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Licitação Pública: Conceitos e Normas


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LICITAÇÃO PÚBLICA
 Prof. Socorro nóbrega
CONCEITOS
José Roberto Dromi (1975:92), pode-se definir a licitação como o procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração de contrato.
A licitação é um procedimento integrado por atos e fatos da Administração e atos e fatos do licitante, todos contribuindo para formar a vontade contratual. (Di Pietro, 2024).
OBJETIVOS
os objetivos da licitação são ampliados pelo artigo 11: 
assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais vantajoso para a Administração Pública, 
assegurar tratamento isonômico e a justa competição entre os licitantes, evitar o sobrepreço ou os preços manifestamente inexequíveis e o superfaturamento, 
incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável.
INTRODUÇÃO
Administração Pública
Atividade multifária e complexa 
Interesse público.
Serviços e bens fornecidos por terceiros.
Obrigação a firmar contratos para realização de obras, prestação de serviços, fornecimento de bens, execução de serviços públicos, locação de imóveis etc.
NATUREZA JURÍDICA
Procedimento administrativo com fim seletivo. 
“conjunto ordenado de documentos e atuações que servem de antecedente e fundamento a uma decisão administrativa, assim como as providências necessárias para executá-la”. (RAFAEL ENTRENA CUESTA).
conjunto de atividades e documentos será sempre necessário: 
divulgue o que pretende selecionar e contratar; que os interessados acorram com documentos e propostas; que se obedeça a um processo formal de escolha.
FONTES NORMATIVAS
FONTE CONSTITUCIONAL
Art. 22, XXVII, ser da competência privativa da União Federal legislar sobre “normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1o, III”, conforme redação dada pela EC no 19/1998.
FONTES NORMATIVAS
Princípio da obrigatoriedade de licitação.
Art. 37, XXI, estabelece que, fora dos casos expressos em lei, “as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes”. 
FONTES NORMATIVAS
Art. 173, § 1º, da CF, com a redação da EC nº 19/1998, previu a edição de estatuto jurídico para empresas públicas e sociedades de economia mista, no qual, entre outras matérias, se incluiria a relativa a licitações e contratações.
FONTE LEGISLATIVA: Lei básica
Lei nº 14.133
Publicação: 01.04.2021,
É o atual Estatuto de Licitações e Contatos (ELC), 
Estabelece as normas gerais de licitação e contratação para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (art. 1º).
o Estatuto revogou expressamente:
Lei nº 8.666/1993 (Estatuto anterior).
Lei nº 10.520/2002 (pregão).
Lei nº 12.462/2011 (regime diferenciado de contratações – RDC). 
Aplicabilidade Concomitante
Após decorridos 2 anos de sua publicação (art. 193, II), mas admitiu que a Administração possa optar pela aplicação da lei nova ou das leis revogadas, impondo-se apenas que a opção seja indicada expressamente no edital. Entretanto, veda-se a aplicação combinada da lei nova com as leis revogadas (art. 191). MP 1.167/23 prorrogação até dez/23.
Durante um biênio, serão aplicáveis concomitantemente as leis antigas e a lei nova tanto para contratos administrativos quanto para licitações – técnica legislativa anômala
Destinatários: Entes estatais regidos pelo Direito Público
Nos termos do art. 22, XXVII, da CF, é da competência da União Federal dispor sobre normas gerais em matéria de contratos e licitações. 
Demais entes federativos compete editar normas específicas.
O art. 1º do Estatuto alude à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, materializados por suas respectivas administrações públicas, no âmbito das quais se desempenha a função administrativa.
Os entes estatais administrativos, como é o caso das autarquias e fundações de direito público, que integram a administração indireta das pessoas políticas.
“Entidades controladas direta ou indiretamente” pela Administração Pública.
Destinatários
É o caso dos serviços sociais autônomos (SENAI, SESI etc.), que, embora recebam dinheiro público resultante de contribuições obrigatórias e tenham representantes governamentais em órgãos dirigentes, foram excluídos pelo TCU do âmbito de incidência da Lei nº 8.666, o antigo Estatuto.
As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas subsidiárias, regidas pela Lei nº 13.303/2016 (art. 1º, § 1º), e isso porque são pessoas privadas da administração indireta que exploram atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, as quais demandam normas mais flexíveis por seu caráter empresarial. Não se incluem ao ELC.
FUNDAMENTOS
MORALIDADE ADMINISTRATIVA
Art. 37, caput, da CF.
Agir com lealdade e boa-fé no trato com os particulares.
A Administração Pública possui o dever de realizar o procedimento para que o contrato seja firmado com aquele que apresentar a melhor proposta.
IGUALDADE DE OPORTUNIDADES
A competitividade entre os interessados.
Princípios da igualdade e da impessoalidade, de obrigatória observância por todos aqueles que integrem os quadros da Administração.
PRINCÍPIOS
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Aplicação do devido processo legal: 
escolha a modalidade certa
Seja clara quanto aos critérios seletivos; 
que só deixe de realizar a licitação nos casos permitidos na lei; 
que verifique, com cuidado, os requisitos de habilitação dos candidatos
que se disponha a alcançar os objetivos colimados, seguindo os passos dos mandamentos legais.
PRINCÍPIO DA MORALIDADE
 Indica que a Administração deve pauta-se por conceitos éticos
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
indica que a Administração deve dispensar o mesmo tratamento a todos os administrados que estejam na mesma situação jurídica.
PRINCÍPIO DA PROBIDADE ADMINISTRATIVA – ART. 5 ELC
Honestidade, boa-fé, moralidade por parte dos administradores.
Lisura, retidão e respeito aos direitos dos administradores/gestores e demais atores.
PRINCÍPIOS
PRINCÍPIO DA IGUALDADE
Art. 5o da CF - direito fundamental
Art. 37, XXI da CF - “igualdade de condições a todos os concorrentes”
A igualdade na licitação significa que todos os interessados em contratar com a Administração devem competir em igualdade de condições, sem que a nenhum se ofereça vantagem não extensiva a outro.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE/TRANSPARÊNCIA
Quanto maior for a quantidade de pessoas que tiverem conhecimento da licitação, mais eficiente poderá ser a forma de seleção, e, por conseguinte, mais vantajosa poderá ser a proposta vencedora.
PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO EDITAL
PRINCÍPIO DO JULGAMENTO OBJETIVO
Significa que as regras traçadas para o procedimento devem ser fielmente observadas por todos.
Obriga a Administração a observar suas próprias normas, o mesmo ocorrendo com os participantes.
Impede que surjam surpresas para os licitantes, prejudicando o caráter competitivo do procedimento
Se o edital prevê a seleção pelo critério do menor preço, não pode o administrador substituí-lo pelo de melhor técnica, e vice-versa.
PRINCÍPIOS
PRINCÍPIO DA COMPETITIVIDADE
Administração escolhe aquele que, tendo vencido o certame, apresenta a proposta mais satisfatória para a futura contratação
Requer que o processo contenha competição, ou seja, que permita que dentre vários interessados possa a Administração apontar o mais adequado para o contrato
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA 
A Administração aprofundar-seno modo de atuar, buscando soluções rápidas e resultados ajustados às necessidades administrativas. 
PRINCÍPIO DA EFICÁCIA
Leva em consideração os meios a serem adotados para que o objetivo da licitação seja alcançado.
Se determinada situação permite a contratação direta sem ofensa às normas legais, desnecessário realizar a licitação – nesse caso, um meio mais demorado para o fim colimado.
PRINCÍPIOS
PRINCÍPIO DA ECONOMICIDADE 
Cuida da obrigação do administrador de encontrar a melhor relação custo-benefício nas contratações administrativas. 
Nem sempre o menor preço se configura como melhor alternativa para a Administração. 
PRINCÍPIO DA CELERIDADE 
O administrador deve seguir as etapas com a maior rapidez possível, para que sua atuação seja eficiente em virtude de seu modo de proceder e eficaz pelos meios empregados
PRINCÍPIO DO INTERESSE PÚBLICO
Envolve as relações jurídicas entre o Estado e os indivíduos em geral, o alvo dessas relações não pode deixar de ser o interesse público, assim considerado como o interesse da sociedade.
PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE
Reside na necessidade de conter as condutas administrativas contaminadas de abuso de poder, quer quando há comportamentos que excedem as necessidades da função (excesso de poder), quer quando há simulação de legalidade para proporcionar um desvio dos fins legítimos da atuação administrativa (desvio de finalidade).
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO 
 O administrador ter que justificar seu ato o inibe de praticar arbitrariedades e o obriga a adotar postura de maior responsabilidade.
Em termos de licitações, cabe ao administrador explicitar, sempre que possível e exigível, os motivos que inspiraram sua conduta, conferindo segurança e credibilidade ao licitante.
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA
Será sempre indispensável que estejam em conformidade com as normas regentes, mantendo certo grau de estabilidade quanto aos limites do que se decide administrativamente.
PRINCÍPIO DO PLANEJAMENTO
Comporta a necessidade de definir projetos a serem executados, incluindo etapas, cronogramas, modos de fazer etc. 
Elaborar o plano anual de contratações e licitações (art. 12, VII, Estatuto).
PRINCÍPIO DA SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES
A Administração define a separação de funções: as de autorização, aprovação, execução, controle e contabilização das operações, com o objetivo de delinear as responsabilidades funcionais.
Aloja-se nos sistemas de controle interno e na verificação das competências outorgadas aos administradores participantes do processo. 
Quanto mais ampla a segregação de funções, mais seguro será o controle sobre sua origem e seus resultados, inclusive sobre a atuação dos administradores.
PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO NACIONAL SUSTENTÁVEL
impõe que o Poder Público tenha a incumbência de ponderar as consequências ambientais derivadas de qualquer decisão administrativa em face dos efeitos no campo econômico.
O ponto nuclear do princípio está no fato de que os custos para o meio ambiente devem ser proporcionais aos benefícios econômicos
QUESTÃO
Não há como se falar em procedimento administrativo sem mencionar o processo de licitação, pois são diretamente integrados aos atos da administração. A respeito dos princípios da licitação, relacione as colunas abaixo. 
PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO
(1) Princípio da igualdade 
(2) Princípio da publicidade 
(3) Princípio do julgamento objetivo   
(4) Princípio da adjudicação compulsória
DEFINIÇÃO  
( ) possibilidade de fiscalização do ato licitatório. 
( ) objeto da licitação apenas ao vencedor. 
( ) escolha da melhor proposta. 
( ) o julgamento das propostas de acordo com o edital.  
Fonte Bibliográfica
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual direito administrativo. 35. ed. – Barueri: Atlas, 2021.
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