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Balanço de Pagamentos

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BALANÇO DE PAGAMENTOS 
ROTEIRO DA AULA 
 
I - Conceitos básicos 
 
II – Estrutura do Balanço de Pagamentos 
 
III – Balanço de Pagamentos do Brasil 
 
IV - Registro contábil no BP 
 
V - Indicadores do Setor Externo e Exercícios 
Bibliografia 
 
1. Feijo ́, C. A. et al. Contabilidade Social. Rio de Janeiro: Elsevier. 2007. 
Cap.5 
2. Bacha, C.J. C. Macroeconomia aplicada à análise da Economia 
Brasileira. Edusp. 2004. 
3. Paulani, L.M.; Braga, M.B.. A Nova Contabilidade Social. São Paulo: 
Saraiva. 2007. Cap.5. 
4. Rossetti, J.P.. Contabilidade Social. São Paulo: Atlas. 1995. Cap. 5 
5. Carvalho & Silva. Economia Internacional. Cap.6 e 7. Ed. Saraiva. 
2000. 
6. Gonçalves et al. (2000) A Nova Economia Internacional 
7. BRASIL. Banco Central do Brasil. Notas Explicativas ao Balanço de 
Pagamentos. 11p. 2001. Disponível em: www.bcb.gov.br 
CONCEITOS BÁSICOS E PROBLEMAS DE MENSURAÇÃO 
 
• Balanço de pagamentos é um registro 
contábil das transações de um país com o 
resto do mundo. 
• BP de um país é um registro sistemático das 
transações econômicas entre residentes 
nacionais e residentes do resto do mundo 
num determinado período de tempo. 
– registra a inumerável quantidade de transações 
que ocorrem entre indivíduos, empresas e 
governos de todo o mundo. 
– todos os agentes: empresas, famílias e governo 
TRANSAÇÃO ECONÔMICA INTERNACIONAL 
• Uma “transação econômica internacional” é uma 
troca de valores, envolvendo a transferência de 
propriedade de bens, serviços, títulos, ações, 
dinheiro e outros ativos, de residentes de um país 
para residentes de outro. 
• O BP deve cobrir todas as transações econômicas 
com estrangeiros e não apenas aquelas que se 
realizam através do mercado de câmbio. 
• Algumas transações contabilizadas no BP podem 
não envolver o uso, nem implicar um fluxo, de 
moeda estrangeira. 
RESIDÊNCIA 
• Residência: em princípio associada ao local 
em que indivíduos, empresas e instituições 
(centro realizam as suas transações 
econômico de interesse). 
• Exemplos de residentes: 
– Empresas multinacionais e suas subsidiárias. 
– Turistas, funcionários diplomáticos e pessoal militar em 
serviço no exterior, imigrantes temporários, estudantes ou 
indivíduos em tratamento médico em hospitais no exterior. 
CLASSIFICAÇÃO 
• Classificação pelo agente responsável pela 
transação (indivíduos, empresas, bancos, governo, 
etc.) ou pela natureza da transação (correntes ou 
de capital ou financeiras). 
• Classificação por transações “autônomas” e 
transações “compensatórias”. 
– Transações autônomas: exportações e importações, as 
transferências unilaterais e os investimentos diretos e de 
portfolio. 
– Transações compensatórias: venda de reservas de moeda 
estrangeira pelos bancos centrais, operações de 
empréstimo junto a entidades internacionais ou a governos 
estrangeiros. 
A NOVA ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS 
 
• Em 1993 houve uma alteração no Manual de 
Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário 
Internacional – FMI com a publicação da 5ª edição. 
Neste documento, visando modernizar e padronizar 
o Balanço de Pagamentos de todos os países, várias 
mudanças foram propostas. 
• A partir de 2001 o Banco Central passa a apresentar 
o BP do Brasil segundo os critérios da 5ª edição do 
Manual de Balanço de Pagamentos do FMI. 
ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS 
1. Balança comercial (FOB) 
1. Exportações 
2. Importações 
2. Serviços 
3. Rendas 
4. Transferências unilaterais correntes 
5. (= 1 + 2 + 3 +4) Transações correntes 
6. Conta capital e financeira 
1. Conta capital 
2. Conta financeira 
1. Investimento direto (líquido) 
2. Investimentos em carteira 
3. Derivativos 
4. Outros investimentos 
7. Erros e omissões 
8. (= 5 + 6 + 7) Resultado do balanço 
9. Variação das reservas (= - 8) 
CONTA CORRENTE E CONTA DE CAPITAL E FINANCEIRA 
 
• Conta Corrente: exibe todos os fluxos de receitas 
a renda e despesas que afetam diretamente 
nacional presente. 
– Mercadorias (Balança Comercial) 
– Serviços (Balança de Serviços) 
– Rendimentos de trabalho e investimentos 
(Rendas) 
– Doações (Transferências unilaterais correntes) 
• Conta de Capital e Financeira: registra os fluxos 
de todos os ativos internacionais que irão afetar a 
renda nacional futura. 
CONTA CORRENTE E CONTA DE CAPITAL E FINANCEIRA 
A Conta Corrente subdivide-se em: 
• balança comercial (BC) 
• balança de serviços (BS) 
• balanço de rendas (R) 
• transferências unilaterais correntes (TU) 
 
Balanço de Transações Correntes: é o somatório 
dessas quatro subcontas. 
 
TC = BC + BS + R + TU 
A BALANÇA COMERCIAL (BC) 
• Balança Comercial: registra o intercâmbio de bens 
tangíveis, que são as exportações e importações de 
mercadorias. 
• Seu saldo é dado pela diferença entre exportações (X) 
e importações (M): 
– BC = X - M 
• Há duas maneiras de contabilizar exportações e 
importações: FOB (free on board), que representa o 
valor de embarque da mercadoria, e CIF (cost, 
insurance and freight), que inclui, além do custo da 
mercadoria, os fretes e seguros relacionados ao 
transporte. 
• Na balança comercial, tanto as exportações quanto 
as importações são registradas pelo valor FOB. 
O BALANÇO DE SERVIÇOS 
Agrega transações com intangíveis de modo geral 
• Viagens internacionais. 
• Transportes. 
• Seguros. 
• Financeiros. 
• Serviços de computação. 
• Royalties e licenças. 
• Aluguel de equipamentos. 
• Serviços governamentais. 
• Outros Serviços. 
 
ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS 
1. Balança comercial (FOB) 
1.1 Exportações 
1.2 Importações 
2. Serviços 
3. Rendas 
4. Transferências unilaterais correntes 
5. (= 1 + 2 + 3 +4) Transações correntes 
6. Conta capital e f inanceira 
6.1 Conta capital 
6.2 Conta financeira 
6.2.1 Investimento direto (líquido) 
6.2.2 Investimentos em carteira 
6.2.3 Derivativos 
6.2.4 Outros investimentos 
7. Erros e omissões 
8. Resultado do balanço 
9. Var iação das reservas (= - 8) 
O BALANÇO DE RENDAS 
• O Balanço de Rendas, 
as remessas de registra 
renda de 
estrangeiros e 
pelos 
capitais 
as receitas 
capitais auferidas 
nacionais no exterior além 
das rendas de trabalho. 
• Conta de Rendas 
compreende duas subcontas: 
– Rendas de trabalho 
– Renda de Investimentos 
 
ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS 
1. Balança comercial (FOB) 
1.1 Exportações 
1.2 Importações 
2. Serviços 
3. Rendas 
4. Transferências unilaterais correntes 
5. (= 1 + 2 + 3 +4) Transações correntes 
6. Conta capital e financeira 
6.1 Conta capital 
6.2 Conta financeira 
6.2.1 Investimento direto (líquido) 
6.2.2 Investimentos em carteira 
6.2.3 Derivativos 
6.2.4 Outros investimentos 
7. Erros e omissões 
8. Resultado do balanço 
9. Variação das reservas (= - 8) 
BALANÇO DE RENDAS: RENDA DE INVESTIMENTOS 
• Conta Renda 
diversas modalidades de remuneração 
investimentos 
de Investimentos corresponde à 
das 
que estão detalhadas na Conta 
Financeira (da Conta Capital e Financeira). 
• Esta conta se desdobra em três subcontas: 
– Renda de Investimentos Diretos, 
– Renda de Investimentos em Carteira (ou portfolio) 
– Renda de Outros Investimentos. 
As rendas de investimento correspondem a: lucros, 
juros e dividendos que remuneram os 
investimentos diretos, os empréstimos, as compras 
de títulos e ações registrados na Conta Capital e 
Financeira. 
RENDA DE INVESTIMENTOS DIRETOS 
• Subconta Renda de Investimentos Diretos registra:os lucros e dividendos relativos a participações no 
capital de empresas e 
• os juros correspondentes aos empréstimos 
intercompanhias nas modalidades de empréstimos 
diretos e títulos de qualquer prazo. 
• OBSERVAÇÃO: ganhos de capital que, pela 
sistemática antiga eram incluídos como renda, agora 
são reclassificados como investimento direto, 
passando a fazer parte da Conta Financeira. 
RENDA DE INVESTIMENTOS EM CARTEIRA 
• Subconta Renda de Investimentos em Carteira 
registra: 
• lucros, dividendos e bonificações relativos às 
aplicações em ações; e 
• juros correspondentes a aplicações em títulos de 
emissão doméstica (títulos da dívida interna pública, 
debêntures e outros títulos privados) e de emissão 
no exterior (como Bônus, Notes e Commercial 
Papers). 
RENDA DE OUTROS INVESTIMENTOS 
• Subconta Renda de Outros Investimentos abrange: 
• os juros de créditos comerciais (de fornecedores - 
ou supplier credits - de empréstimos de agências 
governamentais, de organismos internacionais e de 
bancos privados); e 
• os juros de depósitos e outros ativos e passivos. 
Nesta categoria incluem-se os juros de 
financiamento à importação e os juros sobre 
pagamento antecipado de exportações. 
O BALANÇO DE TRANSFERÊNCIAS 
UNILATERAIS CORRENTES 
• Representam pagamentos ou recebimentos, tanto 
em moeda quanto em bens, sem contrapartida. 
• Transferências unilaterais em correntes - aquelas 
destinadas exclusivamente ao consumo corrente. 
Nas Transferências Unilaterais Correntes destacam- 
se: recursos destinados a reparações de guerra, 
transferências de legados e heranças, donativos 
privados, 
cidadãos 
doações, pagamentos de 
nacionais residindo no 
pensões a 
exterior, e 
remessas enviadas por imigrantes que trabalham 
no exterior. 
O BALANÇO DE CAPITAL E FINANCEIRO 
Duas novas contas: Conta Capital e Conta 
Financeira (CCF). 
• Conta Capital – Registra as transferências unilaterais 
de capital relacionadas com patrimônio de migrantes 
e a aquisição/alienação de bens não financeiros não 
produzidos, tais como cessão de direitos autorais e 
patentes. 
• Conta Financeira - registra os fluxos decorrentes de 
transações internacionais com ativos e passivos 
financeiros entre residentes e não residentes. 
• Abrange quatro grupos de fluxos: 
– 1. Investimento Direto. 
– 2. Investimento em Carteira. 
– 3. Derivativos financeiros. 
– 4. Outros Investimentos. 
ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS 
1. Balança comercial (FOB) 
1. Exportações 
2. Importações 
2. Serviços 
3. Rendas 
4. Transferências unilaterais correntes 
5. (= 1 + 2 + 3 +4) Transações correntes 
6. Conta capital e financeira 
1. Conta capital 
2. Conta financeira 
1. Investimento direto (líquido) 
2. Investimentos em carteira 
3. Derivativos 
4. Outros investimentos 
7. Erros e omissões 
8. (= 5 + 6 + 7) Resultado do balanço 
9. Variação das reservas (= - 8) 
CONTA FINANCEIRA: INVESTIMENTOS DIRETOS 
• Investimentos Diretos 
passivos detidos por 
compreendem 
nacionais 
ativos e 
(ativos) e 
estrangeiros (passivos). 
– participação no capital de empresas: incluem as 
aquisições totais ou parciais do capital social de empresas, 
os ganhos de capital relativos à alienação de bens, as 
conversões de obrigações e os recursos utilizados em 
privatizações de empresas estatais. 
– empréstimos intercompanhias: compreendem os 
empréstimos diretos concedidos pelas matrizes a suas 
afiliadas ou mediante a colocação de títulos (sem distinção 
de prazo) e as amortizações de tais empréstimos. 
CONTA FINANCEIRA: INVESTIMENTOS EM CARTEIRA 
 
• Investimentos em Carteira: registram os fluxos de 
ativos e passivos constituídos pela emissão de títulos 
de crédito (ações e títulos de renda fixa), negociados 
em mercados secundários de papéis. Os 
componentes principais de investimentos em carteira 
são: 
– títulos de participação no capital e 
– títulos de dívida. 
• Os títulos de dívida incluem bônus, notes e 
commercial papers. 
CONTA FINANCEIRA: DERIVATIVOS FINANCEIROS 
• Derivativos Financeiros: compreende os fluxos 
relativos à liquidação de haveres e obrigações 
decorrentes de operações de swaps, opções e 
futuros e os fluxos relativos a prêmios de opções. 
Essas operações eram antes alocadas na conta de 
"serviços" ou na conta de capitais de curto prazo. 
CONTA FINANCEIRA: OUTROS INVESTIMENTOS 
• Outros Investimentos: compreendem uma 
diversidade de outros instrumentos financeiros: 
empréstimos de curto e longo prazos, algumas 
modalidades de créditos comerciais, moeda em 
circulação e depósitos em moeda, o uso do crédito 
do FMI, os desembolsos desta instituição e as 
amortizações a ela pagas, outros empréstimos com 
objetivos de regularização de organizações 
internacionais e governamentais, subscrições de 
capital de organizações não-monetárias e diversas 
contas a receber e a pagar. 
Erros e Omissões (EO) 
• Em função de imperfeições 
na forma de registro das 
informações, nem sempre 
se consegue a necessária 
equivalência entre o total de 
créditos e o total de débitos 
do balanço de pagamentos. 
• O lançamento ERROS E 
OMISSÕES é calculado 
para tornar nula a soma 
de débitos e créditos do 
balanço de pagamentos. 
 
ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS 
1. Balança comercial (FOB) 
1.1 Exportações 
1.2 Importações 
2. Serviços 
3. Rendas 
4. Transferências unilaterais correntes 
5. (= 1 + 2 + 3 +4) Transações correntes 
6. Conta capital e financeira 
6.1 Conta capital 
6.2 Conta financeira 
6.2.1 Investimento direto (líquido) 
6.2.2 Investimentos em carteira 
6.2.3 Derivativos 
6.2.4 Outros investimentos 
7. Erros e omissões 
8. Resultado do balanço 
9. Variação das reservas (= - 8) 
IDENTIDADES DO BALANÇO DE PAGAMENTOS 
• Do ponto de vista contábil, A conta de transações correntes 
(TC) representa o somatório da balança comercial, da balança 
de serviços, do balanço de rendas e de transferências 
unilaterais correntes: 
1. TC = BC + BS + R + TU 
O RESULTADO DO BALANÇO PAGAMENTOS 
2. BP = TC + CCF + EO 
• A conta capital e financeira registra os 
investimentos, empréstimos, 
financiamentos e demais fluxos de 
capitais financeiros entre países. 
• Somando o SALDO DO BALANÇO DE 
PAGAMENTOS EM TRANSAÇÕES 
CORRENTES a CONTA CAPITAL E 
FINANCEIRA e 
ERROS E 
considerando 
OMISSÕES, eventuais 
chega-se 
BALANÇO 
ao SALDO 
DE 
BALANÇO 
TOTAL DO 
PAGAMENTOS ou 
DE RESULTADO DO 
PAGAMENTOS. 
ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS 
1. Balança comercial (FOB) 
1.1 Exportações 
1.2 Importações 
2. Serviços 
3. Rendas 
4. Transferências unilaterais correntes 
5. (= 1 + 2 + 3 +4) Transações correntes 
6. Conta capital e financeira 
1. Conta capital 
2. Conta financeira 
6.2.1 Investimento direto (líquido) 
2. Investimentos em carteira 
3. Derivativos 
6.2.4 Outros investimentos 
7. Erros e omissões 
8. (= 5 + 6 + 7) Resultado do balanço 
9. Variação das reservas (= - 8) 
Resultado do BP e Variação de Reservas 
 
• A conta “variação das reservas” demonstra o resultado do 
BP, ou seja, mostra seu impacto sobre o nível de reservas, mas 
com o sinal trocado. 
• O saldo total do balanço de pagamentos deve ser idêntico ao 
saldo da conta de Haveres da Autoridade Monetária (variação 
de reservas internacionais) com sinal trocado: 
BP = - HAM 
3. HAM = - BP 
ou 
BP + HAM = 0 
Discriminação 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 
Balança comercial (FOB) 
ServiçosRendas 
Transferências unilaterais correntes 
 
34 
-5 
-21 
4 
 
45 
-8 
-27 
4 
 
47 
-10 
-27 
4 
 
40 
-13 
-29 
4 
 
25 
-17 
-40 
4 
 
25 
-19 
-34 
4 
 
20 
-31 
-39 
3 
 
 
-38 
-47 
3 
 
19 
-41 
-35 
3 
Transações correntes 12 14 14 2 -28 -24 
Conta capital e financeira -8 -9 16 89 33 71 100 
Conta capital1/ 
Conta financeira 
Investimento direto (líquido) 
Investimentos em carteira 
Derivativos 
Outros investimentos2/ 
Erros e omissões 
0 
-8 
8 
-5 
-1 
-11 
-2 
1 
-10 
13 
5 
0 
-28 
0 
1 
15 
-9 
10 
0 
15 
1 
1 
88 
28 
48 
-1 
13 
-3 
1 
32 
25 
1 
0 
6 
-2 
1 
70 
36 
50 
0 
-16 
0 
1 
99 
37 
63 
0 
-1 
-4 
1 
111 
68 
35 
0 
8 
-1 
-2 
75 
68 
8 
0 
-2 
0 
Resultado do balanço 
Variação das reservas 
2 
-2 
4 
-4 
31 
-31 
88 
-88 
3 
-3 
47 
-47 -59 
Resultado do BP e Variação de Reservas 
 
 um saldo negativo no balanço de pagamentos significa que, no 
período em questão, o país teve de utilizar parte de suas 
reservas para saldá-lo. Registra-se com sinal positivo o saldo 
da variação das reservas ou Haveres da Autoridade Monetária, 
o que significa um redução das reservas. 
BP = -10 => HAM = 10 (diminuição de reservas) 
 um saldo positivo no balanço de pagamentos indica um 
aumento das reservas que se registra com sinal negativo na 
conta de Haveres da Autoridade Monetária. 
BP = 10 => HAM = -10 (aumento de reservas) 
Ou seja, um BP positivo implica em um HAM negativo 
O PRINCÍPIO DAS PARTIDAS DOBRADAS 
• Os registros de um BP são realizados 
com base no princípio contábil das 
partidas dobradas (a cada crédito 
corresponde um débito, e a cada 
lançamento a débito em uma conta 
ocorre um de crédito em outra). 
• Portanto, do ponto de vista contábil, o 
total do BP é sempre zero ou o BP está 
sempre equilibrado (Resultado do BP 
+ Haveres da A.M. = 0). 
O PRINCÍPIO DAS PARTIDAS DOBRADAS 
 
• Contas operacionais: correspondem às 
transações geradoras de pagamentos e 
recebimentos (Conta Corrente, Conta 
Capital e Financeira). 
– As receitas de mercadorias, serviços, rendas e 
transferências; redução de ativos e aumento de 
passivos externos (entrada de capitais) 
constituem crédito. 
– As despesas com mercadorias, serviços, rendas e 
transferências; aumento de ativos e redução de 
passivos externos (saída de capitais) constituem 
débito. 
O PRINCÍPIO DAS PARTIDAS DOBRADAS 
 
• Contas de caixa (Haveres da Autoridade 
Monetária): registram o 
meios de pagamentos 
movimento dos 
internacionais à 
disposição do país. 
– Aumento reservas internacionais registra- 
se com sinal negativo: 
• Uma exportação (+) gera aumento de 
ativos externos (reservas, por exemplo) e, 
consequentemente para zerar o BP, o 
aumento de ativos externos (aumento de 
reservas internacionais) deve ter sinal 
negativo (-) 
O PRINCÍPIO DAS PARTIDAS DOBRADAS 
– Redução de reservas internacionais 
registra-se com sinal positivo: 
• Uma importação (-) gera diminuição de 
ativos externos (reservas, por exemplo) e, 
consequentemente para zerar o BP, a 
redução de ativos externos (redução de 
reservas internacionais) deve ter sinal 
positivo (+) 
A Contabilidade do Balanço de Pagamentos 
• Exemplos dos lançamentos no balanço de pagamentos: 
 
Balança Comercial 
• Exportações(à vista): crédito 
• Importações (à vista): débito 
Haveres: débito 
Haveres: crédito 
Balança de Serviços 
• Operação dá origem a entrada de recursos: crédito 
• Operação dá origem a saída de recursos: débito 
Haveres: débito 
Haveres: crédito 
Balança de Rendas 
• Operação dá origem a entrada de recursos: crédito 
• Operação dá origem a saída de recursos: débito 
Haveres: débito 
Haveres: crédito 
A Contabilidade do Balanço de Pagamentos 
Transferências Unilaterais (em divisas) 
• Operação dá origem a entrada de recursos: crédito 
• Operação dá origem a saída de recursos: débito 
Haveres: débito 
Haveres: crédito 
Conta capital e financeira 
• Operação dá origem a entrada de recursos: crédito 
• Operação dá origem a saída de recursos: débito 
Haveres: débito 
Haveres: crédito 
Haveres da Autoridade Monetária (Variação de Reservas) 
• Redução das reservas: crédito 
• Acréscimo das reservas: débito 
Transações sem movimentação de divisas 
 
• Quando a movimentação de divisas não existe, a contrapartida 
não ocorre na conta Haveres. 
• Na operação lucros reinvestidos, o lançamento é feito a 
débito na conta rendas de capital. Contudo, como tal operação 
não gerou saída de divisas, a conta a ser creditada não pode 
ser a conta variação de reservas. A conta que então é 
creditada é a conta reinvestimentos, na conta financeira. 
• Quando ocorrem doações recebidas em mercadorias, o 
lançamento é feito a crédito na conta Transferências 
unilaterais. Contudo, como tal operação não gerou entrada de 
divisas, a conta a ser debitada não pode ser a conta variação 
de reservas. A conta que então é debitada é a conta 
importações. 
Transações sem movimentação de divisas 
 
Lucros reinvestidos 
• Débito: rendas 
• Crédito: reinvestimento 
 
Doações recebidas em mercadorias 
• crédito: TU 
• débito: importação 
 
Doações enviadas em mercadorias 
• débito: TU 
• crédito: exportação 
Transações sem movimentação de divisas 
 
Importações financiadas 
• Débito: importações 
• Crédito: outros investimentos 
 
Exportações financiadas 
• crédito: exportações 
• débito: outros investimentos 
 
Juros refinanciados 
• débito: rendas 
• crédito: outros investimentos 
Transações sem movimentação de divisas 
 
Amortizações refinanciadas 
• Débito: outros investimentos 
• Crédito: outros investimentos 
USOS E FONTES 
e Fontes de 
do BP 
Os Usos 
recursos 
constituem forma 
alternativa de apresentar 
as contas externas, 
incluindo todos os itens 
do BP reorganizados, de 
forma a ilustrar como os 
recursos são supridos 
(Fontes) para atender às 
demandas de transações 
correntes e amortizações 
de empréstimos externos 
(Usos). 
O balanço de pagamentos de acordo com o BPM5 tem a 
mesma cobertura da versão anterior, contemplando os 
mesmos lançamentos a débito e crédito. As diferenças 
residem, exclusivamente, nos critérios de classificação das 
transações e na nomenclatura das contas. 
As mais importantes alterações introduzidas na nova 
apresentação do balanço de 
pagamentos são: 
a) introdução, na conta corrente, de clara distinção entre 
bens, serviços, renda e transferências correntes, com ênfase 
no maior detalhamento na classificação dos serviços; 
MANUAL BP5 X MANUAL BP4 
b)introdução da “conta capital”, que registra as transações relativas às 
transferências unilaterais de patrimônio de migrantes e a 
aquisição/alienação de bens não financeiros não produzidos (cessão de 
marcas e patentes); 
 
c)introdução da “conta financeira”, em substituição à antiga conta de 
capitais, para registrar as transações relativas à formação de ativos e 
passivos externos, como investimento direto, investimento em carteira, 
derivativos e outros investimentos. A conta financeira foi, portanto, 
estruturada de forma a evidenciar as transações ativas e passivas, as 
classes dos instrumentos financeiros de mercado e os prazosdas 
transações; 
MANUAL BP5 X MANUAL BP4 
d)inclusão, no item investimentos diretos, dos 
empréstimos intercompanhia (empréstimos praticados 
entre empresas integrantes de mesmo grupo 
econômico), de qualquer prazo, nas modalidades de 
empréstimos diretos e colocação de títulos; 
e)reclassificação de todos os instrumentos de portfolio, 
inclusive bônus, notes e commercial papers, para a 
conta de investimentos em carteira; 
f)introdução de grupo específico para registro das 
operações com derivativos financeiros, anteriormente 
alocados na conta serviços e nos capitais a curto prazo; 
g)estruturação da “conta de rendas” de forma a 
evidenciar as receitas e despesas geradas por cada 
uma das modalidades de ativos e passivos externos 
contidas na conta financeira. 
MANUAL BP5 X MANUAL BP4 
Balanço de pagamentos no Brasil 
US $ bilhõ e s 
Discriminação 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 
 
Balança comercial (FOB) 
 
10 
 
-3 
 
-6 
 
-7 
 
-7 
 
-1 
 
-1 
 
3 
 
13 
Serviços -6 -7 -9 -11 -10 -7 -7 -8 -5 
Rendas -9 -11 -12 -15 -18 -19 -18 -20 -18 
Transferências unilaterais correntes 2 4 2 2 1 2 2 2 2 
Transações correntes -2 -18 -24 -30 -33 -25 -24 -23 -8 
Conta capital e financeira 9 29 34 26 30 17 19 27 8 
Conta capital 0 0 0 0 0 0 0 0 0 
Conta financeira 9 29 34 25 29 17 19 27 8 
Investimento direto (líquido) 1 3 11 18 26 27 30 25 14 
Investimentos em carteira 51 9 22 13 18 4 7 0 -5 
Derivativos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 
Outros investimentos -44 16 1 -5 -14 -14 -18 3 -1 
Erros e omissões 0 2 -2 -3 -4 0 3 -1 0 
Resultado do balanço 7 13 9 -8 -8 -8 -2 3 0 
Variação das reservas -7 -13 -9 8 8 8 2 -3 0 
Balanço de pagamentos 
 
 
 
 
US $ 
 
 
 
 
bilhõ e s 
Discriminação 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 
 
Balança comercial (FOB) 
 
34 
 
45 
 
47 
 
40 
 
25 
 
25 
 
20 
 
30 
 
19 
Serviços -5 -8 -10 -13 -17 -19 -31 -38 -41 
Rendas -21 -27 -27 -29 -40 -34 -39 -47 -35 
Transferências unilaterais correntes 4 4 4 4 4 4 3 3 3 
Transações correntes 12 14 14 2 -28 -24 -47 -52 -54 
Conta capital e financeira -8 -9 16 89 33 71 100 112 73 
Conta capital1/ 0 1 1 1 1 1 1 2 -2 
Conta financeira -8 -10 15 88 32 70 99 111 75 
Investimento direto (líquido) 8 13 -9 28 25 36 37 68 68 
Investimentos em carteira -5 5 10 48 1 50 63 35 8 
Derivativos -1 0 0 -1 0 0 0 0 0 
Outros investimentos2/ -11 -28 15 13 6 -16 -1 8 -2 
Erros e omissões -2 0 1 -3 -2 0 -4 -1 0 
Resultado do balanço 2 4 31 88 3 47 49 59 19 
Variação das reservas -2 -4 -31 -88 -3 -47 -49 -59 -19 
-60 
-40 
-20 
0 
20 
40 
60 
1
9
6
7
 
1
9
6
8
 
1
9
6
9
 
1
9
7
0
 
1
9
7
1
 
1
9
7
2
 
1
9
7
3
 
1
9
7
4
 
1
9
7
5
 
1
9
7
6
 
1
9
7
7
 
1
9
7
8
 
1
9
7
9
 
1
9
8
0
 
1
9
8
1
 
1
9
8
2
 
1
9
8
3
 
1
9
8
4
 
1
9
8
5
 
1
9
8
6
 
1
9
8
7
 
1
9
8
8
 
1
9
8
9
 
1
9
9
0
 
1
9
9
1
 
1
9
9
2
 
1
9
9
3
 
1
9
9
4
 
1
9
9
5
 
1
9
9
6
 
1
9
9
7
 
1
9
9
8
 
1
9
9
9
 
2
0
0
0
 
2
0
0
1
 
2
0
0
2
 
2
0
0
3
 
2
0
0
4
 
2
0
0
5
 
2
0
0
6
 
2
0
0
7
 
2
0
0
8
 
2
0
0
9
 
2
0
1
0
 
2
0
1
1
 
2
0
1
2
 
U
S
$
 b
il
h
õ
e
s
 
Transações Correntes do Brasil: 1967-2012 
Balança Comercial Serviços Rendas Transf. Unilaterais Transações Correntes 
Milagre 
Econômico II PND 
Ajuste 
Externo 
Planos 
de 
Estabilização 
Collor 
Plano Real 
Da 
Estabilização 
à Crise Externa 
II FHC 
Metas de 
Inflação 
e Câmbio 
Flutuante 
Lula 
Metas de Inflação 
e Câmbio Flutuante 
Rendas 
Serviços 
Conta 
corrente 
Balança 
comercial 
Itamar 
-20 
-15 
-10 
-5 
0 
5 
10 
15 
1
9
6
7
 
1
9
6
8
 
1
9
6
9
 
1
9
7
0
 
1
9
7
1
 
1
9
7
2
 
1
9
7
3
 
1
9
7
4
 
1
9
7
5
 
1
9
7
6
 
1
9
7
7
 
1
9
7
8
 
1
9
7
9
 
1
9
8
0
 
1
9
8
1
 
1
9
8
2
 
1
9
8
3
 
1
9
8
4
 
U
S
$
 b
il
h
õ
e
s
 
Transações Correntes do Brasil: 1967-1984 
Balança Comercial Serviços Rendas Transf. Unilaterais Transações Correntes 
Rendas 
Serviços 
Conta 
corrente 
Balança 
comercial 
25 
 
 
20 
 
 
15 
 
 
10 
 
 
5 
 
 
0 
 
 
-5 
 
 
-10 
 
 
-15 
 
 
-20 
 
 
-25 
1
9
8
0
 
1
9
8
1
 
1
9
8
2
 
1
9
8
3
 
1
9
8
4
 
1
9
8
5
 
1
9
8
6
 
1
9
8
7
 
1
9
8
8
 
1
9
8
9
 
1
9
9
0
 
1
9
9
1
 
1
9
9
2
 
1
9
9
3
 
1
9
9
4
 
1
9
9
5
 
U
S
$
 b
il
h
õ
e
s
 
Transações Correntes do Brasil: 1980-1995 
Balança Comercial Serviços Rendas Transf. Unilaterais Transações Correntes 
-60 
-40 
-20 
0 
20 
40 
60 
1
9
9
0
 
1
9
9
1
 
1
9
9
2
 
1
9
9
3
 
1
9
9
4
 
1
9
9
5
 
1
9
9
6
 
1
9
9
7
 
1
9
9
8
 
1
9
9
9
 
2
0
0
0
 
2
0
0
1
 
2
0
0
2
 
2
0
0
3
 
2
0
0
4
 
2
0
0
5
 
2
0
0
6
 
2
0
0
7
 
2
0
0
8
 
2
0
0
9
 
2
0
1
0
 
2
0
1
1
 
2
0
1
2
 
U
S
$
 b
il
h
õ
e
s
 
Transações Correntes do Brasil: 1990-2012 
Balança Comercial Serviços Rendas Transf. Unilaterais Transações Correntes 
-8% 
-6% 
-4% 
-2% 
0% 
2% 
4% 
6% 
8% 
1
9
6
7
 
1
9
6
8
 
1
9
6
9
 
1
9
7
0
 
1
9
7
1
 
1
9
7
2
 
1
9
7
3
 
1
9
7
4
 
1
9
7
5
 
1
9
7
6
 
1
9
7
7
 
1
9
7
8
 
1
9
7
9
 
1
9
8
0
 
1
9
8
1
 
1
9
8
2
 
1
9
8
3
 
1
9
8
4
 
1
9
8
5
 
1
9
8
6
 
1
9
8
7
 
1
9
8
8
 
1
9
8
9
 
1
9
9
0
 
1
9
9
1
 
1
9
9
2
 
1
9
9
3
 
1
9
9
4
 
1
9
9
5
 
1
9
9
6
 
1
9
9
7
 
1
9
9
8
 
1
9
9
9
 
2
0
0
0
 
2
0
0
1
 
2
0
0
2
 
2
0
0
3
 
2
0
0
4
 
2
0
0
5
 
2
0
0
6
 
2
0
0
7
 
2
0
0
8
 
2
0
0
9
 
2
0
1
0
 
2
0
1
1
 
2
0
1
2
 
U
S
$
 b
il
h
õ
e
s
 
Transações Correntes do Brasil: 1967-2011 
BC/PIB BS/PIB R/PIB TU/PIB TC/PIB 
Milagre 
Econômico 
II PND 
Ajuste 
Externo 
Planos 
de 
Estabilização 
Collor 
Plano Real 
Da 
Estabilização 
à Crise 
Externa 
II FHC 
Metas de 
Inflação 
e Câmbio 
Flutuante 
Lula 
Metas de 
Inflação 
e Câmbio 
Flutuante Itamar

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