Buscar

Análise de texto sobre Marx e Freud

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Língua Portuguesa para a PRF 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales – Aula 10 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 20 
 
 
AULA 10 
 
 
 Salve, salve, futuros servidores da Polícia Rodoviária Federal! 
 
 Esta é a aula 10 de nosso curso. Nossas provas ocorrerão em breve, ou 
seja, estamos nos aproximando da aprovação! 
 Hoje, último encontro de nosso preparatório, comentarei a prova de Agente 
da Polícia Federal, certame organizado em 2012. 
 Ao longo da resolução dos itens, vocês fixarão todo o conteúdo repassado 
durantes as aulas teóricas. 
 
 Vamos lá! 
 
 
 
 
 
Para refletir: "Se você quer ser bem-sucedido, precisa ter 
dedicação total, buscar seu último limite e dar o melhor de 
si mesmo." (Ayrton Senna) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Língua Portuguesa para a PRF 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales – Aula 10 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 20 
 
Agente da Polícia Federal (2012) 
 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
20 
 
 Dizem que Karl Marx descobriu o inconsciente três décadas antes de 
Freud. Se a afirmação não é rigorosamente exata, não deixa de fazer 
sentido, uma vez que Marx, em O Capital, no capítulo sobre o fetiche da 
mercadoria, estabelece dois parâmetros conceituais imprescindíveis para 
explicar a transformação que o capitalismo produziu na subjetividade. São 
eles os conceitos de fetichismo e de alienação, ambos tributários da 
descoberta da mais-valia — ou do inconsciente, como queiram. 
 A rigor, não há grande diferença entre o emprego dessas duas 
palavras na psicanálise e no materialismo histórico. Em Freud, o fetiche 
organiza a gestão perversa do desejo sexual e, de forma menos evidente, 
de todo desejo humano; já a alienação não passa de efeito da divisão do 
sujeito, ou seja, da existência do inconsciente. Em Marx, o fetiche da 
mercadoria, fruto da expropriação alienada do trabalho, tem um papel 
decisivo na produção “inconsciente” da mais-valia. O sujeito das duas 
teorias é um só: aquele que sofre e se indaga sobre a origem inconsciente 
de seus sintomas é o mesmo que desconhece, por efeito dessa mesma 
inconsciência, que o poder encantatório das mercadorias é condição não de 
sua riqueza, mas de sua miséria material e espiritual. Se a sociedade em 
que vivemos se diz “de mercado”, é porque a mercadoria é o grande 
organizador do laço social. 
Maria Rita Kehl. 18 crônicas e mais algumas. 
São Paulo: Boitempo, 2011, p. 142 (com adaptações) 
 
Com relação às ideias desenvolvidas no texto acima e a seus aspectos 
gramaticais, julgue os itens subsequentes. 
 
1. Com correção gramatical, o período “A rigor (...) histórico” (linhas 8 e 
9) poderia, sem se contrariar a ideia original do texto, ser assim 
reescrito: Caso se proceda com rigor, a análise desses conceitos, 
verifica-se que não existe diferenças entre eles. 
 
 
2. A informação que inicia o texto é suficiente para se inferir que Freud 
conheceu a obra de Marx, mas o contrário não é verdadeiro, visto que 
esses pensadores não foram contemporâneos. 
 
 
3. A expressão “dessas duas palavras” (linhas 8 e 9), como comprovam 
as ideias desenvolvidas no parágrafo em que ela ocorre, remete não aos 
dois vocábulos que imediatamente a precedem — “mais-valia” (linha 7) 
e “inconsciente” (linha 7) —, mas, sim, a “fetichismo” (linha 6) e 
“alienação” (linha 6). 
 
4. Depreende-se da argumentação apresentada que a autora do texto, 
ao aproximar conceitos presentes nos estudos de Marx e de Freud, 
busca demonstrar que, nas sociedades “de mercado”, a “divisão do 
sujeito” (linhas 11 e 12) se processa de forma análoga na subjetividade 
dos indivíduos e na relação de trabalho. 
Língua Portuguesa para a PRF 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales – Aula 10 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 20 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
25 
 Imagine que um poder absoluto ou um texto sagrado declarem que 
quem roubar ou assaltar será enforcado (ou terá a mão cortada). Nesse 
caso, puxar a corda, afiar a faca ou assistir à execução seria simples, pois a 
responsabilidade moral do veredicto não estaria conosco. Nas sociedades 
tradicionais, em que a punição é decidida por uma autoridade superior a 
todos, as execuções podem ser públicas: a coletividade festeja o soberano 
que se encarregou da justiça — que alívio! 
 A coisa é mais complicada na modernidade, em que os cidadãos 
comuns (como você e eu) são a fonte de toda autoridade jurídica e moral. 
Hoje, no mundo ocidental, se alguém é executado, o braço que mata é, em 
última instância, o dos cidadãos — o nosso. Mesmo que o condenado seja 
indiscutivelmente culpado, pairam mil dúvidas. Matar um condenado à 
morte não é mais uma festa, pois é difícil celebrar o triunfo de uma moral 
tecida de perplexidade. As execuções acontecem em lugares fechados, 
diante de poucas testemunhas: há uma espécie de vergonha. Essa discrição 
é apresentada como um progresso: os povos civilizados não executam seus 
condenados nas praças. Mas o dito progresso é, de fato, um corolário da 
incerteza ética de nossa cultura. 
 Reprimimos em nós desejos e fantasias que nos parecem ameaçar o 
convívio social. Logo, frustrados, zelamos pela prisão daqueles que não se 
impõem as mesmas renúncias. Mas a coisa muda quando a pena é radical, 
pois há o risco de que a morte do culpado sirva para nos dar a ilusão de 
liquidar, com ela, o que há de pior em nós. Nesse caso, a execução do 
condenado é usada para limpar nossa alma. Em geral, a justiça sumária é 
isto: uma pressa em suprimir desejos inconfessáveis de quem faz justiça. 
Como psicanalista, apenas gostaria que a morte dos culpados não servisse 
para exorcizar nossas piores fantasias — isso, sobretudo, porque o 
exorcismo seria ilusório. Contudo é possível que haja crimes hediondos nos 
quais não reconhecemos nada de nossos desejos reprimidos. 
Contardo Calligaris. Terra de ninguém – 101 crônicas. São 
Paulo: Publifolha, 2004, p. 94-6 (com adaptações). 
 
Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima, 
julgue os itens de 5 a 11. 
 
5. Suprimindo-se o emprego de termos característicos da linguagem 
informal, como o da palavra “coisa” (linha 8) e o do trecho “(como você 
e eu)” (linha 9), o primeiro período do segundo parágrafo poderia ser 
reescrito, com correção gramatical, da seguinte forma: Essa prática 
social apresenta-se mais complexa na modernidade, onde a autoridade 
jurídica e moral submete-se à opinião pública. 
 
6. No período “Nesse caso (...) estaria conosco” (linhas 2 a 4), como o 
conector “ou” está empregado com sentido aditivo, e não, de exclusão, a 
forma verbal do predicado “seria simples” poderia, conforme faculta a 
prescrição gramatical, ter sido flexionada na terceira pessoa do plural: 
seriam. 
 
7 De acordo com o texto, nas sociedades tradicionais, os cidadãos 
sentem-se aliviados sempre que um soberano decide infligir a pena de 
morte a um infrator porque se livram das ameaças de quem desrespeita 
Língua Portuguesa para a PRF 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales – Aula 10 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 20 
a moral que rege o convívio social, como evidencia o emprego da 
interjeição “que alívio!” (linha 7). 
 
8. Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a oração 
“se alguém é executado” (linha 10), que expressa uma hipótese,poderia ser escrita como caso se execute alguém, mas não, como se 
caso alguém se execute. 
 
9. O termo “Essa discrição” (linha 16) refere-se apenas ao que está 
expresso na primeira oração do período que o antecede. 
 
10. Na condição de psicanalista, o autor do texto adverte que a punição 
de infratores das leis é uma forma de os indivíduos expurgarem seus 
desejos inconfessáveis, ressalvando, no entanto, que, quando se trata 
de crime hediondo, tal não se aplica. 
 
11. Nas linhas 20 e 21, considerando-se a dupla regência do verbo impor 
e a presença do pronome “mesmas”, seria facultado o emprego do 
acento indicativo de crase na palavra “as” da expressão “as mesmas 
renúncias”. 
 
 
 
Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
20 
Ó grandes oportunistas, 
sobre o papel debruçados, 
que calculais mundo e vida 
em contos, doblas, cruzados, 
que traçais vastas rubricas 
e sinais entrelaçados, 
com altas penas esguias 
embebidas em pecados! 
 
Ó personagens solenes 
que arrastais os apelidos 
como pavões auriverdes 
seus rutilantes vestidos, 
— todo esse poder que tendes 
confunde os vossos sentidos: 
a glória, que amais, é desses 
que por vós são perseguidos. 
 
Levantai-vos dessas mesas, 
saí de vossas molduras, 
vede que masmorras negras, 
que fortalezas seguras, 
que duro peso de algemas, 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
 
40 
 
 
que profundas sepulturas 
nascidas de vossas penas, 
de vossas assinaturas! 
 
Considerai no mistério 
dos humanos desatinos, 
e no polo sempre incerto 
dos homens e dos destinos! 
Por sentenças, por decretos, 
pareceríeis divinos: 
e hoje sois, no tempo eterno, 
como ilustres assassinos. 
 
Ó soberbos titulares, 
tão desdenhosos e altivos! 
Por fictícia autoridade, 
vãs razões, falsos motivos, 
inutilmente matastes: 
— vossos mortos são mais vivos; 
e, sobre vós, de longe, abrem 
grandes olhos pensativos. 
Cecília Meireles. Romanceiro da 
Inconfidência. Rio 
de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-
8. 
 
Com base no poema acima, julgue os itens subsequentes. 
 
Língua Portuguesa para a PRF 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales – Aula 10 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 20 
 
12. Considerando-se as relações entre os termos da oração, verifica-se 
ambiguidade no emprego do adjetivo “pensativos” (v. 40), visto que ele 
pode referir-se tanto ao termo “vossos mortos” (v.38) quanto ao núcleo 
nominal “olhos” (v.40). 
 
 
13. No poema, que apresenta uma denúncia de atos de abuso de poder, 
foram utilizados os seguintes recursos que permitem que a poeta se 
dirija diretamente a um interlocutor: emprego de vocativo nos versos 1, 
9 e 33 e de verbos na segunda pessoa do plural, todos no imperativo 
afirmativo. 
 
 
14. O emprego do pronome possessivo em “seus rutilantes vestidos” 
(v.12) evidencia que essa expressão corresponde à vestimenta usada 
por autoridades em eventos solenes. 
 
15. No verso 23, a forma verbal “nascidas”, apesar de referir-se a todas 
as expressões nominais que a antecedem, concorda apenas com a mais 
próxima, conforme faculta regra de concordância nominal. 
 
16. Os trechos “Por sentenças, por decretos” (v.29) e “Por fictícia 
autoridade, vãs razões, falsos motivos” (v.35-36) exercem função 
adverbial nas orações a que pertencem e ambos denotam o meio 
empregado na ação representada pelo verbo a que se referem. 
 
 
Julgue os fragmentos contidos nos itens a seguir quanto à sua correção 
gramatical e à sua adequação para compor um documento oficial, que, 
de acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, deve 
caracterizar-se pela impessoalidade, pelo emprego do padrão culto de 
linguagem, pela clareza, pela concisão, pela formalidade e pela 
uniformidade. 
 
17. Cumpre destacar a necessidade de aumento do contingente policial e 
que é imperioso a ação desses indivíduos em âmbito nacional, pelo que 
a realização de concurso público para provimento de vagas no 
Departamento de Polícia Federal consiste em benefício a toda a 
sociedade. 
 
18. Caro Senhor Perito Criminal, 
 Convidamos Vossa Senhoria a participar do evento “Destaques do 
ano”, em que será homenageado pelo belo e admirável trabalho 
realizado na Polícia Federal. Por gentileza, confirme sua presença a fim 
de que possamos providenciar as honrarias de praxe. 
 
 
19. O departamento que planejará o treinamento de pessoal para a 
execução de investigações e de operações policiais, sob cuja 
responsabilidade está também a escolha do local do evento, não se 
manifestou até o momento. 
Língua Portuguesa para a PRF 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales – Aula 10 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 20 
 
20. 
 
 Senhor Delegado, 
 
 Segue para divulgação os relatórios das investigações realizadas 
no órgão, a fim de fazer cumprir a lei vigente. 
 
 
21. Solicito a Vossa Senhoria a indicação de cinco agentes de polícia 
aptos a ministrar aulas de direção no curso de formação de agentes. O 
início do curso, que será realizado na capital federal, está previsto para 
o segundo semestre deste ano. 
 
 
Com relação ao formato e à linguagem das comunicações oficiais, julgue 
os itens que se seguem com base no Manual de Redação da Presidência 
da República. 
 
22 A exposição de motivos de caráter meramente informativo deve 
apresentar, na introdução, no desenvolvimento e na conclusão, a 
sugestão de adoção de uma medida ou de edição de um ato normativo, 
além do problema inicial que justifique a proposta indicada. 
 
 
23 A estrutura do telegrama e da mensagem por correio eletrônico de 
caráter oficial é flexível. 
 
 
24. As comunicações oficiais emitidas pelo presidente da República, por 
chefes de poderes e por ministros de Estado devem apresentar ao final, 
além do nome da pessoa que as expede, o cargo ocupado por ela. 
 
 
25. O referido manual estabelece o emprego de dois fechos para 
comunicações oficiais: Respeitosamente, para autoridades superiores; e 
Atenciosamente, para autoridades de mesma hierarquia ou de 
hierarquia inferior. Tal regra, no entanto, não é aplicável a 
comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras. 
 
 
26. A menos que o expediente seja de mero encaminhamento de 
documentos, o texto de comunicações como aviso, ofício e memorando, 
que seguem o padrão ofício, deve conter três partes: introdução, 
desenvolvimento e conclusão. 
 
 
 
 
 
 
 
Língua Portuguesa para a PRF 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales – Aula 10 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 20 
 
COMENTÁRIOS ÀS QUESTÕES 
 
Agente da Polícia Federal (2012) 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
20 
 
 Dizem que Karl Marx descobriu o inconsciente três décadas antes de 
Freud. Se a afirmação não é rigorosamente exata, não deixa de fazer 
sentido, uma vez que Marx, em O Capital, no capítulo sobre o fetiche da 
mercadoria, estabelece dois parâmetros conceituais imprescindíveis para 
explicar a transformação que o capitalismo produziu na subjetividade. São 
eles os conceitos de fetichismo e de alienação, ambos tributários da 
descoberta da mais-valia — ou do inconsciente, como queiram. 
 A rigor, não há grande diferença entre o emprego dessas duas 
palavras na psicanálise e no materialismo histórico. Em Freud, o fetiche 
organiza a gestão perversa do desejo sexual e, de forma menos evidente, 
de todo desejo humano; já a alienação não passa deefeito da divisão do 
sujeito, ou seja, da existência do inconsciente. Em Marx, o fetiche da 
mercadoria, fruto da expropriação alienada do trabalho, tem um papel 
decisivo na produção “inconsciente” da mais-valia. O sujeito das duas 
teorias é um só: aquele que sofre e se indaga sobre a origem inconsciente 
de seus sintomas é o mesmo que desconhece, por efeito dessa mesma 
inconsciência, que o poder encantatório das mercadorias é condição não de 
sua riqueza, mas de sua miséria material e espiritual. Se a sociedade em 
que vivemos se diz “de mercado”, é porque a mercadoria é o grande 
organizador do laço social. 
Maria Rita Kehl. 18 crônicas e mais algumas. 
São Paulo: Boitempo, 2011, p. 142 (com adaptações) 
 
Com relação às ideias desenvolvidas no texto acima e a seus aspectos 
gramaticais, julgue os itens subsequentes. 
 
 
1. Com correção gramatical, o período “A rigor (...) histórico” (linhas 8 e 
9) poderia, sem se contrariar a ideia original do texto, ser assim 
reescrito: Caso se proceda com rigor, a análise desses conceitos, 
verifica-se que não existe diferenças entre eles. 
 
Comentário: Embora as expressões “a rigor” e “em rigor” sejam de uso 
frequente no português contemporâneo, não são termos sinônimos, sendo 
importante fazer uma breve distinção entre elas. 
 A primeira é uma expressão idiomática que significa “de acordo com as 
exigências da ocasião”, “conforme as circunstâncias”. Segundo as lições de Luiz 
Antonio Sacconi, a expressão “a rigor” é copiada do francês “à la rigueur”: 
 
“A expressão “ ‘a rigor’ é copiada do francês ‘à la rigueur’. Só devemos usar 
palavras, expressões, construções estrangeiras, quando absolutamente 
necessárias. Parece-nos que “em rigor” substitui a contento ‘a rigor’ ”. (Luiz 
Antonio Sacconi, “Não erre mais!”.) 
 
 Por sua vez, a locução adverbial “em rigor” geralmente precede 
explicações e/ou exposições de ideias exatas. Pode ser substituída pelo advérbio 
“rigorosamente” e apresenta o significado “proceder com rigor, exatidão”, 
Língua Portuguesa para a PRF 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales – Aula 10 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 20 
 
“estritamente”. O Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa Caldas Aulete 
registra somente a forma “em rigor”: 
 
“ ‘Em rigor’ (loc. adv.), rigorosamente, conforme as exigências do assunto; no 
sentido estrito.” 
 
Ex.: “Quem ignorando ofendeu, ‘em rigor’ (rigorosamente) não é delinquente.” 
(Pe. Antônio Vieira) 
 
Voltando à questão da prova... 
 
 No enunciado da questão 1, o trecho “Caso se proceda com rigor” faz 
menção ao segmento “em rigor”, alterando a ideia original do texto. 
 Além disso, na reescrita proposta pelo examinador da banca, houve os 
seguintes erros: (i) a vírgula após a expressão “a rigor” está separando 
incorretamente o verbo “proceder” do complemento “a análise desses 
conceitos”; (ii) o verbo “existir” deveria ter sido flexionado no plural para 
concordar com o sujeito “diferenças”; e (iii) por fim, de regência, pois o verbo 
“proceder” foi empregado na acepção de “dar início”, devendo assumir 
transitividade indireta. Essa incorreção também implicou omissão inadequada do 
acento grave indicativo de crase, uma vez que o termo regente “proceder” exige 
o emprego da preposição “a” e o termo regido “análise” admite a anteposição do 
artigo definido “a”. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
2. A informação que inicia o texto é suficiente para se inferir que Freud 
conheceu a obra de Marx, mas o contrário não é verdadeiro, visto que 
esses pensadores não foram contemporâneos. 
 
Comentário: Por meio da informação de que “Karl Marx descobriu o 
inconsciente três décadas antes de Freud” não é possível inferir que não houve 
contemporaneidade entre os autores Freud e Marx. Além disso, o texto não 
apresenta informações suficientes e necessárias para chegarmos à conclusão de 
que a obra de Marx não foi conhecida por Freud. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
3. A expressão “dessas duas palavras” (linhas 8 e 9), como comprovam 
as ideias desenvolvidas no parágrafo em que ela ocorre, remete não aos 
dois vocábulos que imediatamente a precedem — “mais-valia” (linha 7) 
e “inconsciente” (linha 7) —, mas, sim, a “fetichismo” (linha 6) e 
“alienação” (linha 6). 
 
Comentário: No segundo parágrafo do texto, a expressão “dessas duas 
palavras” refere-se aos vocábulos “fetichismo” e “alienação”. Por meio do 
emprego da estrutura “dessas” (contração da preposição “de” com o pronome 
demonstrativo “essas”), houve o mecanismo de coesão referencial anafórica, isto 
é, ocorreu a retomada de palavras já mencionadas anteriormente no texto. 
 
Gabarito: CERTO. 
Língua Portuguesa para a PRF 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales – Aula 10 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 20 
 
4. Depreende-se da argumentação apresentada que a autora do texto, 
ao aproximar conceitos presentes nos estudos de Marx e de Freud, 
busca demonstrar que, nas sociedades “de mercado”, a “divisão do 
sujeito” (linhas 11 e 12) se processa de forma análoga na subjetividade 
dos indivíduos e na relação de trabalho. 
 
Comentário: A partir do excerto “O sujeito das duas teorias é um só”, é 
possível depreender que, “nas sociedades “de mercado”, a “divisão do sujeito” 
se processa na forma equivalente tanto na “subjetividade dos indivíduos” quanto 
na “relação de trabalho”. 
 Segundo o texto, a “subjetividade dos indivíduos” é marcada pelo trecho 
“aquele que sofre e se indaga sobre a origem inconsciente de seus sintomas é o 
mesmo que desconhece, por efeito dessa mesma inconsciência, que o poder 
encantatório das mercadorias é condição não de sua riqueza, mas de sua miséria 
material e espiritual”. 
 A “divisão de sujeito” também se dá na “relação de trabalho”. Consoante 
o texto, “Se a sociedade em que vivemos se diz – de mercado –, é porque a 
mercadoria é o grande organizador do laço social”. Ainda em conformidade com 
a superfície textual, “Em Marx, o fetiche da mercadoria, fruto da expropriação 
alienada do trabalho, tem um papel decisivo na produção – inconsciente – da 
mais-valia”. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
25 
 Imagine que um poder absoluto ou um texto sagrado declarem que 
quem roubar ou assaltar será enforcado (ou terá a mão cortada). Nesse 
caso, puxar a corda, afiar a faca ou assistir à execução seria simples, pois a 
responsabilidade moral do veredicto não estaria conosco. Nas sociedades 
tradicionais, em que a punição é decidida por uma autoridade superior a 
todos, as execuções podem ser públicas: a coletividade festeja o soberano 
que se encarregou da justiça — que alívio! 
 A coisa é mais complicada na modernidade, em que os cidadãos 
comuns (como você e eu) são a fonte de toda autoridade jurídica e moral. 
Hoje, no mundo ocidental, se alguém é executado, o braço que mata é, em 
última instância, o dos cidadãos — o nosso. Mesmo que o condenado seja 
indiscutivelmente culpado, pairam mil dúvidas. Matar um condenado à 
morte não é mais uma festa, pois é difícil celebrar o triunfo de uma moral 
tecida de perplexidade. As execuções acontecem em lugares fechados, 
diante de poucas testemunhas: há uma espécie de vergonha. Essa discrição 
é apresentada como um progresso: os povos civilizados não executam seus 
condenados nas praças. Mas o dito progresso é, de fato, um corolário da 
incerteza ética de nossa cultura. 
 Reprimimos em nós desejos e fantasias que nos parecem ameaçar o 
convívio social. Logo, frustrados, zelamos pela prisão daqueles que não se 
impõem as mesmas renúncias. Mas a coisa muda quando a pena é radical, 
pois há o risco de que a morte do culpado sirva para nos dara ilusão de 
liquidar, com ela, o que há de pior em nós. Nesse caso, a execução do 
condenado é usada para limpar nossa alma. Em geral, a justiça sumária é 
isto: uma pressa em suprimir desejos inconfessáveis de quem faz justiça. 
Como psicanalista, apenas gostaria que a morte dos culpados não servisse 
Língua Portuguesa para a PRF 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales – Aula 10 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 20 
para exorcizar nossas piores fantasias — isso, sobretudo, porque o 
exorcismo seria ilusório. Contudo é possível que haja crimes hediondos nos 
quais não reconhecemos nada de nossos desejos reprimidos. 
Contardo Calligaris. Terra de ninguém – 101 crônicas. São 
Paulo: Publifolha, 2004, p. 94-6 (com adaptações). 
 
Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima, 
julgue os itens de 5 a 11. 
 
5. Suprimindo-se o emprego de termos característicos da linguagem 
informal, como o da palavra “coisa” (linha 8) e o do trecho “(como você 
e eu)” (linha 9), o primeiro período do segundo parágrafo poderia ser 
reescrito, com correção gramatical, da seguinte forma: Essa prática 
social apresenta-se mais complexa na modernidade, onde a autoridade 
jurídica e moral submete-se à opinião pública. 
 
Comentário: Na reescrita, o pronome relativo “onde” está retomando o 
elemento “modernidade”. Entretanto, conforme prescrevem as gramáticas 
tradicionais, essa forma pronominal (onde) deve ser empregada quando houver 
alusão a lugar físico. No contexto, a palavra “modernidade” expressa 
circunstância de tempo, o que torna incorreto o emprego de “onde” e, 
consequentemente, a transcrição do examinador. 
 Portanto, para manter a correção e a ideia original do trecho, o pronome 
relativo “onde” deve ser substituído pelo conectivo temporal “quando” ou, ainda, 
pelas expressões “em que” ou “na qual”: 
 
Essa prática social apresenta-se mais complexa na modernidade, quando / 
em que / na qual a autoridade jurídica e moral submete-se à opinião pública. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
6. No período “Nesse caso (...) estaria conosco” (linhas 2 a 4), como o 
conector “ou” está empregado com sentido aditivo, e não, de exclusão, a 
forma verbal do predicado “seria simples” poderia, conforme faculta a 
prescrição gramatical, ter sido flexionada na terceira pessoa do plural: 
seriam. 
 
Comentário: A questão versa sobre concordância verbal. Segundo as 
gramáticas normativas da Língua Portuguesa, quando houver sujeito oracional, 
ainda que seja composto, o verbo da oração principal deverá permanecer na 
terceira pessoa do singular. Notem que, no contexto, o sujeito composto 
oracional é representado pelas orações subordinadas substantivas reduzidas 
“puxar a corda”, “afiar a faca” e “assistir à execução”, tendo como núcleo, 
respectivamente, as formas verbais “puxar”, “afiar” e “assistir”. Portanto, o 
verbo “ser” deve permanecer no singular: 
 
Puxar a corda, afiar a faca ou assistir à execução seria simples. 
 
 Para facilitar a visualização, substituam a forma em destaque pelo 
pronome demonstrativo “ISSO”: 
 
Língua Portuguesa para a PRF 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales – Aula 10 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 20 
 
ISSO seria simples. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
7. De acordo com o texto, nas sociedades tradicionais, os cidadãos 
sentem-se aliviados sempre que um soberano decide infligir a pena de 
morte a um infrator porque se livram das ameaças de quem desrespeita 
a moral que rege o convívio social, como evidencia o emprego da 
interjeição “que alívio!” (linha 7). 
 
Comentário: Segundo o texto, o sentimento de alívio não é proveniente do fato 
de ficar livre de ameaças (conforme aduz o enunciado do item), mas, sim, em 
virtude de a população se eximir da responsabilidade de fazer justiça. Essa 
informação está expressa no período “Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou 
assistir à execução seria simples, pois a responsabilidade moral do veredicto não 
estaria conosco”. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
8. Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a oração 
“se alguém é executado” (linha 10), que expressa uma hipótese, 
poderia ser escrita como caso se execute alguém, mas não, como se 
caso alguém se execute. 
 
Comentário: Inicialmente, percebemos que em “se alguém é executado” há 
uma estrutura de voz passiva analítica. Notem que a expressão “é executado” é 
composta pela estrutura “verbo SER + particípio”. É corretamente possível a 
transposição para a voz passiva sintética (ou pronominal) em “caso se execute 
alguém”. No trecho inicial (se alguém é executado), o conector “se” contém 
noção semântica de condição, podendo ser substituído pela conjunção “caso”. 
Nessa hipótese, o verbo “executar” deve ser flexionado no subjuntivo, conforme 
ocorreu perfeitamente na reescrita do examinador: “Caso se execute ...” 
(presente do subjuntivo). Por sua vez, o vocábulo “alguém” desempenha a 
função de sujeito paciente, isto é, aquele que recebe a ação verbal: 
 
Se alguém é executado : voz passiva analítica (o sujeito alguém sofre a ação 
de ser executado) 
 
Caso se execute alguém : voz passiva sintética (o sujeito alguém sofre a ação 
de ser executado) 
 
 Já no trecho “se caso alguém se execute”, o pronome “se” (alguém se 
execute) não é pronome apassivador, mas sim pronome reflexivo. Isso acarreta 
mudança na informação do período original. Além disso, o trecho “se caso 
alguém se execute” configura desvio gramatical, pois o emprego concomitante 
dos conectivos “se caso” não é abonado pela gramática normativa. 
 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
Língua Portuguesa para a PRF 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales – Aula 10 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 20 
 
9. O termo “Essa discrição” (linha 16) refere-se apenas ao que está 
expresso na primeira oração do período que o antecede. 
 
Comentário: Para responder a essa questão, o candidato deve localizar o 
seguinte trecho no texto: “As execuções acontecem em lugares fechados, diante 
de poucas testemunhas: há uma espécie de vergonha. Essa discrição é 
apresentada como um progresso (...)”. Notem que o termo “Essa discrição” 
desempenha um importante papel coesivo na superfície textual, retomando 
apenas a informação constante do período anterior, não incluindo a frase “há 
uma espécie de vergonha”: “As execuções acontecem em lugares fechados, 
diante de poucas testemunhas (...). Essa discrição ...”. Portanto, a afirmação 
do examinador está correta. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
 
10. Na condição de psicanalista, o autor do texto adverte que a punição 
de infratores das leis é uma forma de os indivíduos expurgarem seus 
desejos inconfessáveis, ressalvando, no entanto, que, quando se trata 
de crime hediondo, tal não se aplica. 
 
Comentário: Para analisar este item, devemos recorrer à última oração do 
texto: “Contudo é possível que haja crimes hediondos nos quais não 
reconhecemos nada de nossos desejos reprimidos”. Por meio da expressão “é 
possível”, o autor refere-se aos crimes hediondos como uma possibilidade. Além 
disso, a oração subordinada adjetiva restritiva “nos quais não reconhecemos 
nada de nossos desejos reprimidos” apresenta valor de restrição, não fazendo 
menção a esses crimes de forma genérica. Trata-se, portanto, de uma ideia 
oposta à que foi apresentada pelo examinador no trecho “quando se trata de 
crime hediondo, tal não se aplica”. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
11. Nas linhas 20 e 21, considerando-se a dupla regência do verbo impor 
e a presença do pronome “mesmas”, seria facultado o emprego do 
acento indicativo de crase na palavra “as” da expressão “asmesmas 
renúncias”. 
 
Comentário: Segundo as lições de Celso Pedro Luft, na obra Dicionário Prático 
de Regência Verbal, editora Ática, pág. 326, o verbo “impor” pode ser: 
 
a) transitivo direto: O chefe impunha respeito. 
 
b) transitivo direto e indireto: Impuseram-lhe uma coroa de flores. 
 
 No contexto apresentado no enunciado, o verbo “impor”, constante do 
trecho “daqueles que não se impõem as mesmas renúncias”, assume 
transitividade direta e indireta (impor-lhe algo ou impor algo a alguém). Nesse 
trecho, a funções de complementos do aludido verbo são o pronome reflexivo 
 
Língua Portuguesa para a PRF 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales – Aula 10 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 20 
 
“se” (objeto indireto, equivalente a “a si”) e a expressão “as mesmas renúncias” 
(objeto direto). No fragmento textual apontado, o pronome relativo “que” é 
 
sujeito da forma verbal “impõem”, retomando o pronome demonstrativo 
“daqueles”. Para facilitar a visualização, é possível transcrever o excerto na 
ordem direta (sujeito + verbo + complementos): 
 
aqueles que (sujeito) não impõem (VTDI) as mesmas renúncias (OD) a si (OI). 
 
 Conforme a afirmação feita pelo examinador, com o emprego do acento 
grave indicativo de crase o verbo “impor” passaria a apresentar dois objetos 
indiretos. Por essa razão, ao afirmar que o objeto direto pode ser transformado 
em objeto indireto, o item está errado. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
20 
Ó grandes oportunistas, 
sobre o papel debruçados, 
que calculais mundo e vida 
em contos, doblas, cruzados, 
que traçais vastas rubricas 
e sinais entrelaçados, 
com altas penas esguias 
embebidas em pecados! 
 
Ó personagens solenes 
que arrastais os apelidos 
como pavões auriverdes 
seus rutilantes vestidos, 
— todo esse poder que tendes 
confunde os vossos sentidos: 
a glória, que amais, é desses 
que por vós são perseguidos. 
 
Levantai-vos dessas mesas, 
saí de vossas molduras, 
vede que masmorras negras, 
que fortalezas seguras, 
que duro peso de algemas, 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
 
40 
 
 
que profundas sepulturas 
nascidas de vossas penas, 
de vossas assinaturas! 
 
Considerai no mistério 
dos humanos desatinos, 
e no polo sempre incerto 
dos homens e dos destinos! 
Por sentenças, por decretos, 
pareceríeis divinos: 
e hoje sois, no tempo eterno, 
como ilustres assassinos. 
 
Ó soberbos titulares, 
tão desdenhosos e altivos! 
Por fictícia autoridade, 
vãs razões, falsos motivos, 
inutilmente matastes: 
— vossos mortos são mais vivos; 
e, sobre vós, de longe, abrem 
grandes olhos pensativos. 
Cecília Meireles. Romanceiro da 
Inconfidência. Rio 
de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-
8. 
 
Com base no poema acima, julgue os itens subsequentes. 
 
12. Considerando-se as relações entre os termos da oração, verifica-se 
ambiguidade no emprego do adjetivo “pensativos” (v. 40), visto que ele 
pode referir-se tanto ao termo “vossos mortos” (v.38) quanto ao núcleo 
nominal “olhos” (v.40). 
Língua Portuguesa para a PRF 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales – Aula 10 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 20 
 
Comentário: A análise proposta no item em comento requer conhecimento das 
estruturas gramaticais da língua, bem como da relação entre os termos e seus 
respectivos papéis na oração. Segundo o poema, o adjetivo “pensativos” pode 
referir-se tanto ao termo “vossos mortos” quanto ao vocábulo “olhos”, 
ocasionando um erro denominado ambiguidade (ou anfibologia). Na primeira 
referência, “pensativos” a função de predicativo do sujeito, ao passo que, na 
segunda, desempenhará o papel de adjunto adnominal do núcleo do objeto 
direto “olhos”: 
 
“— vossos mortos são mais vivos; 
e, sobre vós, de longe, abrem 
grandes olhos pensativos.” (predicativo do sujeito “vossos mortos”) 
 
“— vossos mortos são mais vivos; 
e, sobre vós, de longe, abrem 
grandes olhos pensativos.” (adjunto adnominal de “olhos”) 
 
 Como ambas as interpretações são lícitas, a afirmação do examinador 
está certa. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
 
13. No poema, que apresenta uma denúncia de atos de abuso de poder, 
foram utilizados os seguintes recursos que permitem que a poeta se 
dirija diretamente a um interlocutor: emprego de vocativo nos versos 1, 
9 e 33 e de verbos na segunda pessoa do plural, todos no imperativo 
afirmativo. 
 
Comentário: Reparem que, no terceiro verso do poema, o verbo “calcular” foi 
empregado no presente do indicativo, o que já torna incorreta a afirmação de 
que todas as formas verbais foram flexionadas no imperativo afirmativo. Caso 
estivesse conjugado neste último tempo e modo, a forma seria “calculai” (sem a 
desinência número-pessoal “-s”). Para ratificar essa argumentação, outros 
verbos foram conjugados no presente do indicativo, quais sejam, “traçais” 
(verso 5), “arrastais” (verso 10), “tendes” (verso 13), “amais” (verso 15) e 
“sois” (verso 31). Por sua vez, o poeta lançou mão de vocativos nos versos 1, 9 
e 33, representados, respectivamente, pelas expressões “Ó grandes 
oportunistas”, “Ó personagens solenes” e “Ó soberbos titulares”. Esse recurso é 
utilizado para aproximar-se/dirigir-se ao leitor/interlocutor. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
14. O emprego do pronome possessivo em “seus rutilantes vestidos” 
(v.12) evidencia que essa expressão corresponde à vestimenta usada 
por autoridades em eventos solenes. 
 
Comentário: No verso 12 do poema, o pronome possessivo “seus” apresenta 
valor semântico de posse, exercendo a função de adjunto adnominal da 
expressão “pavões auriverdes”. Para facilitar a visualização, podemos 
Língua Portuguesa para a PRF 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales – Aula 10 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 20 
transcrever o trecho da seguinte forma: “rustilantes vestidos dos pavões 
auriverdes”. Não há referência à vestimenta dos “personagens solenes”, mas, 
sim, aos “apelidos”. Portanto, a afirmativa constante do item está errada. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
15. No verso 23, a forma verbal “nascidas”, apesar de referir-se a todas 
as expressões nominais que a antecedem, concorda apenas com a mais 
próxima, conforme faculta regra de concordância nominal. 
 
Comentário: O particípio “nascidas” não se refere a todas as expressões 
nominais da enumeração. O argumento de que o particípio concorda com a 
expressão mais próxima é incorreto, porque após o vocábulo “sepulturas”, que 
antecede a oração adjetiva restritiva reduzida de particípio “nascidas vossas 
penas, de vossas assinaturas”, não foi empregada uma vírgula. Com isso, não 
houve a retomada dos vocábulos “mesas” e “molduras’. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
16. Os trechos “Por sentenças, por decretos” (v.29) e “Por fictícia 
autoridade, vãs razões, falsos motivos” (v.35-36) exercem função 
adverbial nas orações a que pertencem e ambos denotam o meio 
empregado na ação representada pelo verbo a que se referem. 
 
Comentário: De fato, o trecho “Por sentenças, por decretos” desempenha a 
função de adjunto adverbial, denotando o meio utilizado para parecer divino 
(adjunto adverbial de meio). Entretanto, a expressão “Por fictícia autoridade, vãs 
razões, falsos motivos” denota a causa que induz alguém a matar, ou seja, é 
adjunto adverbial de causa. Logo, a afirmação de que ambos os trecho denotam 
o meio empregado” é incorreta. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
Julgue os fragmentos contidos nos itens a seguir quantoà sua correção 
gramatical e à sua adequação para compor um documento oficial, que, 
de acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, deve 
caracterizar-se pela impessoalidade, pelo emprego do padrão culto de 
linguagem, pela clareza, pela concisão, pela formalidade e pela 
uniformidade. 
 
17. Cumpre destacar a necessidade de aumento do contingente policial e 
que é imperioso a ação desses indivíduos em âmbito nacional, pelo que 
a realização de concurso público para provimento de vagas no 
Departamento de Polícia Federal consiste em benefício a toda a 
sociedade. 
 
Comentário: Há alguns desvios no que se refere à correção gramatical. 
Inicialmente, o predicativo “imperioso” deve flexionar-se no feminino para 
concordar com o sujeito “a ação”. Em segundo lugar, houve erro de paralelismo 
Língua Portuguesa para a PRF 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales – Aula 10 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 20 
sintático no trecho “Cumpre destacar a necessidade de aumento do contingente 
policial e (de) que é imperiosa a ação (...)”, pois o substantivo “necessidade” 
requer o emprego da preposição “de” antes de seu(s) complemento(s) 
nominal(is). 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
18. Caro Senhor Perito Criminal, 
 Convidamos Vossa Senhoria a participar do evento “Destaques do 
ano”, em que será homenageado pelo belo e admirável trabalho 
realizado na Polícia Federal. Por gentileza, confirme sua presença a fim 
de que possamos providenciar as honrarias de praxe. 
 
Comentário: O fragmento apresenta vocábulos que ferem a impessoalidade dos 
expedientes oficiais, tais como os adjetivos “caro”, “belo” e “admirável”. Sendo 
assim, o item está errado. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
19. O departamento que planejará o treinamento de pessoal para a 
execução de investigações e de operações policiais, sob cuja 
responsabilidade está também a escolha do local do evento, não se 
manifestou até o momento. 
 
Comentário: O fragmento enquadrou-se perfeitamente nas características dos 
expedientes oficiais, quais sejam, padrão culto de linguagem, clareza, concisão, 
formalidade e uniformidade. Atentem, inclusive, para as vírgulas empregadas 
antes e após a oração subordinada adjetiva explicativa “sob cuja 
responsabilidade está também a escolha do local do evento”. Por se tratar de um 
segmento explicativo intercalado na oração principal, foi corretamente isolado 
pelas vírgulas. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
 
20. 
 
 Senhor Delegado, 
 
 Segue para divulgação os relatórios das investigações realizadas no 
órgão, a fim de fazer cumprir a lei vigente. 
 
Comentário: O fragmento desrespeitou o padrão culto da linguagem. No trecho 
“segue para divulgação os relatórios das investigações (...)”, a função de sujeito 
é desempenhada pela expressão “os relatórios das investigações”, cujo núcleo é 
“relatórios”. Portanto, trata-se de um caso de sujeito posposto ao verbo, o qual, 
por sua vez, deve flexionar-se no plural: “Seguem para divulgação os relatórios 
das investigações (...)”. 
 
Gabarito: ERRADO. 
Língua Portuguesa para a PRF 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales – Aula 10 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 20 
 
21. Solicito a Vossa Senhoria a indicação de cinco agentes de polícia 
aptos a ministrar aulas de direção no curso de formação de agentes. O 
início do curso, que será realizado na capital federal, está previsto para 
o segundo semestre deste ano. 
 
Comentário: O fragmento de texto obedeceu às características básicas dos 
expedientes oficiais (padrão culto da linguagem, clareza, concisão, formalidade e 
uniformidade. Novamente, atentem para a oração subordinada adjetiva 
explicativa “que será realizado na capital federal”, a qual está corretamente 
isolada por vírgulas. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
 
Com relação ao formato e à linguagem das comunicações oficiais, julgue 
os itens que se seguem com base no Manual de Redação da Presidência 
da República. 
 
 
22 A exposição de motivos de caráter meramente informativo deve 
apresentar, na introdução, no desenvolvimento e na conclusão, a 
sugestão de adoção de uma medida ou de edição de um ato normativo, 
além do problema inicial que justifique a proposta indicada. 
 
Comentário: Para confundir os candidatos, o examinador da banca trocou os 
expedientes oficiais. Na exposição de motivos de caráter meramente 
informativo, isto é, que simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do 
Presidente da República –, a estrutura segue o modelo antes referido para o padrão 
ofício. 
 Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Presidente da 
República a sugestão de alguma medida a ser adotada ou a que lhe apresente 
projeto de ato normativo – embora siga também a estrutura do padrão ofício –, 
além de outros comentários julgados pertinentes por seu autor, deve, 
obrigatoriamente, apontar no(a): 
 
• introdução: o problema que está a reclamar a adoção da medida ou do ato 
normativo proposto; 
 
• desenvolvimento: a razão de ser aquela medida ou aquele ato normativo o 
ideal para se solucionar o problema, e eventuais alternativas existentes para 
equacioná-lo; 
 
• conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual ato normativo 
deve ser editado para solucionar o problema. 
 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
Língua Portuguesa para a PRF 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales – Aula 10 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 20 
 
23 A estrutura do telegrama e da mensagem por correio eletrônico de 
caráter oficial é flexível. 
 
Comentário: O item reproduz a ideia apresentada sobre correio eletrônico no 
Manual de Redação da Presidência da República. Segundo o citado documento, 
“um dos atrativos da comunicação por correio eletrônico é a sua flexibilidade. 
Assim, não é interessante definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve- 
-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial (o 
“internetês”, por exemplo). 
 
Gabarito: CERTO. 
 
 
24. As comunicações oficiais emitidas pelo presidente da República, por 
chefes de poderes e por ministros de Estado devem apresentar ao final, 
além do nome da pessoa que as expede, o cargo ocupado por ela. 
 
Comentário: Consoante o Manual de Redação da Presidência da República, 
“Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas 
as demais comunicações oficiais devem trazer: 
 
� o nome da autoridade que as expede; e 
 
� o cargo da autoridade que as expede. 
 
 Além disso, o mencionado manual aduz que “em comunicação oficial 
expedida pelo Presidente da República, o espaço relativo à identificação deve 
conter apenas a assinatura”. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
25. O referido manual estabelece o emprego de dois fechos para 
comunicações oficiais: Respeitosamente, para autoridades superiores; e 
Atenciosamente, para autoridades de mesma hierarquia ou de 
hierarquia inferior. Tal regra, no entanto, não é aplicável a 
comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras. 
 
Comentário: o Manual de Redação da Presidência da República estabelece o 
emprego de somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de 
comunicação oficial: 
 
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República: 
 
Respeitosamente, 
 
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior: 
 
 Atenciosamente, 
 
Língua Portuguesa para a PRF 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales – Aula 10 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 20 
 
 Entretanto, aindaem conformidade com o mencionado manual da 
presidência, ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a 
autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, devidamente 
disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
 
26. A menos que o expediente seja de mero encaminhamento de 
documentos, o texto de comunicações como aviso, ofício e memorando, 
que seguem o padrão ofício, deve conter três partes: introdução, 
desenvolvimento e conclusão. 
 
Comentário: Novamente, a resposta está expressa no Manual de Redação da 
Presidência da República. Segundo o documento, aviso, ofício e memorando 
devem conter, além de outras partes, o texto. Nos casos em que o expediente 
NÃO for de mero encaminhamento, deve conter a seguinte estrutura: 
 
� introdução – é o parágrafo de abertura, em que é apresentado o assunto 
que motiva a comunicação. 
 
� desenvolvimento – parte do documento em que o assunto é detalhado; se o 
texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, devem ser tratadas em parágrafos 
distintos, o que confere maior clareza ao documento; 
 
� conclusão – parte em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a 
posição recomendada sobre o assunto. 
 
 Já quando o expediente for de mero encaminhamento, a estrutura 
textual será a seguinte: 
 
� introdução - deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o 
encaminhamento. 
 
Exemplo: “Em resposta ao Aviso nº 12, de 15 de setembro de 2011, encaminho, 
anexa, a cópia do Ofício nº 42, de 16 de junho de 2010, do Departamento Geral de 
Administração, que trata da requisição do servidor Fulano de Tal”. 
 
 Porém, se a remessa do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com 
a informação do motivo da comunicação, que é encaminhar, indicando, a seguir, 
os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, 
e assunto) e a razão pela qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte 
fórmula: 
 
Exemplo: “Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do telegrama 
nº 12, de 15 de setembro de 2011, do Presidente da Confederação Nacional de 
Agricultura, a respeito do projeto de modernização de técnicas agrícolas na região 
Nordeste”. 
 
 
Língua Portuguesa para a PRF 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales – Aula 10 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 20 
 
� desenvolvimento: podem ser acrescentados parágrafos de 
desenvolvimento, se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a 
respeito do documento que encaminha; caso contrário, não haverá parágrafos de 
desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bons estudos e excelente prova! 
 
Grande abraço! 
 
Prof. Fabiano Sales. 
 
fabianosales@estrategiaconcursos.com.br

Continue navegando