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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA ... CÍVEL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ
TERTULIANO, brasileiro, estado civil, profissão, inscrito sob o CPF nº, portador do RG nº, endereço eletrônico @, domiciliado e residente na Rua, nº, bairro, CEP, no Rio de Janeiro/RJ, por seu procurador constituído (com procuração em anexo), com escritório profissional situado à Rua, nº, bairro, Cidade, CEP, no Estado de ___, endereço eletrônico @, vem respeitosamente, diante de vossa excelência propor a presente 
AÇÃO REVOCATÓRIA PAULIANA
Com fundamento nos artigos 158 do Código civil e 318 do código de processo civil, em face de ULISSES, brasileiro, estado civil, gerente, inscrito sob o CPF nº, portador do RG nº, endereço eletrônico @, domiciliado e residente no Rio de Janeiro/RJ, e MARIUS, brasileiro, estado civil, profissão, inscrito sob o CPF nº, portador do RG nº, endereço eletrônico @, domiciliado e residente no Rio de Janeiro/RJ, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor.
I – DOS FATOS
1. Preliminarmente, necessário se faz elucidar, que o Requerente, ora autor, é credor quirografário do primeiro requerido, da importância de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil), estando a dívida vencida desde xxx, conforme se verifica mediante documentação anexa, acompanhada de memorial descritivo de débito.
2. A legitimidade passiva deve ser de ULISSES e MARIUS, já que ambos celebraram a estipulação considerada fraudulenta, nos termos do Art. 161 do CC, em litisconsórcio passivo necessário (Art. 114 do CPC). Caso não se utilize o litisconsórcio passivo necessário, o provimento jurisdicional se tornaria ineficaz, já que o processo como regra só faz coisa julgada entre as partes (Art. 506 do CPC) e o valor que se visa obter está em poder de MARIUS.
3. Entretanto, no dia xxx do mês xxx do ano xxx, data estabelecida como definitiva para o pagamento da dívida, embora tenha sido notificado extrajudicialmente, o Requerido manteve-se inerte, negando-se ao pagamento amigável da referida quantia devida.
4. É relevante atentar que uma semana após a notificação, veio ao conhecimento de TERTULIANO que ULISSES naquela mesma semana havia perdoado dívidas no valor de R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais) de seu credor, MARIUS, a fim de auxilia-lo maliciosamente a dilapidar seu patrimônio. TERTULIANO então concluiu que os dois agiram mancomunadamente de má-fé com intuito de fraudar o negócio jurídico, desse modo comprovado, a caracterização de uma manobra fraudulenta, com a existência de todos os seus elementos constitutivos, quais sejam, Consilium Fraudis, Eventus damni, Scienta Fraudis, por parte dos Requeridos contra quaisquer tentativas de recebimento do referido crédito.
5. Destarte, não se poderia olvidar o entendimento doutrinário segundo o qual se configura a fraude pauliana (art. 158 caput, CC) quando o devedor, consciente do possível prejuízo que acarretará a seus credores, aliena ou onera determinado bem, frise-se, único capaz de garantir a satisfação de suas obrigações.
Fez-se assim necessária a presente demanda judicial, pelos fundamentos jurídicos que agora se expõe.
II – DO DIREITO
Sabe-se que por força do art. 789 do CPC o devedor responde com a integralidade de seu patrimônio, presentes e futuros, para o cumprimento de suas obrigações.
No presente caso ULISSES se constitui em mora afirmando não possuir patrimônio suficiente para quitar seu débito com TERTULIANO, não possuir qualquer bem em seu nome, e poucos dias após perdoa dívida de MARIUS.
Ainda que este ato inicialmente possa ser compreendido como um exercício regular de seu direito enquanto credor, nos termos da lei, por força do art. 158 do CC ao remir a dívida e causar dano a seu credor quirografário preexistente ULISSES, pratica ato definido como ilícito, e nomeado fraude contra credores.
MARIUS ao participar em conluio com ULISSES torna-se também responsável pela ação fraudulenta, sendo que ambos respondem agora pelos danos causados ao Autor nos termos do art. 161 do CC.
Sendo o autor legitima parte ao constituir-se como credor pignoratício, observamos os arts. 171, II e 177 do CC afirmando a necessidade de que seja por ele então requerida a anulação do negócio/ato jurídico que lhe frustrou a execução, o que se faz pela presente demanda.
III – DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer-se digne-se V. Ex. a:
Julgar procedente a integralidade do pedido para declarar a nulidade do ato praticado e consequente desconsideração do perdão da dívida concedida por ULISSES a MARIUS, a fim de que se seja restituído ao credor, ora Autor, o valor de R$ 35.000,00 (Trinta e cinco mil reais) bem como seus juros e correções monetárias legais;
A condenação dos requeridos ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios de sucumbência, nos termos dos artigos 82 e 85 do CPC;
Cite os Réus, nos termos do art. 238 e seguintes do CPC, para, querendo, constestar o pedido e comparecer às audiências designadas, sob pena de aplicação dos efeitos de revelia e confissão quando à matéria de fato e no final pagamento dos valores pleiteados acrescidos de juros de mora e correção monetária.
Em atenção ao art. 319 do CC, em seu inciso VI e VII, informa que provará o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito, especialmente por prova documental, e depoimento pessoal, bem como manifesta seu interesse em realização de audiência de conciliação e mediação, sendo o caso de citação da parte Ré para comparecimento, sob pena de multa, nos termos do artigo 334, § 8º, do CPC.
Informa, por fim, que segue acosta a guia com pagamento das custas iniciais.
Atribui à causa o valor de R$ ...
Termos em que,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro. DATA.
Advogado... OAB nº ...

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