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Modelo-de-recurso-especial-para-Câmara-de-Julgamento-tempo-não-constante-do-CNIS

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AO
CONSELHO DE RECURSOS DO SEGURO SOCIAL
EGRÉGIA CÂMARA DE JULGAMENTO
PROCESSO N.º 
SUSTENTAÇÃO ORAL
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, brasileiro, casado, portador da cédula de identidade RG n.º xxxxxxxxxxxxxxxxx/SP, devidamente inscrito no CPF/MF sob n.º xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, residente e domiciliado na Rua xxxxxxxxxxxxxxxxx – bloco A – xxxxxxxxxxxxxxxxxs– São Paulo – CEP xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx – SP, por intermédio de seu procurador e advogado xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, inscrito na OAB/SP sob o n.º xxxxxxxxxxxxx, com escritório na Rua xxxxxxxxxxxxxxxxxx, n.º xx, xxxxxxxxxxxxxxx, CEP xxxxxxxxxxxxx – São Paulo/SP, onde deverá ser notificado de todos os termos deste processo, conforme disposto nos artigos 27 e 28 do Regimento Internos do CRSS, aprovado pela portaria 116/2017, vem, respeitosamente à presença de Vossa Senhoria, nos termos do artigo 305 do Decreto 3.048/99 c.c artigos 56 e 59, §1º, da Lei 9.784/99 e 537 da IN 77/2015, apresentar 
RECURSO ESPECIAL
em face da r. decisão exarada pela 27ª Junta de Recurso deste Conselho, pelos motivos de fatos e direito a seguir declinados:
PRELIMINARMENTE
DA ADMISSÃO DO RECURSO
Em que pese o protocolo do Recurso ser realizado em outra Agência da Previdência Social, a mesma não tem competência para falar sobre seu cabimento, uma vez que é PRERROGATIVA do CRSS admiti-lo ou não.
Aliás, vale trazer à baila o disposto na IN 77/2015:
Art. 537. Das decisões proferidas pelo INSS poderão os interessados, quando não conformados, interpor recurso ordinário às Juntas de Recursos do CRPS.
(...) 
§ 4º Admitir, ou não, o recurso é prerrogativa do CRPS, sendo vedado ao INSS recusar o seu recebimento ou sustar-lhe o andamento, exceto nas hipóteses expressamente disciplinadas no Regimento Interno do CRPS, aprovado pela Portaria MPS nº 548, de 13 de setembro de 2011.
Portanto, nesta fase processual administrativa, o INSS deixa de ser órgão concessor do benefício, passando ser parte interessada no processo administrativo, por essa razão o único procedimento permitido pela Lei é, se quiser, responder ao Recurso no prazo de 30 dias e, OBRIGADO, a encaminhar o processo ao CRPS para julgamento do Recurso. 
DA TEMPESTIVIDADE RECURSAL
O presente Recurso é tempestivo, veja-se:
Nos termos do parágrafo 1ª do artigo 305 do Decreto 3048/99, o prazo para interposição dos recursos é de 30 (trinta) dias, contados do recebimento da notificação. 
Como é cediço, o INSS RECUSA o protocolo de qualquer solicitação sem o prévio agendamento, inclusive o protocolo dos Recursos.
Ademais, o artigo 12 da Resolução transcreve que a data DER do benefício ou serviço será a data da solicitação do agendamento, aplicando-se o mesmo para os requerimentos de recursos e revisão.
Na esteira, considerando que a Recorrente efetuou o agendamento dentro do prazo recursal, seu recurso é tempestivo. 
Ainda, considerando que no item 2 – prazos e comunicações- do manual de Recursos da Previdência Social, o agendamento eletrônico será considerado como data de apresentação do recurso, demonstrado está a tempestividade Recursal.
DO PRAZO PARA CONTRARRAZÕES E ENVIO DO PROCESSO AO CRSS
Dispõe o artigo 541 da Instrução Normativa 77/2015:
Art. 541. O prazo para interposição de recurso ordinário e especial, bem como para o oferecimento de contrarrazões, é de trinta dias, contados de forma contínua, excluindo-se da contagem o dia do início e incluindo-se o do vencimento.
 
§ 1º  O prazo previsto no caput inicia-se:
 
I -  para apresentação de contrarrazões por parte do INSS, a partir do protocolo do recurso, ou, quando encaminhado por via postal, da data de recebimento na Unidade que proferiu a decisão;
Nesse diapasão, cabe lembrar que o prazo para envio do processo de Recursos para o CRPS é de 30 dias, mesmo sem contrarrazões, confira o que determina o artigo 542 da Instrução Normativa 77/2015.
 
Art. 542. Expirado o prazo de trinta dias da data em que foi interposto o recurso sem que haja contrarrazões, os autos serão imediatamente encaminhados para julgamento pelas Juntas de Recursos ou Câmara de Julgamento do CRPS, conforme o caso, sendo considerados como contrarrazões do INSS os motivos do indeferimento.
Assim sendo, em respeito ao princípio constitucional da legalidade, o Recorrente requer observação dos prazos legais, sob pena de responsabilização funcional do servidor nos termos da Lei 8.112/90.
SUBSTRATO FÁTICO:
O Recorrente, requereu perante o INSS a emissão da Certidão de Tempo de Contribuição, em razão de ter contribuindo para o Regime Geral de Previdência Social.
Na esteira, houve a emissão da respectiva Certidão de Tempo de Contribuição, contudo, excluindo os períodos laborados nas empresas Pedras Passinho Ltda e Editora Ópera Mundi S;/A, respectivamente de 01/05/1967 a 31/08/1967 e de 01/10/1971 a 14/12/1973, sob alegação de que tais períodos não estavam averbados no CNIS.
Ciente do ato administrativo, o Recorrente recorreu à Junta de Recursos, a qual desproveu o recurso tido por interposto, fundamentado que, em razão dos vínculos não estarem averbados no CNIS, o INSS não poderia reconhecê-los, acompanhado a decisão do INSS.
Em que pese todo conhecimento jurídico da d. relatora da 27º Junta de Recursos, suas razões não podem prosperar, eis que sua decisão não tem guarida no sistema jurídico brasileiro, como será demonstrado.
DO MÉRITO
Dispõe o artigo 4º da Emenda Constitucional 20 de 1.998, in verbis:
Observado o disposto no artigo 40, § 10º, da Constituição Federal, o tempo de serviço considerado pela legislação vigente para efeito de aposentadoria, cumprido até que a lei discipline a matéria, será contado como tempo de contribuição.
Na redação do artigo supra citado, tempo de contribuição é igual ao tempo de trabalho/serviço, logo tempo de contribuição não é pagamento e sim tempo de efetivo trabalho/serviço.
Pois bem, partindo da premissa constitucional, basta que o segurado comprove o efetivo exercício da atividade profissional pelo período correspondente aos 35 (trinta e cinco) anos se homem e 30 (trinta) anos se mulher e, dentro desse período, ter efetivamente recolhido, pelo menos, 180 contribuições, cumprindo assim o requisito carencial. 
Exemplificando, em atenção ao comando constitucional, para que o segurado tenha direito ao benefício de aposentadoria por tempo de serviço/contribuição, este se homem, tem que comprovar que trabalhou durante a vida pelo menos 35 anos e dentro deste período comprovar o recolhimento de 180 contribuições, a qual é exigida para fins de carência, conforme preceitua o inciso II do artigo 25 da Lei 8.213/91.
In casu, o Recorrente, pelos documentos anexados ao processo administrativo, comprovou que laborou junto às empresas Pedras Passinho Ltda e Editora Ópera Mundi S/A, respectivamente de 01/05/1967 a 31/08/1967 e de 01/10/1971 a 14/12/1973.
Ademais, em que pese os vínculos nas empresas Pedras Passinho Ltda e Editora Ópera Mundi S/A, respectivamente de 01/05/1967 a 31/08/1967 e de 01/10/1971 a 14/12/1973, não estarem no CNIS, tal omissão não deve prejudicar o segurado, ora Recorrente, porquanto o Enunciado 18 do CRPS, dispõe que “não se indefere benefício sob o fundamento de falta de recolhimento de contribuição previdenciária quando esta obrigação for devida pelo empregador”.
Na esteira, fazendo analogia do enunciado 18 do CRPS, há ausência de contribuições não é motivo para concessão do benefício, para emissão da CTC também não deve ser, porquanto do princípio da isonomia. 
É necessário interpretar o enunciado 18 de forma teleológica. O intuito do CRPS quando da sua emissão, buscou proteger o segurado, haja vista que a obrigação tributária de repassar as contribuições previdenciárias é dos empregadores e nunca dos empregados.
Aliás, essa é a vontade do Legislador, quando ressaltou no artigo 5º da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, ao dispõe que “na aplicação da lei, o
juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e as exigências do bem comum.” 
O segurado não pode ser prejudicado pelo fato do empregador não repassar as contribuições previdenciárias, bem como pela inércia do INSS e da Receita Federal de não fiscalizarem e exigirem as exações das empresas.
O ato do INSS em não reconhecer o tempo de trabalhado devidamente registrado na CTPS, é abusivo, uma verdadeira inversão de valores. O sistema é ineficaz e a culpa é do segurado? Nem por hipóteses podemos permitir tamanha injustiça. 
Assim sendo, tal período deve ser considerado como tempo de contribuição/serviços, eis que as anotações da CTPS gozam de presunção de veracidade, por conseguinte devem compor a Certidão de Tempo de Contribuição.
Outrossim, a documentação anexada ao presente recurso, comprovam o exercício do trabalho perante às empresas Pedras Passinho Ltda e Editora Ópera Mundi S;/A, respectivamente de 01/05/1967 a 31/08/1967 e de 01/10/1971 a 14/12/1973.
O documento emitido pela CAIXA – FGTS online, ora anexado, demonstra de forma cabal que o Recorrente laborou durante os períodos declinados, logo não há justificativas para que o INSS não o reconheça.
Aliás, o extrato analítico do FGTS ora acostado, faz prova liquida e certa de que o Recorrente exerceu atividade remunerada abrangida pelo RGPS, corroborando, assim, as anotações da CTPS.
Na esteira, dispõe o artigo 10 da IN 77/2015, sobre a comprovação do tempo de contribuição:
Art. 10. Observado o disposto no art. 58, a comprovação do vínculo e das remunerações do empregado urbano ou rural, far-se-á por um dos seguintes documentos: 
I - da comprovação do vínculo empregatício: 
Carteira Profissional – CP ou Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS; 
(...)
f) extrato analítico de conta vinculada do FGTS, carimbado e assinado por empregado da Caixa, desde que constem dados do empregador, data de admissão, data de rescisão, datas dos depósitos e atualizações monetárias do saldo, ou seja, dados que remetam ao período em que se quer comprovar;
Igualmente, cabe registrar o disposto no artigo 2º da Orientação Interna 172 INSS/DIRBEN, de 14 de agosto de 2007, in verbis:
Art. 2º São contados como tempo de contribuição, entre outros:
I - o período de exercício de atividade remunerada abrangido pela Previdência Social urbana e rural, ainda que anterior à sua instituição, respeitado o disposto no inciso XII deste artigo;
	No mesmo sentido, segue a Orientação Interna, quanto à comprovação do vínculo de trabalho exercido antes de 30/06/1994:
Art. 10. Com o advento da Lei nº 10.403, de 8/1/2002, regulamentada pelo Decreto nº 4.079, de 9/1/2002, a comprovação de atividade e remunerações/contribuições dos segurados empregado, temporário, avulso, doméstico, contribuinte individual e facultativo, divide-se em duas datas, ou seja, até 30/6/1994 e a partir de 1º/7/1994, observando-se que:
I - para os períodos de trabalho até 30/6/1994 a comprovação dar-se-á conforme disciplinados nos arts. 11 a 18 desta Seção.
Nos termos do artigo 11 da Orientação Interna, ora declinada, a comprovação do vinculo de trabalho se faz através de:
Art. 11. A comprovação do vínculo empregatício e da remuneração do segurado empregado será por meio dos seguintes documentos:
I - Carteira Profissional-CP ou Carteira de Trabalho e Previdência Social-CTPS, devendo observar o disposto no § 1º deste artigo e as disposições a seguir:
a) no caso de omissão ou de rasura de registro na CP ou na CTPS, quanto ao início ou ao fim do período de trabalho, as anotações referentes às férias e ao imposto sindical que demonstrem a seqüência do exercício da atividade, podem suprir possível falha de registro no que se refere às datas de admissão ou dispensa, sendo consideradas para a contagem do ano a que se referirem, observados, contudo, os registros de admissão e de saída nos empregos anteriores ou posteriores, conforme o caso;
Na esteira, insta consignar que o tempo laborado junto as empresas Pedras Passinho Ltda e Editora Ópera Mundi S;/A, respectivamente de 01/05/1967 a 31/08/1967 e de 01/10/1971 a 14/12/1973, devem ser averbados no CNIS e incluídos na CTC, haja vista que tais contratos de trabalhos estão devidamente anotados na Carteira de Trabalho e Previdência Social, e assim sendo, conforme preceitua o § 2º do artigo 62 do RPS, as anotações da Carteira de Trabalho e Previdência Social é prova do tempo de contribuição/serviço.
Insta salientar que os todos documentos necessários foram entregues ao INSS, os quais estão encartados ao presente processo administrativo, conquanto preferiu negar o pleito do Recorrente, sob o argumento de que não estavam registrados no CNIS.
Nesse sentido, Turma Nacional de Uniformização, dos Juizados Especiais Federais, sobre esse tema editou a súmula 75, sedimentando que:
A Carteira de Trabalho de Previdência Social em relação à qual não se aponta defeito formal que lhe comprometa a fidedignidade goza de presunção relativa de veracidade, formando prova suficiente de tempo de serviço para fins previdenciários, ainda que a anotação de vínculo de emprego não conste no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS).
Assim sendo, por tudo que já foi exposto, o Recorrente tem direito ter averbado ao CNIS os períodos laborados entre 01/05/1967 a 31/08/1976 e 01/10/1971 à 14/12/1973, respectivamente nas empresas Pedras Passinho Ltda e Editora Ópera Mundi, mormente pelo fato de ser responsabilidade das empresas repassarem as contribuições previdenciárias.
Por fim, apenas por amor ao debate, cabe consignar o disposto na Lei 8.213/91, no que toca a comprovação do tempo de serviços/contribuição.
Estabelece o artigo 55 da citada lei:
O tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do correspondente às atividades de qualquer das categorias de segurados de que trata o artigo 11 desta Lei, mesmo que anterior à perda da qualidade de segurado:
Nos termos do artigo 62 do Regulamento (Decreto 3048/1999), o tempo de serviço é comprovado como:
A prova de tempo de serviço, considerado tempo de contribuição na forma do artigo 60, observado o disposto no artigo 19 e, no que couber, as peculiaridades do segurado de que tratam as alíneas j e l do inciso V do caput do artigo 9º e do artigo 11º, é feita mediante documentos que comprovem o exercício de atividade nos períodos a serem contados, devendo esses documentos ser contemporâneos dos fatos a comprovar e mencionar as datas de início e termino e, quando se tratar de trabalhador avulso, a duração do trabalho e a condição em que foi prestado.
Nesse sentido, dispõe os parágrafos 1º e 2º do artigo declinado:
§ 1º As anotações em Carteira Profissional e/ou Carteira de Trabalho e Previdência Social relativas a férias, alterações de salários e outras que demonstrem a seqüência do exercício da atividade podem suprir possível falha de registro de admissão ou dispensa. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
§ 2o Subsidiariamente ao disposto no art. 19, servem para a prova do tempo de contribuição que trata o caput: (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
I - para os trabalhadores em geral, os documentos seguintes: (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
a) o contrato individual de trabalho, a Carteira Profissional, a Carteira de Trabalho e Previdência Social, a carteira de férias, a carteira sanitária, a caderneta de matrícula e a caderneta de contribuições dos extintos institutos de aposentadoria e pensões, a caderneta de inscrição pessoal visada pela Capitania dos Portos, pela Superintendência do Desenvolvimento da Pesca, pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas e declarações da Secretaria da Receita Federal do Brasil; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
Por conseguinte, não restam dúvidas de que as contribuições previdenciárias são de responsabilidades da empresa ou tomando dos serviços, logo, tal
obrigação NUNCA recairá sobre o empregado ou prestador de serviços. 
Ademais, nos termos da Lei 8.212/91, como alhures, é de responsabilidade do INSS fiscalizar e cobrar as contribuições previdenciárias, não podendo transpassar esse ônus para os segurados, hipossuficientes na relação.
Destarte, tendo em vista que no processo administrativo previdenciário, o INSS não conseguiu desconstituir as anotações das CTPS, apenas refutando-os por falta de contribuição, requer-se que a Vossa Senhoria se digne de determinar ao INSS que reconheça e averbe os períodos a seguir declinados no CNIS, uma vez que tempo de serviço é tempo de contribuição, como faz prova a documentação acostada, com a conseqüente revisão da CTC, incluindo os períodos reconhecidos, nesse sentido:
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE RURAL. RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES. ATIVIDADE URBANA. CTPS. REGISTRO DE EMPREGADO. FORÇA PROBANTE. ATIVIDADE ESPECIAL. RUÍDO. HIDROCARBONETOS. CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM. IMPLEMENTO DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS À APOSENTAÇÃO.
- O artigo 55, § 3º, da Lei n° 8.213/91, dispõe sobre a obrigatoriedade de início de prova documental para a comprovação de tempo de serviço, para fins previdenciários, sendo insuficiente a produção de prova exclusivamente testemunhal, a qual, por si só, não é válida à demonstração do desempenho do trabalho tido como realizado.
- A lei previdenciária, ao exigir início razoável de prova material, não viola a legislação processual em vigor, pois o artigo 400 do Código de Processo Civil preceitua ser sempre válida a prova testemunhal, desde que a lei não disponha de forma diversa. Assim, havendo em lei especial disposição expressa acerca da exigência de documentação para comprovar tempo de serviço, incabível seu reconhecimento baseado tão somente nos depoimentos prestados por testemunhas.
- Insatisfeita, à toda evidência, a necessidade de comprovação do desempenho da função para fins de averbação na totalidade de tempo de serviço na condição de rurícola, reconhece-se como trabalhado, pois, nesse sentido, apenas o período devidamente corroborado pela prova testemunhal, correspondente, in casu, ao período de 01.01.1973 a 31.12.1973, já que a vagueza da prova testemunhal não permite avançar o reconhecimento para além do indicativo material constante dos autos.
- As anotações em CTPS gozam de presunção de veracidade juris tantum devendo o INSS comprovar a ocorrência de eventual irregularidade para desconsiderá-la.
- De rigor, o reconhecimento dos períodos de 01.06.1974 a 30.06.1975 e de 01.08.1975 a 30.11.1977, para a concessão da aposentadoria.
- O registro de empregado desfruta de força probante plena, sendo desnecessária a produção de prova testemunhal, a corroborar as informações nele contidas.
- Aposentadoria especial é devida aos segurados que trabalhem sob efeito de agentes nocivos, em atividades penosas, insalubres ou perigosas.
- Para o trabalho exercido até o advento da Lei nº 9.032/95, bastava o enquadramento da atividade especial de acordo com a categoria profissional a que pertencia o trabalhador, segundo os agentes nocivos constantes nos róis dos Decretos nº 53.831/64 e 83.080/79, cuja relação é considerada como meramente exemplificativa.
- Com a promulgação da Lei nº 9.032/95 passou-se a exigir a efetiva exposição aos agentes nocivos, para fins de reconhecimento da agressividade da função, através de formulário específico, nos termos da lei.
- Somente após a edição da MP 1.523, de 11.10.1996, tornou-se legitimamente exigível a apresentação de laudo técnico a corroborar as informações constantes nos formulários SB 40 ou DSS 8030.
- Legislação aplicável à época em que foram prestadas as atividades, e não a do momento em que requerida a aposentadoria ou implementadas as condições legais necessárias.
- O Decreto n° 53.831/64, no código 2.4.4 do quadro anexo, e o Decreto n° 83.080/79, no código 2.4.2 do anexo II, caracterizam a categoria profissional de motorista de ônibus e de caminhões de carga como atividade especial, com campo de aplicação correspondente ao transporte urbano e rodoviário.
- Possível o enquadramento das atividades desenvolvidas no período de 01.07.1978 a 19.05.1984, com base o item 1.2.11, Quadro Anexo, do Decreto n° 53.831/64, e item 1.2.10, do Anexo I, do Decreto nº 83.080/79, pela exposição a hidrocarbonetos e outros tóxicos orgânicos derivados do carbono.
- Cabível, também, o enquadramento da atividade desenvolvida no período de 01.10.1984 a 14.03.1989, já que demonstrada a exposição do autor ao agente nocivo ruído, em níveis superiores aos admitidos pelos Decretos 53.831/64, código 1.1.6, 83.080/79, código 1.1.5, e 2.172/97, código 2.0.1, contemporâneos aos fatos.
- Conversão do tempo especial em comum. Possibilidade. Lei nº 6.887/80, mantida pela Lei nº 8.213/91 (art. 57, §5º), regulamentada pela Lei nº 9.711/98 e pelo Decreto nº 2.782/98. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça.
- Adicionando-se ao período especial, o período rural e o período urbano, ora reconhecidos, e aqueles regularmente anotados na CTPS, o autor não perfaz tempo suficiente à concessão da aposentadoria por tempo de serviço até o advento da EC 20/98.
- Contando menos de 30 anos de tempo de serviço até a entrada em vigor a Emenda Constitucional nº 20/98, necessária à submissão à regra de transição, a qual impõe limite de idade e cumprimento de pedágio exigido em seu artigo 9º, inciso I, e parágrafo 1º, letra b.
- Não cumprido o pedágio, não há de se falar em concessão do benefício.
- Dada a sucumbência recíproca (artigo 21, caput, do Código de Processo Civil), cada parte terá o ônus de pagar os honorários advocatícios de seus respectivos patronos, bem assim dividir as custas processuais, respeitada a gratuidade conferida à autora e a isenção de que é beneficiário o réu.
- Apelação e remessa oficial, tida por interposta, parcialmente providas, para restringir o reconhecimento do exercício de atividade rural apenas no período de 01.01.1973 a 31.12.1973, observando-se o parágrafo 2º, do artigo 55 c.c. artigo 39, incisos I e II, da Lei nº 8.213/91, deixando de conceder aposentadoria por tempo de serviço. Fixada sucumbência recíproca
(TRF 3ª Região, OITAVA TURMA, AC 0019617-09.2014.4.03.9999, Rel. DESEMBARGADORA FEDERAL THEREZINHA CAZERTA, julgado em 02/02/2015, e-DJF3 Judicial 1 DATA:18/02/2015)
Ante o exposto, o Recorrente requer que Vossas Senhorias, acolham as razões recursais, para no mérito dar integral provimento, reformando a decisão da 27º Junta de Recursos, reconhecendo os períodos laborados entre 01/05/1967 à 31/08/1976 e 01/10/1971 à 14/12/1973, respectivamente nas empresas Pedras Passinho Ltda e Editora Ópera Mundi, devidamente anotados na CTPS do Recorrente, determinando que o INSS averbe-os no CNIS e, em ato continuo, revise a Certidão de Tempo de Contribuição, fazendo constar os períodos reconhecidos, pois assim agindo, estão Vossas Senhorias convictas de estarem patrocinando a mais lidima e irretorquível justiça.
Em tempo, quando do julgamento do recurso, requer o deferimento da sustentação ora.
Por derradeiro, de acordo com os artigos 27 e 28 da portaria MPS 548 de 2011, as intimações deverão ser realizadas na pessoa do subscritor da presente, sob pena de nulidade.
Termos em que
Espera provimento.
São Paulo, xxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxx
OAB/SP xxxxxxxxx

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