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Texto sobre Teoria dos diálogos

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Aluna: Laínne Clara de Assis - 11711DIR259
Disciplina: Direito do Consumidor - Turma “A”
Atividade: Texto dissertativo sobre Teoria do diálogo das fontes
Sabe-se que o direito por se tratar de um pilar organizacional da sociedade como a conhecemos, é tutelado pelo Estado. No entanto, habitualmente essa tutela trata de demandas levadas ao judiciário por cidadãos, indivíduos que ao requererem tutela jurisdicional, por exemplo, enquanto consumidores não devem ter afastadas as demais garantia de direitos que a estes couberem aplicação no caso concreto.
Diversos aspectos do indivíduo enquanto detentor de direitos e obrigações são indispensáveis à análise quando se pretende alcançar justiça através da efetiva aplicação do direito positivo. Dessa forma, busca-se nas fontes do direito os norteadores para que a complexidade do sistema não se torne fragmentada quanto a sua aplicação que deve ser a somatização de garantias e não sobreposição das mesmas.
No intuito de discutir acerca da possibilidade e viabilidade de interpretação das antinomias como sendo “aparentes” conflitos de normas, surge a teoria do diálogo das fontes. Diz-se aparentes por ser possível a aplicação harmônica e coerente, e não selecionada quando couber no caso em que se pretende aplicar a referida teoria. 
A Teoria do diálogo das fontes foi apresentada em 1995, pelo Prof. Erik Jayme em seu Curso Geral de Haia, ao levar em consideração o pluralismo de fontes, bem como a comunicação possível entre elas. Neste contexto, afirmou que se trata de coordenar duas ou mais fontes, de forma a adaptá-las complementarmente ou subsidiariamente, ou como for possível para que se alcance a solução alternativa mais completa.
Trata-se de uma proposta de sofisticação do sistema jurídico tradicional, que busca superar a “assistematicidade” da aplicação do Direito. Para tanto, pensou-se três tipos de diálogos para agregar a esta Teoria. O primeiro tipo tem como característica a aplicação conjunta de duas normas ao mesmo tempo e em relação a um mesmo caso. Veja que nessa hipótese ocorre o diálogo sistemático de coerência por haver fundamentos comuns. No segundo tipo ocorre aplicação simultânea de várias fontes, seja ela de forma complementar ou subsidiária. O outro tipo de diálogo é o da adaptação ou coordenação do sistema, este permite às partes voluntariamente optarem pela fonte que julgarem ser prevalente quanto a aplicação, ou ainda poderão como opção eleger uma das leis conflitantes para dirimir a atuação jurídica no caso concreto.
Já tem sido utilizado o conceito trazido por essa teoria no âmbito do judiciário nacional. Embora de forma mais expressiva encontra-se a aplicação jurisprudencial da teoria do diálogo das fontes quando se trata de direito do consumidor, é possível verificar também citações nas decisões que tratam de direito de família, falências e outros.
Além da inserção na jurisprudência, a aplicação conjunta de fontes que assegurem princípios como o da dignidade da pessoa humana e que priorizem valores constitucionais de direitos humanos encontra respaldo no ordenamento jurídico brasileiro no Código de Defesa do Consumidor, que em seu artigo 7º dispõe: “Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e eqüidade.”
Não obstante a integração da teoria no ordenamento jurídico, tem-se as várias decisões e a análise da jurisprudência que permitem afirmar que a teoria do diálogo das fontes ainda que em processo de desenvolvimento em âmbito nacional, já faz parte da Teoria Geral do Direito brasileiro. Sendo, portanto, possível a sua aplicação com base nos referidos precedentes e dispositivo legal supracitado.

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