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ESCOLA DE GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL 
Programa de Capacitação de Servidores Públicos Municipais 
 
 
Curso sobre Licitação 
e Treinamento para 
Pregoeiro 
 
 
 
 
Prof. Dr. Joel de Menezes Niebuhr 
 
Advogado. Doutor em Direito Administrativo pela PUC/SC. 
Mestre em Direito pela UFSC/SC. Professor de Direito 
Administrativo da Escola da Magistratura do Tribunal de 
Justiça de Santa Catarina e da Escola do Ministério Público de 
Santa Catarina. Autor dos livros "Princípio da Isonomia na 
Licitação Pública" (Florianópolis: Obra Jurídica, 2000), "O 
Novo Regime Constitucional da Medida Provisória" (São 
Paulo: Dialética, 2002), "Dispensa e Inexigibilidade de 
Licitação Pública" (São Paulo: Dialética, 2003) e "Pregão 
Presencial e Eletrônico" (Curitiba: Zênite, 2004). 
 
 
 
 
Promoção e realização: 
 
 
 
Chapecó, maio de 2005. 
www.fecam.org.br
 
Apresentação 
Assumindo o caráter inovador e o carro chefe da ação da FECAM determinada pelo Planejamento 
Estratégico, a entidade apresenta a Escola de Gestão Pública Municipal. 
O Programa de Capacitação de Agentes Políticos e Servidores Públicos Municipais tem sido 
enfatizado como uma das principais ações das entidades municipalistas, sendo referência para as 
administrações municipais. 
Os trabalhos envolvem parceiros como a Confederação Nacional de Municípios, as Associações de 
Municípios, o Governo do Estado, Governo Federal, Universidades, Tribunal de Contas, Conselho 
Regional de Contabilidade, dentre outras entidades. O resultado dos treinamentos e seminários já 
realizados reflete na evolução da organização administrativa dos municípios catarinenses, 
exemplos nacionais de eficiência em gestão pública. 
A fim de potencializar a repercussão e os resultados dos eventos promovidos pelas entidades 
municipalistas catarinenses, a Escola de Gestão Pública Municipal surge como mecanismo 
eficiente e inovador em relação à organização de curso e seminários ofertados aos agentes 
políticos e servidores públicos municipais. 
Reflexo direto das atividades previstas conforme o calendário de eventos da Escola de Gestão 
Pública Municipal, as entidades promovem o Curso de Licitação Pública e Pregão, cujo objetivo é 
passar conhecimentos básicos sobre o tema aos iniciantes e possibilitar aos servidores com mais 
experiência o conhecimento de novos assuntos, inclusive com treinamento para a formação de 
pregoeiro. 
O material a seguir é de uso exclusivo no curso, sendo vedada sua utilização parcial ou integral 
sem autorização de seu autor, Dr. Joel de Menezes Niebuhr. 
Gratos pela atenção e um ótimo curso a todos. 
 
 
 
Neodi Saretta 
Prefeito de Concórdia 
Presidente da FECAM 
 
 3
Sumário 
Parte I Licitação Pública.................................................................................................4 
1. CONCEITO ...................................................................................................................................................4 
2. INCISO XXI DO ARTIGO 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ..................................................................................4 
3. MODALIDADES DE LICITAÇÃO........................................................................................................................4 
4. INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO .....................................................................................................................7 
5. HABILITAÇÃO.............................................................................................................................................11 
6. JULGAMENTO DAS PROPOSTAS ....................................................................................................................16 
7. HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO .................................................................................................................17 
8. RECURSO...................................................................................................................................................18 
Parte II Pregão Presencial ...........................................................................................19 
1. O QUE É O PREGÃO? ...................................................................................................................................19 
2. BREVE RESENHA HISTÓRICA DO PREGÃO......................................................................................................19 
3. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AO PREGÃO ............................................................................................................20 
4. OS PRINCÍPIOS JURÍDICOS INFORMADORES DO PREGÃO................................................................................20 
5. INCIDÊNCIA DO PREGÃO .............................................................................................................................20 
6. AGENTES ADMINISTRATIVOS ENVOLVIDOS NO PREGÃO .................................................................................23 
7. FASE INTERNA DO PREGÃO..........................................................................................................................23 
8. PUBLICIDADE DO EDITAL ............................................................................................................................26 
9. IMPUGNAÇÃO AO EDITAL.............................................................................................................................27 
10. ATOS PREPARATÓRIOS AO JULGAMENTO.....................................................................................................28 
12. ACEITABILIDADE DAS PROPOSTAS .............................................................................................................30 
13. HABILITAÇÃO ...........................................................................................................................................31 
14. RECURSOS ADMINISTRATIVOS...................................................................................................................32 
15. FASE INTEGRATIVA DO PREGÃO .................................................................................................................33 
16. CONVOCAÇÃO PARA ASSINAR O CONTRATO ................................................................................................34 
18. SANÇÕES ADMINISTRATIVAS .....................................................................................................................35 
19. PARTICIPAÇÃO DE EMPRESAS ESTRANGEIRAS NO PREGÃO ...........................................................................36 
20. PARTICIPAÇÃO DE CONSÓRCIO NO PREGÃO ................................................................................................36 
21. PREGÃO COMO MODALIDADE PARA PROMOVER REGISTRO DE PREÇOS...........................................................37 
Parte III PREGÃO ELETRÔNICO....................................................................................39 
O que é o pregão eletrônico?............................................................................................................................39 
As vantagens do pregão eletrônico em relação ao pregão presencial .....................................................................39 
Desvantagem do pregão eletrônico em relação ao presencial ...............................................................................39 
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AO PREGÃO ELETRÔNICO.............................................................................................39 
SISTEMA DE INFORMÁTICA..............................................................................................................................40 
CREDENCIAMENTO .........................................................................................................................................40FASE INTERNA DO PREGÃO ELETRÔNICO ..........................................................................................................42 
PROCEDIMENTOS PRELIMINARES AO JULGAMENTO DO PREGÃO ELETRÔNICO .......................................................42 
FASE DE JULGAMENTO ....................................................................................................................................42 
ACEITABILIDADE DAS PROPOSTAS QUANTO AO PREÇO ......................................................................................43 
HABILITAÇÃO.................................................................................................................................................44 
RECURSO ......................................................................................................................................................46 
ADJUDICAÇÃO E HOMOLOGAÇÃO .....................................................................................................................46 
DISPOSIÇÕES FINAIS .....................................................................................................................................46 
BOLSA DE MERCADORIA..................................................................................................................................47 
Legislação ....................................................................................................................48 
LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 ...........................................................................................................48 
LEI No 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002. .........................................................................................................83 
DECRETO Nº 3.555, DE 8 DE AGOSTO DE 2000..................................................................................................87 
DECRETO Nº 3.697 DE 21 DE DEZEMBRO DE 2000.............................................................................................95 
 
 4
Parte I 
Licitação Pública 
1. CONCEITO 
É o procedimento condicional à celebração de um contrato administrativo, mediante o qual a 
Administração expõe a sua intenção de firmá-lo, definindo todas as suas condições, esperando 
que terceiros ofereçam a ela propostas, a fim de escolher a mais vantajosa para o interesse 
público. 
2. INCISO XXI DO ARTIGO 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão 
contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos 
os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as 
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de 
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 
3. MODALIDADES DE LICITAÇÃO 
Concorrência 
Acima de 
1.500.000,00 
Acima de 
650.000,00 
Æ Compras e alienações de bens imóveis 
Æ Concessão de serviço público 
Æ Concessão de direito real de uso 
Æ Licitações internacionais 
Æ registro de preços 
Tomada de 
Preços 
Acima de 
150.000,00 
Acima de 
80.000,00 
Æ Licitações internacionais, se o promotor 
possuir cadastro internacional de 
fornecedores (art. 23, § 3º) 
Convite 
Acima de 
15.000,00 
Acima de 
8.000,00 
Æ Licitação internacional, quando não 
houver fornecedor no país. 
Pregão Æ Bem e serviço comum 
Concurso 
Æ Escolha de trabalho técnico, artístico ou 
científico, mediante a instituição de prêmio 
ou remuneração 
Leilão 
Æ Bens móveis inservíveis 
Æ produtos legalmente aprendidos ou 
penhorados 
Æ móveis até 650.000,00 
Æ imóveis recebidos em dação em 
pagamento ou decorrentes de procedimento 
judicial 
3.1. Concorrência 
Artigo 22, § 1o - Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na 
fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação 
exigidos no edital para execução de seu objeto. 
 
 5
3.2. Tomada de Preços 
Artigo 22, § 2o - Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente 
cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro 
dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. 
3.3. Convite 
Artigo 22, § 3º - Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao 
seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela 
unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e 
o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu 
interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas. 
§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, 
a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no 
mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas 
licitações 
§ 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for 
impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo, essas 
circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do 
convite. 
Não se deve adjudicar licitação na modalidade convite com menos de três propostas válidas por 
item licitado, para não ferir o disposto no art. 22, § 7º, da Lei nº 8.666, de 1993. (TCU, Decisão 
472/1999. Plenário). 
 
É admissível a adjudicação do objeto licitado ao único interessado entre os convidados na 
modalidade de licitação Convite, desde que, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse 
dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3º do 
artigo 22 da Lei Federal nº 8.666/93, sendo que essas circunstâncias deverão ser devidamente 
justificadas no processo, sob pena de repetição do convite, nos termos do § 7º do artigo 22 da 
Lei Federal nº 8.666/93. (TCE-SC, Prejulgado nº 332) 
3.4. Parcelamento da Licitação 
§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela administração serão divididas em tantas 
parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação 
com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da 
competitividade, sem perda da economia de escala. 
§ 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas nos termos do 
parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra, há de 
corresponder licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a execução do objeto 
em licitação. 
 
 6
3.5. Parcelamento indevido da licitação 
§ 5º É vedada a utilização da modalidade "convite" ou "tomada de preços", conforme o caso, 
para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza 
e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o 
somatório de seus valores caracterizar o caso de "tomada de preços" ou "concorrência", 
respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que 
possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do executor 
da obra ou serviço. 
A definição da modalidade licitatória, utilizando-se do critério econômico da contratação, deve 
considerar o valor total a ser despendido pela Administração Pública com o bem ou a utilidade 
(serviço), ainda que sua execução ultrapasse o exercício financeiro. 
 
Nos contratosde prestação de serviços de natureza continuada ou aluguéis, em que se aplica o 
art. 57, II e IV, da Lei Federal nº 8.666/93, a escolha da modalidade deve levar em consideração 
o total da contratação, incluídas as possíveis prorrogações previstas no edital e na minuta do 
contrato. 
 
Na aquisição de bens, materiais (expediente, higiene, limpeza, etc.), equipamentos e serviços de 
uso freqüente pelo órgão ou entidade licitante, a modalidade de licitação deve levar em conta a 
previsão de gastos para o exercício, sob pena de caracterização de fracionamento de compras. 
 
Quando for verificada a aquisição de bens e serviços comuns, independente do valor da 
contratação, a Administração Pública poderá valer-se da modalidade licitatória denominada 
Pregão, prevista na Lei Federal nº 10.520/02. (TCE-SC, Prejulgado nº 1354) 
 
A contratação de emissora de rádio comunitária, mediante licitação ou dispensa, a qual tem como 
presidente servidor do órgão licitante, somente poderá ser efetivada se a rádio for a única 
emissora captada pelos munícipes. A dispensa de licitação (art. 24, II, da Lei Federal nº 
8.666/93) somente será possível se o órgão licitante despender no exercício valor inferior a R$ 
8.000,00 (oito mil reais) em publicidade (escrita, falada, televisiva, internet). 
 
Caso o órgão licitante venha a despender no exercício valor superior a R$ 8.000,00 (oito mil 
reais) em publicidade (escrita, falada, televisiva, internet), deve ser realizada licitação, dada a 
vedação de inexigibilidade, imposta pelo art. 25, II, in fine, da Lei Federal nº 8.666/93. Na 
hipótese da rádio comunitária não ser a única emissora captada pelos munícipes, a contratação é 
admissível mediante realização de sistema de credenciamento de todos os interessados. (TCE-SC, 
Prejulgado nº 1399) 
Ressalvados os casos especificados na legislação, a aquisição de peças e a contratação de 
serviços de manutenção em veículos e equipamentos rodoviários deve ser precedida de licitação, 
operacionalizadas conforme as características e peculiaridades de cada órgão/entidade, 
 
 7
observando-se a legislação. A contratação dos serviços de manutenção em veículos e 
equipamentos rodoviários pode se dar da seguinte forma: 
1. através de diversas licitações, uma para cada necessidade (observando-se a 
modalidade adequada para o conjunto das licitações), incluindo-se ou não o 
fornecimento de peças; 
2. através de licitação cujo contrato contemple o regime da empreitada por preço 
unitário, incluindo-se todos os serviços necessários, e utilizando-se da relação do 
preço homem/hora para a remuneração, com fornecimento de peças pelo 
órgão/entidade contratante; 
3. através de licitação, conforme item anterior, com o fornecimento de peças pelo 
contratado, sem exclusividade, com prévia aprovação do órgão/entidade contratante 
do orçamento das peças a serem substituídas. A aquisição de peças pode ser 
operacionalizada: 1) juntamente com a contratação dos serviços, na forma do item 
anterior; 2) através de processo licitatório específico; 3) mediante a utilização do 
Sistema de Registro de Preços; 4) excepcionalmente, por dispensa de licitação, nos 
termos do art. 24, inciso II, da Lei Federal nº 8.666/93, alterado pela Lei Federal nº 
9.648/98. (TCE-SC, Prejulgado nº 803) 
4. INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO 
4.1. Conceito: 
Instrumento convocatório é o documento através do qual a Administração torna pública a 
realização de uma licitação, definindo o objeto licitado, os documentos a serem apresentados 
pelos interessados, quais os critérios para determinar o vencedor da disputa e todas as demais 
regras que lhe forem pertinentes. 
4.2. Espécies 
Para a modalidade convite o instrumento convocatório é denominado "carta-convite"; para as 
demais modalidades é chamado "edital". 
4.3. Conteúdo 
Todas as regras a respeito da licitação, destacando-se: 
1. objeto 
2. condições de habilitação 
3. critérios de aceitabilidade das propostas 
4. critérios de julgamento 
5. Anexos: 
9 projeto básico 
9 projeto executivo 
9 orçamento estimado em planilhas 
 
 8
9 minuta do contrato 
4.3.1. Objeto 
Características essenciais Æ OK 
Características periféricas ou secundárias Æ justificativa em interesse público 
4.3.1.1 Marcas 
Nos processos licitatórios, é vedado adotar preferência de marca, a menos que seja demonstrado, 
tecnicamente e de forma circunstanciada, que somente uma atende às necessidades específicas 
da Administração, conforme disposto nos arts. 7º, § 5º e 15, § 7º, inciso I, da Lei nº 8.666, de 
19993. (TCU, Decisão 664/2001). 
Nos procedimentos licitatórios para aquisição de toner para impressoras ou outros produtos 
análogos, deve ser evitado – em homenagem aos princípios que regem as licitações no âmbito da 
Administração Pública e às disposições Resolução nº 05, de 05.01.1998 - a indicação de 
preferência por marcas, ante a falta de amparo legal, salvo na hipótese em que fique 
demonstrada tecnicamente que só determinada marca atende à necessidade da Administração, 
situação que deve ficar devidamente demonstrada e justificada no processo (TCU, 
Decisão1476/2002. Plenário). 
 
Ainda que fosse admitida a preferência de marca, para fins de padronização, como permitido pela 
norma regedora da matéria (art. 15, I, da Lei nº 8.666, de 1993), afastando, no caso, a 
contratação de veículos de outra marca, se houver a possibilidade de os bens serem fornecidos 
por várias empresas, seria justificada e obrigatória a licitação (TCU, Decisão 686/1997. Plenário). 
 
 9
4.4. Veículos de Divulgação do Edital 
ENTE FEDERATIVO VEÍCULOS DE DIVULGAÇÃO 
UNIÃO 
Diário Oficial da União, jornal de circulação estadual e, se houver, 
municipal ou regional. 
ESTADOS E DF 
Diário Oficial do Estado, jornal de circulação estadual e, se houver, 
municipal ou regional. 
MUNICÍPIOS 
Diário Oficial do Estado, jornal de circulação estadual e, se houver, 
municipal ou regional. 
4.5. Prazo de Publicidade do edital 
PRAZO MODALIDADE 
45 Dias 
- concurso 
- concorrência (empreitada integra ou julgada por fator técnico) 
30 Dias 
- concorrência 
- tomada de preços (julgada por fator técnico) 
15 Dias 
- tomada de preços 
- leilão 
05 Dias Úteis - convite 
4.6. Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocotório 
RECURSO ESPECIAL. LICITAÇÃO. LEILÃO. EDITAL. PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO DO 
INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO. EDITAL FAZ LEI ENTRE AS PARTES. - O Princípio da Vinculação 
ao Instrumento Convocatório se traduz na regra de que o edital faz lei entre as partes, devendo 
os seus termos serem observados até o final do certame, vez que vinculam as partes. (Superior 
Tribunal de Justiça. Recurso Especial nº 354977/SC. Rel. Min. Humberto Gomes de Barros. Data: 
18.11.2003) 
4.7. Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório e excesso de formalismo 
A interpretação das regras do edital de procedimento licitatório não deve ser restritiva. Desde que 
não possibilitem qualquer prejuízo à administração e aos interessados no certame, é de todo 
conveniente que compareça à disputa o maior número possível de interessados, para que a 
proposta mais vantajosa seja encontrada em universo mais amplo. O ordenamento jurídico 
regular da licitação não prestigia decisão assumida pela Comissão de Licitação que inabilita 
concorrente com base em circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do 
contrato, fazendo exigência sem conteúdo de repercussão para a configuração da habilitação 
jurídica, qualificação técnica, da capacidade econômica financeira e da regularidade fiscal (STJ, 
MS nº 5597) 
Não deve ser afastado candidato do certame licitatório, por meros detalhesformais. No 
particular, o ato administrativo deve ser vinculado ao princípio da razoabilidade, afastando-se de 
produzir efeitos sem caráter substancial (STJ, MS nº 5.361-DF) 
 
 10
4.8. Alteração no edital 
§ 4º do artigo 21 da Lei nº 8.666/93: 
Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, 
reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração 
não afetar a formulação das propostas. 
Deve ser promovida a reabertura dos prazos inicialmente previstos, nos casos de alterações no 
edital, conforme disposto no § 4º do art. 21 da Lei nº 8.666/93, com expressa justificativa 
quando o caso assim não requerer. (TCU, Decisão 444/2001. Plenário) 
4.8.1 Impugnação ao edital 
 PRAZO EFEITO 
Não Licitante 
Até 5 dias úteis antes da 
abertura 
A Administração deve responder em até 3 dias 
úteis 
Licitante 
Até o 2º dia útil antes 
da abertura 
Não há prazo para a resposta da Administração. 
O licitante não pode ser inabilitado ou 
desclassificado antes da resposta. 
Perguntas: 
1) Quem é licitante e quem não é licitante? 
2) Quem deve responder a impugnação? 
Inciso XVI do artigo 6º da Lei nº 8.666/93 - Comissão -comissão, permanente ou especial, criada 
pela Administração com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e 
procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes. 
3) A falta de impugnação opera decadência do direito de contestar o edital perante o Judiciário? 
Princípio da Inafastabilidade do Poder Judiciário Inciso XXXV do artigo 5º da Constituição Federal 
A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito 
§ 2º do artigo 41 da Lei nº 8.666/93 
Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o licitante 
que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em 
concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou 
concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, 
hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 
8.6.94) 
Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça 
ROMS – Licitação – Princípio da vinculação ao instrumento convocatório – Desclassificação – Não 
observância do disposto no edital pela empresa recorrente – Decisão administrativa proferida sob 
o crivo da legalidade. 
 
 11
I - O edital é elemento fundamental do procedimento licitatório. Ele é que fixa as condições de 
realização da licitação, determina o seu objeto, discrimina as garantias e os deveres de ambas as 
partes, regulando todo o certame público. 
II - Se o Recorrente, ciente das normas editalícias, não apresentou em época oportuna qualquer 
impugnação, ao deixar de atendê-las incorreu no risco e na possibilidade de sua desclassificação, 
como de fato aconteceu. 
III - Recurso desprovido". (ROMS 10.847/MA, rel. Min. Laurita Vaz, 2ª Turma, unânime, DJ 
18.02.2002) 
A caducidade do direito à impugnação (ou pedido de esclarecimentos) de qualquer norma do 
Edital opera, apenas, perante a Administração, eis que o sistema de jurisdição única consignado 
na Constituição da República impede que se subtraia da apreciação do Judiciário qualquer lesão 
ou ameaça a direito. Até mesmo após abertos os envelopes (e ultrapassada a primeira fase), 
ainda é possível aos licitantes propor medidas judiciais adequadas à satisfação do direito 
pretensamente lesado pela Administração. (STJ. MS no 5.755/DF. Rel. Min. Demócrito Reinaldo.) 
5. HABILITAÇÃO 
5.1. Conceito: 
É a fase da licitação pública em que a Administração verifica a aptidão dos licitantes para 
cumprirem o contrato. Na habilitação analisa-se a pessoa, o proponente, não a proposta. Demais 
disso, não há licitantes mais ou menos aptos. Ou o são, ou não o são 
5.2.Princípios: 
Indisponibilidade do Interesse Público 
X 
Competitividade 
5.3. Pode-se deixar de exigir um dos documentos previstos nos artigos 28 a 31 da Lei 
nº 8.666/93? 
§ 1º do artigo 32 da Lei nº 8.666/93 
A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser dispensada, no todo ou em 
parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão. 
5.4. Pode-se exigir no edital mais documentos do que os previstos nos artigos 28 a 31 
da Lei nº 8.666/93? 
“(...) a Administração Pública, para fins de habilitação, deve se ater ao rol dos documentos 
constantes dos artigos 28 e 31, não sendo lícito exigir outro documento ali não elencado” (TCU, 
Decisão nº 523/97). 
5.5. Habilitação Jurídica 
9 Cédula de Identidade 
9 Registro comercial, no caso de empresa individual; 
 
 12
9 Ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, e, 
no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus 
administradores; 
9 Inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova 
de diretoria em exercício; 
9 Decreto de autorização, quando se tratar de empresa ou sociedade estrangeira em 
funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento 
expedido pelo órgão competente, quando atividade assim exigir. 
5.6. Regularidade Fiscal 
A Lei refere-se à regularidade e não-quitação. Quer dizer que créditos, cujas exigibilidades 
estejam suspensas, não são o bastante para comprometer a habilitação de licitantes. 
5.6.1. Exigências legais: 
a) CPF ou CNPJ 
b) Inscrição no cadastro de contribuintes estadual e municipal relativo à sede ou domicílio do 
licitante. 
c) Prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou da 
sede do licitante. 
d) Prova de regularidade do INSS e FGTS. 
5.7. Qualificação Técnica 
5.7.1. Exigências-Legais 
a) Registro ou inscrição na entidade profissional competente. Somente nos casos em que a 
execução do objeto contratado requerer profissional especialmente habilitado, cujo exercício 
dependa de referido registro ou inscrição (inciso I do artigo 30). 
Qualificação técnica. Entidade profissional competente. Visto de registro profissional por Conselho 
de outro Estado. Exigência aplicável somente ao vencedor da licitação (TCU, TC 011.423/96-0) 
b) Comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos de que o licitante 
tomou conhecimento de todas as informações e das condições locais para o cumprimento das 
obrigações objeto da licitação. Trata-se do popular “atestado de vistoria”. (inciso III do artigo 
30). 
d) Indicação das instalações e do aparelhamento para a execução do contrato (inciso II do artigo 
30). Essas exigências devem ser atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da 
declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada exigências de 
propriedade e de localização prévia (§ 6º do artigo 30). 
e) Em casos de licitação de grande vulto, de alta complexidade técnica, poderá a Administração 
exigir metodologia de execução (§ 8º do artigo 30). Essa exigência é facultativa. 
 
 13
f) CAPACITAÇÃO TÉCNICO-PROFISSIONAL, isto é, indicação do pessoal técnico adequado e 
disponível para a realização do objeto da licitação, bem como a qualificação de cada um dos 
membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos (inciso II do artigo 30). 
Para obras e serviços de engenharia, a capacitação técnico profissional consiste: “comprovação 
do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, 
profissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidadecompetente, 
detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de 
características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e 
valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou 
prazos máximos” (inciso I do § 1º do artigo 30) 
Perguntas: 
O profissional indicado deve fazer parte do quadro permanente da empresa ou basta que seja 
terceiro contratado por tempo determinado ou para atividade específica? 
O profissional indicado deve participar da execução do contrato? E, se ele sair da empresa, qual a 
conseqüência? 
g) CAPACITAÇÃO TÉCNICO OPERACIONAL - comprovação de aptidão para desempenho de 
atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da 
licitação (inciso II do artigo 30). Trata-se da capacitação da empresa, não dos profissionais que 
dela fazem parte. 
Há corrente que sustenta a ilicitude dessa exigência, especialmente em razão do veto ao inciso II 
do § 1º do artigo 30 e de restrições à competitividade 
Representação contra licitações realizadas pela INFRAERO – Qualificação técnica – Exigência de 
atestados vinculados à execução de obras anteriores – Diligência – Legalidade da exigência de 
comprovação de capacitação técnico-operacional que evidencie a aptidão indicada no inciso II do 
art. 30 da Lei nº 8.666/93 – Jurisprudência do Tribunal – Impossibilidade da emissão de 
atestados, certidões ou declarações que não se refiram a experiências anteriores – Legalidade do 
procedimento – Conhecimento – Improcedência – Ciência ao interessado e ao presidente da 
INFRAERO – Arquivamento. (TCU, Decisão nº 285/2000, Rel. Min. Adhemar Paladini Ghisi). 
Não comete violação ao art. 30, II, da Lei nº 8.666/93, quando, em procedimento licitatório, 
exige-se a comprovação, em nome da empresa proponente, de atestados técnicos emitidos por 
operadores de telefonia no Brasil de execução, no País, em qualquer tempo, de serviço de 
implantação de cabos telefônicos classes ‘l’ e ‘c’ em período consecutivo de 24 meses, no volume 
mínimo de 60.000 HXh, devidamente certificados pela entidade profissional competente. 
O exame do disposto no art. 37, XXI, da Constituição Federal, em sua parte final, referente a 
‘exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das 
obrigações’ revela que o propósito aí objetivado é oferecer iguais oportunidades de contratação 
com o Poder Público, não a todo e qualquer interessado, indiscriminadamente, mas, sim, apenas 
a quem possa evidenciar que efetivamente dispõe de condições para executar aquilo a que se 
propõe (Adilson Dallari). 
Mandado de segurança denegado em primeiro e segundo graus (STJ, Resp. nº 172.232, Rel. Min. 
José Delgado) 
 
 14
“O art. 30 da Lei 8.666 de 1993, e seu inciso II dizem, entre outras coisas, que a exigência para 
a qualificação técnica deve ser compatível em quantidades. Portanto é possível se exigir 
quantidades, desde que compatíveis. Por compatível, se entende ser assemelhada, não precisa 
ser idêntica. A semelhança depende da natureza técnica da contratação, pois, para certas coisas, 
quem faz uma, faz duas. Para outras coisas, a capacidade para fazer uma não garante 
capacidade para fazer duas. Em abstrato, é lógico que a exigência de quantidade não pode 
superar a estimada na contratação, sendo aí evidente o abuso.” (TCU. Decisão 1288/2002. 
Plenário) 
 
“Não se deve exigir nas licitações número mínimo de atestados para comprovar aptidão técnica, 
exceto quando o estabelecimento de um número definido for justificado e expressamente 
considerado necessário à garantia da execução do contrato, à segurança e perfeição da obra ou 
do serviço, à regularidade do fornecimento ou ao atendimento de qualquer outro interesse 
público.” (Grifo acrescido. TCU, Decisão nº 444/2001. Plenário) 
 
Representação de equipe de auditoria. Obras da “Via Expressa Sul/SC”. Edital de licitação 
restritivo. Exigência de comprovação de habilitação técnica relativa à execução de serviços de 
pequena representatividade no conjunto do empreendimento. Justificativas incapazes de 
descaracterizar a ilegalidade do procedimento adotado. Procedência da representação. 
Determinação para que os órgãos e entidades integrantes da Administração Pública Federal não 
repassem recursos para o referido empreendimento (TCU, TC 004.912/2002-5). 
5.8. Capacitação econômico-financeira 
5.8.1. Exigências Legais: 
a) Balanço Patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e 
apresentadas na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a 
sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices 
oficiais quando encerrado há mais de 3 meses da data de apresentação da proposta (inciso I do 
artigo 31). 
Perguntas: 
A empresa que não completou um exercício financeiro como irá apresentar balanço do último 
exercício? O que acontece com ela? 
As empresas que optaram pelo SIMPLES não precisam apresentar balanço para efeito de 
licitação? 
Índices Contábeis 
Em razão do balanço, a Administração condiciona a habilitação do licitante à satisfação de certos 
índices contábeis fixados por ela no edital. 
De acordo com o § 1º do artigo 31, “as exigências de índices limitar-se-á à demonstração da 
capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe 
seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, 
índices de rentabilidade ou lucratividade”. 
 
 15
O § 5º do artigo 31 prescreve: “A comprovação de boa situação da empresa será feita de forma 
objetiva, através de cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente justificados no 
processo administrativo da licitação que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a 
exigência de índices e valores não usualmente adotados para correta avaliação de situação 
financeira suficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação”. 
O ponto fulcral de discussão nos autos recai sobre a infringência do artigo 31, §5º da Lei 
8666/93, uma vez que o edital exigiu índices para comprovação da qualificação econômico-
financeira da empresa – de liquidez igual ou superior a 2,50 e de endividamento superior a 
0,75%, configurando-se abusivos e coibidores da livre participação no pleito. (...) A 
jurisprudência desta Corte sobre o tema é pacífica e condena quocientes de 1,5 para cima, a 
exemplo do decidido nos autos dos TCs 514/003/96, 517/003/96, 37211/026/96, 13571/026/98, 
21649/026/98, 13677/026/98, dentre outros” (Acórdão TC 031546/026/99, 1ª Câmara, rel. 
Cons. EDGARD CAMARGO RODRIGUES, julg. 13.8.2002, publ. DOE 27.8.2002). 
b) Certidão negativa de falência (inciso II do artigo 31). Recorrendo à interpretação conforme a 
Constituição, advirta-se que a certidão é de falência decretada, não apenas de pedido de falência. 
c) Certidão negativa de concordata (inciso II do artigo 31), conquanto haja polêmica na doutrina. 
Veja-se, a propósito, que o § 2º do artigo 80 da mesma Lei nº 8.666/93 autoriza a manutenção 
de contrato com empresa concordatária. 
LICITAÇÃO. Empresa concordatária. Em princípio, as empresas sob regime de concordata 
preventiva não estão alijadas das competições licitatórias realizadas pelo Poder Público. Cada 
caso deve ser examinado, atendidas suas peculiaridades, inclusive das concordatárias licitantes, 
cabendo à administração pública decidir dentro de sua justa e prudente discrição, buscando 
sempre cercar-se das garantias que cad situação exija, para tanto, fazendo incluir nos editais e 
contratos resultantes cláusulas específicasasseguradoras e garantidoras da execução do objeto 
licitado (TCU. TC-015.759/85-7. Rel. Min. Luciano Brandão, 31.7.86. DOU 27.8.86, p. 12.858). 
d) Certidão negativa de execução patrimonial contra pessoa física (inciso II do artigo 31). 
Recorrendo à interpretação conforme a Constituição, a execução patrimonial certificada precisa 
revelar estado de insolvência civil ou incapacidade para assumir os ônus financeiros do contrato. 
Em tempo, o inciso IX do artigo 78 da Lei nº 8.666/93 prescreve a rescisão de contrato celebrado 
com pessoa física em insolvência civil. 
e) Garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no caput do § 1º do art. 56 desta Lei, 
limitada a 1% do valor estimado do objeto da contratação (inciso III do artigo 31). 
Espécie de capacitação objetiva. Ou seja, quem não tem condições de oferecer garantia limitada 
a 1% do valor estimado do contrato, não tem condições financeiras de arcar com os ônus dele 
decorrentes. 
Trata-se de exigência facultativa, conforme o § 2º do artigo 31. 
f) Capital social mínimo ou patrimônio líquido mínimo, nas compras para a entrega futura ou nas 
execuções de obras e serviços (§ 2º do artigo 31), que não poderá exceder a 10% do valor 
estimado para a contratação (§ 3º do artigo 31). Trata-se de exigência facultativa. 
Deve-se atentar para as disposições contidas no art. 31, § 2º, da Lei nº 8.666, de 1993, com 
alterações, de forma a não exigir simultaneamente, nos instrumentos convocatórios de licitações, 
 
 16
requisitos de capital social mínimo e garantias para a comprovação da qualificação econômica-
financeira dos licitantes (TCU, Decisão nº 1521/2002. Plenário). 
g) Relação de compromissos assumidos pelo licitante que importe diminuição da capacidade 
operativa ou absorção de disponibilidade financeira (§ 4º do artigo 30). 
5.9. Cumprimento do Inciso XXXIII do artigo 7º da Constituição Federal 
9 Inciso XXXIII do artigo 7º da CF: Proibição de trabalho noturno, perigoso ou 
insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis 
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos. 
9 Exigência introduzida pela Lei nº 9.854, de 27 de outubro de 1999. 
9 Decreto Federal nº 4.358/02 dispõe que os licitantes devem apenas declarar o 
cumprimento do inciso XXXIII do artigo 7º da CF. 
5.11. Diligências 
§ 3º do artigo 43 da Lei nº 8.666/93: 
“É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer da fase da licitação, a promoção de 
diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do processo, vedada a inclusão 
posterior de documento ou informação que deveria constar originariamente da proposta.” 
5.12. Inabilitação de todos os licitantes 
§ 3º do artigo 48 da Lei nº 8.666/93: 
“Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem desclassificadas, a 
administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova 
documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, 
no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis.” 
6. JULGAMENTO DAS PROPOSTAS 
6.1. Conceito 
É a fase da licitação em que a Administração avalia as propostas apresentadas pelos licitantes, a 
fim de escolher a mais vantajosa ao interesse público, conforme os critérios objetivos 
estabelecidos no edital. 
6.2. Condições de Aceitabilidade das Propostas 
Três aspectos: 
Æ Se as propostas atendem as especificações do edital com relação ao seu objeto (amostras) 
Æ Se as propostas atendem as demais formalidades previstas no edital (p. ex. prazo de validade) 
Æ Se as propostas apresentam preços compatíveis com o mercado. 
Quanto ao terceiro aspecto, devem ser desclassificadas: 
 
 17
Æ as propostas cujos preços forem excessivos, superiores ao praticado no mercado. 
Æ as propostas inexeqüíveis, cujos preços forem menores ou iguais ao custo de produção do bem 
a que se referem. 
PROPOSTA VALOR 
A 830.000,00 
B 640.000,00 
C 570.000,00 
D 480.000,00 
E 475.000,00 
Valor Orçado = R$ 1.000.000,00 
1º Passo 
⇒ média aritmética das propostas acima de 50% do valor orçado 
⇒ R$ 680.000,00 (se o valor orçado fosse menor que essa média = valor orçado) 
2º Passo 
⇒ inexeqüível proposta inferior a 70% desse valor = R$ 476.000,00 
⇒ E = inexeqüível 
⇒ D = melhor proposta 
6.3. Tipos de Licitação 
Æ Menor Preço 
Æ Maior lance ou oferta 
Æ Melhor Técnica 
Æ Técnica e Preço 
6.4. Critério de desempate 
§ 2º do artigo 45 da Lei nº 8.666/93 – sorteio em ato público. 
§ 2º do artigo 3º prevê preferências, em caso de empate, a bens e serviços produzidos ou 
prestados por empresas brasileiras de capital nacional, produzidos no País, produzidos ou 
prestados por empresas brasileiras Æ EC nº 6/98. 
7. HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO 
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, 
devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação 
sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados 
oportunamente: VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação; 
 
 18
Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos: 
VI - deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da 
licitação. 
8. RECURSO 
Cabe recurso hierárquico contra os seguintes atos: 
a) habilitação; 
b) julgamento; 
c) anulação ou revogação; 
d) indeferimento do pedido de inscrição em 
registro cadastral, sua alteração ou 
cancelamento; 
e) rescisão do contrato determinada pela 
Administração. 
Prazo: 5 dias úteis. Convite: 2 dias úteis. 
Art. 109, § 4o O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou o ato 
recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse 
mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a decisão ser 
proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena 
de responsabilidade. 
O recurso tem efeito suspensivo. Os demais licitantes devem ser comunicados sobre o recurso, 
podendo impugná-lo. 
Outros recursos: 
Art. 109, II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da decisão relacionada 
com o objeto da licitação ou do contrato, de que não caiba recurso hierárquico; 
Art. 109, III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou Secretário Estadual 
ou Municipal, conforme o caso, na hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 
(dez) dias úteis da intimação do ato. 
 
 
 19
Parte II 
Pregão Presencial 
1. O QUE É O PREGÃO? 
1.1. Uso comum da palavra pregão 
A palavra pregão provém do latim praiconium, do verbo praeconari, que significa apregoar, 
proclamar notícias. 
Segundo DE PLÁCIDO E SILVA, “designa as palavras ditas em alta voz, para que se anuncie ou se 
proclame alguma notícia ou se faça algum aviso”. 
Refere à proclamação de lances em alta voz nas hastas públicas. 
O vocábulo também é utilizado para designar o ato do oficial de justiça de anunciar a realização 
de audiência ou chamar partes e testemunhas em alta voz. 
Ainda é utilizado para designar as sessões das bolsas de valores, em que são negociadas ações 
abertamente, em público. 
1.2. Conceito operacional de “pregão” 
Já em sentido técnico, utilizado neste estudo, pregão significa modalidade de licitação pública 
destinada a contratos de aquisição de bens ou de prestação de serviços, ambos considerados 
comuns, cujo julgamento das propostas antecedea fase de habilitação, admitindo que os 
licitantes de melhor classificação renovem as suas propostas oralmente. 
9 modalidade de licitação pública 
9 contratação de bens e serviços comuns 
9 julgamento antecede a habilitação 
9 propostas podem ser renovadas 
PREGÃO PRESENCIAL X PREGÃO ELETRÔNICO 
2. BREVE RESENHA HISTÓRICA DO PREGÃO 
9 anteprojeto para nova lei que disciplinasse a licitação pública e o contrato 
administrativo 
9 § 5º do artigo 42 da Lei nº 8.666/93/ procedimentos para concurso público 
9 Lei nº 9.472, de 16 de junho de 1997, aplicado exclusivamente no âmbito da 
ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações). 
 
 20
9 Medida Provisória nº 2.026, de 04 de maio de 2000 Æ 2.182. 
9 Decreto nº 3.555, de 08 de agosto de 2000, alterado pelos Decretos nº 3.693, de 
20 de dezembro de 2000, e nº 3.784, de 06 de abril de 2001. 
9 Decreto nº 3.697, de 21 de dezembro de 2000 (pregão eletrônico). 
9 Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002. 
3. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AO PREGÃO 
9 Relação entre a Lei nº 10.520/02 e a Lei nº 8.666/93 
9 Relação entre as leis e os decretos 
9 Da abrangência restrita do Decreto Federal nº 3.555/00 
9 Da desnecessidade de decreto para que Estados, Distrito Federal e Municípios 
adotem o pregão presencial. 
9 Da recepção dos decretos federais de nºs 3.555/00 e 3.697/00 pela Lei nº 
10.520/02. 
4. OS PRINCÍPIOS JURÍDICOS INFORMADORES DO PREGÃO 
9 Princípio da isonomia 
9 Princípio da eficiência e os sub-princípios da celeridade, finalidade, justo preço e 
seletividade 
9 Princípio da legalidade 
9 Princípio da vinculação ao edital 
9 Princípio da moralidade 
9 Princípio da publicidade 
9 Princípio da competitividade 
9 Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade 
9 Princípio do Julgamento Objetivo 
5. INCIDÊNCIA DO PREGÃO 
5.1. A discricionariedade para a adoção do pregão 
Artigo 1º da Lei nº 10.520/02 Æ “para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada 
a licitação na modalidade pregão, que será regida por esta Lei”. 
‘Caput’ do artigo 3º do Decreto Federal nº 3.555/00 prescreve Æ “Os contratos celebrados pela 
União, para a aquisição de bens e serviços comuns, serão precedidos, prioritariamente, de 
 
 21
licitação pública na modalidade pregão, que se destina a garantir, por meio de disputa justa entre 
os interessados, a compra mais econômica, segura e eficiente.” 
5.2. Bem e serviço comum 
conceito indeterminado 
Æ § 1º do seu artigo 1º: “consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste 
artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos 
pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado”. 
5.3. A lista de bens e serviços comuns do Decreto Federal nº 3.555/00 
TAXATIVA OU EXEMPLIFICATIVA? 
5.4. A incompatibilidade do pregão com licitações julgadas por critérios que envolvam 
fator técnico 
‘Caput’ do artigo 46 da Lei nº 8.666/93 Æ “os critérios de julgamento de melhor técnica ou de 
técnica e preço devem ser utilizados exclusivamente para serviços de natureza 
predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, 
supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral, e, em particular, para a 
elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos.” 
Inciso X do artigo 4º da Lei nº 10.520/02 Æ “para julgamento e classificação das propostas, será 
adotado o critério de menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as 
especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital”. 
5.5. Pregão para obras e serviços de engenharia 
Artigo 5º do Decreto Federal nº 3.555/00 veda a utilização de pregão para obras e serviços de 
engenharia. 
O item 20 do Anexo II do mesmo Decreto Federal autoriza a utilização do pregão para a 
contratação de serviços de manutenção de bens imóveis. 
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 
 “Temos, então, numa mesma norma jurídica, o Decreto nº 3.555/00, dois dispositivos 
conflitantes, o Anexo I, art. 5º, que impede o uso do pregão para a aquisição de obras e serviços 
de engenharia, e o Anexo II, que autoriza serem licitados na modalidade pregão os serviços de 
manutenção de bens móveis e imóveis. Ensina a boa técnica de interpretação que, em normas do 
mesmo valor hierárquico, o específico deve prevalecer sobre o geral. Conseqüentemente, a 
proibição contida no art. 5º sucumbe diante da clara manifestação do Anexo II. Isto é, os 
serviços de manutenção de imóveis, mesmo sendo serviços de engenharia, podem ser licitados 
na modalidade pregão.” Decisão nº 674/2002. Plenário. Processo nº TC-015.199/2001-3. 
Representação. Relator: Ministro Iram Saraiva. Brasília, DF, 19 de junho de 2002. Diário Oficial 
da União de 08.07.02. 
 
 22
5.6. A incompatibilidade do pregão com locações imobiliárias e alienações 
Artigo 5º do Decreto Federal nº 3.555/00 Æ “A licitação na modalidade pregão não se aplica às 
contratações de obras e serviços de engenharia, bem como às locações imobiliárias e alienações 
em geral, que serão regidas pela legislação geral da Administração”. 
5.7. Da possibilidade de utilização do pregão para a aquisição de bens comuns com a 
entrega de bens usados como parte do pagamento 
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO - Representação. Processo nº 005.086/2002-4. Acórdão nº 
277/2003. Relator: Ministro Adylson Mota. Brasília, 26.03.03. Diário Oficial da União de 07.04.03. 
5.8. O pregão como solução para os problemas provocados pelo parcelamento indevido 
do contrato 
Exemplo / Sistemática Tradicional: 
 
Compra de Medicamentos – convite – Limite R$80.000,00 / exercício orçamentário 
Convite – gasta R$ 70.000,00 
Em setembro – acaba o medicamento – precisa comprar mais R$ 30.000,00 
Total do exercício - R$ 100.000,00 – ultrapassa o valor da modalidade – acusação de 
fracionamento indevido da licitação 
5.9. Pregão para a licitação de bens e serviços de informática 
§ 4º do artigo 45 da Lei nº 8.666/93 Æ “Para contratação de bens e serviços de informática, a 
administração observará o disposto no art. 3º da Lei n. 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando 
em conta os fatores especificados em seu parágrafo 2º e adotando obrigatoriamente o tipo de 
licitação ‘técnica e preço’, permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em 
decreto do Poder Executivo.” 
Item 2.5. do anexo II do Decreto Federal nº 3.555/00 arrola, entre os bens e serviços comuns 
que podem ser licitados por meio da modalidade pregão, microcomputador de mesa ou portátil 
(‘notebook’), monitor de vídeo e impressora. 
A propósito, é possível que haja outros bens e serviços de informática de natureza comum, não 
previstos no anexo II do Decreto Federal nº 3.555/00. Tais bens e serviços de informática, em 
princípio, a teor do § 4º do artigo 45 da Lei nº 8.666/93, não devriam ser licitados através de 
pregão, salvo se houver decreto que o autorize. 
Decisão TCU 
“A alegação de que as compras de equipamentos de informática, por exigência do Decreto nº 
1070/1994, devem ser obrigatoriamente precedidas de licitação do tipo ‘técnica e preço’ também 
não merece prosperar. Afinal, a Lei nº 10.520/2002, diploma mais recente e hierarquicamente 
superior àquele Decreto, revogou as disposições a ela contrárias nele contidas. Assim, foi 
revogado o artigo desse Decreto que exigia o tipo ‘técnica e preço’ para toda e qualquer licitação 
 
 23
para contratação de ‘bens e serviços de informática’. Ressalte-se que, até o advento da Lei nº 
10.520/2002, a aquisição de equipamentos de informática, ressalvadas as exceções, devia ser 
precedida de licitação do tipo ‘técnica e preço’, em razão do art. 45,§ 4º, da própria Lei nº 
8.666/93, in verbis 
Considerando que a Lei nº 10.520/2002 possibilitou a aquisição de equipamentos de informática 
precedida de licitação na modalidade pregão, surge outra questão: o uso do pregão, nos casos 
em que ele seja admissível, é facultativo ou obrigatório? Entendo que, nessa hipótese, a decisão 
pelo emprego ou não do pregão, em substituição a alguma modalidade prevista na Lei nº 
8.666/1993, está inserida no âmbito da competência discricionária do administrador, devendo, 
sempre, ser devidamente motivada. Por outro lado, com fulcro no art. 45, § 4º, da Lei de 
Licitações, considero que, caso o administrador opte por uma das modalidades ‘clássicas’ 
definidas nessa Lei para a compra de bens de informática, deverá ser observado o tipo ‘técnica e 
preço’. 
“Concluindo, saliento que, ao perquirir se um determinado bem pode ser adquirido por intermédio 
de um pregão, o agente público deve avaliar se os padrões de desempenho e de qualidade 
podem ser objetivamente definidos no edital e se as especificações estabelecidas são usuais no 
mercado. Aduzo que o objeto da licitação deve se prestar a uma competição unicamente baseada 
nos preços propostos pelos concorrentes, pois não haverá apreciação de propostas técnicas. Caso 
essas condições sejam atendidas, o pregão poderá ser utilizado. No presente caso, por entender 
que esses requisitos foram contemplados, considero adequada a utilização do pregão para a 
aquisição dos bens de que ora se cuida.” (TCU, Acórdão 313, Plenário. Rel. Benjamin Zymler) 
6. AGENTES ADMINISTRATIVOS ENVOLVIDOS NO PREGÃO 
Lei nº 8.666/93 Pregão 
Autoridade competente Autoridade competente 
Comissão de Licitação Pregoeiro 
 _________________ Equipe de apoio 
7. FASE INTERNA DO PREGÃO 
1º PASSO Æ Requisição e termo de referência 
Inciso II do artigo 8º do Decreto Federal Æ “o termo de referência é o documento que deverá 
conter elementos capazes de propiciar a avaliação do custo pela Administração, diante de 
orçamento detalhado, considerando os preços praticados no mercado, a definição dos métodos, a 
estratégia de suprimentos e o prazo de execução.” 
 
 24
2º PASSO Æ Abertura do processo de licitação e justificativa da autoridade competente 
sobre a necessidade da contratação 
Artigo 8º da Lei nº 10.520/02 Æ“os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes de meios 
eletrônicos, serão documentados no processo respectivo, com vistas à aferição de sua 
regularidade pelos agentes de controle, nos termos do regulamento previsto no art 2º.” 
Inciso I do artigo 3º da Lei nº 10.520/02 Æ a autoridade competente justifique a necessidade da 
contratação 
3º PASSO Æ Descrição do objeto 
Inciso II do artigo 3º da Lei nº 10.520/02 Æ “a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente 
e clara, vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a 
competição.” 
4º PASSO Æ Definição dos requisitos de habilitação 
Parte final do inciso XXI do artigo 37 da Constituição Federal Æ “exigências de qualificação 
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.” 
Inciso I do § 1º da Lei nº 8.666/93 Æ “É vedado aos agentes públicos: admitir, prever, incluir ou 
tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou 
frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam preferências ou distinções em razão da 
naturalidade, da sede ou do domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância 
impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato”. 
Art. 27 / § 1º do art. 32, 
ambos da Lei nº 8.666/93 
Inciso XIII do artigo 4º da Lei nº 10.520 
Habilitação jurídica – 
art. 28 
Habilitação jurídica – conforme o edital 
Regularidade fiscal – 
art. 29 
Regularidade Fiscal – regularidade Fazenda Nacional, Seguridade 
Social, FGTS, Fazendas Estaduais e Municipais 
Capacitação técnica – 
 art. 30 
Capacitação técnica – conforme o edital 
Qualificação econômico-
financeira – art. 31 
Qualificação econômico-financeira – conforme o edital 
Cumprimento do inciso XXXI 
do artigo 7º da CF 
________________________ 
9 Inconstitucionalidades do inciso V do artigo 13 do Decreto Federal nº 3.555/00 / 
inciso XXXIII do artigo 7º da Constituição Federal 
9 Inconstitucionalidade do parágrafo único do artigo 13 do Decreto Federal nº 
3.555/00 / SICAF 
 
 25
5º PASSO - Definição dos critérios de aceitabilidade das propostas 
a) conformidade da proposta com o objeto definido no edital e com as formalidades nele 
previstas; 
b) aceitabilidade do preço quanto ao valor máximo; e 
c) aceitabilidade do preço quanto ao valor mínimo. 
6º PASSO - Definição das sanções por inadimplemento 
Artigo 7º Æ “Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o 
contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o certame, ensejar o 
retardamento da execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução 
do contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e 
contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será descredenciado no SICAF, 
ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores a que se refere o inciso XIV do art. 4º desta 
Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e 
das demais cominações legais.” 
7º PASSO Æ Minuta do futuro contrato 
Inciso I do artigo 3º da Lei nº 10.520/02 impõe à autoridade competente, já na fase interna da 
licitação, junto com a elaboração do edital, definir as cláusulas do futuro contrato, com disposição 
expressa a respeito dos prazos para o fornecimento de bens ou para a prestação de serviços, o 
que, aliás, é cláusula contratual obrigatória (inciso IV do artigo 55 da Lei nº 8.666/93). 
8º PASSO Æ Justificativa das definições constantes do edital 
Inciso III do artigo 3º da Lei nº 10.520/02 Æ “dos autos do procedimento constarão a 
justificativa das definições referidas no inciso I deste artigo e os indispensáveis elementos 
técnicos sobre os quais estiverem apoiados (...)” 
As definições referidas no inciso I do mesmo artigo envolvem definição do objeto do certame, as 
exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento 
e as cláusulas do futuro contrato. 
9º PASSO Æ Definição do prazo de validade das propostas 
Artigo 6º da Lei nº 10.520/02 Æ “o prazo de validade das propostas no pregão deve ser de 60 
(sessenta) dias, se outro não estiver fixado no edital.” 
10º PASSO Æ Orçamento e previsão dos recursos orçamentários 
Inciso III do artigo 3º da Lei nº 10.520/02 prescreve que dos autos do procedimento relativo à 
fase preparatória do pregão deve constar orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade 
promotora da licitação, dos bens e serviços a serem licitados 
Alínea “a” do inciso III do artigo 8º do Decreto Federal nº 3.555/00 determina à autoridade 
competente a definição do “objeto do certame e o seu valor estimado em planilhas, de forma 
 
 26
clara, concisa e objetiva, de acordo com termo de referência elaborado pelo requisitante, em 
conjunto com área de compras, obedecidas as especificações praticadas no mercado.” 
11º PASSO Æ Cumprimento dos incisos I e II do caput do artigo 16 da Lei 
Complementar nº 101/00 - Lei de Responsabilidade Fiscal 
Incisos I e II do caput do artigo 16 da Lei de Responsabilidade Fiscal Æ “a criação, expansão ou 
aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado 
de: I – estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor 
e nos dois subseqüentes; II – declaraçãodo ordenador da despesa de que o aumento tem 
adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano 
plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias”. 
Inciso I do § 4º do mesmo artigo 16 prescreve que “as normas do caput constituem condição 
prévia para: I – empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras”. 
12º PASSO Æ Designação do pregoeiro e da equipe de apoio 
O inciso IV do artigo 3º da Lei nº 10.520/02 atribui à autoridade competente a função de 
designar, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e 
respectiva equipe de apoio. 
A equipe de apoio, segundo o § 1º do mesmo artigo 3º, deve ser integrada em sua maioria por 
servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração, preferencialmente 
pertencentes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora do evento. 
13º PASSO Æ Parecer da Assessoria Jurídica 
O parágrafo único do artigo 38 da Lei nº 8.666/93, cuja aplicação é subsidiária, assinala que “as 
minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem 
ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração.” 
14º PASSO Æ Assinatura do Edital 
 
8. PUBLICIDADE DO EDITAL 
8.1. Veículos de Divulgação 
ARTIGO 21 DA LEI Nº 8.666/93 Æ 
I) no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da 
Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou 
totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais; 
II) no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de 
licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do 
Distrito Federal; 
 
 27
III) em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de 
circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, 
alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, 
utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição.” 
INCISO I DO ARTIGO 4º DA LEI Nº 10.520/02 Æ 
 “a convocação dos interessados será efetuada por meio de publicação de aviso no diário oficial 
do respectivo ente federado ou, não existindo, em jornal de circulação local, e facultativamente, 
por meios eletrônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de grande circulação, nos termos 
do regulamento de que trata o art. 2º” 
INCISO I DO ARTIGO 11 DO DECRETO FEDERAL nº 3.555/00 Æ 
a) até R$ 160.000,00, a publicação deve ser feita no Diário Oficial da União e internet; 
b) acima de R$ 160.000,00 e até R$650.000,00, a publicação deve ser feita no Diário Oficial da 
União, Internet e jornal de grande circulação local; 
c) e, acima de R$ 650.000,00, a publicação deve ser feita no Diário Oficial da União, internet e 
jornal de grande circulação regional ou nacional. 
Além disso, o Decreto Federal dispõe que, em se tratando de órgão ou integrante do Sistema de 
Serviços Gerais – SISG, a íntegra do edital deverá estar disponível no ‘site’ 
www.comprasnet.gov.br, independente do valor estimado. 
8.2. Prazo de publicidade dos avisos de editais 
O prazo entre a publicidade do edital e a data da apresentação das propostas é de, no mínimo, 8 
(oito) dias úteis (inciso V do artigo 4º da Lei nº 10.520 e inciso III do artigo 11 do Decreto 
Federal nº 3.555/00). 
8.3. Alterações no edital 
A Lei nº 10.520/02 não prevê qualquer dispositivo acerca de regras sobre alterações no edital. 
 
§ 4º do seu artigo 21 da Lei nº 8.666/93 Æ “Qualquer modificação no edital exige divulgação pela 
mesma forma que se deu o original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto 
quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.” 
9. IMPUGNAÇÃO AO EDITAL 
9.1. Aplicação subsidiária da sistemática de impugnação ao edital da Lei nº 8.666/93 
A Lei nº 10.520/02 não trata, em nenhum dispositivo, da impugnação ao edital. Sem embargo, 
não é por isso que seja lícito afirmar não ser permitido impugnar o edital de licitação sob a 
modalidade pregão. Nesses casos, em que a Lei nº 10.520/02 é omissa, deve-se aplicar 
subsidiariamente a Lei nº 8.666/93. 
 
 28
O § 1º do artigo 41 da Lei nº 8.666/93 dispõe que os não licitantes podem impugnar o edital em 
até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes, devendo a 
Administração manifestar-se em até 3 (três) dias úteis. 
Já os licitantes, desta vez com arrimo no § 2º do mesmo artigo, devem impugnar o edital até o 
segundo dia útil que anteceder a abertura das propostas, sem que a Administração tenha prazo 
para se manifestar. 
9.2. A sistemática de impugnação ao edital disposta no Decreto Federal nº 3.555/00 
O artigo 12 do Decreto Federal nº 3.555/00 preceitua que qualquer pessoa pode solicitar 
esclarecimentos, providências e impugnar o edital do pregão, desde que isso se faça em até dois 
dias úteis da data fixada para o recebimento das propostas. 
Veja-se o seguinte exemplo: se a sessão está marcada para quarta-feira, às 10:00 horas, é 
possível ofertar a impugnação até o último minuto do expediente da segunda-feira. Cabe 
ressaltar, também, que, para a sistemática do Decreto Federal nº 3.555/00, não há distinção 
entre licitante e não licitante, pois ambos devem realizar suas impugnações no mesmo prazo. 
Além disso, o § 1º do artigo 12 do Decreto assinala que cabe ao pregoeiro decidir sobre a 
impugnação no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. 
O § 2º do artigo 12 do Decreto Federal nº 3.555/00 propugna que, acolhida petição contra o ato 
convocatório, seja designada nova data para a realização do certame. 
10. ATOS PREPARATÓRIOS AO JULGAMENTO 
10.1. Credenciamento dos licitantes 
Na data e no horário marcado, os participantes devem identificar-se, e os seus representantes 
comprovar a existência de poderes para a formulação das propostas e para a prática de todos os 
demais atos inerentes ao certame (inciso VI do artigo 4º da Lei nº 10.520 e inciso IV do artigo 11 
do Decreto nº 3.555/00). 
Essa comprovação é denominada de credenciamento e deve ser levada a cabo com a 
apresentação do contrato social ou documento constitutivo do licitante, acompanhado de 
procuração ou carta de preposição e documento de identificação do representante (original ou 
fotocópia autenticada). 
10.2. Declaração dos licitantes de cumprirem plenamente os requisitos de habilitação 
Inciso VII do artigo 4º da Lei nº 10.520/02 Æ “aberta a sessão, os interessados ou os seus 
representantes, apresentarão declaração dando ciência de que cumprem plenamente os 
requisitos de habilitação(...)”. 
10.3. Análise preliminar da aceitabilidade das propostas 
Antes de proceder ao julgamento das propostas, o pregoeiro deve avaliar se elas são aceitáveis, 
de acordo com os critérios enfeixados no edital. Nesse talante, o pregoeiro deve avaliar três 
aspectos: 
 
 29
a) se o objeto ofertado é compatível com o objeto descrito no edital e com as formalidades dele; 
b) se o preço vai acima do valor de mercado, isto é, se é excessivo; 
c) se o preço vai abaixo do valor de mercado, isto é, se é inexeqüível. 
10.4. Amostras dos produtos dos licitantes 
Em princípio, a exigência de amostras é incompatível com a modalidade pregão, que deve ser 
célere, ultimada numa única sessão, sem interrupções. Ademais, a modalidade é destinada à 
contratação de bens e serviços comuns, que, supõe-se, não demandam análise tão detalhada, a 
ponto de exigir amostras. 
10.5. Diligências 
Valioso sublinhar que, por força do §3º do artigo 43 da Lei nº 8.666/93, aplicado ao pregão de 
maneira subsidiária, a autoridade competente ou o pregoeiro, em qualquer momento da licitação, 
pode promover diligência, destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do processo, 
vedada inclusão posterior de documento ou informação que deveria constar originariamente da 
proposta. 
11. JULGAMENTO DAS PROPOSTAS 
Inciso VIII do artigo 4º da Lei nº 10.520/02 Æ “no curso da sessão, o autor da oferta de valor 
mais baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer 
novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor.” 
 
Licitante Preço 
Licitante “A” R$ 100.000,00 
Licitante “B” R$ 105.000,00 
Licitante “C” R$ 108.000,00 
Licitante “D” R$ 112.000,00 
Licitante “E” R$ 115.000,00 
 
Inciso IX do artigo 4º da Lei nº 10.520 Æ “não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas 
condições definidas no inciso anterior, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo 
de 3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços 
oferecidos.” 
 
Licitante Preço 
Licitante “A” R$ 100.000,00 
Licitante “B” R$ 115.000,00 
Licitante “C” R$ 118.000,00 
 
 30
Licitante “D” R$ 122.000,00 
Licitante “E” R$ 125.000,00 
 
Inciso XI do artigo 12 do Decreto Federal nº 3.555/00 prescreve o seguinte: 
“caso não se realizem lances verbais, será verificada a conformidade entre a proposta escrita de 
menor preço e o valor estimado para a contratação.” 
11.7. Lances orais 
A Lei nº 10.520/02 prescreve apenas, nos incisos VIII e IX do artigo 4º, que os lances verbais 
devem ser sucessivos. Isso significa que os lances devem ser feitos de modo contínuo, um 
depois do outro. 
Inciso VIII do artigo 11 do Decreto Federal nº 3.555/00 Æ os lances verbais devem ser 
apresentados de forma sucessiva, em valores distintos e decrescentes. 
Inciso IX do artigo 11 do Decreto Federal nº 3.555/00 Æ “o pregoeiro convidará individualmente 
os licitantes classificados, de forma seqüencial, a apresentar lances verbais, a partir do autor da 
proposta classificada de maior preço e os demais, em ordem decrescente de valor.” 
Poderes do pregoeiro: 
9 definir parâmetros ou percentagens sobre os quais os lances verbais devem ser 
reduzidos 
9 estabelecer o tempo para o oferecimento dos lances verbais 
 
9 permitir a comunicação dos representantes dos licitantes com terceiros não 
presentes à sessão através de aparelhos de telefone celular e outros. 
DETERMINAÇÃO DO VENCEDOR 
Inciso X do artigo 11 do Decreto Federal nº 3.555/00, “a desistência em apresentar lance verbal, 
quando convocado pelo pregoeiro, implicará a exclusão do licitante da etapa de lances verbais e 
na manutenção do último preço apresentado pelo licitante, para efeito de ordenação das 
propostas.” 
12. ACEITABILIDADE DAS PROPOSTAS 
Inciso XI do artigo 4º da Lei nº 10.520/02 Æ examinada a proposta classificada em primeiro 
lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito da sua 
aceitabilidade; 
Inciso XVI do artigo 4º da Lei nº 10.520/02 Æ “Se a oferta não for aceitável ou se o licitante 
desatender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subseqüentes e a 
qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim sucessivamente, até a apuração de 
uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor.” 
 
 31
13. HABILITAÇÃO 
A inversão das fases da licitação 
Destarte, na modalidade pregão, após o julgamento das propostas e a análise da aceitabilidade 
delas, passa-se à fase de habilitação. Nela, num primeiro momento, o pregoeiro abre apenas o 
envelope do autor da melhor proposta, desde que tenha sido reputada aceitável (inciso XII do 
artigo 4º da Lei nº 10.520 e inciso XIII do artigo 11 do Decreto nº 3.555/00). 
Se o licitante desatende as condições da habilitação, o pregoeiro deve abrir o envelope do autor 
da proposta subseqüente, na ordem de classificação, e, assim, sucessivamente, até que apure 
alguém que as atenda, isto é, que esteja devidamente habilitado (inciso XVI do artigo 4º da Lei 
nº 10.520 e inciso XV do artigo 11 do Decreto nº 3.555/00). 
XII do artigo 4º da Lei nº 10.520/02, “encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o 
pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de habilitação do licitante 
que apresentou a melhor proposta, para verificação do atendimento das condições fixadas no 
edital.” 
Inciso XV do artigo 4º da Lei nº 10.520/02, “verificado o atendimento das exigências fixadas no 
edital, o licitante será declarado vencedor.” 
Conseqüências da Inabilitação 
Inciso XVI do mesmo artigo 4º, “se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às 
exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subseqüentes e a qualificação dos 
licitantes, na ordem de classificação, e assim sucessivamente, até a apuração de uma que atenda 
ao edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor.” 
Inciso XVII do artigo 4º da Lei nº 10.520/02 Æ “o pregoeiro poderá negociar diretamente com o 
proponente para que seja obtido preço melhor.” 
Conseqüências da inabilitação de todos os licitantes participantes dos lances verbais 
A primeira suposta alternativa é verificar as condições de habilitação dos demais licitantes – que 
não ofereceram lances verbais - e de aceitabilidade de suas propostas, em ordem sucessiva, 
conforme o preço ofertado, determinando-se o vencedor. Nestes termos, nem sequer se confere 
ao vencedor da licitação oportunidade de oferecer lances verbais, desnaturando os propósitos do 
procedimento erigido na modalidade pregão. 
A segunda suposta alternativa consiste em considerar a proposta apresentada com o menor 
preço, entre aquelas oferecidas pelos licitantes não convocados a oferecerem lances verbais, e, a 
partir dela, se verificar quais as demais propostas não ultrapassam 10% (dez por cento) de seu 
valor ou as três melhores propostas, sucessivamente, e convocar todos estes proponentes a 
fazerem lances verbais, repetindo-se para eles, a partir daí, todo o procedimento. 
A terceira suposta opção envolve a aplicação do § 3º do artigo 48 da Lei nº 8.666/93 aos 
licitantes inabilitados ou aos que tiveram suas propostas desclassificadas, conferindo a eles o 
prazo de 8 (oito) dias úteis para escoimarem os vícios apresentados. Caso não o façam, só 
restaria realizar novo certame. 
 
 32
14. RECURSOS ADMINISTRATIVOS 
LEI nº 8.666/93 
Inciso I do artigo 109 da Lei nº 8.666/93 autoriza a interposição de recursos, no prazo de 5 
(cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de: 
a) habilitação ou inabilitação do licitante; 
b) julgamento das propostas. 
Nas licitações regidas pela modalidade convite, o prazo para a interposição dos respectivos 
recursos é de 2 (dois) dias úteis (§ 6º do mesmo artigo 109). 
Ademais, consoante o § 1º do artigo 109 da Lei nº 8.666/93, a intimação das decisões sobre 
habilitação e julgamento, a partir das quais se contam os prazos de 5 (cinco) dias úteis, dá-se 
através de publicação na imprensa oficial, salvo se os prepostos de todos os participantes da 
licitação estiverem presentes na sessão em que for tomada a decisão, quando poderão ser 
comunicados diretamente. 
Os recursos interpostos têm efeito suspensivo, isto é, obstam que seja dada continuidade à 
licitação até que sejam decididos (§ 2º do mesmo artigo 109). 
Interpostos, os recursos devem ser comunicados aos demais licitantes, que podem impugná-los 
também no prazo de 5 (cinco) dias úteis (§ 3º do mesmo artigo 109). No caso de licitação regida 
pela

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