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GRANULAÇÃO: CASO 7 CAROLINE SOUTINHO, HÉLLEN ATAIDE E LISIANA FONTOURA Apresentação do caso: Uma empresa deseja desenvolver formas farmacêuticas sólidas a partir de uma solução extrativa aquosa que foi preparada por decocção de folhas de Ilex paraguariensis. Este extrato foi filtrado e como excipiente foi utilizado dióxido de silício coloidal. A dispersão resultante foi seca por pulverização usando um atomizador. Extratos secos em geral exibem limitações tecnológicas (tais como partículas finas) apresentando baixa densidade e fluxo pobre que prejudicam a produção direta de formas farmacêuticas como cápsulas ou comprimidos. O processo de granulação de produtos com estas características é um problema difícil de resolver. A baixa densidade e tamanho têm sido as principais limitações para a sua granulação, mesmo com o uso de técnicas como o leito fluidizado. A granulação seca, mesmo que viável, resultou em produtos ásperos que apresentaram fluxo poroso e pobre. O processo Decocção das folhas de Ilex Paraguariensis Solução extrativa aquosa Filtração Secagem por pulverização Granulação Desenvolvimento de forma farmacêutica sólida Perguntas: 1 2 1 O que pode ser feito para se chegar à forma farmacêutica sólida (cápsulas ou comprimidos), conseguindo um melhor fluxo? 2 2 Apresente o esquema geral do processo e tipos de equipamentos que podem ser utilizados. 2 3 Cite algumas vantagens deste tipo de técnica. Secagem por atomização ❖ Um dos tipos de secadores para soluções e suspensões ❖ Borrifa pequenas gotículas do líquido em um jato de ar quente circulante de modo que cada gotícula seca como uma partícula sólida individual ❖ Os produtos são uniformes na sua aparência ❖ As partículas têm uma forma característica, em forma de esferas ocas, às vezes com um pequeno orifício (AULTON, 2016) Secagem por atomização de extratos vegetais ❖ Para a secagem de extratos derivados de plantas, a seleção e o uso adequado de adjuvantes nesse processo de secagem é uma fase de fundamental importância, visto que determina a estabilidade e a qualidade dos mesmos, podendo inclusive afetar as características de biodisponibilidade ❖ Entre os diversos adjuvantes empregados nesse processo, o dióxido de silício coloidal é o mais utilizado e pesquisado na secagem de extratos vegetais (OLIVEIRA; PETROVICK, 2010) Secagem por atomização (SILVA, 2007) 70% de resíduo seco + 30% de dióxido de silício coloidal 70% de resíduo seco + 15% de dióxido de silício coloidal + 15% maltodextrinas 70% de resíduo seco + 30% de maltodextrinas 70% de resíduo seco + 15% de dióxido de silício coloidal + 15% celulose micro- cristalina Secagem por atomização (SILVA, 2007) 70% de resíduo seco + 30% de dióxido de silício coloidal 70% de resíduo seco + 15% de dióxido de silício coloidal + 15% maltodextrinas 70% de resíduo seco + 30% de maltodextrinas 70% de resíduo seco + 15% de dióxido de silício coloidal + 15% celulose crista- lina Secagem por atomização de extratos vegetais ❖ De modo geral, os pós obtidos pelo processo de secagem por atomização são constituídos por partículas esféricas de faixa granulométrica estreita ❖ Também costumam apresentar baixa densidade e fluxo deficitário ⇒ limita a obtenção direta de formas farmacêuticas como cápsulas ou comprimidos ❖ Mesmo com o emprego de técnicas preconizadas para pós com tênue granulometria e baixa densidade, como leito fluidizado, e o emprego de granulação a seco, os produtos resultantes apresentam superfície rugosa, porosa e de fluxo pobre (YATSU, 2010) Processos de granulação Granulação úmida ● Granuladores de cisalhamento ● Misturadores-granuladores de alta velocidade ● Granulação de leito fluidizado ● Extrusão-esferonização ● Secagem por atomização Granulação a seco ● Compactação por cilindro (AULTON, 2016) Dependendo das características da matéria-prima vegetal, os granulados podem ser obtidos por via úmida (exige presença de aglutinante líquido e calor para secagem) ou por via seca Granuladores de leito fluidizado ❖ As partículas de pós são fluidizadas em uma corrente de ar e um líquido de granulação é atomizado por um bocal sobre o leito dos pós ❖ O líquido de granulação faz com que as partículas primárias adiram quando as gotículas e o pó colidem (AULTON, 2016) Granuladores de leito fluidizado ❖ Idealmente, as propriedades desejadas das partículas no material inicial para a granulação em leito fluidizado incluem: ❖ Durante a secagem, as partículas suspensas pela corrente de ar são mantidas relativamente frias pela evaporação do solvente, permitindo o uso de temperatura do ar de entrada maior do que a temperatura de degradação de alguns produtos ➢ Esta característica é uma das vantagens de utilização desta técnica a produtos de origem vegetal contendo componentes instáveis frente a altas temperaturas, como por exemplo, flavonóides. (PETROVICK ET AL., 2006) Baixa densidade Pequena dimensão Estreita variação granulométrica Forma próxima a esférica Falta de coesividade entre os núcleos Ausência de adesividade durante o processo Granulação a seco ❖ A granulação a seco converte partículas primárias de pó em grânulos, usando a aplicação de pressão, sem uso intermediário de um líquido ❖ Evita, portanto, combinações de calor/temperatura que possam degradar o produto ❖ A granulação por via seca parece ser a técnica que reúne as maiores vantagens em relação ao processamento tecnológico, devido à característica higroscópica dos extratos vegetais (AULTON, 2016; PETROVICK, 2006) Pode ser produzido um grande comprimido em uma prensa pesada de compressão (slugging) O pó pode ser espremido entre dois rolos obtendo uma lâmina ou flocos do material Fonte: http://minhacienciaefarmaceutica.blogspot.com/2009/10/formas-farmaceuticas-comprimidos-2.html Técnica de moagem adequada Granulação Assim, como alternativa às técnicas convencionais de granulação, a extrusão e esferonização vem sendo amplamente empregada na indústria farmacêutica, tendo em vista as vantagens que suas características tecnológicas apresentam. (YATSU, 2010) Granulação Os pós são granulados por diversas razões: ❖ Prevenir a segregação dos constituintes da mistura de pós ❖ Melhorar as propriedades de fluxo da mistura ❖ Aprimorar as características de compactação da mistura ❖ Os grânulos têm densidade bruta maior do que a mistura original de pós, ocupando menos volume por unidade de massa (AULTON, 2016) Extrusão e esferonização: vantagens ❖ Os grânulos esferoidais apresentam vantagens terapêuticas ➢ menor irritação do trato gastrintestinal ➢ risco reduzido de efeitos colaterais devido à superdosagem ❖ E também vantagens tecnológicas ➢ melhores propriedades de fluxo ➢ forma farmacêutica menos friável ➢ distribuição de tamanho uniforme ➢ facilidade de embalagem ➢ aumento da densidade bruta (AULTON, 2016; YATSU, 2010) Extrusão e esferonização: esquema do processo Mistura a seco Umedecimento e granulação Extrusão da massa úmida Esferonização Secagem das partículas esféricas Classificação quanto ao tamanho (YATSU, 2010) Extrusão e esferonização: tipos de equipamentos Tipos de prensa extrusora (AULTON, 2016) Extrusão e esferonização: tipos de equipamentos Esferonização (AULTON, 2016) Extrusão e esferonização: processo Secagem ❖ A secagem pode ser conseguida em qualquer secadora que possa ser usada para granulações úmidas convencionais, incluindo secadoras de bandeja e de leito fluidizado ❖ Controlar temperatura ➢ O aumento da velocidade de extrusão aumenta a temperatura ❖ A escolha da temperatura e do leito em que será realizada a secagemirá determinar algumas das características físicas finais dos pellets ➢ Portanto, essa escolha deverá ser criteriosa, devendo-se levar em consideração algumas propriedades físico-químicas dos componentes da formulação (AULTON, 2016; SANTOS et al., 2004) Farmácia Campeira Duvido que algum gaúcho nunca apelou prum chá, Seja prá amenizá a ressaca ou indigestão Os remédio de infusão que a natureza fornece Nos cura e nos fortalece, o espírito e o coração. Jayme Caetano Braun Referências bibliográficas AULTON, Michael E. et al. Aulton Delineamento de Formas Farmacêuticas. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. Disponível em: <https://www.evolution.com.br/epubreader/9788535262780>. Acesso em: 15 out. 2019. BRAUN, Jayme C. Farmácia Campeira. Disponível em: <https://linhacampeira.com/programa-66-farmacia-campeira/>. Acesso em: 05 nov. 2019. OLIVEIRA, Olivia Werner; PETROVICK, Pedro Ros. Secagem por aspersão (spray drying) de extratos vegetais: bases e aplicações. Rev. Bras. Farmacogn. v. 20, n. 4, Curitiba, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2010000400026>. Acesso em: 04 nov. 2019. PETROVICK, Gustavo F.; PETROVICK, Pedro R.; BASSANI, Valquiria L. Granulação e revestimento em leito fluidizado. Caderno de Farmácia UFRGS, v. 22, n. 2, p. 107-118, 2006. PETROVICK, Gustavo Freire. Desenvolvimento e avaliação tecnológica de granulado revestido contendo produto seco por spray drying de Achyrocline satureioides (Lam.) D.C. Asteraceae (marcela). 2006. 227 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Faculdade de Farmácia, UFRGS, Porto Alegre, 2006. Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/10352/000590515.pdf?sequence=1>. Acesso em: 06 nov. 2019. SANTOS et al. Obtenção de pellets por extrusão e esferonização farmacêutica. Parte I. Avaliação das variáveis tecnológicas e de formulação. Rev. Bras. Cienc. Farm., vol. 40, n.4, out./dez. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v40n4/v40n4a03.pdf>. Acesso em 06 nov. 2019. Referências bibliográficas SILVA, Francine Amaral. Avaliação tecnológica e atividade antioxidante de produtos secos por spray-drying de Ilex paraguariensis A. St. Hil. - Aquifoliaceae (erva-mate). 2007. 243 f, Tese (Doutorado em Ciências Farmacêuticas) - Faculdade de Farmácia, UFRGS, Porto Alegre, 2007. Disponível em: <https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/12620/000628691.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 05 nov. 2019. YATSU, Francini Kiyono Jorge. Desenvolvimento tecnológico de grânulos esferoidais a partir de extrato seco de folhas e ramos de Ilex paraguariensis St. Hil. Aquifoliaceae (erva-mate). 2010. 136 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Faculdade de Farmácia, UFRGS, Porto Alegre, 2010.
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