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RESENHA DESCRITIVA - Como nasce o direito

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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
A presente resenha descritiva se trata da obra “Como nasce o direito” do escritor italiano Francesco Carnelutti no qual apresenta de forma clara e objetiva o nascimento e a evolução do conceito de direito que é tão importante em todas as épocas fazendo com que os atuantes da área compreendam sucintamente a temática e utilizá-la tanto no âmbito acadêmico quanto no profissional. Com o objetivo de despertar no aluno a capacidade de sintetizar uma obra de modo explícita para convidar o leitor a apreciar tal livro, essa pesquisa bibliográfica teve como fonte principal o exemplar “Como nasce o direito”.
O trabalho tem como desenvolvimento as temáticas abordadas pelo autor em cada capítulo tais como economia, moral, o delito, a propriedade, o contrato, a legislação, o juízo, o Estado, a comunidade internacional e a jurisprudência.
 1 COMO NASCE O DIREITO
O autor de Como nasce o direito, Francesco Carnelutti foi um dos mais ilustres entre os advogados e juristas italianos, foi mestre do direito substantivo civil e penal e a principal inspiração para a formação do Código de Processo Civil da Itália. Além disso, foi um infatigável defensor dos direitos humanos e dos acusados em processos criminais. Foi também um dos fundadores da União de Juristas Católicos Italiano e fundou e dirigiu a Rivista di Diritto Processuale Civile (Revista de Direito Processual Civil). Lecionou nas Universidades: Bocconi em Milão (1909-1912), da Catânia (1912-1915), de Pádua (1915-1935), de Roma (1947-1949) e na Estatal de Milão (1936-1946).
Carnelutti descreve em sua obra que uma das áreas que possibilitou o surgimento do direito foi a economia. O homem sempre tem a necessidade de querer mais bens do que ele possui, no entanto, não há bens ilimitados que possam contemplar a todos os homens. Por esse fator, surge a guerra pois esse conceito depende de outro, o da propriedade que é um fenômeno mais econômico do que jurídico. É a partir dela que se inicia já que um homem não respeitas os limites de bens de outro, criando-se, assim, a desordem. Para pôr ordem nesse caos surge o direito que estabelecerá a paz para que os homens não vivam no caos.
Ademais, ainda no campo da economia, mas estabelecendo laços com a moral, o egoísmo é citado como a causa pela qual o homem não consegue manter a paz e ele deverá ser substituído pelo altruísmo. Dessa forma, os homens devem se comportar da mesma forma que ele espera que outro homem aja na mesma conjuntura. A guerra tem que ser eliminada a qualquer custo, pelo comando do chefe que manda ou desmanda, impondo sanções ou não. É por meio da sanção que surge o direito pois se trata de um elemento coercitivo, pela força, diferente da moral na qual nasce por meio integridade de cada indivíduo. 
O direito sempre teve por objetivo eliminar a guerra, mas quando a guerra se faz entre indivíduos, passa a se chamar de delito. O homicídio e o furto, por exemplo, são os primeiros modos de delito e, com a evolução da sociedade, outras formas irão se manifestando. Consequentemente, a ordem jurídica evolui da mesma forma podendo reprimir de forma mais sofisticada a desordem que atinge o bem comum. 
A propriedade, por sua vez, como foi dito anteriormente, está no campo da economia é de responsabilidade do proprietário tutelar esse bem. Porém, se ele não o faz e outro se apropria desse bem, passa a se tratar de uma questão puramente jurídica, de um direito, deixando de ser apenas um bem. A propriedade se trata do primeiro dos direitos subjetivos e liga-se tanto ao Direito Penal, aplica-se a pena ao responsável pelo furto, quanto ao Direito Civil, a coisa furtada será restituída ao que é dono por direito. 
No que diz respeito ao contrato, o terceiro instituto econômico, é responsável por extinguir a guerra por meio de uma visão que vai para além do presente momento garantindo equilíbrio entre ambas as partes do combate. Além disso, o contrato também pode ser usado para assegurar uma doação, negócio entre indivíduos ou a vontade de algum falecido, constituindo um vínculo de direito. 
Como a guerra se transformou em ato ilícito e o contrato e a propriedade passaram a ser institutos jurídicos, um mandato deverá ser criado e pronunciado pelo chefe antes que tais condutas ocorram para fazer ou não a aplicação de sanções. A esse mandado denomina-se legislação. A legislação tem que ser geral, destinada a todos os cidadãos, e hipotética, prescrevendo ações futuras com ameaças de penas caso não obedecida de forma plena. A medida em que a sociedade progride, o número de leis aumenta proporcionalmente tendo a necessidade de agrupa-las em códigos. 
No entanto, a lei sendo um o jeito jurídico semielaborado, necessita-se de uma figura para realizar a interpretação dela. Desse modo surge o juiz que, através do juízo – ou processo, de acordo com a ciência moderna -, decide um conflito de interesses ou comprova e castiga os atos delituosos. Dividindo-se em duas partes, a cognição e a execução, o processo se dá, em um primeiro momento, o juiz examina a matéria penal, para saber se o indivíduo cometeu tal ato ilícito, ou a matéria civil para determinar qual dos litigantes possui a razão. Essa fase termina com a promulgação da sentença. Já a execução irá encarcerar o culpado e restitui o bem para seu dono.
Outrossim, o direito surge para dá o ordenamento social e impedir que o caos se instale. Nessa perspectiva, a sociedade que é juridicamente ordenada chama-se Estado no qual direito e o Estado estão fortemente ligadas sendo que este nasce a partir daquele e não de forma contrária como muitos imaginam. A partir dessa concepção infere-se que tanto a sociedade quando o próprio Estado estão em constante movimento através de estruturas progressivas.
Para além desse panorama é fundamental compreender o conceito da comunidade internacional. Por meio do direito internacional, nações se inter-relacionam para realizar tratados, alianças, convenções e organizações em prol de um bem comum. 
O direito tem como principal finalidade produzir a justiça. Dessa forma, compreende-se que direito e justiça não se trata da mesma coisa. A condição da paz é a justiça e o direito se faz realmente justo a partir do momento em que ele põe ordem na sociedade. Para isso, necessita-se de uma técnica e os técnicos do direito são os advogados e juízes. A partir da técnica surge a ciência na qual faz indagações, pesquisas e retirar os princípios. No entanto, apenas a técnica ou a ciência não bastam para o direito alcançar a justiça e assim surge a jurisprudência. É por ela que se faz o direito efetivamente justo. 
CONCLUSÃO
Com base no que foi apresentado, conclui-se que o direito surgiu a partir de várias áreas do conhecimento com a principal finalidade de instalar a paz na sociedade e evitar que o caos se instale para que ele seja justo. assim, os técnicos de direito do mundo contemporâneo podem utilizar tal argumento para fazer do meio em que ele vive um lugar onde a guerra não reine através dos contratos, da jurisprudência e do Estado, no qual é o responsável pelo ordenamento social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARNELUTTI, Francesco. Como nasce o direito. Tradução de Ricardo Rodrigues Gama. 4. ed. Campinas: Russell Editores, 2008. Tradução de: Come nasce il Diritto.
ABIKO, Paula Y. As misérias do processo penal, de Francesco Carnelutti. Canal Ciências Criminais. São Paulo, 25 out. 2018. Disponível em <https://canalcienciascriminais.com.br/processo-penal-francesco-carnelutti/amp/>. Acesso em : 26 out. 2019.

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