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< PALAVRAS CHAVE Balanço de Pagamentos; 6ª edição do Manual de Balanço de Pagamentos (BPM6); Posição Internacional de Investimentos (PII); contas externas; reservas internacionais. DESCRIÇÃO Balanço de Pagamentos como registro de todas as transações econômicas entre Brasil e o resto do mundo, em determinado período, e como consequente ferramenta de avaliação da situação econômica do Brasil em relação à economia mundial. PROPÓSITO Compreender, quantitativa e qualitativamente, as diversas transações entre o Brasil e outros países a partir do Balanço de Pagamentos ― conta fundamental na macroeconomia em vista da intensidade do fluxo real e financeiro entre países. OBJETIVOS MÓDULO 1 Definir Balanço de Pagamentos, agentes residentes e não residentes, e meios internacionais de pagamento MÓDULO 2 Descrever a estrutura do Balanço de Pagamentos e o detalhamento das contas do Balanço de Pagamentos (BPM6) MÓDULO 3 Categorizar movimento de capitais, contas de capital e financeira MÓDULO 4 Reconhecer lançamentos, contrapartidas e interpretações econômicas para as contas do Balanço de Pagamentos INTRODUÇÃO Neste tema, vamos apreender que o Balanço de Pagamentos (BP) é o registro contábil de todas as transações econômicas entre um país e o resto do mundo, durante um período de tempo. O BP é utilizado, portanto, para avaliar o estado das finanças internacionais de um país, permitindo acompanhar a evolução dos fluxos de recursos materiais (físicos) e financeiros entre os agentes residentes e não residentes em uma economia. Os registros do BP, no Brasil, seguem as normas internacionais publicadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI (Em inglês, International Monetary Fund (IMF).) ), que são compatíveis com o Sistema de Contas Nacionais (SCN) coordenado pela Organização das Nações Unidas (ONU). O registro e a divulgação são de responsabilidade do Banco Central do Brasil (Bacen), que disponibiliza estatísticas anuais desde 1947, estatísticas trimestrais desde 1979 e estatísticas mensais desde 1995. As contas externas brasileiras, entre janeiro de 2001 e maio de 2015, eram divulgadas segundo a metodologia recomendada no Manual do Balanço de Pagamentos (5ª edição, 1993), editado pelo FMI. A partir de junho 2015, o Bacen passou a divulgar as estatísticas de dívida externa brasileira conforme a sexta edição do Manual do Balanço de Pagamentos e Posição Internacional de Investimentos do FMI (BPM6). Cada módulo, a seguir, pretende explorar detalhadamente essa nova metodologia. MÓDULO 1 Definir Balanço de Pagamentos, agentes residentes e não residentes e Meios Internacionais de Pagamento BALANÇO DE PAGAMENTOS – CONCEITO Neste módulo, vamos compreender o conceito de Balanço de Pagamentos identificando sua importância, definindo residentes e não residentes, além de relacionar e descrever os ativos de reserva internacionais. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (IMF, 2009), o balanço de pagamentos é o registro sistemático de todas as transações econômicas realizadas entre os residentes e os não residentes de um país em um período de tempo. Trata-se do registro contábil das transações comerciais e financeiras de um país com o resto do mundo. O Balanço de Pagamentos torna possível avaliar as transações internacionais de um país, de modo a subsidiar decisões de política macroeconômica e entender a capacidade de honrar com seus compromissos externos. A responsabilidade pela elaboração do balanço de pagamentos, no Brasil, é do Banco Central do Brasil (Bacen), e segue as diretrizes e normas do FMI. Tais diretrizes são compatíveis com o Sistema de Contas Nacionais (SCN), desenvolvido pela Organização das Nações Unidas (ONU), Comissão das Comunidades Europeias, Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pelo Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) ― mais conhecido como Banco Mundial ―, além do próprio FMI. Desde junho de 2015, o Bacen adota a sexta edição do manual metodológico (BPM6), publicado em 2009 pelo FMI. Segundo Paulani e Braga (2020), o BPM6 tem dois objetivos principais: Tornar as estatísticas internacionais cada vez mais compatíveis com o sistema de contas nacionais, na versão SNA 08; javascript:void(0) Promover maior integração entre o sistema de contas nacionais e a Posição Internacional de Investimentos (PII), relativa às estatísticas internacionais. SNA Sistema de Contas Nacionais (System of National Accounts, 2008), que você pode conferir no Explore Mais.. RESIDENTES E NÃO RESIDENTES RESIDENTES Para distinguir residentes e não residentes, devemos considerar o centro de interesse econômico. Nesse sentido, a distinção não se refere à nacionalidade ou a critério legal. Tem- se interesse econômico quando a unidade: Está engajada em alguma atividade e transação econômica de escala significante; Tem intenção de se manter engajada por tempo indeterminado ou pelo tempo determinado de, pelo menos, 1 (um) ano no país. São considerados residentes no país, dessa forma, as pessoas físicas, nacionais ou não, cujo centro de interesse é o país. Em outras palavras, são residentes as pessoas que ajudam a formar e a consumir o Produto Interno Bruto (PIB). Podemos citar, como exemplo, um turista brasileiro no exterior. Nesse caso, a pessoa se encontra transitoriamente fora do país, sendo considerada residente. Repare que essa mesma situação se aplica a viagens de negócios, educação (bolsistas de pós-graduação), ou seja, pessoas que estão fora do país de forma não permanente. O quadro, a seguir, contém um resumo das pessoas físicas ou jurídicas consideradas residentes: Pessoas/entidades Característica Exemplos Físicas, nacionais ou não, cujo centro de interesse é o país Cooperam, de alguma forma, com a formação (no consumo) do PIB e/ou estão fora do país de forma não permanente. Turismo, viagens de negócios, estudos, oficiais de chancelaria, diplomatas e adidos militares além de estrangeiros que trabalham no país. Jurídicas de direito público sediadas no país Todos os órgãos e as instituições de todos os Poderes dos níveis federal, estadual e municipal. Banco Central do Brasil, Secretaria do Tesouro Nacional, Ministério da Saúde, Prefeitura de São Paulo, Governo do Estado do Rio de Janeiro. Jurídicas de direito privado sediadas no país Empresas nacionais ou multinacionais, instaladas no país. Sucursais ou filiais de empresas estrangeiras no Brasil e instituições norte-americanas de ensino instaladas no país. Embaixadas do país no Representação de um Embaixada brasileira em exterior país no território de outra nação por meio de um embaixador. Paris, embaixada brasileira em Washington etc. Fonte: adaptado de Góes e Gadelha (2019) e Sampaio (2018). Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal NÃO RESIDENTES São considerados não residentes as pessoas físicas ou jurídicas que não têm seu centro de interesse econômico no país considerado. Desse modo, são considerados não residentes no país: Pessoas físicas, nacionais ou não, cujo centro de interesse não é o país; Empresas, nacionais ou não, instaladas fora do país; Embaixadas estrangeiras no país, e todos os órgãos e as instituições de outros países. Cabe ressaltar que os organismos ou organizações internacionais ― também denominados instituições multilaterais ― não são considerados residentes em qualquer país. EXEMPLO Sede da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra, na Suíça; Sede da Organização das Nações Unidas para educação, ciência e cultura (UNESCO), em Paris, na França. Nem a primeira é residente na Suíça, nem a segunda é residente na França. TRANSAÇÃO CITAÇÃO “UMA TRANSAÇÃO É DEFINIDA COMO UM FLUXO ECONÔMICO QUE REFLETE A CRIAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO, TROCA, TRANSFERÊNCIA OU EXTINÇÃO DE VALOR ECONÔMICO, ENVOLVENDO A TROCA DE PROPRIEDADE ENTRE OS AGENTES ENVOLVIDOS.” CARVALHO E SILVA, 2017 As transações entre residentese não residentes de um país poderão gerar redução ou aumento dos ativos de reserva (reservas internacionais) de um país, quando envolverem pagamentos ou recebimentos em forma de divisas. Nem todas as transações contabilizadas envolvem pagamentos em moeda. Algumas delas nem mesmo envolvem pagamento em espécie, como será visto adiante. A seguir, veremos a composição dos ativos de reserva que representam os meios internacionais de pagamentos de um país. MEIOS INTERNACIONAIS DE PAGAMENTO ― ATIVOS DE RESERVAS INTERNACIONAIS Os meios internacionais de pagamento são utilizados pelos bancos centrais dos países para pagamento ou recebimento pelas transações entre si. Os ativos de reserva internacionais registrados no balanço do pagamento são: Direito especial de saque (DES); Ouro monetário; Posição de reservas no FMI; Reservas em moeda estrangeira e outros ativos. Vamos, a seguir, detalhar cada uma dessas formas internacionais de pagamento. DIREITO ESPECIAL DE SAQUE (DES) O Direito Especial de Saque (DES) foi uma solução encontrada pelo FMI, em 1969, para contornar as limitações do modelo proposto, originalmente, em Bretton Woods, em 1944. Tal modelo exigia que as reservas fossem em ouro ou dólares norte-americanos. Foi decidido, na Conferência do Rio de Janeiro, em 1967, a criação dos direitos especiais de saque com o objetivo de aumentar e estabilizar a oferta de liquidez internacional. javascript:void(0) DES Special Drawing Rights – SDR, em inglês. O DES pode ser considerado uma linha de crédito concedida pelo FMI a cada país na proporção de sua cota. Nesse caso, a quantidade de cotas está diretamente relacionada ao tamanho da economia de cada país. Na ocasião em que foi concebido, 1 DES equivalia a 1 dólar ou 35 onças de ouro – 0,888671 grama de ouro. Cabe ressaltar que o DES é uma moeda escritural e não possui lastro. Desse modo, O DES é utilizado apenas entre os Bancos Centrais e Tesouros Nacionais dos países. Segundo Caparroz (2019), ao ingressar no FMI, os países são obrigados a integralizar totalmente o valor da sua cota. Portanto, 25% do montante deverá ser pago na própria moeda do fundo (DES), enquanto o restante pode ser quitado na moeda corrente do país ou em moedas internacionais aceitas. O valor do DES é obtido a partir de uma cesta de moedas internacionais, com base na revisão realizada no dia 30 de novembro de 2015, nas seguintes proporções: dólar norte-americano (41,73%), euro (30,93%), yuan chinês (10,92%), iene japonês (8,33%) e libra esterlina (8,09%). ATENÇÃO Reitera-se que, a cada cinco anos, há uma revisão do SDR por parte do FMI. Na ocasião, o FMI examina a importância das suas divisas nos sistemas financeiros e comerciais mundiais. OURO MONETÁRIO O outro monetário corresponde ao ouro que está em poder do Banco Central. No ano de 2019, o FMI possuía 2,81 toneladas de reservas em ouro, ficando atrás de países como os EUA (8,13 toneladas) e Alemanha (3,37 toneladas) (IMF, 2020a). Vale ressaltar que o ouro não monetário é o que não está em poder do Bacen, sendo utilizado para fins industriais, comerciais e artísticos. As operações de compra (monetização) e de venda (desmonetização) de ouro pelo Bacen não são computadas no balanço de pagamentos desde 2001, e sim na PII. EXEMPLO Por exemplo, quando o Banco Central compra ouro de garimpeiros em Serra Pelada, por meio do Banco do Brasil, ocorre uma monetização; quando o Banco Central vende ouro para uma indústria paulista, ocorre uma desmonetização. (GÓES; GADELHA, 2019). POSIÇÃO DE RESERVAS NO FMI A posição de reservas no FMI é feita a partir de uma subscrição de cota que cada país realiza ao se tornar membro do fundo. Dessa forma, todo país-membro do FMI é um país cotista. O país cotista tem acesso aos recursos, por meio de um empréstimo, em caso de déficit no balanço de pagamentos. Caso o valor retirado seja superior à cota-parte, a operação é denominada empréstimo de regularização. Sampaio (2018) ressalta que a cota-parte que cada país tem de depositar fará parte das reservas internacionais do respectivo país e poderá ser sacada de forma incondicional. Ao contrário, os empréstimos concedidos pelo FMI têm caráter condicional. A cota-parte é integralizada, em ouro ou moedas conversíveis, na cota de 25%, e em moeda nacional, na cota de 75%. SAIBA MAIS No ano de 2020, os EUA ocupam a primeira posição, com 17,44% das cotas, seguidos por Japão (6,66%) e Alemanha (5,60%). O Brasil detém cotas que representam 2,32% do total de recursos do fundo (IMF, 2020b). As cotas são definidas a partir de critérios do Conselho de Governadores (Board of Governors) ― órgão máximo de decisão do FMI. Periodicamente, as cotas são revistas e podem ser modificadas quando necessário. RESERVAS EM MOEDA ESTRANGEIRA (DIVISAS CONVERSÍVEIS) As reservas em moeda estrangeira são compostas pelas reservas cambiais em moeda forte ― dólar, libra, euro e iene ― e pelos títulos de curto prazo, aplicados no exterior, que possuem liquidez imediata. OUTROS ATIVOS DE RESERVA Trata-se de ativos de operações com títulos adquiridos com acordo de recompra, cédulas e moedas, empréstimos a não residentes não bancários e instrumentos derivativos. ATIVOS DE RESERVAS OFICIAIS Liquidez – US$ milhões Ativos de reservas oficiais 2020 Julho Agosto Setembro 354.664 356.092 356.606 1. Reservas em moeda estrangeira (em divisas conversíveis) 334.087 336.943 337.430 (a) Títulos 318.242 321.067 321.543 dos quais: emissor sediado no Brasil, mas domiciliado no exterior - - - (b) Total de moeda e depósitos em: 15.846 15.876 15.888 i) Outros bancos centrais, BIS e FMI 13.428 13.881 14.575 ii) Bancos sediados no Brasil 0 0 0 dos quais: domiciliados no exterior 0 0 0 iii) Bancos sediados no exterior - - - 2. Posição de reserva no FMI 4.141 4.158 4.094 3. DES 4.153 4.170 4.137 4. Ouro (inclusive depósitos de ouro) 4.272 4.270 4.105 Volume em mil onças troy 2.166 2.166 2.166 5. Outros ativos de reserva 8.012 6.551 6.839 Instrumentos derivativos 14 15 – 2 Empréstimos a não residentes não bancários - - - Demais 7.998 6.536 6.841 Fonte: adaptado de Bacen (2020). Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal O QUE SÃO OS ATIVOS DE RESERVAS INTERNACIONAIS? Assista, a seguir, a um vídeo sobre o que são os ativos de reservas internacionais e como eles funcionam como meios internacionais de pagamentos entre os bancos centrais dos países. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. (ESAF/ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR/2002) NO CASO DO BRASIL, PARA EFEITO DE PAGAMENTO NO BALANÇO DE PAGAMENTOS, NÃO SÃO CONSIDERADAS RESIDENTES: A) Embaixadas brasileiras no exterior. B) Empresas multinacionais instaladas no Brasil. C) Turistas brasileiros no exterior. D) Instituições norte-americanas de ensino instaladas no Brasil. E) Filiais de empresas no exterior. 2. (ESAF/AFTN /1996) OS DIREITOS ESPECIAIS DE SAQUE (DES) FORAM CRIADOS COMO MOEDA ESCRITURAL, OU MOEDA DE CONTA, EM RAZÃO DE GRANDE EXPANSÃO DAS ECONOMIAS E DO COMÉRCIO INTERNACIONAL. DESDE A SUA CRIAÇÃO, O SISTEMA DE BRETTON WOODS SE MOSTROU INCAPAZ DE PROVER RECURSOS DE LIQUIDEZ NECESSÁRIOS AO FUNCIONAMENTO DA ECONOMIA INTERNACIONAL, MOTIVO PELO QUAL FORAM CRIADOS OS DES. A ENTIDADE RESPONSÁVEL PELA ADMINISTRAÇÃO DOS DES ERA: A) Fundo Monetário Internacional (FMI). B) Banco Mundial. C) CFI (Corporação Financeira Internacional). D) Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). E) Export-Império – Bank (EXIMBAC) GABARITO 1. (ESAF/Analista de Comércio Exterior/2002) No caso do Brasil, para efeito de pagamento no balanço de pagamentos, não são consideradas residentes: A alternativa "E " está correta. Comentário As filiais de empresas nacionais instaladas fora do país são consideradas não residentes. A distinção entre residentes e não residentes não se refere à nacionalidade ou a critério legal, mas ao centro de interesse. Considera-se que uma pessoa ― física ou jurídica ― tem interesse econômico em um paísquando está engajada em atividade econômica por, pelo menos, um ano nesse país. Assim, são considerados residentes no Brasil todos os indivíduos que vivem aqui em caráter permanente: os que estão transitoriamente no exterior em viagem de negócios, estudos, turismo etc.; todas as empresas aqui instaladas, independentemente da origem do capital. Naturalmente, as empresas de capital nacional ― públicas ou privadas ― enquadram-se como residentes. Também são residentes as empresas de capital estrangeiro, sediadas no País, como é o caso de filiais de multinacionais. 2. (ESAF/AFTN /1996) Os Direitos Especiais de Saque (DES) foram criados como moeda escritural, ou moeda de conta, em razão de grande expansão das economias e do comércio internacional. Desde a sua criação, o sistema de Bretton Woods se mostrou incapaz de prover recursos de liquidez necessários ao funcionamento da economia internacional, motivo pelo qual foram criados os DES. A entidade responsável pela administração dos DES era: A alternativa "A " está correta. Comentário Os DES representam o ativo financeiro do FMI e foram criados em 1969 como alternativa ao modelo proposto, originalmente, em Bretton-Woods (BW). Esse modelo exigia que as reservas fossem em ouro ou dólares norte-americanos ― instrumentos que se mostraram escassos em razão do crescimento do comércio internacional. Com o colapso paritário previsto em BW, em 1973, o parâmetro dos Direitos Especiais de Saque foi redefinido e passou a ser calculado em função da cesta de moedas. MÓDULO 2 Descrever a estrutura do Balanço de Pagamentos e o detalhamento das contas do Balanço de Pagamentos (BPM6) ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS (BPM6) Neste módulo, vamos apresentar a estrutura do Balanço de Pagamentos, identificando as contas que compõem o Balanço de Pagamentos em transações correntes assim como o padrão contábil para lançamentos das operações. A nova estrutura do Balanço de Pagamentos, de acordo com a metodologia do BPM6 (BACEN, 2015), compreende o fluxo de: Conta de bens (balança comercial); Serviços (balança de serviços); Conta de renda primária; Conta de renda secundária; Conta capital; Conta financeira; Erros e omissões. CONTA CAPITAL São registradas as transações relativas à aquisição de bens não financeiros não produzidos e às transferências unilaterais de capital (o detalhamento será feito adiante). CONTA FINANCEIRA Contempla cinco categorias funcionais: investimentos diretos, investimentos em carteira, derivativos, outros investimentos e ativos de reserva. O quadro, a seguir, apresenta a estrutura completa do Balanço de Pagamentos (BPM6): 1. Transações Correntes (TC) 1.1 Balança Comercial (BC) Exportação Importação 1.2 Balança de Serviços (S) Serviços de manufatura sobre insumos físicos pertencentes a outros Serviços de manutenção e reparo Transportes Viagens de negócios e pessoais (saúde, educação e outros) Construção Seguros Aluguel de equipamentos Outros serviços (financeiros, de propriedade intelectual, de telecomunicações, de computação, de informações, culturais, pessoais e recreativos, governamentais e outros serviços de negócios) 1.3 Rendas Primárias (RP) Salários e ordenados Renda de investimento Renda de investimento direto Lucros e dividendos remetidos, exceto reinvestimentos Lucros reinvestidos Juros de empréstimos intercompanhias Renda de investimento em carteira Lucros e dividendos Juros de títulos negociados no mercado externo Juros de títulos negociados no mercado doméstico ― despesas Renda de outros investimentos ― juros Renda de reservas ― receitas Demais rendas primárias 1.4 Rendas Secundárias (RS) Governo Demais setores Transferências pessoais Outras transferências 2. Conta Capital (KC) Ativos não financeiros não produzidos Transferência de capital 3. Conta Financeira (KF) 3.1 Investimento direto Investimentos diretos no exterior Investimentos diretos no país 3.2 Investimento em carteira Ações Fundos de investimento Títulos 3.3 Derivativos 3.4 Outros investimentos Outras participações de capital Moeda e depósitos Empréstimos Créditos comerciais e adiantamentos Seguros, esquemas de pensão e fundos de garantia Outras contas a pagar/receber Direitos Especiais de Saque (incidência líquida de passivos) 3.5 Ativos de Reserva Ouro monetário Direitos Especiais de Saque (DES) Posição de reservas no FMI Outros ativos de reserva Moeda e depósitos Títulos Instrumentos derivativos Demais ativos 4. Erros e omissões (EO) Fonte: BACEN, 2015 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal DETALHAMENTO DAS CONTAS DO BALANÇO DE PAGAMENTOS (BPM6) As informações contidas no quadro apresentado permitem concluir que o Balanço de Pagamentos possui um plano de contas agregado bem detalhado, que se divide em subcontas, dependendo do objeto de análise. Tal plano inclui três contas analíticas a saber: Transações correntes; Conta capital; Capital financeira. A seguir, veremos o detalhamento das transações correntes. TRANSAÇÕES CORRENTES Registra o comércio de bens e serviços, os pagamentos e recebimentos de rendas de capital e trabalho, bem como as transferências unilaterais de renda entre o País e o resto do mundo. As transações correntes (TC) são compostas por: BALANÇA COMERCIAL (BC) BALANÇA DE SERVIÇOS (S) RENDAS PRIMÁRIAS (RP) RENDAS SECUNDÁRIAS (RS) Veremos, a seguir, cada uma delas. BALANÇA COMERCIAL (BC) A balança comercial é o registro das exportações ― vendas efetuadas por residentes no exterior ― e importações ― compras efetuadas por residentes no exterior ― de bens, mercadorias, tangíveis ou visíveis, pelo valor Free on Board (FOB). O valor FOB corresponde ao preço do produto já dentro do navio, incluindo o transporte até o porto, mas excluindo o frete ― preço do transporte até o seu destino final. Os lançamentos nas contas nacionais são feitos a preço CIF (cost, insurance and freight). E o que isso significa? Isso significa que todas as despesas correm por conta do vendedor, inclusive o seguro marítimo e o frete, até a chegada da mercadoria até ao porto de destino. Dessa forma, deverá haver um ajustamento dos lançamentos a preço CIF para preço FOB no Balanço de Pagamentos. Esse ajustamento é feito em uma coluna para ajuste CIF/FOB na Tabela de Recursos e Usos (TRU). O saldo da balança comercial é o total das exportações de bens (lançadas positivas como receitas) menos o das importações de bens (lançadas positivas como despesas). No ano de 2019 (BACEN, 2020), as exportações (X) totalizaram US$225.820,6 milhões, enquanto as importações (M) montaram a US$185.038,9 milhões. Nesse caso, houve um superávit comercial de US$40.781,7 milhões. Se as importações superassem as exportações, seria contabilizado um déficit comercial: BC = X - M = 225.820,6 - 185.038,9 = US$ 40.781,7 MILHÕES Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal As modificações introduzidas pelo BPM6 na balança comercial foram (BACEN, 2015): importações de energia elétrica sem cobertura cambial, exportações e importações fictas, bens em triangulação (merchanting) e bens para processamento. BALANÇA DE SERVIÇOS (S) A balança de serviços é o registro do valor dos serviços prestados e recebidos pelos residentes de um país. Dessa forma, são registradas as entradas e saídas de serviços não fatores, intangíveis ou invisíveis. Considerando as inovações implementadas pelo BPM6, temos a criação das contas serviços de manufatura sobre insumos físicos pertencentes a outros e serviços de manutenção e reparo. A seguir, veremos os itens de registros da balança de serviços detalhadamente. SERVIÇOS DE MANUFATURA SOBRE INSUMOS FÍSICOS PERTENCENTES A OUTROS Inclui processamento, montagem, rotulagem, embalagem e outros serviços efetuados por empresa que não possui o bem objeto desse processo. Nesse caso, a empresa prestadora de serviço não se torna proprietária do bem em qualquermomento. O valor do serviço agregado será registrado nessa nova conta. SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO E REPARO Registra os serviços de manutenção e reparo realizados por residentes sobre bens pertencentes a não residentes, ou o contrário. No BPM5, esses serviços eram lançados na balança comercial, já que eram classificados como reparos de bens. TRANSPORTES Inclui serviços relacionados com o transporte de passageiros (passagens) e cargas (fretes), serviços postais, além de serviços auxiliares, como aluguel de equipamentos de transporte com tripulação. As alterações nessa conta, segundo o BPM6 (BACEN, 2015), envolverão o aprimoramento de fontes de informação por meio dos dados provenientes dos contratos de câmbio e das estimativas para cobrir as operações com liquidações no exterior. VIAGENS Registra as receitas e despesas feitas por viajantes com finalidade educacional, cultural, esportiva, de saúde, turismo e cartão de crédito. Os gastos realizados com cartão de crédito internacional são registrados em viagens internacionais e podem incluir valores referentes a transações internacionais não relacionados com viagens. Também são computadas nessa conta as viagens de funcionários de governo e as viagens de negócios. As viagens internacionais por motivos de saúde são registradas nessa conta, independentemente de sua duração, conquanto as motivadas por negócios ou de turismo com duração de até 12 meses (1 ano). CONSTRUÇÃO Registra as receitas e despesas com operações relacionadas à implantação e instalação de projetos de engenharia e outras montagens sob encomenda realizados no exterior por companhias residentes no país, além das realizadas no país por companhias não residentes. As atividades relacionadas anteriormente não podem exceder um ano, ou seja, são caracterizadas como temporárias. Sampaio (2018) observa que, se uma empresa de construção monta um escritório ou representação no exterior, por mais de um ano, trata-se de Investimento Direto, e não mais de Serviços. SEGUROS Contemplam receitas e despesas que envolvem seguro de frete de mercadorias ou exportadas, seguros pessoais, seguros de vida e resseguros, além de previdência privada. Os prêmios de seguros serão repartidos entre as contas de rendas secundárias e serviços de seguro. Ao mesmo tempo, o envio e recebimento de recursos relativos a sinistros serão registrados em rendas secundárias. ALUGUEL DE EQUIPAMENTOS Registra as operações relativas ao aluguel ou ao leasing de máquinas e equipamentos. OUTROS SERVIÇOS Nesta conta, temos um rol de outros serviços. Vejamos: SERVIÇOS FINANCEIROS Serviços financeiros ‒ registram receitas e despesas como corretagens, comissões, garantias, fianças e outros encargos acessórios sobre o endividamento externo. Além desses serviços relacionados às intermediações bancárias, incluem-se os serviços financeiros indiretamente mensurados (SIFIM). Os pagamentos e recebimentos de juros incluem, além da remuneração de capital, a cobrança implícita de um serviço financeiro. Isso provoca redução na conta de juros e aumento na conta de serviços de intermediação financeira indiretamente mensurados. SERVIÇOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL Serviços de propriedade intelectual ‒ compreendem as operações relacionadas ao uso autorizado de ativos e direitos de propriedade intangíveis (marcas, patentes, livros, filmes, franquias). SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÃO, COMPUTAÇÃO E INFORMAÇÕES Serviços de telecomunicação, computação e informações ‒ englobam operações com transmissão de dados, manutenção de dados, manutenção e reparo de hardware, implementação de software e gerenciamento de informações e de base de dados. SERVIÇOS CULTURAIS, PESSOAIS E RECREATIVOS Serviços culturais, pessoais e recreativos ‒ envolvem serviços pessoais, como saúde e educação, audiovisuais e culturais, como produção de filmes, eventos esportivos, exposição de arte, além da realização de shows e espetáculos. SERVIÇOS GOVERNAMENTAIS Serviços governamentais ‒ contabilizam as operações que envolvem os serviços prestados e recebidos pelas embaixadas, consulados, unidades militares, missões de ajuda, escritórios promocionais, bem como outros serviços prestados pelo poder público ou por organizações regionais ou internacionais. OUTROS SERVIÇOS DE NEGÓCIOS Outros serviços de negócios ‒ consolidam as informações referentes a serviços de corretagens, comissões mercantis e serviços técnicos profissionais. O BPM6 (BACEN, 2015) lista os serviços relativos à pesquisa e desenvolvimento ― negociação de patentes, copyrights e processos industriais, desenvolvidos em atividades de pesquisa ―, os profissionais e consultoria de gestão, os empresariais e técnicos ― como de Arquitetura e Engenharia ―, todos os relativos ao comércio, o tratamento de resíduos, a despoluição e serviços de mineração agrícola, as operações de leasing, entre outros. SALDO DA BALANÇA DE SERVIÇOS O saldo da Balança de Serviços é obtido por meio do saldo líquido entre as receitas e despesas de serviços. Nesse caso, lançam-se com sinal positivo tanto as receitas como as despesas e, dessa forma, subtrai-se das receitas as despesas. Tomando como exemplo o ano de 2019 (BACEN, 2020), as receitas de serviços foram US$33.971,6 milhões, enquanto as despesas alcançaram o valor de US$69.110,2 milhões, perfazendo um déficit de US$35.138,7 milhões: S = RECEITAS - DESPESAS = 33.971,6 - 69.110,2 = - US$35.138,7 MILHÕES Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal BALANÇA DE RENDAS PRIMÁRIAS Registra todas as remunerações pelos fatores de produção que são resultados das transações entre residentes e não residentes de um país. Os registros incluem pagamentos e recebimentos de salários e ordenados (remuneração do fator de produção trabalho), além dos lucros, dividendos e juros (remunerações do fator de produção capital). A subconta salários e ordenados registra as operações relativas aos pagamentos, em dinheiro ou outros benefícios, a trabalhadores sazonais, temporários e outros não residentes, como empregados de embaixadas e consulados. A subconta renda de investimento subdivide-se em: RENDA DE INVESTIMENTO DIRETO Inclui os lucros e dividendos relativos a participações no capital de empresas e os juros correspondentes a operações intercompanhias nas modalidades de empréstimos diretos e títulos de qualquer prazo. Empréstimos entre empresas ligadas são uma modalidade mais comum, mas títulos e créditos comerciais também se enquadram nessa subcategoria de investimento direto. RENDA DE INVESTIMENTO EM CARTEIRA (OU PORTFÓLIO) Inclui lucros e dividendos relativos às aplicações de ações; os juros, correspondentes a aplicações em títulos de emissão doméstica (títulos da dívida pública, debêntures e outros títulos privados) e de emissão no exterior (bônus/bonificação em ações concedidas aos acionistas de uma empresa quando está aumentando o capital; são também títulos da dívida pública) bem como notes e commercial papers (títulos para realização de empréstimos entre empresas mediadas por um banco para captar recursos, também conhecidos por notas promissórias). RENDA DE OUTROS INVESTIMENTOS (JUROS) Engloba os juros de créditos comerciais (de fornecedores ― ou supplier credits ― de empréstimos de agências governamentais, de organismos internacionais e de bancos privados), juros obtidos em depósitos bancários e em outros ativos e passivos. Além disso, incluem-se os juros de financiamento à importação e os juros sobre pagamento antecipado de exportações. RENDA DE RESERVAS (RECEITAS) Contabiliza as receitas resultantes da aplicação de reservas internacionais acumuladas no país. DEMAIS RENDAS PRIMÁRIAS As demais rendas primárias registram as rendas não enquadradas em qualquer item anterior. Para contabilizarmos o saldo da conta de Renda Primária, deve-se registrar as receitas como positivas, assim como as despesas, e depois deduzir das receitas as despesas, obtendo-se o saldo líquido da referida conta. No anode 2019 (BACEN, 2020), as receitas de rendas primárias totalizaram US$25.997,9 milhões e as despesas US$82.056,5 milhões. Com isso, o déficit na conta de Rendas Primárias foi de US$56.058,6 milhões: RP = RECEITAS - DESPESAS = 25.997,9 - 82.056,5 = - US$56.058,6 MILHÕES Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal BALANÇA DE RENDAS SECUNDÁRIAS No BPM5, essa conta recebia o nome de Transferências Correntes Unilaterais. No BPM6, essa conta registra as receitas e despesas que não têm como contrapartida a aquisição de um bem, a prestação de um serviço ou a utilização de um fator de produção ― transferências unilaterais de renda. CITAÇÃO AS TRANSFERÊNCIAS CONSISTEM EM TRANSAÇÕES QUE NÃO ENVOLVEM OBRIGAÇÕES EM CONTRAPARTIDA. SÃO TRANSFERÊNCIAS CORRENTES AQUELAS QUE AFETAM O NÍVEL DE RENDA DISPONÍVEL E PODEM INFLUENCIAR O CONSUMO DE BENS E SERVIÇOS. CARVALHO; SILVA, 2017. É o caso de donativos em dinheiro para financiar gastos correntes, donativos de alimentos, roupas, medicamentos, prêmios de loteria e apostas etc. Nessa categoria, também se enquadram contribuições para organismos internacionais, organizações não governamentais etc. Na metodologia atual ― BPM6 ―, as transferências unilaterais foram subdividas em duas categorias (BACEN, 2015): governo e demais setores (transferências entre agentes privados). ATENÇÃO Note que se separa o setor público e o setor privado, dada a relevância da subconta transferências pessoais no balanço de pagamentos brasileiro. No ano de 2019, a participação da subconta transferências pessoais representou 90,16% do saldo líquido da conta de Rendas Secundárias (BACEN, 2020). CITAÇÃO PELA SISTEMÁTICA DO BPM6, AS TRANSFERÊNCIAS CORRENTES SÃO LANÇADAS EM RENDAS SECUNDÁRIAS E AS TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL SÃO LANÇADAS NA CONTA CAPITAL. DESSA FORMA, O PATRIMÔNIO DE IMIGRANTES, QUANDO TRANSFERIDOS, NÃO FAZEM PARTE DO BALANÇO DE PAGAMENTOS PELO FATO DE NÃO CONSTITUIR MUDANÇA DE TITULARIDADE DO BEM. SAMPAIO, 2018. As transferências recebidas e enviadas, assim como as outras contas pertencentes às transações correntes, são lançadas positivas e o saldo é obtido pela diferença entre transferências recebidas menos transferências enviadas. As transferências recebidas registradas na conta de Rendas Secundárias, no ano de 2019 (BACEN, 2020), totalizaram US$5.190,2 milhões, e as transferências enviadas contabilizadas foram US$4.226,3 milhões, obtendo-se o saldo superavitário de US$963,9 milhões: RS = TRANSFERÊNCIAS RECEBIDAS - TRANSFERÊNCIAS ENVIADAS RS = 5.190,2 - 4.226,3 = US$963,9 MILHÕES Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal SALDO NO BALANÇO DE PAGAMENTOS EM TRANSAÇÕES CORRENTES É o somatório dos saldos da Balança Comercial, de Serviços e das Rendas Primárias e Secundárias. Essa soma representa o total de bens e serviços que foram comercializados pelo país com o exterior, acrescido do saldo das rendas e pagamentos recebidos e pagos: TC = BC + S + RP + RS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal O saldo em conta corrente tem um significado econômico preciso: é a variação dos Ativos Externos Líquidos ao longo do período em que a conta corrente foi mantida. ATIVOS DOS RESIDENTES EM RELAÇÃO AOS NÃO RESIDENTES Passivos dos residentes em relação aos não residentes. ATENÇÃO javascript:void(0) Uma observação relevante é que o saldo em conta corrente desconsidera os efeitos das variações de preços de mercado de ativos e passivos, assim como variações cambiais. Esses efeitos são considerados na PII. No ano de 2019 (BACEN, 2020), o saldo em transações correntes foi deficitário em US$49.451,7 milhões: TC = 40.781,7 + (-35.138,7) + (-56.058,6) + 963,9 = - US$49.451,7 MILHÕES Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal COMO INTERPRETAR O SIGNIFICADO ECONÔMICO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS EM TRANSAÇÕES CORRENTES. Assista, a seguir, a um vídeo sobre como o saldo do Balanço de Pagamentos possui significados econômicos relevantes em termos da dinâmica macroeconômica. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. (ESAF/ECONOMISTA/2004/ADAPTADA) NÃO É REGISTRADO NA BALANÇA DE SERVIÇOS E RENDAS PRIMÁRIAS O(A): A) Remessa de lucros. B) Amortização de empréstimos. C) Pagamento de fretes. D) Pagamento de seguro de transportes de mercadorias. E) Recebimento de juros de empréstimos. 2. (FCC/AUDITOR FISCAL/2004/ADAPTADA) AS SEGUINTES INFORMAÇÕES FORAM EXTRAÍDAS DE DADOS FORNECIDOS PELO BANCO CENTRAL DO BRASIL, RELATIVOS ÀS TRANSAÇÕES REALIZADAS NO PAÍS E AOS RESIDENTES NO EXTERIOR, NO MÊS DE MARÇO DE 2004, EXPRESSAS EM MILHARES DE DÓLARES NORTE- AMERICANOS: • EXPORTAÇÃO (FOB): 5.721 • RECEITAS DE SERVIÇOS E RENDAS PRIMÁRIAS: 1.119 • DESPESAS DE SERVIÇOS E RENDAS PRIMÁRIAS: 3.135 • RENDAS SECUNDÁRIAS (LÍQUIDA RECEBIDA): 232 • SUPERÁVIT DO BALANÇO DE TRANSAÇÕES CORRENTES: 197 DESSE MODO, O SALDO DA BALANÇA COMERCIAL DE NOSSO PAÍS, NO REFERIDO MÊS, EM MILHÕES DE DÓLARES NORTE-AMERICANOS, FOI: A) Superávit de 1.981. B) Déficit de 981. C) Superávit de 3.740. D) Déficit de 4.730. E) Déficit de 2.832. GABARITO 1. (ESAF/Economista/2004/Adaptada) Não é registrado na balança de serviços e rendas primárias o(a): A alternativa "B " está correta. Comentário Os serviços podem ser de dois tipos: a) fatores ou rendas que remuneram fatores de produção, sob a forma de salários, juros e lucros; b) serviços não fatores, em que são lançados transportes, viagens, seguros, serviços financeiros, aluguel de equipamentos etc. As amortizações de empréstimos correspondem ao pagamento do principal de uma dívida e devem ser lançados na conta financeira. 2. (FCC/Auditor Fiscal/2004/Adaptada) As seguintes informações foram extraídas de dados fornecidos pelo Banco Central do Brasil, relativos às transações realizadas no país e aos residentes no exterior, no mês de março de 2004, expressas em milhares de dólares norte-americanos: • Exportação (FOB): 5.721 • Receitas de serviços e rendas primárias: 1.119 • Despesas de serviços e rendas primárias: 3.135 • Rendas secundárias (líquida recebida): 232 • Superávit do Balanço de transações correntes: 197 Desse modo, o saldo da Balança Comercial de nosso país, no referido mês, em milhões de dólares norte-americanos, foi: A alternativa "A " está correta. Comentário Conhecendo a estrutura do Balanço de Pagamentos, tem-se: 1. Balança Comercial = 5.721 + x 4. Conta de rendas secundárias = +232 5. Saldo do Balanço de Pagamentos em Transações Correntes (1 + 2 + 3 + 4) = +197 Logo: 5.721 + x + 1.119 – 3.135 + 232 = 197 x = – 3.740 O saldo na Balança Comercial (BC) será de: 5.721 + x BC = 5.721 + (–3.740) = 1.981 MÓDULO 3 Analisar movimento de capitais, contas de capital e financeira MOVIMENTO DE CAPITAIS Neste módulo, vamos entender a denominação do conceito de Movimento de Capitais (MK), identificando a Conta de Capital (KC) e a Conta Financeira (KF), definindo as subcontas que fazem parte de cada agrupamento e descrevendo cada tipo de transação detalhadamente. Fazem parte de Movimentos de Capitais (MK) todos os fluxos e crédito, moeda e títulos representativos de investimentos. Essa conta é subdividida em: Conta de Capital (KC) e Conta Financeira (KF). A seguir, veremos cada uma delas. 2. Balança de Serviços 3. Conta de rendas primárias } 1. 119 − 3. 135 CONTA CAPITAL A conta capital registra as transferências unilaterais de ativos reais, financeiros e intangíveis entre residentes e não residentes. A principal diferença entre a conta de transferências unilaterais de conta corrente e a conta capital é que as transferências de capital envolvem direitos de propriedade sobre ativos registrados na conta capital, enquanto as transferências de rendas são registradas na conta de Transferências Unilaterais. A conta capital é dividida em duas categorias: transferências unilaterais de capitais e transferências de bens não financeiros não produzidos. As receitase despesas na conta capital são lançadas positivas, obtendo o saldo pela subtração das receitas as despesas. Dessa forma, no ano de 2019 (BACEN, 2020), a Conta Capital apresentou superávit de US$369,2 milhões: TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS DE CAPITAIS Ativos reais e financeiros. TRANSFERÊNCIAS DE BENS NÃO FINANCEIROS NÃO PRODUZIDOS Cessão de marcas, patentes e direitos autorais sem contrapartida financeira. javascript:void(0) javascript:void(0) KC = RECEITAS - DESPESAS = 518,7 - 149,5 = US$369,2 MILHÕES Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal CONTA FINANCEIRA A conta financeira registra os fluxos de capital entre residentes e não residentes. Seu saldo é calculado pela diferença ente os fluxos dos ativos e passivos financeiros. Na conta financeira, os fluxos que provocam elevação de estoques são representados com sinal positivo, sejam eles ativos ou passivos. Fluxos que provocam redução de estoques também são representados com sinal negativo, sejam eles ativos ou passivos. O BPM6 subdivide essa conta em cinco subcontas funcionais (BACEN, 2015): INVESTIMENTO DIRETO INVESTIMENTO EM CARTEIRA DERIVATIVOS OUTROS INVESTIMENTOS ATIVOS DE RESERVA INVESTIMENTO DIRETO São registradas entradas ou saídas de capital relacionados a obtenção de um interesse duradouro, por parte de um residente, em um negócio ou atividade residente em outro país. Considera-se como duradouro a existência de uma relação de longo prazo entre o investidor e o negócio em questão, e também um controle significativo por parte do investidor sobre o ativo transacionado. Na definição do FMI, investimento direto é definido como negócios, de companhias abertas ou não, nos quais o investidor que é residente em outro país possui 10% ou mais de ações ordinárias ou do poder votante, no caso de companhias abertas, ou o equivalente em companhias fechadas. O saldo da referida subconta é obtido deduzindo-se das concessões (resultado positivo) pelas captações (resultado negativo). Haverá concessões líquidas caso o resultado do saldo seja positivo, e captações líquidas, em caso contrário. O investimento direto é dividido em duas categorias: INVESTIMENTOS DIRETO NO EXTERIOR (IDE) Registra os ativos externos detidos por residentes no Brasil sob a forma de investimento direto. Sempre que o residente detiver um ativo, a transação é de IDE. Em geral, o residente é a matriz. No entanto, em transações de dívida, pode ser a filial. INVESTIMENTOS DIRETOS NO BRASIL (IDP) Representa a conta de passivo do grupo investimento direto, ou seja, registram os investimentos de estrangeiros no Brasil. Sempre que o residente detiver um passivo, a transação é de IDP. É dividida em duas subcategorias: Participação no capital de empresas e as cotas em fundos; Empréstimos intercompanhias. A IMPORTÂNCIA DOS INVESTIMENTOS DIRETOS NO CONTEXTO BRASILEIRO Assista, a seguir, um vídeo sobre como os investimentos diretos representam uma importante variável de ajuste nas contas externas nacionais: PARTICIPAÇÃO NO CAPITAL E A COTAS EM FUNDOS Compreende os ingressos de recursos em bens, moeda e as conversões de obrigações externas em investimento estrangeiro direto, incluindo os valores destinados ao programa de privatizações, relacionados com a aquisição/subscrição/aumento total ou parcial do capital social de empresas residentes. As contrapartidas das conversões são alocadas nos itens correspondentes ― amortização, renda de investimento direto (juros) e serviços. Nas saídas, estão registradas a alienação total ou parcial do capital social de empresas residentes e a realização de ganhos de capital. EMPRÉSTIMOS INTERCOMPANHIAS Compreende os créditos concedidos pelas matrizes, sediadas no exterior, a suas subsidiárias ou filiais estabelecidas no País. EXEMPLO Por exemplo, a matriz de uma montadora americana de veículos faz um empréstimo a sua subsidiária brasileira. Essa operação será registrada como um IDP e elevará o passivo externo no país. (PAULANI; BRAGA, 2020) Os empréstimos intercompanhias também registram a concessão de créditos pelas subsidiárias ou filiais no país a suas matrizes no exterior (investimento cruzado ou reverso). Nesse caso, o investimento cruzado é a conta retificadora do passivo de investimento direto, pois se trata de conta de natureza ativa, classificada no grupo de natureza passiva (SAMPAIO, 2018). INVESTIMENTO EM CARTEIRA Registra fluxos de ativos e passivos constituídos pela emissão de títulos de crédito comumente negociados em mercados secundários de papéis: investimentos em ações, em fundos de investimentos e títulos de renda fixa. Diferentemente do investimento direto, o investimento em carteira não caracteriza o estabelecimento de um vínculo duradouro entre o investidor e o ativo em questão, além de não proporcionar o controle formal no negócio correspondente ao título mobiliário. O investimento em carteira pode ser: shutterstock.com RENDA FIXA Como títulos emitidos pelo Tesouro Nacional (títulos de renda fixa). shutterstock.com RENDA VARIÁVEL Como ações de empresas em volume que não permite direito à gestão da empresa. Se residentes aplicam seus recursos em títulos fora do país, haverá registro de ativos. Caso contrário, se não residentes aplicam seus recursos em títulos no Brasil, haverá ocorrência de passivos. ATENÇÃO O saldo líquido do investimento em carteira é obtido pela diferença entre ativos menos passivos. DERIVATIVOS Registra, em separado, as receitas e as despesas associadas a instrumentos financeiros, sobre as quais não há pagamento de juros nem adiantamento ou repagamento de capital. Os derivativos são contratos que derivam a maior parte de seu valor de um ativo subjacente, taxa de referência ou índice. O ativo subjacente pode ser físico (café, ouro, etc.) ou financeiro (ações, taxas de juros, etc.), negociado no mercado à vista ou não (é possível construir um derivativo sobre outro derivativo). Os derivativos, em geral, são negociados sob a forma de contratos padronizados, isto é, previamente especificados ― quantidade, qualidade, prazo de liquidação e forma de cotação do ativo-objeto sobre os quais efetuam as negociações. NÃO HÁ RENDA ASSOCIADA A ESSE TIPO DE CONTRATO. E COMO SÃO NEGOCIADOS? RESPOSTA RESPOSTA São negociados em mercados organizados, com o fim de proporcionar, aos agentes econômicos, oportunidades para a realização de operações que viabilizem a transferência de risco das flutuações de preços de ativos e de variáveis macroeconômicas. Segundo o FMI (BACEN, 2015), a conta de derivativos registra os fluxos financeiros relativos à liquidação de haveres e obrigações decorrentes de operações de swap, opções e futuros, além de fluxos relativos aos prêmios de opções. Não inclui os fluxos de depósito de margem de garantia vinculados a operações em bolsas de futuros. javascript:void(0) EXEMPLO Como exemplo, suponhamos que um investidor estrangeiro detenha uma posição comprada em dólar futuro na BM&F de São Paulo. Caso a cotação do dólar suba, o investidor terá ganho de capital. Se o investidor liquidar a sua posição, recebe esse ganho em dinheiro: débito na conta de derivativos e crédito na conta de ativos monetários no país. Desse modo, o cálculo do saldo da conta Derivativos é obtido pela subtração dos ativos pelos passivos registrados na subconta. OUTROS INVESTIMENTOS Trata-se de conta residual que registra todos os fluxos de capitais que não se enquadram em nenhuma das definições anteriores. Segundo Sampaio (2018), outros investimentos financeiros compreendem: Empréstimos de curto e longo prazos; Algumas modalidades de crédito comerciais; Moeda em circulação e depósitos em moedas; Uso do crédito do FMI, desembolsos dessa instituição e as amortizações a ela pagas; Outros empréstimos com objetivos de regularização de organizações internacionais e governamentais; Subscrições de capital de organizações não monetárias; Seguros, esquemas de pensãoe fundos de garantida; Diversas contas a receber e a pagar. Os grupos mais representativos são: CRÉDITOS COMERCIAIS E ADIANTAMENTOS Créditos comerciais e adiantamentos – financiamentos de curto ou longo prazo associados a operações com bens e serviços, além de pagamentos antecipados por produtos contratados ou em elaboração. EMPRÉSTIMOS DE CURTO OU LONGO PRAZO Empréstimos de curto ou longo prazo ‒ incluindo amortizações e refinanciamentos. Note que as operações de regularização concedidas pelo FMI ou por instituições internacionais também constituem empréstimos registrados nessa conta. MOEDAS E DEPÓSITOS Moedas e depósitos – disponibilidades monetárias de não residentes no país ou de residentes no exterior, e seguros. ESQUEMAS DE PENSÃO E FUNDOS DE GARANTIA Esquemas de pensão e fundos de garantia ‒ incluem provisões técnicas para pagamento de prêmios de seguro e sinistros, de regimes de pensão, de fundos de anuidade e de outras garantias. O saldo da referida subconta é obtido da mesma forma que a anterior, ou seja, deduzindo-se os passivos registrados dos ativos. ATIVOS DE RESERVA Constituem os ativos de reserva internacional disponíveis diretamente sob o controle do governo. CITAÇÃO OS ATIVOS DE RESERVA SÃO AS DISPONIBILIDADES EM DIVISAS QUE UM PAÍS TEM EM DETERMINADO MOMENTO. PAULANI; BRAGA, 2020. Dadas as transações entre residentes e não residentes ocorridas em um período específico, ao final dele, o saldo dessa conta estará diferente e poderá ter-se elevado ou reduzido em relação ao momento anterior. É, portanto, a variação na disponibilidade desses ativos que a conta Ativos de Reserva do Balanço de Pagamentos apresenta. Caso o saldo do Balanço de Pagamentos seja positivo, a variação da conta ativos de reserva será negativa no mesmo valor. Dessa forma, a conta funciona como uma conta-caixa, em que os acréscimos são lançados a débito e as reduções a crédito. O resultado total do Balanço de Pagamentos, com isso, passou a constar da conta financeira como ativos de reserva. Em outras palavras, é o saldo da conta Ativos de Reserva que informa o resultado total do Balanço de Pagamentos. Podemos concluir que a conta Ativos de Reserva foi incorporada à Conta Financeira, já que se trata também de uma troca de ativos financeiros. RELEMBRANDO A conta Ativos de Reserva é organizada em cinco categorias, já apresentadas no primeiro módulo: ouro monetário, direitos especiais de saque (DES), posição de reservas no FMI, outros ativos de reserva e demais ativos. O quadro a seguir contém os valores das categorias e o saldo da referida subconta relativo ao ano de 2019: Ativos de reserva US$ milhões Ouro monetário 0,0 Direitos especiais de saque 24,7 Posição de reserva no FMI 722,6 Outros ativos de reserva -26.802,8 Demais ativos 0,0 Total -26.055,5 Fonte: Adaptado de BACEN, 2020 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Com base nesses dados dos ativos de reserva brasileiros, considerando que as reservas internacionais totalizaram, no ano de 2019 (BACEN, 2020), US$356.884 milhões, a dívida externa líquida ficou em US$49.514 milhões, embora a dívida externa bruta tenha ficado em US$322.985 milhões. A dívida externa líquida consiste na diferença entre a dívida externa bruta e o montante de ativos de reserva, haveres dos bancos comerciais e os créditos brasileiros no exterior. Desse modo, pode-se constatar que o país ocupa uma posição de credor internacional. SALDO DA CONTA FINANCEIRA O saldo da conta financeira é obtido por meio dos fluxos que provocam elevações, representados com sinal positivo (sejam ativos ou passivos), e também dos fluxos que provocam redução dos estoques, representados com sinal negativo (sejam ativos ou passivos). Dessa forma, temos: AR - ativos de reserva Pode-se observar que a conta financeira apresentou uma captação líquida de recursos suficientes para cobrir o déficit no Balanço de Pagamentos em transações correntes. ERROS E OMISSÕES Os lançamentos do balanço de pagamentos são originários de um conjunto significativo de fontes de informação. Os erros e omissões servem para compensar eventuais sobrestimações ou subestimações dos componentes registrados. Como alguns lançamentos são subestimados e outros são superestimados, a magnitude dos erros e das omissões não mede o grau de exatidão geral do balanço de pagamentos (CARVALHO; SILVA, 2017). No ano de 2019, de acordo com Bacen (2020), essa conta apresentou saldo deficitário de US$ 2.428 milhões. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. NO ANO DE 2013, O BARCELONA ANUNCIOU A CONTRAÇÃO DE NEYMAR JUNTO AO SANTOS. NAQUELA DATA, A VENDA DO PASSE DO JOGADOR REPRESENTOU A SEGUNDA TRANSFERÊNCIA MAIS CARA DA HISTÓRIA DO FUTEBOL MUNDIAL, ATRÁS APENAS DE CRISTIANO RONALDO. DE ACORDO COM A METODOLOGIA DO BPM6, O REGISTRO DA VENDA DO PASSE DO JOGADOR DE UM CLUBE DE FUTEBOL BRASILEIRO DEVE SER FEITO NA SUBCONTA: A) Investimento direto na conta financeira. B) Serviços de propriedade intelectual na conta de Serviços. C) Investimento em carteira na conta de Rendas Primárias. D) Outros investimentos na conta financeira. E) Ativos não financeiros não produzidos na conta capital. 2. (NCE/ECONOMISTA/2005) ASSINALE A OPÇÃO QUE NÃO REPRESENTA UMA OPERAÇÃO DE INVESTIMENTO DIRETO ESTRANGEIRO NO BRASIL: A) Ampliação da planta de uma fábrica de automóveis. B) Aplicação em títulos públicos federais. C) Compra de participação de uma companhia local. D) Compra de ações de uma companhia brasileira. E) Fusão com a filial de uma companhia americana. GABARITO 1. No ano de 2013, o Barcelona anunciou a contração de Neymar junto ao Santos. Naquela data, a venda do passe do jogador representou a segunda transferência mais cara da história do futebol mundial, atrás apenas de Cristiano Ronaldo. De acordo com a metodologia do BPM6, o registro da venda do passe do jogador de um clube de futebol brasileiro deve ser feito na subconta: A alternativa "E " está correta. Comentário No modelo atual de balanço de pagamentos do Brasil, a conta capital é dividida em apenas duas categorias: transferências de capital, que incluem ativos reais e financeiros, e transferências de bens não financeiros não produzidos, que incluem, por exemplo, cessão de patentes e direitos autorais, bem como receitas e despesas relacionadas com passes de atletas. 2. (NCE/Economista/2005) Assinale a opção que não representa uma operação de investimento direto estrangeiro no Brasil: A alternativa "B " está correta. Comentário Investimento direto se refere ao movimento de capitais cujo interesse seja duradouro em uma economia. Por exemplo, abertura de filiais de empresas nacionais no exterior e abertura de filiais de empresas estrangeiras no país são investimentos produtivos, geram emprego e não são, portanto, especulativos. Portanto, o único item que não se refere a investimento direto é a aplicação em títulos públicos. MÓDULO 4 Reconhecer lançamentos, contrapartidas e interpretações econômicas para as contas do Balanço de Pagamentos REGISTRO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS Neste módulo, vamos treinar a teoria apresentada por meio de um exemplo numérico, efetuando os lançamentos e as contrapartidas. Além disso, vamos apresentar as interpretações econômicas para os saldos obtidos em cada conta do Balanço de Pagamentos. LANÇAMENTOS NO BALANÇO DE PAGAMENTOS Os registros das transações do Balanço de Pagamentos seguem o método das partidas dobradas: um crédito está associado necessariamente a um débito em outra conta, e vice- versa. A soma dos créditos é sempre igual à dos débitos. O crédito é a origem dos recursos, e o débito representa sua aplicação. O Balanço de Pagamentos registra apenas o total líquido de lançamentos em cada conta no período. Nesse contexto, os lançamentos são efetuados em dólares americanos ― moeda que constitui o principal padrão monetário internacional. Repare que esses critérios foram utilizados anteriormente na apresentação das referidascontas e subcontas. Em suma, se uma conta tem sinal positivo, há entrada líquida de divisas (crédito líquido). Caso contrário, o sinal negativo indica saída líquida de divisas (débito líquido). O quadro a seguir apresenta uma síntese da convenção de sinais: Contas do BP BPM6 Transações correntes – receitas + Transações correntes – despesas + Saldo de transações correntes (TC) Receitas - despesas Transferências de capital – receitas + Transferências de capital – + despesas Saldo da conta capital (KC) Receitas - despesas Aquisição líquida de ativos financeiros (Saída de capitais do país) + Incidência líquida de passivos financeiros (Entrada de capitais no país) + Saldo da conta financeira (KF) Aquisição líquida - Incidência líquida de passivos financeiros Resumo Erros e Omissões = KF – TC – KC Fonte: BACEN, 2015 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal CITAÇÃO TODO CRÉDITO CORRESPONDE A UM DÉBITO PELA LÓGICA DA CONTABILIDADE. ISSO FAZ COM QUE O SALDO DE TODAS AS CONTAS SEJA, NECESSARIAMENTE, IGUAL A ZERO Carvalho e Silva, 2017. Se os levantamentos de todas as contas fossem precisos, bastaria somar o saldo das transações correntes (TC) ao da conta capital (KC) e ao da conta financeira (KF) para fechar o balanço de pagamentos. Dessa forma, conforme já apontado, o cálculo do saldo do balanço de pagamentos inclui a conta erros e omissões (EO): BP = TC + KC - KF + EO = 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Para o ano de 2019, temos (BACEN, 2020): BP = -49.452 + 369 - (-51.511) -2.428 = 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Temos o seguinte demonstrativo completo do BP brasileiro no ano de 2019: Contas US$ (milhões) Transações correntes -49.452 Balança comercial 40.782 Balança de serviços -35.139 Rendas primárias -56.059 Rendas secundárias 964 Conta capital 369 Conta financeira -51.511 Investimento direto -56.474 Investimento em CARTEIRA 22.247 Derivativos 1.674 Outros investimentos 7.098 Ativos de reserva -26.056 Erros e omissões -2.428 Fonte: BACEN, 2020 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Repare que, somando-se os elementos da conta financeira, excluindo os ativos de reserva (Fnr), temos a seguinte identidade: TC + KC - FNR + EO = AR - 49.452 + 369 - (-25.455) - 2.428 = - US$26.056 MILHÕES Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Como no Balanço de Pagamentos há apenas uma conta de caixa, que são os ativos de reserva, sendo todas as demais contas operacionais; o saldo em ativos de reserva igual a – 26.056 significa que o País diminuiu suas reservas nesse montante no ano de 2019. Ou seja, a conta de caixa aumenta o saldo a crédito e diminui o saldo a débito. Sampaio (2018) afirma, ainda, que todas as outras contas, que são operacionais, vão registrar o fato gerador que deu origem à entrada ou saída do meio de pagamento internacional. O critério de valoração recomendado pelo BPM6 (BACEN, 2015), para transações e estoques, é o preço de mercado, definido pela quantidade de dinheiro pela qual o comprador estaria disposto a comprar, e o vendedor, disposto a vender. Adota-se, como regra geral no momento de registro, o critério de competência, definido pelo instante em que o valor econômico é criado, transformado, trocado ou extinto. RELAÇÃO ENTRE O SALDO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS E O SALDO DOS ATIVOS DE RESERVA. Assista, a seguir, a um vídeo sobre como interpretar o saldo do Balanço de Pagamentos em termos da entrada e saída de ativos de reserva. INTERPRETAÇÃO ECONÔMICA DOS SALDOS DAS CONTAS QUE COMPÕEM AS TRANSAÇÕES CORRENTES Algumas interpretações econômicas importantes podem ser obtidas a partir das contas no agrupamento das Transações Correntes. Se o somatório do saldo da Balança Comercial com a Balança de Serviços for positivo, há transferência líquida de recursos ao exterior. Caso contrário, quando negativo, há hiato do produto. O hiato do produto é definido como a diferença entre o PIB potencial e o PIB efetivo, sendo que o PIB potencial indica a magnitude possível da trajetória do PIB real se todos os recursos disponíveis forem plenamente empregados. CITAÇÃO PIB POTENCIAL, PORTANTO, É AQUELE QUE PODE SER ALCANÇADO E SUSTENTADO NO FUTURO, USANDO EFICIENTE E PLENAMENTE OS FATORES DE PRODUÇÃO AO LONGO DO TEMPO. GÓES; GADELHA, 2019. Já o produto que uma economia realmente obteve em determinado período é o PIB efetivo (observado). O PIB efetivo mostra as oscilações do PIB real no curto prazo. Se o somatório da Balança de Rendas Primárias com a Balança de Rendas Secundárias for positivo, há renda líquida recebida do exterior. A renda líquida recebida do exterior é a renda liquidamente recebida, isto é, renda recebida menos a enviada. Se houver renda líquida enviada ao exterior, é devido ao somatório de: RP + RS < 0 (NEGATIVO) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Dessa forma, quando o país apresenta déficit no Balanço de Pagamentos em Transações Correntes, deverá se socorrer dos recursos externos no valor desse déficit. Portanto, o déficit no Balanço de Pagamentos em Transações Correntes deverá ser igual à poupança externa. A poupança externa é a poupança do setor externo (dos não residentes) que é aplicada no país. O saldo do Balanço de Pagamentos em Transações Correntes pode ser obtido pelo excesso de poupança doméstica sobre o investimento. A poupança doméstica ou poupança interna é dada pela soma das poupanças privada ― famílias e empresas ― com a poupança do governo. O saldo em conta corrente também é o resultado da diferença entre o Produto Nacional Bruto (PNB) e a absorção interna (Gasto Nacional). ATENÇÃO Todas essas interpretações da conta-corrente são igualmente válidas. O uso de cada uma delas depende do contexto e do objetivo da análise. A CONTABILIDADE DO BALANÇO DE PAGAMENTOS: UM EXERCÍCIO NUMÉRICO Considere os seguintes lançamentos hipotéticos realizados por um país X durante um período t: O país importou US$100 milhões em máquinas e equipamentos; Um banco estrangeiro concedeu um empréstimo de US$200 milhões a um banco residente; O país fez benfeitorias em bens produzidos por estrangeiros no valor de US$10 milhões, sendo que, depois de feitas as benfeitorias, tais bens retornaram ao território estrangeiro de origem; O país pagou a estrangeiros US$15 milhões de frete e US$10 milhões de seguros contra danos no transporte; Os clubes desse país venderam passes de jogadores a clubes estrangeiros por um total de US$300 milhões e adquiriram passes de jogadores de clubes estrangeiros por um total de US$400 milhões; O país exportou US$300 milhões de mercadorias diversas (FOB), sendo US$200 milhões pagos à vista e US$100 milhões financiados; O país vendeu a estrangeiros, no período, US$30 milhões em cursos online de educação a distância; O pagamento de juros ao exterior somou um total de US$50 milhões, o de amortizações de títulos, um total de US$100 milhões, e a emissão de novos títulos por residentes no exterior totalizou US$300 milhões; As transferências pessoais recebidas do exterior totalizaram US$30 milhões, o pagamento de royalties a estrangeiros, US$20 milhões, e os lucros distribuídos a estrangeiros totalizaram US$50 milhões, sendo que metade desses lucros foram reinvestidos no país. Considerando a convenção dos sinais adotadas pelo BPM6, teremos os seguintes lançamentos (em milhões de dólares norte-americanos), incluindo as contrapartidas (BACEN, 2015): OPERAÇÃO I Importações: +100 Ativos de reserva: –100 OPERAÇÃO II Outros investimentos – passivo (empréstimos e financiamentos): +200 Ativos de reserva: –200 OPERAÇÃO III Serviços – receitas (serviços de manufatura sobre insumos físicos pertencentes a outros): +10 Ativos de reserva: +10 OPERAÇÃO IV Serviços – despesas (fretes e seguros): +25 Ativosde reserva: –25 OPERAÇÃO V Capital – receita (cessão de ativo não financeiro não produzido): +300 Capital – despesa (aquisição de ativo não financeiro não produzido): –400 Ativos de reserva: –100 OPERAÇÃO VI Exportações: +300 Outros investimentos – ativo (créditos comerciais e adiantamentos): +100 Ativos de reserva: +200 OPERAÇÃO VII Serviços – receita (serviços de propriedade intelectual): +30 Ativos de reserva: +30 OPERAÇÃO VIII Rendas primárias – despesa (juros): +50 Investimento em carteira – ativo (títulos de renda fixa): +200 Ativos de reserva: –150 OPERAÇÃO IX Serviços – despesa (royalties): +20 Rendas primárias – despesa (lucros distribuídos): +50 Rendas secundárias – receita (transferências recebidas de migrantes): +30 Investimento direto no exterior (lucros reinvestidos): +25 Ativos de reserva: –15 A estrutura do Balanço de Pagamentos (BPM6) será apresentada a seguir. Os termos entre parênteses referem-se aos lançamentos apresentados ou às operações que geraram os resultados (BACEN, 2015): TRANSAÇÕES CORRENTES Saldo total: 1.1 + 1.2 + 1.3 + 1.4 = 200 – 5 – 100 + 30 = 125 1.1 Balança comercial: saldo = 300 (exportações) – 100 (importações) = +200 Exportações: +300 (VI) Importações: +100 (I) 1.2 Balança serviços: saldo = 40 (receitas) – 45 (despesas) = –5 Serviços de manufatura sobre insumos físicos pertencentes a outros – receita: +10 (III) Serviços de propriedade intelectual – receita: +30 (VII) Royalties – despesa: +45 (IX) 1.3 Balança de rendas primárias: saldo = 0 (receitas) – 100 (despesas) = –100 Receitas: não houve lançamentos: 0 Juros – despesas: +50 (VIII) Lucros – despesa: +50 (IX) 1.4 Balança de rendas secundárias: saldo = 30 (receitas) – 0 (despesas) = +30 Transferências de migrantes – receitas: +30 (IX) Despesas: não houve lançamentos: 0 CONTA CAPITAL Saldo = 300 (receitas) – 400 (despesas) = –100 Cessão de ativo não financeiro não produzido – receitas: +300 (V) Aquisição de ativo não financeiro não produzido – despesas: +400 (V) CONTA FINANCEIRA Saldo = – 25 – 200 – 100 + 350 = +25 3.1 Investimento direto: saldo = 0 (ativos) – 25 (passivos) = –25 No exterior: +25 (IX) No país: não houve lançamentos: 0 3.2 Investimento em carteira: saldo = 0 (ativos) – 200 (passivos) = –200 Ativo: não houve lançamentos: 0 Títulos de renda fixa: +200 (VIII) 3.3 Derivativos: saldo = 0 (ativos) – 0 (passivos) = 0 Ativo: não houve lançamentos: 0 Passivo: não houve lançamentos: 0 3.4 Outros Investimentos: saldo = 100 (ativos) – 200 (passivos) = –100 Créditos comerciais e adiantamentos: +100 Empréstimos e financiamentos: +200 3.5 Ativos de reserva: saldo = – 100 (I) + 200 (II) + 10 (III) – 25 (IV) – 100 (V) + 200 (VI) + 30 (VII) + 150 (VIII) + 15 (IX) = +350 ERROS E OMISSÕES 0 (zero) Pode-se constatar que: KF = TC + KC + EO Ou seja: + 25 = 125 - 100 + 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal O saldo positivo da conta ativos de reserva (mais US$350 milhões) indica que a poupança externa alcançada foi mais do que suficiente para equilibrar o sado negativo da conta capital. Isso permite elevar o montante das reservas de divisas à disposição da economia do país X. Este é o resultado final do BP da economia do país X no período t: um saldo positivo de US$350 milhões, que se mostra, apenas indiretamente, por meio do saldo apurado na conta ativos de reserva. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. (FCC/ECONOMISTA/2016) AS SEGUINTES CONTAS FORAM APRESENTADAS PELO BANCO CENTRAL PARA O BALANÇO DE PAGAMENTOS RELATIVO AO ANO DE 2015 (VALORES EM US$ MILHÕES): EXPORTAÇÕES 190.092 IMPORTAÇÕES 172.422 SERVIÇOS -36.919 RENDA PRIMÁRIA -42.357 RENDA SECUNDÁRIA 2.724 CONTA CAPITAL 440 ERROS E OMISSÕES 3.708 ATENÇÃO! PARA VISUALIZAÇÃO COMPLETA DA TABELA UTILIZE A ROLAGEM HORIZONTAL CONSIDERANDO QUE, PARA AS CONTAS DE ATIVO E DE PASSIVO DA CONTA FINANCEIRA, “+” = AUMENTO DE ESTOQUE E “-” = REDUÇÃO DE ESTOQUE, É CORRETO AFIRMAR QUE OS VALORES DAS TRANSAÇÕES CORRENTES E DA CONTA FINANCEIRA FORAM, RESPECTIVAMENTE (EM US$ MILHÕES): A) -58.882 e -54.734 B) 14.956 e 18.864 C) -64.330 e -60.622 D) 54.589 e 51.321 E) -19.249 e -15.101 2. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ECONOMIA/2006) NO BALANÇO DE PAGAMENTOS DE UM PAÍS, DIZ-SE QUE A TRANSFERÊNCIA LÍQUIDA DE RECURSOS PARA O EXTERIOR É POSITIVA QUANDO: A) A absorção interna é menor do que a produção interna de bens e serviços. B) A balança comercial é positiva. C) A absorção interna é maior do que a produção interna de bens e serviços. D) As exportações de mercadorias são menores do que as importações de mercadorias. E) O saldo da balança de serviços é positivo. GABARITO 1. (FCC/Economista/2016) As seguintes contas foram apresentadas pelo Banco Central para o Balanço de Pagamentos relativo ao ano de 2015 (valores em US$ milhões): Exportações 190.092 Importações 172.422 Serviços -36.919 Renda primária -42.357 Renda secundária 2.724 Conta capital 440 Erros e omissões 3.708 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Considerando que, para as contas de ativo e de passivo da Conta Financeira, “+” = aumento de estoque e “-” = redução de estoque, é correto afirmar que os valores das transações correntes e da conta financeira foram, respectivamente (em US$ milhões): A alternativa "A " está correta. Comentário Montando a estrutura do Balanço de Pagamentos, temos: BALANÇO DE PAGAMENTOS 1. Balança comercial (BC) 190.092 – 172.422 = 17.670 2. Balança de serviços (S) -36.919 3. Conta de renda primária (RP) -42.357 4. Conta de renda secundária (RS) 2.724 Saldo do balanço de pagamentos em transações correntes (TC) -58.882 5. Conta capital (KC) 440 6. Conta financeira (KF) 7. Erros e omissões (EO) 3.708 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal TC = BC + S + RP + RS TC = 17.670 + (-36.919) + (-42.357) + (2.724) TC = -58.882 KF = TC + KC + EO KF = -58.882 + 440 + 3.708 KF = -54.734 2. (FCC/Analista Judiciário – Economia/2006) No Balanço de Pagamentos de um país, diz-se que a transferência líquida de recursos para o exterior é positiva quando: A alternativa "A " está correta. Comentário Se BC + S > 0 ⇒ positivo (+) ⇒ há transferência líquida de recursos para o exterior. Caso contrário, se BC + S < 0 ⇒ negativo (-) ⇒ hiato do produto. Rendas primárias (serviços fatores) + rendas secundárias ⇒ se (+) = renda líquida recebida do exterior ou se (-) = renda líquida enviada ao exterior. Quando há, portanto, transferência líquida de recursos para o exterior, isso significa que o país exporta mais bens e serviços não fatores do que importa. Logo, a absorção interna (consumo + investimento + gastos do governo) é menor que a produção interna (consumo + investimento + gastos do governo + exportação – importação). CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste tema, vimos que o Balanço de Pagamentos é o registro sistemático de todas as transações econômicas realizadas entre os residentes e os não residentes de um país em um período de tempo. Além disso, durante os módulos, apresentamos os principais elementos, características e padronização dos lançamentos contábeis. Aplicamos, para efeitos ilustrativos, o ferramental analítico desenvolvido para os dados das contas externas relativos ao ano de 2019. Por fim, por meio de um exercício numérico, descrevemos os lançamentos, incluindo as contrapartidas para as operações descritas com encerramento dos respectivos saldos e a análise dos saldos apurados. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS BANCO CENTRAL DO BRASIL (Bacen). Estatísticas do setor – adoção da 6ª edição do Manual do balanço de pagamentos e posição internacional de investimento (BPM6). Nota Metodológica n. 2, 2015. BANCO CENTRAL DO BRASIL (Bacen). Sistema gerenciador de séries temporais. 2020. CAPARROZ, R. Comércio internacional e legislação aduaneira esquematizado. 6. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019. CARVALHO, M. A.; SILVA, C. R. Economia internacional.São Paulo: Saraiva, 2017. GÓES, G. A.; GADELHA, S. R. B. Macroeconomia. Bahia: JusPODIVM, 2019. INTERNATIONAL MONETARY FUND (IMF). Balance of payments manual. 5. ed. Washington, DC, USA: International Monetary Fund, 1993. INTERNATIONAL MONETARY FUND (IMF). Balance of payments manual. 6. ed. Washington, DC, USA: International Monetary Fund, 2009. INTERNATIONAL MONETARY FUND (IMF). Gold in the IMF. 2020a. INTERNATIONAL MONETARY FUND (IMF). IMF Members’ quotas and voting power, and IMF board of governors. 2020b. PAULANI, L. M.; BRAGA, M. B. A nova contabilidade social: uma introdução à macroeconomia. 5 ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020. SAMPAIO, L. Macroeconomia esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2018. EXPLORE+ Acesse o site do FMI, conheça o Manual do Balanço de Pagamentos (Balance of payments manual, 2009) e veja os detalhes da nova metodologia (BPM6). Acesse o site da ONU e pesquise sobre o Sistema de Contas Nacionais (System of National Accounts, 2008), para compreender a padronização adotada pelo FMI na elaboração do BPM6. Busque o Comunicado nº 31.379, de 16 de novembro de 2017, publicado pelo Banco Central, para acessar informações importantes sobre a estabilidade financeira do país. CONTEUDISTA Tiago Sayão Rosa CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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