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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS COMUNICAÇÃO E ARTE 
CURSO DE TEATRO LICENCIATURA 
 
 
 
 
MARCO AURÉLIO FELÍCIO CAVALCANTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
A CRIAÇÃO ARTÍSTICA COM A LITERATURA DE CORDEL – 
HISTÓRIA, ESCRITA E ORALIDADE NA ESCOLA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACEIÓ/AL 
2018 
 
 
 
 
 
I 
MARCO AURÉLIO FELÍCIO CAVALCANTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A CRIAÇÃO ARTÍSTICA COM A LITERATURA DE CORDEL – 
HISTÓRIA, ESCRITA E ORALIDADE NA ESCOLA 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso de Teatro Licenciatura, do Instituto de Ciências 
Humanas Comunicação e Arte da Universidade 
Federal de Alagoas como parte dos requisitos para 
obtenção do título de Graduado em Teatro 
Licenciatura. 
Orientador: Prof. Dr. José Acioli da Silva Filho 
 
 
 
 
 
 
 
 
II 
MACEIÓ/AL 
2018 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
MARCO AURÉLIO FELÍCIO CAVALCANTE 
 
 
 
A CRIAÇÃO ARTÍSTICA COM A LITERATURA DE CORDEL – 
HISTÓRIA, ESCRITA E ORALIDADE NA ESCOLA 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso de Teatro Licenciatura, do Instituto de Ciências 
Humanas Comunicação e Arte da Universidade 
Federal de Alagoas como parte dos requisitos para 
obtenção do título de Graduado em Teatro 
Licenciatura. 
Orientador: Prof. Dr. José Acioli da Silva Filho 
 
Banca Examinadora 
 
Prof. Dr. José Acioli da Silva Filho (Orientador) 
Universidade Federal de Alagoas - ICHCA / UFAL 
 
 
Prof. Dr. Sergio da Costa Borba 
Universidade Federal de Alagoas - ICHCA / UFAL 
 
 
Prof. Esp. José Cristiano Dos Santos 
Universidade Federal de Alagoas - ICHCA / UFAL 
 
 
 
 
 
 
III 
MACEIÓ/AL 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cavalcante, M. A. F. A CRIAÇÃO ARTÍSTICA COM A LITERATURA DE CORDEL – 
HISTÓRIA, ESCRITA E ORALIDADE NA ESCOLA / Curso de Teatro Licenciatura. 
Quantidade de páginas do TCC: 2018. 
 
Nome do Orientador: Prof. Dr. José Acioli da Silva Filho 
 
Trabalho de Conclusão de Curso – TCC no Curso de Teatro Licenciatura – ICHCA/UFAL, 
2018. 
 
 
 
 
 
 
IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a minha família biológica. Meu pai, Manoel Soares Cavalcante; Minha 
mãe, Margarida Felício Cavalcante; Meu irmão, Moises Felício Cavalcante e Meu filho, 
Marcos Vinícius Vieira Cavalcante. 
 
 
 
 
V 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço este Trabalho de Conclusão de Curso, a todas as pessoas que conheci durante 
o processo de graduação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O nordestino é, antes de tudo, um forte”. 
, Euclides da Cunha, Os Sertões, 1902. 
 
 
 
 
VII 
RESUMO 
Este Trabalho de Conclusão de Curso tem como tema A CRIAÇÃO ARTÍSTICA COM A 
LITERATURA DE CORDEL – HISTÓRIA, ESCRITA E ORALIDADE NA ESCOLA, 
fazendo assim um processo histórico e artístico a partir da construção do cordel, com o objetivo 
de inserir esse gênero literário para os estudantes do Ensino Médio. Esse trabalho vem mostrar a 
Literatura de Cordel enquanto material pedagógico com incentivo nas produções artísticas. 
Através desta produção foi possível realizar uma pesquisa baseada na história, criação e 
ilustração do cordel. Durante os três anos trabalhando em colégios particulares foi possível 
desenvolver com os estudantes, principalmente no Ensino Médio, um trabalho voltado para a 
cultura Nordestina, usando a Literatura de Cordel, e sobretudo, mostrando o desenvolvimento e 
aprendizado da leitura e da escrita, assim inserindo o Cordel nas aulas, buscando a criatividade 
para compor os textos, porém, inicialmente com uma simples poesia de quatro estrofes (Quadra) 
que são versos simples. Neste trabalho, irei mostrar uma produção em conjunto, buscando 
desenvolver técnicas de Xilogravura a partir de materiais pós-uso. A Xilogravura é um ponto 
importante para a ilustração dos livretos de cordel. Com este trabalho foi possível colaborar para 
que esses estudantes tivessem o conhecimento de uma cultura regional brasileira, e incentivar a 
criatividade dos trabalhos em grupos, assim podendo trabalhar sobre a história dessa arte, 
culminando um produto final para ser apresentado, escrevendo e criando seu próprio livro de 
cordel. 
Palavras chaves: Cordel, Literatura, Xilogravura, História, Ensino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIII 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This Course Conclusion Paper has as its theme THE ARTISTIC CREATION WITH 
THE LITERATURE OF CORDEL - HISTORY, WRITING AND ORALITY IN SCHOOL, 
thus making a historical and artistic process from the construction of the string, with the 
purpose of inserting this literary genre for the high school students This work shows the 
Cordel Literature as an educational material with an incentive in artistic productions. Through 
this production it was possible to carry out a research based on the history, creation and 
illustration of the cordel. During the three years working in private schools it was possible to 
develop with students, especially in High School, a work focused on the Northeastern culture, 
using Cordel Literature, and above all, showing the development and learning of reading and 
writing, thus inserting the String in classes, seeking creativity to compose the texts, but 
initially with a simple poetry of four stanzas (Quadra) that is the simple string. In this work, I 
will show a joint production, seeking to develop techniques of woodcutting from post-use 
materials. Woodcutting is an important point for illustrating cordel booklets. With this work it 
was possible to collaborate so that these students had the knowledge of a Brazilian regional 
culture, and to encourage the creativity of the works in groups, thus being able to work on the 
history of this art, culminating a final product to be presented, writing and creating its own 
string book. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IX 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO........................................................................................................... 11 
História e Cordéis......................................................................................................... 13 
1º CAPÍTULO: HISTÓRIA E CORDELISTA..................................................... 17 
 1.1 Com texto Cordel........................................................................................ 21 
 1.2 Cordelistas alagoanos................................................................................. 22 
 1.3 Mestre e Xilogravura.................................................................................. 26 
2º CAPÍTULO: ESCRITA E OBRAS ....................................................................... 30 
 2.1 As rimas............................................................................................................. 30 
 2.2 Métrica............................................................................................................... 31 
 2.3 Produção de texto e melodia............................................................................ 32 
 2.4 Cordel e personagens religiosos.......................................................................34 
 2.4.1 Trabalho escolar..................................................................................... 34 
 2.4.2 Descrição do local de estudo............................................................... 35 
3º CAPÍTULO: PROJETO, PLANO DE AULA E AVALIAÇÃO......................... 36 
 3.1 Projeto de pesquisa....................................................................................... 36 
 3.2 Plano de aula..................................................................................................... 37 
 3.3 Avaliação........................................................................................................ 38 
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 40 
REFERÊNCIAS........................................................................................................... 42 
ANEXO..................................................................................................................... 43 
 
 
 
 
 
X 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
ABLC Academia Brasileira de Literatura de Cordel 
SEBRE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 
EDUFAL Editora da Universidade Federal de Alagoas 
PCN Parâmetros Curriculares Nacionais 
UFAL Universidade Federal de Alagoas 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
A Literatura de Cordel é uma riqueza cultural para o Brasil. Essa literatura aborda 
variados e infinitos temas, é um texto escrito em forma de poesia rimada, que contam histórias 
e informações, podendo ser a exemplo: uma cidade, um bairro sentimentos, ideias e emoções. 
Os cordéis foram trazidos pela tradição portuguesa com o intuito de divulgar notícias e 
acontecimentos, semelhante a um jornal, sendo os textos não eram criados de maneira 
harmoniosa e não tinham compromisso com os números de versos. Assim, se expandiu, 
principalmente pelo nordeste, e nessa expansão ocorreram mudanças, deixando de ser um 
jornal modelo português com folhetos pequenos e nascendo os versos com métricas e rimas 
na escrita. 
Os cordéis tradicionalmente são livros simples feitos de papel, em material fácil de 
trabalhar em um ambiente escolar. Quando esses livros estão prontos normalmente ficam em 
exposição em varais de cordões, vendidos em feiras ou bancas de resvista. Por isso recebeu o 
nome de cordel. 
 Os desenhos criados para ilustrar os livros são chamados de Xilogravura, um tipo 
de impressão criado a partir de desenhos em madeiras, semelhante a um carimbo, que também 
é característica da cultura nordestina. Essa técnica também foi responsável pela divulgação e 
venda dos livros, a partir dos desenhos diferentes que despertavam a curiosidade do povo. 
Todavia, a criatividade poética da declamação dos cordelistas é o que mais encanta. Esses 
artistas têm uma capacidade de rimar sobre qualquer tema e assunto, criando improvisos 
instantaneamente. 
A Literatura de Cordel tem uma forma poética de escrita, tendo suas regras entre 
versos e estrofes, é um conjunto de palavras que são trabalhados em questão de rimas, pois 
assim podem ter a sonoridade das frases, porém as palavras podem ser em uma linguagem 
coloquial, usando assim gírias ou sotaques, podendo deixar os textos mais tradicionais. Porém 
existem muitos cordelistas, em outras regiões do país, e cada um tem seu jeito de se expressar. 
O cordelista por ter a capacidade de improvisar suas rimas, algumas pessoas não 
entendem o cordel com a sonoridade do repente. O cordel na sua escrita tem uma estrutura 
para ser seguido, porém existem cordéis diferentes, por ter formas diversas, mas as rimas são 
normalmente nos finais das frases. O repente tende improvisar tocando e cantando as suas 
rimas na viola, podem criar suas rimas em todas as frases e versos, podendo ser nas sílabas 
 
2 
 
 
 
iniciais ou finais das palavras, contudo o repentista pode sim ser um cordelista quando está 
seguindo as regras do cordel, mas para o cordel precisa-se apenas do artista, já no repente 
existe um duelo de rimas. Entretanto também irei diferenciar o Repente do Cordel na forma 
prática, diferenciando a modalidade musical das demais formas postas nesse trabalho. 
Entretanto iremos ver em algumas páginas mais a frente outras citações sobre os cordéis, 
esclarecendo um pouco melhor as diferenças entre os gêneros Cordel e Repente. 
Veremos a parte escrita dos dois gêneros, assim mostrando semelhanças e vendo as 
diferenças, o cordel tendo suas regras de criação e o repente sendo um duelo mais livre de 
regras. Se o Repentista A, não termina a frase com uma rima, mas o desafiante do Repentista 
A concluir suas frases com rimas perfeitas no final das palavras, então assim entende-se que o 
mesmo, o Repentista B, foi melhor no duelo. Porém, o repente tem uma codificação cultural, 
assim qualquer pessoa facilmente saberá reconhecer a improvisação do repente através da 
sonoridade musical. 
Em sala de aula todo o processo de criação artística foi sobre o cordel, inserindo a 
história e a forma escrita, usando as rimas. Todavia, o repentista tem sua importância na 
história desse gênero literário, pois faz parte da mesma originalidade do povo nordestino. 
Trabalhar o cordel na sala de aula de Arte: Teatro também permeia o contexto 
histórico, a trajetória da propagação do cordel, por exemplo, citando que há muito tempo atrás 
pessoas sem instrução escolar começaram a difundir os textos nas ruas, a grande maioria eram 
os comerciantes, ambulantes. A escrita vinha naturalmente, pois eram autodidatas, assim 
criavam suas histórias poéticas, escrevendo e vendendo seus livros, mas antes desses artistas 
começarem a escrever as rimas, eles passaram sua infância ouvindo o pai contar histórias em 
cordéis, ou ouvindo vizinhos contarem em rodas de amigos. 
Contudo tive que despertar nos estudantes o interesse de pesquisar o contexto 
histórico mostrando as cidades e estados que têm as maiores contribuições para a propagação 
da literatura de cordel, citando também festivais de cordel que acontecem em outras regiões, 
como no Centro de Tradições Nordestinas, em SP, por exemplo, com o festival de cordel. 
A conclusão desse trabalho tem o objetivo da produção dos cordéis através dos 
estudantes da educação básica, no ensino médio, fazendo com que tenham o incentivo para 
descobrir essa literatura como expressão artística. Pois num país tão grande, como o Brasil, o 
 
3 
 
 
 
indivíduo pode aprender várias culturas em uma mesma região, assim podendo conhecer mais 
sobre a história e os artistas que influenciaram a arte local. 
 
História e Cordéis Ao trabalhar artes nas escolas, o professor irá ser um pouco de 
historiador, artista e sociólogo para poder entender as mudanças acontecidas na sociedade, 
entre transformações históricas, artísticas e sociais. Foi assim com a história da Literatura de 
Cordel. Esta literatura que é tão presente na história da região do nordeste, os folhetos de 
cordéis são uma representação de modos de vidas, pois são comuns relatos de personagens do 
nordeste, de como eles viviam, mostrando o modelo de uma cultura regional, vivida pelo 
sertanejo do campo. Mas a abrangência é bem maior porque essa literatura envolve na 
essência o romance, a poesia, música, contos e teatro. Existe em sua tradição personagens 
históricos como Lampião, Padre Cicero, Frei Damião, Barões dono de engenhos, Presidentes 
da República, entre outros. A prática envolve aspectos narrativos e visuais, além de todos 
esses personagens na literatura de cordel, são encontrados em livros didáticos de história, 
artes e sociologia, servindo de base histórica de compreensão da cultura doBrasil, pois o 
nosso cordel tem procedência de registrar esses fatos. Em Portugal haviam comerciantes que 
vendiam livros ou jornais com formato de pequeno porte, esse formato menor se perpetua até 
hoje, mas não existia a narrativa com rimas, pois as rimas foram introduzidas ao chegar no 
Brasil. Essa forma de rimar os versos foi criada por interioranos da região nordeste. 
No Brasil é considerado, historicamente, o pai da literatura de cordel, Leandro 
Gomes de Barros, (nascido em Pombal, Paraíba, 19 de novembro de 1865 —, Recife, 
Pernambuco, 4 de março de 1918). 
É considerado como o primeiro escritor brasileiro de literatura de cordel, 
tendo escrito aproximadamente 240 obras. No seu tempo era chamado de "O 
Primeiro sem Segundo", e ainda é considerado o maior poeta popular do 
Brasil de todos os tempos, autor de vários clássicos e campeão absoluto de 
vendas, com muitos folhetos que ultrapassam a casa dos milhões de 
exemplares vendidos...Compôs obras-primas que eram utilizadas em obras de 
outros grandes autores, como por exemplo Ariano Suassuna, que utilizou a 
história do cavalo que defecava dinheiro no seu Auto da Compadecida. 
(Wikipédia, a Enciclopédia Livre). 
 
Depois de fundar uma pequena gráfica, em 1906, seus folhetos se espalharam pelo 
Nordeste, sendo considerado por Câmara Cascudo o mais lido dos escritores populares. 
 
4 
 
 
 
Segundo Permínio Ásfora, teria sido preso em 1918 porque o chefe de polícia 
considerou afronta às autoridades alguns dos versos da obra O Punhal e a Palmatória, trama 
que tratava de um senhor de engenho assassinado por um homem em quem teria dado uma 
surra e deixado-o sangrando os olhos. Sebastião Nunes Batista, no entanto, em Antologia da 
Literatura de Cordel (Fundação José Augusto, Natal-RN, 1977) dá como causa da morte do 
cordelista a gripe espanhola (influenza).”(Wikipédia a inciclopédia livre). 
Leandro Gomes de Barros é o patrono da cadeira número um da Academia Brasileira 
de Literatura de Cordel. Vejamos uma poesia criada por esse precursor dessa arte tão 
enraisada do povo brasileiro: 
Eu nasci no Pageú 
Em dias do mez de Maio, 
Na hora do nascimento 
Trovejou e cahiu raio; 
Um curisco perguntou: 
Quer que eu vá ser seu lacaio...? 
 
Leandro Gomes de Barros, O Nascimento de Antonio Silvino, provável publicação do 
folheto, entre 1910 e 1912. 
Leandro Gomes de Barros teve muitos personagens da Região Nordeste que 
marcaram época e estão nos livros de história até hoje. O povo nordestino sempre teve na sua 
essência a história de resistência e lutas. Vejamos um trecho de outro cordel que relata mais 
alguns personagens do Nordeste. Os versos abaixo falam do personagem, “Antônio 
Silvino,(...) 2 de novembro de 1875 - Campina Grande, 30 de julho de 1944)(...) Faleceu em 
Campina Grande, em casa de uma prima, em 30 de julho de 1944”. (Wikipédia, a 
enciclopédia livre). 
 
O povo me chama grande 
 
5 
 
 
 
E como facto eu sou, 
Nunca governo venceu me 
Nunca civil me ganhou 
Atraz de minha existência 
Não foi um só que cançou... 
 
O Nascimento de Antonio Silvino, (provável publicação do folheto, entre 1910 e 1912). 
 
O cordel é uma forma tão popular de arte que em muitos livros na Literatura de 
Cordel não existe uma editora para publicar e às vezes só irá ter o nome do autor e tema 
proposto, ou uma provável data de publicação. Assim são os versos do texto abaixo, o livro 
“O mal e o Sofrimento” de Leandro Gomes de Barros: 
Se eu conversasse com Deus 
Iria lhe perguntar: 
Por que é que sofremos tanto 
Quando viemos pra cá? 
Que dívida é essa 
Que a gente tem que morrer pra pagar? 
 
Perguntaria também 
Como é que ele é feito 
Que não dorme, que não come 
E assim vive satisfeito. 
Por que foi que ele não fez 
 
6 
 
 
 
A gente do mesmo jeito? 
 
Por que existem uns felizes 
E outros que sofrem tanto? 
Nascemos do mesmo jeito, 
Moramos no mesmo canto. 
Quem foi temperar o choro 
E acabou salgando o pranto? 
 
Leandro Gomes de Barros. O mal e o sofrimento, (provável publicação do folheto, entre 
1910 e 1912). 
 
No Cordel é muito difundido a história do barbante, em uma época distante onde as 
feiras tinham seus livros em barracas, esses pequenos livros e folhetos eram pendurados em 
cordão. Ao chegar ao Brasil, com o tempo, passou por mudanças, deixando de ser exposto nas 
feiras, para ser vendido em livrarias e lojas diversas. Assim passando a ter uma 
comercialização maior ao alcance dos leitores. O cordel passa a ser algo a ser pesquisado nas 
escolas e faculdade como material artístico e literário. 
 
 
 
 
 
1º CAPÍTULO: HISTÓRIA – CORDELISTAS 
 
 
7 
 
 
 
O interesse em trabalhar Cordel inicial foi através da minha experiência pessoal na 
infância, lembro-me que em Boca da Mata, cidade no interior de Alagoas, local onde cresci, 
nesta cidade existem repentistas (cantadores) nos dias de domingo na feira livre, assim 
tocando e cantando. A minha infância foi vendo estes artistas se apresentar todos os domingos 
nas praças da cidade. Devido ter vivenciado uma parte da minha vida nesse município do 
interior alagoano, me motivou de tal forma que decidi estudar esse gênero literário. Agora que 
estou trabalhando em escola particular, pude desenvolver pesquisas sobre o tema com 
objetivo de inserir no ambiente escolar. 
A intenção deste trabalho foi tentar levar a Literatura de Cordel para o ensino médio, 
assim introduzindo a história do cordel e suas características nas aulas de Artes, tendo o 
propósito de mostrar como iniciou essa arte no nordeste. O cordel representa uma 
manifestação tradicional da cultura interiorana da região, que adquiriu força no século XIX. 
Em toda região nordeste, do sertão ao litoral, tem-se registros de cordelistas que são raízes de 
família tradicional. Contudo essas famílias foram crescendo e as gerações foram ouvindo 
contar das histórias em cordel, assim essas histórias foram escritas e propagadas com o passar 
do tempo. A partir daí mantendo uma relação entre suas formas escrita e oral. 
Antes de chegar no Brasil o cordel já era comercializado na Europa. O nome cordel 
vem do significado cordão. Os livros eram comercializados nas barracas que ficavam nas 
feiras em exposição, sustentados por um cordão. Porém esses livretos, nos países europeus, 
principalmente em Portugal, só tinham de igual aos de hoje em dia o formato na estrutura 
física, por serem pequenos livros, com leituras simples, com poucas folhas e cabiam no bolso. 
No Brasil, tudo começou através da oralidade, pois os primeiros cordelistas 
contavam suas histórias com rimas poéticas e outros artistas cantavam sua melodia nas praças 
e feiras. Logo após, tivemos o primeiro artista cordelista que registou no papel as rimas do 
cordel, o artista que já foi citado anteriormente, Leandro Gomes de Barros, porém essa 
literatura que é conhecida em todo Brasil, na sua maior parte cordelistas trabalham com 
projetos independentes, ou seja, as suas publicações não têm influência de editoras ou 
patrocinadores. 
Em Alagoas não é diferente, temos atualmente muitos cordelistas como Maria José 
de Oliveira (Mariquinha), João Gomes de Sá, Cristiano Kriko, Miguel Lins, Jorge Calheiro 
dentre outros, e nesse trabalho irei citar alguns desses escritores, porém dois deles me 
 
8 
 
 
 
chamaram bastante atenção em suas diferenças: Mestre Jorge Calheiros, autodidata, e 
Cristiano Kriko. Professor especialista. Ambos artistas e escritores cordelistas. 
 Fotografia 01: Livro, O gato no Porão Fotografia 02: Livro João doido na terrados Normais 
 
Capas dos livros autor Prof. Esp. Cristiano Kriko. 
 Fonte: Marco Aurélio 
Existem em Alagoas muitos artistas independentes e na literatura de cordel é comum 
encontrar livretos sem registro de publicação, mesmo assim sem ajuda econômica os 
resultados são vastos, os acervos produzidos por esses artistas podem se encontrar em toda 
região do estado. Esses cordelistas estão sempre presentes em eventos culturais em Alagoas e 
em outras regiões do país, ganhando prêmios e fazendo sua história na arte. 
Atualmente, muitos cordéis estão sendo publicados por editoras, criando assim uma 
aparição maior em bibliotecas e universidades. Porém, os cordéis também têm as cantorias, 
pelejas ou desafios, que trabalham em conjunto, sendo assim, o cordel cantado, que por sua 
vez um canta e o outro responde. As pelejas costumam ser de duas pessoas, também 
praticadas em rodas de violeiros, esses desafios são músicas com aspectos de duelo nas rimas, 
onde dois cantores fazem as batalhas rimando, também conhecidos como Repente. 
 
Repente, Modalidade musical que consiste em um duelo em versos, sobre 
temas improvisados, com dois ou mais cantadores. Tais duelos são 
acompanhados de rabecas e violão, no Nordeste, ou violão e sanfona, no Sul. 
No Nordeste, onde é mais comum, as estrofes são chamadas de repentes e os 
desafiantes, de repentistas (TELECURSO, 2000, p. 20). 
 
 
9 
 
 
 
O repente não tem a necessidade de trabalhar as métricas nos versos. Métricas são os 
números de silabas nas frases, mas terá que criar as rimas, criando melodias iguais, em todas 
as frases ou não. No cordel as métricas são necessárias para ajudar na escrita de cada estrofe e 
verso criando assim sonoridade ideal. 
É um gênero derivado do romanceiro europeu, que desenvolve desde o tempo 
do imperador francês Carlos Magno... os folhetos com versos que relatam 
acontecimento dramático do cotidiano... os folhetos são impressos em papel 
barato e ilustrado com xilogravuras (TELECURSO, 2000, p.20). 
 
Exemplo de artistas conhecidos pela grande mídia que trabalham criando duelos 
musicais são os cantores Cajú e Castanha. Mas a forma das rimas musicalmente pode ganhar 
outros ritmos. Temos outro exemplo Raul Seixas: com a música “Números”, a letra dessa 
canção é um cordel com suas rimas perfeitas, vejamos: 
 
Meus amigos essa noite eu tive uma alucinação 
Sonhei com um bando de número invadindo o meu sertão 
E de tanta coincidência que eu fiz essa canção 
 
-Falar do número um 
Falar do número um não é preciso muito estudo, 
Só se casa uma vez e foi um Deus que criou tudo, 
Uma vida só se vive, só se usa um sobretudo. 
 
-Agora o doze 
E só de pensar no doze eu então quase desisto, 
São doze meses do ano, doze apóstolos de Cristo, 
Doze horas é meio-dia, haja dito e haja visto. 
 
10 
 
 
 
-Agora o sete 
Sete dias da semana, sete notas musicais, 
Sete cores do arco-íris nas regiões divinais, 
E se pintar tanto sete, eu já não aguento mais. 
 
-Dois 
E nos dois o homem luta entre coisas diferente, 
Bem e mal, amor e guerra, preto e branco, bicho e gente 
Rico e pobre, claro e escuro, noite e dia, corpo e mente. 
 
-Agora o quatro 
E o quatro é importante, quatro ponto cardeal, 
Quatro estaçãos do ano, quatro pé tem um animal, 
Quatro perna tem a mesa, quatro dia o carnaval. 
 
- Pra encerrar 
Eu falei de tanto número, talvez esqueci algum, 
Más as coisas que eu disse não são lá muito comum, 
Quem souber que conte outra, ou que fique sem nenhum 
 
Raul Seixas, Música Números. 1976. 
 
 
11 
 
 
 
A transformação da Literatura de Cordel é claramente nítida, pois o cantor Raul 
Seixas é mais um nordestino a exaltar a cultura local. O Nordeste é um lugar muito rico em 
poesia popular, assim servindo de inspiração para muitos outros artistas do país. Exemplos do 
Rei do Baião, Luiz Gonzaga e o Chico Science, criador do movimento manguebeat, nesse 
mesmo sentido de mostrar que o cordel é uma arte em evolução e podendo ter várias formas 
de trabalhar seu uso, por isso posso elaborar diferentes aulas introduzindo o cordel, assim 
como interpretação de textos de diferentes autores e temas, sabendo que a leitura literária e a 
escrita são os pontos cruciais da literatura de cordel, mas também tenho a possibilidade de 
trabalhar a música, transmitindo a melodia para as rimas. 
Nesse trabalho outro ponto importante é apontar a forma de ensinar estrutura inicial, 
porém a elaboração e a execução é fundamental nas aulas práticas. Ter um plano de aula faz 
toda a diferença, pois cada aula é necessariamente diferente em todas as séries, Ex: Aulas de 
leitura e interpretação dos cordéis, música inserindo um ritmo com (pandeiro e triângulo), 
feito assim sempre introduzindo a prática para o domínio da leitura e da escrita. 
1.1. Contexto Cordel 
Ao estudar o gênero literário, percebi que podemos ter várias formas de trabalhar o 
cordel, porém o meio artístico de se trabalhar a Literatura de Cordel é um deles, mesmo tendo 
variações nas formas de inserir a literatura de cordel, os Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCN), vêm classificando essa literatura apenas em um gênero oral. Historicamente, talvez 
seja pela forma que iniciou no Brasil, vejo que esses mesmos parâmetros do PCN que tratam 
o cordel apenas com a prática da oralidade, de um certo modo não estão errados, porém o 
cordel também não pode se classificar dentro de uma única só forma, já que existem várias 
formas de trabalhar o cordel. 
A Literatura de Cordel pode ser tanto oral como escrita. Na minha pesquisa encontrei 
as seguintes características do cordel. 
Características do Cordel: a). Linguagem: Vocábulo simples; b). Livretos com poucas 
páginas; c). Histórias contadas em rimas; d). Ilustrações (Xilogravuras) nas capas; e).Podem 
ser declamadas ou cantadas em voz alta; f). Folhetos podem ser: bibliográfico, didáticos, 
descritivos. 
 
12 
 
 
 
Por esses e outros exemplo que ao elaborar o plano de aula sobre o tema cordel, 
venho argumentando inicialmente que esse gênero literário e artístico é principalmente 
descritivo, tanto é verdade que os primeiros cordéis vendidos nas feiras, tinham como intuito 
contar uma história de um fato social a qual atraía a curiosidade da população. 
Os inícios da literatura de cordel estão ligados à divulgação de histórias 
tradicionais, narrativas de velhas épocas, que a memória popular foi 
conservando e transmitindo; são os chamados romances ou novelas... de 
amor, de narrativas guerras ou viagens ou conquistas marítimas. (Ciclo 
Temáticos na Literatura de Cordel, Diégues, Manuel Juniaor, 2013. p, 18) 
Literatura de Cordel na escola vem sendo inserida como projeto artístico, com o 
intuito de incentivar o trabalho de leitura e escrita dos estudantes, propondo temas sobre a 
realidade histórica, social e econômica, principalmente no Nordeste, por ser a região berço 
dessa cultura. Assim como uma manifestação popular, o cordel tem a facilidade de 
propagação. Por ter uma prática que reflete a individualidade da língua, propondo variedades 
linguísticas encontradas no Nordeste brasileiro, a Literatura de Cordel material tem em si uma 
abordagem de gêneros textuais, podendo ser uma aula de artes bastante criativa em seu 
processo. Ao trabalhar a montagem literária temos a possibilidade de debater sobre a nossa 
sociedade, política e economia. 
1.2. Cordelistas alagoanos 
Hoje em Alagoas existem vários artistas que trabalham o cordel. Muitos desses 
artistas vivem no interior do estado, porém irei apresentar as obras dos autores que tive um 
maior contatoe vivem na capital, Maceió. A maioria dos escritores populares não tinham 
nenhuma formação escolar. Hoje temos cordelistas com ensino superior e pós-graduação, no 
mesmo estado, são transformações nos cordéis, desfazendo o contexto de que o cordel é coisa 
de matuto do interior, pois a linguagem artística pode ser coloquial com palavras de uma 
determinada região, podendo ter características de um povo, valorizando uma linguagem 
como uma identidade regional. 
Um dos cordelistas mais conhecido e premiado em Maceió é Jorge Calheiros. A 
biografia desse artista é muito interessante – Jorge Calheiros nasceu na cidade de Pilar, no 
estado de Alagoas, em 8 de agosto de 1939. Ainda escrevendo histórias em cordel, tem um 
grande número de publicações, histórias principalmente cômicas, que são as mais publicadas 
por ele. Nunca frequentou a escola, pois trabalhava na roça para ajudar sua família. Seus 
 
13 
 
 
 
primeiros escritos foram no seu ambiente de trabalho, ainda moço. Autor de mais de 40 livros 
com publicações independentes, viajou para vários estados para apresentar seus trabalhos em 
eventos culturais e artísticos. 
Fotografia 03: Imagens de alguns dos livros de Jorge Calheiros. 
 
Fonte: Marco Aurélio 
 
 
Um dos livros do Mestre Jorge Calheiros é escrito para os professores, citando sua 
indignação aos pais que não valorizam a educação e seus profissionais (os professores). 
Temas como esses direcionam a possibilidade do pensamento crítico, aliás temas como esses 
que devemos introduzir também em sala de aula, pois é na escola que devemos trabalhar o 
senso crítico. A escola é o lugar de lançar os temas sobre drogas, sexualidade e violência, 
fazendo assim um trabalho de educação em sua área de formação utilizando a arte. 
Vejamos um trecho do livro que destaca o descaso do governo com os professores e 
a educação do país, com um diálogo caipira de alguém do interior que nunca frequentou a 
escola faz assim uma crítica mostrando o quanto é importante a escola para a eduçação de 
uma sociedade. 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
Fotografia 04: trecho do livro, Jorge Calheiros. Fotografia 05: trecho do livro, Jorque 
Calheiros 
 
Fonte: Marco Aurélio 
Jorge Calheiros, (O professor deveria ser melhor remunerado, Edição Nº79, 2010). 
 
Normalmente, os livros escritos por Jorge Calheiros são feitos por cordéis com a 
estrutura em sextilha. Estes mesmos cordéis pude utilizá-lo em trabalhos em sala de aula, 
introduzindo essas histórias nas aulas de literatura dramática. Vejamos mais um trecho da 
obra desse escritor, Edição Nº 90, é uma autêntica Literatura de Cordel em sextilha. 
Fotografia 06: Trecho do livro, Jorge Calheiros 
 
Fonte: Marco Aurélio 
CALHEIROS, Jorge. (A Discursão de Zé Buchada e o Pastor, nº90, 2011) 
 
15 
 
 
 
 
Outro cordelista que pude conhecer pessoalmente, o Professor Cristiano Kriko, 
Graduado em Filosofia e Especialista efetivo na rede estadual. Nascido em Maceió. Trabalha 
com a literatura de cordel há mais de 15 anos, Participou de algumas entrevistas de programas 
de televisão. Alguns de seus projetos na Literatura de Cordel teve apoio para sua realização 
do SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, da Prefeitura de 
Maceió e da Universidade Federal de Alagoas. Ministra oficinas de escrita de Literatura de 
Cordel em vários espaços de saberes. 
Cristiano Kriko tem seus Cordéis voltados para contos e histórias da cultura 
alagoana. Seus livros contam a história de Mestres da cultura popular do estado, em uma das 
oficinas de Literatura de cordel foi criado o livro Contos dos Pontos aos Mestres. Livro esse 
que em suas rimas de sextilha, canta a história de Théo Brandão, Joana Gajuru, Pedro 
Teixeira, Nivaldo Abdias e entre outros. O Professor Cristiano Kriko pesquisando as histórias 
desses Mestres, conseguiu construir em um único volume um acervo histórico, citando 
cidades e regiões do estado, assim mostrando a importância da cultura e história de um povo. 
Observemos alguns Trechos, do livro, Cordel do Ponto aos Mestres: 
Fotografia 07: Trecho do livro, Cristiano Krico Fotografia 08: Trecho do livro, Cristiano 
Kriko 
 
Fonte: Marco Aurélio 
Kriko, Cristiano. (Cordel do Ponto aos Mestres, p.01.) 
 
 
16 
 
 
 
Uma caracterização geral dos temas propostos nos cordéis do Prof. Cristiano Kriko 
sempre são temas que remetem a personagens históricos, como vimos no trecho do cordel 
acima. Outros temas comuns são temas remetendo a cidadania, ex. Coleta de lixo, preservação 
da natureza, a prática de esporte e etc. A intenção é deixar registradas obras com o propósito 
de levar arte e cultura de um jeito simples e fácil de serem lidas, formando assim a 
característica da literatura popular. 
1.3. Mestre e Xilogravura 
“Xilogravura é uma técnica de pintar muito importante para a Literatura de cordel, 
por isso não poderia introduzir um assunto sobre esse tipo de literatura sem mostrar a 
xilogravura, sua história e importância para comercializar os livros vendidos nas feiras livres 
das cidades dos interiores nordestino, ajudando de uma certa forma na propagação para a 
literatura popular brasileira. 
Desde os primórdios, a gravura se faz presente na vida do homem, 
primeiramente nas cavernas e em seguida sobre superfícies em barro, pedra, 
metal, etc. Dai surge a xilogravura não propriamente como uma arte e sim 
como uma necessidade de multiplicação da escrita. Em sua evolução a 
gravura repercute de forma significante, primeiramente na China. A 
xilogravura passa também a influência de outros povos e sua utilidade se 
diversifica, por contribuir nos aspectos importantes da evolução dos fatos 
históricos... A xilogravura incorporou-se e manteve sua tradição popular no 
Nordeste do Brasil, ilustrando a literatura de cordel. (HERSKOVIS, Anico, 
1987, s/n) 
 
Em Maceió temos o Xilógrafo, Enéias Tavares dos Santos, conhecido também como 
Mestre Pica-Pau, nascido na cidade de Marechal Deodoro, conhecido por ter obras primas, foi 
premiado com sua arte de pintar quadros em xilografia, vários Cordelistas o procuram para 
ilustrar os livros com suas técnicas únicas. Teve suas pinturas em exposições em vários 
estados do Brasil e em países da América Latina. Mestre Pica-Pau atua desde 1940. Nessa 
época, aprendeu a fazer as cópias de xilogravura. “Eu mesmo fiz a prensa de tirar cópias, 
fabricou meus próprios instrumentos de xilogravura, que teve sua obra exposta em Maceió -
AL, Porto Alegre - RS, Paulo Afonso - Bahia, São Paulo - SP, Brasília - DF e em Santiago, no 
Chile.” (Alagoas Boreal, 2017). 
 
 
17 
 
 
 
Fotografia 07: Enéias Tavares dos Santos, 1983. Fotografia 08:Enéias Tavares dos 
Santos, 1975. 
 
Fonte: Marco Aurélio 
Suas técnicas têm traços únicos e detalhes impressionantes, com imagem do 
cotidiano sertanejo e religioso, as suas obras foram as inspirações para começar inserir este 
trabalho nas aulas de artes, conhecendo personagens e maneiras de criar as ilustrações, assim 
podendo levar essa mesma técnica aos alunos do 2ª ano do Ensino médio. 
Fotografia 09: Obras de Eneas tavares 
 
Fonte: Marco Aurélio Álbum de xilogravuras de, Enéias Tavares dos santos/1977 
 De acordo com o jornalista e xilografo, Antônio Fernando Costella, 
 
Segundo antigos relatos de viajantes, foi possível 
constatar em várias tribos o emprego de matrizes 
de madeira para imprimir, com tinta, desenhos 
ritualísticos na pele do corpo humano e, mais 
raramente, para estampar peçasde indumentária. 
Mais de duzentas tribos indígenas, 
comprovadamente, utilizaram-se dessa técnica, 
destacando-se, pela destreza artesanal e pela 
variedade de modelos, os canelas, os apinajés e os 
xavantes. (COSTELLA, 2003 p.50) 
 
18 
 
 
 
 
Essa técnica é usada por diversos artistas plásticos, porém os exemplos usados para 
esse trabalho são obras do Mestre Pica-Pau. Com tudo sempre que levo um trabalho de 
criação para uma aula tento produzir com baixos custos, assim podendo diminuir os custos da 
produção. O resultado é surpreendente, a xilografia pode também ser feita utilizando matérias 
recicláveis, foi assim que pude inserir a técnica da xilogravura nas aulas de artes, iniciando a 
produção com os alunos sem custo algum, porém desenvolvendo um trabalho para ilustrar 
tecidos e os próprios livros produzidos em sala de aula. 
As etapas básicas da xilogravura: a). desenho na tabua; b). fazer as cavas seguindo 
o desenho; c). Passar tinta na imagem desenhada; d). Imprimir no papel ou outra superfície. 
 
 
 
 
 
Fotografia 10: Vivências de estudantes com Xilografia. 
 
 
 
 Xilogravura com bandeja de isopor, 
Fonte: Marco Aurélio 2ª ensino médio. 
 
 
 
 A imagem 03, utilizando bandeja de isopor pós-uso. O isopor como matriz 
facilita no trabalho tendo uma finalização em menos tempo. Mas a xilogravura na escola 
esteticamente poderia ser bem elaborado, assim rendendo mais em termos de expressão 
arte e cultura, porem as aulas artes são uma vez por semana e em um curto tempo 40 a 
50 minutos, um processo de longo prazo pois quais quer atividades tem que ser em sala 
de aula, os estudantes desse Colégio não podem se reunir em outro local, assim foçando 
os trabalhos continuem sempre nos dias de aulas, norma da instituição. 
 
19 
 
 
 
 A xilogravura sendo executado na escola vem sendo importante para o referencial 
de como e registrar algo cultural na escola, pois suas possibilidades são um campo de 
reflexão com as turmas, e a exposição da arte cria o sentimento de trabalho realizado, e 
assim proporcionando que outras turmas possam ver e procurar entender que tipo de arte 
são essas pinturas. 
 
 
 
 
 Fotografia 11: Vivências de estudantes com Xilografia. 
 
 
 Xilogravura de Nossa senhora Aparecida, no tecido, 
Fonte: Marco Aurélio 2º Ensino médio 
 
 
 
 
 Por ser um Colégio religioso uma das exigências é que as aulas de artes sejam 
criativas e envolva um pouco da arte sacra, ou seja ter que introduzir a artes no ambiente 
religioso, na figura acima é notável a criação da xilogravura estampada de Nossa Senhora 
Aparecida. Os trabalhos artísticos com as turmas também são utilizados nas festas anuais 
como Pascoa, Festas Juninas e entre outras, sempre envolvendo personagem religiosos ou 
histórias bíblicas, mas a ideia central das aulas de artes é despertar a sensibilidade para a 
criatividade e a percepção que envolvem a leitura dessas obras, passando o conhecimento 
artístico com experiência teóricas e práticas. 
 
 
 
 
 
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Fotografia 12: Vivências de estudantes com Xilografia 
 
Processo do desenho da xilogravura 
Fonte: Marco Aurélio 3º ano do Ensino médio. 
 
 O processo de criação das xilogravuras, veio após a escrita do cordel, 
primeiramente os estudantes criavam suas histórias, com os temas livres e continuavam 
finalizando com as ilustrações mais adequada para cada livro produzido por eles. Com isso, 
diversas obras foram finalizadas com o intuito de concluir o bimestre escolar, e formando 
diversos aprendizes na arte da xilografia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Fotografia 13: Vivências de estudantes com Xilografia. 
 
Xilogravura usada para capa do cordel do 3ºano. 
Fonte: Marco Aurélio Criada com isopor pós-uso. 
 
 
 A xilogravura na Europa se desenvolveu através das ilustrações nos livros e 
histórias que foram contadas por desenhos, contudo essa técnica sendo utilizadas por muitos 
artistas. Além de ilustrar os livros, a xilografia também continuou a ser impressa como obra 
independente. As imagens criadas nas xilogravuras eram a formas de pessoas que não sabiam 
ler compreender as histórias em Cordel, assim foram criadas verias histórias bíblicas com 
textos e imagem para evangelização, sempre sendo imagem simples para facilmente ser 
compreendido pelos fiéis. 
 
 
 
 
 
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2º CAPÍTULO: ESCRITA E OBRAS 
2.1 As Rimas 
Para poder o cordel ser correto teremos que criar uma estrutura, essa estrutura irá 
mostrar um conjunto de palavras onde poderemos localizar as rimas dentro do texto. A rima é 
um conjunto de som igual ou semelhante nos versos da poesia ou do cordel, na Literatura de 
Cordel, as rimas são pontos cruciais, fazendo assim o som proporcionar a sonoridade ideal 
para uma melodia, porém sabendo em qual verso será construída a rima. 
 O que são versos na linguagem literária? o verso representa cada linha da poesia, 
que juntas formam a estrofe. A poesia é um tipo de texto que utiliza recursos, por exemplo, a 
musicalidade, o ritmo e as rimas para dar maior ênfase ao discurso. Estrofe é um grupo de 
versos. Existem vários tipos de estrofes, no cordel as mais usadas são: quadra, sextilha, setilha 
e décima. Veja o exemplo abaixo. 
Fotografia 14: Texto básico para aprender o cordel. 
 
 
A Imagem acima nos mostra a estrutura de um cordel, utilizado nas aulas de artes, 
contudo podendo ter o primeiro processo da construção de literatura de cordel. Com a simples 
quadra que são quatro versos com rimas. Podemos aprender a criar uma história usando uma 
estrutura básica. A intenção é escrever as estrofes, versos e rimas, semelhante a da imagem, 
deixando pronta uma história com começo, meio e fim. Não fugindo dessas regras irá ter um 
produto final, um conto, história ou música em cordel. 
 
23 
 
 
 
 A literatura de cordel sendo ela lida ou cantada é muito exigente em questão da sua 
estrutura, porém ensinar um cordel que não tenha um seguimento estrutural poderá sair uma 
falha, um erro nas métricas e nas rimas. As estrofes que não têm uma rima no último verso 
são chamadas de “versos de pé quebrado”. Iremos notar que o “Verso de pé quebrado” é um 
erro na métrica do cordel, são versos mais curtos e não finalizam em rimas, criando assim o 
som diferente do tradicional, finalizado em rimas. “O escritor Luis da Câmara Cascudo, autor 
de vários livros literários ligados a cultura popular brasileira diz conhecer, nessa acepção… O 
modelo clássico do Pé-Quebrado é o poema de José de Anchieta, Ao Santíssimo Sacramento’’ 
 
OH QUE PÃO, OH QUE COMIDA, 
OH QUE DIVINO MANJAR, 
SE NOS DÁ NO SANTO ALTAR 
CADA DIA 
 
FILHO DA VIRGEM MARIA 
QUE DEUS PADRE CÁ MANDOU, 
É POR NÓS NA CRUZ PASSOU 
CRUA NORTE… 
Padre. José de Anchieta, Ao Santíssimo Sacramento, (provável publicação. 1534 a 1597). 
 
2.2. Métricas 
 
A Métrica é a contagem da separação das sílabas no verso, geralmente é comum ver 
as contagens das métricas em 7 (sete) sílabas. Vejamos uma poesia sendo rimada onde o verso 
em sete silabas tem o final com as rimas, fazendo a escrita de um cordel perfeito ao som de 
quem irá ouvir. 
 
 
24 
 
 
 
BA. Ta. TI. NHA. QUAN. DO.NAS. CE 
 1 2 3 4 5 6 7 8 
ES. PAR. RA. MA. PE. LO. CHÁO 
 1 2 3 4 5 6 7 
CAR. RE. GO. PA. PAI. NO. BOL. SO 
 1 2 3 4 5 6 7 8 
E. MA. MÁE. NO. CO. RA. CÂO 
1 2 3 4 5 6 7 
 
Essa forma permite ter uma melodia no cordel, podendo ser uma poesia declamada 
ou um ritmo musical, criando a musicalidade em uma viola ou pandeiro com ritmos diversos, 
sendo samba, forró e etc. Ao escutar um repente é notável que nas suas rimas tenham medidas 
maiores, fazendo com que facilite as rimas no final das palavras. Foi utilizado acima para a 
poesia da Batatinha a heptassilaba, quando tem 7(sete) sílabas, mas os versos podem ter uma 
medida maior ou menor, a menor é a tretassílaba composta por 4 (quatro silabas), são as 
métricas mais usadas pelos repentistas. 
 
2.3. Produção de Texto e melodía 
 
Logo após ter algumas aulas sobre o assunto, alguns estudantes queriam produzir sua 
própria história em cordel. O objetivo era incentivar a conhecer por meio da leitura as 
características e as técnicas de produção dos textos, aprendendo a estrutura da narrativa da 
Literatura de cordel serviria como base para seguir as regras das rimas e métricas da literatura, 
porém tivemos todo um processo de pesquisa antes da produção pessoal. Tivemos que 
desenvolver debates sobre produção de textos que se enquadrem nas características do cordel, 
para isso utilizamos das obras do Mestre Jorge Calheiros e Cristiano Kriko, esses dois artistas 
foram citados por que suas obras possuem uma linguagem simples, com expressões 
 
25 
 
 
 
populares, crenças e costumes da região alagoana, por isso esses dois grandes Mestres foram 
as principais fontes de pesquisa para trabalhar as criações dos textos, nas turmas do 1º, 2º e 3º 
do ensino médio. 
Como os Cordéis desses artistas têm a forma fácil de ser entendido, o processo, 
porém foi introduzir uma melodia e um ritmo nesses cordéis, podendo aproveitar o assunto do 
módulo do 9º ano do fundamental II, (música). A música um arranjo é uma reelaboração ou 
adaptação de uma composição musical para uma combinação sonora diferente da original 
(SAE digital, 9ºano, fundamental, livro 2). Nessas aulas de música foram sendo inseridas dois 
tipos de instrumentos: Pandeiro e Triângulo, assim trabalhando tempo e ritmo nas introduções 
dos cordéis. Esses ritmos seriam em coco de Roda, Rimas de Repentista e Forró Pé de Serra. 
Logo após essas aulas, a proposta seria promover um recital de poesias de cordel, com 
apresentações, com música, exposições das pinturas Xilogravuras das camisas e os livros 
produzidos por estudantes, porém essa data terá que ser adequada ao calendário escolar, assim 
provavelmente as apresentações serão no mês de junho quando ocorrerão as festas juninas da 
escola. 
Fotografia 15: Triando, Instrumento nas aulas de música. Fotografia 16: Pandeiro instrumentos 
usados nas aulas de música 
 
Fonte: Marco Aurélio. 
Pandeiro e Triângulo são uns dos instrumentos típicos tocados nas músicas 
nordestinas. Assim como forró, Baião, Embolada e outros ritmos, o Cordel também tem sua 
parte musical, criando assim sua melodia para ser rimada, podendo ser um artista ou mais de 
um trabalhando em conjunto. Normalmente se apresentam nas praças, feiras, festas juninas e 
em eventos culturais. 
 
26 
 
 
 
2.4. Cordel e Personagens Religiosos 
O Cordel tem na sua história uma ligação com os temas religiosos. No Nordeste 
existem personagens que marcaram época por sua liderança religiosa, pois muitas pessoas não 
tiveram a oportunidade de conhecer esses personagens pessoalmente, porém ouviram suas 
histórias através da Literatura de Cordel, e assim essa literatura foi umas das principais 
propagações na época nas vidas de Cicero Romão Batista (Padre Cicero), Damião de Bozzano 
(Frei Damião) e Antônio Vicente Mendes Maciel (Antônio Conselheiro), líder religioso de 
Canudos. 
Os folhetos de Cordéis fizeram com que as vidas e histórias desses líderes fossem 
registradas e conhecidas, pois são centenas de livros em cordéis relatando a vida de cada um 
desses religiosos. As economias dos lugares de nascimento são muito ricos, pois milhares de 
pessoas vão até a cidade do Juazeiro do Norte, sertão do Ceará, para conhecer o lugar onde 
nasceu Padre Cicero. Nessa viagem normalmente encontram-se Romeiros que acreditam que 
Padre Cicero é um homem de santidade, músicos cantando, violeiros e cordelistas criando 
seus improvisos sobre a vida do santo de juazeiro e do sertão nordestino. 
 
Talvez se possa dizer sem muitas margens de erro ser este - o de religião e, 
em particular, de vida santo – o tema mais antigoversos nos folhetos 
populares. A tradição de religiosidade, em época em que os meios de 
comunicação não eram aperfeiçoados (…) encontrou nos folhetos um 
intermediário para a difusão das ideias religiosas; e história de Jesus ou vida 
de santos (…) Dada a pequena difusão, pela carência, dos Evangelhos […] 
(DIÉGUES. 2012, p. 99) 
 
Sendo que grandes clássicos da Literatura de Cordel são com esses e outros 
personagens religiosos, e assim existem livros sobre histórias fictícias de como seria o céu e 
inferno, Deus e o Diabo, versões criadas de trechos bíblicos, sendo eles o novo e o antigo 
testamento. Sabemos que a maior influência do cordel é a região nordeste, terra de uma 
grande religiosidade e fé católica, e esse mesmo de fé contribuiu para criar e expandir o cordel 
no país. 
 
 
 
 
27 
 
 
 
2.4.1. Trabalho Escolar 
 
Os trabalhos para o Ensino Médio foram divididos em grupos e esses grupos 
receberam cordéis para trabalhar os conteúdos que foram dados em sala de aula. Os 
estudantes tiveram que pesquisar o cordel e passar as informações sobre o texto e seu 
específico autor para turma, assim todos puderam ler e apresentar sobre o gênero literário. 
Depois, os grupos falaram sobre os significados das Xilogravuras de cada Cordel, com as 
informações de cada livro e dos autores. As esquetes teatrais ficaram para finalizar os 
trabalhos, sendo apresentações de cinco a oito minutos, o foco era o uso do teatro no cordel, 
pois os alunos tiveram que escolher uma cena em seu livro e representar. 
 Esse trabalho foi uma tentativa de passar da melhor forma a mensagem escrita na 
Literatura de Cordel. Assim passando pelo processo da construção desse gênero literário, das 
pinturas Xilográficas, as apresentações teatrais do cordel, que provaram que podemos 
aprender conteúdos diversos usando a arte como um apoio pedagógico, além do que tivemos 
conteúdos e fatores da cultura brasileira que muitas vezes desconhecemos, como a própria 
literatura de Cordel, mostrando que o Brasil é um pais rico e diversificado na arte e na cultura. 
As aulas de arte têm como proposta a criatividade de cada aluno, trabalhar o Cordel. 
Vai ao encontro dessa busca criativa a participação das atividades que influencia diretamente 
no aprendizado, tanto é que os alunos que tiveram o empenho maior tiveram a maior 
facilidade para apresentar seus trabalhos, e também obtiveram as maiores notas. 
 
2.4.2. Descrição do local de estudo 
O local de estudo e de todo o processo das aulas foi o Colégio Nossa Senhora Rosa 
Mística, um colégio da rede privada de ensino básico, com aulas do ensino infantil ao ensino 
médio. Localizado no Conjunto Osman Loureiro, Tabuleiro do Martins - Maceió - Alagoas. 
Este trabalho foi diretamente para os alunos do ensino médio, do 1ª ao 3ª ano. Um colégio 
Amplo, com salas climatizadas. Colégio Rosa Mistíca tem um salão de festa perto daportaria, 
cantina, sala dos professores, e também possui o Ensino Infantil e Fundamental I, 
completando com dois andares, o primeiro andar do lado esquerdo são as turmas do 
 
28 
 
 
 
Fundamental II, o lado direito as turmas do ensino médio, uma quadra para a prática de 
esportes com uma piscina para aulas de natação. 
 
3º. CAPÍTULO: PROJETO, PLANO DE AULA E AVALIAÇÃO 
3.1. Projeto de pesquisa 
 
 Trabalhar esse projeto sobre a Literatura de Cordel foi significativo no aprendizado 
técnico e estético com os alunos. Na prática o repertório que o Cordel traz é muito amplo, 
porém a intensão era levar o conhecimento dessa forma literária, criando trabalhos e 
apresentações sobre o assunto. Esse projeto teve o objetivo de levar o cordel como forma 
pedagógica, ensinamento e aprendizado, foi praticamente um semestre trabalhando com o 
Ensino Médio, pois eram as únicas séries que tive a liberdade de trabalhar as aulas de artes, 
pois as outras turmas que eram do Fundamental II, tinham os assuntos de aulas prontos, pois 
seguiam o módulo escolar. 
A Literatura de Cordel no Ensino Médio me auxiliou em vários objetivos para o 
desenvolvimento, assim como as aulas de música pois os alunos tiveram que pesquisar qual 
seria o ritmo ou melodia para um cordel, também as composições para as rimas. 
Historicamente inserir a Literatura de Cordel nas aulas é resgatar e disseminar a cultura 
literária brasileira, assim trabalhando a arte que nasceu da região Nordeste do Brasil. O 
projeto geral é inserir o gênero da Literatura nas escolas, mostrando também que é algo 
importante para a produção artística. A Literatura de Cordel foi uma boa oportunidade e como 
experiência pude inserir a cultura popular nas aulas, podendo por em prática esse projeto. 
Pude também apresentar um pouco da riqueza expressiva que existe nesse gênero literário, 
pois trabalhar o cordel é inserir várias linguagens podendo ser verbal ou não verbal. 
 Exemplos de linguagem que podemos trabalhar no Cordel: a). Verbal oral, declamar a 
Poesia; b). Verbal escrita, escrever o Cordel; c). Musical, Tocar e Cantar a melodia; d). 
Visual, Xilogravura as pinturas de composição do Cordel; e). Linguagem Múltipla, Teatro de 
Cordel. 
 
 
 
29 
 
 
 
 
 
Assim foram estabelecidos os seguintes Objetivos: 
 
Objetivo. A • Desenvolver habilidades nos alunos como a: criatividade, criação de textos, 
produção de rimas, técnicas de pinturas e boa apresentação em público; B • Apresentar a 
Literatura de Cordel, criada na região Nordeste do Brasil, Associando com geografia cultural 
da mesma região. Os objetivos alcançados foram os alunos ter conseguido criar produções 
textuais utilizando rimas, produzindo próprias estampas nas camisas com a xilogravura, 
usando a criatividade de cada um. C • Focar em trabalhar com a interdisciplinaridade, praticar 
objetivamente nas produções artísticas dos alunos, e na relação deles com os conhecimentos 
apresentados nas aulas. 
A metodologia é o caminho percorrido pelos pesquisadores no processo de 
elaboração da sua investigação. Dada a existência de vários caminhos, o 
pesquisador poderá escolher aquele que melhor corresponde à sua 
problemática e a seus referencial teórico […] ( Orientação metodológicas 
para produção de trabalhos académicos, 2014, p.27). 
 
3.2. Plano de Aula 
 Plano de Aula 
 3º Ano – Arte / 2º Bimestre 
1. Leitura do Cordel. Tipos de Cordéis (Estrutura) 
Leitura Dramatizada 
Identificando as Rimas 
 
 
30 
 
 
 
2. Teatro de Cordel Adaptação para o Teatro 
Criando Personagem 
Trabalhando o Espaço 
3. A Música no Cordel Instrumentos usados 
Som / Melodia 
Tocando as Rimas 
O Plano de Aula é o indicador para o professor trabalhar suas aulas, com ele 
podemos especificar o conteúdo que será realizado em sala de sala, buscando com isso ter 
uma melhor prática pedagógica e também melhorar o aprendizado dos alunos. O plano de aula 
é um instrumento no qual o professor detalha quais os assuntos e as atividades aplicadas, 
assim podendo se organizar com os conteúdos de cada série. Dessa maneira pode-se afirmar 
que o plano de aula é uma previsão do que será feito nas aulas, esses projetos para as aulas 
ajudam bastante, porém mesmo assim lidar com pessoas é complicado e problemático, 
principalmente quando são crianças e jovens. 
 
3.3. Avaliação 
 
A seguir teremos o exemplo de questão da Avaliação Mensal do 1ª ano do Colégio 
Rosa Mística, o assunto das aulas foram Literatura de Cordel e Cultura Popular, o mais 
interessante das aulas do ensino médio é por não possuir os módulos de artes, então tenho 
toda liberdade de elaborar os conteúdos das aulas, podendo criar as aulas e escolher quais os 
materiais irei utilizar para trabalhar nas aulas. Os graficos a baixo mostra a prova com quatro 
questões os acertos serão representados por 1 = C e os erros 2 = E, entre as cores azul e 
laranja. 
 
 
 
31 
 
 
 
1º Ano, Ensino Médio. 
1) Existe uma forma de escrita literária criada na região do Nordeste, Qual seria essa forma: 
a. ( ) Expressionismo Nordestino 
b. ( ) Literatura Futurista 
c. ( ) Movimento Manguebeat 
d .( ) Tropicália 
e. ( ) Literatura de Cordel 
 1 = C 2 = E 
 
▪ 1 
▪ 2 28 
 
 
 
2) É considerado como o primeiro escritor brasileiro da literatura Nordestina. 
 a.( ) Luiz Gonzaga 
 b.( ) Ariano Suassuna 1 = C 2 = E 
 c.( ) Graciliano Ramos 
 d.( ) Leandro Gomes de Barros 6 
 e.( ) Ledo Ivo 
 22 
▪ 1 
▪ 2 
 
32 
 
 
 
3) As gravuras para ilustrar os livros na Literatura de Cordel, como são chamados: 
a.( ) Xilogravura 1 = C 2 = E 
b.( ) Mangá 
c.( ) Aquarela 8 
d.( ) Tinta a óleo 
e.( ) Todas as alternativas estão erradas 20 
▪ 1 
▪ 2 
 
4) Quando se fala em Cultura Popular, o certo é: 
a.( ) A cultura Erudita que se propagou pelo Brasil. 
b.( ) A cultura que representa um conjunto de saberes criada através do povo e região. 
c.( ) São vários movimentos artístico criado para viajar por todo o pais 
d.( ) São Artistas e escritores que trabalham para classe média 
e.( ) É o lugar onde população artística tem o maior numero de seguidores virtuais? 
1 = C 2 = E 
 
 10 
 
 18 
 
▪ 1 
▪ 2 
 
 
33 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 
Esse Trabalho de Conclusão de Curso com o tema “A criação Artística com a 
Literatura de Cordel – história, escrita e oralidade na escola” foi um trabalho exclusivamente 
com o intuito de trabalhar o cordel no ensino médio, nessas turmas pude inserir outros estilos 
artríticos que permeiam a própriaLiteratura popular. Nas aulas de artes consegui ao longo do 
trajeto introduzir histórias da região nordeste, como registros da fé e coragem do povo 
humilde e simples, mostrando que aprender sobre a cultura é também trabalhar a minoria, a 
cultura a ser propagada criando os vestígios de uma tradição local. 
Esse projeto escolar tem muito o que percorrer, pois cada cordel, xilogravuras e 
livros criados por estudantes, aumenta mais meu aprendizado em relação a trabalho 
concluído. Ao por em prática essas pesquisas nas escolas, pude perceber a evolução, que com 
o passar do tempo enriqueceu também as minhas aulas de artes. A ideia de valorizar a 
Literatura de Cordel nas escolas é a realização da prática da cultura popular, a capacidade de 
poder introduzir as músicas brasileiras nessas aulas, e o processo de criatividade de escrever e 
pintar, além de trabalhar a leitura de vários autores do brasil. 
A utilização do cordel nos trabalhos teve a possibilidade de envolver não só as aulas 
de artes, mas também percorrer outras matérias como história e sociologia, durante esse 
processo de pesquisa consegui perceber o quanto a Literatura de Cordel pode me proporcionar 
interesses artísticos e históricos. O cordel é uma arte tão eclética que permeia também em 
várias linguagens artísticas, registrando características de um trabalho diversificado, 
utilizando de uma forma simples e popular. Basicamente a literatura de Cordel são relatos de 
pessoas que vivenciam e contam suas histórias, produzindo assim seus textos criativos em 
forma de rimas para o papel, ao contar as histórias de personagens que marcaram sua época, o 
cordel foi facilmente propagado em outras regiões, levando as notícias e mostrando 
principalmente como a literatura e os problemas de uma determinada região. Essas histórias 
são narrações retratando a maneira de viver das famílias sertanejas, contudo ao trabalhar a 
Literatura de Cordel nas escolas, tive muitas chances de conhecer relatos de alunos que 
conheceram o cordel através de alguns parentes, muitas dessas histórias contadas por eles 
falando da pobreza em um determinado período, assim contado pelos seus avós. 
 
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 Com esse trabalho tive o prazer e a oportunidade de conhecer escritores de cordéis 
como o Mestre Jorge Calheiros e o Prof. Cristiano Kriko, homens simples e com uma grande 
bagagem histórica e artística. Suas histórias são voltadas aos problemas sociais da região de 
Alagoas, algumas críticas políticas, dramas e comédias e o melhor: seus livros são acessíveis 
ao público. O cordel com toda a sua beleza também possui um grande valor na sociedade, 
hoje a grandeza da literatura de cordel é comparada com histórias e literaturas clássicas, já 
que escritores que também marcaram épocas e consagrados como Graciliano Ramos, José 
Lins do Rego, e outros também escreveram sobre a seca do sertão e a miséria do sertanejo, 
assim podendo criar características da literatura do cordel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
CALHEIROS, Jorge. A Discursão de Zé Buchada e o Pastor, nº90, 2011. 
CARLHEIRO, Jorge. O professor deveria ser melhor remunerado, Edição Nº79, 2010.

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