PAUSA PARA REFLETIR
O método Watsu pode ser utilizado para promover o fortalecimento muscular em pacientes 
diagnosticados com défi cit de força?
As contraindicações relativas e absolutas do método Watsu englobam as questões 
pertinentes a todas as terapias aquáticas, como as lesões de pele infecciosas, instabilida-
de clínica hemodinâmica, fobia de água e incontinência urinária e fecal. Um ponto impor-
tante de ser ressaltado é com relação à temperatura da água: como esta deve se man-
ter elevada, o Watsu não é recomendado a pacientes hipotônicos, pois estes precisam 
estimular a contração das fibras musculares, e a água térmica causa o efeito contrário, 
relaxando-as ainda mais. No caso de pacientes grávidas, deve-se aguardar até o terceiro 
mês de gestação para começar a prática, podendo ser realizada até o parto sem nenhum 
problema ( JAKAITIS et al, 2017; VIEIRA 2007).
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 172
Figura 1. Efeitos do sistema nervoso simpático e parassimpático sobre o corpo humano. Fonte: Shutterstock. 
Ação sobre o sistema simpático e parassimpático7.1.2
Os sistemas nervosos simpático e parassimpático possuem funções antagônicas no or-
ganismo humano, mas ambos fazem parte do sistema nervoso autônomo, que controla ações 
espontâneas do corpo, como os batimentos cardíacos e a respiração. A parte simpática é res-
ponsável por adaptar o organismo a situações de estresse, de modo a preparar o corpo para 
reações como fuga e luta. Já a parte parassimpática é responsável por fazer o corpo voltar à 
calmaria depois da situação estressante (VIEIRA, 2007). Veja na Fig. 1 as principais ações de 
cada sistema sobre o corpo humano. 
CURIOSIDADE:
Embora os sistemas nervosos simpático e parassimpático possuam funções anta-
gônicas, ambos são dependentes um do outro, atuando de uma forma harmônica 
para controlar as reações do corpo humano. 
Embora os sistemas nervosos simpático e parassimpático possuam funções anta-Embora os sistemas nervosos simpático e parassimpático possuam funções anta-Embora os sistemas nervosos simpático e parassimpático possuam funções anta-
gônicas, ambos são dependentes um do outro, atuando de uma forma harmônica 
Embora os sistemas nervosos simpático e parassimpático possuam funções anta-
gônicas, ambos são dependentes um do outro, atuando de uma forma harmônica 
Embora os sistemas nervosos simpático e parassimpático possuam funções anta-
gônicas, ambos são dependentes um do outro, atuando de uma forma harmônica 
Embora os sistemas nervosos simpático e parassimpático possuam funções anta-Embora os sistemas nervosos simpático e parassimpático possuam funções anta-
Medula espinhal
Cadeia de
gânglios
simpáticos
Contração
pupilar
Dilatação
pupilar
Estimulação
da salivação
Inibição
da salivação
Contração brônquica
Diminuição da FC
Relaxamento brônquico
Aumento da FC
Estimulação da
atividade digestiva
Inibição da
atividade digestiva
Estimulação da
vesícula biliar
Estimulação da
glicose pelo fígado
Inibição da produção
de adrenalina
Estimulação da
liberação de epinefrina
e norepinefrina
Contração
da bexiga
Relaxamento
da bexiga
Relaxamento
do reto
Orgasmo, ejaculação
Contração do reto
CRANIAL
TORÁCICA
GÂNGLIO
LOMBAR
SACRAL
CERVICAL
Sistema nervoso simpáticoSistema nervoso parassimpático
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 173
O método Watsu promove no paciente um estado de relaxamento profundo, que é capaz 
de provocar alterações sobre o sistema nervoso autônomo, acalmando as reaçõesdo sistema 
nervoso simpático e acentuando as reações do sistema parassimpático. Essas alterações resul-
tam em mudanças fi siológicas por todo o corpo, como o aumento da vasodilatação periférica, 
da profundidade da respiração, da atividade do sistema imunológico e dos músculos lisos en-
volvidos no processo digestivo (VIEIRA, 2007). Também se observa uma redução da frequência 
respiratória e cardíaca, dos espasmos musculares e dos episódios convulsivos, da pressão ar-
terial, da atividade dos músculos esqueléticos, entre outros (JAKAITIS et al, 2017).
Efeitos fi siológicos sobre os diferentes sistemas corporais7.1.3
O Watsu é uma forma de terapia aquática capaz de provocar inúmeros efeitos sobre o corpo 
humano, alterando funções do sistema cardiovascular, respiratório, neuromuscular e urogine-
cológico. Entre os principais efeitos produzidos, destacam-se:
• O alongamento dos tecidos moles;
• A melhora do sono;
• O alivio de algias; 
• A diminuição da frequência cardíaca e respiratória;
• O aumento da profundidade respiratória;
• O aumento da vasodilatação periférica;
• A melhora da digestão;
• A diminuição da hipertonia e espasticidade;
• A diminuição de sintomas ansiosos;
• A melhora de quadros depressivos.
(ASSIS et al 2012; PARREIRA et al 2011; CARVALHO 2018; FORNAZARI, 2017).
Sequência básica de movimentos Watsu7.1.4
A aplicação clínica do Watsu segue uma metodologia especifi ca de movimentos contínuos e 
sequências que devem ser respeitados pelo terapeuta. Os nomes atribuídos às diferentes po-
sições que devem ser mantidas durante o atendimento são baseados no posicionamento e no 
local que o paciente está em relação ao fi sioterapeuta, já a nomenclatura dos movimentos efe-
tuados é embasada conforme a descrição da sua execução (FORNAZARI, 2017; DULL, 2000).
Há dois tipos de posições no Watsu: simples e complexa. As posições simples incluem os 
movimentos básicos e de livre fl utuação, já as posições complexas incluem os movimentos 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 174
com berços. Em um berço, o terapeuta captura ou envolve o paciente entre o seu corpo e um 
braço, liberando a outra mão para trabalhar o resto do corpo do paciente (BIASOLI, 2006). Veja 
no Diagrama 1 a sequência básica de movimentos do Watsu. 
Diagrama 1. Movimentos básicos do método Watsu
Movimentos básicos
Abertura
Começando na parede
Dança da respiração na água
Acordeão
Acordeão rotatório
Rotação com a perna próxima
Fonte: DULL, 2000. (Adaptado). 
No Watsu, as transições, ou os meios de mover-se de uma posição para outra, são tão im-
portantes quanto às próprias posições e os movimentos específicos realizados em cada exer-
cício. As transições criam um sentido de continuidade, de fluxo, que desenvolve confiança e 
ajudam o paciente a relaxar (DULL, 2000).
O fisioterapeuta pode adaptar os movimentos à individualidade de cada caso, porém deve 
se lembrar de respeitar a sequência do método e os seus princípios, realizando o alongamento 
sempre de modo passivo, mobilizando globalmente as articulações e promovendo o equilíbrio 
dos fluxos de energia nos meridianos. Os movimentos devem ser realizados com base no rit-
mo da respiração do paciente, que deve ser conduzido por meio de toques delicados e de uma 
maneira continua e rítmica (JAKAITIS et al, 2017; DULL, 2000).
O início do atendimento começa com uma “abertura”, que se dá com o paciente apoiado na 
parede da piscina, que é considerada como uma âncora tátil, servindo de ponto de referência. 
Se a piscina não possuir uma parede adequada, o paciente pode sentar-se nos degraus ou na 
borda. Independentemente do local escolhido, este deverá ser marcado pelo fisioterapeuta, 
pois o Watsu deve iniciar e terminar no mesmo local. A abertura consiste no “começando na 
parede”, onde o paciente deve manter-se reclinado com as costas retas e estendidas de en-
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 175
contro à parede, focando-se na estabilização postural; as pernas devem ficar afastadas para 
garantir uma boa base de sustentação (DULL, 2000; CARVALHO, 2018).
Posteriormente ao “começando na parede”, dá-se início à “rendição à água”, onde o fisiote-
rapeuta deve ficar em pé na frente do paciente, mas suficientemente distante para que os seus 
braços flutuem para frente e não toquem nele. As pernas de ambos devem ficar afastadas 
enquanto permanecerem em pé, o corpo deve ser deixado afundar até o queixo e o ritmo da 
respiração deve começar a ser seguido, afundando na expiração e subindo na inspiração, de 
modo que a água impulsione o levantar, sem ter que fazer um grande esforço, pois não se deve 
empurrar o corpo para cima além do que a água é capaz de levantar. O paciente deve deixar a 
água fazer tudo, rendendo-se, e sentindo como ela o aceita novamente na expiração. Quando 
o fisioterapeuta perceber que o paciente se rendeu o suficiente, deve pedir para que os seus 
olhos se mantenham fechados junto à realização do movimento. O fisioterapeuta então dá um 
passo adiante para ficar de frente para o lado direito do paciente, pondo o seu braço esquerdo 
sobre o braço direito do paciente, deixando-o flutuar para fora atrás das suas costas, o seu 
dorso do antebraço direito deve ser colocado embaixo do cóccix do paciente para elevar o cor-
po para a superfície no momento da inspiração, esse será o primeiro contato físico de ambos 
(DULL, 2000; CARVALHO, 2018).
O próximo passo é a “dança da respiração na água”; o fisioterapeuta deve manter ambos 
os antebraços em uma posição de pronação relaxada, posicionando o braço esquerdo embaixo 
da cabeça do paciente, e o antebraço direito embaixo do seu cóccix, mantendo-se baixo na água 
com uma postura estacionária larga. Em seguida, deve continuar o movimento anterior, man-
tendo cuidado para não afundar a cabeça do paciente e nem as pernas completamente; outro 
cuidado a ser mantido é durante a fase de inspiração, pois deve-se subir o corpo do paciente 
de modo que as suas orelhas não fiquem fora da água. Nos casos dos pacientes que são muito 
flutuantes, ou seja, há uma dificuldade de fazer com que o corpo afunde, é permitido que o fisio-
terapeuta posicione o seu antebraço transversalmente ao abdômen para ajudá-lo a afundar em 
cada expiração; se as pernas estiverem muito enrijecidas, pode-se colocar o braço direito embai-
xo dos joelhos do paciente, encorajando-o a flexionar estes e relaxar. O suporte do braço pode 
então ser retornado ao cóccix. Com um paciente muito denso, antes que o terapeuta fadigue, 
pode-se iniciar o próximo movimento, o “acordeão” (DULL, 2000; CARVALHO, 2018).
O “acordeão” é um movimento que permite um balanceamento do peso do paciente de 
modo mais fácil. Depois da realização da dança da respiração, o fisioterapeuta deve abrir os 
seus braços lentamente enquanto ambos sincronizadamente inspiram. O antebraço esquerdo 
deve pressionar levemente a região occipital da cabeça, puxando o paciente para longe do an-
tebraço direito, que é então colocado embaixo dos joelhos. Durante a expiração, o tronco do 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 176
paciente deve afundar um pouco. O processo é repetido com a abertura dos braços na inspira-
ção e o fechamento na expiração, permitindo aos quadris afundar um pouco mais. Os joelhos 
do paciente devem gradualmente se aproximar do tórax; se uma retração nestes restringirem 
o dobramento, o tronco pode ser reposicionado para um alinhamento mais vertical com cada 
expiração, estimulando a flexão ao mudar o peso para frente. Se mesmo assim persistir, pode-
-se tentar rotar a perna próxima para estimular o relaxamento. Quando os joelhos são trazidos 
para mais perto do tórax, com a expiração, o terapeuta aumenta a duração do tempo que os 
seus braços estão juntos, permanecendo mais no fundo da expiração; similarmente,os seus 
braços abrem-se mais largamente a cada inspiração (DULL, 2000; CARVALHO, 2018). 
Figura 2. Acordeão. Fonte: KOPCZYNSKI et al, 2012. (Adaptado).
Após a realização do “acordeão”, evolui-se para o “acordeão rotatório”, no qual depois de 
cada abertura dos braços, o fisioterapeuta fica em pé de forma mais elevada e inclina-se para 
frente, varrendo o braço direito para fora sobre o lado esquerdo do paciente no momento que 
ambos expirarem, deixando então os quadris balançarem em direção ao corpo do terapeuta. 
Depois de cada fechamento, o terapeuta balança para trás e abre os seus braços na inspiração, 
com os quadris balançando para longe (DULL, 2000; CARVALHO, 2018). 
Em seguida ao “acordeão rotatório”, inicia-se a “rotação com a perna próxima” em que 
a perna distante do paciente é deixada deslizar para fora do braço. Sem quebrar o ritmo, o 
terapeuta inclina-se para frente para rotar a perna próxima para cima em direção ao ombro 
esquerdo, concomitantemente com a expiração. Os movimentos de balanço devem tornar-se 
progressivamente maiores, afundando de volta na água com a inspiração. Enquanto a perna 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 177
direita é rotada dessa maneira, suportada pelo cotovelo direito do paciente, um alongamento 
é aplicado à perna esquerda por meio da resistência da água à medida que o terapeuta move 
o paciente em torno, em sentindo horário. Se o joelho do paciente não se aproximar sufi cien-
temente do tórax para efetuar o berço seguinte, deve-se continuar com o fl uxo simples em vez 
do completo (DULL, 2000; CARVALHO, 2018). 
ESCLARECIMENTO:
Ao realizar os movimentos do Watsu pela primeira, somente deve-se passar para 
a postura seguinte quando toda a transição atual estiver dominada, para então 
aprender a combiná-la com a seção seguinte.
Ao realizar os movimentos do Watsu pela primeira, somente deve-se passar para Ao realizar os movimentos do Watsu pela primeira, somente deve-se passar para Ao realizar os movimentos do Watsu pela primeira, somente deve-se passar para 
a postura seguinte quando toda a transição atual estiver dominada, para então 
Ao realizar os movimentos do Watsu pela primeira, somente deve-se passar para Ao realizar os movimentos do Watsu pela primeira, somente deve-se passar para Ao realizar os movimentos do Watsu pela primeira, somente deve-se passar para 
a postura seguinte quando toda a transição atual estiver dominada, para então 
Ao realizar os movimentos do Watsu pela primeira, somente deve-se passar para 
a postura seguinte quando toda a transição atual estiver dominada, para então a postura seguinte quando toda a transição atual estiver dominada, para então a postura seguinte quando toda a transição atual estiver dominada, para então a postura seguinte quando toda a transição atual estiver dominada, para então 
O Watsu é dividido em três seções, sendo que cada uma começa com um berço e termina com 
posições simples. As seções são sequenciadas de um modo que cada berço é mais difícil que o 
precedente e introduz um nível ligeiramente maior de intimidade entre o paciente e o terapeuta. 
No momento do atendimento em que é realizada a abertura e os movimentos básicos, o fi siote-
rapeuta deve determinar se o paciente possui sufi ciente fl exibilidade para ser colocado dentro 
do primeiro berço. Assim, o fl uxo de transição do Watsu consiste em: abertura, movimentos 
básicos, três seções e um complemento (DULL, 2000). Observe com atenção no Diagrama 2 a 
classifi cação dos movimentos que compõem as posturas das sessões I, II e III do método Watsu. 
Diagrama 2. Classifi cação dos movimentos que compõem as 
posturas das seções I, II e III do método Watsu
Seção I
O berço de cabeça
Seção II
Embaixo da perna distante, 
ombro e quadril
Seção III
O berço da perna próxima
Fluxo simples Fluxo simples Perna próxima por cima
Fluxo completo Berço simples Quadríceps abaixo
Captura Perna distante por cima Perna abaixo
Balanço de braço e perna Empurrão na perna Passagem de perna
Torção Tração no sacro Braço
Joelho e cabeça Embaixo do ombro Segundo lado
Segundo lado Alongando a coluna Casa do coração
Imobilidade Tração da coluna Retorno à parede
Movimento livre Ondulando a coluna Elevação e separação
Balanço de quadril Segundo lado Honrando o espaço
Fonte: DULL, 2000. (Adaptado). 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 178
Figura 3. Berço de cabeça - torção. Fonte: KOPCZYNSKI et al, 2012. (Adaptado).
Figura 4. Balanço de braço e perna. Fonte: PARREIRA et al, 2011. (Adaptado).
Quando a sessão está nos minutos finais, o fisioterapeuta deve deslizar seu antebraço direito 
embaixo de ambos os joelhos do paciente e os levar o mais próximo possível do peito. Balan-
çando lentamente, vai “retornando à parede” e, quando as costas do paciente a encontram, o 
paciente é sentado sobre o joelho esquerdo do terapeuta, que está posicionado ao longo da 
dela. Segue-se então para a elevação e a separação, quando o terapeuta gradualmente desliza 
sua mão esquerda para a parte de trás do pescoço, assegurando-se de que a cabeça do paciente 
seja capaz de ser suportada independentemente. Com a mão direita sobre o centro do coração, 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 179
o terapeuta coloca sua mão esquerda levemente sobre a cabeça do paciente, a palma da mão 
sobre o terceiro olho (testa) e as pontas dos dedos apenas tocando o chacra da coroa localizado 
no topo da cabeça. Depois de um momento, o terapeuta lentamente levanta ambas as mãos. Ele 
desliza suas mãos de volta para dentro da água a fi m de elevar as mãos do paciente lentamente 
em direção à superfície. O terapeuta põe suas próprias mãos juntas fora da água e balança para 
trás para retirar o contato dos joelhos e pés do paciente (VIEIRA, 2007; DULL, 2000).
Para encerrar o atendimento “honrando o espaço”, permanecendo abaixo da água, o terapeuta 
continua a dar passos para trás afastando-se do paciente, honrando o espaço do coração entre 
eles, e permanecendo em posição até os olhos do paciente se abrirem (VIEIRA 2007; DULL, 2000). 
Método Bad Ragaz7.2
O método dos anéis de Bad Ragaz (MABR) é um conjunto de técnicas terapêuticas realizadas 
em ambiente aquático que utiliza fl utuadores, denominados anéis, em pontos específi cos do 
corpo do paciente com o objetivo de realizar exercícios de fortalecimento muscular, tração, 
alongamento, relaxamento e inibição do tônus (ASSIS et al, 2012; BIASOLI, 2006). As proprieda-
des físicas da água de pressão hidrostática, turbulência, fl utuação, tensão superfi cial e tempe-
ratura são utilizadas de modo favorável à otimização da reabilitação dentro do programa de 
exercícios do MABR (CAMPION et al, 2000; CARVALHO, 2018). 
Figura 5. Exercício do MABR. Fonte: CHAVES et al, 2012. (Adaptado).
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 180
Figura 6. Exercício do MABR. Fonte: CHAVES et al, 2012. (Adaptado).
O paciente deve usar um anel sob o pescoço e um anel grande sob a pelve posicionados 
entre a quinta vertebra lombar (L5) e a segunda vertebra sacral (S2). Caso seja necessário, pe-
quenos anéis podem ser colocados sob as extremidades para facilitar a fl utuação e garantir o 
alinhamento vertebral adequado (CARVALHO, 2018; CHAVES et al, 2012). As sessões de MABR 
devem ser realizadas de um para um, ou seja, para cada paciente é necessária a presença de 
um fi sioterapeuta. A água da piscina não deve ser superior ao nível da décima vertebra toráci-
ca (T10) do profi ssional, profundidades maiores podem provocar o desequilíbrio do fi siotera-
peuta, reduzindo sua capacidade de servir como ponto de fi xação ao paciente (GARRET, 2000). 
DICA:
Existem calçados aquáticos específi cos que fornecem ao fi sioterapeuta maior esta-
bilidade e tração; outra possibilidade é utilizar pesos de tornozelos – estes ajudam 
o profi ssional a manter o equilíbriodurante a realização das manobras. 
Existem calçados aquáticos específi cos que fornecem ao fi sioterapeuta maior esta-
bilidade e tração; outra possibilidade é utilizar pesos de tornozelos – estes ajudam 
Existem calçados aquáticos específi cos que fornecem ao fi sioterapeuta maior esta-Existem calçados aquáticos específi cos que fornecem ao fi sioterapeuta maior esta-Existem calçados aquáticos específi cos que fornecem ao fi sioterapeuta maior esta-
bilidade e tração; outra possibilidade é utilizar pesos de tornozelos – estes ajudam 
Em constante evolução, o método emprega atualmente movimentos em diagonais e planos 
anatômicos baseados na facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) do método Kabat (BIA-
SOLI, 2006). Esses movimentos são executados contra uma resistência manual oferecida pelo 
fi sioterapeuta, associada à resistência da turbulência fornecida pela água ao deslocamento do 
corpo do paciente (PARREIRA et al, 2011). Bad Ragaz é indicado especialmente nos casos de dis-
funções ortopédicas e neurológicas, mas não se restringe somente a estas (ASSIS et al, 2012).
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 181
Defi nição, objetivos, histórico, indicações e contraindicações7.2.1
O método recebeu o nome da cidade onde foi desenvolvido, Bad Ragaz, na Suíça, local este 
que recebe desde 1930 muitos pacientes em busca de tratamento através das propriedades 
terapêuticas da água termal (KOPCZYNSKI et al, 2012). Inicialmente, os pacientes que possuíam 
alguma limitação de movimento eram tratados pelo MABR com exercícios de amplitude de 
movimento enquanto eram suportados sobre pranchas fi xas na água. Para mantê-los fi rmes 
no lugar eram utilizados pontos fi xos de apoio para a mão, como correias e corrimões (CARVA-
LHO, 2018; JAKAITIS et al, 2017).
Em 1957, o dr. Knupfer, na Alemanha, introduziu ao método o conceito de neurofi siologia, 
resultando assim em alguns avanços e refi namentos da técnica. Entre as mudanças sugeridas, 
estava a imposição da realização dos exercícios em posição horizontal, na qual o paciente era 
suportado pela fl utuação da água e por anéis que eram colocados em torno do seu pescoço, 
pelve, joelhos e tornozelos. Dessa forma, o método passou a ser usado para a realização de 
exercícios ativos resistidos e de estabilização (BIASOLI, 2006; CARVALHO, 2018).
Knupfer também desenvolveu exercícios baseados em cadeia simples de movimento que 
passavam de articulação por articulação e focavam em um único plano de movimento no qual o 
terapeuta exercia uma função estabilizadora. Foi somente nessa época que todas as proprieda-
des físicas da água começaram a ser utilizadas de modo favorável ao quadro do paciente. O uso 
das propriedades fez com que se disseminasse a compreensão das diferenças existentes entre 
as estratégias biomecânicas utilizadas em solo e na água (CARVALHO, 2018; FORNAZARI, 2017).
Posteriormente, os exercícios de Knupfer também sofreram modifi cações: dr. Zinn, que era 
médico em Bad Ragaz, percebeu o rápido crescimento e a boa aceitação que a técnica FNP vi-
nha tendo entre os pacientes e resolveu adicionar alguns princípios baseados nesta, como os 
movimentos diagonais e tridimensionais. Em 1967, Bridget Davis e Verena Laggatt lapidaram o 
método e adicionaram os padrões de FNP de Magaret Knott, resultando então na técnica hoje 
conhecida como MABR (CARVALHO, 2018; FORNAZARI, 2017).
Em virtude da sua versatilidade, o MABR proporciona inúmeras possibilidades de exercícios, 
cujos benefícios incluem: 
• Aumento da amplitude de movimento;
• Fortalecimento muscular;
• Redução do tônus;
• Relaxamento;
• Ganho de fl exibilidade;
• Preparação dos membros inferiores para receber e sustentar descarga de peso;
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 182
• Melhora do alinhamento e estabilidade postural; 
• Recuperação de padrões normais de movimentos; 
• Melhora da resistência e aptidão física do corpo.
(KOPCZYNSKI et al, 2012; CAMPION et al, 2000; BIASOLI, 2006). 
Figura 7. Exercício do MABR de preparação dos membros inferiores para receber descarga de peso. Fonte: ASSIS et al, 2012. (Adaptado).
Por ser um método versátil, é indicado para muitos problemas e disfunções corporais, toda-
via, é especialmente indicado para:
• Condições ortopédicas e reumatológicas, incluindo preparação pré e pós-cirúrgica do tron-
co e extremidades, fraturas, lesões de tecidos moles e condições artríticas;
• Transtornos neurológicos como traumatismo craniano, Parkinson, plegias e acidente vas-
cular cerebral (AVC); 
• Síndromes álgicas; 
• Distrofia simpática reflexa e disfunções semelhantes onde a dessensibilizarão sensitiva 
é indicada;
• Pós-mastectomia e cirurgia cardíaca que se beneficiam do fortalecimento e do alongamen-
to dos quadrantes superiores do tronco;
• Atrasos do desenvolvimento neuropsicomotor.
(CAMPION et al, 2000; CARVALHO, 2018; FORNAZARI, 2017).
Antes de iniciar o tratamento, todos os pacientes devem passar por uma avaliação minucio-
sa pelo fisioterapeuta para garantir que não possuem nenhuma contraindicação ao método, 
podendo ainda ser necessário, em alguns casos específicos, a liberação médica para a realiza-
ção da atividade. São consideradas contraindicações:
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 183
• Instabilidade hemodinâmica;
• Doenças infecciosas transmissíveis pelo contato; 
• Fadiga em excesso;
• Problemas vestibulares não controlados;
• Grávidas com menos de três meses de gestação;
• Condições agudas e críticas das costas, pescoço e extremidades.
(CAMPION et al, 2000; CARVALHO, 2018; FORNAZARI, 2017).
Bad Ragaz x Kabat7.2.2
O método MABR adotou muitos princípios do método Kabat, porém os modifi cou para ade-
quá-los à água. O corpo imerso na água não é estabilizado pela gravidade e se movimenta li-
vremente até que seja estabilizado pelo fi sioterapeuta. No Kabat, o paciente, que está deitado 
sobre uma superfície rígida, permanece estável. Entretanto, no MABR, o paciente permanece 
fl utuando através da sustentação dos anéis – esta pode ser uma posição estável ou não, de-
pendendo da presença de movimentos da água ou do próprio paciente (CARVALHO, 2018; 
FORNAZARI, 2017).
Qualquer movimento realizado pelo paciente a partir dessa posição estável resulta em uma 
modifi cação do metacentro, defi nido como o balanço do equilíbrio entre o centro de gravidade 
do paciente e o centro de fl utuação. Enquanto o Kabat requer movimento sobre a estabilidade 
fornecida pela gravidade, o MABR requer movimentos sobre a estabilidade fornecida pelo fi sio-
terapeuta, sendo as mãos deste o único ponto de fi xação (CARVALHO, 2018; FORNAZARI, 2017). 
Figura 8. Diagonal do método Kabat adaptada ao Bad Ragaz. Fonte: PARREIRA et al, 2011. (Adaptado).
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 184
No Kabat, a resistência é sempre aplicada manualmente. No MABR, a maior parte da resistên-
cia é proveniente da água através dos movimentos, podendo também o fi sioterapeuta associar 
uma resistência manual à fornecida pela água. Uma limitação do MARB em relação ao Kabat 
é que, embora a ADM total de uma articulação possa ser atingida na água, um alongamento 
passivo rápido não pode ser realizado adequadamente. Esse tipo de alongamento, chamado de 
facilitatório, é comumente utilizado no Kabat (CARVALHO, 2018; GARRET, 2000).
As técnicas e a fi losofi a do Kabat que foram adaptadas pelo MABR incluem:
• Resistencia máxima para exercícios isotônicos e isométricos, durante toda a ADM;
• Apoio e contato manual corretos e específi cos pelo fi sioterapeuta para estimulação proprio-
ceptiva e facilitação do movimento;
• Padrões alternados de empurrar e puxar, ou seja, de aproximação e tração, para facilitar o 
refl exo de estiramento muscular (aproximação facilita a co-contração, enquanto a tração facilita 
contrações isotônicas);
• Comandoscurtos e precisos pelo fi sioterapeuta;
• Irradiação dos músculos mais fortes para os mais fracos;
• Contato manual no paciente de proximal para distal;
• Reversões dinâmicas;
• Padrões de movimentos que sejam ao mesmo tempo naturais e funcionais para o paciente.
(CAMPION et al, 2000; KOPCZYNSKI et al, 2012; GARRET, 2000).
PAUSA PARA REFLETIR
Um paciente que possua indicação clínica para realizar a sua reabilitação física através do mé-
todo Kabat automaticamente também possui indicação para realizar pelo método Bad Ragaz, 
já que este é baseado no Kabat? 
Técnica passiva, isotônica, isométrica e isocinética7.2.3
O MABR deve ser realizado de um modo que o fi sioterapeuta forneça estabilidade ao pa-
ciente e ao mesmo tempo seja fl exível a aplicação. As técnicas utilizadas durante o atendimen-
to variam, podendo ser: passiva, isotônica, isométrica e isocinética (GARRET, 2000). O modo 
passivo consiste na realização de todos os movimentos pelo fi sioterapeuta sem a participação 
ativa do paciente (nem mesmo a contração muscular) como, por exemplo, a ação de deslizar 
o paciente pela água. Os exercícios realizados passivamente são utilizados para proporcionar 
relaxamento, inibir o tônus muscular, alongar a musculatura do tronco e tracionar a coluna 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 185
vertebral. Já os exercícios ativos promovem a estabilização postural o fortalecimento e a ree-
ducação muscular (CAMPION et al, 2000; KOPCZYNSKI et al, 2012). 
Na técnica isotônica, o fi sioterapeuta deve agir como um ponto de fi xação “móvel”, onde o pa-
ciente executa o movimento, porém é desestabilizado pelo terapeuta; para melhor compreensão 
dessa ação, pense na seguinte situação: uma paciente pode ser empurrada ou oscilada na direção 
do seu movimento ativo, essa ação conduz a um aumento na resistência a esse movimento. Em 
contraposição, o movimento pode ser auxiliado pelo fi sioterapeuta, empurrando na direção opos-
ta ao movimento pretendido pelo paciente (CAMPION et al, 2000; CARVALHO, 2018; GARRET, 2000). 
Figura 9. Exercício de MABR para manutenção de força muscular residual de membros superiores e tronco. O fi sioterapeuta faz resis-
tência manual para abdução e adução de ombro, e o paciente deve manter contração isométrica de tronco para evitar as rotações; o 
terapeuta é o ponto fi xo. Fonte: ASSIS et al, 2012. (Adaptado).
Na forma isométrica, o paciente mantém uma posição fi xa enquanto é empurrado através 
da água pelo fi sioterapeuta, gerando assim contrações estabilizadoras. Já na técnica isocinéti-
ca, o fi sioterapeuta fornece uma fi xação enquanto o paciente se movimenta ativamente pela 
água; a resistência imposta é controlada pela velocidade do movimento, realizado pelo pa-
ciente. Quanto mais rápido for o movimento, maior será a resistência (CAMPION et al, 2000; 
CARVALHO, 2018; GARRET, 2000).
Padrões de tronco, membros inferiores e superiores 
nas diferentes técnicas do Bad Ragaz
7.2.4
Os exercícios do MABR podem ser classifi cados em padrões para o tronco, membros infe-
riores e membros superiores. Podem ainda ser divididos como unilaterais ou bilaterais, e os 
bilaterais são defi nidos como simétricos ou assimétricos (GARRET, 2000).
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 186
Os padrões de tronco são:
• Estabilização de tronco em alinhamento neutro – Isométrico;
• Rotação de tronco – Isométrico, unilateral para a direita ou esquerda;
• Rotação de tronco com flexão – Isotônico, unilateral para a direita ou esquerda;
• Rotação de tronco com extensão – Isotônico, unilateral para a direita ou esquerda;
• Flexão lateral de tronco – Isocinético, simétrico bilateral. 
(GARRET, 2000).
Padrões de membros superiores: 
• Abdução, rotação externa de ombros, extensão de punhos/dedos movendo-se para adu-
ção, rotação interna de ombros, flexão de punhos/dedos – isocinético, simétrico bilateral; 
Figura 10. Exercício do MABR em padrão de abdução e adução de ombro, respectivamente. Fonte: CHAVES et al, 2012. (Adaptado).
• Flexão/abdução, rotação externa de ombros, extensão de punhos/dedos e abdução mo-
vendo-se para extensão/adução, rotação interna de ombros, flexão de punhos e dedos e adu-
ção – isocinético, simétrico bilateral;
• Extensão e adução de ombro, pronação de antebraço, flexão de punhos/dedos movendo-
-se para a flexão e abdução de ombro, supinação de antebraço, extensão de punhos/dedos 
– isocinético, unilateral.
(CHAVES et al, 2012; GARRET, 2000).
Padrões de membros inferiores: 
• Abdução e extensão de quadril com extensão de joelho movendo-se para adução e exten-
são de quadril com extensão de joelho - isocinético, unilateral; 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 187
Figura 11. Exercício do MABR em padrão de abdução de quadril. Fonte: CHAVES et al, 2012. (Adaptado). 
Figura 12. Exercício do MABR em padrão de extensão do joelho. Fonte: CHAVES et al, 2012. (Adaptado).
• Extensão de joelho/quadril movimentando-se para flexão de joelho/quadril – isocinético 
(membro inferior de trabalho), isométrico (membro inferior de pega); 
• Perna em movimento: adução e extensão de quadril com extensão de joelho movendo-se 
para abdução e extensão de quadril com extensão de joelho. Perna de pega: pega de quadril e 
joelho em posição neutra – isocinético, unilateral.
(CHAVES ET AL, 2012; GARRET, 2000).
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 188
Entradas 7.3
O paciente deve ser ensinado pelo fi sioterapeuta a entrar na piscina de maneira segura 
e adequada a sua condição biomecânica, sendo imprescindível que o local de atendimento 
possua condições e uma estrutura adequada para garantir a acessibilidade de paciente com 
diferentes limitações físicas. A entrada pode ser incluída como parte do tratamento, visto que 
exige força, resistência, coordenação e equilíbrio do paciente. A técnica de entrada deve ser 
estabelecida com base nos resultados da avaliação cinético funcional que deve ser realizada 
previamente à primeira sessão terapêutica, podendo esta ser pela borda, rampa, elevador ou 
guindaste (BERTOLUCCI et al, 2016; VIEIRA 2007; KOPCZYNSKI et al, 2012).
Técnicas de entrada pela borda7.3.1
A entrada pela borda da piscina pode ser realizada de diferentes maneiras, dependendo do 
nível de controle do paciente sobre o seu corpo. O primeiro passo da técnica é o paciente se 
sentar na borda e de frente para a piscina, e, se for independente, pode deslizar lentamente 
para dentro da água. Caso seja dependente de forma parcial ou total, o fi sioterapeuta deve 
estar imerso e na sua frente, de modo que consiga fornecer apoio no seu tronco, pernas e ou 
na sua cervical, se for necessário. Se o paciente conseguir, ele pode segurar nos ombros do 
fi sioterapeuta, ou ainda o fi sioterapeuta apoiar no antebraço ou nas mãos do paciente, que 
deverão estar voltadas para baixo, ocorrendo em seguida o deslocamento para dentro da pis-
cina (CAMPION et al, 2000). 
Figura 13. Entrada sentada pela borda com paciente dependente e entrada com apoio braço a braço. Fonte: CHAVES et al, 2012. (Adaptado).
A B
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 189
Figura 14. Entrada pela borda: sentado, mãos sobre mãos e independente respectivamente. Fonte: CAMPION, 2000. (Adaptado).
Figura 15. Entrada com rotação combinada. Fonte: CAMPION, 2000. (Adaptado).
Outra possibilidade de entrada pela borda é com a realização de uma rotação combinada, 
na qual o fi sioterapeuta deve fi car em pé dentro da piscina e de lado para o paciente, de modo 
que consiga fornecer um apoio para este. Em seguida, o paciente deve se inclinar em direção à 
água e o fi sioterapeuta deve fazer o seu giro apoiando-o pelo braço, antes de entrar na água o 
paciente deve completar o giro de modo que entre de costas (CAMPION et al, 2000). 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 190
Técnicas de entrada pela rampa7.3.2
A entrada pela rampa é uma técnicautilizada, sobretudo com pacientes cadeirantes; para 
garantir segurança à rampa deve possuir largura de no mínimo 1,20 m e uma inclinação trans-
versal de no máximo 3%. A entrada deve ser realizada da seguinte maneira: o fi sioterapeuta 
deve posicionar a cadeira de rodas de “costas” para a piscina e se manter junto a ela, cami-
nhando e conduzindo lentamente para trás (em ré), fi cando atento para fornecer qualquer 
auxilio que o paciente venha a precisar (VIEIRA, 2007).
Técnicas de entrada por elevador/guindaste7.3.3
O programa de reabilitação funcional preconiza a abordagem do paciente desde sua trans-
ferência para dentro da piscina, sendo pela borda a forma de entrada mais recomendada, 
todavia, em alguns casos este método se torna impraticável, fazendo com que o fi sioterapeuta 
adote outras formas de transferência, como o uso de elevadores e guindastes. Existem diver-
sas opções de elevadores e guindastes que transferem o paciente para dentro da piscina, e, 
embora estes possuam um alto custo, representam uma opção de entrada segura e mais fácil 
aos pacientes com mobilidade reduzida (CAMPION et al, 2000; KOPCZYNSKI et al, 2012).
O fi sioterapeuta deve explicar previamente o funcionamento do equipamento ao paciente, 
pois inicialmente ele pode fi car apreensivo e com medo em relação à segurança proporciona-
da pelo meio de transporte. A técnica de entrada nesse caso começa com a transferência do 
paciente da cadeira de rodas para o elevador ou, se for capaz de deambular, começa com o 
seu acompanhamento até o mesmo. Nesse momento, o profi ssional deve posicionar correta-
mente o paciente e estabilizá-lo com os acessórios de segurança para evitar qualquer risco de 
queda. Após o acionamento do equipamento é importante que o fi sioterapeuta responsável 
pelo atendimento já se encontre imerso na piscina para garantir a saída correta do paciente 
(KOPCZYNSKI et al, 2012; VIEIRA, 2007).
Perfi l motor na escolha da entrada adequada7.3.4
Com base no perfi l motor do paciente, o fi sioterapeuta deverá escolher o tipo de entrada 
mais adequada; os elevadores e guindastes são recomendados para pacientes fi sicamente 
dependentes, obesos ou muito maiores que o fi sioterapeuta; as rampas são indicadas nos 
quadros motores que exigem o uso de cadeira de rodas, como em paraplegia, tetraplegia, 
fraturas e amputações de membros inferiores; a entrada pela borda pode ser adaptada a di-
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 191
ferentes quadros motores, sendo esta a priorizada para todos os casos (sempre que possível) 
(CAMPION et al, 2000; KOPCZYNSKI et al, 2012).
 Pacientes com défi cit de controle motor dos membros inferiores e superiores, como em 
um caso de Duchenne ou esclerose lateral amiotrófi ca, podem entrar pela borda com apoio 
proporcionado pelo fi sioterapeuta, e conforme a evolução da doença a entrada pode ser reali-
zada com apoio parcial, com o fi sioterapeuta oferecendo suporte nas mãos ou braços, ou com 
apoio total quando o paciente não possui grau de força muscular sufi ciente para participar da 
manobra (VIEIRA 2007; CAMPION et al, 2000).
Saídas7.4
O principal motivo de uma clínica de fi sioterapia possuir uma piscina terapêutica, é propor-
cionar a reabilitação aquática para pessoas com defi ciências e lesões. Em vista disso, é essen-
cial que os administradores do local refl itam esse propósito através da adaptação do ambiente 
de um modo que permita a acessibilidade de qualquer pessoa. Entrar e sair da piscina são 
movimentos que representam um desafi o à maioria dos pacientes que são dependentes de 
ajuda física; a tecnologia associada à engenharia vem proporcionando novas possibilidades 
de transporte de dentro da piscina para o meio externo, como os elevadores e guindastes 
adaptados ao ambiente aquático. A fi sioterapia através da cinesiologia desenvolveu técnicas 
de saídas que são baseadas no suporte manual fornecido por um ou mais fi sioterapeutas, po-
dendo o paciente permanecer passivo durante o transporte até a borda ou ativo, ajudando o 
fi sioterapeuta na realização das manobras de retirada (BERTOLUCCI et al, 2016; KOPCZYNSKI 
et al, 2012; CAMPION et al, 2000).
Técnica de saída pela borda7.4.1
A saída pela borda da piscina é frequentemente realizada por meio de duas técnicas: 
pela borda em “zigue-zague” e pela lateral. Na saída zigue-zague, o fi sioterapeuta auxilia o 
paciente a chegar à borda da piscina; o paciente deve esticar os seus braços no piso para 
fora desta, nesse momento, o fi sioterapeuta segura em suas pernas o levantando e impul-
sionando para fora; o paciente faz então movimentos de zigue-zague com o seu tronco até 
esticar completamente o seu corpo para fora. Posteriormente, o fi sioterapeuta segura nos 
joelhos e nas coxas do paciente e o vira para cima, e o paciente deve segurar nas mãos do 
fi sioterapeuta e ir se sentando, podendo assim levantar com mais segurança e facilidade 
(VIEIRA 2007; CAMPION et al, 2000). 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 192
Figura 16. Sequência de saída da piscina pela borda em zigue-zague. Fonte: CAMPION, 2000. (Adaptado).
A saída de forma lateral na borda é realizada nos casos de defi ciência severa ou em 
emergências onde o paciente precisa ser levantado da água para sair, sendo necessário 
quatro pessoas para a realização desta manobra: uma fora da água para proteger a cabeça 
do paciente e três dentro da piscina, que segurarão o paciente deitado com os braços es-
ticados ao longo do corpo e o erguerão simultaneamente colocando-o com cuidado para 
fora da piscina. Duas pessoas que estão imersas deverão segurar o paciente nas extremi-
dades superiores e inferiores e um no seu tronco (CAMPION et al, 2000).
Pacientes independentes que conseguiriam sair pelas escadas também devem ser enco-
rajados a aprender a sair pela borda, pois representa uma saída mais desafi adora, estimu-
lando o paciente a adotar novas posturas e posições que o obriguem a usar capacidades 
funcionais de força, equilíbrio e fl exibilidade (KOPCZYNSKI et al, 2012).
Técnica de saída pela rampa7.4.2
A rampa pode ser utilizada como meio de saída quando o local de atendimento não 
possui elevador ou no caso do paciente ter alguma condição clínica que o impeça de sair 
pelas bordas da piscina e torne necessário uma cadeira de rodas. O fi sioterapeuta deve se 
posicionar na rampa, sempre atrás do paciente, fornecendo todo o apoio necessário e o 
acompanhando até que esteja fora da piscina. Pacientes cadeirantes com difi culdade em 
manter o controle cefálico e de tronco precisam estar bem estabilizados para evitar que 
venham a cair da cadeira durante o transporte, e o sentido da cadeira deve ser mantido de 
forma que as pernas se mantenham direcionadas para a saída. É importante, sempre que 
possível, o fi sioterapeuta estimular a evolução da saída da rampa para a borda, mesmo 
que o paciente participe de forma passiva da manobra (VIEIRA 2007; CAMPION et al, 2000).
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 193
Técnica de saída por elevador/guindaste7.4.3
Assim como na entrada, a saída por elevador ou guindaste é uma forma segura que facilita 
o transporte do paciente. É importante sempre verifi car se o paciente está acoplado e estabili-
zado corretamente, devendo o fi sioterapeuta permanecer imerso até o início do acionamento 
do transporte e uma segunda pessoa permanecer do lado de fora da piscina esperando o pa-
ciente chegar para auxiliar a sua saída e transferência do equipamento até a cadeira de rodas 
ou local necessário (VIEIRA 2007; KOPCZYNSKI et al, 2012).
Comumente, são utilizados três tipos de guindastes; os elétricos, hidráulicos e mecânicos, 
estes podem encaixar uma cadeira ou um assento adaptado, sendo que para sua utilização 
é preciso um espaço livre que permita um giro de 360º. Os guindastes do tipohidráulico são 
mais lentos, e em uma situação de emergência que a remoção da água precisa ser realizada 
rapidamente pode representar um problema (CAMPION et al, 2000).
Perfi l motor na escolha da saída adequada7.4.4
A escolha da técnica de saída deve ser planejada e desenvolvida de modo que o paciente pos-
sa sair da piscina da forma mais independente possível. Portadores de defi ciências físicas graves 
podem nunca atingir um nível de independência, mas todos os esforços devem ser realizados na 
tentativa de obter a maior evolução atingível. Os elevadores e guindastes são recomendados para 
pacientes com comprometimento motor grave, mas que possam ser posicionados em sedestação, 
e para obesos que sejam dependentes de ajuda externa para se locomover. As rampas são utiliza-
das nos quadros motores que exigem o uso de cadeira de rodas para retirar o paciente da piscina, 
como nas lesões medulares e paralisias de membros inferiores. A saída pela borda da piscina em 
zigue-zague pode ser realizada por pacientes in-
dependentes e com comprometimento motor; 
um paciente paraplégico, por exemplo, pode re-
ceber o apoio do fi sioterapeuta nos membros 
inferiores e com os membros superiores pode 
se arrastar para fora da piscina. Já a saída late-
ral é recomendada apenas para pacientes com 
disfunção motora grave, como a presença de 
hipotonia acentuada ou uma situação que não 
permita o paciente ser posicionado sentado 
(VIEIRA 2007; CAMPION et al, 2000).
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 194
Recapitulando
Os métodos Watsu e Bad Ragaz são metodologias terapêuticas utilizadas pela fisioterapia 
aquática para reabilitar e promover a saúde de pacientes com diferentes quadros clínicos. 
O Watsu é uma forma de terapia aquática passiva indicada a todos aqueles que buscam 
relaxar o corpo e a mente, aliviar processos álgicos, inibir o tônus muscular, aumentar a 
flexibilidade e a amplitude de movimento articular. Por possuir efeitos sobre o sistema ner-
voso autônomo e promover o reequilíbrio energético do corpo é também indicado nos casos 
de depressão, estresse, ansiedade e insônia. A aplicação do Watsu segue uma metodologia 
especifica de movimentos contínuos e sequências; os movimentos básicos do método são: 
abertura, começando na parede, dança da respiração na água, acordeão, acordeão rotatório 
e rotação com a perna próxima. Devido à característica passiva do método Watsu, não é pos-
sível gerar o fortalecimento muscular através da sua aplicação, pois todos os movimentos 
são realizados pelo fisioterapeuta, não havendo a estimulação ativa da contração das fibras 
musculares. O método de Bad Ragaz é baseado na facilitação neuromuscular proprioceptiva 
do método Kabat; os exercícios realizados contam com a ajuda de flutuadores, denominados 
anéis, posicionados sob o pescoço, pelve e extremidades do corpo do paciente para facilitar 
a flutuação e garantir o alinhamento vertebral adequado. Nos exercícios, os movimentos são 
executados contra a resistência da água ao deslocamento do corpo e/ou contra uma resis-
tência manual oferecida pelo fisioterapeuta. Bad Ragaz é indicado nos casos de disfunções 
ortopédicas, neurológicas e reumatológicas, mas não se restringe somente a elas; entre os 
seus benefícios estão: o fortalecimento muscular, o alongamento dos tecidos moles, o ganho 
de amplitude de movimento articular, o alívio de algias e o relaxamento e a inibição do tônus 
muscular. Embora Bad Ragaz seja baseado em muitos dos princípios do método Kabat, es-
tes foram modificados e adaptados ao ambiente aquático, sendo assim, ambos os métodos 
possuem particularidades especificas e não são sempre indicados a uma mesma disfunção 
ou paciente. A forma de entrada e saída do paciente da piscina é muitas vezes negligenciada 
Proposta de Atividade
Agora é a hora de pôr em prática tudo o que você aprendeu nesse capítulo! Para isso, ela-
bore uma tabela comparativa contendo as principais características do método Watsu e Bad 
Ragaz, tais como: objetivos, filosofias, indicações, contraindicações, formas de aplicação e par-
ticularidades importantes de cada técnica. Ao produzir sua tabela, considere as leituras básicas 
e complementares realizadas.
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 195
pelo fisioterapeuta, mas deve ser escolhida e ensinada com base na condição biomecânica 
identificada, pois o programa de reabilitação funcional preconiza a abordagem do paciente 
desde a sua transferência para dentro da piscina, devendo o fisioterapeuta estimular a for-
ma que garanta o maior nível de independência possível. 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA 196
Referências bibliográficas
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FISIOTERAPIA AQUÁTICA 197

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