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- -1 EXPRESSÃO GRÁFICA CAPÍTULO 4 - QUAL A MELHOR TÉCNICA PARA O ACABAMENTO DO DESENHO? Liara Mucio de Mattos / Albert Fischer Günther - -2 Introdução Algumas ilustrações são produzidas de forma diretamente manual (artesanal) e são utilizadas de modo tradicional, como uma obra única. Entretanto, atualmente a maior parte dos trabalhos gráficos, ainda que produzidos dessa maneira, é digitalizada e utilizada em meio digital, ou ainda, impressa para manuseio (como em livros e revistas), cartazes, publicidade em faixas promocionais, estampas em tecidos, além de umaoutdoors, infinidade de outras aplicações possíveis para as quais ilustradores e gráficos contribuem.designers Neste capítulo vamos conhecer algumas técnicas de acabamento impresso para ilustrações. Você vai aprender alguns dos métodos modernos mais comuns de impressão e acabamento para materiais impressos. Aqui também veremos: quais das técnicas podem ser empregadas para finalizar uma ilustração? Também serão estabelecidos alguns critérios a fim de avaliar: quais as vantagens e desvantagens destes diferentes métodos de acabamento gráfico? Para cada característica, inerente a cada um desses processos aqui mencionados, buscaremos saber: como se pode utilizá-los de maneira a orientar as ideias, conceitos e mensagens ao público a que se destinam? Ao analisar as qualidades inerentes de cada processo, de acordo com sua finalidade e acabamento, poderemos conferir uma melhor destinação para distintas aplicações, quer seja para objetivos decorativos, de emprego prático, em ambientes internos ou externos. Serão fornecidas orientações para consideração e escolha dos métodos adequados. Os diferentes processos de impressão servem para diferentes propostas. Deve-se atentar para a impressão de algum material gráfico, do tipo de papel ou material utilizado, a demanda, as cores e o acabamento do impresso. Esses itens são definidos pela maneira como ocorre a transferência dos elementos gráficos para o papel, que pode ser direta ou indireta. De posse dessa base será possível prever quais são os métodos mais adequados para finalizar uma ilustração, eventualmente produzindo-a de maneira seriada em diferentes meios expressivos. Acompanhe o conteúdo com atenção e bons estudos! 4.1 Relevografia – clichês relevográficos Você já pensou como as impressões de imagens são reproduzidas tão rapidamente por uma gráfica? Ou ainda como é possível imprimir textos e imagens em alto relevo com boa legibilidade? É o que vamos conhecer neste tópico, no qual descreveremos os modos de impressão e qual a melhor maneira de imprimir suas ilustrações a partir deles, bem como as diferentes modalidades de acabamento de acordo com o tipo de mensagem que se deseja exprimir. Um dos métodos de impressão gráfica mais comuns e utilizados é a relevografia. O método relevográfico é muito utilizado para a composição de trabalhos elaborados, para os quais o cliente deseja um acabamento especial, além daquele obtido em processos digitais comumente vistos, como a impressão em papel (sulfite) viaoff set laser. Como o próprio nome sugere, relevografia é todo processo de impressão no qual peças em alto relevo, que constituem as matrizes, são pressionadas sobre o material de suporte. Estas matrizes em alto relevos são denominadas de clichês ou de clichês relevográficos. Vamos conhecer um pouco do processo de concepção e confecção de clichês e da impressão por meio da relevogravura. Neste tipo de impressão a matriz/chapa possui uma área de contato em alto relevo. A tinta fica depositada sobre a matriz/chapa. Têm-se como os tipos mais conhecidos desse método de impressão: a tipografia, flexografia e Contudo, a xilografia, a tipografia, a zincografia, a flexografia e todos os outros sistemas de gravura emletterset. relevo são exemplos que consistem na impressão de uma forma com elementos em relevo nivelados, de modo a transferir para o suporte a tinta que, aplicada de maneira manual ou mecânica, é espalhada pela superfície dos componentes da forma. - -3 Atualmente, a produção de matrizes para a impressão flexográfica é obtida por meio de um processo denominado fotogravura. Neste processo são empregadas placas de metal em relevo para a impressão (os clichês), nas quais a imagem a ser impressa é gravada por retículas ou traços em relevo, com os brancos (áreas não impressas) se situando abaixo da superfície de impressão da chapa. Figura 1 - Imagem de uma impressora flexográfica atual, com a dispensa de tinta por meio de uma bandeja inferior, a qual alimenta um rolo de transferência, que, por usa vez, entinta o cilindro de impressão no qual a matriz polimérica é afixada. Fonte: boitano, Shutterstock, 2019. O original é projetado fotograficamente sobre a chapa de metal sensibilizada quimicamente, a qual deixa protegidas as áreas a serem impressas depois de revelado, e é submetido a uma imersão em ácido (ácido nítrico, por exemplo), processo que também é conhecido como banho de mordente. O ácido presente na mistura para imersão das chapas metálicas corrói as partes correspondentes às áreas que não serão impressas. A fotogravura é também utilizada para a produção de matrizes em outros materiais não metálicos, como a borracha, ou outros elementos sintéticos, empregados na impressão flexográfica. Clique nas abas a seguir e conheça tudo sobre a flexografia. O método VOCÊ O CONHECE? Johannes Gutenberg criou o tipo de relevografia de impressão direta ocidental mais antigo em meados do século XV (1455). Gutenberg conhecia diversas técnicas produtivas e vendeu as patentes de sua prensa para vários países, que passaram a produzir livros a partir do novo método de produção seriada sistematizado por ele, o qual antecedeu até mesmo a Revolução Industrial, caracterizada pela escalabilidade. Com os tipos móveis de madeira (que consistiam em matrizes relevográficas) foi confeccionada a primeira versão impressa da Bíblia, tornando- a acessível para o público leigo e modificando para sempre o modo com o qual o conhecimento seria produzido e compartilhado a partir de então (HASLAM, 2007). - -4 O método A flexografia é um método recente de impressão. É derivado da relevografia, criada nos idos do século XIX. O processo flexográfico apresenta como opções de acabamentos: dobra, plastificação, recorte e colagem. Imprime em boa qualidade, mas com algumas limitações, e possui uma gama de tons de cores menor se comparado ao processo de offset. A forma convencional A flexografia convencional utiliza clichês em chapa de uma espécie de polímero fotossensível, o qual, com exposição à luz ultravioleta (UV) através de um fotolito gravado em negativo, expõe as áreas vazadas à luz solidificando-as para a revelação da matriz. Os aditivos químicos removem a parte não exposta, marcando o clichê, ou seja, a área da imagem gravada em relevo. A opção a laser Atualmente, há também a opção da flexografia a , baseada na camisa (um tubo revestido com borracha) que laser a imprime em , com uma qualidade superior a convencional.laser As vantagens As vantagens atribuídas a este processo de impressão direta são: sua velocidade, associada a uma boa qualidade gráfica e a uma grande quantidade de cópias. A tinta apresenta secagem rápida, o que se mostra adequado a grandes volumes e necessidade de entrega expressa, além de baixo custo e da versatilidade de aplicação em diferentes suportes (incluindo os irregulares e até flexíveis). As desvantagens Entre as suas desvantagens constam a produção de contornos mal definidos e sua baixa lineatura. Como exemplos de suportes estão materiais tais como: celofane, lâminas metálicas, plásticos diversos e vidros. Além da flexografia, existem outros métodos de impressão que são obtidos por meio do método de relevogravura e que merecem destaque por serem ainda amplamente empregados em certos contextos produtivos, como é o caso da tipografia técnica, caracterizadapela utilização de pequenas peças de madeira ou de metal denominadas de tipos móveis. Isso porque podem ser reutilizados na composição das matrizes, em que são ajustados de modo a obter um corpo de texto diretamente a partir da matriz. Conheça mais sobre esse método clicando a seguir. As desvantagens inerentes a esse processo incluem a sua baixa definição (por conta do tipo de transferência durante a impressão). Como exemplo disso, temos o efeito conhecido por “ ”, observado na borda dassquash imagens, visível somente com o uso de lente ou o aumento significativo do material já impresso (por meio de fotos ou escaneamentos). Caracteriza-se por um suave relevo no suporte de impressão, geralmente papel, provocado pela pressão direta exercida a partir das matrizes sobre a sua superfície. A tipografia, atualmente em sentido amplo, pode ter diversas significações, pois é tributária de uma antiga tradição. No contexto das artes gráficas pode se referir à impressão e composição com tipos. O que antigamente consistia em pequenos blocos metálicos com um caractere em alto relevo, hoje são caracteres isolados em curvas , processados por meio de softwares, que utilizam as fontes ( ou , por exemplo).bézier TrueType OpenType Os tipos operavam de modo tal que cada caractere pode consistir em uma matriz isolada. Quando todos os tipos eram reunidos em uma rama, obtinha-se a matriz definitiva, em tamanho correspondente ao que seria impresso, pois se trata de um processo de transferência direta. A rama é entintada manual ou mecanicamente por rolos a fim de que a tinta seja distribuída uniformemente, e então é prensada contra o suporte à maneira de um carimbo. A invenção e disseminação da tipografia é atribuída a Gutenberg, que se inspirou em sistemas têxteis, nas prensas de papéis e no próprio sistema de impressão da xilogravura, sistema do qual legou muitas semelhanças. Com a ascensão do mercantilismo e a correspondente superabundância de matérias-primas metálicas, o processo sofreu uma inovação incremental no sentido de que os tipos passaram a ser moldados e fundidos, o que contribuiu grandemente para a sua durabilidade, o desenvolvimento editorial e a preservação das informações impressas. - -5 Figura 2 - Gravura de 1881, retratando Gutenberg (à direita) observando uma página de sua Bíblia impressa: ao fundo é possível observar a prensa e os materiais da oficina, incluindo a caixa de tipos. Fonte: Everrett Historical, Shutterstock, 2019. As antigas ramas eram compostas, por vezes, a partir de colunas e letras capitulares, as quais eram destacadas ou feitas à mão. Gradualmente, foram substituídas por soluções mais sóbrias devido às necessidades associadas à produtividade. A partir do século XIX, a partir da segunda Revolução Industrial, as máquinas adquiriram grande complexidade mecânica. Os tipos móveis foram substituídos aos poucos pela linotipia, técnica demonstrada na figura abaixo. As ramas passaram a ser compostas por linhas inteiras. Essa mudança propiciou a realização de periódicos, tais como jornais e revistas. Figura 3 - Exemplo de linhas compostas em um linotipo. Fonte: Attilavalentina, Shutterstock, 2019. As vantagens dos tipos móveis é que são reutilizáveis. A mancha gráfica realizada pelo processo dá muita expressividade às letras, garantindo um texto “quente”, rico de informações visuais pelo seu ligeiro relevo. Seu baixo custo é um atrativo e é indicado apenas para pequenas reproduções de texto, pois a produção de um livro por esse processo, por exemplo, seria muito morosa. A manutenção da matriz, contudo, é de caráter - -6 baixo custo é um atrativo e é indicado apenas para pequenas reproduções de texto, pois a produção de um livro por esse processo, por exemplo, seria muito morosa. A manutenção da matriz, contudo, é de caráter economicamente inviável pela necessidade de muita mão-de-obra para a realizar (os chamados , punchcutters que fundiam e prensavam os tipos, além da colocação manual de peças individuais). Suas desvantagens estão no fato de que é necessária a aplicação de cores em etapas distintas, o que retarda bastante a obtenção do resultado final (inclusive pelo tipo de tinta). Por fim, há um possível desalinhamento de linhas e caracteres, mas há quem veja nisso uma graça ou charme particular deste processo. Figura 4 - Os clichês tipográficos, também denominados de tipos móveis, feitos de madeira ou ligas de chumbo são exemplos de peças cunhadas para a obtenção de matrizes relevográficas no antigo método da tipografia ou de linotipia. Fonte: Zsofia_R, Shutterstock, 2019. Clichê era como se chamava a antiga placa de metal gravada (normalmente em zinco, cobre ou magnésio) com imagens ou textos em relevo, usada para reproduzir a imagem no processo tipográfico. Sendo assim, apresenta uma imagem invertida (ou espelhada) em relação àquela que será impressa no papel (FONSECA, 2008). Uma vez que esteja concluído este procedimento, a placa é montada sobre um bloco de madeira denominado de chassis ou taco, cuja espessura é correspondente à altura dos tipos usados na composição tipográfica. Assim, montado o clichê, está pronto para ser posicionado na rama, no lugar correspondente à ilustração ou mancha gráfica do impresso (FONSECA, 2008). A tipografia ainda é utilizada na numeração individualizada de impressos comerciais, gravuras, blocos de notas fiscais, jornais, embalagens, papéis de periódicos, talões, formulários, cartões, entre tantos outros, não tendo um custo muito elevado, porém é um processo lento e considerado por alguns como semiartesanal. Clique nas abas da Linha do Tempo para conhecer sua história. • Durante cerca de cinco séculos a tipografia consistiu no princípio basilar para a reprodução de documentos, em que se agrupavam principalmente letras, caracteres e símbolos para compor a matriz dos documentos. • Seus princípios foram herdados pelas técnicas de composição e layout de páginas e o processo tipográfico sofreu avanços, aprimoramentos, os quais incluíram uma progressiva mecanização no século XIX e início do XX. • Um exemplo é o antigo monótipo: Monotype era o nome comercial da máquina de composição que • • • - -7 Um exemplo é o antigo monótipo: Monotype era o nome comercial da máquina de composição que fundia os caracteres individualmente em linhas. Hoje trata-se de uma distribuidora de fontes digitais, que herdou seu antigo acervo de tipos de chumbo e os ampliou para o universo digital. • A máquina de linotipo (que compunha uma linha por bloco) era conhecida por Linotype: ela efetuava a composição por meio da fundição de linhas inteiras de tipo num único bloco. • Esse processo acelerou significativamente a agilidade na obtenção de matrizes e na obtenção de linhas mais homogêneas e precisas, além de melhorar a definição dos caracteres. Posteriormente, houve a passagem pela fotocomposição, no século XX, que posteriormente evoluiu para a composição digital em desktops, observada no século XXI. Mais um exemplo de impressão relevográfica, ainda hoje empregado, que tem origens na tipografia é o hot . De maneira semelhante, apresenta uma matriz plana e rígida, com o elemento gráfico impresso emstamping alto-relevo. Contudo, ele difere no sentido de que a matriz não é entintada, mas apenas aquecida e pressionada sobre uma lâmina de metal e polímero combinados. Ao receber a pressão da matriz aquecida, solta-se a fita, aderindo o metal à superfície do material a ser impresso. Os entalhes se davam à maneira de verdadeiras esculturas com arranhões, vincos e trinchas. Os relevos altos são encobertos por uma tinta específica, geralmente oleosa, e prensados sobre diferentes suportes, de modo manual ou mecânico, os quais variam diferentemente para cada tipo de suporte (prensa, espátula, colher etc.). • • VOCÊ SABIA? Os processos relevográficos conhecidos tiveram, em geral, a xilogravura como processooriginário. No Oriente, foi a forma mais antiga de impressão, empregada nos “moinhos de oração” chineses e usada até hoje para imprimir imagens ou estampas. A técnica funciona de modo semelhante a um carimbo, embora com a matriz de madeira. A partir desta, gravada a partir de instrumentos de corte e incisão denominadas de goiva, eram criados elementos em alto ou baixo relevo (HASLAM, 2007). - -8 Figura 5 - A técnica de entalhe em madeira se assemelha muito ao método de gravação de matriz xilográfica, pois emprega as mesmas ferramentas como goivas, facas, cinzeis e formões. Fonte: Nagy-Bagoly Arpad, Shutterstock, 2019. As vantagens da xilogravura derivam do fato de ser um processo de impressão direta: o que inclui a diversidade de suportes e texturas, que variam de acordo com a madeira, linóleo e borrachas a partir dos quais são entalhados. Além disso, possuem baixo custo e são reaproveitáveis. Suas desvantagens são que a obtenção das tiragens é lenta e de baixo volume, além de apresentar uma lenta secagem de tinta. Entre alguns exemplos de aplicações estão cartazes de divulgação, estampas sobre diversos materiais, entre outros. 4.1.1 Reprodução Técnica A reprodução técnica pressupõe, de acordo com CRUSH (2009, p. 162), que “a rapidez e perfeição das técnicas para tratamento de imagens com finalidade específica para ilustradores são adquiridas conforme a prática e a experiência, e, infelizmente, nada pode substituí-los”. Há, contudo, diferenciações terminológicas referentes a determinados processos que podem auxiliar no entendimento sobre as operações. O objetivo desta parte é familiarizar o leitor com a terminologia técnica referente a alguns dos padrões e meios digitais para a reprodução de imagens. Trata-se apenas de uma breve introdução na qual serão apresentadas terminologias básicas, que devem servir de ponto de partida para a construção de um léxico referente às artes gráficas e aos sistemas digitais. Todo ofício possui seu jargão e conhecê-lo, aos poucos, inclusive na prática, é imprescindível para o crescimento profissional. Clique a seguir para conhecer mais o processo e essas terminologias. • Edição gráfica Os ajustes e adaptações correspondentes à edição gráfica consistem, essencialmente, a retoques, mas podem incluir ou eliminar elementos para fins de aprimoramento do conceito de uma imagem ou então para adequá-la a certas propostas. • Tratamento de imagens Pode ser considerado uma grande categoria, que engloba recursos para aprimoramento ou • • - -9 Pode ser considerado uma grande categoria, que engloba recursos para aprimoramento ou preparação de imagens para fins diversos. Boa parte desses recursos são derivados da tecnologia fotográfica, aliadas agora ao meio digital, como exemplo temos: os ajustes de curvas de nível, brilho e contraste, tonalização e colorização, efeitos de camada, aplicação de filtros, controle de opacidade etc. • Gerenciamento de cores Considerado uma modalidade específica do tratamento de imagens, envolve as especificidades relacionadas aos espaços de cores (RGB, CMYK, HSB, LAB etc.) e recursos como a intensidade e saturação de cores, além de seus respectivos ajustes para dispositivos de saída. • Adequações Com a profusão dos sistemas digitais, houve a garantia de alta produtividade, rapidez e simplificação nos mais variados processos, que incluem a internet, os impressos de tipo variado e amplas modalidades de vídeo produção. Para cada uma das finalidades em questão, são necessárias adequações referentes a itens como tipos e formatos de arquivos, resolução, compatibilidade de versões, entre outras tantas possíveis. • Finalização de arquivos Para a finalização de arquivos para impressão é necessário, geralmente, que eles estejam em CMYK. Este sistema de cores efetua a separação das cores da chamada quadricromia em gradações percentuais em quatro canais de cores distintos: Ciano, Magenta, Amarelo e Preto. A sigla CMYK vem do inglês: ).Cyan, Magenta, Yellow, black Variações com duas cores (DUOTONE), que geralmente incluem o preto e mais uma outra, também são possíveis, bem como o emprego de certas cores especiais adicionadas ocasionalmente junto ao sistema tradicional (tais como a hexacromia), onde é possível acrescentar uma quinta e a sexta cores ao processo. Essas cores são denominadas de especiais e devem ser especificadas corretamente a partir de tabelas denominadas pelo seu nome comercial de referência: Pantone®. • • • - -10 Figura 6 - Técnico utilizando um conta-fios para checar a qualidade dos impressos valendo-se de provas de impressão e cartelas da Pantone. Fonte: boitano, Shutterstock, 2019. As cores especiais são utilizadas quando é impossível criar uma tonalidade a partir da quadricromia. Um bom exemplo se dá com cores metálicas ou fluorescentes, ou, ainda, quando é essencial combinar uma cor existente que necessite ser vista com mais intensidade. Algumas cores especiais podem ser misturadas à mão e aplicadas em uma chapa de impressão separada das quatro chapas, tradicionalmente destinadas para o modelo CMYK. O formato RGB (acrônimo do inglês ) funciona bem para projetos de ilustrações digitais,Red, Green, Blue principalmente se for empregado exclusivamente em meio virtual. Uma importante ressalva deve ser feita que monitores são calibrados de maneira distinta e o tipo de luminosidade ambiente interfere também em sua visualização. Este formato não é compatível para impressão e a conversão para CMYK pode resultar em significativas alterações tonais. É importante utilizar os formatos de arquivo certos e correspondentes ao trabalho, preferencialmente definidos em Boas práticas de mercado afirmam que sejam entregues ao cliente imagens fechadas, sem acesso àsbriefing. camadas e elementos de composição do trabalho. Isto é indicado de modo a garantir que todas as eventuais mudanças ou alterações necessárias sejam efetuadas apenas pelo ilustrador de modo a garantir a fidelidade de sua linguagem. Por fim, há o chamado fechamento ou preparação de arquivos. É o que você conhece melhor clicando a seguir. A dinâmica Esta etapa não consiste em uma fase criativa do processo de acabamento, propriamente dito, senão em uma sequência de procedimentos bastante técnicos, efetuados a partir de . Muitas das vezes não são sequersoftwares efetuados pelos que compuseram o material a ser impresso, mas sim por impressores e outrosdesigners funcionários de uma gráfica. Esta dinâmica é geralmente determinada na relação particular entre designer, cliente e gráfica. No âmbito audiovisual, este procedimento recebe nomenclaturas distintas que podem variar bastante. O formato do arquivo final O formato de arquivo final depende da natureza do projeto. Há clientes que preferem sua ilustração entregue como o formato TIFF ( ). Ainda há outros que solicitam arquivos em JPEG (Tagged Image File Format Joint ) ou EPS ( . Atualmente há a opção pelo formato PNG, quePhotographic Experts Group Encapsulated PostScript) dá suporte à transparência e também gera arquivos de tamanho razoável, sem a perda de definição pela compressão, típica de formatos como GIF e JPEG. A resolução Finalmente, há de ser verificada a resolução em pontos por polegada (do inglês, ): 72 dpi édots per inch - -11 Finalmente, há de ser verificada a resolução em pontos por polegada (do inglês, ): 72 dpi édots per inch adequado para imagens a serem utilizadas na ; 150 dpi, eventualmente, é utilizado para certos aplicativos, e web 300 dpi para materiais impressos (embora impressos especiais de extrema qualidade possam exigir até 600 dpi). Ainda de acordo com CRUSH (2009,), a desatenção no cumprimento deste quesito é facilmente contornável. Atualmente até mesmo os softwares de edição gráfica possuem controle de erros e processos automatizados que funcionam como listas de checagem de pré-impressão ou para fechamento de arquivos.4.1.2 Saturação e profusão de imagens Atualmente observa-se uma demanda crescente tanto pela alta definição como pela qualidade de imagens. Assim, observa-se que recursos como a tonalização HDR ( ), antes configurável por high dynamic range softwares específicos, hoje está muito presente de modo automático em celulares e câmeras de todos os tipos. As imagens em HDR podem ser obtidas pela combinação de imagens fotográficas em diferentes exposições. Geralmente resultam em um efeito de alta saturação de cores e ganho de detalhes e variações tonais, por meio das alterações de luminosidade, brilho, contraste e histogramas. Figura 7 - Exemplo de imagem na qual é utilizada a tonalização em HDR: observa-se uma alta saturação e intensidade das cores originais. Fonte: Luciano Mortula – LGM, Shutterstock, 2019. Pode-se produzir diferentes efeitos fotográficos mediante a manipulação de curvas de cor, brilho e contraste de uma imagem única em um programa de edição digital de fotografias. Esta reprodutibilidade, facilitada pelos meios atuais, conduz naturalmente à pesquisa gráfica de um tema e variações sobre uma imagem-base. Ao aplicar a técnica de profusão e saturação de imagens obtêm-se efeitos que podem aproximar as linguagens do cliente e do ilustrador. De uma imagem, podem ser obtidas infinitas variações. A simboliza perfeitamente o fenômeno da profusão das imagens a partir da modernidade e trabalhapop-art muito com temas e variações. Tida originalmente como um meta-discurso sob a sociedade de consumo, que a absorveu e a tornou autorreferente, ela chegou ao ponto de ser referência de referências a si mesma: uma espécie de discurso tautológico ou redundante, mas nem por isso, esvaziado de significado. - -12 Figura 8 - Figuras populares eram um tema comum da pop-art e se converteram em ícones do próprio discurso desta vanguarda: repetidas indefinidamente, as imagens publicitárias podem esvaziar nossa percepção de valores, ainda que impregnadas de expressividade. Fonte: meunierd, Shutterstock, 2019. Em uma hipótese otimista, a assimilação da estética desta vanguarda representa como nossas próprias percepções são por vezes esvaziadas de expressões mais aprofundadas da realidade na qual estamos inseridos. 4.2 Estudos de técnicas do estêncil e pintura Para compreender o processo de pintura e de confecção do estêncil é interessante realizar uma comparação entre esta técnica e a da serigrafia: na qualidade de processos permeográficos são muito semelhantes, no sentido de que deixam a tinta passar de modo mais ou menos fluido de um meio a outro através da matriz. - -13 O estêncil ainda é muito empregado como modo de registrar informação rápida e relativamente efêmera em caixas, veículos, e também para fins decorativos e de sinalização. A serigrafia, por sua vez, possui aplicações industriais que a tornam muito presente em rótulos, embalagens, camisetas, entre outras. 4.2.1 Materiais expressivos, meios úmidos Há técnicas que, por terem sido empregadas durante muito tempo ou por sua praticidade, sobreviveram à expansão crescente dos recursos digitais, a exemplo de cartazes serigráficos. De acordo com CRUSH “cartazes em serigrafia têm uma qualidade única que não pode ser replicada por processos de impressão digital (2009, p. 71) ”. Poderiam ser citados, ainda nesse sentido, os efeitos da textura litográfica nas ilustrações cientificas do século XIX, os efeitos da água-forte, entre outros. CASO Para fazer um estêncil podemos seguir os seguintes passos. Obter os seguintes materiais: Dessa forma é possível criar ilustrações com estêncil. • chapas usadas de radiografias ou de materiais plásticos relativamente flexíveis, de tamanho variado; • efetue um tratamento sobre a chapa a fim de branqueá-la: aplique água sanitária em uma radiografia antiga para remover a tinta negra sobre ela; • escolha uma imagem-base de sua preferência e a coloque abaixo da chapa radiográfica; • desenhe com materiais apropriados (como canetas de retroprojetor) as formas desejadas. • cautelosamente, cortes as formas com um estilete ou bisturi, deixando pontos de conexão entre as áreas vazadas, a fim de não perder certos registros de forma; • afixe o estêncil sobre uma superfície com fita adesiva; • utilize tinta para transferir o desenho, utilizando máscara spray (preferencialmente com filtro de carvão ativado, contra gases) e luvas; • • • • • • • - -14 A mistura de técnicas também faz parte de um processo que agrega valor à publicidade por meio do : “odesign formato de pôster oferece uma grande quantidade de espaço – mas isso não significa que o precisa serdesign complicado. Muitas vezes, os de maior sucesso apresentam soluções simples em larga escala (AMBROSE,designs 2012)”. O ato de afixar cartazes em meios públicos se intensificou durante o século XIX, com o desenvolvimento de impressões em largas tiragens, que baixou o custo de impressões e consolidou o cartaz como mídia. Suas temáticas variavam muito e incluíam a propaganda, eventos e até mesmo o proselitismo político, observadas até hoje. 4.2.2 Pintura como forma e possibilidade expressiva Uma visão tradicional do meio pictórico está geralmente associada à pintura a óleo, a qual pode ser definida como: [O] tipo de pintura na qual os pigmentos de cor são aglutinados por tipos específicos de óleo que, ao oxidar, passam também a protegê-los. Ela se caracteriza pela maior possibilidade de mistura e sobreposição de cores, por ser transparente (velaturas). Por não secar rapidamente, também possibilita maior fusão entre as camadas de tinta. Sua origem é indefinida, mas seu uso torna-se popular por toda a Europa durante o século XV, primeiro sendo utilizada na pintura de retábulos de madeira e depois em tela, papel e na pintura mural. Até então, os artistas trabalhavam principalmente com a têmpera, na pintura de cavalete (ITAÚ CULTURAL, 2019). Produzidas em escala industrial a partir do século XIX, a invenção dos tubos metálicos fez com que os artistas saíssem de seus estúdios e fossem pintar ao ar livre, registrando as diferenças de luminosidade de modo rápido e impreciso, criando por vezes várias obras de um mesmo tema, como Monet e seus estudos sobre a fachada da Catedral Gótica de Rouen (1894). Nesse sentido, o impressionismo foi o fruto típico de adventos tecnológicos e estudos científicos sobre a natureza da luz. Contudo, a pintura compreende outros tipos de meio, tais como a tinta guache, a aquarela, os marcadores, a tinta acrílica, bem como o nanquim e sua aguada. Para aplicar a técnica de pintura como forma e possibilidade expressiva, se faz necessário o emprego das cores por meio de um meio geralmente líquido ou pastoso: a tinta, em sentido amplo. VOCÊ QUER LER? Você sabe o que é um cartaz lambe-lambe? Trata-se de um pôster ou cartaz pintado individualmente com tinta látex, guache ou reproduções xerográficas ou serigrafias,spray, geralmente de cunho artístico, afixado com cola de polvilho ou farinha em espaços públicos. O seu tamanho varia de acordo com a mídia-base empregada para a elaboração da imagem a ser produzida. Para saber mais, leia “Do lambe-lambe à mídia exterior: 100 anos de visualidade do cartaz de rua na cidade do Rio de Janeiro” (BEDRAN, 2015). Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/324623044_Do_lambe- lambe_a_midia_exterior_100_anos_de_visualidade_do_cartaz_de_rua_na_cidade_do_Rio_de_Janeiro/download >. - -15 4.3 Estudo de técnicas – acrílica Os materiais acrílicos para pintura constituem uma evolução natural de seus predecessores solúveis em óleos por serem menos impactantes à saúde. São materiais muito saudáveis se comparados às tintas a óleo, pois as últimas são derivadas ou diluídas em solventes orgânicos (tais como aguarrás, terebintina, ), conhecidosthinner por sua elevada toxicidade e taxa de absorção pelo organismo humano.A tinta acrílica é definida e caracterizada por ser uma “tinta composta por mistura de cola plástica ou resina sintética (aglutinante) e pigmento, usada em pintura, a partir de 1960, e que se caracteriza pela rapidez de secagem permitindo obter desde aguadas a diversos empastamentos semelhantes aos da pintura a óleo” (ITAÚ CULTURAL, 2019). Formadas essencialmente por uma mistura homogênea de pigmento (na maior parte das vezes metais pesados variados, como cobalto, chumbo, cádmio, zinco e até mesmo mercúrio, dependendo da cor) e solvente (água ou óleo), estas tintas são muito versáteis e são dispensadas nas mais variadas formas de embalagens: em tubos, frascos, latas, e até mesmo em pó, pastas ou em barras.sprays 4.3.1 Materiais expressivos - monotipia A técnica da monotipia, também conhecida por , consiste em um processo de transferência única demonoprint uma imagem por meios diretos, como o seu nome indica. Dentre as técnicas de pintura e de reprodução de imagens que utilizam as tintas acrílicas, a óleo ou próprias da gravura como base, a monotipia é um processo ímpar e um dos mais expressivos e interessantes de ser praticados, pois o método produz efeitos abstratos ricos em plasticidade. Para Weiss (2003) a monotipia teve sua origem histórica no século XVII, com Giovanni Benedetto Castiglione (1616-1670). Outros artistas também utilizaram monotipias em seus trabalhos, com maior ou menor frequência, tais como Edgar Degas, que produziu uma série significativa de monotipias, William Blake, que efetuou a composição de vários livros de autoria pessoal desta técnica mista, além de Giovanni Benedetto Castiglione, Max Ernst e Carlos Vergara. A técnica da monotipia tem como pressuposto, assim como grande parte do material artístico produzido, a transmissão de mensagens objetivas por meio da simplicidade e rapidez de sua produção. Mas o que vem a ser a monotipia? Qual a origem da técnica e que de forma específica podemos aplicá-la? É o que vamos conhecer a seguir e ainda como realizar trabalhos utilizando essa técnica. A monotipia se refere a um processo de gravura propiciado pela forma plana das matrizes, que combina efeitos VOCÊ SABIA? A monotipia pode consistir em um tipo de gravura. Denomina-se monotipia (ou omonoprint) processo por meio do qual a imagem é realizada sobre uma placa de material diverso sobre com a tinta adequada. Esta imagem pode ser impressa, obtendo-se um resultado único, que não pode ser reproduzido. Desta maneira, a monotipia situa-se entre as áreas gráficas e o desenho (ou a pintura), caracterizando-se, portanto, como um processo híbrido, entre a pintura, o desenho e a gravura (WEISS, 2003). - -16 A monotipia se refere a um processo de gravura propiciado pela forma plana das matrizes, que combina efeitos únicos de diferentes técnicas de gravura, por isso é tida também como uma técnica mista. Para WEISS (2003), ela se aproxima a um só tempo do gestual da pintura, da mancha de tinta e da qualidade do traço e da linha, enquanto apresenta características próprias da gravura, tais como a inversão da imagem. Apesar daquilo que seu nome indica ( como equivalente de único e , referente à impressão), amono tipia obtenção de uma prova única, é possível produzir mais de uma cópia em alguns casos; contudo de modo cada vez mais tênue e claro, na medida que as camadas de tinta vão sendo transferidas cada vez para o suporte. Há muitas maneiras de se trabalhar com a monotipia. Vamos conhecer mais clicando a seguir. Em uma delas, em princípio, é requerido que quantidades variáveis de tinta sejam aplicadas sobre uma placa de vidro, acrílico, fórmica ou chapa metálica (as quais podemos considerar como matrizes). Em seguida, posiciona-se uma folha de papel ou outro suporte sobre a área entintada, que provavelmente aderirá à matriz. Ela deverá então ser removida com o auxílio de um instrumento, de modo que não deixe manchas, marcas de dedos e outras interferências de natureza indesejável. Algumas transferências podem ser realizadas conjugadas com diversas intervenções sobre a matriz. Quando finalizada, os vestígios da imagem anterior devem ser apagados ou removidos com solvente ou água, dependendo da tinta utilizada. Figura 9 - Efeitos gráficos tipicamente obtidos por meio da técnica da monotipia: observa-se regiões de acúmulo e escassez de tinta. Fonte: Ann Volosevich, Shutterstock, 2019. A técnica da monotipia educa o ilustrador, artista ou gravador para tirar proveito do acaso, tornando o improviso gráfico um recurso carregado de significado e intencionalidade. 4.3.2 Monotipia baseada em obra de arte Para executar a técnica de monotipia no meio artístico é importante possuir uma linguagem própria e consolidada. Os exemplos mencionados de Giovanni Benedetto Castiglione, Edgar Degas e Carlos Vergara, bem como do artista surrealista Max Ernst, usavam a monotipia como elemento básico de muitas de suas pinturas (BISCHOFF, 1993). Todos demonstraram grande versatilidade devido aos meios que utilizaram nas obras de arte que produziram, por isso foram também exponentes da monotipia e inovadores desta técnica e do conhecimento reinantes em suas épocas. - -17 A monotipia pode ser realizada a partir de materiais improvisados, baratos e de fácil obtenção, lembrando uma pintura relacionada à mancha de cor e do gestual: “Neste caso, a pintura é realizada com pincéis (ou outros recursos como retalhos de tecidos, pintura feita com dedos, etc.), sobre uma placa de vidro acrílico ou placa metálica. Há também outros materiais possíveis de serem utilizados como suportes: placas de , chapas de raio X, fórmica,off set acetatos, azulejos, por exemplo (WEISS, 2003, p. 20)”. A espontaneidade, variabilidade e imprevisibilidade propiciada por esta técnica também permite observar como se dá a construção da cor na medida em que áreas distintas podem se misturar obtendo variabilidades tonais. 4.4 Ilustrações aplicadas As ilustrações, independentemente das técnicas utilizadas para sua obtenção, estão presentes em uma grande variedade de contextos da vida contemporânea: como meio artístico, de expressão e linguagem pessoal; com finalidades comerciais, promocionais e publicitárias; para o cumprimento de demandas editoriais; para uso de caráter técnico, científico e ainda na indústria do entretenimento, como recurso para o cinema, animações e jogos eletrônicos. Alguns dos meios elencados acima a empregam como a própria base de sua atividade. A gravura, em sentido amplo, é uma técnica de ilustração na qual a imagem é obtida por meio da gravação do material base. O resultado final vem da aplicação de tintas em matrizes criadas artesanalmente: [...] é o termo que designa, em geral, desenhos feitos em superfícies duras - como madeira, pedra e metal - com base em incisões, corrosões e talhos realizados com instrumentos e materiais especiais. Ao contrário do desenho, os procedimentos técnicos empregados na gravura permitem a reprodução da imagem. Nessa medida, uma gravura é considerada original quando resultado direto da matriz criada pelo artista, que com essa base imprime a imagem em exemplares iguais, numerados e assinados. Em função da técnica e do material empregados, a gravura recebe uma nomenclatura específica: litografia, gravura em metal, xilogravura, serigrafia etc. (ITAÚ CULTURAL, 2019). Autores como Crush (2009) atribuem os fundamentos da ilustração ao surgimento da técnica da xilogravura (cuja matriz é a madeira), por meio da qual eram impressos os livros a partir do século XV. A ilustração é tida como uma representação pictórica produzida para fins comerciais, promocionais, editoriais e também para fins de contemplação (quando se refere ao meio artístico ou técnico). Sua função é de explicar, interpretar, acompanhar, sintetizar, fomentar ou somente ornamentar um texto. Sua produção está voltada para propagandas, capas de revista, moda, jornais, mídias digitais, livrosou editoriais em geral (CRUSH, 2009). Uma técnica antiga de ilustração é o é uma forma de pintura oriental chinesa do século II da era cristã quesumi-ê VOCÊ QUER LER? Embora plena de imprevisibilidade, a técnica da monotipia é tratada neste artigo em profundidade como recurso criativo e de linguagem, relacionada a suportes, tintas, papéis e o emprego dos efeitos na respectiva linguagem deste meio híbrido, entre desenho, pintura e gravura. Leia mais em “Cadernos de [Gravura]” (WEISS, 2003). Disponível em: < https://www. >.iar.unicamp.br/cpgravura/cadernosdegravura/downloads/p2_GRAVURA_2_nov_2003.pdf - -18 propagandas, capas de revista, moda, jornais, mídias digitais, livros ou editoriais em geral (CRUSH, 2009). Uma técnica antiga de ilustração é o é uma forma de pintura oriental chinesa do século II da era cristã quesumi-ê se propagou até o Japão, assumiu a caligrafia e desenhos orientais como formas típicas de sua estética. É geralmente monocromática, com uma tinta semelhante ao nanquim, aplicada sobre papel à base de arroz (CRUSH, 2009). As técnicas de ilustração atuais mais conhecidas são gravura, colagem, fotografia, materiais plásticos (marcadores, nanquim, vários tipos de tintas, aquarela, lápis de cor etc.). Há as técnicas digitais e mistas, que empregam a mistura de materiais variados (CRUSH, 2009). Algumas técnicas antigas de arte para ilustração e reprodução remetem às gravuras, podendo ser feita sobre suportes metálicos (cobre, zinco, alumínio ou latão). Conheça algumas destas técnicas clicando a seguir. Incisão ou banhos ácidos A técnica para se obter o desenho ou grafismo se dá mediante a incisão direta com ponta seca ou por meio de banhos ácidos como água-forte e água-tinta. Como é uma matriz durável e estável, converteu-se em um meio de reprodução de ilustrações seriadas com o auxílio de uma prensa para transferir o desenho para o papel (CRUSH, 2009). Litogravura (litografia) Um dos tipos de gravura, modalidade de gravação realizada sobre uma matriz de pedra calcária a partir de lápis e materiais gordurosos. Foi criada pelo dramaturgo Alois Senefelder para impressão de peças teatrais. Seu princípio de impressão é baseado na repulsão entre água e óleo. É um processo planográfico, no qual o desenho é feito por meio do acumulado de material gorduroso na superfície da matriz. Serigrafia (silkcreen) Outro método que utiliza os princípios da gravura, é uma técnica de ilustração mais recente, surgiu no século XX. Ela consiste na gravação de imagem em uma tela de poliéster por meio de um processo de fotossensibilidade, ou seja, com químicos sensíveis à luz (CRUSH, 2009). Conheça, a seguir, uma imagem que exemplifica o processo de serigrafia manual. VOCÊ QUER VER? O documentário “Gravuras e Gravadores - Aspectos da Cultura Brasileira” (ARAUJO/2000) apresenta um breve apanhado histórico da gravura artística, enriquecendo-o com depoimentos de artistas brasileiros que utilizaram esta linguagem em suas obras. Entre eles estão Lívio Abramo, Marcello Grassmann, Fayga Ostrower e Rubem Grilo. Este breve vídeo foi elaborado como parte de um evento acerca da gravura nacional nos anos 2000 e evidencia aspectos relativos aos modos de vida que a gravura representou em contextos variados. Disponível em: <http://www.itaucultural.org.br/aspectos-da-cultura-brasileira-gravuras-e- >.gravadores - -19 Figura 10 - Exemplo de serigrafia manual: a imagem é transferida por meio de um rodo diretamente para o suporte, neste caso, uma folha de papel. Fonte: Piraya Sukmaha, Shutterstock, 2019. Contemporaneamente, observa-se um grande número de ilustrações digitais, ou seja, aquelas efetuadas a partir de computadores por meio de . Apresentam grande capacidade mimética, sendo capazes de simular softwares muitas ferramentas de desenho, pintura e até mesmo de gravados, suportes diversos e papeis. Visam a atender principalmente a demandas comerciais das mais diversas áreas criativas dada a sua relativa agilidade, contudo é possível seu emprego também para a contemplação artística. Finalmente, cabe tratar dos processos subtrativos, caracterizados pelas técnicas denominada de “maneiras negras”, empregadas sobretudo em litografia e calcografia. Parte-se do princípio oposto ao geralmente trabalhado: é elaborada uma superfície negra, sobre a qual é posteriormente efetuada, mediante o emprego de materiais variados (retalhos de pano, esponjas, pedaços de papéis, materiais de entalhe como brunidores e riscadores diversos) a remoção das áreas de luzes, obtendo-se regiões claras por meio de incisões ou até mesmo de aplicações de solventes. As chapas correspondentes ao processo (a pedra, o vidro, na litografia; ou as metálicas ou de acrílico na calcogravura) são em seguida passadas na prensa, obtendo-se assim áreas negras intensificadas. - -20 4.4.1 Desenvolvimento e aplicação de ilustrações em produtos Ao aplicar ilustrações em produtos, o emprego de tintas e cores especiais é bastante comum, além de métodos específicos de impressão, envolvendo também processos de rotulagem, empacotamento, embalagens, dodesign próprio produto etc. A sinalização é outra forma de comunicação que também se vale de ilustrações orientadas a uma iconografia que pende para a abstração, no sentido da simplificação das formas. 4.4.2 Publicação independente Em termos exclusivamente profissionais, o ofício de ilustrar pode ser muito desafiador. Há um forte componente artístico inerente ao trabalho, independentemente de ele ser voltado para algo conceitual ou comercial. Por isso, este trabalho exige uma constante disciplina pessoal. A constituição de uma poética e de um estilo próprio fazem parte de uma eterna procura, que se estabelece e se desenvolve com pesquisas, exigências e rigores, os quais muitas vezes não são alcançados de modo formal e sistemático, como em outras disciplinas e áreas do conhecimento. Fora do mercado de arte e de algumas dinâmicas mercadológicas organizadas, a edição de conteúdos visuais aplicados não obedece a profundos respaldos legais. Muitas vezes ela ocorre sem associações ou proteções comuns a outras esferas, como a área da saúde e da engenharia, por exemplo (CRUSH, 2009). Contudo, o conhecimento de si, a representação consciente de uma realidade percebida e o espírito crítico, com um olhar agudo, desenvolvidos mediante a revelação de conceitos antes expressos apenas por palavras, tornam este profissional um tipo de visionário, semelhante aos antigos artistas do período romântico: não que sua vida seja idealizada, mas há uma força geniosa de seu caráter, que reforça a essencialidade de sua presença na sociedade. Síntese Na construção de sua linguagem pessoal, a busca por uma relação próxima entre forma e conteúdo é imprescindível. Os diferentes tipos de acabamento e de veiculação no projeto gráfico não constituem um mero formalismo, e sim um importante recurso de linguagem. Dessa maneira, a escolha por determinados processos de impressão e mídias bidimensionais, quer sejam impressas ou digitais, auxiliam a trazer corpo ou aparência material e perceptível às ideias e conceitos do ilustrador. Neste capítulo, você teve a oportunidade de: • estudar diferentes processos de impressão, suas vantagens e desvantagens para o acabamento gráfico, incluindo antigos métodos para se obter gravuras; • analisar processos de gravação que propiciam acabamentos gráficos diferenciados; • analisar a prática do estêncil, da monotipia e do cartaz lambe-lambe, de modo a ampliar as opções criativas para a produção gráfica individual; • realizar algumas considerações sobre o ofício do ilustrador, de maneira ampla e pertencente a formações diversas. • • • • - -21 Bibliografia ACRÍLICA. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: < >. Acesso em: 25/02/2019.http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo24/acrilicaAMBROSE, G. . Porto Alegre: Bookman, 2012.Fundamentos de design criativo ARAUJO, O. T. . São Paulo: Itaú Cultural, Novembro/2000. 6 min., NTSC, son., colorido.Gravura e gravadores Série Aspectos da Cultura Brasileira. Disponível em: <http://www.itaucultural.org.br/aspectos-da-cultura- >. Acesso em: 25/02/2019.brasileira-gravuras-e-gravadores BEDRAN, L. M. Do lambe-lambe à mídia exterior: 100 anos de visualidade do cartaz de rua na cidade do Rio de Janeiro. , Curitiba, v. 16, n. 40, mai./ago. 2015. Disponível em: <Revista de Estudos da Comunicação https://www.researchgate.net/publication/324623044_Do_lambe- >.lambe_a_midia_exterior_100_anos_de_visualidade_do_cartaz_de_rua_na_cidade_do_Rio_de_Janeiro/download Acesso em: 25/02/2019. BISCHOFF, Ulrich. : 1891-1976. Greven: Taschen Editora, 1993.Max Ernst CURTIS, B. . São Paulo: AMGH, 2015.Desenho de Observação CRUSH, L. Z. Porto Alegre: Bookman, 2009.Fundamentos de ilustração. FONSECA, J. : design e produção gráfica de impressos e livros. Porto Alegre:Tipografia & design gráfico Bookman, 2008. GRAVURA. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: < >. Acesso em: 25/02/2019.http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo4626/gravura HASLAM, A. como criar e produzir livros. Tradução de: Juliana A. Saad e Sérgio RossiO Livro e o Designer II: Filho. São Paulo: Edições Rosari, 2007. PINTURA a óleo. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: < >. Acesso em: 25/02/2019.http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo110/pintura-a-oleo WEISS, L. Monotipias: algumas considerações. . n. 2, novembro de 2003. Disponível em: Cadernos de [Gravura] < >.https://www.iar.unicamp.br/cpgravura/cadernosdegravura/downloads/p2_GRAVURA_2_nov_2003.pdf Acesso em: 25/02/2019. Introdução 4.1 Relevografia – clichês relevográficos 4.1.1 Reprodução Técnica Edição gráfica Tratamento de imagens Gerenciamento de cores Adequações Finalização de arquivos 4.1.2 Saturação e profusão de imagens 4.2 Estudos de técnicas do estêncil e pintura 4.2.1 Materiais expressivos, meios úmidos 4.2.2 Pintura como forma e possibilidade expressiva 4.3 Estudo de técnicas – acrílica 4.3.1 Materiais expressivos - monotipia 4.3.2 Monotipia baseada em obra de arte 4.4 Ilustrações aplicadas 4.4.1 Desenvolvimento e aplicação de ilustrações em produtos 4.4.2 Publicação independente Síntese Bibliografia
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