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PONTOS ESPECÍFICOS

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DIREITO EMPRESARIAL I – RESUMO AV22
PONTOS ESPECÍFICOS
AV2
Norma | EMPRESARIAL I | 15/11/2019
Matéria 1º bimestre
Teoria Geral
Empresário X Empresa
O conceito de empresa e empresário está no caput do artigo 966 do Código Civil que determina que “considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”.
Empresário é o sujeito que exerce a atividade empresarial, a empresa. 
São exemplos de empresários aqueles que desenvolvem atividade profissional rotineiramente com o intuito de lucrar (financeiramente) com a circulação de bens ou serviços.
Assim, em regra, não são empresários os advogados, médicos, artistas, engenheiros, escritores etc… Essas profissões são consideradas intelectuais, de natureza artística, literária ou científica.
A empresa é o objeto da relação jurídica e o empresário é o sujeito da relação.
A legislação caracteriza o empresário como a pessoa (natural) que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Não se incluem nesse conceito as pessoas que exercem profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda que com concurso de auxiliares ou colaboradores, como, por exemplo, os advogados, os médicos, os engenheiros, os músicos, os artistas, entre outros, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa, ou seja, se estiver voltado para a produção de bem ou serviço.
Concurso XVII do Exame da OAB, questão 49:
Assinale a alternativa correta em relação aos conceitos de empresa e empresário no Direito Empresarial.
A) Empresa é a sociedade com ou sem personalidade jurídica; empresário é o sócio da empresa, pessoa natural ou jurídica com responsabilidade limitada ao valor das quotas integralizadas.
B) Empresa é qualquer atividade econômica destinada à produção de bens; empresário é a pessoa natural que exerce profissionalmente a empresa e tenha receita bruta anual de até R$ 100.000,00 (cem mil reais).
C) Empresa é a atividade econômica organizada para a produção e/ou a circulação de bens e de serviços; empresário é o titular da empresa, quem a exerce em caráter profissional.
D) Empresa é a repetição profissional dos atos de comércio ou mercancia; empresário é a pessoa natural ou jurídica que pratica de modo habitual tais atos de comércio.
Sociedade empresarial X Sociedade simples
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
A principal diferença entre elas é o modo como exercem a sua atividade econômica. Na sociedade simples, a atividade fim é desenvolvida pelos sócios. Já na sociedade empresária a atividade econômica é organizada e sua finalidade como um todo é empresarial.
Sociedade simples (estrito senso ou pura) CCB/02 – art. 997. Esta sociedade se contrapõe à sociedade empresária. A sociedade simples é a sociedade não empresária, ou seja, aquela cuja atividade econômica é predominantemente intelectual ou rural (CCB/02 – art. 982 c/c. 966, parágrafo único).
Onde adquire personalidade jurídica
O registro de uma sociedade empresária é requisito fundamental para o seu regular funcionamento, assim como o registro de uma pessoa natural é importante para sua vida como cidadão. Os empresários que desejam empreender de forma “correta”, conforme estabelecido em lei, devem, necessariamente, arquivar seus atos societários no órgão responsável. Sendo, sociedade empresária, nas Juntas Comerciais; sendo sociedades simples, em Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas.
Sociedade Limitada
É o tipo societário predominante na economia brasileira e foi introduzido em 1919, segundo Fábio Ulhoa Coelho. A sua disciplina está no Código Civil, nos artigos 1.052 a 1.087, contudo, aplicam-se subsidiariamente a ela as regras da sociedade simples (artigos 997 a 1.032); ou, caso os sócios decidam, mediante cláusula contratual, pode-se aplicar a ela, subsidiariamente, as regras das sociedades anônimas (Lei n° 6.404/76). Assim, podem existir dois subtipos de sociedades limitadas.
Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. A responsabilidade dos sócios pelas obrigações contraídas nas sociedades limitadas, como o próprio nome diz, sujeita-se a limites, se o patrimônio social for insuficiente.
O limite da responsabilidade dos sócios é o total do capital social subscrito (recursos que os sócios se comprometem a empregar na sociedade) e não integralizado (os recursos que foram prometidos, mas, não empregados). Dessarte, se houve integralização do capital (os recursos foram entregues), ensina Fábio Ulhoa Coelho que, nesse caso, “os sócios não têm nenhuma responsabilidade pelas obrigações sociais. Falindo a sociedade, e sendo insuficiente o patrimônio social para liquidação do passivo, a perda será suportada pelos credores.” Conclui-se, com isso, que os sócios respondem subsidiária e limitadamente.
Excepcionalmente, porém, os sócios respondem subsidiária e ilimitadamente. Isso ocorre quando os sócios agirem em contraposição à Lei e ao contrato social; quando formarem sociedade marital (composta exclusivamente por marido e mulher); se o sócio fraudar credores (desconsideração da personalidade jurídica) e, por fim, quando houver débitos para com o INSS.
O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio, sendo vedada contribuição que consista em prestação de serviços.
As sociedades limitadas podem ser constituídas por documento público ou particular. Poderão usar de uma firma social, trazendo pelo menos o nome de um dos sócios, ou uma denominação particular. Em qualquer hipótese, ao nome social deve ser acrescida a palavra limitada ou a frase sociedade de responsabilidade limitada, por extenso ou abreviadamente.
A Administração da sociedade cabe a uma ou mais pessoas, sócias ou não, designadas no contrato social ou em ato separado. O contrato social pode prever o funcionamento de um conselho fiscal composto de três ou mais membros e respectivos suplentes, sócios ou não, residentes no País, eleitos na assembleia anual. O conselho fiscal examinará, pelo menos trimestralmente, os livros e papéis da sociedade e o estado da caixa e da carteira, devendo os administradores ou liquidantes prestar-lhes as informações solicitadas; lavrará no livro de atas e pareceres do conselho fiscal o resultado dos exames; montará parecer sobre os negócios e as operações sociais do exercício em que servirem, tomando por base o balanço patrimonial e o de resultado econômico; denunciará os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, sugerindo providências úteis à sociedade; convocará a assembleia dos sócios se a diretoria retardar por mais de trinta dias a sua convocação anual, ou sempre que ocorram motivos graves e urgentes.
Além do caso de falência, a sociedade limitada se dissolve pelo vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado; pelo o consenso unânime dos sócios; pela deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado; pela falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias e, também, pela extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.
O ato de dissolução da sociedade deve ser arquivado no registro de comércio. Em se tratando de dissolução consensual, esse ato será um novo contrato, chamado distrato. Sendo a dissolução judicial, a sentença que a declarou deverá ser arquivada.
Quem pode ser empresário
Estabelecidos em lei, existem os impedidos, os proibidos
legalmente de exercer atividade empresarial, como dita o Código Civil.
“Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.” (Código Civil)
A pessoa que exercer atividade própria de empresário, mesmo sendo legalmente impedida, responderá pelas obrigações contraídas.
Capacidade
Em regra, qualquer pessoa maior de dezoito anos pode ser empresário, na condição de titular de firma individual ou administrador de sociedade. Os maiores de dezesseis anos, legitimamente emancipados, também adquirem capacidade para o exercício de atividade empresarial.
Obs.: Incapacidade superveniente e falecimento - Continuidade da empresa
O artigo 974 do Código Civil foi considerado uma inovação visto que, o Código Comercial de 1850 não continha qualquer previsão relativa a casos de interdição ou incapacidade superveniente.
Este dispositivo contempla duas hipóteses distintas:
a) falecimento do sócio;
b) interdição, fato que ocorre pela incapacidade superveniente.
Em ambos os casos, o legislador permite a continuidade da empresa, sem necessidade de sua dissolução.
O interdito será representado na empresa por meio de um curador; enquanto na hipótese de falecimento, se o herdeiro for absolutamente incapaz, a representação será feita pelos pais ou tutores. Por fim, em caso de incapacidade relativa do herdeiro, deverá o mesmo ser assistido por seus pais em todos os atos que vier a praticar na condição de sócio.
A continuidade da empresa ou viabilidade de sucessão dependerão, obrigatoriamente, de autorização judicial.
Ressalta-se, ainda, que não deverão integrar o capital da empresa os bens que o incapaz ou os herdeiros do falecido possuíam ao tempo da incapacidade ou da sucessão, quando esses bens integrarem seu acervo pessoal.
Matéria 2º bimestre
Sociedades Anônimas
Sociedade anônima é uma sociedade de capital. Ela é regida pela Lei n° 6.404/76.
Os títulos representativos da participação societária (ações) são livremente negociáveis e nenhuma acionista pode impedir o ingresso de outros acionistas. A sociedade anônima tem, pois, o capital dividido em ações, limitando-se a responsabilidade dos sócios ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
Ensina Fábio Ulhoa Coelho que “as ações são valores mobiliários representativos de unidade do capital social de uma sociedade anônima, que conferem aos seus titulares um complexo de direitos e deveres.”
As ações subscritas por uma pessoa em uma sociedade em formação podem ser pagas de uma só vez ou parceladamente, segundo regularem os estatutos. A esse ato de pagamento dá-se o nome de integralização. Uma vez integralizada a ação, cessa a responsabilidade do acionista para com a sociedade, já que não há responsabilidade subsidiária pelas obrigações sociais. Mas, enquanto a ação não é integralmente paga, o acionista é considerado devedor da sociedade, que tem o direito de cobrar-lhe as prestações não pagas.
Essas sociedades têm um modo de constituição próprio e seu funcionamento está condicionado a normas estabelecidas na lei ou no estatuto. São consideradas sociedades institucionais ou normativas e não contratuais, já que nenhum contrato liga os sócios entre si. As sociedades anônimas em regra são reguladas por leis especiais.
Existem dois tipos de sociedade anônimas: as abertas ou fechadas. As sociedades anônimas são abertas ou fechadas, conforme tenham, ou não, admitidas as ações em negociação na bolsa de valores ou no mercado de balcão. Para que a sociedade anônima tenha suas ações negociadas é necessário autorização do governo federal.
As sociedades anônimas distinguem-se dos demais tipos de sociedades pelas seguintes características essenciais:
divisão do capital social em partes, em regra, de igual valor nominal, denominadas ações;
responsabilidade dos sócios limitada apenas ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas, não respondendo, assim, os mesmos, perante terceiros, pelas obrigações assumidas pela sociedade;
livre cessibilidade das ações por parte dos sócios, não afetando a estrutura da sociedade a entrada ou retirada de qualquer sócio;
possibilidade da subscrição do capital social mediante apelo ao público;
uso de uma denominação ou nome de fantasia para nome comercial, acrescidas as palavras sociedade anônima.
A dissolução pode ser de várias modalidades: de pleno direito, por decisão judicial ou por decisão da autoridade administrativa, nos casos e na forma previstos em lei especial. Ocorrendo a dissolução por qualquer dessas modalidades, conserva a sociedade sua personalidade jurídica até findo o processo que visa à sua extinção. À ocorrência de dissolução, entra a sociedade em liquidação do seu patrimônio.
Outrossim, durante todo o período de liquidação a sociedade continuou a existir, apenas com as suas atividades normais suspensas, já que todos os atos praticados pelo liquidante tinham por fim extinguir-se, afinal, a pessoa jurídica.
Por fim, aprovadas as contas do liquidante, dando a assembleia por encerrada a liquidação, a ata dessa assembleia deverá ser arquivada, pelo liquidante, no registro do comércio, só então sendo extinta a sociedade.
(Referência bibliográfica
Fábio Ulhoa Coelho, Manual de Direito Comercial, 20 edição, Editora Saraiva, 2009.)
Ação ordinária e preferencial
Ação ordinária: confere ao acionista os direitos de um sócio comum, sem nenhum tipo de vantagem, mas também não se sujeita seu titular a nenhuma restrição, como acontece com os detentores de outras espécies de ação.
Ação preferencial: confere ao acionista tratamento diferenciado (preferencias ou vantagens), conforme estabelecido no estatuto social, em relação ao acionista detentor de ações ordinárias. Em contrapartida, o estatuto pode retirar ou restringir alguns dos direitos normalmente conferidos aos titulares de ações ordinárias, inclusive o direito de voto, desde que respeitado os direitos essenciais do artigo 109 da lei.
O estatuto social também pode conceder a uma ou mais classes de ações preferenciais vantagens políticas, concernentes no direito de eleger, em votação em separado, um ou mais membros dos órgãos de administração (art. 18 da Lei nº 6.404/1976).
Por fim, o número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas à restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% do total das ações emitidas (art. 15, §2º da Lei nº 6.404/1976).
Obs.: Existe ainda uma categoria especial de ação preferencial criada em 2001, a golden share ou ação de ouro, usada no processo de privatização das companhias estatais brasileiras, conforme dispõe o artigo 17, §7º, da Lei nº 6.404/1976: “nas companhias objeto de desestatização poderá ser criada ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva do ente desestatizante (União, Estados ou Municípios), à qual o estatuto social poderá conferir os poderes que especificar, inclusive o poder de veto às deliberações da assembleia geral nas matérias que especificar”.
Por esse dispositivo, o Poder Público, apesar de alienar o controle da companhia na qual detinha a maioria do capital com direito a voto, retém ações preferencial de classe especial, a golden share, por meio da qual ficaram com o direito de vetar determinadas deliberações dos novos acionistas, nos termos estabelecidos nos respectivos estatutos sociais.
Dessa forma, o Poder Público, apesar de sócio minoritário, se mantém no controle das sociedades privatizadas.
Como é a constituição.
Envolve 3 fases:
a) Providências Preliminares:
1. Subscrição – compromisso do sócio de adquirir certa quantidade de ações.
2. Integralização – deve ser dado como entrada pelo menos 10% do valor em dinheiro, do preço fixado das ações.
3. Depósito – deve ser feito na instituição financeira autorizada pelo CVM .
b) Constituição propriamente dita: depois dos passos preliminares , convoca-se assembleia geral para deliberar a constituição da companhia.
c) Providências Complementares: inclui
o arquivamento e publicação de seus atos constitutivos no registro do comércio.
Debêntures
Debêntures são títulos emitidos pelas sociedades anônimas, representativas de um empréstimo contraído pelas mesmas em que cada título dá ao portador, da mesma série, idênticos direitos de crédito contra as sociedades. O titular de uma debênture (debenturista) é credor da sociedade anônima. Diante do inadimplemento da companhia, o debenturista poderá exercer seu crédito por meio de ação executiva, pois a debênture é um título executivo extrajudicial. (Código de Processo Civil de 2015 – art. 784, Inc. I)
Classificação (espécies)
Debênture com garantia real resulta da obrigação assumida pela sociedade, na escritura de emissão, de não alienar ou onerar tais bens. 
Debêntures com garantia flutuante são aquelas em que em face de eventual concurso de credores, é assegurado privilégio geral sobre o ativo da companhia, não impedindo, porém, a negociação de bens que compõem esse ativo, em se tratando de privilégio. Assim, os debenturistas com garantia flutuante se colocam acima dos credores quirografários, ficando, entretanto, abaixo dos créditos garantidos com direito real e dos créditos com privilégios especiais, nos termos da lei de falências.
Debêntures não preferenciais (quirografárias) são aquelas que não gozam de nenhuma garantia específica, seja real ou flutuante. Na realidade, tais debêntures são também garantidas, mas sua garantia é a do patrimônio comum da sociedade, excluídos os direitos preferenciais sobre obrigações assumidas por essa (menos credores quirografários). 
Debêntures subordinadas – não gozam de garantia e contém cláusula de subordinação aos credores quirografários, reconhecendo-se apenas a preferência em relação aos acionistas, em caso de liquidação da sociedade, ficando tais debenturistas no último escalão dos que devem receber seus créditos. 
Obs.: Debêntures com garantia cumulativa são aquelas que, com duas ou mais garantias aqui arroladas, podem servir de base à sua emissão.
Ordem de preferência
Órgãos sociais (4)
Integram-se na estrutura administrativa da companhia, preordenada à satisfação dos fins sociais, os órgãos cuja existência é prevista na lei (assembleia geral, conselho de administração, diretoria e conselho fiscal) ou no estatuto conselho técnico-consultivo). Em sentido restrito, abrange a administração da companhia apenas os órgãos diretamente incumbidos de gerir os bens e interesses sociais, nos limites dos preceitos legais e estatutários, ou seja, o conselho de administração e a diretoria.
assembleia Geral
A assembleia geral é o órgão máximo da sociedade, formado pela reunião dos acionistas, inclusive daqueles sem direito a voto. A assembleia é convocada e instalada para deliberar sobre qualquer assunto de interesse da companhia (art. 121), conforme dispuser a lei ou o estatuto. Nesse sentido, importante ressaltar que a atuação da assembleia geral se encontra limitada pelo objeto social, pela lei e pelo Estatuto Social da Companhia.
Existem dois tipos de Assembleia Geral: Assembleia Geral Ordinária e a Assembleia Geral Extraordinária.
Ordinária: se reúne uma vez por ano necessariamente em até 4 meses após o encerramento do exercício social da sociedade. A Assembleia Geral Ordinária toma as contas dos administradores; delibera sobre a destinação do lucro e distribuição de dividendos; e elege os administradores e o Conselho Fiscal.
Tem a Assembleia Geral ordinária propósitos específicos, exaustivamente declinados em lei, quais sejam: apreciação das contas e demonstrações financeiras; deliberação sobre a destinação do lucro, fixando, inclusive, os dividendos a serem distribuídos; eleição dos administradores e fiscais; aprovação da correção da expressão monetária do capital (hoje suspensa, em face a eliminação da correção monetária do balanço).
Extraordinária: se reúne quando é necessário deliberar alguma matéria relevante para a companhia naquele momento, como por exemplo, uma eventual reforma do estatuto; ou autorização para emissão de debêntures ou partes beneficiárias; ou, ainda, avaliar bens da companhia; deliberar sobre transformação, cisão, fusão e incorporação, dentre outros assuntos como se lê do artigo 122 da Lei das S.A.
A Assembleia-Geral extraordinária (AGE) tem competência ampla, podendo-se convocá-la a todo tempo, para apreciar qualquer matéria. Exige a lei (art. 135, § 3º), com a redação resultante da Lei nº 10.303/01, que os documentos pertinentes às matérias que serão debatidas sejam postos à disposição dos acionistas quando do primeiro anúncio de convocação. Alguns assuntos incluídos entre as atribuições da AGE foram especialmente destacados pelo art. 136, tendo em vista a necessidade, para aprovação do quórum qualificado de metade do capital votante.
No tocante à convocação das assembleias, a regra geral determina que a convocação seja feita pelo Conselho de Administração ou Diretoria. O Conselho Fiscal (quando houver) pode convocá-las, supletivamente. No caso da ordinária, quando os órgãos da administração retardarem por mais de 1 mês essa convocação, e no da extraordinária, sempre que ocorrerem motivos graves ou urgentes. E por último, qualquer acionista pode fazê-lo, quando os administradores retardarem, por mais de 60 dias, a convocação nos casos previstos em lei ou no estatuto – valendo essa regra para a ordinária ou extraordinária.
conselho de administração
O conselho de administração é órgão deliberativo de número ímpar e plural, integrado por no mínimo três membros, eleitos pela assembleia geral.
Conforme preceitua Rubens Requião em seu livro Curso de Direito Comercial (Ed. Saraiva, 2012, vol. 2º, pág. 250): “... Como componente do órgão de execução, estabelece a política econômica, social e financeira a ser seguida pela sociedade, e exerce permanente vigilância sobre os executivos lotados na diretoria.”
Casos em que é obrigatório
O conselho de administração é, em regra, facultativo, dependendo de previsão estatutária na generalidade dos casos, porém, em três hipóteses ele é obrigatório por lei: na companhia aberta, na sociedade com capital autorizado e na de economia mista (LSA, arts. 138, § 2º, e 239).
diretoria
“A diretoria é órgão executivo da companhia, composta por, no mínimo, duas pessoas, eleitas pelo conselho de administração, ou, se este não existir, pela assembleia geral. Compete aos seus membros, no plano interno, gerir a empresa, e, no externo, manifestar a vontade da pessoa jurídica, na generalidade dos atos e negócios que ela pratica”, segundo Fábio Ulhôa Coelho no livro Curso de Direito Comercial (Ed. Saraiva, 2012, 16ª edição, pág. 256).
Não ha necessidade de ser acionista, podendo ser eleitos para o órgão profissionais sem participação no capital social, porém, até 1/3 dos membros do conselho de administração pode ser eleito para a diretoria.
O estatuto da sociedade anônima define o número de diretores (ou o mínimo e máximo permitidos), a duração do mandato, substituição e, principalmente, a competência de cada um, bem como, as atribuições relacionadas a cada uma das diretorias.
conselho fiscal
O conselho fiscal é órgão de assessoramento da assembleia geral, na votação de matérias atinentes à regularidade dos atos de administração da companhia. Com isso, torna-se o principal instrumento, conferido pela lei aos acionistas, de fiscalização da gestão da empresa.
Trata-se de órgão de existência obrigatória, mas de funcionamento facultativo, existindo mesmo que o estatuto seja omisso. Caso os acionistas reputam desnecessário o funcionamento do órgão, como instrumento auxiliar na fiscalização dos administradores, eles simplesmente não elegem os conselheiros. Só em duas hipóteses o conselho fiscal tem funcionamento permanente: nas sociedades de economia mista (LSA, art. 240), ou se prevista a permanência no estatuto (art. 161).
A composição do conselho fiscal se dá por, no mínimo, três e, no máximo cinco membros titulares e seus suplentes.
sociedade de capital autorizado
Capital Autorizado nada mais é que um limite de Capital dentro do qual a Assembleia Geral ou o Conselho de Administração (órgão executivo das sociedades anônimas) pode deliberar aumento de Capital Social independentemente de reforma estatutária, ou seja, a realização do capital (autorizado) se processa na medida das necessidades da companhia, sem o inconveniente de sucessivas alterações no Estatuto Social da mesma.
Assim, a título de exemplo, suponhamos que a empresa Vivax S.A. tenha um Capital Social a subscrever de R$ 8.000.000,00 (oito milhões de reais), um Capital Social integralizado de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) e um Capital Autorizado de R$ 11.000.000,00 (onze milhões de reais). Com base nesses dados a Vivax S.A. deve apresentar a seguinte estrutura de Capital em seu Patrimônio Líquido (PL):
A autorização para aumento do Capital Social, independentemente de reforma estatutária, deverá especificar:
o limite de aumento, em valor do Capital ou em número de ações, e as espécies e classes das ações que poderão ser emitidas;
o órgão competente para deliberar sobre as emissões, que poderá ser a Assembleia Geral ou o Conselho de Administração;
as condições a que estiverem sujeitas as emissões;
os casos ou as condições em que os acionistas terão direito de preferência para subscrição, ou de inexistência desse direito.
Distinguir 
Transformação
A transformação é a operação em que determinada sociedade (CCB/02 – art. 1.113) ou EIRELI (CCB/02 – art. 1.033, parágrafo único) passa de um tipo de estrutura jurídica para outro, independentemente de dissolução e liquidação.
Nesse caso, o ato constitutivo (contrato social) deve ser alterado, e a pessoa jurídica fica submetida às regras do novo regime, mas não há alteração da personalidade jurídica. 
A transformação só poderá ocorrer se houver consentimento unânime dos sócios, com exceção de casos especiais previstos em lei (CCB/02 – art. 1.114).
Os direitos dos credores nunca são modificados ou prejudicados pela transformação (CCB/02 – art. 1.115). 
A principal função da transformação é possibilitar a adaptação e a flexibilidade das sociedades aos momentos históricos. 
Na transformação, ocorre alteração em relação a uma única sociedade, sem reflexos na sua personalidade jurídica, ao passo que nas demais operações societárias, há mudanças mais acentuadas no que se refere ao patrimônio, capital, extinção, sucessão, extinção ou criação de pessoa jurídica, envolvendo, duas ou mais sociedades.
Após a transformação, fica facultado aos sócios da sociedade que sofreu transformação, o direito de retirada (CCB/02 – art. 1.114). Se a sociedade, independentemente do tipo societário, for celebrada por prazo determinado, a retirada deve se dar obrigatoriamente por via judicial e desde que se prove a justa causa. (CCB/02 – art. 1.029)
Incorporação
A incorporação é o negócio jurídico plurilateral que tem por finalidade integrar patrimônios societários, por meio da absorção do patrimônio de uma pela outra sociedade (CARVALHOSA, p. 266). Incorporar é pôr noutro corpo aquilo de que se trata: um corpo insere-se em outro, mas a inserção não resulta corpo novo, apenas aumenta o corpo que já existe. (PONTES DE MIRANDA, p. 118)
A sociedade incorporada deverá ser extinta. Nesse caso, haverá sucessão universal de todos os direitos e todas as obrigações dessa para a sociedade incorporadora, resguardando-se aos sócios dissidentes o direito de retirada. (CCB/02 – art. 1.116)
Trata-se de um contrato plurilateral que se diferencia do ato de constituição da sociedade por ser celebrado pelas sociedades envolvidas, pelos detentores de cotas ou ações com a participação mediata dos respectivos sócios ou acionistas detentores de direitos de voto, que expressa ou tacitamente, votando ou deixando de votar, manifestam sua vontade de participar das sociedades resultantes. (CCB/02 – art. 1.117)
Na incorporação, as sociedades incorporadas deixam de existir (CCB/02 – art. 1.118), sem que haja qualquer perda nas relações com credores e/ou devedores, uma vez que os ativos e passivos são transferidos para a incorporadora. Sendo assim, o aumento do capital social é verificado na sociedade incorporadora, cujo valor vem da sociedade incorporada.
Fusão
A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações (lei 6.404/76 – art. 228). Nela, haverá a extinção das sociedades que se unem, para formar sociedade nova, que a elas sucederá nos direitos e obrigações. (CCB/02 –art. 1.119)
O instituto da fusão apresenta complexidade maior, pois se apresenta com três elementos fundamentais e básicos: 
a transmissão patrimonial integral e englobada, com sucessão universal; 
a extinção (dissolução sem liquidação) de, pelo menos, uma das empresas fusionadas e 
o ingresso dos sócios da sociedade ou das sociedades extintas na nova sociedade criada.
Para que a operação de fusão tenha sucesso, é essencial que: 
a) cada pessoa jurídica resolva a fusão em reunião dos sócios (CCB/02 – art. 1.120) ou em assembleia geral dos acionistas (lei 6.404/76 – art. 228, §1o) e aprove o projeto de ato constitutivo (CCB/02 – art. 1.120, §1o) ou de estatuto (lei 6.404/76 – art. 228, §2o) e o plano de distribuição de ações, nomeando os peritos para avaliação do patrimônio das sociedades que serão alvo da fusão; 
b) constituída a nova sociedade e eleitos os seus primeiros diretores, estes promovam o arquivamento e a publicação de todos os atos relativos à fusão, incluindo a relação com a identificação de todos os sócios ou acionistas. (CCB/02 – art. 1.121)
Cisão
Pode-se definir a cisão como a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio (CISÃO TOTAL), ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão (CISÃO PARCIAL). (lei 6.404/76 – art. 229)
A cisão constitui negócio plurilateral, que tem como finalidade a separação do patrimônio social em parcelas para a constituição ou integração destas em sociedades novas ou existentes. Do negócio, resulta ou não a extinção da sociedade cindida. O objetivo será a obtenção de economias de escala pela junção ou disjunção de específicas divisões de empresas diversas, que se somam para tal fim. (CARVALHOSA, p. 290)
No instituto da cisão, há fragmentação da sociedade, dividindo-se em duas ou mais parcelas. Das parcelas patrimoniais fragmentadas (ativos e passivos) poderá resultar:
nova(s) sociedade(s) – não haverá protocolo, pois todo o processo se desenvolverá no âmbito interno da sociedade cindida. 
se juntar em sociedade(s) existente(s) – as parcelas patrimoniais serão incorporadas por outras sociedades; entre estas e a cindida deverá haver protocolo.
CISÃO PARCIAL
	CISÃO TOTAL
A foi extinta
PARCIAL
Obs.: Direitos dos credores nas operações de fusões e incorporações
Nas operações de fusão e incorporação, os credores não dispõem do direito de impedir a realização da operação de incorporação e fusão, e em regra, só podem reclamar posteriormente (CCB/02 – art. 1.122 c/c. lei 6.404/76 – art. 232) desde que haja demonstração do prejuízo efetivo consistente, principalmente, na alteração do próprio crédito ou potencial alteração das garantias. Nesse caso, a sociedade incorporadora ou resultante de fusão terá a faculdade de realizar o pagamento da quantia devida, o que prejudicaria a ação de anulação. Se o pagamento não for realizado e demonstrado o prejuízo dos credores, a decisão judicial poderá ser no sentido de anular, definitivamente, a operação (CCB/02 – art. 1.122). E se ocorrer, no prazo de 90 dias, a falência da sociedade incorporadora, da sociedade nova ou da cindida, qualquer credor anterior terá direito a pedir a separação dos patrimônios, para o fim de serem os créditos pagos pelos bens das respectivas massas. (CCB/02 – art. 1.122, § 3o)
Obs.: Direitos
dos credores nas cisões
Perante credores, a responsabilidade da sociedade primitiva e das que absorverem parcelas de seu patrimônio será solidária, salvo se o ato de cisão determinar o contrário, hipótese em que se assegura ao credor, que notificar a sociedade no prazo de 90 dias contados da publicação dos atos de cisão, o direito de continuar a contar com a solidariedade. Essa regra de exclusão da solidariedade funciona como instrumento de lesão aos credores que não estiverem atentos à divulgação da cisão.
Em muitas situações, a garantia dos credores de uma sociedade, é constituída na existência e liquidez do patrimônio da sociedade cindida. Ocorre que com a cisão, haverá transferência do patrimônio (total ou parcial) da sociedade cindida para outra sociedade, com o que pode se verificar uma redução da garantia dos credores da sociedade original.
No caso de cisão total, permanece íntegra a garantia dos credores da sociedade extinta e as sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da companhia extinta (lei 6.404/76 –art. 233). A nova sociedade ou a incorporadora sucedem a cindida em todos os seus direitos e obrigações, na proporção dos patrimônios líquidos transferidos. (lei 6.404/76 – art. 229, §1o)
Na hipótese de cisão parcial, haverá sucessão apenas quanto aos direitos e às obrigações relacionados no ato da cisão. Assim, a sociedade cindida que subsistir e as sociedades que receberem parte de seu patrimônio serão solidariamente responsáveis pela satisfação das obrigações da sociedade cindida anteriores à cisão (lei 6.404/76 – art. 233) e, em caso de cisão parcial, o protocolo pode estipular que não haverá solidariedade, respondendo cada sociedade apenas pelas obrigações transferidas na cisão (lei 6.404/76 – art. 233, parágrafo único). Neste último caso, atribui-se ao credor o direito de opor-se à estipulação de ausência de solidariedade a fim de protegê-lo da diminuição da garantia que seu crédito teria caso houvesse a solidariedade. Logo, a oposição do credor importa somente na existência de solidariedade entre as companhias exclusivamente com relação ao crédito do opositor, de forma a garantir a solidariedade entre as companhias, não tendo o condão de anular o ato de cisão como um todo, suspender sua eficácia ou de impedir sua consecução. (LOPES, p. 256). Portanto, o credor não tem legitimidade processual para pleitear a suspensão ou anulação da cisão, que é matéria interna das sociedades envolvidas a ser deliberada em assembleia geral.
As obrigações da sociedade cindida, anteriores à cisão, serão suportadas de forma solidária pelas sociedades resultantes do processo de cisão. Assim, quando houver versão total do patrimônio da cindida, as sucessoras responderão em condições iguais. Já, quando houver cisão parcial, as sucessoras responderão com a cindida de forma solidária. Entretanto, na cisão parcial pode-se amenizar essa obrigação dos sucessores, estabelecendo que estas respondam somente pelas obrigações que lhes forem transferidas, afastando a solidariedade com as demais sociedades envolvidas no processo.
Requisitos preliminares comuns – aberta e fechada (art. 80, LSA)
Art. 80.
A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes requisitos preliminares:
I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto;
II - realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro;
III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro.
Parágrafo único. O disposto no número II não se aplica às companhias para as quais a lei exige realização inicial de parte maior do capital social.
O que é voto múltiplo (proteção sócio minoritário)
Trata-se de faculdade reconhecida aos acionistas minoritários votantes, cujo exercício importa a observância da modalidade proporcional de votação, com algumas características próprias. Sua finalidade é proteger os interesses desse grupo de acionistas, garantindo-lhes alguma representação no conselho de administração. O exercício dessa faculdade não pode ser obstado por norma estatutária. Se o estatuto dispuser sobre a composição do conselho de administração, preceituando, por exemplo, a votação majoritária, esse dispositivo será aplicado apenas no caso de os minoritários não se terem valido da prerrogativa legalmente assegurada.
Art. 141. Na eleição dos conselheiros, é facultado aos acionistas que representem, no mínimo, 0,1 (um décimo) do capital social com direito a voto, esteja ou não previsto no estatuto, requerer a adoção do processo de voto múltiplo, atribuindo-se a cada ação tantos votos quantos sejam os membros do conselho, e reconhecido ao acionista o direito de cumular os votos num só candidato ou distribuí-los entre vários.
§ 1º A faculdade prevista neste artigo deverá ser exercida pelos acionistas até 48 (quarenta e oito) horas antes da assembléia-geral, cabendo à mesa que dirigir os trabalhos da assembléia informar previamente aos acionistas, à vista do "Livro de Presença", o número de votos necessários para a eleição de cada membro do conselho.
O que é voto plural - proibido
O voto plural é a regra em que cada ação ordinária da sociedade corresponda a mais de um voto nas deliberações da Assembleia Geral.;
Desde 1940, estabeleceu-se no Brasil a regra do "one share, one vote". Cada ação ordinária de uma companhia corresponde um voto nas deliberações da assembleia-geral, preservando a proporcionalidade entre capital investido e controle societário. A regra foi mantida no art. 110, §2º, da Lei nº 6.404/1976, vedando a possibilidade de se atribuir voto plural a qualquer classe de ações.
Projeto de lei:
O Projeto de Lei 10736/18 pretende autorizar a atribuição do chamado "voto plural" a uma única classe de ações de uma empresa. O texto, apresentado pelo deputado Carlos Bezerra (MDB-MT), inclui dispositivos na Lei das Sociedades Anonimas (6.404/76), que atualmente proíbe a prática.
Bezerra explica que o Brasil adota desde 1940 o preceito “uma ação, um voto” nas deliberações da assembleia geral, preservando proporcionalidade entre capital investido e controle societário. No voto plural – já adotado em países como Argentina, Holanda, Suécia, Dinamarca, Estados Unidos, França e Itália –, é atribuído um peso maior a uma classe de ações.
Nos Estados Unidos, onde é comum o voto plural, empresas como Google, LinkedIn, Facebook e Snapchat adotam o modelo de duas classes de ações, em que o voto dos fundadores vale até 150 vezes o dos novos investidores. Na Itália, relatam especialistas, a legislação atual prevê que as companhias listadas em bolsa de valores podem emitir ações que valem no máximo dois votos.
“A atribuição de voto plural a uma classe de ações configura estratégia com elevado potencial de incentivar a listagem em bolsa de valores de companhias familiares e startups [pequenas empresas de inovação]”, considera Carlos Bezerra. “Isso porque essas são companhias cujo capital reputacional está, em regra, intimamente ligado a um fundador ou empreendedor. Atribuir-lhes voto plural é assegurar que acionistas-chave preservarão seu poder de controle, no cenário pós-abertura de capital, o que gera confiança – tanto para os demais acionistas quanto para potenciais investidores – na continuidade do padrão gerencial da companhia”, conclui o deputado.
A proposta de Carlos Bezerra prevê ainda que o prazo de vigência do voto plural não excederá três anos, permitida uma única prorrogação por igual prazo. Além disso, a anuência dos acionistas não titulares de ações com voto plural é pré-requisito para criação dessa classe de ações.
Tramitação
A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Casos concretos
CASO CONCRETO
7:
João Carlos, Guilherme e Marco Aurélio são sócios da JGM Ltda., sociedade empresária regularmente constituída na vigência do novo Código Civil (Lei nº 10.406/02). Cada sócio detém 1/3 (um terço) do capital social e a administração social compete exclusivamente a Marco Aurélio. João Carlos e Guilherme descobriram que Marco Aurélio desviou vultosa quantia do patrimônio social, em proveito próprio, e desejam responsabilizá-lo civilmente pelo ocorrido. O contrato social prevê a aplicação subsidiária das normas relativas às sociedades anônimas e é omisso quanto à forma de deliberação dos sócios e quanto à responsabilização dos administradores.
Na qualidade de advogado de João Carlos e Guilherme, qual seria a sua orientação? Fundamente.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
CASO CONCRETO 8:
Uma empresa formada por cinco amigos, pretendendo explorar uma atividade econômica, funda, com sede no Maranhão, São Luís, uma S.A., sob a denominação social “BANCO CRÉDITO FÁCIL S.A”, teve seu capital formado com 40% das ações – todas preferenciais sem direito a voto, subscritas por duas instituições financeiras. As ações ordinárias restantes, correspondentes a 60% do capital social, foram subscritas pela Fundadora, que não deseja que as ações da Cia. sejam negociadas em Bolsa. Na Assembleia de constituição da Cia., após deliberação, os acionistas presentes deram por constituída a Cia. e escolheram os primeiros administradores e membros do Conselho Fiscal. Em virtude desta situação, você como advogado contratado para emitir um parecer sobre a existência de alguma formalidade a ser seguida para a constituição desta sociedade, fundamentando a sua posição
	
	
	
	
	
	
	
	
	
CASO CONCRETO 9:
José Mário, Roberto Carlos e Romário são sócios de uma sociedade anônima no ramo
educacional. O capital social foi constituído por meio de subscrição de 250.000 ações – todas com valor nominal de R$1,00 cada. José Mário – preferencialista de classe “A” – é o acionista titular de 120.000 do total de ações. Roberto Carlos é o acionista controlador é titular de 125.000 de ações ordinárias que – por força de lei – pertencem a uma única classe. E, Romário é titular do restante, no total de 5.000 ações preferenciais da classe “B”. Todos os sócios já integralizaram seus montantes, com exceção de Romário que realizou apenas 30% do preço de emissão das ações subscritas por ele. Considerando o texto apresentado, atendendo as normas do direito societário, esclareça ao seu cliente se o percentual de distribuições de ações ordinárias e preferenciais atende à norma da lei específica, de forma fundamentada.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
CASO CONCRETO 10:
Uma empresa formada por três amigos, pretendendo explorar uma atividade econômica, funda, com sede no Rio Grande do Sul, Porto Alegre, uma S/A, sob a denominação social “BANCO LUCRO CERTO S.A.”, teve seu capital formado com 40% das ações – todas preferenciais sem direito a voto, subscritas por duas instituições financeiras. As ações ordinárias restantes, correspondentes a 60% do capital social, forma subscritas pela Fundadora, que não deseja que as ações da Cia, sejam negociadas em bolsa. Na Assembleia de constituição da Cia., após deliberação, os acionistas presentes deram por constituída a Cia. e escolheram os primeiros administradores e membros do Conselho Fiscal. Na qualidade de advogado, os sócios da companhia o consultam sobre quais as formalidades exigidas por lei para constituição desta sociedade, de acordo com a nossa legislação atual. Qual seria o seu parecer sobre este assunto.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
CASO CONCRETO 11:
João, Carlos e Antônio, titulares de 60% das ações ordinárias de uma sociedade anônima, resolveram firmar um acordo de acionistas para disciplinar o exercício do direito de voto entre eles. Numa determinada assembleia, João não compareceu, ao passo que Carlos proferiu voto em contrariedade aos termos estipulados no acordo de acionistas, previamente arquivado na sede da companhia. Na qualidade de advogado você foi consultado sobre esta situação. Qual seria a sua posição como advogado? Fundamente.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
CASO CONCRETO 12:
(Reuters - 21/05/201 0) A Petrobras deu nesta sexta-feira o primeiro passo corporativo para realizar a capitalização da companhia, marcando para o dia 22 de junho assembleia geral extraordinária para aumentar o capital da companhia e autorizar o Conselho de Administração a definir o volume financeiro que será incorporado. A proposta que será levada à assembleia - que na verdade é uma mera formalidade já que a União é majoritária e decide a alteração - é aumentar o limite quantitativo de ações preferenciais para 2,4 bilhões mantido o montante de 60 bilhões de reais, e inserir cláusula para determinar um limite de capital autorizado para ações ordinárias no montante de 90 bilhões de reais, mediante a e missão de ações ordinárias no limite de 3,2 bilhões de ações. A Lei da S/A em seu art. 138 § 2º determina que as Cias. Abertas e as de capital autorizado deverão necessariamente ter Conselho de Administração. O que são Cias de capital autorizado?
	
	
	
	
	
	
	
	
	
CASO CONCRETO 14:
O Consórcio está previsto no artigo 278 da Lei de Sociedades Anônimas. Trata-se de uma: "comunhão de interesses e atividades que atende a específicos objetivos empresariais, que se originam nas sociedades consorciadas e delas se destacam". O consórcio é formado para acumular meios para a consecução de um fim comum (consórcio operacional), ou para somar recursos para contratarem com terceiros a execução de determinados serviços, obras ou concessões (consórcio instrumental). Assim, diferencie o Consórcio das Sociedades tendo por base a legislação vigente. 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Algumas possíveis questões discursivas
 
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