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UNIFAE 
SÃO JOÃO DA BOA VISTA – SP 2016 
NOÇOES SOBRE ESCRITURAÇÃO 
FISCAL: 
LANÇAMENTOS FISCAIS E APURAÇÃO DOS TRIBUTOS 
 
LIVRO DIGITAL – CURSO DE ESCRITURAÇÃO FISCAL 2016 – PROF. DEJAMIR DA SILVA 
 
1 
 
 
 
CURSO DE ESCRITURAÇÃO FISCAL 
 
 
 
 
PROF. DEJAMIR DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIVRO DIGITAL – CURSO DE ESCRITURAÇÃO FISCAL 2016 – PROF. DEJAMIR DA SILVA 
 
2 
 
Informações do curso 
 
Escrituração fiscal 
A atividade da escrituração fiscal é uma obrigação acessória prevista na legislação que necessita 
de conhecimentos da tributação, dos impostos, das formas de tributação, entre outros. Na 
verdade, não basta que a pessoa reproduza procedimentos de escrituração, é preciso que ela 
adquira conhecimentos dos fundamentos legais e que tenha uma visão ampla de tudo o que 
acontece em uma organização quando há incidência de tributo principalmente. 
Objetivo do curso 
O curso tem como objetivo capacitar pessoas para o mercado de trabalho na escrituração de 
documentos fiscais e para compreender toda a tributação correspondente, com a apuração 
dos tributos que envolvem essa obrigatoriedade de escrituração. 
O que se espera do aprendizado 
A pessoa emitirá notas fiscais com dados simulados, com a realização de cálculos, com 
conhecimento do ICMS, IPI e ISS. Com modelos já preenchidos de vários casos, a pessoa deve 
escriturar os livros fiscais, aplicando conhecimentos tributários. Haverá apuração de impostos: 
ICMS, IPI e ISS, com preenchimentos de documentos fiscais: DARF, DARE/GARE, GIA, entre 
outros. 
Pré-requisito 
A pessoa deve estar cursando o ensino médio ou superior. Ela deve ter condições de leitura de 
textos e habilidade para cálculos. 
Público-alvo 
Estudante de contabilidade e para pessoas que desejam iniciar uma nova atividade na 
escrituração fiscal de uma organização. 
Método 
As aulas serão expositivas e práticas, com preenchimentos de documentos fiscais e atividades 
em laboratório de tecnologia com softwares próprios de escrituração fiscal. 
Carga horária: 30 horas 
Material: apostila, calculadora, caneta lápis e borracha. 
 
LIVRO DIGITAL – CURSO DE ESCRITURAÇÃO FISCAL 2016 – PROF. DEJAMIR DA SILVA 
 
3 
 
Informações do curso ............................................................................................................................ 2 
ESCRITURAÇÃO FISCAL ........................................................................................... 5 
1. ESCRITURAÇÃO FISCAL ........................................................................................................ 5 
1.1 Noções de Direito Tributário ............................................................................................... 5 
1.1.1 Tributos ........................................................................................................................... 5 
1.1.2 Classificação dos tributos .......................................................................................... 6 
1.1.3 Princípios constitucionais .......................................................................................... 7 
1.1.4 Imunidades ..................................................................................................................... 7 
1.1.5 Fato Gerador .................................................................................................................. 8 
1.1.6 Obrigação Tributária .................................................................................................... 8 
1.1.7 Crédito Tributário .......................................................................................................... 9 
1.1.8 Tipos de lançamentos .................................................................................................. 9 
1.1.9 Decadência ................................................................................................................... 10 
1.1.10 Prescrição ..................................................................................................................... 11 
1.1.11 O Instituto da Consulta .............................................................................................. 11 
1.1.12 Dívida ativa ................................................................................................................... 11 
1.1.13 Certidões Negativas ................................................................................................... 12 
1.1.14 Atividades de direito tributário ................................................................................ 12 
1.2 Fontes do Direito Tributário .............................................................................................. 14 
1.3 Obrigações Acessórias ...................................................................................................... 14 
1.3.1 Escrituração fiscal ...................................................................................................... 15 
1.3.2 Nota fiscal ..................................................................................................................... 15 
1.3.3 Livros fiscais ................................................................................................................ 16 
1.3.4 Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA ................................................. 17 
1.3.5 Declarações e demonstrativos ................................................................................ 17 
1.3.6 Operações ou transferência de mercadorias ...................................................... 18 
1.3.7 Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP) ............................................ 19 
1.3.8 Código da Situação Tributária (CST) ..................................................................... 19 
1.3.9 Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) ................................................ 19 
1.4 Regimes Tributários Nacionais ........................................................................................ 20 
1.4.1 Tributação com base no Lucro real ....................................................................... 20 
1.4.2 Tributação com base no Lucro presumido .......................................................... 21 
1.4.3 Vantagens e desvantagens do Lucro Presumido ............................................... 22 
1.4.4 Cálculo do Lucro Presumido ................................................................................... 23 
1.4.5 Tributação com base no Lucro arbitrado ............................................................. 25 
1.4.6 Pessoas Físicas Equiparadas à Pessoa Jurídica ............................................... 26 
1.4.7 Principais Incidências Tributárias .......................................................................... 26 
1.4.8 Simples .......................................................................................................................... 27 
1.4.9 Tributação do Microempreendedor Individual – MEI ......................................... 30 
1.5 PIS, COFINS Cumulativos.................................................................................................. 32 
1.6 PIS E COFINS não cumulativos ....................................................................................... 33 
1.7 Cálculo do PIS/COFINS nas saídas de mercadorias .................................................. 35 
1.8 IRPJ E CSLL .......................................................................................................................... 35 
1.9 Regimes Tributários Estaduais ........................................................................................ 36 
1.9.1 Regime Periódico de apuração – RPA...................................................................36 
1.9.2 Regime de Estimativa (RE) ....................................................................................... 36 
1.9.3 Substituição Tributária .............................................................................................. 37 
1.10 ICMS E IPI .............................................................................................................................. 38 
1.10.1 Não cumulatividade .................................................................................................... 38 
1.10.2 ICMS ............................................................................................................................... 38 
LIVRO DIGITAL – CURSO DE ESCRITURAÇÃO FISCAL 2016 – PROF. DEJAMIR DA SILVA 
 
4 
 
1.10.3 Cálculo do ICMS nas saídas de mercadorias ...................................................... 41 
1.10.4 Diferencial de alíquota do ICMS .............................................................................. 41 
1.10.5 Do crédito do ICMS ..................................................................................................... 42 
1.10.6 IPI .................................................................................................................................... 42 
1.10.7 Cálculo do IPI nas saídas de mercadorias ........................................................... 44 
1.10.8 Benefícios fiscais do ICMS ....................................................................................... 45 
1.10.9 Incidência – Não incidência – isenção .................................................................. 45 
1.10.10 Hipóteses de não incidência do IPI .................................................................... 46 
1.10.11 Hipóteses de isenção do IPI ................................................................................ 46 
1.10.12 Hipóteses de não incidência do ICMS ............................................................... 46 
1.10.13 Hipóteses de isenção do ICMS ........................................................................... 46 
1.10.14 Suspensão – diferimento ...................................................................................... 47 
1.11 Regimes Tributários Municipais ...................................................................................... 48 
1.11.1 ISS ................................................................................................................................... 48 
1.11.2 Atividades Gerais ........................................................................................................ 49 
2. ESCRITURAÇÃO NA PRÁTICA ........................................................................................................52 
2.1 Escrituração do Simples .................................................................................................... 52 
2.2 Escrituração do lucro presumido .................................................................................... 52 
2.3 Escrituração do Lucro Real .............................................................................................. 52 
2.4 Escrituração do MEI ............................................................................................................ 52 
3. Anexos .......................................................................................................................................53 
3.1 A desenvolver ....................................................................................................................... 53 
 
LIVRO DIGITAL – CURSO DE ESCRITURAÇÃO FISCAL 2016 – PROF. DEJAMIR DA SILVA 
 
5 
 
ESCRITURAÇÃO FISCAL 
 
1. ESCRITURAÇÃO FISCAL 
 
1.1 Noções de Direito Tributário 
 
O Direito Tributário é um ramo do direito financeiro que trata das receitas 
tributárias. Ele não tem apenas o propósito de arrecadação dos tributos e sim 
regular as relações jurídicas entre os entes da federação e os contribuintes. 
É importante para aqueles que pretendem exercer funções em 
departamento fiscal conhecerem institutos, princípios tributários para formação 
de uma convicção mais sólida, os quais ajudarão, mais precisamente, no 
desempenho das funções fiscais nas organizações. 
 
1.1.1 Tributos 
 
A definição de tributo se encontra no Código Tributário. Tributo é uma 
prestação pecuniária compulsória, que deve ser efetuada em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir. Ele não deve constituir sanção de ato ilícito. Sua 
instituição deve ocorrer com a aprovação de leis ordinária ou complementar, 
dependendo de cada tributo e deve ser cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada. 
Os tributos são divididos em cinco: Impostos, Taxas, Contribuições de 
Melhorias, Contribuições Sociais e Empréstimo Compulsório. 
Os impostos são espécies de tributos cuja obrigação tem por fato gerador 
uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao 
contribuinte, ou seja, não há vinculação ou obrigatoriedade de aplicação 
específica do dinheiro arrecadado; o que significa que a arrecadação não deve 
estar vinculada a nenhuma destinação prévia do Estado. 
A taxa é uma das espécies de tributo que deve ser cobrada em razão do 
exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva e potencial, de serviços 
públicos específicos e divisíveis, quando prestados ou postos à disposição dos 
contribuintes. 
A contribuição de melhoria deve ser instituída para cobrir custos de obras 
públicas, quando ocorre valorização imobiliária. A cobrança desse tributo deve 
LIVRO DIGITAL – CURSO DE ESCRITURAÇÃO FISCAL 2016 – PROF. DEJAMIR DA SILVA 
 
6 
 
observar a soma das despesas realizadas e valorização de cada imóvel 
beneficiado. Na verdade, esse tributo apenas pode ser arrecadado quando uma 
obra pública valorizar determinada propriedade. 
As contribuições são tributos que têm como objetivo a regulamentação da 
economia, dos interesses de categorias profissionais, e do custeio da seguridade 
social e educacional. 
O empréstimo compulsório também é uma espécie de tributo, apesar do 
nome empréstimo. Eles são instituídos para atender as calamidades públicas ou 
guerra externa e para os investimentos públicos relevantes de interesse 
nacional. 
 
1.1.2 Classificação dos tributos 
 
Os tributos podem ser federais, estaduais e municipais, de acordo com o 
pacto federativo. A Constituição Federal do Brasil determina a competência 
desses entes da federação para instituir tributos. Praticamente, a lei determina 
os nomes dos tributos e sua competência, ou seja, de quem é a competência 
para instituir e cobrar tributos. 
Os tributos podem ser diretos e indiretos. Os primeiros são aqueles em 
que a própria pessoa suporta a arrecadação e cobrança dos tributos. Os 
impostos diretos têm incidência sobre o patrimônio e a renda, com 
responsabilidade pessoal. Exemplo: IRPF, IRPJ, IPTU, ITR, IPVA, entre outros. 
Os indiretos são os tributos que a responsabilidade pelo recolhimento e pela 
arrecadação é transferida a terceiros. Os impostos indiretos incidem sobre a 
produção e a circulação de bens e serviços que são repassados aos preços dos 
produtos. Exemplos: IPI, ICMS, ISS, COFINS, entre outros. 
A União pode instituir Imposto de Renda (IR), Imposto de Importação (II), 
Imposto de Exportação (IE), Imposto de operações Financeiras, Imposto sobre 
Produtos Industrializados (IPI), Imposto Territorial Rural (ITR) e Imposto sobre 
Grandes Fortunas (IGF). 
Os Estados têm a competência de criar o Imposto de Circulação de 
Mercadoria e Serviços de Transporte Intermunicipal ou interestadual e 
comunicação (ICMS), o Imposto sobre propriedade de Veículo Automotores 
(IPVA), e Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD).LIVRO DIGITAL – CURSO DE ESCRITURAÇÃO FISCAL 2016 – PROF. DEJAMIR DA SILVA 
 
7 
 
E, por fim, os Municípios podem instituir e cobrar os impostos, Imposto 
sobre Serviços de qualquer natureza (ISS), Imposto sobre a Propriedade Predial 
e Territorial Urbano (IPTU), e Imposto de Transmissão de Bens Inter Vivos (ITBI). 
Os Entes da Federação, União, Estados e Municípios podem instituir 
taxas, contribuição de melhorias. A competência é comum nesses casos, ou 
seja, esses tipos de tributos não têm competência específica como aqueles. Eles 
podem ser instituídos pela União, Estados e Municípios. 
 
1.1.3 Princípios constitucionais 
 
Na Constituição Federal, há alguns princípios que limitam o poder de 
tributar dos entes da federação, tais como: o da legalidade, o da anterioridade e 
o da anterioridade nonagesimal. 
Por lei, o tributo é instituído, ou seja, não há tributos sem a existência de 
uma lei aprovada pelo Poder Legislativo. Na verdade, não se pode exigir ou 
aumentar tributos sem que uma lei anterior estabeleça. 
Entretanto, há exceções. Por decreto, o Presidente da República pode 
alterar as alíquotas do Imposto de Importação (II), do Imposto de Exportação 
(IE), do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre 
Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores 
Mobiliários (IOF). 
De acordo com o princípio da anterioridade, o tributo deve ser instituído 
ou aumentado em um exercício financeiro para ser cobrado em outro. No Brasil, 
esse exercício financeiro é o mesmo que ano civil: janeiro a dezembro. Com isso, 
uma lei deve ser aprovada e publicada até 31 de dezembro para entrar em vigor 
no ano seguinte. Entretanto, nem todo tributo, por políticas públicas, segue esse 
princípio, são eles: II, IE, IPI, IOF. 
O princípio da anterioridade nonagesimal foi normatizado com a Emenda 
Constitucional nº 42/2003. Por ele, é proibido instituir ou aumentar contribuições 
sociais antes de noventa dias da publicação da lei que o instituiu ou aumentou. 
 
1.1.4 Imunidades 
 
A imunidade tributária advém da Constituição Federal. Há uma proibição 
dos entes da federação em instituir ou cobrar tributos em algumas situações 
LIVRO DIGITAL – CURSO DE ESCRITURAÇÃO FISCAL 2016 – PROF. DEJAMIR DA SILVA 
 
8 
 
determinadas pela lei. A União, os Estados e os Municípios não podem instituir 
impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços uns dos outros; b) templos de 
qualquer culto e patrimônio, renda ou serviço de partidos políticos, instituições 
de educação e de assistência social; c) livros, jornais, periódicos e papel 
destinado à sua impressão. Nesses casos, não há incidência de impostos, 
federais, estaduais ou municipais. 
 
1.1.5 Fato Gerador 
 
O Código Tributário Nacional, em seu artigo 114, diz que o fato gerador 
da obrigação tributária principal é a situação definida em lei como necessária e 
suficiente à sua ocorrência. Nessa definição, você percebe que só a lei descreve, 
define a situação cuja ocorrência gera a obrigação tributária principal. 
Outras expressões são utilizadas pela doutrina como sinônimo de fato 
gerador, são elas: suporte fático, situação base de fato, fato imponível, fato 
tributável e hipótese de incidência. Entretanto, a que mais prevalece entre todas 
é mesmo o fato gerador. E, ainda, a palavra fato gerador é a descrição única 
usada no nosso CTN. 
Continuando o estudo sobre fato gerador, pode se dizer que fato gerador 
é o fato ou situação que gera ou cria a obrigação tributária. Alguém diz que: “O 
conceito de fato gerador é o mais importante entre todos os que compõem o 
Direito Tributário”. O que você, aluno, acha? Será mesmo o mais importante no 
cenário tributário? 
Fato gerador presumido – § 7º do art. 150 da CF (EC 3/93) – sujeito 
passivo da obrigação tributária, a condição de responsável pelo pagamento do 
imposto ou contribuição – fato gerador posterior – a doutrina rejeita, mas os 
tribunais superiores vêm atestando a sua constitucionalidade. 
O fato gerador pode ser: Instantâneo, que tem origem em um só ato – 
ICMS ou IPI; imposto de importação; Complexo, que são vários fatos – IR – certo 
período; Renovado, sempre renovado em cada exercício financeiro – IPTU. 
 
1.1.6 Obrigação Tributária 
 
A obrigação tributária pode ser de dois tipos: obrigação principal ou 
acessória. A obrigação principal nasce com o fato gerador e tem por objeto o 
LIVRO DIGITAL – CURSO DE ESCRITURAÇÃO FISCAL 2016 – PROF. DEJAMIR DA SILVA 
 
9 
 
pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária. Principalmente, há extinção 
da obrigação tributária com o pagamento do tributo aos cofres públicos. Nesse 
sentido, a obrigação principal nasce com o fato gerador e encontra-se a extinção 
com o pagamento do débito tributário. 
Entretanto, para que ocorra a obrigação tributária, antes deve ser 
instituída uma lei, ordinária ou complementar, dependendo de cada tributo. 
Nessa lei, é determinada uma hipótese de incidência, que prevê, 
antecipadamente, a ocorrência de um fato. Com o surgimento de um fato previsto 
em lei, nasce a obrigação tributária. 
Por outro lado, a obrigação acessória é aquela que tem por objeto as 
prestações positivas ou negativas, decorrentes da legislação tributária, sempre 
no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
 
1.1.7 Crédito Tributário 
 
Com o fato gerador, nasce a obrigação tributária. Com isso, inicia-se o 
direito ao ente da federação de constituir o Crédito Tributário por meio do 
lançamento. Esse lançamento é essencial à constituição do crédito tributário, 
sem ele, não há crédito nem pagamento do tributo. Na verdade, primeiro, são 
feitas: a verificação da ocorrência do fato gerador, determinação da matéria 
tributável, identificação do sujeito passivo, verificação da base de cálculo e 
alíquotas a serem aplicadas, e, por fim, procede-se ao cálculo do tributo. 
Para consolidação do crédito tributário, há necessidade da notificação que 
é a comunicação ao sujeito devedor de sua existência. Na verdade, o devedor 
deve conhecer o crédito tributário, concordar ou não com ele, tendo oportunidade 
de impugná-lo, caso entenda necessário, quando houver algum erro ou vício. 
 
1.1.8 Tipos de lançamentos 
 
O lançamento do crédito tributário é de responsabilidade do ente tributável 
detentor da competência tributável, prevista na Constituição Federal. A 
fiscalização deveria fazer todo o serviço de lançamento e constituição do crédito 
tributário. Entretanto, não é isso que ocorre, na maioria das vezes, a legislação 
transfere essa incumbência ao contribuinte ou responsável pelo recolhimento do 
LIVRO DIGITAL – CURSO DE ESCRITURAÇÃO FISCAL 2016 – PROF. DEJAMIR DA SILVA 
 
10 
 
tributo. Apesar disso, o lançamento pode ser efetivado e revisto de ofício pela 
autoridade administrativa. 
Há várias modalidades de lançamentos: autolançamento ou de ofício, 
lançamento por declaração e lançamento por homologação. 
O autolançamento ou lançamento de ofício é aquele em que a autoridade 
tributária competente faz tudo sozinha, não dependente de ajuda do contribuinte 
ou do responsável. Exemplo desse tipo de lançamento é a constituição do crédito 
tributário do IPTU, em que a municipalidade faz todo o lançamento do crédito 
tributário. 
No lançamento por declaração, o lançamento é efetuado com base na 
declaração do sujeito passivo ou de terceiros, em que há prestação de todas as 
informações necessárias à constituição de crédito tributário, ou seja, sem ajuda 
do ente tributável, o contribuinte monta o crédito tributário, descobre a base de 
cálculos e alíquota, apura-se e recolhe-se o tributo. Nesse caso, não háantecipação do tributo. Exemplo dessa modalidade é a declaração do Imposto 
Territorial Rural (ITR). 
No lançamento por homologação, transfere-se ao sujeito passivo o dever 
de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. 
Nesse tipo de lançamento, há a antecipação do tributo. O contribuinte faz tudo 
sozinho e aguarda a homologação das autoridades fazendárias. 
 
1.1.9 Decadência 
 
A obrigação tributária nasce com a ocorrência do fato gerador. Desse 
acontecimento, surge ao ente tributável o direito de constituir o crédito tributário 
por meio do lançamento. Há um prazo de cinco anos para que isso ocorra, ou 
seja, o ente tributável tem cinco anos do fato gerador para constituir o crédito 
tributário por meio do lançamento. Se a constituição desse crédito ocorrer fora 
desse prazo, acontece o fenômeno da decadência. 
A decadência é uma modalidade de extinção do crédito tributário, ou seja, 
o crédito desaparece, o contribuinte ou responsável, nesse caso, não tem 
obrigação nenhuma. Na verdade, o crédito não existe mais. 
 
 
LIVRO DIGITAL – CURSO DE ESCRITURAÇÃO FISCAL 2016 – PROF. DEJAMIR DA SILVA 
 
11 
 
1.1.10 Prescrição 
 
Na prescrição, diferente da decadência, o crédito já se encontra 
devidamente constituído, a cobrança judicial acontece depois de cinco anos do 
permitido. A fazenda pública tem cinco anos para mover o Judiciário e propor 
ação de execução para cobrar seu crédito tributário. Não o fazendo nesse prazo, 
ocorre o fenômeno da prescrição, perda do direito de cobrar judicialmente o 
crédito tributário. 
A prescrição também é uma modalidade de extinção do crédito tributário. 
Com a decretação da prescrição, desaparece a obrigação tributária e o 
consequente dever de pagar o tributo correspondente. 
 
1.1.11 O Instituto da Consulta 
 
Quando houver dúvidas no cumprimento de obrigação, pode o 
contribuinte ou responsável consultar a Fazenda. Geralmente, as consultas 
deverão ter por base um fato ou uma hipótese. O objetivo é dar ao consulente 
esclarecimento quanto à interpretação da legislação tributária. Nesse tempo, 
com a Consulta em andamento, ou seja, ainda sem resposta, não se inicia ação 
fiscal nem se aplicam penalidades, quando possíveis. 
 
1.1.12 Dívida ativa 
 
O débito tributário não pago é inscrito na dívida ativa. Essa inscrição não 
integra o lançamento; no caso, é posterior a ele; e serve, dentre outras 
finalidades, para possibilitar a extração da Certidão de Dívida Ativa, a 
formalização do título executivo extrajudicial, que permitirá à Fazenda Pública 
ingressar com a competente ação de execução fiscal contra o devedor. 
Com a inscrição, ocorre anotação em um livro específico ou em banco de 
dados o nome, o endereço do devedor e dos corresponsáveis conhecidos, o 
valor originário da dívida, o termo inicial dos juros e da correção monetária, a 
origem do crédito, sua natureza tributária ou não tributária, seu fundamento legal 
ou contratual, a data da inscrição e, se for o caso, o número do processo 
administrativo no qual o débito foi constituído. 
LIVRO DIGITAL – CURSO DE ESCRITURAÇÃO FISCAL 2016 – PROF. DEJAMIR DA SILVA 
 
12 
 
A inscrição constitui dívida ativa. Qualquer omissão dos requisitos da 
certidão ou erro relativos a eles causa a nulidade da inscrição e do processo de 
cobrança dela decorrente. 
 
1.1.13 Certidões Negativas 
 
A lei poderá exigir prova de quitação de determinado tributo. Essa será 
feita por Certidão Negativa, expedida a requerimento do interessado. Em face 
da existência de débito, pode a autoridade administrativa fornecer certidão 
positiva. 
A certidão positiva terá o mesmo valor da negativa quando houver 
existência de crédito não vencido ou em curso de cobrança executiva em que 
tenha sido efetivada a penhora, cuja exigibilidade esteja suspensa. 
 
1.1.14 Atividades de direito tributário 
 
A- Questões 
1. O que você entende por Direito Tributário? 
 
 
2. Qual a definição de tributos? 
 
 
3. Quais as espécies de tributos? 
 
 
4. O que seria um tributo vinculado? 
 
 
5. Quais as funções dos tributos? 
 
 
6. De acordo com o princípio federativo, os tributos podem ser? 
 
 
LIVRO DIGITAL – CURSO DE ESCRITURAÇÃO FISCAL 2016 – PROF. DEJAMIR DA SILVA 
 
13 
 
7. Qual a diferença de tributo direito e indireto? 
 
 
8. Quais os impostos federais, estaduais e municipais? 
 
 
9. O que significa competência tributária? 
 
 
10. Qual o significa do princípio da anterioridade? 
 
 
11. Qual a diferença entre imunidade e isenção? 
 
 
12. O que significa fato gerador? 
 
 
13. Quais os tipos de obrigação tributária? 
 
 
14. Como nasce o crédito tributário? 
 
 
15. Quais os tipos de lançamentos? Quais os impostos sujeitos a eles? 
 
 
16. Como acontece a Decadência Tributária? 
 
 
17. Como acontece a Prescrição Tributária? 
 
 
18. Qual o objetivo do Instituto Jurídica Tributário da Consulta? 
 
LIVRO DIGITAL – CURSO DE ESCRITURAÇÃO FISCAL 2016 – PROF. DEJAMIR DA SILVA 
 
14 
 
 
19. Por que o Crédito Tributário é inscrito na Dívida Ativa? 
 
 
20. Para que servem as Certidões Negativas? 
 
 
21. O que significa Certidão positiva? 
 
 
 
B- Questões para pensar 
 
1. A desenvolver. 
 
1.2 Fontes do Direito Tributário 
 
O Direito Tributário tem como base a Constituição Federal, leis 
complementares e ordinárias, e as normas complementares. 
As normas complementares são importantes para a arrecadação e 
fiscalização da tributação. Principalmente, elas ditam as regras das obrigações 
acessórias. Elas são compostas de decretos, portarias, instruções normativas, 
decisões normativas, resoluções, comunicados, consultas tributárias, entre 
outras. 
 
1.3 Obrigações Acessórias 
 
Obrigações tributárias são de duas espécies: Obrigação principal e 
obrigação acessória. A primeira é aquela que é cumprida pelo contribuinte ou 
responsável com o pagamento do tributo. A acessória é tudo que a legislação 
obriga as pessoas envolvidas na tributação para trabalhar de alguma forma para 
ajudar na arrecadação de tributos, tais como preenchimentos de livros, guias, 
entre outros documentos fiscais. 
 
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15 
 
1.3.1 Escrituração fiscal 
 
A escrituração fiscal é uma obrigação acessória que os contribuintes, 
principalmente, do ICMS e do IPI, devem cumprir rigorosamente. A lei determina 
as formas de registros das notas fiscais em livros de entradas ou de saída de 
mercadorias. 
Bens são transferidos entre pessoas, diariamente. Como prova, essa 
transferência exige um documento comprobatório. Em direito, móveis são 
transferido com a tradição e os imóveis requer um documento Escritura Pública 
do imóvel registrada no Cartório Imobiliário. 
Normalmente, na transferência de bens móveis entre pessoas físicas, 
exige apenas um recibo que prova o pagamento do bem. 
Na movimentação e circulação de mercadorias de um local a outros, 
pessoa jurídica a pessoa física, ou, até mesmo, transferência de mercadorias 
entre pessoas jurídicas, a lei tributária exige a emissão de uma nota fiscal, com 
o destaque, principalmente, dos tributos correspondentes, para comprovar a 
transferência do bem e arrecadação da tributação. 
Geralmente, os tributos são cobrados mensalmente. Para isso, há a 
exigência de escriturar todas as notas fiscais de entradas ou de saídas de 
mercadorias em livros próprios, com a finalidade precípua de apurar os tributos 
devidos. 
A escrituração fiscaltambém abrange preenchimento de guias, relatórios, 
declarações, entre outros. 
 
1.3.2 Nota fiscal 
 
As notas fiscais são documentos fiscais obrigatórios1 para transferir 
mercadorias entre pessoas físicas ou jurídicas, em que deve ser indicada a 
mercadoria, com os cálculos dos impostos, quando há incidência tributária. Na 
verdade, esses documentos devem ser utilizados nas operações internas ou 
interestaduais, de entrada ou de saída de mercadorias de bens. 
 
1 Sua obrigatoriedade do ICMS está prevista no art. 124 do RICMS/2000 e do IPI, no art. 323 do 
RIPI/2002. 
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16 
 
Na nota fiscal, há vários campos obrigatórios: numeração, dados do 
emitente, dados do produto, código do produto, Classificação Fiscal, dados do 
IPI e do ICMS, Código da Situação Tributário (CST), entre outros. 
Atualmente, com a modernidade, a nota fiscal deve ser elaborada 
eletronicamente (NF-e). É um documento digital, emitido e armazenado 
eletronicamente, com a finalidade de documentar uma operação de circulação 
de mercadorias ou prestação de serviço, com validade jurídica confirmada pela 
assinatura digital do emitente e a autorização da Fazenda Pública. 
O arquivo eletrônico da nota fiscal deve ser transmitido pela Internet para 
a Secretaria da Fazenda, com pré-validação do arquivo e devolução de um 
protocolo de recebimento (autorização de uso), para que possa haver o trânsito 
da mercadoria. 
Para acompanhar as mercadorias no trânsito, é impressa uma 
representação gráfica simplificada da Nota Fiscal eletrônica, denominada de 
Danfe – Documento Auxiliar da Nota Fiscal eletrônica, em única via, com 
indicação da chave de acesso e com código de barras bidimensional, para 
pesquisa dos interessados nas unidades fiscais correspondentes. 
Situações que podem ocorrer com a transmissão da nota fiscal eletrônica: 
autorização, rejeição, denegação e, em contingência2. 
O cancelamento desse documento eletrônico é possível desde que a 
mercadoria não tenha saído do estabelecimento. Um arquivo deve ser enviado 
ao Sefaz solicitando o cancelamento na nota fiscal já autorizada. 
 
1.3.3 Livros fiscais 
 
De acordo com a legislação, as operações de mercadorias ou serviços 
devem ser escrituradas em livros fiscais. O contribuinte deve manter, em cada 
estabelecimento, para uso, os seguintes livros: 
 
- Registro de Entrada, modelo 1 e 1-A; 
- Registro de Saída, modelo 2, 2-A; 
- Registro de Controle de Produção e do Estoque, modelo 3; 
 
2 Na emissão da nota fiscal, quando ocorrer falhas no sistema da Receita Federal, o contribuinte pode 
emitir nota fiscal em contingência. 
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17 
 
- Registro de Impressão de Documentos Fiscais, modelo 5; 
- Registro Utilização de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências, mod. 6; 
- Registro de Inventário, modelo 7; 
- Registro de Apuração do IPI, modelo 8; 
- Registro de Apuração do ICMS, modelo 9; 
- Entre outros. 
 
No Estado de São Paulo – ICMS, não há mais necessidade de autenticar 
os livros fiscais previamente3. Essa autenticação acontece com a fiscalização da 
empresa. 
Os livros fiscais devem ser mantidos à disposição da fiscalização por cinco 
anos, contando da data de seu encerramento, e, quando contiverem escrituração 
relativa a operações ou prestações objeto de processo pendente, até a decisão 
definitiva. 
 
1.3.4 Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA 
 
A apuração do ICMS que acontece mensalmente deve ser informada à 
Fazenda Pública Estadual por CFOP – Código Fiscal de Operações de 
Prestações – por meio de Guia de Apuração do ICMS (GIA). A versão atual da 
GIA é 0801, desde 10/10/2014. 
As informações, operações e prestações realizadas pelos contribuintes do 
ICMS que devem constar na GIA, são extraídas da escrituração dos livros fiscais, 
Registro de Entradas, Saídas e Apuração do ICMS. 
Essas operações e prestações são identificadas com o Código Fiscal de 
Operações e Prestações – CFOP, com base no resumo constante dos livros 
fiscais de Entrada e Saída. 
 
1.3.5 Declarações e demonstrativos 
 
Para cumprir as exigências fiscais, responsabilidade tributária, obrigação 
tributária acessória, o contribuinte ou responsável deve entregar durante o ano-
calendário vários relatórios ou declarações. 
 
3 De acordo com a Portaria CAT nº 17, de 21 de março de 2006. 
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18 
 
 
Na esfera federal: 
a) Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF). 
b) Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ). 
c) Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF). 
d) Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais. 
e) Declaração Especial de Informações Fiscais Relativas ao controle do Papel 
Imune (DIF). 
 
Na esfera estadual: 
a) Guia de Informação e Apuração do ICMS (GIA). 
b) Declaração do Simples Nacional – Substituição Tributária e ao Diferencial 
de Alíquota (STDA). 
c) Sintegra – Sistema de Informações sobre Operações Interestaduais com 
Mercadorias e Serviços. 
d) Declaração para o Índice de Participação dos Municípios (Dipam B). 
 
1.3.6 Operações ou transferência de mercadorias 
 
Nas organizações, Pessoa Jurídica, acontecem transferências de bens, 
constantemente, quando há aquisição, venda ou saída ou entrada de outra 
natureza. 
Nas operações de venda de produto industrializado pelo industrial ou 
equiparado a industrial, a nota fiscal deve trazer a mercadoria, quantidade, peso, 
transportador, além de outros dados, o destaque do ICMS e do IPI. Essa nota 
fiscal de venda deve ser escriturada no livro de saída da empresa vendedora e, 
também, no livro de entrada da empresa compradora. 
Se as mercadorias adquiridas de terceiros e vendidas não há destaque do 
IPI com a saída, havendo destaque apenas do ICMS. Também com lançamentos 
da nota fiscal em livros de saída e entrada, respectivamente. 
Há outras operações que acontecem nas organizações: industrialização, 
venda para entrega futura, remessa de mercadorias para demonstração, saída 
de mercadorias a título de mostruário, entre outras. 
 
 
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19 
 
1.3.7 Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP) 
 
A utilização do CFOP é uma obrigação acessória e necessária para 
identificar a procedência do produto ou serviço. É um requisito obrigatório 
estadual. 
Os códigos fiscais de operações e prestações devem ser utilizados em 
documentos de entradas e saídas, de acordo com Anexo V do RICMS/SP. Nas 
entradas e nas saídas, aplicam-se os códigos da seguinte forma: 
 
1000 – Entradas ou Aquisições de Serviços do Estado 
2000 – Entradas ou Aquisições de Serviços de Outros Estados 
3000 – Entradas ou Aquisições de Serviços do Exterior 
 
5.000 – Saídas ou Prestações de Serviços para o Estado 
6.000 – Saídas ou Prestações de Serviços para Outros Estados 
7.000 – Saídas ou Prestações de Serviços para o Exterior 
 
1.3.8 Código da Situação Tributária (CST) 
 
O Código da Situação Tributária foi instituído pela legislação para 
identificar a origem da mercadoria e o regime de tributação da mercadoria que 
será transferida a terceiro, mediante nota fiscal. Ele é composto por três dígitos: 
o primeiro indica a origem do produto, com base na Tabela A,e os dois últimos 
dígitos à tributação do ICMS, com base na Tabela B. 
 
1.3.9 Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) 
 
O Governo Federal está preocupado com a arrecadação e fiscalização 
tributária. Por isso, ele desenvolve um Sistema Público de Escrituração Digital 
(SPE), com o propósito de modernização do sistema fiscal. 
Esse sistema é um programa do Governo Federal que se divide em vários 
projetos. Entre eles, o que interessa ao estado é o SPED EFD Fiscal e SPED 
EFD contribuições do PIS e da COFINS. 
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20 
 
A escrituração fiscal digital (EFD) é, praticamente, um arquivo digital com 
a escrituração de documentos fiscais e de outras informações de interesse da 
fiscalização. 
O arquivo digital SPED EFD que contém informações fiscais dos 
contribuintes deve seguir o leiaute aprovado pelo Ato COTEPE, ser assinado 
digitalmente e transmitido pela Internet ao ambiente SPED. 
O outro arquivo digital SPED EFD Contribuições do PIS e da COFINS é 
um arquivo digital obrigatório às pessoas jurídicas de direito privado na 
escrituração dessas contribuições e de outras informações fiscais. Esse 
documento também deve ser assinado digitalmente, enviado pela Internet, por 
meio do PVA, ao ambiente SPED. 
 
1.4 Regimes Tributários Nacionais 
 
Regime tributário é a forma como a tributação deve acontecer, ou seja, há 
regras que estabelecem a forma de tributação, alíquotas, base de cálculos, entre 
outros. 
Pode conceituar regime tributário como modos de tributação, conjunto de 
normas norteadoras da sistemática de tributação. A maneira ou o modo de 
tributar existe em todos os tributos federais, estaduais e municipais. Na verdade, 
cada tributo tem seu regime de tributação. 
Quando inicia um negócio, começa a preocupação para escolher o regime 
de tributação da empresa, principalmente, para o Imposto de Renda Pessoa 
Jurídica, aquele que é principal e possui várias modalidades de tributação. 
Como regra, a empresa pode adotar um dos regimes de tributação pelo 
imposto de renda: Lucro Real, Lucro Presumido, Simples Nacional ou regime de 
tributação MEI. 
O negócio menor pode escolher qualquer um, mas o maior não tem esse 
poder. Há proibições nas escolhas tributárias. Exemplo: as instituições 
financeiras serão tributadas apenas pelo Lucro Real, não há escolha. As 
microempresas podem adotar o regime de lucro real ou presumido, mas não 
pode escolher o regime do MEI, opção dos microempreendedores individuais. 
 
1.4.1 Tributação com base no Lucro real 
 
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21 
 
Há dois tipos de lucro apurados pelas entidades: o lucro contábil e o lucro 
fiscal que é apurado fora do sistema contábil. Ele é denominado de lucro real. 
O lucro real é base de cálculo do regime de tributação do imposto de renda 
das pessoas jurídicas em geral. O lucro real é o valor considerado como real 
aumento do patrimônio em um determinado período em termos fiscais. 
 A lei define lucro real como lucro líquido do exercício ajustado pelas 
adições, exclusões ou compensações determinadas pela legislação tributária4. 
O lucro líquido é apurado com base em escrituração contábil dos fatos 
patrimoniais, principalmente, aumentativos ou diminutivos do patrimônio. Nem 
sempre o resultado das operações patrimoniais significa lucro; quando as 
despesas se sobrepõem às receitas, apura-se prejuízo líquido do exercício. 
O sistema de apuração do tributo pelo Lucro Real exige o reconhecimento 
apenas das receitas e das despesas pelo regime de competência. Entretanto, há 
casos em que se admite a aplicação do regime de Caixa: nas empreitadas ou no 
fornecimento contratado com Pessoa Jurídica de Direito Público; nas entidades 
com atividade imobiliária; nas vendas a prazo de ativo permanente e empresa 
com variação cambial em suas operações. 
O contador precisa obter conhecimento da legislação tributária, 
especialmente, relativa ao imposto de renda. O conhecimento dessa legislação 
exige noções da ciência contábil. 
As pequenas empresas e microempresas estão dispensadas da 
escrituração contábil, quando optam por tratamento diferenciado, denominado 
Supersimples. Esse é um Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e 
Contribuições, no qual ocorre a unificação de vários tributos. Da receita bruta, 
aplica-se uma alíquota única, dependendo de cada tipo empresa. 
 
1.4.2 Tributação com base no Lucro presumido 
 
As empresas podem ser dispensadas de escrituração contábil de suas 
transações, optando, quando possível5, pelo lucro presumido. O imposto de 
renda é apurado sobre o lucro presumido, cujo valor resulta da aplicação de 
coeficiente definido em lei sobre a receita bruta anual. Esse coeficiente depende 
 
4 Art. 6º do Decreto-lei n. 1.598/1977. 
5 A lei determina várias exigências legais para o exercício da opção pelo lucro presumido. 
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22 
 
da natureza da atividade da empresa. A apuração da receita bruta é baseada no 
ano civil. 
Os percentuais de presunção do lucro presumido são de 1,6% para 
revenda de consumo de combustível de derivado de petróleo, álcool etílico 
carburante e gás natural; 32% para empresa de prestação de serviços de 
profissões legalmente regulamentadas; 16% para empresas de serviços de 
transporte, exceto o de carga; 8% para as demais, como revenda de 
mercadorias, atividade rural, representação comercial, loteamento de terreno, 
execução de obras de construção civil com emprego de materiais, serviços 
hospitalares, de transportes de cargas e outras atividades. 
Há pessoas jurídicas que não podem utilizar esse regime jurídico de 
tributação com base no lucro presumido. Quando não dispuser de escrituração 
contábil regular para demonstrar o seu lucro real, possivelmente, será tributada 
com base no lucro arbitrado. 
 
1.4.3 Vantagens e desvantagens do Lucro Presumido 
 
A princípio, o ideal é apurar os tributos pelo regime de apuração Lucro 
Real. O governo oferece outras formas de cálculos para facilitar a arrecadação 
e fiscalização dos tributos. Os sistemas de apuração trazem vantagens e 
desvantagem para o contribuinte. Não há sistemas perfeitos. 
 
Vantagens do Lucro Presumido 
a) A contabilidade não exige tanto rigor, preocupação menor, a base do imposto 
é faturamento. 
b) Não há emissão ou preenchimento LALUR. 
c) A contabilidade pode ser simplificada e única vez ao ano. 
d) Os impostos são pagos trimestralmente. 
e) Os lucros podem ser distribuídos a cada trimestre. 
f) Os lucros apurados podem servir de base para a remuneração do capital 
próprio. 
g) As retenções nas fontes de impostos podem ser compensadas a qualquer 
momento. 
h) As retenções na fonte não utilizadas no trimestre, podem ser atualizadas à 
taxa de 1%, mais a aplicação da Selic; 
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23 
 
i) Os impostos apurados (IRPJ e CSLL) trimestralmente podem ser parcelados 
em três vezes. 
j) Escolha do regime de apuração do imposto entre o Regime de Competência 
e Regime de Caixa. 
 
 Desvantagens do Lucro Presumido 
a) Não há informações contábeis mensalmente, com a escrituração da 
contabilidade anualmente. 
b) O empresário pode operar em prejuízo e pagar impostos injustamente. 
c) Não haverá relatórios para a tomada de decisões. 
d) Há proibição da utilização de incentivos fiscais. 
 
1.4.4 Cálculo do Lucro Presumido 
 
Uma Pessoa Jurídica tributadapelo Lucro Presumido teve as seguintes 
informações fiscais, no primeiro trimestre de 20xx: 
Discriminação Valor em R$ 
Vendas de Mercadorias 500.000,00 
Vendas de Serviços 200.000,00 
Juros de aplicação financeira 20.000,00 
Imposto de Renda Retido na Fonte s/ aplicações 4.000,00 
 
Nos serviços prestados pela Pessoa Jurídica, foram retidos os seguintes 
tributos: 
Discriminação Serviços R$ Alíquota Tributo retido 
Imposto de Renda 200.000,00 1,5% 3.000,00 
CSLL 200.000,00 1,0% 2.000,00 
PIS 200.000,00 0,65% 1.300,00 
COFINS 200.000,00 3,00% 6.000,00 
 
Com base nessas informações, devem ser apurados os seguintes tributos 
e, também, o lucro a ser distribuído aos sócios trimestralmente. A base de cálculo 
ou Lucro Presumido deve ser calculada para que possam ser apurados os 
impostos incidentes sobre esse lucro. 
 
IRPJ 15,00% 
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24 
 
Adicional IRPJ 10,00% 
Contribuição Social 9,00% 
PIS 0,65% 
Contribuição Social 3,00% 
Lucro a distribuir 
 
 
 
 
 
Cálculo da base de cálculo IRPJ – Lucro Presumido 
Discriminação Em R$ Alíquota Lucro em R$ 
Vendas mercadorias 500.000,00 8% 40.000,00 
Vendas serviços 200.000,00 32% 64.000,00 
Receitas financeiras 20.000,00 20.000,00 
Base de cálculo 124.000,00 
 
Apuração dos IRPJ que incidem sobre o Lucro Presumido 
Discriminação BC - Em R$ Alíquota Lucro em R$ 
IRPJ 124.000,00 15% 18.000,00 
Adicional do Imposto 
124.000,00 – 60.000,00 
 
64.000,00 
 
10% 
 
 
6.400,00 
 (-) IRRF s/ aplicação (4.000,00) 
 (-) IRRF s/ serviços (3.000,00) 
= IRPJ a Recolher 17.400,00 
 
Cálculo da base de cálculo Contribuição Social – Lucro Presumido 
Discriminação Em R$ Alíquota Lucro em R$ 
Vendas mercadorias 500.000,00 12% 60.000,00 
Vendas serviços 200.000,00 32% 64.000,00 
Receitas financeiras 20.000,00 20.000,00 
Base de cálculo 144.000,00 
 
Apuração da Contribuição Social incidem s/ o Lucro Presumido 
Discriminação BC - Em R$ Alíquota Lucro em R$ 
Contribuição Social 144.000,00 9% 12.960,00 
 (-) CSLL ret. s/ Serviços (2.000,00) 
= Contribuição Social a Recolher 10.960,00 
 
Apuração do PIS s/ o Lucro Presumido 
Discriminação BC - Em R$ Alíquota Lucro em R$ 
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25 
 
PIS 720.000,00 0,65% 4.680,00 
 (-) PIS ret. s/ Serviços (1.300,00) 
= PIS a Recolher 3.380,00 
 
Apuração Da COFINS s/ o Lucro Presumido 
Discriminação BC - Em R$ Alíquota Lucro em R$ 
COFINS 720.000,00 3% 21.600,00 
 (-) COFINS ret. s/ Serviços (6.000,00) 
= COFINS a Recolher 15.600,00 
 
Com base nos cálculos dos tributos, Sistema de Apuração Lucro 
Presumido, descobre o Lucro Líquido que pode ser distribuído aos sócios, sem 
a incidência de impostos, de acordo com a IN nº 93/1997, art. 48, § 2º. 
Os valores a serem deduzidos na apuração do lucro a distribuir são o 
resultado do tributo, desconsiderando as retenções na fonte. 
 
 Discriminação Valor em R$ 
 Lucro bruto apurado (BC IR) 124.000,00 
(-) IRPJ 18.000,00 
(-) Adicional IR 6.400,00 
(-) Contribuição Social 12.960,00 
(-) PIS 4.680,00 
(-) COFINS 21.600,00 
(=) LUCRO LÍQUIDO A DISTRIBUIR 60.360,00 
 
 
1.4.5 Tributação com base no Lucro arbitrado 
 
O regime jurídico denominado de lucro arbitrado é utilizado 
exclusivamente pelo fisco. Normalmente, as pessoas jurídicas incidentes a 
tributos utilizam o sistema do Lucro Real. Com a intenção de facilitar a 
arrecadação e fiscalização do imposto de renda pessoa jurídica, criou-se um 
sistema diferente, podendo a empresa presumir o lucro com base no 
faturamento. Além desse sistema, foi instituído o Simples, sistema unificado de 
pagamento de tributos, direcionado às empresas de pequeno porte e às 
microempresas. 
A princípio, o lucro arbitrado originar-se-á da aplicação de uma 
porcentagem sobre a receita bruta, quando for conhecida. Essa porcentagem é 
determinada pelo Ministro da Fazenda, sempre de acordo com a atividade 
econômica do contribuinte. 
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26 
 
Há casos em que, se desconhecendo a receita bruta, apura-se o lucro 
com base no valor do ativo, do capital social, do patrimônio líquido, da folha de 
pagamento dos empregados, das compras, do aluguel das instalações ou, até, 
de lucro líquido de períodos anteriores. 
Apesar de o nome ser lucro arbitrado, a autoridade administrativa não 
exerce a forma arbitrária. Para que possa ser apurado o lucro arbitrado, o fisco 
deve seguir critérios normativos pré-estabelecidos. 
A escrita contábil do contribuinte pode ser desconsiderada pelo fisco, 
quando conter vícios, erros ou deficiências que impossibilitem a determinação 
do lucro real. Se houver elementos hábeis a demonstrar o lucro real auferido pelo 
contribuinte, não pode a fiscalização utilizar o sistema do lucro arbitrado. 
A apuração pelo lucro presumido é uma técnica autorizada pela lei, não é 
penalidade aplicada pelo fisco. Na verdade, busca-se um mecanismo para 
apuração do imposto de renda quando houver dificuldade pelo regime de lucro 
real ou de lucro presumido. 
 
1.4.6 Pessoas Físicas Equiparadas à Pessoa Jurídica 
 
Como regra, as pessoas jurídicas são as contribuintes do imposto de 
renda. Há pessoas físicas que são equiparadas a pessoas jurídicas para o 
sistema de tributação do imposto. 
Mesmo não sendo pessoa jurídica, são equiparadas como pessoa jurídica 
para o recolhimento do imposto de renda: a pessoa física que explora habitual e 
profissionalmente atividades econômicas, inscritas ou não no Registro do 
Comércio ou no Registro Civil; a pessoa física que pratica incorporação de 
prédios em condomínio ou loteamento de terrenos e as sociedades em conta de 
participação. 
Nessas atividades praticadas por pessoa física, elas devem oferecer a 
receita obtida para tributação em regime jurídico da pessoa jurídica. 
 
1.4.7 Principais Incidências Tributárias 
 
As pessoas jurídicas que buscam o lucro como objetivo principal em suas 
operações e parcela ou total do lucro pode ser distribuído aos sócios como 
retorno de seus investimentos são sujeitos a vários tributos. 
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27 
 
O Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro são de 
competência da União, impostos federais, e incidem sobre o resultado do 
exercício: lucro. 
A COFINS, PIS/PASEP e o ISS são impostos que incidem sobre a receita 
bruta. Os dois primeiros são tributos federais e o último, municipal que incide 
sobre as vendas de serviços. 
O IPI e ICMS são impostos que incidem sobre o valor das saídas de 
produtos ou mercadorias tributadas, compensando-se com os pagamentos 
efetuados quando da compra das mercadorias. Atualmente, a COFINS e PIS 
também possuem essa sistemática. 
 
1.4.8 Simples 
 
O sistema de arrecadação de tributos das microempresas e pequenas 
empresas, denominado Simples Nacional, foi criado pelo Governo Federal por 
Lei Complementar 123, de 14 de dezembro de 20066. Ele vigora desde 1º de 
julho de 2007. Essa lei foi alterada pela Lei Complementar nº 139/2011. É o novo 
Estatuto Nacional dessas microempresas e pequenas empresas, regime 
especial unificado de arrecadação de tributos. 
Essa norma, além da arrecadação de impostos e contribuições de 
tributos, regula apuração, o cumprimento de obrigações trabalhistas e 
previdenciárias, o acesso ao crédito e ao mercado, com observânciade 
preferência desses tipos empresariais nas aquisições de bens e serviços pelos 
Poderes Públicos, à tecnologia, ao associativismo e às regras de inclusão. 
Na matéria tributária, a nova lei criou o Regime Especial Unificado de 
Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e 
Empresas de Pequeno Porte, denominado de Simples Nacional e também 
conhecido como Supersimples, que reúne os impostos e as contribuições da 
União, do Estado e do Município, com regime único de arrecadação, incluindo 
obrigações acessórias. 
 
6 Art. 146. Cabe a Lei Complementar: III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: d) 
definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes 
especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da 
contribuição a que se refere o art. 239. Essa lei também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e 
contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
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28 
 
O sistema integrado de recolhimento de tributos denominados de Simples 
Nacional tem o objetivo de: integrar a fiscalização federal, estadual e municipal; 
melhorar o ambiente de negócios; racionalizar procedimentos; unificar os 
recolhimentos de tributos; facilitar o cumprimento das obrigações tributárias; 
reduzir a carga tributária; diminuir a informalidade e incentivar o 
empreendedorismo. 
Pode participar desse sistema a sociedade empresária, a sociedade 
simples e empresária individual (empresário), devidamente inscritos no Registro 
de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, 
respectivamente, e cuja receita bruta anual não ultrapasse R$ 360.000,00, para 
as microempresas ou R$ 3.600.000,00, para as empresas de pequeno porte para 
o exercício de 2012. Esses valores devem ser atualizados com base no IGP-DI, 
ou por índice oficial que venha a substituí-lo. Para isso, o Poder Executivo federal 
deverá emitir decreto específico. 
A empresa que exceder o limite de receita bruta anual de R$ 
3.600.000,00, em um exercício, fica excluída desse regime, no ano-calendário 
seguinte. O limite de receita bruta será proporcional ao número de meses para 
empresas criadas durante o ano-calendário e optaram pelo sistema. 
As microempresas que excederem o limite previsto de R$ 360.000,00, ou 
proporcionalmente às novas, no calendário, perdem a condição de 
microempresa e, no ano seguinte, serão consideradas empresas de pequeno 
porte. Também o caminho inverso pode ocorrer, ou seja, empresa na condição 
de empresa de pequeno porte não ultrapassando o limite de R$ 360.000,00, 
passa à condição de microempresa. 
Entretanto, nem todas as organizações nessas condições podem aderir a 
esse sistema de arrecadação de tributos. 
O limite de faturamento para se considerar microempresa ou empresa de 
pequeno porte de empresas novas é o somatório dos meses de vida dessa nova 
organização, ou seja, são considerados os meses de atividades dela; por 
exemplo, a empresa nasceu em agosto. Conta-se agosto, setembro, outubro, 
novembro e dezembro; cinco meses; divide-se o limite do item anterior por 12 e 
multiplica pelo número de meses de atividade da nova organização. Esse 
montante é limite para novas empresas que nasceram durante o ano-calendário. 
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29 
 
Os limites impostos pela lei são com base na receita bruta da organização 
que conceitua como o produto de venda de bens e serviços nas operações de 
conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em 
conta alheia. 
Estão proibidas de participarem deste regime especial de recolhimento de 
tributos: a empresa cujo capital participe outra pessoa jurídica; as filiais, as 
sucursais, as agência ou representações, no País, de pessoa jurídica com sede 
no exterior; a empresa cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como 
empresária, ou seja, sócia de outra que esteja nesse regime simplificado, quando 
ultrapassar o limite estabelecido de R$ 3.600.000,00; o titular ou sócio participe 
com mais de 10% do capital de outra empresa não beneficiada por essa lei e 
que a receita ultrapasse o limite de R$ 3.600.000,00; as empresas constituídas 
como cooperativas, salvo as de consumo; empresa que participa no capital de 
outra pessoa jurídica; as atividades de bancos e correlatas; as empresas 
resultantes de cisão ou outras formas de desmembramentos de pessoa jurídica 
que tenha ocorrido em um dos 5 anos-calendário anteriores e as constituídas 
sob a forma de sociedade por ações. 
As microempresas e as empresas de pequeno porte devem acrescentar 
à sua firma ou denominação as expressões “Microempresa” ou “Empresa de 
Pequeno Porte”, ou, abreviadamente, “ME” ou “EPP”. 
As empresas também podem incluir o objeto social de sua atividade na 
denominação social. 
Essa adição no nome empresarial de Microempresas ou de Empresa de 
Pequeno Porte, abreviadamente ou não, deve ser efetuado no ato de inscrição 
do empresário e no contrato social da sociedade, ou seja, tais expressões só 
podem ser acrescidas em atos posteriores a esses. 
As empresas participantes do sistema especial, denominado de 
Supersimples, recolherem os tributos mensalmente, mediante documento único 
de arrecadação de impostos: 
 
a) IRPJ – Imposto de Renda de Pessoa Jurídica. 
b) IPI – Imposto sobre Produtos Industrializado. 
c) CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. 
d) COFINS – Contribuição para o financiamento da Seguridade Social. 
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30 
 
e) PIS e PASEP. 
f) Contribuição para a Seguridade Social. 
g) ICMS – Imposto sobre operações Relativas à Circulação de Mercadorias e 
sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestaduais e intermunicipais 
e de comunicações. 
h) ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza. 
 
O sistema de cálculos do tributo é complexo. A alíquota é determinada 
com base na receita bruta dos últimos 12 meses (faturamento). Havia 20 Tabelas 
para cálculo do tributo (substituição tributária, contribuintes do ISS, entre outras). 
Atualmente, são seis as tabelas. As alíquotas nos cálculos do tributo vão de 4% 
até 17,42%, dependendo de cada caso. 
As empresas no regime do simples estão sujeitas à emissão de 
documentos fiscais, e à escrituração de livros fiscais e contábeis7. Essas 
empresas precisam apresentar, anualmente, à Secretária da Receita Federal a 
Declaração única, e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais. Elas 
também são obrigadas a emitir documento fiscal de venda ou de prestação de 
serviços. 
Opcionalmente, as empresas, nesse regime de tributação, podem adotar 
contabilidade simplificada para os registros e controles das operações 
realizadas, com atendimento das disposições do Código Civil e das Normas 
Brasileira de Contabilidade do Conselho Federal de Contabilidade. 
As microempresas e empresas de pequeno porte devem escriturar os 
seguintes livros: livro-caixa – toda a movimentação financeira e bancária; livro 
registro de inventário – controle de estoque; livro registro de entrada, modelo 1 
ou 1-A – entrada de mercadorias ou bens; livro de registro de serviços – registro 
de notas fiscais de serviços, entre outros. 
 
1.4.9 Tributação do Microempreendedor Individual – MEI 
 
Microempreendedor (MEI) é aqueleque exerce, profissionalmente, 
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de 
serviços, que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 
 
7 Arts. 25 e 27 da Lei Complementar nº 123/2006 e regulamentadas em parte pela Resolução CGSN º 10/2007. 
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31 
 
60.000,00 e, além disso, a empresa deve ser optante pelo SIMEI (Simples 
Nacional). 
A formalização da empresa deve acontecer pela Internet, cuja inscrição 
no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), número de inscrição na Junta 
Comercial e um Alvará são obtidos imediatamente. O sistema gera um 
documento que serve para todos os atos da vida negocial, nele, há impressão 
do CNPJ e do NIRE (número de inscrição no registro de empresa). Essa 
formalização pode acontecer a qualquer momento; opção da pessoa física, em 
um novo negócio. Entretanto, para quem já possui o CNPJ, a opção pelo sistema 
somente pode ocorrer em janeiro de cada ano. 
O tributo devido pelo Microempreendedor é fixo, único valor. Atualmente, 
para a Previdência, o empreendedor deve recolher 5% sobre o salário mínimo 
(R$ 622,00 x 5% = 31,20) (a partir de maio 2012); para o Estado, o valor de 
R$ 1,00 por mês se a atividade for de comércio ou de indústria; e, para o 
Município, o valor de R$ 5,00, por mês, se for a atividade de serviço. 
Esses valores são recolhidos em guia única, Documento de Arrecadação 
do Simples (DAS), gerada pela Internet, podendo ser impressa por qualquer 
pessoa, em qualquer computador conectado à Internet. Deve-se recolher esse 
tributo até o dia 20 do mês posterior ao seu fato gerador na rede bancária ou em 
casas lotéricas. 
O recolhimento da previdência não comporta todos os benefícios 
previdenciários. Se o contribuinte participante desse sistema interessar pela 
aposentadoria por tempo de contribuição, terá que recolher valor complementar 
equivalente a 15% sobre o salário-mínimo, que deverá ser efetuado em Guia da 
Previdência Social (GPS), com código de pagamento 1295, na rede bancária, 
até o dia 15 do mês subsequente correspondente de atuação. 
O microempreendedor pode contratar apenas um empregado e, ainda, 
limitada à remuneração dele, com base no salário mínimo ou no piso da 
categoria profissional em que esteja o empregado. 
Os encargos previdenciários do empregado, regularmente registrado, são 
de 3% à custa do empregador, e 8% à custa do empregado, sobre o salário 
mínimo ou o piso da categoria profissional correspondente. Esses valores devem 
ser recolhidos por meio de GPS, com o código 2100, até o dia 20 de cada mês. 
Também deve preencher a GFIP e entregá-la até o dia 7 do mês seguinte do 
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salário, por meio do sistema conectividade social da Caixa Econômica Federal, 
e, consequentemente, depositar o FGTS do empregado (8% sobre o salário do 
empregado). 
Como obrigação acessória, o microempreendedor, anualmente, deve 
entregar a Declaração de Faturamento, também por meio da Internet, até o 
último dia do mês de janeiro de cada ano. Esse documento é único, ou seja, não 
há outra obrigação a cumprir pelo microempreendedor. No entanto, se o 
empreendedor possuir empregados, a Relação Anual de Informações Sociais 
(RAIS) também deve ser preenchida e entregue à Receita Federal do Brasil. 
Além disso, mensalmente, o microempreendedor deverá declarar o 
quanto faturou, com ou sem emissão de notas ficais, do próprio punho e guardá-
la, ou seja, não há necessidade de a enviar ao ente governamental. Ainda como 
obrigação acessória, ele deve arquivar suas notas fiscais de compras. 
 
1.5 PIS, COFINS Cumulativos 
 
A tributação do PIS e da COFINS depende do regime tributário do imposto 
de renda enquadrada pela empresa. Ela pode ser cumulativa ou não cumulativa. 
O cálculo do tributo tem como base de cálculo apenas o faturamento mensal ou, 
diferente disso, apura-se o tributo pela composição débito e crédito, com 
apuração de Saldo. O resultado devedor é o tributo a ser recolhido aos cofres 
públicos. 
As empresas no regime de apuração dos Impostos de Renda e da 
Contribuição sobre o lucro Líquido pelo Lucro Presumido têm, obrigatoriamente, 
de utilizar na apuração do PIS e da COFINS o sistema de apuração cumulativo. 
A base de cálculo do PIS e COFINS sistema cumulativo é o faturamento, 
que corresponde à receita bruta mensal da Pessoa Jurídica8, com deduções 
permitidas: 
 
a) Exportações. 
b) Vendas canceladas. 
c) Descontos incondicionais concedidos. 
 
8 Outras receitas, como financeiras não fazem parte da base de cálculo do PIS e da COFINS cumulativos, 
de acordo com a Consulta SRF nº 100/2010. A lei 11.941/09 revogou o § 1º do art. 3º da lei 9.718/1998. 
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d) Devoluções de vendas. 
e) Imposto sobre Produtos Industrializados. 
f) Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços. 
g) Reversões de provisões. 
h) Recuperações de créditos baixados como perdas. 
i) Ganho de capital de bens do ativo permanente. 
j) Entre outros. 
 
As alíquotas que devem ser aplicadas sobre a base de cálculo, receita 
bruta mensal, com as deduções permitidas, são: 
 
a) 0,65% para o PIS, a ser recolhido em DARF Código 8109. 
b) 3% para a COFINS, a ser recolhimento em DARF código 2172. 
 
O período de apuração desses tributos é mensal. Os cálculos desse 
sistema cumulativo acontecem com o faturamento, receita bruta mensal, com a 
redução permitida; então, pode-se dizer que as alíquotas são aplicadas sobre as 
receitas líquidas do mês. 
Não faz parte da base de cálculo ou da receita bruta mensal, para 
apuração do PIS e da COFINS, Receitas Financeiras (optante pelo Lucro 
Presumido), as indenizações e as vendas de sucata. 
 
1.6 PIS E COFINS não cumulativos 
 
No sistema de apuração do PIS e da COFINS, a base de cálculo do 
imposto é o valor do faturamento mensal, total das receitas auferidas, 
independentemente de sua denominação ou classificação contábil. 
São excluídas do faturamento mensal: 
 
a) A receita isenta ou não alcançada pela incidência da contribuição ou a 
receita à alíquota zero. 
b) As vendas canceladas. 
c) Os descontos incondicionais concedidos. 
d) Imposto sobre Produtos Industrializados. 
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e) O ICMS, quando destacado em nota fiscal e cobrado pelo vendedor dos 
bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário. 
f) As reversões de provisões e das recuperações de créditos baixados como 
perdas, que não representem ingressos de novas receitas. 
g) As receitas não operacionais da venda de bens do ativo permanente. 
h) As receitas de revenda de bens em que a contribuição já foi recolhida pelo 
substituto tributário. 
i) Entre outras receitas9. 
As alíquotas que devem ser aplicadas sobre a base de cálculo, receita 
bruta mensal, com as deduções permitidas, são: 
 
a) 1,65% para o PIS; 
b) 7,6% para a COFINS. 
 
Entretanto, em regime especial de apuração dessas contribuições, não se 
aplicam essas alíquotas. Há alíquotas concentradas e reduzidas. 
O sistema da não cumulatividade de apuração do PIS e da COFINS é 
composto de débito e crédito, com apuração do saldo. Nesse caso, o 
faturamento mensal, com as deduções permitidas, é a base para o débito, valor 
que ainda não é o tributo. 
Os créditos são calculados tambémmediante as alíquotas de 1,65% para 
PIS e 7,6% para o COFINS sobre os valores: 
 
a) Bens adquiridos para revenda, com exceção bens sujeitos à substituição 
tributária. 
b) Bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na 
produção de bens destinados à venda. 
c) Energia elétrica e térmica. 
d) Aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos pagos a Pessoa Jurídica. 
e) Valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de 
Pessoa Jurídica (menos optantes pelo Simples Nacional). 
 
9 Tais como, as receitas excluídas do regime de incidência não cumulativa, de acordo com o art. 10 da Lei 
n º 10.833, de 2003. 
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f) Depreciação e amortização de máquinas, equipamentos e outros bens do 
ativo imobilizado. 
g) Depreciação e amortização de edificações e benfeitorias em imóveis próprios 
ou de terceiros de uso da empresa. 
h) Devolução de vendas. 
i) Entre outros. 
 
Ainda, nesse sistema não cumulativo de apuração do PIS e da COFINS10, 
as Receitas Financeiras devem ser tributadas com aplicação das alíquotas de 
0,65% e 4%, respectivamente. 
 
1.7 Cálculo do PIS/COFINS nas saídas de mercadorias 
 
O PIS e a COFINS são contribuições calculados com base no faturamento 
da empresa, referente às vendas de mercadorias e serviços. Eles devem ser 
calculados por dentro, como o ICMS, compondo a própria base cálculo. 
 
Por exemplo: 
Valor da operação sem tributo R$ 100,00 
Alíquota do PIS 1,65% 
Alíquota da COFINS 7,60% 
 
Fórmula preço final = preço s/tributos/(1-(1,65+7,60)) = 100/(1-(0,0165+0,076))= 
110,19 
 
CONTRIBUIÇÃO BASE DE CÁLCULO 
R$ 
ALÍQUOTA TRIBUTO EM R$ 
PIS 110,19 1,65% 1,82 
COFINS 110,19 7,60% 8,37 
SOMA 10,19 
Valor da mercadoria 100,00 
 
 
1.8 IRPJ E CSLL 
 
 
10 Mudança de tributação de acordo com o Decreto nº 8.426, de 1º de abril de 2015. 
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36 
 
Há duas espécies de tributos de competência da União: o Imposto de 
Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição sobre o Lucro Líquido. 
As alíquotas dos tributos são de 15% e 9%, respectivamente, imposto de 
renda e contribuição sobre o lucro líquido sobre a base de cálculo do Lucro 
Presumido. Também pode haver o adicional na alíquota de 10% de imposto de 
renda, quando o lucro presumido mensal ultrapassar R$ 20.000,00. 
 
1.9 Regimes Tributários Estaduais 
 
As empresas contribuintes de ICMS devem fazer apuração mensal do 
tributo, saber se devem ao governo ou se tem crédito para ser utilizados nos 
próximos meses. A apuração acontece com o confronto entre crédito do imposto 
pelas entradas de mercadorias tributadas e imposto pelas saídas de mercadorias 
tributadas. O livro de Registro de Apuração do imposto é importante para verificar 
o saldo, após devidamente preenchido com as informações obtidas dos 
documentos fiscais de entrada e saída do estabelecimento. Antes, porém, deve 
ser verificada em qual o regime de apuração que a empresa se encontra. 
 
1.9.1 Regime Periódico de apuração – RPA 
 
Contribuintes do ICMS com receita bruta superior a R$ 3.600.000,00 (três 
milhões e seiscentos mil reais), durante o ano ou ano-calendário anterior, 
enquadram-se, obrigatoriamente, no Regime Periódico de Apuração do ICMS. 
Esse sistema de apuração calcula o imposto com crédito das entradas e débito 
das saídas do imposto destacado na nota fiscal de entrada e saída das 
mercadorias, respectivamente. Essa apuração do imposto se dá mensal e 
periodicamente. 
Nesse regime, o contribuinte descobre o quanto tem que pagar naquele 
mês, após a apuração do tributo, ou o valor do saldo credor que será utilizado 
em período seguinte. 
 
1.9.2 Regime de Estimativa (RE) 
 
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37 
 
Nesse regime de apuração do tributo11, o contribuinte deve recolher 
antecipadamente o ICMS, um valor que é definido previamente pelo Estado. 
Depois, anualmente, faz a apuração para encontrar o valor real que deveria ser 
pago. O resultado pode ser completado ou transferido para o período 
subsequente. 
 
1.9.3 Substituição Tributária 
 
Substituição tributária é o deslocamento da responsabilidade tributária de 
uma pessoa para outra no cumprimento da obrigação tributária: um terceiro que 
não praticou o fato gerador fica responsável pelo cumprimento da obrigação 
tributária porque possui vínculo indireto com o contribuinte principal. 
Nesse regime, o fato gerador é presumido, fato que ainda não ocorreu, 
mas a tributação acontece antecipadamente. 
A substituição tributária pode acontecer para frente ou para trás. Na 
primeira, há o recolhimento de dois impostos, da operação própria e o da 
operação subsequente, antes que o fato gerador ocorra12. 
Na outra, substituição tributária para trás, o imposto que se recolhe refere 
a operações anteriores, pagamento postergado. Esse modo de substituição é 
conhecido como diferimento. O exemplo disso está nas operações com produtor 
rural, quando ocorrem vendas de produtos a industriais ou comerciantes. Nesse 
caso, não há recolhimento antecipado do imposto. Entretanto, esse diferimento 
não se aplica em operações: produtos com pessoa física ou produtor com 
produtor. 
Nessa relação de substituição tributária, há dois atores: o substituto e o 
substituído. O primeiro é aquele que é responsável pelo recolhimento do 
imposto; o outro é aquele que dá origem ao fato gerador, sem obrigação de 
recolher o imposto. 
A substituição tributária deve ser aprovada em lei estadual ou por meios 
de Convênio ICMS ou Protocolo ICMS nas operações estaduais. 
 
11 Os Estados da Federação podem adotar esse regime de tributação, de acordo com a Lei 
Complementar nº 87/1996, lei de regência do ICMS (Lei Kandir). O Estado de São Paulo não se utiliza 
desse regime, dede janeiro de 2001. 
12 De acordo com art. 261 e seguintes do RICMS/SP. 
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38 
 
A base de cálculo da substituição tributária é formada por todos os valores 
da operação própria, seguros e outras despesas cobradas do destinatário das 
mercadorias, com acréscimo do IPI e da margem de valor agregado, aprovado 
em Lei estadual, Convênio ICMS, protocolos ICMS. 
 
1.10 ICMS E IPI 
 
O ICMS e IPI são impostos de arrecadação estadual e federal, 
respectivamente. A apuração do tributo a ser recolhido está a cargo da pessoa 
jurídica quando há incidência tributária e saldo devedor do imposto. 
 
1.10.1 Não cumulatividade 
 
Não cumulatividade significa que o imposto devido em cada operação 
será compensado com o montante cobrado nas operações anteriores. 
Como regra, os impostos deveriam seguir esse princípio da não 
cumulatividade. Apura-se o saldo tributo, com o confronto do crédito do imposto 
pela entrada de mercadorias e pelo débito quando da saída delas do 
estabelecimento. O saldo devedor da apuração indica que o imposto deve ser 
recolhido naquele mês ao Estado correspondente. 
Há previsão legal da aplicação desse princípio tanto do IPI quanto do 
ICMS, ou seja, apuram-se esses impostos aplicando o princípio da não 
cumulatividade, mecanismo de débito/crédito. O imposto apurado será devido 
quando resulta saldo devedor, o débito maior que o crédito do imposto. Essa 
apuração do imposto deve acontecer sempre mensal. 
 
1.10.2

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