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Química Bacharelado Segundo semestre de 2019 Prof. Fábio Luiz Pissetti Química de Materiais 2 A importância dos materiais na vida humana Diferentes materiais são utilizados em absolutamente todas as atividades humanas Acender uma lâmpada, ouvir um CD (pendrive) ou dirigir um automóvel, assistir TV, envolvem a utilização de um grande número de diferentes materiais com as mais diversificadas propriedades. A utilização, o domínio, o desenvolvimento e a exploração de diferentes materiais têm uma profunda influência no desenvolvimento social e estão intimamente relacionadas a aspectos socioeconômicos, culturais, geográficos, demográficos, ambientais, dentre outros. Histórico Aldo J. G. Zarbin, Quim. Nova, Vol. 30, No. 6, 1469-1479, 2007 Histórico 3 Histórico 4 Fibras óticas Histórico 5 ✓ Computadores, celulares – Silício Histórico 6 2005 - James Tour da Rice University desenvolveu o nanocarro, uma molécula no formato H e com moléculas de fulereno servindo como rodas. O nanocarro foi colocado sobre uma superfície de ouro. O carro se movimenta quando a superfície de ouro atinge 200ºC ou quando é empurrado por um STM. Histórico Vídeo 7 https://www.youtube.com/watch?v=lASdcW-BtiU Material 8 Toda matéria é um material em potencial Alguma de suas propriedades (óticas, magnéticas, mecânicas, catalíticas, elétricas, etc.) confere uma função específica Materiais podem ser definidos como “substâncias (ou mistura de substâncias) que possuem propriedades que as tornam úteis em produtos, dispositivos, estruturas e máquinas” http://www.artesmedicas.com/piezoeletricidade.htm Aldo J. G. Zarbin, Quim. Nova, Vol. 30, No. 6, 1469-1479, 2007 Química de Materiais 9 Perspectiva macroscópica que caracteriza os materiais (propriedades úteis para determinada função) Enfoque atômico/molecular característico da Química (preparação, compreensão e estudo de reatividade de sólidos e moléculas) Conhecimento e controle das conexões existentes entre estrutura, propriedades e funções de diferentes materiais. Aldo J. G. Zarbin, Quim. Nova, Vol. 30, No. 6, 1469-1479, 2007 Química de Materiais 10 Aldo J. G. Zarbin, Quim. Nova, Vol. 30, No. 6, 1469-1479, 2007 Relação entre aplicação, estrutura, propriedade e preparação de materiais Química de Materiais 11 A “Química de Materiais” pode ser definida como um ramo da Química que se dedica à síntese (preparação), caracterização, compreensão de propriedades e estudo de aplicações de compostos que possuem alguma função (ou que têm função em potencial) O foco deste ramo do conhecimento está centrado na utilização da Química para criar, compreender e desenvolver compostos ou sistemas que podem levar a melhorias significativas em tecnologias já existentes Química de Materiais 12 Objetivo de preparar um material para uma aplicação específica Qual é a propriedade que o material deve possuir para que seja usado naquela aplicação A partir disto, qual é a composição química e qual a estrutura do material capaz de fornecer a propriedade desejada A rota de preparação (síntese) capaz de produzir exatamente aquele material (com estrutura e composição química desejadas) Aldo J. G. Zarbin, Quim. Nova, Vol. 30, No. 6, 1469-1479, 2007 Química de Materiais 13 Síntese/Preparação Compreensão das reações químicas e metodologias que levam a produção de determinados materiais: Estudo de diferentes reagentes e precursores Desenvolvimento de novas rotas de preparação e modificação e aprimoramento de rotas já existentes Otimização e planejamento de processos que levem à produção de diferentes materiais Síntese/Preparação 14 Um controle sintético permite a obtenção de materiais com: Diferentes graus de pureza, Cristalinidades e estruturas cristalinas, Tamanhos de partículas, Novos materiais, com composições e estruturas inéditas Exemplo: A síntese de vidros e cerâmicas feita pelo método clássico fusão e resfriamento de óxidos ou reações no estado sólido O processo sol-gel permitiu preparação com baixo gasto energético (temperatura baixa) Química de Materiais 15 Caracterização Técnicas químicas e físicas para compreensão de diferentes aspectos relacionados: Composição (relação estequiométrica, presença de defeitos, estados de oxidação, etc.) Estrutura de materiais (amorfo ou cristalino, fase cristalina, ligações químicas, etc.) Interações específicas entre fases (para materiais multifásicos) Tamanhos e formas de partículas, etc. Química de Materiais 16 Estudo de propriedades Relação estrutura-propriedade que visa a determinação das diferentes propriedades dos materiais (elétricas, óticas, magnéticas, catalíticas, mecânicas etc.) O mecanismo pelo qual estas propriedades se manifestam, e as relações existentes entre uma propriedade específica e a estrutura/composição do material Química de Materiais 17 Aplicações Aproveita uma propriedade específica de um material para sua utilização como componente ativo em dispositivos, máquinas, sistemas, etc. Como são preparados? Como estão estruturados? Como se comportam? Qual sua utilidade? Onde podem ser empregados? Processamento Estrutura Propriedade Performance Química de Materiais 18 Aplicações Importância da relação Estrutura Propriedade Vídeo sobre como são feitos os microchips http://www.youtube.com/watch?v=aWVywhzuHnQ https://www.youtube.com/watch?v=qm67wbB5GmI I Animações mostrando como são feitas as "bolachas" de sílicio http://www.youtube.com/watch?v=LWfCqpJzJYM https://www.youtube.com/watch?v=AMgQ1-HdElM Materiais metálicos 19 São constituídos de elementos metálicos puros, como ferro, cobre, etc Ligas metálicas, aço, bronze, etc. Possuem elétrons deslocalizados em sua estrutura Caracterizam-se pela alta condutividade elétrica e térmica, brilho, maleabilidade, ductibilidade e resistência mecânica. Utilizados como fios condutores (cobre), materiais para sustentação na construção civil (aço), na indústria automobilística, em utensílios domésticos, etc. Polímeros 20 Compostos macromoleculares, de origem natural ou sintética, formados pela repetição de um grande número de unidades químicas estruturais (meros) Podem ser inorgânicos ou orgânicos Plásticos, borrachas, celulose, diferentes classes de silicones e vários tipos de adesivos fazem parte dos materiais poliméricos. Polímeros 21 Baixas condutividades elétrica e térmica Baixa resistência mecânica Baixa resistência térmica (não podem ser utilizados para aplicações que requeiram altas temperaturas) Uma das classes de materiais mais utilizadas em aplicações diversas, como embalagens, adesivos, componentes de automóveis, em circuitos integrados, fibras para vestimentas etc. Cerâmicas 22 Compostos fundamentalmente inorgânicos Óxidos, sulfetos, nitretos, carbetos, silicatos, carbonatos Isolantes térmicos e elétricos Alta resistência térmica e química Alta dureza, mas são materiais quebradiços Os vidros fazem parte deste grupo de materiais As cerâmicas são utilizadas como materiais refratários, em embalagens e janelas de vidros, fibras óticas etc. Compósitos 23 Materiais formados pela combinação de dois ou mais diferentes materiais Produzem propriedades únicas e sinergísticas, diferentes daquelas de seus componentes individuais Concreto, madeira, tintas e fibras de vidro Semicondutores 24 Condutividade elétrica intermediária entre os metais e os isolantes Mecanismo de condução diferenciado dos metais Silício, germânio, CdS, GaAs, etc Aplicações eletrônicas, em computadores e tecnologia de comunicação Responsáveis pelo advento dos transistores, diodos e circuitos integrados, que revolucionaram a indústria eletrônica a partir da década de 60 Biomateriais 25 São utilizados em implantes dentro do corpo para repor partes danificadas ou doentes Não produzir substâncias tóxicas e tem de ser biocompatíveis Alguns exemplos de biomateriais são próteses, implantes, lentes de contato e marcapassos Materiais inteligentes 26 São materiais que tem a capacidade de detectar variações no ambiente e então responder a isto de maneira pré-determinada Similares aos organismos vivos Em geral, material inteligente tem um sensor (detecta um sinal) e um atuador (função responsiva/adaptativa) Materiais inteligentes tornam automóveis mais silenciosos: esferas de amortecedor com propriedades piezoelétricas http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=materiais-inteligentes-automoveis-mais-silenciosos&id=010170110321 Nanomateriais 27 1985 – Descoberta dos fulerenos (C60) conhecidos como "buckyballs", que medem um nanômetro de diâmetro e recebem o Prêmio Nobel de Química em 1996. 1989 - Donald M. Eigler da IBM escreve as letras da companhia utilizando átomos de xenônio Tipos de materiais 28 Definições amplamente utilizadas por vários cientistas, porém falham em uma série de situações Um exemplo, polímeros condutores, polímeros orgânicos com alta condutividade elétrica, similar ao semicondutores ou até metais Pertencem tanto à classe dos materiais poliméricos quanto à dos semicondutores, sendo conhecidos como semicondutores orgânicos. Prêmio Nobel de Química de 2000 Nanomateriais e materiais nanoestruturados Novo material? 29 Material de criação recente, e que não existia há algum tempo, é um novo material Material que já existe há algum tempo, é um material tradicional Materiais novos X tradicionais O novo é aquele que permitiu inovações em altas taxas. A descoberta de novas propriedades (ou novas aplicações) para um material conhecido há milênios, faz deste um novo material Por exemplo, óxido de ferro é uma substância antiga (em termos cronológicos), mas cada vez mais novo Nanopartículas de óxido de ferro para oxidação corante orgânico azul de metileno em água (Quím. Nova, vol.32, no.7, 2009) Síntese/Preparação 30 “Top-down” Pedras preciosas extraídas de minério Bradley D. Fahlman, Materials Chemistry, Second Edition, Springer Science Business Media B.V. 2011 Síntese/Preparação 31 “Botton-up” Polímeros Bradley D. Fahlman, Materials Chemistry, Second Edition, Springer Science Business Media B.V. 2011 Síntese/Preparação 32 Berta Domènech, Julio Bastos-Arrieta, Amanda Alonso, Jorge Macanás, Maria Muñoz and Dmitri N. Muraviev (2012). Bifunctional Polymer-Metal Nanocomposite Ion Exchange Materials, Ion Exchange Technologies, Prof. Ayben Kilislioglu (Ed.), ISBN: 978-953-51-0836- 8, InTech, DOI: 10.5772/51579. Available from: http://www.intechopen.com/books/ion-exchange-technologies/bifunctional-polymer- metal-nanocomposite-ion-exchange-materials Síntese/Preparação 33 Moinho de bolas de alta energia – top-down Nano-materials Enabled Thermoelectricity from Window Glasses Zalman B. Inayat, Kelly R. Rader & Muhammad M. Hussain: Scientific Reports 2, Article number: 841; doi:10.1038/srep00841 Síntese/Preparação 34 Sol-gel – Bottom-up https://str.llnl.gov/str/May05/Satcher.html Caracterização 35 Novo material De fato o material apresenta a estrutura que foi imaginada? Esta material apresentará a propriedade para qual foi planejado? Caracterização 36 Cada técnica determina algumas propriedades Mas, várias técnicas juntas… Prof. Donato Aranda Eng. Química - UFRJ Caracterização 37 Exemplo: Aspecto macroscópico Estrutura idealizada Caracterização 38 Caracterização 39 Caracterização 40 Caracterização 41 Técnicas espectroscópicas (Infravermelho, Raman, UV-Vis, NMR, RPE, Mössbauer, luminescência, EELS etc) Técnicas de difração (Raios X, elétrons, nêutrons etc) Técnicas térmicas (TGA, DSC, DTA etc) (PROPRIEDADE) Técnicas de superfície (XPS, ESCA, Auger, BET, Porosimetria etc.) (PROPRIEDADE) Técnicas de microscopia eletrônica (MET, MEV) Técnicas de microscopia de sonda (AFM, SPM etc.) Técnicas envolvendo radiação síncrotron (EXAFS, XANES, difração, SAXS etc.) Técnicas envolvendo espalhamento de luz (DLS etc) Técnicas eletroquímicas (voltametria cíclica, impedância etc.) (PROPRIEDADE) Técnicas envolvendo medidas elétricas (quatro pontas etc) (PROPRIEDADE) PERFORMANCE
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