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Eletromagnetismo I Fluxo Magnético Prof. Dr. Hugo Vasconcelos Densidade de Fluxo Magnético A densidade de fluxo magnético 𝐵, a qual está relacionada à intensidade de campo magnético no espaço livre por 𝐵 = 𝜇𝑜𝐻 onde 𝜇𝑜 é a permeabilidade do espaço livre e vale 4𝜋 × 10 −7 𝐻/𝑚 (Henry por metro). As unidades de 𝐵 são 𝐻∙𝐴 𝑚2 = 𝑊𝑏 𝑚2 (Webers por metro quadrado)= 𝑇(Tesla)= 10.000 𝐺(Gauss). Densidade de Fluxo Magnético A quantidade de fluxo magnético 𝜙, em webers, de um campo magnético que passa por uma superfície é determinado por 𝜙 = 𝐵 ∙ 𝑑 𝑆 Considere uma corrente filamentar de 2,50 𝐴 ao longo do eixo 𝑧, no sentido + 𝑎𝑧. Calcule o fluxo, devido a esta corrente, que atravessa a porção do plano 𝜙 = 𝜋/4 definida por 0,01 < 𝑟 < 0,05 𝑚 e 0 < 𝑧 < 2 𝑚. Exemplo 𝜙 = 𝐵 ∙ 𝑑 𝑆 𝐵 = 𝜇𝑜𝐻 = 𝜇0 𝐼 2𝜋𝜌 𝑎𝜙 𝐻 = 𝐼 2𝜋𝜌 𝑎𝜙 𝑑 𝑆 = 𝑑𝑟𝑑𝑧 𝑎𝜙 𝜙 = 0 2 0,01 0,05 𝜇0𝐼 2𝜋𝑟 𝑎𝜙 ∙ 𝑑𝑟𝑑𝑧 𝑎𝜙 𝜙 = 2 𝜇0𝐼 2𝜋𝑟 ln 0,05 0,01 = 1,61 × 10−6 𝑊𝑏 Uma corrente de 3,0 𝐴 se estende ao longo de 𝑎𝑧.Determine o fluxo magnético que atravessa uma superfície definida por 1,0 𝑚 < 𝜌 < 4,0 𝑚, 0 < 𝑧 < 3,0 𝑚. 𝜙 = 90𝑜. Exemplo Densidade de Fluxo Magnético Uma característica fundamental dos campos magnéticos que os distinguem dos campos elétricos consiste no fato das linhas de campo magnético formarem laços fechados. Não é possível isolar os polos norte e sul de um ímã. Densidade de Fluxo Magnético O fluxo magnético líquido através de uma superfície gaussiana tem que ser zero. 𝐵 ∙ 𝑑 𝑆 = 0 Também conhecida como a lei de conservação do fluxo magnético. Pelo teorema da divergência, temos 𝛻 ∙ 𝐵 = 0 Equações de Maxwell Com a adição da lei de Gauss para campos magnéticos estáticos, podemos agora apresentar as quatro equações de Maxwell: Forma Integral 𝐷 ∙ 𝑑 𝑆 = 𝑄𝑒𝑛𝑣 𝐵 ∙ 𝑑 𝑆 = 0 𝐸 ∙ 𝑑𝐿 = 0 𝐻 ∙ 𝑑𝐿 = 𝐼𝑒𝑛𝑣 Forma Diferencial 𝛻 ∙ 𝐷 = 𝜌𝑣 𝛻 ∙ 𝐵 = 0 𝛻 × 𝐸 = 0 𝛻 × 𝐻 = 𝐽 Materiais Magnéticos Do mesmo modo que descrevemos a polarização 𝑃 e a suscetibilidade elétrica 𝜒𝑒 , os materiais magnéticos possuem uma magnetização 𝑀 e uma suscetibilidade magnética 𝜒𝑚. 𝐵 = 𝜇𝑜𝐻 + 𝜇𝑜𝑀 A magnetização 𝑀 é a soma vetorial de todos os momentos dipolos magnéticos em um volume unitário do material. E está relacionada à intensidade de campo magnético pela suscetibilidade magnética do material. 𝑀 = 𝜒𝑚𝐻 Materiais Magnéticos A permeabilidade 𝜇 e a permeabilidade relativa 𝜇𝑟 de um material são então definidas em termos de 𝜒𝑚 𝐵 = 𝜇𝐻 = 𝜇𝑟𝜇𝑜𝐻 = 𝜇𝑜 1 + 𝜒𝑚 Momento magnético 𝐻 = 0 𝐻 Ferromagnético Condições de Fronteira Utilizaremos uma abordagem similar a trabalhada em eletrostática para determinar a variação de 𝐵 e 𝐻 através de uma fronteira. As condições de fronteira magnetostáticas são obtidas pela aplicação da lei circuital de Ampère 𝐻 ∙ 𝑑𝐿 = 𝐼𝑒𝑛𝑐 e lei de Gauss para campos magnetostáticos 𝐵 ∙ 𝑑 𝑆 = 0 Condições de Fronteira Começando pela lei circuital de Ampère, consideramos um par de meios magnéticos separados por uma densidade de corrente superficial 𝐾. O caminho é escolhido de modo que a corrente superficial seja normal à superfície encerrada pelo caminho. 𝐼𝑒𝑛𝑐 = 𝐾𝑑𝑊 = 𝐾Δ𝑤 𝐻 ∙ 𝑑𝐿 = 𝐾Δ𝑤 Condições de Fronteira Uma expressão mais geral para a primeira condição de fronteira magnetostática pode ser escrita como 𝑎21 × 𝐻1 − 𝐻2 = 𝐾 𝐵 ∙ 𝑑 𝑆 = 0 𝑎21 é um vetor unitário normal indo do meio 2 para o meio 1. 𝐵𝑁1 = 𝐵𝑁2 A intensidade de campo magnético é dada com 𝐻1 = 6 𝑎𝑥 + 2 𝑎𝑦 + 3 𝑎𝑧 𝐴/𝑚 em um meio com 𝜇𝑟1 = 6000 para 𝑧 < 0 . Queremos determinar 𝐻2 em um meio com 𝜇𝑟2 = 3000 para 𝑧 > 0. Exemplo 𝐻1 = 6 𝑎𝑥 + 2 𝑎𝑦 + 3 𝑎𝑧 𝐴/𝑚 𝐻𝑁1 = 3 𝑎𝑧 𝐴/𝑚 𝐻𝑇1 = 6 𝑎𝑥 + 2 𝑎𝑦 𝐴/𝑚 = 𝐻𝑇2 𝐵𝑁1 = 𝐵𝑁2 𝐵𝑁1 = 𝜇𝑟1𝜇0𝐻𝑁1 = 18000𝜇0 𝑎𝑧 𝐻𝑁2 = 𝐵𝑁2 𝜇𝑟2𝜇0 = 6 𝑎𝑧 𝐻2 = 6 𝑎𝑥 + 2 𝑎𝑦 + 6 𝑎𝑧 𝐴/𝑚 Fluxo Concatenado Para 1 espira Fluxo Concatenado (enlace de fluxo) 𝜙1 = 𝑆1 𝐵 ∙ 𝑑 𝑆 O fluxo 𝜙1 que passa pela área 𝑆1 limitada pela espira é O fluxo concatenado 𝜆 como o fluxo total que passa através da superfície limitada pelo contorno do circuito que conduz a corrente. 𝜆 = 𝜙1 Para um solenoide firmemente envolvido, o fluxo concatenado é igual ao número de espiras multiplicado pelo fluxo total que as concatena. Solenoide com 𝑁 espiras 𝜆 = 𝑁𝜙𝑡𝑜𝑡 = 𝑁 2𝜙1 Indutância A indutância 𝐿 é a razão entre o fluxo concatenado pela corrente 𝐼 que gera o fluxo. 𝐿 = 𝜆 𝐼 = 𝑁𝜙𝑡𝑜𝑡 𝐼 Essa grandeza tem a unidade de henrys (𝐻), igual a weber por ampère. Os indutores são dispositivos utilizados para armazenar energia no campo magnético. 𝜇 = 𝜇0𝜇𝑟 No interior de um solenoide Vamos calcular a indutância para um solenoide com 𝑁 espiras firmemente envolvidas em torno de um núcleo 𝜇𝑟. Exemplo 𝐻 = 𝑁𝐼 ℎ 𝑎𝑧 No interior do núcleo 𝐵 = 𝜇𝑁𝐼 ℎ 𝑎𝑧 𝜙𝑡𝑜𝑡 = 𝐵 ∙ 𝑑 𝑆 = 𝐵 𝜋𝑎 2 = 𝜇𝑁𝐼𝜋𝑎2 ℎ O fluxo concatenado é 𝜆 = 𝑁𝜙𝑡𝑜𝑡 = 𝜇𝑁2𝐼𝜋𝑎2 ℎ A indutância é 𝐿 = 𝜆 𝐼 = 𝜇𝑁2𝜋𝑎2 ℎ 𝜇 = 𝜇0𝜇𝑟 No interior de um solenoide Determine a indutância de um solenoide ideal com 300 espiras, ℎ = 0,50 𝑚 e seção reta circular de raio 0,02 𝑚. Exemplo 𝐻 = 𝑁𝐼 ℎ 𝑎𝑧 No interior do núcleo 𝐵 = 𝜇𝑁𝐼 ℎ 𝑎𝑧 𝜙𝑡𝑜𝑡 = 𝐵 ∙ 𝑑 𝑆 = 𝐵 𝜋𝑎 2 = 𝜇𝑁𝐼𝜋𝑎2 ℎ O fluxo concatenado é 𝜆 = 𝑁𝜙𝑡𝑜𝑡 = 𝜇𝑁2𝐼𝜋𝑎2 ℎ A indutância é 𝐿 = 𝜆 𝐼 = 𝜇𝑁2𝜋𝑎2 ℎ Indutância mútua Tendo o circuito 1, com 𝑁1 espiras, como sendo nossa bobina excitadora, e o circuito 2, com 𝑁2 espiras, como sendo nossa bobina receptora do efeito. Quando a corrente 𝑰𝟏 se propaga pelo circuito 1, esta produz fluxo. Parte desse fluxo concatena as 𝑵𝟐 espiras do circuito 2. 𝜙12 = 𝐵1 ∙ 𝑑 𝑆2 Onde 𝜙12 é o fluxo de 𝐵1 que concatena o circuito 2. Indutância mútua O fluxo concatenado 𝜆12 é então o número de vezes que 𝜙12 se concatena ao circuito 2 𝜆12 = 𝑁2𝜙12 A indutância mútua 𝑀12 é 𝑀12 = 𝜆12 𝐼1 = 𝑁2 𝐼1 𝐵1 ∙ 𝑑 𝑆2 Vamos calcular a indutância para um solenoide com 𝑁 espiras firmemente envolvidas em torno de um núcleo 𝜇𝑟. Exemplo 𝐵1 = 𝜇𝑁1𝐼1 ℎ 𝑎𝑧 𝜙12 = 𝐵1 ∙ 𝑑 𝑆2 = 𝜇𝑁1𝐼1𝜋𝑎 2 ℎ 𝜆12 = 𝑁2𝜙12 = 𝜇𝑁1𝑁2𝐼1𝜋𝑎 2 ℎ 𝑀12 = 𝜇𝑁1𝑁2𝜋𝑎 2 ℎ Um solenoide com 𝑁1 = 1000 espiras, 𝑟1 = 1,0 𝑐𝑚 e ℎ1 = 50 𝑐𝑚 está posicionado concentricamente no interior de um solenoide, com 𝑁2 = 2000 espiras, 𝑟2 = 2,0 𝑐𝑚 e ℎ2 = 50 cm. Calcule a indutância mútua entre os solenoides, assumindo que o vácuo preenche o espaço entre eles. Exemplo 𝐵1 = 𝜇𝑁1𝐼1 ℎ 𝑎𝑧𝜙1 = 𝐵1 ∙ 𝑑 𝑆1 = 𝜇𝑁1𝐼1𝜋𝑟1 2 ℎ 𝜆12 = 𝑁2𝜙1 = 𝜇𝑁1𝑁2𝐼1𝜋𝑟1 2 ℎ 𝑀12 = 𝜇𝑁1𝑁2𝜋𝑟1 2 ℎ = 𝜇0𝜇𝑟𝑁1𝑁2𝜋𝑟1 2 ℎ = 4𝜋2 × 10−7 × 1000 × 2000 × 0,012 0,50 𝑀12 = 𝜆12 𝐼1 𝑀12 = 1,58 × 10 −3𝐻 Pois o fluxo concatenado está somente atuando na região interna! Bibliografia HAYT JR, William H; BUCK, John A. Eletromagnetismo. 8.ed. Porto Alegre: AMGH, 2003.
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