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Resumo QSP - Intervenção Federal e Estadual

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RESUMO QSP – INTERVENÇÃO FEDERAL E ESTADUAL 
 
 
Nos termos do artigo 18, caput, da CF/881, a organização político-administrativa da 
República Federativa do Brasil pressupõe a existência de entes autônomos, são eles: a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Contudo, em situações excepcionais, a própria 
Constituição Federal, em casos de anormalidade, contempla situações em que haverá intervenção de 
um ente em outro, mitigando, ainda que temporariamente, a referida autonomia. 
 
A autonomia dos entes é manifestada pelas seguintes capacidades: auto-organização 
(capacidade de elaborarem suas Constituições/Leis Orgânicas); autogorverno (prerrogativa de 
elegerem os seus próprios governantes); autoadministração (capacidade de exercerem as suas 
competências sem interferência de outro ente); e, autolegislação (prerrogativa de editarem suas 
próprias leis). 
 
Segundo Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, 
 
Embora a regra seja a autonomia dos entes federados, há situações 
em que uma entidade federada poderá intervir em outra, afastando 
temporariamente sua autonomia. Nas excepcionalíssimas hipóteses 
permitidas pela Constituição Federal, a União poderá intervir nos 
estados, no Distrito Federal e nos municípios localizados em 
Territórios (arts. 34 e 35), e os estados poderão intervir nos 
municípios localizados em seu território (art. 35)2. 
 
Conforme sobredito, e nas palavras de doutrinador Pedro Lenza3, “As hipóteses, por 
trazerem regras de anormalidade e exceção, devem ser interpretadas restritivamente, 
 
1 Art. 18. CF/88. “A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, 
o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição”. 
2 PAULO, Vicente; Alexandrino, Marcelo. Direito Constitucional Descomplicado. 14º ed. São Paulo: Editora 
Método, 2015. p. 303. 
 
3 LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. São Paulo: Saraiva Educação, 2018, p. 532. 
 
consubstanciando-se um rol taxativo, numerus clausus”. Assim, a intervenção - seja ela federal ou 
estadual - somente poderá efetivar-se nas hipóteses taxativamente descritas na Constituição 
Federal, sempre que houver risco à manutenção do equilíbrio federativo. 
 
A intervenção pode ser conceituada como uma medida de natureza política, de caráter 
excepcional, com hipóteses previstas taxativamente na Constituição Federal, que importa na 
restrição temporária da autonomia de um ente inferior, com a finalidade de manutenção do pacto 
federativo. Divide-se, basicamente, em duas espécies, conforme quadro esquemático: 
 
INTERVENÇÃO FEDERAL INTERVENÇÃO ESTADUAL 
Trata-se de Intervenção da União nos Estados e 
Distrito Federal (artigo 34, CF/88), bem como nos 
Municípios localizados em Território Federal 
(artigo 35, CF/88). 
Trata-se de Intervenção dos Estados em seus 
Municípios (artigo 35, CF/88). 
Obs.: (i) É vedada, por inexistir previsão constitucional expressa, a intervenção federal nos 
Municípios, salvo àqueles localizados em Território Federal; (ii) Não existe intervenção praticada por 
Município ou pelo Distrito Federal. 
 
Por essa razão, utilizaremos essa divisão para adentrar nas peculiaridades do tema ora 
tratado. 
 
 INTERVENÇÃO FEDERAL 
 
As hipóteses excepcionais de intervenção federal nos Estados estão previstas 
taxativamente no artigo 34 da CF/88, verbis: 
 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, 
exceto para: 
I - manter a integridade nacional; 
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em 
outra; 
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; 
 
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades 
da Federação; 
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: 
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos 
consecutivos, salvo motivo de força maior; 
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta 
Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; 
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos 
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na 
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços 
públicos de saúde. 
 
A doutrina, comumente, divide as hipóteses de intervenção federal de acordo com os 
procedimentos previstos na norma. Assim, o procedimento a ser adotada para decretação da 
intervenção dependerá da hipótese em que se fundamenta, sendo possível apresentá-los, 
didaticamente, por meio dos seguintes quadros explicativos, vejamos: 
 
 ARTIGO 34, I, II, III E V DA CF/88. 
(ESPONTÂNEA) 
- Manter a integridade nacional; 
 
- Repelir invasão estrangeira ou de 
uma unidade da Federação em outra; 
 
- Pôr termo a grave 
comprometimento da ordem pública; 
 
Nesses casos, ao perceber que está ocorrendo alguma 
dessas hipóteses, o Presidente da República age de ofício, e, 
assim, deverá decretar a intervenção de forma espontânea, 
mesmo sem solicitação. 
 
Para tanto, o Presidente editará um Decreto Presidencial 
com o detalhamento das regras sobre a intervenção, nos 
termos do artigo 36, §§ 1º e 2º, CF/88, que poderá nomear 
 
- Reorganizar as finanças da unidade 
da Federação que: a) suspender o 
pagamento da dívida fundada por 
mais de dois anos consecutivos, salvo 
motivo de força maior; b) deixar de 
entregar aos Municípios receitas 
tributárias fixadas nesta Constituição, 
dentro dos prazos estabelecidos em 
lei; 
 
um interventor, caso se mostre necessário. O aludido 
Decreto deverá ser submetido à apreciação do Congresso 
Nacional, no prazo de 24 horas, para o chamado “controle 
político”, que será convocado de forma extraordinária, no 
mesmo prazo, se não estiver funcionando. 
 
Obs.: Antes de decretar a intervenção – no caso das 
intervenções espontâneas -, o Presidente consultará o 
Conselho da República (artigo 90, I, da CF) e o Conselho de 
Defesa Nacional (artigo 91, §1º, II, da CF), sendo tais 
manifestações de caráter opinativo. 
Art. 36. [...] § 1º. O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de 
execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso 
Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. § 2º. Se não 
estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação 
extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. 
 
 
ART. 34, IV, DA CF/88. 
(PROVOCADA POR SOLICITAÇÃO E POR REQUISIÇÃO) 
- Garantir o livre exercício de 
qualquer dos Poderes nas unidades 
da Federação. 
Nos casos em que a coação ou impedimento recaem sobre o 
Poder Legislativo ou o Poder Executivo, impedindo o livre 
exercício dos aludidos Poderes nas unidades da Federação, 
a decretação da intervenção federal, pelo Presidente da 
República, dependerá de SOLICITAÇÃO – ato não vinculante 
- do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou 
impedido. 
 
Por sua vez, se o Poder Judiciário estiver sendo coagido ou 
impedido, deve solicitar providências ao Supremo Tribunal 
Federal que, se concordar com o pedido, apresentará 
REQUISIÇÃO – ato vinculante – ao Presidenteda República 
para que seja decretada a intervenção. 
 
 
Atente-se que o Decreto de intervenção também será 
submetido à apreciação do Congresso Nacional, no prazo de 
24 horas, nos termos do artigo 36, §1º, da CF/88. 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder 
Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, 
se a coação for exercida contra o Poder Judiciário; 
 
 
ART. 34, VI, SEGUNDA PARTE, DA CF/88. 
(PROVOCADA POR REQUISIÇÃO) 
- Prover a execução de ordem ou 
decisão judicial. 
 
No caso de desobediência a execução de ordem ou decisão 
judicial, a decretação da intervenção dependerá de 
REQUISIÇÃO do Supremo Tribunal Federal, do Superior 
Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral. Desta 
forma, o STF, o STJ ou o TSE, a depender de qual 
ordem/decisão judicial esteja sendo descumprida, irá 
requisitar do Presidente da República a intervenção 
federal. 
 
No caso em que o Estado/DF estiver descumprindo uma 
decisão de juiz ou Tribunal de 2ª instância, o Tribunal local 
deverá fazer uma representação ao Tribunal Superior 
competente (STF, STJ ou TSE) solicitando a intervenção. Se o 
Tribunal Superior concordar, ele irá requisitar ao Presidente 
da República a intervenção. O STF será competente para 
apreciar o pedido de intervenção no caso em que a decisão 
desrespeitada tiver conteúdo constitucional. Se a decisão se 
fundou em normas infraconstitucionais, a competência será 
do STJ. 
 
Obs.: Neste caso NÃO se faz necessário a apreciação pelo 
Congresso Nacional, tendo em vista que a intervenção foi 
 
determinada pelo Poder Judiciário em julgamento de ação 
judicial. Assim, nos termos do §3º, do artigo 36, da CF/88, 
dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional, o decreto 
deve se limitar a suspender a execução do ato impugnado, 
se essa medida for suficiente para o restabelecimento da 
normalidade. 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: II - no caso de desobediência a ordem ou decisão 
judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal 
Superior Eleitoral; [...] § 3º. Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação 
pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a 
execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. 
 
 
ART. 34, VI, PRIMEIRA PARTE, E VII, DA CF/88 
(PROVOCADA, DEPENDENDO DE PROVIMENTO DE REPRESENTAÇÃO) 
 
 
- Prover a execução de lei federal; 
 
- Assegurar a observância dos 
seguintes princípios constitucionais: 
a) forma republicana, sistema 
representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; c) 
autonomia municipal; d) prestação de 
contas da administração pública, 
direta e indireta; e) aplicação do 
mínimo exigido da receita resultante 
de impostos estaduais, compreendida 
a proveniente de transferências, na 
manutenção e desenvolvimento do 
ensino e nas ações e serviços públicos 
de saúde. 
Nestes casos, a decretação da intervenção dependerá de 
decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, julgando 
procedente ação proveniente de representação do 
Procurador-Geral da República. 
 
Desta forma, uma vez verificada uma das hipóteses 
constitucionais, o Procurador-Geral da República deverá 
propor uma representação de inconstitucionalidade 
interventiva - ação direta de inconstitucionalidade 
interventiva – junto a Suprema Corte, que tem o seu 
procedimento previsto na Lei 12.562/2011. 
 
Caso o Supremo Tribunal Federal julgue a referida ação 
procedente levará a conhecimento do Presidente da 
República para que este, no prazo improrrogável de 15 
(quinze) dias, tome as seguintes providências: 1º) expeça 
decreto de intervenção; 2º) se cabível, nomeie, nesse 
mesmo decreto, o interventor. 
 
 
Assim, a decretação da intervenção é vinculada, cabendo ao 
Presidente apenas a formalização da decisão do Supremo 
Tribunal Federal proferida após a representação do 
Procurador-Geral da República. 
 
Obs.: Neste caso NÃO é necessário que a intervenção seja 
apreciada pelo Congresso Nacional. Assim, nos termos do 
§3º, do artigo 36, da CF/88, dispensada a apreciação pelo 
Congresso Nacional, o decreto deve se limitar a suspender a 
execução do ato impugnado, se essa medida for suficiente 
para o restabelecimento da normalidade. 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, 
de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à 
execução de lei federal. [...] § 3º. Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a 
apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a 
suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da 
normalidade. 
Lei nº. 12.562/2011. Art. 11. Julgada a ação, far-se-á a comunicação às autoridades ou aos órgãos 
responsáveis pela prática dos atos questionados, e, se a decisão final for pela procedência do pedido 
formulado na representação interventiva, o Presidente do Supremo Tribunal Federal, publicado o 
acórdão, levá-lo-á ao conhecimento do Presidente da República para, no prazo improrrogável de até 
15 (quinze) dias, dar cumprimento aos §§ 1o e 3o do art. 36 da Constituição Federal. Parágrafo 
único. Dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado a partir do trânsito em julgado da decisão, a parte 
dispositiva será publicada em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União. Art. 12. 
A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido da representação interventiva é 
irrecorrível, sendo insuscetível de impugnação por ação rescisória. 
 
 
Anote-se, ainda, a previsão de que compete privativamente ao Presidente da República 
decretar e executar a intervenção federal (artigo 84, X, CF/88), de forma espontânea ou mediante 
provocação. 
 
 
 O decreto presidencial de intervenção deve especificar a amplitude da medida, o prazo de 
sua duração, as condições de execução e, se couber, o nome do interventor (art. 36, §1º, CF/88). A 
intervenção se realiza sob o permanente controle político do Congresso Nacional, que deverá 
apreciar no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, e, se não estiver funcionando, deverá ser convocado 
extraordinariamente pelo Presidente do Senado Federal, no mesmo prazo de 24 (vinte e quatro) 
horas (artigo 36, §§ 1º e 2º, CF/88). 
 
O Congresso Nacional, nos termos do artigo 49, IV, da CF/88, aprovará a intervenção federal, 
ou a rejeitará, sempre por meio de decreto legislativo, suspendendo a execução do decreto 
interventivo nesta última hipótese. Considerando a inexistência de regra específica no que se refere 
ao quórum, deverá prevalecer a regra geral, qual seja, o quórum de aprovação do projeto de 
decreto legislativo será por maioria simples, nos termos do artigo 47, CF/88. 
 
Nas hipóteses específicas descritas nos incisos VI e VII do artigo 34 – assim como no inciso 
IV, do artigo 35 – é dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional (controle político), e o decreto 
deve se limitar a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida for suficiente para o 
restabelecimento da normalidade, nos termos do §3º, do artigo 36, da CF/88. 
 
Por fim, cessados os motivos da intervenção, as autoridades eventualmente afastadas dos 
seus cargos por meio do decreto interventivo voltarão aos seus cargos, salvo impedimento legal 
(artigo 36, §4º, da CF/88). 
 
 INTERVENÇÃO ESTADUALAs hipóteses excepcionais de intervenção dos Estados em seus Municípios – assim 
como, de intervenção federal nos Municípios localizados em Território Federal - estão previstas 
taxativamente no artigo 35 da CF/88, verbis: 
 
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos 
Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: 
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos 
consecutivos, a dívida fundada; 
 
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; 
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na 
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços 
públicos de saúde; 
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para 
assegurar a observância de princípios indicados na Constituição 
Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão 
judicial. 
 
Por simetria, a decretação da intervenção estadual é de competência privativa do 
Governador de Estado, por meio de decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e 
as condições da execução e, quando couber, nomeará o interventor, devendo o decreto ser 
submetido à apreciação da Assembleia Legislativa, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, inclusive 
com convocação extraordinário, no mesmo prazo, na hipótese de não estar funcionando (artigo 36, 
§§ 1ºe 2º, CF/88). 
 
Na hipótese específica descrita no inciso IV, do artigo 35, da CF/88 (o Tribunal de Justiça der 
provimento à representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição 
Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial), é dispensada a 
apreciação pela Assembleia Legislativa (controle político), e o decreto deve se limitar a suspender a 
execução do ato impugnado, se essa medida for suficiente para o restabelecimento da normalidade, 
nos termos do §3º, do artigo 36, da CF/88. 
 
Assim sendo, em um breve resumo esquemático, podemos subdividir as hipóteses da 
Intervenção Estadual nos Municípios – e intervenção Federal nos Municípios localizados nos 
Territórios Federais – de acordo com o procedimento a ser adotado, da seguinte forma: 
 
ART. 35, I, II E III DA CF/88. 
(ESPONTÂNEA) 
ART. 35, IV DA CF/88. 
(PROVOCADA, DEPENDENDO DE PROVIMENTO 
DE REPRESENTAÇÃO) 
 
- Deixar de ser paga, sem motivo de força 
maior, por dois anos consecutivos, a dívida 
fundada; 
- Assegurar a observância de princípios indicados 
na Constituição Estadual, ou para prover a 
execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. 
 
 
 
- Não forem prestadas contas devidas, na forma 
da lei; 
 
- Não tiver sido aplicado o mínimo exigido da 
receita municipal na manutenção e 
desenvolvimento do ensino e nas ações e 
serviços públicos de saúde; 
 
Nesses casos, ao perceber que está ocorrendo 
alguma dessas hipóteses, o Governador do 
Estado age de ofício, e, assim, deverá decretar 
a intervenção de forma espontânea, mesmo 
sem solicitação. 
 
Para tanto, o Governador editará um Decreto 
Interventivo com o detalhamento das regras 
sobre a intervenção, nos termos do artigo 36, 
§§ 1º e 2º, CF/88, que poderá nomear um 
interventor, caso se mostre necessário. O 
aludido Decreto deverá ser submetido à 
apreciação da Assembleia Legislativa, no prazo 
de 24 horas, para o chamado “controle 
político”, que será convocada de forma 
extraordinária se não estiver funcionando, no 
mesmo prazo. 
Nestes casos, a decretação da intervenção 
dependerá de decisão proferida pelo Tribunal de 
Justiça, no sentido de dar provimento a 
representação do Procurador-Geral do Estado. 
 
Assim, a decretação da intervenção é vinculada, 
cabendo ao Governador apenas a formalização da 
decisão do Tribunal de Justiça proferida após a 
representação. 
 
Neste caso NÃO é necessário que a intervenção 
seja apreciada pela Assembleia Legislativa. Assim, 
nos termos do §3º, do artigo 36, da CF/88, 
dispensado o controle político, o decreto deve se 
limitar a suspender a execução do ato impugnado, 
se essa medida for suficiente para o 
restabelecimento da normalidade. 
 
Obs.: NÃO cabe recurso extraordinário contra 
acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido 
de intervenção estadual e município (Súmula nº. 
637/STF). 
 
 
 
 PONTOS RELEVANTES SOBRE A MATÉRIA 
 
 O fato do Estado-membro deixar de pagar precatório configura descumprimento de decisão 
judicial transitada em julgado e, portanto, pode, em tese, autorizar a intervenção federal 
com base no art. 34, VI, da CF/88. No entanto, segundo consolidado no âmbito do STF, é 
pressuposto indispensável ao acolhimento da intervenção federal que reste demonstrada a 
atuação estatal voluntária e dolosa com objetivo de descumprir decisão judicial transitada 
em julgado. Assim, se ficar demonstrado que o Estado-membro não pagou os precatórios 
por conta de dificuldades financeiras, tal circunstância revela que não houve intenção 
estatal de se esquivar ao pagamento. (STF. Plenário. IF 5101/RS, IF 5105/RS, IF 5106/RS, IF 
5114/RS, rel. Min. Cezar Peluso, 28/3/2012). 
 
 A Constituição estadual não pode trazer outras situações de intervenção diferentes daquilo 
que foi insculpido na CF/88 (STF. Plenário. ADI 336, Rel. Min. Eros Grau, julgado em 
10/02/2010). 
 
 Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido de 
intervenção estadual em Município (Súmula nº. 637/STF). Quando o Tribunal de Justiça 
decide um pedido de intervenção estadual, essa decisão, apesar de emanar de um órgão do 
Poder Judiciário, reveste-se de caráter político-administrativo. Logo, por se tratar de uma 
decisão político-administrativa proferida pelo Poder Judiciário, contra ela não cabe recurso. 
 
 A União poderá intervir no Estado ou DF para prover (garantir) a execução de ordem ou 
decisão judicial que esteja sendo desrespeitada (art. 34,VI, da CF/88). Ocorrendo esse 
descumprimento, o STF, o STJ ou o TSE, a depender de qual ordem/decisão judicial esteja 
sendo desatendida, irá requisitar do Presidente da República a intervenção federal. 
 
 A nomeação de interventor no decreto de intervenção, tal como previsto no artigo 36, §1º, 
da CF/88, apenas ocorrerá “se couber”, não se revestindo, portanto, de exigência 
peremptória. 
 
 
 A intervenção será sempre temporária e, cessados os seus motivos, as autoridades afastadas 
de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal (CF, art. 36, § 4º). O impedimento 
legal das autoridades locais poderá advir, dentre outros motivos, do término normal dos 
mandatos, da cassação dos mandatos ou da suspensão· ou· perda dos direitos políticos, o 
que impede a reassunção do cargo. Nesses casos, cessada a intervenção, deverão assumir 
os cargos as autoridades que a Constituição do ente federado indicar como sucessor. 
 
 Nem todo decreto interventivo será apreciado pelo Poder Legislativo. Não há controle 
político do Congresso Nacional naquelas hipóteses de intervenção decididas pelo Poder 
Judiciário, em que o Presidente da República é provocado mediante requisição, cabendo-lhe 
meramente adotar a medida interventiva (atividade vinculada). 
 
 Nos termos do artigo 60, §1º, da CF/88, a Constituição Federal NÃO pode ser emendada na 
vigência de intervenção federal. Trata-se, portanto, de uma restrição circunstancial a poder 
de reforma constitucional. 
 
ATENÇÃO! Considerando que a intervenção federal no Rio de Janeiro – Decreto nº. 9.288, de 16 de 
fevereiro de 2018 - é a primeira realizada pela União desde o advento da Constituição Federal de 
1988, é possívelque o tema seja cobrado de forma recorrente pelas bancas examinadoras, ainda 
que de forma adstrita ao texto constitucional e entendimentos jurisprudenciais já consolidados. 
 
 JURISPRUDÊNCIAS E SÚMULAS APLICADAS AO TEMA 
 
Intervenção federal. Inexistência de atuação dolosa por parte do Estado. Indeferimento. (...) Decisão 
agravada que se encontra em consonância com a orientação desta Corte, no sentido de que o 
descumprimento voluntário e intencional de decisão judicial transitada em julgado é pressuposto 
indispensável ao acolhimento do pedido de intervenção federal. (IF 5.050 AgR, rel. min. Ellen Gracie, 
j. 6-3-2008, P, DJE de 25-4-2008.) 
 
ICMS. Repartição de rendas tributárias. Prodec [Programa de Desenvolvimento da Empresa 
Catarinense]. Programa de incentivo fiscal de Santa Catarina. Retenção, pelo Estado, de parte da 
parcela pertencente aos Municípios. Inconstitucionalidade. Recurso extraordinário desprovido. A 
 
parcela do imposto estadual sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre 
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, a que se 
refere o art. 158, IV, da Carta Magna, pertence de pleno direito aos Municípios. O repasse da quota 
constitucionalmente devida aos Municípios não pode sujeitar-se à condição prevista em programa de 
benefício fiscal de âmbito estadual. Limitação que configura indevida interferência do Estado no 
sistema constitucional de repartição de receitas tributárias. (RE 572.762, rel. min. Ricardo 
Lewandowski, j. 18-6-2008, P, DJE de 5-9-2008, Repercussão Geral - Tema 42.) 
 
O descumprimento voluntário e intencional de decisão transitada em julgado configura pressuposto 
indispensável ao acolhimento do pedido de intervenção federal. A ausência de voluntariedade em 
não pagar precatórios, consubstanciada na insuficiência de recursos para satisfazer os créditos contra 
a Fazenda estadual no prazo previsto no § 1º do art. 100 da Constituição da República, não legitima a 
subtração temporária da autonomia estatal, mormente quando o ente público, apesar da exaustão 
do erário, vem sendo zeloso, na medida do possível, com suas obrigações derivadas de provimentos 
judiciais. (IF 4.640 AgR, rel. min. Cezar Peluso, j. 29-3-2012, P, DJE de 25-4-2012). 
 
As disposições do art. 35 da Constituição do Brasil/1988 também consubstanciam preceitos de 
observância compulsória por parte dos Estados-membros, sendo inconstitucionais quaisquer 
ampliações ou restrições às hipóteses de intervenção. (ADI 336, voto do rel. min. Eros Grau, j. 10-2-
2010, P, DJE de 17-9-2010). 
 
Intervenção estadual em Município. Súmula 637 do STF. De acordo com a jurisprudência deste 
Tribunal, a decisão de tribunal de justiça que determina a intervenção estadual em Município tem 
natureza político-administrativa, não ensejando, assim, o cabimento do recurso extraordinário. (AI 
597.466 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 27-11-2007, 2ª T, DJE de 1º-2-2008). 
 
Os Municípios situados no âmbito dos Estados-membros não se expõem à possibilidade 
constitucional de sofrerem intervenção decretada pela União Federal, eis que, relativamente a esses 
entes municipais, a única pessoa política ativamente legitimada a neles intervir é o Estado-membro. 
(...) Por isso mesmo, no sistema constitucional brasileiro, falece legitimidade ativa à União Federal 
para intervir em quaisquer Municípios, ressalvados, unicamente, os Municípios "localizados em 
Território Federal..." (CF, art. 35, caput). (IF 590 QO, rel. min. Celso de Mello, j. 17-9-1998, P, DJ de 
9-10-1998). 
 
 
A jurisprudência sedimentada do Supremo é pacífica em torno do não cabimento de recurso 
extraordinário contra acórdão que implica o deferimento de pedido de intervenção estadual em 
Município. O Plenário aprovou o Verbete 637 da Súmula, com a seguinte redação: "Não cabe recurso 
extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido de intervenção estadual em 
Município". (AI 548.055 AgR, rel. min. Marco Aurélio, 1ª T, j. 26-6-2012, DJE 159 de 14-8-2012.) 
 
Intervenção federal. Legitimidade ativa para o pedido. Interpretação do inciso II do art. 36 da CF de 
1988, e do art. 19, II e III, da Lei 8.038, de 28-5-1990, e art. 350, II e III, do RISTF. A parte interessada 
na causa somente pode se dirigir ao STF, com pedido de intervenção federal, para prover a execução 
de decisão da própria corte. Quando se trate de decisão de tribunal de justiça, o requerimento de 
intervenção deve ser dirigido ao respectivo presidente, a quem incumbe, se for o caso, encaminhá-lo 
ao STF. Pedido não conhecido, por ilegitimidade ativa dos requerentes. (IF 4.677 AgR, rel. min. Cezar 
Peluso, j. 29-3-2012, P, DJE de 20-6-2012). 
 
Súmula 637/STF. Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere 
pedido de intervenção estadual em Município. 
 
Súmula 630/STF. Não há prazo de decadência para a representação de inconstitucionalidade prevista 
no art. 8º, parágrafo único, da CF. 
 
 QUESTÕES DE CONCURSO 
 
1 – (PGM – São José dos Campos – 2017 – VUNESP) Assinale a alternativa correta a respeito da 
intervenção estadual nos Municípios. 
 
A) É hipótese que autoriza a intervenção deixar o Município de aplicar o mínimo exigido da sua 
receita na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saneamento 
básico. 
B) A decretação e execução da intervenção estadual é de competência privativa do Governador, com 
base em decreto legislativo devidamente aprovado pela Assembleia Legislativa. 
 
C) A nomeação do interventor será obrigatória, com afastamento das autoridades envolvidas, 
quando a intervenção se der em razão de não terem sido prestadas as contas devidas, na forma da 
lei. 
D) A intervenção pode ocorrer por determinação judicial para prover a execução de lei, devendo a 
intervenção, nesse caso, ser submetida de imediato à Assembleia Legislativa. 
E) Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de tribunal de justiça que defere pedido de 
intervenção estadual em Município. 
 
2 – (Procurador – ALERJ – 2017 - FGV) Determinado Município não vinha cumprindo as decisões 
proferidas pela Justiça Estadual, daí resultando grande insatisfação dos titulares dos direitos 
aviltados. Em razão desses fatos, um dos interessados solicitou ao Tribunal de Justiça que desse 
provimento à representação para assegurar a execução de decisão judicial. Essa representação foi 
provida, tendo o interessado interposto recurso extraordinário para que o Supremo Tribunal Federal 
reapreciasse o caso. 
 
À luz dessa narrativa e da sistemática constitucional, é correto afirmar que: 
A) somente o Ministério Público poderia ingressar com a representação, não um dos interessados no 
cumprimento da decisão judicial; 
B) não seria cabível a interposição de recurso extraordinário, dado o caráter político-administrativo 
do processo de intervenção instaurado perante o Poder Judiciário; 
C) o Tribunal de Justiça não tem imparcialidade para apreciar o descumprimento de suas próprias 
decisões, o que atrairia a competência do Supremo Tribunal Federal; 
D) a interposição de recurso extraordinário exigiria o prequestionamento explícito de matéria 
constitucional na representação interventiva; 
E) para que um interessado ajuizasse representação interventiva, seria necessária a autorização 
expressa dos demais titulares dos direitos, o que não é exigido do Ministério Público. 
 
3 – (PGE – Mato Grosso – 2016 - FCC) Determinado Município do Estado de Mato Grosso vem 
reiteradamente violando princípios indicados na Constituição Estadual. Neste caso, a Constituição 
Federal admite, excepcionalmente, a intervenção doEstado no Município, que será decretada pelo 
Governador do Estado. 
 
 
A) e dependerá necessariamente de provimento de representação pelo Tribunal de Justiça, 
dispensada apreciação do decreto de intervenção pela Assembleia Legislativa. 
B) de ofício, ou mediante representação, por meio de decreto, dispensada a apreciação pela 
Assembleia Legislativa. 
C) de ofício, ou mediante representação, por meio de decreto, que deverá ser submetido à 
apreciação da Assembleia Legislativa no prazo máximo de trinta dias. 
D) de ofício ou mediante representação, por meio de decreto, que deverá ser submetido à 
apreciação da Assembleia Legislativa no prazo de 24 horas. 
E) e dependerá necessariamente de provimento de representação pelo Tribunal de Justiça, devendo 
o decreto de intervenção ser submetido à apreciação da Assembleia Legislativa no prazo de 24 
horas. 
 
4 – (PGM – Campinas – 2016 - FCC) A Constituição da República dispensa a apreciação, 
respectivamente, pelo Congresso Nacional e pela Assembleia Legislativa da decretação de 
intervenção nas hipóteses de: 
 
A) provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República 
para prover a execução de lei federal; e o não pagamento, sem motivo de força maior, por dois anos 
consecutivos, da dívida fundada. 
B) provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República 
para assegurar a observância da autonomia municipal; e provimento, pelo Tribunal de Justiça, de 
representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição estadual. 
C) requisição do Supremo Tribunal Federal para garantir o livre exercício do Poder Judiciário; e não 
aplicação do mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino. 
D) provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República 
para assegurar a observância da forma republicana; e não aplicação do mínimo exigido da receita 
municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino. 
E) requisição do Supremo Tribunal Federal para garantir o livre exercício do Poder Judiciário; e 
provimento, pelo Tribunal de Justiça, de representação para prover a execução de lei, ordem ou 
decisão judicial. 
 
 
5 – (PGM – Goiânia – 2015 – CS/UFG) Conforme assegurado pela Constituição Federal de 1988, o 
Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território 
Federal, exceto quando ocorrer, dentre outras, a seguinte hipótese: 
 
A) deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada, e pôr 
termo a grave comprometimento da ordem pública. 
B) prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial, ou assegurar a observância de princípios 
indicados na Constituição Estadual, por meio de provimento dado pelo Tribunal de Justiça à 
respectiva representação. 
C) assegurar a observância da forma republicana, do sistema representativo e do regime 
democrático, e quando não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção 
e no desenvolvimento do ensino e nas ações e nos serviços públicos de saúde. 
D) garantir a observância da prestação de contas da administração pública, direta e indireta e a dos 
direitos da pessoa humana. 
 
6 – (PGM – Maringá/PR – 2015 – PUC/PR) O Estado brasileiro está organizado em uma federação 
cuja regra de ouro é a autonomia dos Estados-membros. Há, no entanto, exceções previstas 
constitucionalmente. Sobre essas exceções, assinale a alternativa CORRETA. 
 
A) A decretação de intervenção federal depende de requisição do poder judiciário ou solicitação dos 
poderes legislativo ou executivo, mas poderá também ser decretada por iniciativa do Presidente da 
República. Em todos os casos de intervenção federal é somente o Chefe do Executivo Federal quem 
pode decretá-la. 
B) A União não intervirá nos Estados, mas, se os Estados não respeitarem a autonomia municipal, 
estarão sujeitos à ação direta de inconstitucionalidade movida pela Advocacia-Geral da União que, se 
provida pelo Supremo Tribunal Federal, poderá levar à decretação da intervenção federal pelo 
Presidente da República. 
C) Para concretizar os princípios federativos, a atuação do Estado brasileiro se dá pela conjunção dos 
atos de dois poderes. Assim, em qualquer hipótese de intervenção federal, ela dependerá da 
manifestação do Congresso Nacional e do Presidente da República. 
D) Os princípios sensíveis são assim denominados por que fundamentam o pedido de intervenção 
sempre que não forem observados. Entre eles está a obrigação dos Estados de entregar aos 
Municípios receitas tributárias fixadas na Constituição, nos prazos estabelecidos em lei. 
 
E) Os Estados, na Federação brasileira, têm competência administrativa comum, legislativa 
concorrente, reservada, mas não possuem competência delegada. 
 
7 – (AGU – 2015 – CESPE) Julgue o item seguinte, que se refere ao Estado federal, à Federação 
brasileira e à intervenção federal. 
 
No federalismo pátrio, é admitida a decretação de intervenção federal fundada em grave 
perturbação da ordem pública em caso de ameaça de irrupção da ordem no âmbito de estado-
membro, não se exigindo para tal fim que o transtorno da vida social seja efetivamente instalado e 
duradouro. 
 
8 – (PGE– Pará – 2015 – UEPA) Analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta. 
 
I. O STF, nos casos de inscrição de entidades estatais, de pessoas administrativas ou de empresas 
governamentais em cadastros de inadimplentes, organizados e mantidos pela União, tem ordenado a 
liberação e o repasse de verbas federais (ou, então, determinado o afastamento de restrições 
impostas à celebração de operações de crédito em geral ou à obtenção de garantias), com o 
propósito de neutralizar a ocorrência de risco que possa comprometer, de modo grave e/ou 
irreversível, a continuidade da execução de políticas públicas ou a prestação de serviços essenciais à 
coletividade. 
II. Mesmo em face da competência legislativa concorrente em matéria de defesa do consumidor 
(CF/1988, art. 24, V e VIII), os Estados-membros, consoante o STF, não estão autorizados a editarem 
normas acerca de relações contratuais, uma vez que essa atribuição está inserida na competência da 
União Federal para legislar sobre direito civil. (CF/1988, art. 22, I). 
III. O descumprimento de decisão judicial transitada em julgado configura pressuposto ao 
acolhimento do pedido de intervenção federal, ainda que não intencional, consoante o STF. 
IV. De acordo com a jurisprudência do STF, a decisão de Tribunal de Justiça que determina a 
intervenção estadual em Município enseja o cabimento do recurso extraordinário. 
 
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é: 
A) II e IV 
B) III e IV 
C) I e III 
 
D) I e II 
E) I, II, III e IV 
 
9 – (Procurador – TCE/BA – 2014 - CESPE) Acerca das normas constitucionais que tratam da 
organização do Estado e de acordo com a jurisprudência do STF, assinale a opção correta. 
 
A) Apesar de Brasília ser a capital federal, a CF admite a transferência temporária da sede do governo 
federal, por meio de lei ordinária exarada pelo Congresso Nacional, com a sanção do presidente da 
República 
B) A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de municípios far-se-ão por lei estadual, 
dentro do período determinado por lei complementar federal, e dependerão de consulta prévia, 
mediante plebiscito, às populações dos municípios envolvidos, com posterior referendo pela 
assembleia legislativa do estado respectivo. 
C) A CF admite que os estados, o DF e os territórios se dividam em municípios. 
D) Como forma de incentivara produção local e assim aumentar a arrecadação tributária estadual, 
mostra-se de acordo com o ordenamento jurídico lei estadual que estabeleça, como condição de 
acesso a licitação pública para a aquisição de bens, que estes sejam produzidos no âmbito do 
território do estado licitante. 
E) O presidente da República poderá decretar a intervenção da União em um estado da Federação 
quando verificar o flagrante descumprimento dos direitos da pessoa humana. Nessa hipótese, o 
decreto de intervenção deverá ser imediatamente submetido a referendo pelo Congresso Nacional. 
 
10 – (Procurador – AL/ES – 2011 - CESPE) No que concerne à intervenção federal e à intervenção dos 
estados nos municípios, assinale a opção correta. 
 
A) Quando a intervenção do estado-membro no município tiver por fundamento a não aplicação do 
mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e 
serviços públicos de saúde, é dispensada a apreciação do decreto pela assembleia legislativa. 
B) O STF pode exercer o controle de constitucionalidade do decreto de intervenção editado pelo 
governador do estado no âmbito de recurso extraordinário, por ser o recurso extraordinário 
instrumento cabível quando há o deferimento pelo tribunal de justiça do pedido de intervenção 
estadual em município. 
 
C) O presidente da República pode decretar de ofício a intervenção federal, nas hipóteses previstas 
na CF em rol exemplificativo. 
D) Quando o STF julga procedente a ação direta de inconstitucionalidade interventiva, o presidente 
da República tem a obrigação de decretar a intervenção no ente federado, não lhe restando margem 
de discricionariedade. 
E) Considerando a natureza política do ato, o decreto de intervenção editado pelo presidente da 
República não pode ser objeto de controle de constitucionalidade. 
 
GABARITO 
1. E 2. B 3. A 4. B 5. B 6. A 7. ERRADO 8. D 9. A 10. D 
 
 
 
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