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Balanço de Pagamentos

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PALAVRAS CHAVE
Balanço de Pagamentos; 6ª edição do Manual de Balanço de Pagamentos (BPM6); Posição
Internacional de Investimentos (PII); contas externas; reservas internacionais.
DESCRIÇÃO
Balanço de Pagamentos como registro de todas as transações econômicas entre Brasil e o
resto do mundo, em determinado período, e como consequente ferramenta de avaliação da
situação econômica do Brasil em relação à economia mundial.
PROPÓSITO
Compreender, quantitativa e qualitativamente, as diversas transações entre o Brasil e outros
países a partir do Balanço de Pagamentos ― conta fundamental na macroeconomia em vista
da intensidade do fluxo real e financeiro entre países.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Definir Balanço de Pagamentos, agentes residentes e não residentes, e meios internacionais
de pagamento
MÓDULO 2
Descrever a estrutura do Balanço de Pagamentos e o detalhamento das contas do Balanço de
Pagamentos (BPM6)
MÓDULO 3
Categorizar movimento de capitais, contas de capital e financeira
MÓDULO 4
Reconhecer lançamentos, contrapartidas e interpretações econômicas para as contas do
Balanço de Pagamentos
INTRODUÇÃO
Neste tema, vamos apreender que o Balanço de Pagamentos (BP) é o registro contábil de
todas as transações econômicas entre um país e o resto do mundo, durante um período de
tempo. O BP é utilizado, portanto, para avaliar o estado das finanças internacionais de um país,
permitindo acompanhar a evolução dos fluxos de recursos materiais (físicos) e financeiros
entre os agentes residentes e não residentes em uma economia.
Os registros do BP, no Brasil, seguem as normas internacionais publicadas pelo Fundo
Monetário Internacional (FMI (Em inglês, International Monetary Fund (IMF).) ), que são
compatíveis com o Sistema de Contas Nacionais (SCN) coordenado pela Organização das
Nações Unidas (ONU). O registro e a divulgação são de responsabilidade do Banco Central do
Brasil (Bacen), que disponibiliza estatísticas anuais desde 1947, estatísticas trimestrais desde
1979 e estatísticas mensais desde 1995.
As contas externas brasileiras, entre janeiro de 2001 e maio de 2015, eram divulgadas
segundo a metodologia recomendada no Manual do Balanço de Pagamentos (5ª edição, 1993),
editado pelo FMI. A partir de junho 2015, o Bacen passou a divulgar as estatísticas de dívida
externa brasileira conforme a sexta edição do Manual do Balanço de Pagamentos e Posição
Internacional de Investimentos do FMI (BPM6).
Cada módulo, a seguir, pretende explorar detalhadamente essa nova metodologia.
MÓDULO 1
 Definir Balanço de Pagamentos, agentes residentes e não residentes e Meios
Internacionais de Pagamento
BALANÇO DE PAGAMENTOS – CONCEITO
Neste módulo, vamos compreender o conceito de Balanço de Pagamentos identificando sua
importância, definindo residentes e não residentes, além de relacionar e descrever os ativos de
reserva internacionais.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (IMF, 2009), o balanço de pagamentos é o
registro sistemático de todas as transações econômicas realizadas entre os residentes e
os não residentes de um país em um período de tempo. Trata-se do registro contábil das
transações comerciais e financeiras de um país com o resto do mundo.
O Balanço de Pagamentos torna possível avaliar as transações internacionais de um país, de
modo a subsidiar decisões de política macroeconômica e entender a capacidade de honrar
com seus compromissos externos.
A responsabilidade pela elaboração do balanço de pagamentos, no Brasil, é do Banco Central
do Brasil (Bacen), e segue as diretrizes e normas do FMI. Tais diretrizes são compatíveis com o
Sistema de Contas Nacionais (SCN), desenvolvido pela Organização das Nações Unidas
(ONU), Comissão das Comunidades Europeias, Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pelo Banco Internacional para Reconstrução e
Desenvolvimento (BIRD) ― mais conhecido como Banco Mundial ―, além do próprio FMI.
Desde junho de 2015, o Bacen adota a sexta edição do manual metodológico (BPM6),
publicado em 2009 pelo FMI. Segundo Paulani e Braga (2020), o BPM6 tem dois objetivos
principais:
Tornar as estatísticas internacionais cada vez mais compatíveis com o sistema de contas
nacionais, na versão SNA 08;
javascript:void(0)
Promover maior integração entre o sistema de contas nacionais e a Posição Internacional
de Investimentos (PII), relativa às estatísticas internacionais.
SNA
Sistema de Contas Nacionais (System of National Accounts, 2008), que você pode
conferir no Explore Mais..
RESIDENTES E NÃO RESIDENTES
RESIDENTES
Para distinguir residentes e não residentes, devemos considerar o centro de interesse
econômico. Nesse sentido, a distinção não se refere à nacionalidade ou a critério legal. Tem-
se interesse econômico quando a unidade:
Está engajada em alguma atividade e transação econômica de escala significante;
Tem intenção de se manter engajada por tempo indeterminado ou pelo tempo
determinado de, pelo menos, 1 (um) ano no país.
São considerados residentes no país, dessa forma, as pessoas físicas, nacionais ou não, cujo
centro de interesse é o país. Em outras palavras, são residentes as pessoas que ajudam a
formar e a consumir o Produto Interno Bruto (PIB).
Podemos citar, como exemplo, um turista brasileiro no exterior. Nesse caso, a pessoa se
encontra transitoriamente fora do país, sendo considerada residente. Repare que essa mesma
situação se aplica a viagens de negócios, educação (bolsistas de pós-graduação), ou seja,
pessoas que estão fora do país de forma não permanente.
O quadro, a seguir, contém um resumo das pessoas físicas ou jurídicas consideradas
residentes:
Pessoas/entidades Característica Exemplos
Físicas, nacionais ou
não, cujo centro de
interesse é o país
Cooperam, de alguma
forma, com a formação
(no consumo) do PIB
e/ou estão fora do país
de forma não
permanente.
Turismo, viagens de
negócios, estudos,
oficiais de chancelaria,
diplomatas e adidos
militares além de
estrangeiros que
trabalham no país.
Jurídicas de direito
público sediadas no país
Todos os órgãos e as
instituições de todos os
Poderes dos níveis
federal, estadual e
municipal.
Banco Central do Brasil,
Secretaria do Tesouro
Nacional, Ministério da
Saúde, Prefeitura de São
Paulo, Governo do
Estado do Rio de
Janeiro.
Jurídicas de direito
privado sediadas no país
Empresas nacionais ou
multinacionais, instaladas
no país.
Sucursais ou filiais de
empresas estrangeiras
no Brasil e instituições
norte-americanas de
ensino instaladas no
país.
Embaixadas do país no Representação de um Embaixada brasileira em
exterior país no território de outra
nação por meio de um
embaixador.
Paris, embaixada
brasileira em Washington
etc.
Fonte: adaptado de Góes e Gadelha (2019) e Sampaio (2018).
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
NÃO RESIDENTES
São considerados não residentes as pessoas físicas ou jurídicas que não têm seu centro de
interesse econômico no país considerado.
Desse modo, são considerados não residentes no país:
Pessoas físicas, nacionais ou não, cujo centro de interesse não é o país;
Empresas, nacionais ou não, instaladas fora do país;
Embaixadas estrangeiras no país, e todos os órgãos e as instituições de outros países.
Cabe ressaltar que os organismos ou organizações internacionais ― também denominados
instituições multilaterais ― não são considerados residentes em qualquer país.
 EXEMPLO
Sede da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra, na Suíça;
Sede da Organização das Nações Unidas para educação, ciência e cultura (UNESCO),
em Paris, na França.
Nem a primeira é residente na Suíça, nem a segunda é residente na França.
TRANSAÇÃO
CITAÇÃO
“UMA TRANSAÇÃO É DEFINIDA COMO UM FLUXO
ECONÔMICO QUE REFLETE A CRIAÇÃO,
TRANSFORMAÇÃO, TROCA, TRANSFERÊNCIA OU
EXTINÇÃO DE VALOR ECONÔMICO, ENVOLVENDO A
TROCA DE PROPRIEDADE ENTRE OS AGENTES
ENVOLVIDOS.”
CARVALHO E SILVA, 2017
As transações entre residentese não residentes de um país poderão gerar redução ou
aumento dos ativos de reserva (reservas internacionais) de um país, quando envolverem
pagamentos ou recebimentos em forma de divisas.
Nem todas as transações contabilizadas envolvem pagamentos em moeda. Algumas delas
nem mesmo envolvem pagamento em espécie, como será visto adiante.
A seguir, veremos a composição dos ativos de reserva que representam os meios
internacionais de pagamentos de um país.
MEIOS INTERNACIONAIS DE PAGAMENTO
― ATIVOS DE RESERVAS INTERNACIONAIS
Os meios internacionais de pagamento são utilizados pelos bancos centrais dos países para
pagamento ou recebimento pelas transações entre si. Os ativos de reserva internacionais
registrados no balanço do pagamento são:
Direito especial de saque (DES);
Ouro monetário;
Posição de reservas no FMI;
Reservas em moeda estrangeira e outros ativos.
Vamos, a seguir, detalhar cada uma dessas formas internacionais de pagamento.
DIREITO ESPECIAL DE SAQUE (DES)
O Direito Especial de Saque (DES) foi uma solução encontrada pelo FMI, em 1969, para
contornar as limitações do modelo proposto, originalmente, em Bretton Woods, em 1944. Tal
modelo exigia que as reservas fossem em ouro ou dólares norte-americanos.
Foi decidido, na Conferência do Rio de Janeiro, em 1967, a criação dos direitos especiais de
saque com o objetivo de aumentar e estabilizar a oferta de liquidez internacional.
javascript:void(0)
DES
Special Drawing Rights – SDR, em inglês.
O DES pode ser considerado uma linha de crédito concedida pelo FMI a cada país na
proporção de sua cota. Nesse caso, a quantidade de cotas está diretamente relacionada ao
tamanho da economia de cada país.
Na ocasião em que foi concebido, 1 DES equivalia a 1 dólar ou 35 onças de ouro – 0,888671
grama de ouro. Cabe ressaltar que o DES é uma moeda escritural e não possui lastro.
Desse modo, O DES é utilizado apenas entre os Bancos Centrais e Tesouros Nacionais dos
países.
Segundo Caparroz (2019), ao ingressar no FMI, os países são obrigados a integralizar
totalmente o valor da sua cota. Portanto, 25% do montante deverá ser pago na própria moeda
do fundo (DES), enquanto o restante pode ser quitado na moeda corrente do país ou em
moedas internacionais aceitas.
O valor do DES é obtido a partir de uma cesta de moedas internacionais, com base na revisão
realizada no dia 30 de novembro de 2015, nas seguintes proporções: dólar norte-americano
(41,73%), euro (30,93%), yuan chinês (10,92%), iene japonês (8,33%) e libra esterlina (8,09%).
 ATENÇÃO
Reitera-se que, a cada cinco anos, há uma revisão do SDR por parte do FMI. Na ocasião, o
FMI examina a importância das suas divisas nos sistemas financeiros e comerciais mundiais.
OURO MONETÁRIO
O outro monetário corresponde ao ouro que está em poder do Banco Central. No ano de 2019,
o FMI possuía 2,81 toneladas de reservas em ouro, ficando atrás de países como os EUA (8,13
toneladas) e Alemanha (3,37 toneladas) (IMF, 2020a).
Vale ressaltar que o ouro não monetário é o que não está em poder do Bacen, sendo utilizado
para fins industriais, comerciais e artísticos.
As operações de compra (monetização) e de venda (desmonetização) de ouro pelo Bacen
não são computadas no balanço de pagamentos desde 2001, e sim na PII.
 EXEMPLO
Por exemplo, quando o Banco Central compra ouro de garimpeiros em Serra Pelada, por meio
do Banco do Brasil, ocorre uma monetização; quando o Banco Central vende ouro para uma
indústria paulista, ocorre uma desmonetização. (GÓES; GADELHA, 2019).
POSIÇÃO DE RESERVAS NO FMI
A posição de reservas no FMI é feita a partir de uma subscrição de cota que cada país realiza
ao se tornar membro do fundo. Dessa forma, todo país-membro do FMI é um país cotista.
O país cotista tem acesso aos recursos, por meio de um empréstimo, em caso de déficit no
balanço de pagamentos. Caso o valor retirado seja superior à cota-parte, a operação é
denominada empréstimo de regularização.
Sampaio (2018) ressalta que a cota-parte que cada país tem de depositar fará parte das
reservas internacionais do respectivo país e poderá ser sacada de forma incondicional. Ao
contrário, os empréstimos concedidos pelo FMI têm caráter condicional.
A cota-parte é integralizada, em ouro ou moedas conversíveis, na cota de 25%, e em moeda
nacional, na cota de 75%.
 SAIBA MAIS
No ano de 2020, os EUA ocupam a primeira posição, com 17,44% das cotas, seguidos por
Japão (6,66%) e Alemanha (5,60%). O Brasil detém cotas que representam 2,32% do total de
recursos do fundo (IMF, 2020b).
As cotas são definidas a partir de critérios do Conselho de Governadores (Board of Governors)
― órgão máximo de decisão do FMI. Periodicamente, as cotas são revistas e podem ser
modificadas quando necessário.
RESERVAS EM MOEDA ESTRANGEIRA (DIVISAS
CONVERSÍVEIS)
As reservas em moeda estrangeira são compostas pelas reservas cambiais em moeda forte ―
dólar, libra, euro e iene ― e pelos títulos de curto prazo, aplicados no exterior, que possuem
liquidez imediata.
OUTROS ATIVOS DE RESERVA
Trata-se de ativos de operações com títulos adquiridos com acordo de recompra, cédulas e
moedas, empréstimos a não residentes não bancários e instrumentos derivativos.
ATIVOS DE RESERVAS OFICIAIS
Liquidez – US$ milhões
Ativos de reservas oficiais
2020
Julho Agosto Setembro
354.664 356.092 356.606
1. Reservas em moeda estrangeira (em
divisas conversíveis)
334.087 336.943 337.430
(a) Títulos 318.242 321.067 321.543
dos quais: emissor sediado no Brasil, mas
domiciliado no exterior
- - -
(b) Total de moeda e depósitos em: 15.846 15.876 15.888
i) Outros bancos centrais, BIS e FMI 13.428 13.881 14.575
ii) Bancos sediados no Brasil 0 0 0
dos quais: domiciliados no exterior 0 0 0
iii) Bancos sediados no exterior - - -
2. Posição de reserva no FMI 4.141 4.158 4.094
3. DES 4.153 4.170 4.137
4. Ouro (inclusive depósitos de ouro) 4.272 4.270 4.105
Volume em mil onças troy 2.166 2.166 2.166
5. Outros ativos de reserva 8.012 6.551 6.839
Instrumentos derivativos 14 15 – 2
Empréstimos a não residentes não
bancários
- - -
Demais 7.998 6.536 6.841
Fonte: adaptado de Bacen (2020).
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
O QUE SÃO OS ATIVOS DE RESERVAS
INTERNACIONAIS?
Assista, a seguir, a um vídeo sobre o que são os ativos de reservas internacionais e como eles
funcionam como meios internacionais de pagamentos entre os bancos centrais dos países.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (ESAF/ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR/2002) NO CASO DO
BRASIL, PARA EFEITO DE PAGAMENTO NO BALANÇO DE
PAGAMENTOS, NÃO SÃO CONSIDERADAS RESIDENTES:
A) Embaixadas brasileiras no exterior.
B) Empresas multinacionais instaladas no Brasil.
C) Turistas brasileiros no exterior.
D) Instituições norte-americanas de ensino instaladas no Brasil.
E) Filiais de empresas no exterior.
2. (ESAF/AFTN /1996) OS DIREITOS ESPECIAIS DE SAQUE (DES) FORAM
CRIADOS COMO MOEDA ESCRITURAL, OU MOEDA DE CONTA, EM
RAZÃO DE GRANDE EXPANSÃO DAS ECONOMIAS E DO COMÉRCIO
INTERNACIONAL. DESDE A SUA CRIAÇÃO, O SISTEMA DE BRETTON
WOODS SE MOSTROU INCAPAZ DE PROVER RECURSOS DE LIQUIDEZ
NECESSÁRIOS AO FUNCIONAMENTO DA ECONOMIA INTERNACIONAL,
MOTIVO PELO QUAL FORAM CRIADOS OS DES. A ENTIDADE
RESPONSÁVEL PELA ADMINISTRAÇÃO DOS DES ERA:
A) Fundo Monetário Internacional (FMI).
B) Banco Mundial.
C) CFI (Corporação Financeira Internacional).
D) Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
E) Export-Império – Bank (EXIMBAC)
GABARITO
1. (ESAF/Analista de Comércio Exterior/2002) No caso do Brasil, para efeito de
pagamento no balanço de pagamentos, não são consideradas residentes:
A alternativa "E " está correta.
 
Comentário
As filiais de empresas nacionais instaladas fora do país são consideradas não residentes. A
distinção entre residentes e não residentes não se refere à nacionalidade ou a critério legal,
mas ao centro de interesse. Considera-se que uma pessoa ― física ou jurídica ― tem
interesse econômico em um paísquando está engajada em atividade econômica por, pelo
menos, um ano nesse país. Assim, são considerados residentes no Brasil todos os indivíduos
que vivem aqui em caráter permanente: os que estão transitoriamente no exterior em viagem
de negócios, estudos, turismo etc.; todas as empresas aqui instaladas, independentemente da
origem do capital. Naturalmente, as empresas de capital nacional ― públicas ou privadas ―
enquadram-se como residentes. Também são residentes as empresas de capital estrangeiro,
sediadas no País, como é o caso de filiais de multinacionais.
2. (ESAF/AFTN /1996) Os Direitos Especiais de Saque (DES) foram criados como moeda
escritural, ou moeda de conta, em razão de grande expansão das economias e do
comércio internacional. Desde a sua criação, o sistema de Bretton Woods se mostrou
incapaz de prover recursos de liquidez necessários ao funcionamento da economia
internacional, motivo pelo qual foram criados os DES. A entidade responsável pela
administração dos DES era:
A alternativa "A " está correta.
 
Comentário
Os DES representam o ativo financeiro do FMI e foram criados em 1969 como alternativa ao
modelo proposto, originalmente, em Bretton-Woods (BW). Esse modelo exigia que as reservas
fossem em ouro ou dólares norte-americanos ― instrumentos que se mostraram escassos em
razão do crescimento do comércio internacional. Com o colapso paritário previsto em BW, em
1973, o parâmetro dos Direitos Especiais de Saque foi redefinido e passou a ser calculado em
função da cesta de moedas.
MÓDULO 2
 Descrever a estrutura do Balanço de Pagamentos e o detalhamento das contas do
Balanço de Pagamentos (BPM6)
ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO DO
BALANÇO DE PAGAMENTOS (BPM6)
Neste módulo, vamos apresentar a estrutura do Balanço de Pagamentos, identificando as
contas que compõem o Balanço de Pagamentos em transações correntes assim como o
padrão contábil para lançamentos das operações.
A nova estrutura do Balanço de Pagamentos, de acordo com a metodologia do BPM6 (BACEN,
2015), compreende o fluxo de:
Conta de bens (balança comercial);
Serviços (balança de serviços);
Conta de renda primária;
Conta de renda secundária;
Conta capital;
Conta financeira;
Erros e omissões.
CONTA CAPITAL
São registradas as transações relativas à aquisição de bens não financeiros não produzidos e
às transferências unilaterais de capital (o detalhamento será feito adiante).
CONTA FINANCEIRA
Contempla cinco categorias funcionais: investimentos diretos, investimentos em carteira,
derivativos, outros investimentos e ativos de reserva.
O quadro, a seguir, apresenta a estrutura completa do Balanço de Pagamentos (BPM6):
1. Transações Correntes (TC)
1.1 Balança Comercial (BC)
Exportação
Importação
1.2 Balança de Serviços (S)
Serviços de manufatura sobre insumos físicos pertencentes a outros
Serviços de manutenção e reparo
Transportes
Viagens de negócios e pessoais (saúde, educação e outros)
Construção
Seguros
Aluguel de equipamentos
Outros serviços (financeiros, de propriedade intelectual, de telecomunicações, de
computação, de informações, culturais, pessoais e recreativos, governamentais e outros
serviços de negócios)
1.3 Rendas Primárias (RP)
Salários e ordenados
Renda de investimento
Renda de investimento direto
Lucros e dividendos remetidos, exceto reinvestimentos
Lucros reinvestidos
Juros de empréstimos intercompanhias
Renda de investimento em carteira
Lucros e dividendos
Juros de títulos negociados no mercado externo
Juros de títulos negociados no mercado doméstico ― despesas
Renda de outros investimentos ― juros
Renda de reservas ― receitas
Demais rendas primárias
1.4 Rendas Secundárias (RS)
Governo
Demais setores
Transferências pessoais
Outras transferências
2. Conta Capital (KC)
Ativos não financeiros não produzidos
Transferência de capital
3. Conta Financeira (KF)
3.1 Investimento direto
Investimentos diretos no exterior
Investimentos diretos no país
3.2 Investimento em carteira
Ações
Fundos de investimento
Títulos
3.3 Derivativos
3.4 Outros investimentos
Outras participações de capital
Moeda e depósitos
Empréstimos
Créditos comerciais e adiantamentos
Seguros, esquemas de pensão e fundos de garantia
Outras contas a pagar/receber
Direitos Especiais de Saque (incidência líquida de passivos)
3.5 Ativos de Reserva
Ouro monetário
Direitos Especiais de Saque (DES)
Posição de reservas no FMI
Outros ativos de reserva
Moeda e depósitos
Títulos
Instrumentos derivativos
Demais ativos
4. Erros e omissões (EO)
Fonte: BACEN, 2015
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
DETALHAMENTO DAS CONTAS DO
BALANÇO DE PAGAMENTOS (BPM6)
As informações contidas no quadro apresentado permitem concluir que o Balanço de
Pagamentos possui um plano de contas agregado bem detalhado, que se divide em subcontas,
dependendo do objeto de análise. Tal plano inclui três contas analíticas a saber:
Transações correntes;
Conta capital;
Capital financeira.
A seguir, veremos o detalhamento das transações correntes.
TRANSAÇÕES CORRENTES
Registra o comércio de bens e serviços, os pagamentos e recebimentos de rendas de capital e
trabalho, bem como as transferências unilaterais de renda entre o País e o resto do mundo.
As transações correntes (TC) são compostas por:
BALANÇA COMERCIAL (BC)
BALANÇA DE SERVIÇOS (S)
RENDAS PRIMÁRIAS (RP)
RENDAS SECUNDÁRIAS (RS)
Veremos, a seguir, cada uma delas.
BALANÇA COMERCIAL (BC)
A balança comercial é o registro das exportações ― vendas efetuadas por residentes no
exterior ― e importações ― compras efetuadas por residentes no exterior ― de bens,
mercadorias, tangíveis ou visíveis, pelo valor Free on Board (FOB).
O valor FOB corresponde ao preço do produto já dentro do navio, incluindo o transporte até o
porto, mas excluindo o frete ― preço do transporte até o seu destino final.
Os lançamentos nas contas nacionais são feitos a preço CIF (cost, insurance and freight).
E o que isso significa?
Isso significa que todas as despesas correm por conta do vendedor, inclusive o seguro
marítimo e o frete, até a chegada da mercadoria até ao porto de destino. Dessa forma, deverá
haver um ajustamento dos lançamentos a preço CIF para preço FOB no Balanço de
Pagamentos. Esse ajustamento é feito em uma coluna para ajuste CIF/FOB na Tabela de
Recursos e Usos (TRU).
O saldo da balança comercial é o total das exportações de bens (lançadas positivas como
receitas) menos o das importações de bens (lançadas positivas como despesas).
No ano de 2019 (BACEN, 2020), as exportações (X) totalizaram US$225.820,6 milhões,
enquanto as importações (M) montaram a US$185.038,9 milhões. Nesse caso, houve um
superávit comercial de US$40.781,7 milhões. Se as importações superassem as exportações,
seria contabilizado um déficit comercial:
BC = X - M = 225.820,6 - 185.038,9 = US$ 40.781,7
MILHÕES
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
As modificações introduzidas pelo BPM6 na balança comercial foram (BACEN, 2015):
importações de energia elétrica sem cobertura cambial, exportações e importações fictas, bens
em triangulação (merchanting) e bens para processamento.
BALANÇA DE SERVIÇOS (S)
A balança de serviços é o registro do valor dos serviços prestados e recebidos pelos residentes
de um país. Dessa forma, são registradas as entradas e saídas de serviços não fatores,
intangíveis ou invisíveis.
Considerando as inovações implementadas pelo BPM6, temos a criação das contas serviços
de manufatura sobre insumos físicos pertencentes a outros e serviços de manutenção e
reparo.
A seguir, veremos os itens de registros da balança de serviços detalhadamente.
SERVIÇOS DE MANUFATURA SOBRE INSUMOS
FÍSICOS PERTENCENTES A OUTROS
Inclui processamento, montagem, rotulagem, embalagem e outros serviços efetuados por
empresa que não possui o bem objeto desse processo. Nesse caso, a empresa prestadora de
serviço não se torna proprietária do bem em qualquermomento. O valor do serviço agregado
será registrado nessa nova conta.
SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO E REPARO
Registra os serviços de manutenção e reparo realizados por residentes sobre bens
pertencentes a não residentes, ou o contrário. No BPM5, esses serviços eram lançados na
balança comercial, já que eram classificados como reparos de bens.
TRANSPORTES
Inclui serviços relacionados com o transporte de passageiros (passagens) e cargas (fretes),
serviços postais, além de serviços auxiliares, como aluguel de equipamentos de transporte com
tripulação.
As alterações nessa conta, segundo o BPM6 (BACEN, 2015), envolverão o aprimoramento de
fontes de informação por meio dos dados provenientes dos contratos de câmbio e das
estimativas para cobrir as operações com liquidações no exterior.
VIAGENS
Registra as receitas e despesas feitas por viajantes com finalidade educacional, cultural,
esportiva, de saúde, turismo e cartão de crédito. Os gastos realizados com cartão de crédito
internacional são registrados em viagens internacionais e podem incluir valores referentes a
transações internacionais não relacionados com viagens.
Também são computadas nessa conta as viagens de funcionários de governo e as viagens de
negócios. As viagens internacionais por motivos de saúde são registradas nessa conta,
independentemente de sua duração, conquanto as motivadas por negócios ou de turismo com
duração de até 12 meses (1 ano).
CONSTRUÇÃO
Registra as receitas e despesas com operações relacionadas à implantação e instalação de
projetos de engenharia e outras montagens sob encomenda realizados no exterior por
companhias residentes no país, além das realizadas no país por companhias não residentes.
As atividades relacionadas anteriormente não podem exceder um ano, ou seja, são
caracterizadas como temporárias. Sampaio (2018) observa que, se uma empresa de
construção monta um escritório ou representação no exterior, por mais de um ano, trata-se de
Investimento Direto, e não mais de Serviços.
SEGUROS
Contemplam receitas e despesas que envolvem seguro de frete de mercadorias ou exportadas,
seguros pessoais, seguros de vida e resseguros, além de previdência privada.
Os prêmios de seguros serão repartidos entre as contas de rendas secundárias e serviços de
seguro. Ao mesmo tempo, o envio e recebimento de recursos relativos a sinistros serão
registrados em rendas secundárias.
ALUGUEL DE EQUIPAMENTOS
Registra as operações relativas ao aluguel ou ao leasing de máquinas e equipamentos.
OUTROS SERVIÇOS
Nesta conta, temos um rol de outros serviços. Vejamos:
SERVIÇOS FINANCEIROS
Serviços financeiros ‒ registram receitas e despesas como corretagens, comissões,
garantias, fianças e outros encargos acessórios sobre o endividamento externo. Além desses
serviços relacionados às intermediações bancárias, incluem-se os serviços financeiros
indiretamente mensurados (SIFIM).
Os pagamentos e recebimentos de juros incluem, além da remuneração de capital, a cobrança
implícita de um serviço financeiro. Isso provoca redução na conta de juros e aumento na conta
de serviços de intermediação financeira indiretamente mensurados.
SERVIÇOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL
Serviços de propriedade intelectual ‒ compreendem as operações relacionadas ao uso
autorizado de ativos e direitos de propriedade intangíveis (marcas, patentes, livros, filmes,
franquias).
SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÃO, COMPUTAÇÃO E
INFORMAÇÕES
Serviços de telecomunicação, computação e informações ‒ englobam operações com
transmissão de dados, manutenção de dados, manutenção e reparo de hardware,
implementação de software e gerenciamento de informações e de base de dados.
SERVIÇOS CULTURAIS, PESSOAIS E RECREATIVOS
Serviços culturais, pessoais e recreativos ‒ envolvem serviços pessoais, como saúde e
educação, audiovisuais e culturais, como produção de filmes, eventos esportivos, exposição de
arte, além da realização de shows e espetáculos.
SERVIÇOS GOVERNAMENTAIS
Serviços governamentais ‒ contabilizam as operações que envolvem os serviços prestados e
recebidos pelas embaixadas, consulados, unidades militares, missões de ajuda, escritórios
promocionais, bem como outros serviços prestados pelo poder público ou por organizações
regionais ou internacionais.
OUTROS SERVIÇOS DE NEGÓCIOS
Outros serviços de negócios ‒ consolidam as informações referentes a serviços de
corretagens, comissões mercantis e serviços técnicos profissionais.
O BPM6 (BACEN, 2015) lista os serviços relativos à pesquisa e desenvolvimento ―
negociação de patentes, copyrights e processos industriais, desenvolvidos em atividades de
pesquisa ―, os profissionais e consultoria de gestão, os empresariais e técnicos ― como de
Arquitetura e Engenharia ―, todos os relativos ao comércio, o tratamento de resíduos, a
despoluição e serviços de mineração agrícola, as operações de leasing, entre outros.
SALDO DA BALANÇA DE SERVIÇOS
O saldo da Balança de Serviços é obtido por meio do saldo líquido entre as receitas e
despesas de serviços. Nesse caso, lançam-se com sinal positivo tanto as receitas como as
despesas e, dessa forma, subtrai-se das receitas as despesas.
Tomando como exemplo o ano de 2019 (BACEN, 2020), as receitas de serviços foram
US$33.971,6 milhões, enquanto as despesas alcançaram o valor de US$69.110,2 milhões,
perfazendo um déficit de US$35.138,7 milhões:
S = RECEITAS - DESPESAS = 33.971,6 - 69.110,2 = -
US$35.138,7 MILHÕES
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
BALANÇA DE RENDAS PRIMÁRIAS
Registra todas as remunerações pelos fatores de produção que são resultados das transações
entre residentes e não residentes de um país.
Os registros incluem pagamentos e recebimentos de salários e ordenados (remuneração do
fator de produção trabalho), além dos lucros, dividendos e juros (remunerações do fator de
produção capital).
A subconta salários e ordenados registra as operações relativas aos pagamentos, em
dinheiro ou outros benefícios, a trabalhadores sazonais, temporários e outros não residentes,
como empregados de embaixadas e consulados.
A subconta renda de investimento subdivide-se em:
RENDA DE INVESTIMENTO DIRETO
Inclui os lucros e dividendos relativos a participações no capital de empresas e os juros
correspondentes a operações intercompanhias nas modalidades de empréstimos diretos e
títulos de qualquer prazo. Empréstimos entre empresas ligadas são uma modalidade mais
comum, mas títulos e créditos comerciais também se enquadram nessa subcategoria de
investimento direto.
RENDA DE INVESTIMENTO EM CARTEIRA (OU
PORTFÓLIO)
Inclui lucros e dividendos relativos às aplicações de ações; os juros, correspondentes a
aplicações em títulos de emissão doméstica (títulos da dívida pública, debêntures e outros
títulos privados) e de emissão no exterior (bônus/bonificação em ações concedidas aos
acionistas de uma empresa quando está aumentando o capital; são também títulos da dívida
pública) bem como notes e commercial papers (títulos para realização de empréstimos entre
empresas mediadas por um banco para captar recursos, também conhecidos por notas
promissórias).
RENDA DE OUTROS INVESTIMENTOS (JUROS)
Engloba os juros de créditos comerciais (de fornecedores ― ou supplier credits ― de
empréstimos de agências governamentais, de organismos internacionais e de bancos
privados), juros obtidos em depósitos bancários e em outros ativos e passivos. Além disso,
incluem-se os juros de financiamento à importação e os juros sobre pagamento antecipado de
exportações.
RENDA DE RESERVAS (RECEITAS)
Contabiliza as receitas resultantes da aplicação de reservas internacionais acumuladas no
país.
DEMAIS RENDAS PRIMÁRIAS
As demais rendas primárias registram as rendas não enquadradas em qualquer item anterior.
Para contabilizarmos o saldo da conta de Renda Primária, deve-se registrar as receitas
como positivas, assim como as despesas, e depois deduzir das receitas as despesas,
obtendo-se o saldo líquido da referida conta. No anode 2019 (BACEN, 2020), as receitas
de rendas primárias totalizaram US$25.997,9 milhões e as despesas US$82.056,5 milhões.
Com isso, o déficit na conta de Rendas Primárias foi de US$56.058,6 milhões:
RP = RECEITAS - DESPESAS = 25.997,9 - 82.056,5 = -
US$56.058,6 MILHÕES
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
BALANÇA DE RENDAS SECUNDÁRIAS
No BPM5, essa conta recebia o nome de Transferências Correntes Unilaterais. No BPM6, essa
conta registra as receitas e despesas que não têm como contrapartida a aquisição de um bem,
a prestação de um serviço ou a utilização de um fator de produção ― transferências unilaterais
de renda.
CITAÇÃO
AS TRANSFERÊNCIAS CONSISTEM EM TRANSAÇÕES
QUE NÃO ENVOLVEM OBRIGAÇÕES EM
CONTRAPARTIDA. SÃO TRANSFERÊNCIAS
CORRENTES AQUELAS QUE AFETAM O NÍVEL DE
RENDA DISPONÍVEL E PODEM INFLUENCIAR O
CONSUMO DE BENS E SERVIÇOS.
CARVALHO; SILVA, 2017.
É o caso de donativos em dinheiro para financiar gastos correntes, donativos de alimentos,
roupas, medicamentos, prêmios de loteria e apostas etc. Nessa categoria, também se
enquadram contribuições para organismos internacionais, organizações não governamentais
etc.
Na metodologia atual ― BPM6 ―, as transferências unilaterais foram subdividas em duas
categorias (BACEN, 2015): governo e demais setores (transferências entre agentes privados).
 ATENÇÃO
Note que se separa o setor público e o setor privado, dada a relevância da subconta
transferências pessoais no balanço de pagamentos brasileiro.
No ano de 2019, a participação da subconta transferências pessoais representou 90,16% do
saldo líquido da conta de Rendas Secundárias (BACEN, 2020).
CITAÇÃO
PELA SISTEMÁTICA DO BPM6, AS TRANSFERÊNCIAS
CORRENTES SÃO LANÇADAS EM RENDAS
SECUNDÁRIAS E AS TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL
SÃO LANÇADAS NA CONTA CAPITAL. DESSA FORMA,
O PATRIMÔNIO DE IMIGRANTES, QUANDO
TRANSFERIDOS, NÃO FAZEM PARTE DO BALANÇO
DE PAGAMENTOS PELO FATO DE NÃO CONSTITUIR
MUDANÇA DE TITULARIDADE DO BEM.
SAMPAIO, 2018.
As transferências recebidas e enviadas, assim como as outras contas pertencentes às
transações correntes, são lançadas positivas e o saldo é obtido pela diferença entre
transferências recebidas menos transferências enviadas. As transferências recebidas
registradas na conta de Rendas Secundárias, no ano de 2019 (BACEN, 2020), totalizaram
US$5.190,2 milhões, e as transferências enviadas contabilizadas foram US$4.226,3 milhões,
obtendo-se o saldo superavitário de US$963,9 milhões:
RS = TRANSFERÊNCIAS RECEBIDAS -
TRANSFERÊNCIAS ENVIADAS
RS = 5.190,2 - 4.226,3 = US$963,9 MILHÕES
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
SALDO NO BALANÇO DE PAGAMENTOS EM
TRANSAÇÕES CORRENTES
É o somatório dos saldos da Balança Comercial, de Serviços e das Rendas Primárias e
Secundárias. Essa soma representa o total de bens e serviços que foram comercializados pelo
país com o exterior, acrescido do saldo das rendas e pagamentos recebidos e pagos:
TC = BC + S + RP + RS
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
O saldo em conta corrente tem um significado econômico preciso: é a variação dos Ativos
Externos Líquidos ao longo do período em que a conta corrente foi mantida.
ATIVOS DOS RESIDENTES EM RELAÇÃO AOS
NÃO RESIDENTES
Passivos dos residentes em relação aos não residentes.
 ATENÇÃO
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Uma observação relevante é que o saldo em conta corrente desconsidera os efeitos das
variações de preços de mercado de ativos e passivos, assim como variações cambiais.
Esses efeitos são considerados na PII. No ano de 2019 (BACEN, 2020), o saldo em transações
correntes foi deficitário em US$49.451,7 milhões:
TC = 40.781,7 + (-35.138,7) + (-56.058,6) + 963,9 = -
US$49.451,7 MILHÕES
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
COMO INTERPRETAR O SIGNIFICADO
ECONÔMICO DO BALANÇO DE
PAGAMENTOS EM TRANSAÇÕES
CORRENTES.
Assista, a seguir, a um vídeo sobre como o saldo do Balanço de Pagamentos possui
significados econômicos relevantes em termos da dinâmica macroeconômica.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (ESAF/ECONOMISTA/2004/ADAPTADA) NÃO É REGISTRADO NA
BALANÇA DE SERVIÇOS E RENDAS PRIMÁRIAS O(A):
A) Remessa de lucros.
B) Amortização de empréstimos.
C) Pagamento de fretes.
D) Pagamento de seguro de transportes de mercadorias.
E) Recebimento de juros de empréstimos.
2. (FCC/AUDITOR FISCAL/2004/ADAPTADA) AS SEGUINTES
INFORMAÇÕES FORAM EXTRAÍDAS DE DADOS FORNECIDOS PELO
BANCO CENTRAL DO BRASIL, RELATIVOS ÀS TRANSAÇÕES
REALIZADAS NO PAÍS E AOS RESIDENTES NO EXTERIOR, NO MÊS DE
MARÇO DE 2004, EXPRESSAS EM MILHARES DE DÓLARES NORTE-
AMERICANOS: • EXPORTAÇÃO (FOB): 5.721 • RECEITAS DE SERVIÇOS E
RENDAS PRIMÁRIAS: 1.119 • DESPESAS DE SERVIÇOS E RENDAS
PRIMÁRIAS: 3.135 • RENDAS SECUNDÁRIAS (LÍQUIDA RECEBIDA): 232 •
SUPERÁVIT DO BALANÇO DE TRANSAÇÕES CORRENTES: 197 DESSE
MODO, O SALDO DA BALANÇA COMERCIAL DE NOSSO PAÍS, NO
REFERIDO MÊS, EM MILHÕES DE DÓLARES NORTE-AMERICANOS, FOI:
A) Superávit de 1.981.
B) Déficit de 981.
C) Superávit de 3.740.
D) Déficit de 4.730.
E) Déficit de 2.832.
GABARITO
1. (ESAF/Economista/2004/Adaptada) Não é registrado na balança de serviços e rendas
primárias o(a):
A alternativa "B " está correta.
 
Comentário
Os serviços podem ser de dois tipos: a) fatores ou rendas que remuneram fatores de produção,
sob a forma de salários, juros e lucros; b) serviços não fatores, em que são lançados
transportes, viagens, seguros, serviços financeiros, aluguel de equipamentos etc. As
amortizações de empréstimos correspondem ao pagamento do principal de uma dívida e
devem ser lançados na conta financeira.
2. (FCC/Auditor Fiscal/2004/Adaptada) As seguintes informações foram extraídas de
dados fornecidos pelo Banco Central do Brasil, relativos às transações realizadas no
país e aos residentes no exterior, no mês de março de 2004, expressas em milhares de
dólares norte-americanos: • Exportação (FOB): 5.721 • Receitas de serviços e rendas
primárias: 1.119 • Despesas de serviços e rendas primárias: 3.135 • Rendas secundárias
(líquida recebida): 232 • Superávit do Balanço de transações correntes: 197 Desse modo,
o saldo da Balança Comercial de nosso país, no referido mês, em milhões de dólares
norte-americanos, foi:
A alternativa "A " está correta.
 
Comentário
Conhecendo a estrutura do Balanço de Pagamentos, tem-se:
1. Balança Comercial = 5.721 + x
4. Conta de rendas secundárias = +232
5. Saldo do Balanço de Pagamentos em Transações Correntes (1 + 2 + 3 + 4) = +197
Logo:
5.721 + x + 1.119 – 3.135 + 232 = 197
x = – 3.740
O saldo na Balança Comercial (BC) será de: 5.721 + x
BC = 5.721 + (–3.740) = 1.981
MÓDULO 3
 Analisar movimento de capitais, contas de capital e financeira
MOVIMENTO DE CAPITAIS
Neste módulo, vamos entender a denominação do conceito de Movimento de Capitais (MK),
identificando a Conta de Capital (KC) e a Conta Financeira (KF), definindo as subcontas que
fazem parte de cada agrupamento e descrevendo cada tipo de transação detalhadamente.
Fazem parte de Movimentos de Capitais (MK) todos os fluxos e crédito, moeda e títulos
representativos de investimentos. Essa conta é subdividida em: Conta de Capital (KC) e Conta
Financeira (KF).
A seguir, veremos cada uma delas.
2.  Balança de Serviços
3.  Conta de rendas primárias
} 1. 119 − 3. 135
CONTA CAPITAL
A conta capital registra as transferências unilaterais de ativos reais, financeiros e
intangíveis entre residentes e não residentes. A principal diferença entre a conta de
transferências unilaterais de conta corrente e a conta capital é que as transferências de capital
envolvem direitos de propriedade sobre ativos registrados na conta capital, enquanto as
transferências de rendas são registradas na conta de Transferências Unilaterais.
A conta capital é dividida em duas categorias: transferências unilaterais de capitais e
transferências de bens não financeiros não produzidos.
As receitase despesas na conta capital são lançadas positivas, obtendo o saldo pela subtração
das receitas as despesas. Dessa forma, no ano de 2019 (BACEN, 2020), a Conta Capital
apresentou superávit de US$369,2 milhões:
TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS DE
CAPITAIS
Ativos reais e financeiros.
TRANSFERÊNCIAS DE BENS NÃO
FINANCEIROS NÃO PRODUZIDOS
Cessão de marcas, patentes e direitos autorais sem contrapartida financeira.
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javascript:void(0)
KC = RECEITAS - DESPESAS = 518,7 - 149,5 = US$369,2
MILHÕES
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
CONTA FINANCEIRA
A conta financeira registra os fluxos de capital entre residentes e não residentes. Seu saldo é
calculado pela diferença ente os fluxos dos ativos e passivos financeiros.
Na conta financeira, os fluxos que provocam elevação de estoques são representados com
sinal positivo, sejam eles ativos ou passivos. Fluxos que provocam redução de estoques
também são representados com sinal negativo, sejam eles ativos ou passivos.
O BPM6 subdivide essa conta em cinco subcontas funcionais (BACEN, 2015):
INVESTIMENTO DIRETO
INVESTIMENTO EM CARTEIRA
DERIVATIVOS
OUTROS INVESTIMENTOS
ATIVOS DE RESERVA
INVESTIMENTO DIRETO
São registradas entradas ou saídas de capital relacionados a obtenção de um interesse
duradouro, por parte de um residente, em um negócio ou atividade residente em outro país.
Considera-se como duradouro a existência de uma relação de longo prazo entre o investidor e
o negócio em questão, e também um controle significativo por parte do investidor sobre o ativo
transacionado.
Na definição do FMI, investimento direto é definido como negócios, de companhias abertas ou
não, nos quais o investidor que é residente em outro país possui 10% ou mais de ações
ordinárias ou do poder votante, no caso de companhias abertas, ou o equivalente em
companhias fechadas.
O saldo da referida subconta é obtido deduzindo-se das concessões (resultado positivo) pelas
captações (resultado negativo). Haverá concessões líquidas caso o resultado do saldo seja
positivo, e captações líquidas, em caso contrário.
O investimento direto é dividido em duas categorias:
INVESTIMENTOS DIRETO NO EXTERIOR (IDE)
Registra os ativos externos detidos por residentes no Brasil sob a forma de investimento direto.
Sempre que o residente detiver um ativo, a transação é de IDE. Em geral, o residente é a
matriz. No entanto, em transações de dívida, pode ser a filial.
INVESTIMENTOS DIRETOS NO BRASIL (IDP)
Representa a conta de passivo do grupo investimento direto, ou seja, registram os
investimentos de estrangeiros no Brasil. Sempre que o residente detiver um passivo, a
transação é de IDP.
É dividida em duas subcategorias:
Participação no capital de empresas e as cotas em fundos;
Empréstimos intercompanhias.
A IMPORTÂNCIA DOS INVESTIMENTOS
DIRETOS NO CONTEXTO BRASILEIRO
Assista, a seguir, um vídeo sobre como os investimentos diretos representam uma importante
variável de ajuste nas contas externas nacionais:
PARTICIPAÇÃO NO CAPITAL E A COTAS EM
FUNDOS
Compreende os ingressos de recursos em bens, moeda e as conversões de obrigações
externas em investimento estrangeiro direto, incluindo os valores destinados ao programa de
privatizações, relacionados com a aquisição/subscrição/aumento total ou parcial do capital
social de empresas residentes.
As contrapartidas das conversões são alocadas nos itens correspondentes ― amortização,
renda de investimento direto (juros) e serviços. Nas saídas, estão registradas a alienação total
ou parcial do capital social de empresas residentes e a realização de ganhos de capital.
EMPRÉSTIMOS INTERCOMPANHIAS
Compreende os créditos concedidos pelas matrizes, sediadas no exterior, a suas
subsidiárias ou filiais estabelecidas no País.
 EXEMPLO
Por exemplo, a matriz de uma montadora americana de veículos faz um empréstimo a sua
subsidiária brasileira. Essa operação será registrada como um IDP e elevará o passivo externo
no país. (PAULANI; BRAGA, 2020)
Os empréstimos intercompanhias também registram a concessão de créditos pelas
subsidiárias ou filiais no país a suas matrizes no exterior (investimento cruzado ou reverso).
Nesse caso, o investimento cruzado é a conta retificadora do passivo de investimento direto,
pois se trata de conta de natureza ativa, classificada no grupo de natureza passiva (SAMPAIO,
2018).
INVESTIMENTO EM CARTEIRA
Registra fluxos de ativos e passivos constituídos pela emissão de títulos de crédito comumente
negociados em mercados secundários de papéis: investimentos em ações, em fundos de
investimentos e títulos de renda fixa.
Diferentemente do investimento direto, o investimento em carteira não caracteriza o
estabelecimento de um vínculo duradouro entre o investidor e o ativo em questão, além
de não proporcionar o controle formal no negócio correspondente ao título mobiliário.
O investimento em carteira pode ser:
 
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RENDA FIXA
Como títulos emitidos pelo Tesouro Nacional (títulos de renda fixa).
 
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RENDA VARIÁVEL
Como ações de empresas em volume que não permite direito à gestão da empresa.
Se residentes aplicam seus recursos em títulos fora do país, haverá registro de ativos. Caso
contrário, se não residentes aplicam seus recursos em títulos no Brasil, haverá ocorrência de
passivos.
 ATENÇÃO
O saldo líquido do investimento em carteira é obtido pela diferença entre ativos menos
passivos.
DERIVATIVOS
Registra, em separado, as receitas e as despesas associadas a instrumentos financeiros,
sobre as quais não há pagamento de juros nem adiantamento ou repagamento de capital. Os
derivativos são contratos que derivam a maior parte de seu valor de um ativo subjacente, taxa
de referência ou índice.
O ativo subjacente pode ser físico (café, ouro, etc.) ou financeiro (ações, taxas de juros, etc.),
negociado no mercado à vista ou não (é possível construir um derivativo sobre outro
derivativo).
Os derivativos, em geral, são negociados sob a forma de contratos padronizados, isto é,
previamente especificados ― quantidade, qualidade, prazo de liquidação e forma de cotação
do ativo-objeto sobre os quais efetuam as negociações.
NÃO HÁ RENDA ASSOCIADA A ESSE TIPO DE
CONTRATO. 
E COMO SÃO NEGOCIADOS?
RESPOSTA
RESPOSTA
São negociados em mercados organizados, com o fim de proporcionar, aos agentes
econômicos, oportunidades para a realização de operações que viabilizem a
transferência de risco das flutuações de preços de ativos e de variáveis
macroeconômicas.
Segundo o FMI (BACEN, 2015), a conta de derivativos registra os fluxos financeiros relativos à
liquidação de haveres e obrigações decorrentes de operações de swap, opções e futuros, além
de fluxos relativos aos prêmios de opções. Não inclui os fluxos de depósito de margem de
garantia vinculados a operações em bolsas de futuros.
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 EXEMPLO
Como exemplo, suponhamos que um investidor estrangeiro detenha uma posição comprada
em dólar futuro na BM&F de São Paulo. Caso a cotação do dólar suba, o investidor terá ganho
de capital. Se o investidor liquidar a sua posição, recebe esse ganho em dinheiro: débito na
conta de derivativos e crédito na conta de ativos monetários no país. Desse modo, o cálculo do
saldo da conta Derivativos é obtido pela subtração dos ativos pelos passivos registrados na
subconta.
OUTROS INVESTIMENTOS
Trata-se de conta residual que registra todos os fluxos de capitais que não se enquadram em
nenhuma das definições anteriores. Segundo Sampaio (2018), outros investimentos financeiros
compreendem:
Empréstimos de curto e longo prazos;
Algumas modalidades de crédito comerciais;
Moeda em circulação e depósitos em moedas;
Uso do crédito do FMI, desembolsos dessa instituição e as amortizações a ela pagas;
Outros empréstimos com objetivos de regularização de organizações internacionais e
governamentais;
Subscrições de capital de organizações não monetárias;
Seguros, esquemas de pensãoe fundos de garantida;
Diversas contas a receber e a pagar.
Os grupos mais representativos são:
CRÉDITOS COMERCIAIS E ADIANTAMENTOS
Créditos comerciais e adiantamentos – financiamentos de curto ou longo prazo associados a
operações com bens e serviços, além de pagamentos antecipados por produtos contratados ou
em elaboração.
EMPRÉSTIMOS DE CURTO OU LONGO PRAZO
Empréstimos de curto ou longo prazo ‒ incluindo amortizações e refinanciamentos. Note
que as operações de regularização concedidas pelo FMI ou por instituições internacionais
também constituem empréstimos registrados nessa conta.
MOEDAS E DEPÓSITOS
Moedas e depósitos – disponibilidades monetárias de não residentes no país ou de residentes
no exterior, e seguros.
ESQUEMAS DE PENSÃO E FUNDOS DE GARANTIA
Esquemas de pensão e fundos de garantia ‒ incluem provisões técnicas para pagamento de
prêmios de seguro e sinistros, de regimes de pensão, de fundos de anuidade e de outras
garantias.
O saldo da referida subconta é obtido da mesma forma que a anterior, ou seja, deduzindo-se
os passivos registrados dos ativos.
ATIVOS DE RESERVA
Constituem os ativos de reserva internacional disponíveis diretamente sob o controle do
governo.
CITAÇÃO
OS ATIVOS DE RESERVA SÃO AS DISPONIBILIDADES
EM DIVISAS QUE UM PAÍS TEM EM DETERMINADO
MOMENTO.
PAULANI; BRAGA, 2020.
Dadas as transações entre residentes e não residentes ocorridas em um período específico, ao
final dele, o saldo dessa conta estará diferente e poderá ter-se elevado ou reduzido em relação
ao momento anterior. É, portanto, a variação na disponibilidade desses ativos que a conta
Ativos de Reserva do Balanço de Pagamentos apresenta.
Caso o saldo do Balanço de Pagamentos seja positivo, a variação da conta ativos de reserva
será negativa no mesmo valor. Dessa forma, a conta funciona como uma conta-caixa, em que
os acréscimos são lançados a débito e as reduções a crédito.
O resultado total do Balanço de Pagamentos, com isso, passou a constar da conta financeira
como ativos de reserva. Em outras palavras, é o saldo da conta Ativos de Reserva que informa
o resultado total do Balanço de Pagamentos.
Podemos concluir que a conta Ativos de Reserva foi incorporada à Conta Financeira, já que se
trata também de uma troca de ativos financeiros.
 RELEMBRANDO
A conta Ativos de Reserva é organizada em cinco categorias, já apresentadas no primeiro
módulo: ouro monetário, direitos especiais de saque (DES), posição de reservas no FMI, outros
ativos de reserva e demais ativos.
O quadro a seguir contém os valores das categorias e o saldo da referida subconta relativo ao
ano de 2019:
Ativos de reserva US$ milhões
Ouro monetário 0,0
Direitos especiais de saque 24,7
Posição de reserva no FMI 722,6
Outros ativos de reserva -26.802,8
Demais ativos 0,0
Total -26.055,5
Fonte: Adaptado de BACEN, 2020
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Com base nesses dados dos ativos de reserva brasileiros, considerando que as reservas
internacionais totalizaram, no ano de 2019 (BACEN, 2020), US$356.884 milhões, a dívida
externa líquida ficou em US$49.514 milhões, embora a dívida externa bruta tenha ficado em
US$322.985 milhões.
A dívida externa líquida consiste na diferença entre a dívida externa bruta e o montante de
ativos de reserva, haveres dos bancos comerciais e os créditos brasileiros no exterior. Desse
modo, pode-se constatar que o país ocupa uma posição de credor internacional.
SALDO DA CONTA FINANCEIRA
O saldo da conta financeira é obtido por meio dos fluxos que provocam elevações,
representados com sinal positivo (sejam ativos ou passivos), e também dos fluxos que
provocam redução dos estoques, representados com sinal negativo (sejam ativos ou passivos).
Dessa forma, temos:
AR - ativos de reserva
Pode-se observar que a conta financeira apresentou uma captação líquida de recursos
suficientes para cobrir o déficit no Balanço de Pagamentos em transações correntes.
ERROS E OMISSÕES
Os lançamentos do balanço de pagamentos são originários de um conjunto significativo de
fontes de informação. Os erros e omissões servem para compensar eventuais sobrestimações
ou subestimações dos componentes registrados.
Como alguns lançamentos são subestimados e outros são superestimados, a magnitude dos
erros e das omissões não mede o grau de exatidão geral do balanço de pagamentos
(CARVALHO; SILVA, 2017). No ano de 2019, de acordo com Bacen (2020), essa conta
apresentou saldo deficitário de US$ 2.428 milhões.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. NO ANO DE 2013, O BARCELONA ANUNCIOU A CONTRAÇÃO DE
NEYMAR JUNTO AO SANTOS. NAQUELA DATA, A VENDA DO PASSE DO
JOGADOR REPRESENTOU A SEGUNDA TRANSFERÊNCIA MAIS CARA
DA HISTÓRIA DO FUTEBOL MUNDIAL, ATRÁS APENAS DE CRISTIANO
RONALDO. DE ACORDO COM A METODOLOGIA DO BPM6, O REGISTRO
DA VENDA DO PASSE DO JOGADOR DE UM CLUBE DE FUTEBOL
BRASILEIRO DEVE SER FEITO NA SUBCONTA:
A) Investimento direto na conta financeira.
B) Serviços de propriedade intelectual na conta de Serviços.
C) Investimento em carteira na conta de Rendas Primárias.
D) Outros investimentos na conta financeira.
E) Ativos não financeiros não produzidos na conta capital.
2. (NCE/ECONOMISTA/2005) ASSINALE A OPÇÃO QUE NÃO
REPRESENTA UMA OPERAÇÃO DE INVESTIMENTO DIRETO
ESTRANGEIRO NO BRASIL:
A) Ampliação da planta de uma fábrica de automóveis.
B) Aplicação em títulos públicos federais.
C) Compra de participação de uma companhia local.
D) Compra de ações de uma companhia brasileira.
E) Fusão com a filial de uma companhia americana.
GABARITO
1. No ano de 2013, o Barcelona anunciou a contração de Neymar junto ao Santos.
Naquela data, a venda do passe do jogador representou a segunda transferência mais
cara da história do futebol mundial, atrás apenas de Cristiano Ronaldo. De acordo com a
metodologia do BPM6, o registro da venda do passe do jogador de um clube de futebol
brasileiro deve ser feito na subconta:
A alternativa "E " está correta.
 
Comentário
No modelo atual de balanço de pagamentos do Brasil, a conta capital é dividida em apenas
duas categorias: transferências de capital, que incluem ativos reais e financeiros, e
transferências de bens não financeiros não produzidos, que incluem, por exemplo, cessão de
patentes e direitos autorais, bem como receitas e despesas relacionadas com passes de
atletas.
2. (NCE/Economista/2005) Assinale a opção que não representa uma operação de
investimento direto estrangeiro no Brasil:
A alternativa "B " está correta.
 
Comentário
Investimento direto se refere ao movimento de capitais cujo interesse seja duradouro em uma
economia. Por exemplo, abertura de filiais de empresas nacionais no exterior e abertura de
filiais de empresas estrangeiras no país são investimentos produtivos, geram emprego e não
são, portanto, especulativos. Portanto, o único item que não se refere a investimento direto é a
aplicação em títulos públicos.
MÓDULO 4
 Reconhecer lançamentos, contrapartidas e interpretações econômicas para as
contas do Balanço de Pagamentos
REGISTRO DO BALANÇO DE
PAGAMENTOS
Neste módulo, vamos treinar a teoria apresentada por meio de um exemplo numérico,
efetuando os lançamentos e as contrapartidas. Além disso, vamos apresentar as interpretações
econômicas para os saldos obtidos em cada conta do Balanço de Pagamentos.
LANÇAMENTOS NO BALANÇO DE
PAGAMENTOS
Os registros das transações do Balanço de Pagamentos seguem o método das partidas
dobradas: um crédito está associado necessariamente a um débito em outra conta, e vice-
versa. A soma dos créditos é sempre igual à dos débitos.
O crédito é a origem dos recursos, e o débito representa sua aplicação. O Balanço de
Pagamentos registra apenas o total líquido de lançamentos em cada conta no período. Nesse
contexto, os lançamentos são efetuados em dólares americanos ― moeda que constitui o
principal padrão monetário internacional.
Repare que esses critérios foram utilizados anteriormente na apresentação das referidascontas e subcontas. Em suma, se uma conta tem sinal positivo, há entrada líquida de divisas
(crédito líquido). Caso contrário, o sinal negativo indica saída líquida de divisas (débito líquido).
O quadro a seguir apresenta uma síntese da convenção de sinais:
Contas do BP BPM6
Transações correntes – receitas +
Transações correntes –
despesas
+
Saldo de transações correntes
(TC)
Receitas - despesas
Transferências de capital –
receitas
+
Transferências de capital – +
despesas
Saldo da conta capital (KC) Receitas - despesas
Aquisição líquida de ativos
financeiros 
(Saída de capitais do país)
+
Incidência líquida de passivos
financeiros 
(Entrada de capitais no país)
+
Saldo da conta financeira (KF)
Aquisição líquida - Incidência líquida de passivos
financeiros
Resumo Erros e Omissões = KF – TC – KC
Fonte: BACEN, 2015
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
CITAÇÃO
TODO CRÉDITO CORRESPONDE A UM DÉBITO PELA
LÓGICA DA CONTABILIDADE. ISSO FAZ COM QUE O
SALDO DE TODAS AS CONTAS SEJA,
NECESSARIAMENTE, IGUAL A ZERO
Carvalho e Silva, 2017.
Se os levantamentos de todas as contas fossem precisos, bastaria somar o saldo das
transações correntes (TC) ao da conta capital (KC) e ao da conta financeira (KF) para fechar o
balanço de pagamentos. Dessa forma, conforme já apontado, o cálculo do saldo do balanço de
pagamentos inclui a conta erros e omissões (EO):
BP = TC + KC - KF + EO = 0
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Para o ano de 2019, temos (BACEN, 2020):
BP = -49.452 + 369 - (-51.511) -2.428 = 0
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Temos o seguinte demonstrativo completo do BP brasileiro no ano de 2019:
Contas US$ (milhões)
Transações correntes -49.452
Balança comercial 40.782
Balança de serviços -35.139
Rendas primárias -56.059
Rendas secundárias 964
Conta capital 369
Conta financeira -51.511
Investimento direto -56.474
Investimento em CARTEIRA 22.247
Derivativos 1.674
Outros investimentos 7.098
Ativos de reserva -26.056
Erros e omissões -2.428
Fonte: BACEN, 2020
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Repare que, somando-se os elementos da conta financeira, excluindo os ativos de reserva
(Fnr), temos a seguinte identidade:
TC + KC - FNR + EO = AR
- 49.452 + 369 - (-25.455) - 2.428 = - US$26.056 MILHÕES
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Como no Balanço de Pagamentos há apenas uma conta de caixa, que são os ativos de
reserva, sendo todas as demais contas operacionais; o saldo em ativos de reserva igual a –
26.056 significa que o País diminuiu suas reservas nesse montante no ano de 2019. Ou seja, a
conta de caixa aumenta o saldo a crédito e diminui o saldo a débito.
Sampaio (2018) afirma, ainda, que todas as outras contas, que são operacionais, vão registrar
o fato gerador que deu origem à entrada ou saída do meio de pagamento internacional.
O critério de valoração recomendado pelo BPM6 (BACEN, 2015), para transações e estoques,
é o preço de mercado, definido pela quantidade de dinheiro pela qual o comprador estaria
disposto a comprar, e o vendedor, disposto a vender.
Adota-se, como regra geral no momento de registro, o critério de competência, definido
pelo instante em que o valor econômico é criado, transformado, trocado ou extinto.
RELAÇÃO ENTRE O SALDO DO BALANÇO
DE PAGAMENTOS E O SALDO DOS ATIVOS
DE RESERVA.
Assista, a seguir, a um vídeo sobre como interpretar o saldo do Balanço de Pagamentos em
termos da entrada e saída de ativos de reserva.
INTERPRETAÇÃO ECONÔMICA DOS
SALDOS DAS CONTAS QUE COMPÕEM AS
TRANSAÇÕES CORRENTES
Algumas interpretações econômicas importantes podem ser obtidas a partir das contas no
agrupamento das Transações Correntes. Se o somatório do saldo da Balança Comercial com a
Balança de Serviços for positivo, há transferência líquida de recursos ao exterior. Caso
contrário, quando negativo, há hiato do produto.
O hiato do produto é definido como a diferença entre o PIB potencial e o PIB efetivo, sendo que
o PIB potencial indica a magnitude possível da trajetória do PIB real se todos os recursos
disponíveis forem plenamente empregados.
CITAÇÃO
PIB POTENCIAL, PORTANTO, É AQUELE QUE PODE
SER ALCANÇADO E SUSTENTADO NO FUTURO,
USANDO EFICIENTE E PLENAMENTE OS FATORES DE
PRODUÇÃO AO LONGO DO TEMPO.
GÓES; GADELHA, 2019.
Já o produto que uma economia realmente obteve em determinado período é o PIB efetivo
(observado). O PIB efetivo mostra as oscilações do PIB real no curto prazo.
Se o somatório da Balança de Rendas Primárias com a Balança de Rendas Secundárias for
positivo, há renda líquida recebida do exterior. A renda líquida recebida do exterior é a renda
liquidamente recebida, isto é, renda recebida menos a enviada. Se houver renda líquida
enviada ao exterior, é devido ao somatório de:
RP + RS < 0 (NEGATIVO)
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Dessa forma, quando o país apresenta déficit no Balanço de Pagamentos em Transações
Correntes, deverá se socorrer dos recursos externos no valor desse déficit. Portanto, o déficit
no Balanço de Pagamentos em Transações Correntes deverá ser igual à poupança externa.
A poupança externa é a poupança do setor externo (dos não residentes) que é aplicada no
país.
O saldo do Balanço de Pagamentos em Transações Correntes pode ser obtido pelo excesso
de poupança doméstica sobre o investimento. A poupança doméstica ou poupança interna é
dada pela soma das poupanças privada ― famílias e empresas ― com a poupança do
governo.
O saldo em conta corrente também é o resultado da diferença entre o Produto Nacional Bruto
(PNB) e a absorção interna (Gasto Nacional).
 ATENÇÃO
Todas essas interpretações da conta-corrente são igualmente válidas. O uso de cada uma
delas depende do contexto e do objetivo da análise.
A CONTABILIDADE DO BALANÇO DE
PAGAMENTOS: UM EXERCÍCIO NUMÉRICO
Considere os seguintes lançamentos hipotéticos realizados por um país X durante um período
t:
O país importou US$100 milhões em máquinas e equipamentos;
Um banco estrangeiro concedeu um empréstimo de US$200 milhões a um banco
residente;
O país fez benfeitorias em bens produzidos por estrangeiros no valor de US$10 milhões,
sendo que, depois de feitas as benfeitorias, tais bens retornaram ao território estrangeiro
de origem;
O país pagou a estrangeiros US$15 milhões de frete e US$10 milhões de seguros contra
danos no transporte;
Os clubes desse país venderam passes de jogadores a clubes estrangeiros por um total
de US$300 milhões e adquiriram passes de jogadores de clubes estrangeiros por um total
de US$400 milhões;
O país exportou US$300 milhões de mercadorias diversas (FOB), sendo US$200 milhões
pagos à vista e US$100 milhões financiados;
O país vendeu a estrangeiros, no período, US$30 milhões em cursos online de educação
a distância;
O pagamento de juros ao exterior somou um total de US$50 milhões, o de amortizações
de títulos, um total de US$100 milhões, e a emissão de novos títulos por residentes no
exterior totalizou US$300 milhões;
As transferências pessoais recebidas do exterior totalizaram US$30 milhões, o
pagamento de royalties a estrangeiros, US$20 milhões, e os lucros distribuídos a
estrangeiros totalizaram US$50 milhões, sendo que metade desses lucros foram
reinvestidos no país.
Considerando a convenção dos sinais adotadas pelo BPM6, teremos os seguintes lançamentos
(em milhões de dólares norte-americanos), incluindo as contrapartidas (BACEN, 2015):
OPERAÇÃO I
Importações: +100
Ativos de reserva: –100
OPERAÇÃO II
Outros investimentos – passivo (empréstimos e financiamentos): +200
Ativos de reserva: –200
OPERAÇÃO III
Serviços – receitas (serviços de manufatura sobre insumos físicos pertencentes a outros):
+10
Ativos de reserva: +10
OPERAÇÃO IV
Serviços – despesas (fretes e seguros): +25
Ativosde reserva: –25
OPERAÇÃO V
Capital – receita (cessão de ativo não financeiro não produzido): +300
Capital – despesa (aquisição de ativo não financeiro não produzido): –400
Ativos de reserva: –100
OPERAÇÃO VI
Exportações: +300
Outros investimentos – ativo (créditos comerciais e adiantamentos): +100
Ativos de reserva: +200
OPERAÇÃO VII
Serviços – receita (serviços de propriedade intelectual): +30
Ativos de reserva: +30
OPERAÇÃO VIII
Rendas primárias – despesa (juros): +50
Investimento em carteira – ativo (títulos de renda fixa): +200
Ativos de reserva: –150
OPERAÇÃO IX
Serviços – despesa (royalties): +20
Rendas primárias – despesa (lucros distribuídos): +50
Rendas secundárias – receita (transferências recebidas de migrantes): +30
Investimento direto no exterior (lucros reinvestidos): +25
Ativos de reserva: –15
A estrutura do Balanço de Pagamentos (BPM6) será apresentada a seguir. Os termos entre
parênteses referem-se aos lançamentos apresentados ou às operações que geraram os
resultados (BACEN, 2015):
TRANSAÇÕES CORRENTES
Saldo total: 1.1 + 1.2 + 1.3 + 1.4 = 200 – 5 – 100 + 30 = 125
1.1 Balança comercial: saldo = 300 (exportações) – 100 (importações) = +200
Exportações: +300 (VI)
Importações: +100 (I)
1.2 Balança serviços: saldo = 40 (receitas) – 45 (despesas) = –5
Serviços de manufatura sobre insumos físicos pertencentes a outros – receita: +10 (III)
Serviços de propriedade intelectual – receita: +30 (VII)
Royalties – despesa: +45 (IX)
1.3 Balança de rendas primárias: saldo = 0 (receitas) – 100 (despesas) = –100
Receitas: não houve lançamentos: 0
Juros – despesas: +50 (VIII)
Lucros – despesa: +50 (IX)
1.4 Balança de rendas secundárias: saldo = 30 (receitas) – 0 (despesas) = +30
Transferências de migrantes – receitas: +30 (IX)
Despesas: não houve lançamentos: 0
CONTA CAPITAL
Saldo = 300 (receitas) – 400 (despesas) = –100
Cessão de ativo não financeiro não produzido – receitas: +300 (V)
Aquisição de ativo não financeiro não produzido – despesas: +400 (V)
CONTA FINANCEIRA
Saldo = – 25 – 200 – 100 + 350 = +25
3.1 Investimento direto: saldo = 0 (ativos) – 25 (passivos) = –25
No exterior: +25 (IX)
No país: não houve lançamentos: 0
3.2 Investimento em carteira: saldo = 0 (ativos) – 200 (passivos) = –200
Ativo: não houve lançamentos: 0
Títulos de renda fixa: +200 (VIII)
3.3 Derivativos: saldo = 0 (ativos) – 0 (passivos) = 0
Ativo: não houve lançamentos: 0
Passivo: não houve lançamentos: 0
3.4 Outros Investimentos: saldo = 100 (ativos) – 200 (passivos) = –100
Créditos comerciais e adiantamentos: +100
Empréstimos e financiamentos: +200
3.5 Ativos de reserva: saldo = – 100 (I) + 200 (II) + 10 (III) – 25 (IV) – 100 (V) + 200 (VI) + 30
(VII) + 150 (VIII) + 15 (IX) = +350
ERROS E OMISSÕES
0 (zero)
Pode-se constatar que:
KF = TC + KC + EO
Ou seja:
+ 25 = 125 - 100 + 0
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
O saldo positivo da conta ativos de reserva (mais US$350 milhões) indica que a poupança
externa alcançada foi mais do que suficiente para equilibrar o sado negativo da conta capital.
Isso permite elevar o montante das reservas de divisas à disposição da economia do país X.
Este é o resultado final do BP da economia do país X no período t: um saldo positivo de
US$350 milhões, que se mostra, apenas indiretamente, por meio do saldo apurado na conta
ativos de reserva.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (FCC/ECONOMISTA/2016) AS SEGUINTES CONTAS FORAM
APRESENTADAS PELO BANCO CENTRAL PARA O BALANÇO DE
PAGAMENTOS RELATIVO AO ANO DE 2015 (VALORES EM US$
MILHÕES):
EXPORTAÇÕES 190.092
IMPORTAÇÕES 172.422
SERVIÇOS -36.919
RENDA PRIMÁRIA -42.357
RENDA SECUNDÁRIA 2.724
CONTA CAPITAL 440
ERROS E OMISSÕES 3.708
 ATENÇÃO! PARA VISUALIZAÇÃO COMPLETA DA TABELA UTILIZE A
ROLAGEM HORIZONTAL
CONSIDERANDO QUE, PARA AS CONTAS DE ATIVO E DE PASSIVO DA
CONTA FINANCEIRA, “+” = AUMENTO DE ESTOQUE E “-” = REDUÇÃO
DE ESTOQUE, É CORRETO AFIRMAR QUE OS VALORES DAS
TRANSAÇÕES CORRENTES E DA CONTA FINANCEIRA FORAM,
RESPECTIVAMENTE (EM US$ MILHÕES):
A) -58.882 e -54.734
B) 14.956 e 18.864
C) -64.330 e -60.622
D) 54.589 e 51.321
E) -19.249 e -15.101
2. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ECONOMIA/2006) NO BALANÇO DE
PAGAMENTOS DE UM PAÍS, DIZ-SE QUE A TRANSFERÊNCIA LÍQUIDA DE
RECURSOS PARA O EXTERIOR É POSITIVA QUANDO:
A) A absorção interna é menor do que a produção interna de bens e serviços.
B) A balança comercial é positiva.
C) A absorção interna é maior do que a produção interna de bens e serviços.
D) As exportações de mercadorias são menores do que as importações de mercadorias.
E) O saldo da balança de serviços é positivo.
GABARITO
1. (FCC/Economista/2016) As seguintes contas foram apresentadas pelo Banco Central
para o Balanço de Pagamentos relativo ao ano de 2015 (valores em US$ milhões):
Exportações 190.092
Importações 172.422
Serviços -36.919
Renda primária -42.357
Renda secundária 2.724
Conta capital 440
Erros e omissões 3.708
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Considerando que, para as contas de ativo e de passivo da Conta Financeira, “+” =
aumento de estoque e “-” = redução de estoque, é correto afirmar que os valores das
transações correntes e da conta financeira foram, respectivamente (em US$ milhões):
A alternativa "A " está correta.
 
Comentário
Montando a estrutura do Balanço de Pagamentos, temos:
BALANÇO DE PAGAMENTOS
1. Balança comercial (BC)
190.092 – 172.422 =
17.670
2. Balança de serviços (S) -36.919
3. Conta de renda primária (RP) -42.357
4. Conta de renda secundária (RS) 2.724
Saldo do balanço de pagamentos em transações
correntes (TC)
-58.882
5. Conta capital (KC) 440
6. Conta financeira (KF)
7. Erros e omissões (EO) 3.708
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
TC = BC + S + RP + RS
TC = 17.670 + (-36.919) + (-42.357) + (2.724)
TC = -58.882
KF = TC + KC + EO
KF = -58.882 + 440 + 3.708
KF = -54.734
2. (FCC/Analista Judiciário – Economia/2006) No Balanço de Pagamentos de um país,
diz-se que a transferência líquida de recursos para o exterior é positiva quando:
A alternativa "A " está correta.
 
Comentário
Se BC + S > 0 ⇒ positivo (+) ⇒ há transferência líquida de recursos para o exterior. Caso
contrário, se BC + S < 0 ⇒ negativo (-) ⇒ hiato do produto. Rendas primárias (serviços fatores)
+ rendas secundárias ⇒ se (+) = renda líquida recebida do exterior ou se (-) = renda líquida
enviada ao exterior.
Quando há, portanto, transferência líquida de recursos para o exterior, isso significa que o país
exporta mais bens e serviços não fatores do que importa. Logo, a absorção interna (consumo +
investimento + gastos do governo) é menor que a produção interna (consumo + investimento +
gastos do governo + exportação – importação).
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, vimos que o Balanço de Pagamentos é o registro sistemático de todas as
transações econômicas realizadas entre os residentes e os não residentes de um país em um
período de tempo. Além disso, durante os módulos, apresentamos os principais elementos,
características e padronização dos lançamentos contábeis.
Aplicamos, para efeitos ilustrativos, o ferramental analítico desenvolvido para os dados das
contas externas relativos ao ano de 2019. Por fim, por meio de um exercício numérico,
descrevemos os lançamentos, incluindo as contrapartidas para as operações descritas com
encerramento dos respectivos saldos e a análise dos saldos apurados.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BANCO CENTRAL DO BRASIL (Bacen). Estatísticas do setor – adoção da 6ª edição do
Manual do balanço de pagamentos e posição internacional de investimento (BPM6). Nota
Metodológica n. 2, 2015.
BANCO CENTRAL DO BRASIL (Bacen). Sistema gerenciador de séries temporais. 2020.
CAPARROZ, R. Comércio internacional e legislação aduaneira esquematizado. 6. ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2019.
CARVALHO, M. A.; SILVA, C. R. Economia internacional.São Paulo: Saraiva, 2017.
GÓES, G. A.; GADELHA, S. R. B. Macroeconomia. Bahia: JusPODIVM, 2019.
INTERNATIONAL MONETARY FUND (IMF). Balance of payments manual. 5. ed.
Washington, DC, USA: International Monetary Fund, 1993.
INTERNATIONAL MONETARY FUND (IMF). Balance of payments manual. 6. ed.
Washington, DC, USA: International Monetary Fund, 2009.
INTERNATIONAL MONETARY FUND (IMF). Gold in the IMF. 2020a.
INTERNATIONAL MONETARY FUND (IMF). IMF Members’ quotas and voting power, and
IMF board of governors. 2020b.
PAULANI, L. M.; BRAGA, M. B. A nova contabilidade social: uma introdução à
macroeconomia. 5 ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
SAMPAIO, L. Macroeconomia esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2018.
EXPLORE+
Acesse o site do FMI, conheça o Manual do Balanço de Pagamentos (Balance of payments
manual, 2009) e veja os detalhes da nova metodologia (BPM6).
Acesse o site da ONU e pesquise sobre o Sistema de Contas Nacionais (System of National
Accounts, 2008), para compreender a padronização adotada pelo FMI na elaboração do BPM6.
Busque o Comunicado nº 31.379, de 16 de novembro de 2017, publicado pelo Banco Central,
para acessar informações importantes sobre a estabilidade financeira do país.
CONTEUDISTA
Tiago Sayão Rosa
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